O documento descreve duas mortes violentas de mulheres na mesma área da cidade. A primeira vítima foi encontrada dilacerada e a segunda teve partes do corpo separadas. Um estrangeiro hospedado na cidade passou a ser visto com suspeita pelos moradores após os assassinatos. Ele é intimado a depor na delegacia como o principal suspeito.
3. Era 1999 virada do século, a cidade estava uma calmaria, tudo parecia estar
bem, quando finalmente aconteceu, o lugarejo ficou apavorado, pois nunca havia
acontecido algo igual naquele lugar, nas primeiras horas do ano de 2000 foi
anunciado — JOVEM ENCONTRADA MORTA AOS ARREDORES DA
CIDADE—. O som da frase no ouvido das pessoas era como pedra de gelo que
fazia o corpo todo tremer e congelar de pânico, O Motivo lógico era o estado em
que o corpo foi encontrado, o cadáver estava totalmente dilacerado tinha partes da
jovem em todos os lugares e uma enorme possa de sangue em volta do que ainda
estava unido. Tudo levava a crer que havia ocorrido ali um ataque de um animal
selvagem, mas tinha aqueles cujas teorias pareciam ser bem mais elaboradas
como, por exemplo, o ataque de um lobisomem ou na cidade tinha um estripador,
ainda era sedo para confirmar a segunda teoria pelos oficiais, mas os moradores
não queriam saber, há pouco tempo na cidade havia se hospedado na única
pousada do lugar um estrangeiro, ele aparentava ter pelo menos uns trinta e cinco
anos um homem de poucas palavras suas roupas eram pretas a única cor que
usava botas de couro e um casaco tão escuro como a noite mais sombria do
inverno ele usava também um chapéu que o deixava com o aspecto ainda mais
obscuro, seu cabelo parecia louro, não dava para perceber exatamente, pois
sempre quando era visto ele estava com seu chapéu, além do que ele não saia
muito durante o dia, suas caminhadas eram sempre noturnas, eram raras as vezes
que ele era visto saindo durante o dia.
Na pousada Labeta onde o forasteiro havia se hospedado a única que realmente
sabia seu nome era a senhorita Anastácia, a dona do estabelecimento. Anastácia
era uma jovem bela com seus vinte anos de vida, seu cabelo era negro como o
ébano que ficava em um contraste perfeito com seu rosto branco e seus olhos
azuis como dois cristais brilhantes, mas o que chamava a atenção na garota era
seu rosto que parecia nunca ter sorrido. Quando ela completou seus dezoito anos
de idade perdeu seu pai em uma caçada, o corpo do homem nunca fora encontrado
todos pensaram que tinha sido um lobo ou outro animal feroz, a mãe de Anastácia
fugiu com um cacheiro viajante quando a menina ainda era um bebê de colo, isso
não parecia impedir a dona da pousada de seguir em frente, afinal quando vivo
4. seu pai a deixava com sua vó porque ainda era muito pequena para desbravar a
floresta com ele, aos poucos o senhor Clóvis, esse era o nome de seu pai,
começou a levar a menina em suas caçadas e pouco a pouco Anastácia começou a
aprender técnicas de sobrevivência, aos quatorzes anos ela já sabia se virar
sozinha. Foi nessa época que seu pai desmoronou, começou a beber e com as
bebedeiras vieram para a menina infinitas noites de violência por parte de seu pai.
— Bizet?! — a jovem falou.
O homem de capa preta olhou de repente e foi de encontro à garota e perguntou.
— O que está acontecendo na cidade, por que tanto alvoroço? —.
Anastácia com um olhar de surpresa pelo visitante ainda não saber o a que
esta acontecendo responde. — Como assim, o senhor não sabe, não ouviu ser
anunciado ontem que uma mulher oi encontrada morta aos arredores da cidade,
uma tragédia! —. Ela exclama.
E com a resposta da jovem, veio outra pergunta por parte do estrangeiro, — A
senhorita a conhecia? —.
Anastácia responde com que parecia ser uma expressão de horror em seu
rosto. — Sim, acho que sim, quero dizer nós não éramos amigas, eu apenas
estudei um ano com ela, seu nome acho que era Cassandra. —
A resposta de Anastácia convenceu o homem, que pensou “Como uma
cidade tão pequena e pacata poderia ter esse tipo de coisa.”. Em sua mente
também algo que serviu para lhe acalmar, “Claro só pode ter sido um ataque de
animal, sim foi isso deve ter sido um lobo ou algo assim.” ele pensou. Ao sair
naquela noite o homem percebeu que as poucas pessoas que estavam fora de suas
casas o olhavam de forma diferente agora, com um olhar de medo, em alguns
grupos de pessoas ele conseguiu ouvir alguns cochichos, foi ai que ele percebeu
que sua estadia em paz na cidade estava ameaçada, as pessoas agora tinham medo
dele, e ele não as culpava afinal quem não desconfiaria de desconhecido recémchegado.
5. O tempo foi passando, as pessoas foram voltando aos seus estados normais
de nervos, e estavam pensando que o que tinha ocorrido fora um caso isolado e
que sim poderia ter sido um ataque de animal, passou um mês e nada mais
aconteceu, até que a meia noite do dia primeiro de fevereiro daquele ano
novamente os moradores foram acordado com gritos de socorro, apenas um para
ser exato e esse vinha exatamente do mesmo lugar de onde a outra mulher fora
encontrada, todos estavam apavorados novamente, nenhum morador em sua sã
consciência colocou um pé se quer para fora de suas moradias, os cachorros agora
estavam enlouquecidos, latiam para tudo que era sombra ou barulhos que a essa
altura poderia ser qualquer coisa, de um rato amedrontado ou ate mesmo o
assassino ou animal que estava fazendo aquilo.
Ninguém mais conseguiu dormir naquela noite e esperaram o sol raiar, e
foi ai que as pessoas começaram a se movimentar para saber o que tinha
realmente acontecido durante a noite. Todos sem exceções, mulheres, homens e
crianças foram de encontro ao lugar de onde veio o grito de terror, chegando lá
uma criança avistou algo e disse — Olha ali mamãe, uma perna de porco. — a
mãe do garoto olha e mais de que de repente tampa a visão de seu filho e começa
a gritar — ALI, ALI, VEJAM É UMA PERNA HUMANA VEJA. — e.
Todos olharam e avistaram logo depois eles viram outra parte do corpo e
outra e outra, ate chegarem encontrar a cabeça que dessa vez tinha sido separada
do troco, e um a um foi reconhecendo de quem se tratava, era uma das mulheres
que se vendia, ela morava em uma casa onde morava apenas pessoas desse tipo,
homens e mulheres. Os policiais chegaram ao local do crime e tentaram recolher
informações, coisa muito difícil nessa situação, de longe o delegado Mozart avista
o senhor Bizet, ele quando percebeu ser reconhecido pelo oficial, franziu a testa
deu de ombros e saiu do local, Bizet sabia que aquilo iria custar todo o resto de
sua estadia na cidade, mas ele não podia ficar ali, aquela cena lhe trazia
recordações que ele não gostava.
Mas tarde na pousada um dos policiais chega e pergunta pelo estrangeiro e
lhe entrega uma intimação para que no dia seguinte ele possa comparecer a
6. delegacia e prestar esclarecimentos. À noite Bizet resolveu não jantar junto com
os outros hospedes e assim fez, ficou em seu quarto tomou apenas um chá que
pediu para que Anastácia o servisse um pouco mais cedo e foi tentar dormir coisa
não foi muito frutífero, o homem virou na cama durante toda a noite e a cada
cochilo que tentava dar cenas horríveis tomava de conta de sua cabeça, e assim a
noite foi passando, o sol apareceu e assim como no jantar o homem resolveu não
se juntar ao demais, comeu apenas um maça da mesa de recepção e foi de
encontro ao delegado, chegando à delegacia o estrangeiro foi direto para sala de
interrogação, foi ai que ele percebeu que as coisas não andavam muito boas para
ele, não havia outros além dele para dar depoimento, ele pensou “Justamente o
que eu pensava, eu sou o único suspeito pelas mortes...”.