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Do Rio de Janeiro ao Tocantins -
Algumas Observações Geográficas de
uma Viagem
Luiz Carlos da Silva
1
Do Rio de Janeiro ao Tocantins -
Algumas Observações Geográficas de uma
Viagem
Luiz Carlos da Silva1
Ilustração da capa: Prefeitura Municipal de Palmas - Foto do Autor.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-
SemDerivações 4.0 Internacional.
2017
1
Email para contato: luizcsilva@rioeduca.net
2
Este ensaio se propõe ser apenas um
breve relato de algumas observações
geográficas feitas durante uma viagem de
onze dias, que partiu da cidade do Rio
de Janeiro – RJ, passou por Goiânia-
GO, com destino a Palmas, capital do
Estado do Tocantins.
Luiz Carlos
3
Com uma mochila nas costas e uma pequena mala nas mãos estou em
um ônibus urbano a caminho da velha Rodoviária Novo Rio no centro da Cidade
do Rio de Janeiro. Hoje são 10 de janeiro de 2017, uma quente terça feira de
verão, dia que decidi fazer algumas de observações geográficas até a mais
nova unidade da federação, nascida da divisão de Goiás no finalzinho da
década de 80, o Estado do Tocantins.
Nessa viagem, propositalmente feita por via terrestre, em seu percurso
de ida e volta, serei passageiro de quatro ônibus estaduais durante 68 horas,
me hospedarei dois dias na cidade de Goiânia-Go, quatro dias em Palmas-TO e
terei observado, através das janelas dos ônibus, a paisagem ao longo de
aproximadamente 4.000 km de rodovias cruzando cinco estados brasileiros. E
na manhã do décimo primeiro dia estarei de volta desembarcando nesta
rodoviária, com uma bagagem de conhecimentos geográficos um pouco maior
da que eu hoje tenho acerca, principalmente, da expansão da cultura da soja
ao longo deste percurso; de alguns aspectos urbanos e socioeconômicos da
capital do Tocantins e se for possível, um pouco da geografia de Goiânia-GO.
Já na rodoviária aguardo a hora de embarque num ônibus da Real
Expresso com destino a Goiânia-GO que tem sua saída programada para às
15:00 h e chegada prevista para às 11:50 h da quarta feira. Não pude deixar de
notar que a rodoviária, da qual me envergonho por ser o cartão de visita da
minha cidade para aqueles que aqui chegam de ônibus, ganhou uma reforma
desde a última vez que nela estive. Agora as áreas de trânsito e de espera dos
passageiros foram climatizadas, sua praça de alimentação foi ampliada e mais
painéis informativos foram disponibilizados. Ficou um pouco mais humanizada.
Já a caminho da cidade de Goiânia-Go me surpreendo com o itinerário
que o ônibus fará para chegar ao centro oeste do país. O itinerário me faz
lembrar aquela passagem mais barata de avião quando, por exemplo, você
quer voar, da cidade do Rio de Janeiro-RJ à Belém-PA e o vôo com conexões é
programado sair do Rio ir até São Paulo-SP de lá pra Brasília-DF para
finalmente rumar para Belém-PA. O ônibus está seguindo para o sul pela
rodovia Presidente Dutra (BR 116) até a cidade de São José dos Campos-SP. De
lá rumaremos na direção noroeste até São José do Rio Preto-SP, daí para o
4
norte na rodovia Transbrasiliana (BR 153), atravessaremos o Triângulo Mineiro
no oeste de Minas Gerais, entrando no sul de Goiás e seguindo até sua capital.
Como não consegui ter acesso previamente a nenhuma informação sobre o
itinerário do ônibus, tinha imaginado um trajeto mais direto, do tipo Rio de
Janeiro-RJ - Belo Horizonte-MG – Goiânia-Go. Mas é melhor assim, pois terei
mais chão para conhecer.
Trajeto rodoviário Rio de Janeiro-RJ – Goiânia-Go – Palmas-TO.
Fonte: Atlas Geográfico Escolar, IBGE, RJ, 6ª edição, 2008. (Modificado pelo autor)
Os cinquenta primeiros quilômetros da rodovia Presidente Dutra, no qual
é percorrida a área de conurbação dos municípios do Rio de Janeiro, Nova
Iguaçu, Belford Roxo e Queimados, é uma paisagem bastante familiar ao longo
5
da estrada formada de empresas, indústrias, lojas, residências diversas e não
esquecendo dos vendedores ambulantes nos seus trechos de engarrafamentos.
A subida da Serra das Araras (nome local do trecho da Serra do Mar),
após o Km 220, torna-se um marco que informa que a grande Região
Metropolitana do Rio de Janeiro ficou pra trás. Os seus trechos que ainda
preservam a vegetação da Mata Atlântica mais o visual dos vales abaixo,
tornam aquela paisagem bastante singular principalmente, pelo fato da sua
relativa proximidade com os centros urbanos citados.
Em amarelo a rota inicialmente
Serra das Araras – RJ. Foto do autor.
Passando por Barra do Piraí-RJ surge ao lado direito da rodovia o
primeiro trecho visível do rio Paraíba do Sul que, correndo no sentido oposto ao
do ônibus, nos fará companhia por dezenas de quilômetros, ora de um lado ora
do outro lado da rodovia.
Aproximando da cidade de Resende-RJ a paisagem se define com a
presença de propriedades rurais sem criações ou plantações visíveis, sendo
estas intercaladas por residências, estabelecimentos comerciais e industriais.
Após a parada do ônibus nesta cidade, ao retornar à rodovia, do seu lado
direito surge num rápido vislumbre o Maciço de Itatiaia, no qual se destaca o
6
Pico das Agulhas Negras que, com seus 2.791 m, é o ponto mais elevado do
Estado do Rio de Janeiro.
Poucos minutos após passar pela cidade de Itatiaia-RJ cruza-se a divisa
do estado e entra em São Paulo rumando em direção a cidade de Queluz-SP. A
paisagem na margem esquerda da estrada, que é formada predominantemente
de propriedades rurais mostra um número significativo de gado bovino em seus
pastos. E após esta cidade, no leito do rio Paraíba do Sul agora na margem
esquerda da rodovia, é vista a barragem da Usina Paulista de Queluz SA. E a
cerca de nove quilômetros adiante, na cidade de Lavrinha-SP uma segunda
barragem, a da Usina Paulista Lavrinha de Energia SA.
Chegando ao Km 107, na altura de Pindamonhangaba-SP a noite cai
escurecendo toda a paisagem. Alguns quilômetros a frente, a intensidade das
luzes ao longo das margens da rodovia, anunciam a presença de um grande
centro urbano, a cidade de Taubaté-SP. Mais adiante após a parada na
rodoviária de São José dos Campos-SP para desembarque e embarque de
passageiros deixaremos a rodovia Presidente Dutra e rumaremos para o interior
do estado na direção noroeste pela rodovia SP 65 (Rodovia Dom Pedro I) até a
Região Metropolitana de Campinas-SP.
Ao longo de todo o percurso desta rodovia predominam paisagens
urbanas nas suas duas margens, com iluminados núcleos urbanos; fachadas de
fábricas e de empresas comerciais. As luzes de Campinas-SP brilham
intensamente ao longe do lado esquerdo da estrada. Agora o ônibus segue em
direção a cidade de Limeira-SP, sua segunda parada para esticar merecida-
mente as pernas, comer alguma coisa quente de preferência e para a troca da
equipagem do ônibus.
Já próximo da meia noite o ônibus prossegue sua viagem e ruma, ainda
na direção noroeste, pela rodovia SP 310 (Rodovia Washington Luís) para
alcançar em São José do Rio Preto-SP a rodovia BR 153 (chamada de Rodovia
Transbrasiliana, Rodovia Belém-Brasília ou Rodovia Bernardo Saião) e seguir na
direção norte.
O sono venceu...
7
Madrugada do segundo dia – quarta feira, 11/01 - há cinquenta
quilômetros atrás foi cruzada a divisa entre SP e MG ao sul do Triângulo Mineiro,
no momento o ônibus saiu momentaneamente da rodovia BR 153 para fazer
sua terceira parada, agora na cidade de Frutal-MG, o pequeno terminal
rodoviário me surpreende pela quantidade de pessoas presentes neste horário.
Estamos de volta a rodovia e um intenso nevoeiro nos envolve enquanto o dia
vai amanhecendo.
Nesta parte do Triângulo Mineiro a paisagem nas duas margens da
rodovia é predominantemente de propriedades rurais agrícolas e pastoris,
destacando-se grandes plantações de café, canaviais e plantações ainda
maiores de soja da AGROESTE – empresa da Monsanto produtora de milho,
soja e sorgo transgênicos.
O ônibus cruza a divisa MG – GO atravessando a pequena cidade de
Arapuá-MG entrando em seguida em Itumbiara-GO. Em Goiás a rodovia
continua sendo margeada nos seus dois lados por grandes propriedades rurais
com plantações de soja e canaviais, sendo poucas fazendas de criação de gado.
Em conversa com um caminhoneiro goiano, que também era passageiro
deste ônibus, se referindo a expansão da soja no estado ele desabafou:
“Sabe, qualquer dia só vamos ter soja pra comer...”. Ele também comentou que
a prática de queimada nos canaviais tinha diminuído bastante no estado devido
ao rigor da fiscalização. Ao aproximar da cidade de Professor Jamil-GO cessam
as plantações e a paisagem, na margem esquerda da rodovia, é dominada por
matas nativas.
Pouco antes do meio dia o ônibus chega à Aparecida de Goiânia-GO,
uma cidade conurbada com a capital Goiânia-GO e às 11:50 h - dentro do
horário previsto - desembarco na sua rodoviária. O terminal rodoviário de
Goiânia tem uma característica bastante interessante, pois abriga em seu
espaço o Araguaia Shopping. As áreas de embarque e desembarque estão
situadas em dois pátios ao nível da rua e os guichês de venda de passagens
compartilham o andar térreo com outras lojas do shopping o qual possui mais
dois andares. É bem organizado e bastante funcional.
8
Agora terei cerca de 30 horas de intervalo até o início da próxima etapa
da viagem.
Chegada à cidade de Goiânia-GO - Foto do autor.
A cidade de Goiânia-GO está localizada na região centro-sul do Estado de
Goiás, situada no Planalto Rebaixado de Goiânia, uma unidade que compreende
um vasto planalto rebaixado e dissecado, esculpido em litologias pré-
cambrianas diversas, cuja altimetria varia entre 650 e 850 metros 2
. De acordo
com o IBGE, o município ocupa uma área de 728 km² e tem uma população
estimada de 1.466.105 habitantes (2017). Em 2014 apresentou um PIB per
capita de R$ 32.636,58 e tinha 46,7 % da sua população ocupada em 2015.
Teve uma taxa de mortalidade infantil de 10,85 ‰ em 2014 e um IDHM de
0,799 em 2010.
2
Nascimento, Maria Amélia Leite S., Geomorfologia do Estado de Goiás, Boletim Goiano de Geografia,
Goiânia: UFG, V.12, n1. Jan/Dez 1991. http://observatoriogeogoias.iesa.ufg.br Acesso: 16/11/2017.
9
É uma cidade planejada e na vizinhança do terminal rodoviário
predomina um grande comércio de centenas de lojas de vestuário (a cidade de
Goiânia-GO é um dos principais pólos confeccionistas do Brasil), tem também
uma ampla praça, porém descuidada e quase abandonada. Nas ruas
residenciais próximas, na sua maioria, as casas possuem arames farpados ou
cercas eletrificadas nos seus altos muros. Seu clima, segundo um morador da
cidade, devido às chuvas não é tão quente no mês de janeiro.
No final da tarde do terceiro dia – quinta feira, 12/01 - parto de Goiânia-
GO num ônibus da Rápido Marajó que ruma na direção norte, inicialmente pela
rodovia GO 080 em seguida pegando a rodovia BR 153 pouco antes da cidade
de Uruaçú-GO. Enquanto a claridade do fim do dia permitiu, constatei na
paisagem uma vegetação replantada que se assemelha a da Mata Atlântica e a
presença de propriedades rurais de tamanho médio com criação de gado, não
tendo avistado nenhuma fazenda de soja margeando aquele trecho da rodovia.
As 23:00 h o ônibus faz sua primeira e única parada ainda no Estado de
Goiás, na cidade de Uruaçú-GO, cujo pequeno terminal rodoviário se apresenta
bastante movimentado por um considerável número de passageiros
desembarcando, embarcando e também pelo volume de bagagens transitando.
No início da madrugada do quarto dia – sexta feira, 13/01 - o ônibus
cruza a divisa entre os estados de GO e TO e também o limite entre as regiões
centro oeste e norte do Brasil, e cinco quilômetros adiante passa pela pequena
cidade de Talismã-TO. A primeira parada no Estado do Tocantins se dá por
volta das 03:30 h na cidade de Gurupi-TO, o terceiro município mais populoso
do estado. Apesar do horário, este terminal também está relativamente
movimentado por passageiros e bagagens.
Em Paraíso do Tocantins-TO o ônibus sai da rodovia BR 153 virando para
o leste na rodovia TO 080 que conduz até a cidade Palmas, a capital do estado.
Na rodovia BR 080 à 40 minutos de Palmas-TO, a paisagem margeando a
rodovia é marcada pela presença de uma grande fazenda de soja. E à 20
minutos da capital a rodovia BR 080 cruza sob a Ferrovia Norte e Sul – ferrovia
exclusiva para o transporte de carga, inicialmente, entre os municípios de
Açailandia-MA a Anápolis-GO com 1.550 km de extensão.
10
Em seguida o ônibus atravessa a Ponte da Amizade e da Integração (ou
Ponte Fernando Henrique Cardoso) sobre o lago no rio Tocantins. Este lago foi
formado pela barragem da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães,
localizada cerca de quilômetros rio abaixo em Lageado-TO. Às 07:30 h – no
horário local são 06:30 h – desembarco na rodoviária de Palmas-TO.
O amanhecer na Ponte da Amizade e da Integração, sobre o lago do rio Tocantins em Palmas-TO -
Foto do autor.
Localizada na região central do Estado do Tocantins, Palmas-TO tem seu
relevo formando pelas Planícies Interiores e pela Depressão do rio Tocantins3
.
Enquanto à leste a cidade é limitada longitudinalmente pelo rio Tocantins, a
oeste tem se a presença da Serra do Lageado. Quanto ao seu clima, segundo a
atendente do hotel, janeiro não é o mês mais quente na cidade. De junho em
diante é que faz calor, sendo o mês de setembro bastante quente.
De acordo com o IBGE o município possui 2.218 km² de extensão
territorial, com uma população estimada de 286.787 habitante em 2017. Seu
PIB per capita em 2014 foi de R$ 24.657,41 sua população ocupada foi de
3
IBGE, Brasil, unidades de relevo. www.ibge.gov.br Acesso: 17/11/2017
11
50,4% (2015). Apresentou uma taxa de mortalidade infantil de 9,48 ‰ (2014),
tendo alcançado um IDHM de 0,788 (2010).
Assim como Goiânia-GO e Brasília-DF, Palmas-TO também é uma cidade
planejada. Mas ao olhar de um carioca ela tem algo diferente. A minha primeira
impressão da cidade ao me deslocar de táxi do terminal rodoviário até o hotel
localizado ao lado do Eixão 1 na quadra 1201 Sul, foi de perplexidade com a
imensidão de espaços vazios e o superdimensionamento das vias para um
trânsito tão pequeno. E a sensação que perdurou nos quatro dias que andei
pelas suas vias foi a de que aquele dia era feriado em Palmas-TO.
Um flagrante do trânsito do Eixão 1 Sul, importante via no centro da cidade, entre 10:00 e 11:00 horas de
uma sexta feira - Foto do autor.
Mas também pudera, esta capital foi planejada para abrigar trezentos mil
habitantes podendo chegar a um milhão e duzentos mil habitantes. E embora a
sua população venha apresentando um significativo crescimento desde sua
fundação, ela ainda sequer alcançou o número mínimo para qual foi
dimensionada.
No trânsito do centro da cidade surpreende a quantidade de motocicletas
em circulação, que chega a superar em muito o número de automóveis em
12
vários momentos, sendo que praticamente não se escuta buzinas no trânsito do
centro. O transporte coletivo é bastante organizado, em sua maioria com
ônibus modernos e climatizados. Os abrigos são estruturas adequadas e com
informações suficientes. Chamou minha atenção o grande número de
passageiros nos ônibus no Eixão 1 carregando seus capacetes de motociclistas.
Passeando de ônibus até o subúrbio da cidade, no sentido de
Taquaralto-TO, conheci a parte pobre, mas não miserável da cidade. Vi ruas
bem mais estreitas ocupadas por um número considerável de veículos, muito
mais gente nas ruas e uma gama variada de lojas de pequenos comércios sem
obedecer qualquer ordenamento urbano complexo, inclusive com a presença de
dezenas de vendedores ambulantes. Bem diferente do centro da cidade. Já nas
caminhadas pelo centro da cidade vi pouquíssimos moradores de rua, menores
carentes e praticamente nenhuma moradia popular nesta parte da cidade.
Em conversa com um funcionário do Museu Histórico de Palmas, também
chamado de Palacinho – prédio totalmente em madeira, o qual foi o primeiro
gabinete do governador do Tocantins – ele disse:
“Palmas quase não está crescendo ou cresce muito pouco”. Ele culpa o governo
estadual que, na sua opinião, não está trazendo indústrias para o estado. No
ponto de vista dele os municípios de Gurupi-TO e Araguaína-TO estão
crescendo muito mais.
Passeando pela principal área verde urbana de Palmas-TO, o Parque
Cesamar, localizado no Plano Diretor Sul da cidade, tive contato com as
vegetações de cerrado e de cerrado sujo, mesmo sendo numa área bem restrita
deste parque.
Final da tarde do oitavo dia - terça feira, 17/01- embarco novamente
num ônibus da empresa Rápido Marajó de volta à cidade de Goiânia-GO.
Infelizmente a escuridão da noite ocultará toda a paisagem ao longo da viagem.
E ao amanhecer do nono dia - quarta feira, 18/01 - o ônibus já se avizinha da
cidade de Goiânia-GO, onde desembarco às 07:45 h. Farei outra vez um
intervalo de 30 horas nesta cidade.
Embarco às 14:00 h do décimo dia - quinta feira, 19/01 - num ônibus da
empresa Real Expresso com destino ao Rio de Janeiro-RJ. Agora ele ruma na
13
direção sul completando assim a travessia do Estado de Goiás no seu sentido
longitudinal. Após a cidade de Aparecida de Goiânia-GO até o cruzamento da
divisa do estado em Itumbiara-GO, na margem esquerda da rodovia BR 153 a
paisagem vai se intercalando com fazendas de plantação de milho, fazenda de
plantação de soja, fazenda de plantação de cana-de-açúcar e fazenda de gados.
Incluindo também a presença de uma planta de fábrica numa destas grandes
plantações de soja.
No fim da tarde o ônibus entra no Triângulo Mineiro e a paisagem pouco
muda, sendo acrescida da presença de algumas áreas de plantação de
eucaliptos. Após o município de Prata-MG vai havendo uma diminuição no
número de fazendas de soja e um aumento dos pastos com gados. E ao cair da
noite, a caminho da cidade de Frutal-MG, a paisagem mostra dois imensos
cafezais, sendo o primeiro na margem esquerda da rodovia e o segundo em
suas duas margens.
Durante a madrugada do décimo primeiro dia – sexta feira, 20/11 –
seguindo na direção sudoeste, parte do Estado de São Paulo vai sendo cruzada,
com o ônibus fazendo paradas em três dos seus grandes municípios: São Carlos,
Limeira e São José dos Campos para chegar na rodovia Presidente Dutra e
tomar o sentido do Rio de Janeiro-RJ.
E o dia amanhece na rodovia Presidente Dutra, ainda restando alguns
quilômetros a serem percorridos. No final desta rodovia o ônibus acessa a
avenida Brasil ainda congestionada, mesmo sendo hoje feriado na cidade
maravilhosa pelo dia do seu padroeiro São Sebastião, chegando às 11:10 h na
rodoviária Novo Rio, onde desembarco e esta pequena jornada termina.

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Viagem de observações geográficas do Rio de Janeiro ao Tocantins

  • 1. Do Rio de Janeiro ao Tocantins - Algumas Observações Geográficas de uma Viagem Luiz Carlos da Silva
  • 2. 1 Do Rio de Janeiro ao Tocantins - Algumas Observações Geográficas de uma Viagem Luiz Carlos da Silva1 Ilustração da capa: Prefeitura Municipal de Palmas - Foto do Autor. Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial- SemDerivações 4.0 Internacional. 2017 1 Email para contato: luizcsilva@rioeduca.net
  • 3. 2 Este ensaio se propõe ser apenas um breve relato de algumas observações geográficas feitas durante uma viagem de onze dias, que partiu da cidade do Rio de Janeiro – RJ, passou por Goiânia- GO, com destino a Palmas, capital do Estado do Tocantins. Luiz Carlos
  • 4. 3 Com uma mochila nas costas e uma pequena mala nas mãos estou em um ônibus urbano a caminho da velha Rodoviária Novo Rio no centro da Cidade do Rio de Janeiro. Hoje são 10 de janeiro de 2017, uma quente terça feira de verão, dia que decidi fazer algumas de observações geográficas até a mais nova unidade da federação, nascida da divisão de Goiás no finalzinho da década de 80, o Estado do Tocantins. Nessa viagem, propositalmente feita por via terrestre, em seu percurso de ida e volta, serei passageiro de quatro ônibus estaduais durante 68 horas, me hospedarei dois dias na cidade de Goiânia-Go, quatro dias em Palmas-TO e terei observado, através das janelas dos ônibus, a paisagem ao longo de aproximadamente 4.000 km de rodovias cruzando cinco estados brasileiros. E na manhã do décimo primeiro dia estarei de volta desembarcando nesta rodoviária, com uma bagagem de conhecimentos geográficos um pouco maior da que eu hoje tenho acerca, principalmente, da expansão da cultura da soja ao longo deste percurso; de alguns aspectos urbanos e socioeconômicos da capital do Tocantins e se for possível, um pouco da geografia de Goiânia-GO. Já na rodoviária aguardo a hora de embarque num ônibus da Real Expresso com destino a Goiânia-GO que tem sua saída programada para às 15:00 h e chegada prevista para às 11:50 h da quarta feira. Não pude deixar de notar que a rodoviária, da qual me envergonho por ser o cartão de visita da minha cidade para aqueles que aqui chegam de ônibus, ganhou uma reforma desde a última vez que nela estive. Agora as áreas de trânsito e de espera dos passageiros foram climatizadas, sua praça de alimentação foi ampliada e mais painéis informativos foram disponibilizados. Ficou um pouco mais humanizada. Já a caminho da cidade de Goiânia-Go me surpreendo com o itinerário que o ônibus fará para chegar ao centro oeste do país. O itinerário me faz lembrar aquela passagem mais barata de avião quando, por exemplo, você quer voar, da cidade do Rio de Janeiro-RJ à Belém-PA e o vôo com conexões é programado sair do Rio ir até São Paulo-SP de lá pra Brasília-DF para finalmente rumar para Belém-PA. O ônibus está seguindo para o sul pela rodovia Presidente Dutra (BR 116) até a cidade de São José dos Campos-SP. De lá rumaremos na direção noroeste até São José do Rio Preto-SP, daí para o
  • 5. 4 norte na rodovia Transbrasiliana (BR 153), atravessaremos o Triângulo Mineiro no oeste de Minas Gerais, entrando no sul de Goiás e seguindo até sua capital. Como não consegui ter acesso previamente a nenhuma informação sobre o itinerário do ônibus, tinha imaginado um trajeto mais direto, do tipo Rio de Janeiro-RJ - Belo Horizonte-MG – Goiânia-Go. Mas é melhor assim, pois terei mais chão para conhecer. Trajeto rodoviário Rio de Janeiro-RJ – Goiânia-Go – Palmas-TO. Fonte: Atlas Geográfico Escolar, IBGE, RJ, 6ª edição, 2008. (Modificado pelo autor) Os cinquenta primeiros quilômetros da rodovia Presidente Dutra, no qual é percorrida a área de conurbação dos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Belford Roxo e Queimados, é uma paisagem bastante familiar ao longo
  • 6. 5 da estrada formada de empresas, indústrias, lojas, residências diversas e não esquecendo dos vendedores ambulantes nos seus trechos de engarrafamentos. A subida da Serra das Araras (nome local do trecho da Serra do Mar), após o Km 220, torna-se um marco que informa que a grande Região Metropolitana do Rio de Janeiro ficou pra trás. Os seus trechos que ainda preservam a vegetação da Mata Atlântica mais o visual dos vales abaixo, tornam aquela paisagem bastante singular principalmente, pelo fato da sua relativa proximidade com os centros urbanos citados. Em amarelo a rota inicialmente Serra das Araras – RJ. Foto do autor. Passando por Barra do Piraí-RJ surge ao lado direito da rodovia o primeiro trecho visível do rio Paraíba do Sul que, correndo no sentido oposto ao do ônibus, nos fará companhia por dezenas de quilômetros, ora de um lado ora do outro lado da rodovia. Aproximando da cidade de Resende-RJ a paisagem se define com a presença de propriedades rurais sem criações ou plantações visíveis, sendo estas intercaladas por residências, estabelecimentos comerciais e industriais. Após a parada do ônibus nesta cidade, ao retornar à rodovia, do seu lado direito surge num rápido vislumbre o Maciço de Itatiaia, no qual se destaca o
  • 7. 6 Pico das Agulhas Negras que, com seus 2.791 m, é o ponto mais elevado do Estado do Rio de Janeiro. Poucos minutos após passar pela cidade de Itatiaia-RJ cruza-se a divisa do estado e entra em São Paulo rumando em direção a cidade de Queluz-SP. A paisagem na margem esquerda da estrada, que é formada predominantemente de propriedades rurais mostra um número significativo de gado bovino em seus pastos. E após esta cidade, no leito do rio Paraíba do Sul agora na margem esquerda da rodovia, é vista a barragem da Usina Paulista de Queluz SA. E a cerca de nove quilômetros adiante, na cidade de Lavrinha-SP uma segunda barragem, a da Usina Paulista Lavrinha de Energia SA. Chegando ao Km 107, na altura de Pindamonhangaba-SP a noite cai escurecendo toda a paisagem. Alguns quilômetros a frente, a intensidade das luzes ao longo das margens da rodovia, anunciam a presença de um grande centro urbano, a cidade de Taubaté-SP. Mais adiante após a parada na rodoviária de São José dos Campos-SP para desembarque e embarque de passageiros deixaremos a rodovia Presidente Dutra e rumaremos para o interior do estado na direção noroeste pela rodovia SP 65 (Rodovia Dom Pedro I) até a Região Metropolitana de Campinas-SP. Ao longo de todo o percurso desta rodovia predominam paisagens urbanas nas suas duas margens, com iluminados núcleos urbanos; fachadas de fábricas e de empresas comerciais. As luzes de Campinas-SP brilham intensamente ao longe do lado esquerdo da estrada. Agora o ônibus segue em direção a cidade de Limeira-SP, sua segunda parada para esticar merecida- mente as pernas, comer alguma coisa quente de preferência e para a troca da equipagem do ônibus. Já próximo da meia noite o ônibus prossegue sua viagem e ruma, ainda na direção noroeste, pela rodovia SP 310 (Rodovia Washington Luís) para alcançar em São José do Rio Preto-SP a rodovia BR 153 (chamada de Rodovia Transbrasiliana, Rodovia Belém-Brasília ou Rodovia Bernardo Saião) e seguir na direção norte. O sono venceu...
  • 8. 7 Madrugada do segundo dia – quarta feira, 11/01 - há cinquenta quilômetros atrás foi cruzada a divisa entre SP e MG ao sul do Triângulo Mineiro, no momento o ônibus saiu momentaneamente da rodovia BR 153 para fazer sua terceira parada, agora na cidade de Frutal-MG, o pequeno terminal rodoviário me surpreende pela quantidade de pessoas presentes neste horário. Estamos de volta a rodovia e um intenso nevoeiro nos envolve enquanto o dia vai amanhecendo. Nesta parte do Triângulo Mineiro a paisagem nas duas margens da rodovia é predominantemente de propriedades rurais agrícolas e pastoris, destacando-se grandes plantações de café, canaviais e plantações ainda maiores de soja da AGROESTE – empresa da Monsanto produtora de milho, soja e sorgo transgênicos. O ônibus cruza a divisa MG – GO atravessando a pequena cidade de Arapuá-MG entrando em seguida em Itumbiara-GO. Em Goiás a rodovia continua sendo margeada nos seus dois lados por grandes propriedades rurais com plantações de soja e canaviais, sendo poucas fazendas de criação de gado. Em conversa com um caminhoneiro goiano, que também era passageiro deste ônibus, se referindo a expansão da soja no estado ele desabafou: “Sabe, qualquer dia só vamos ter soja pra comer...”. Ele também comentou que a prática de queimada nos canaviais tinha diminuído bastante no estado devido ao rigor da fiscalização. Ao aproximar da cidade de Professor Jamil-GO cessam as plantações e a paisagem, na margem esquerda da rodovia, é dominada por matas nativas. Pouco antes do meio dia o ônibus chega à Aparecida de Goiânia-GO, uma cidade conurbada com a capital Goiânia-GO e às 11:50 h - dentro do horário previsto - desembarco na sua rodoviária. O terminal rodoviário de Goiânia tem uma característica bastante interessante, pois abriga em seu espaço o Araguaia Shopping. As áreas de embarque e desembarque estão situadas em dois pátios ao nível da rua e os guichês de venda de passagens compartilham o andar térreo com outras lojas do shopping o qual possui mais dois andares. É bem organizado e bastante funcional.
  • 9. 8 Agora terei cerca de 30 horas de intervalo até o início da próxima etapa da viagem. Chegada à cidade de Goiânia-GO - Foto do autor. A cidade de Goiânia-GO está localizada na região centro-sul do Estado de Goiás, situada no Planalto Rebaixado de Goiânia, uma unidade que compreende um vasto planalto rebaixado e dissecado, esculpido em litologias pré- cambrianas diversas, cuja altimetria varia entre 650 e 850 metros 2 . De acordo com o IBGE, o município ocupa uma área de 728 km² e tem uma população estimada de 1.466.105 habitantes (2017). Em 2014 apresentou um PIB per capita de R$ 32.636,58 e tinha 46,7 % da sua população ocupada em 2015. Teve uma taxa de mortalidade infantil de 10,85 ‰ em 2014 e um IDHM de 0,799 em 2010. 2 Nascimento, Maria Amélia Leite S., Geomorfologia do Estado de Goiás, Boletim Goiano de Geografia, Goiânia: UFG, V.12, n1. Jan/Dez 1991. http://observatoriogeogoias.iesa.ufg.br Acesso: 16/11/2017.
  • 10. 9 É uma cidade planejada e na vizinhança do terminal rodoviário predomina um grande comércio de centenas de lojas de vestuário (a cidade de Goiânia-GO é um dos principais pólos confeccionistas do Brasil), tem também uma ampla praça, porém descuidada e quase abandonada. Nas ruas residenciais próximas, na sua maioria, as casas possuem arames farpados ou cercas eletrificadas nos seus altos muros. Seu clima, segundo um morador da cidade, devido às chuvas não é tão quente no mês de janeiro. No final da tarde do terceiro dia – quinta feira, 12/01 - parto de Goiânia- GO num ônibus da Rápido Marajó que ruma na direção norte, inicialmente pela rodovia GO 080 em seguida pegando a rodovia BR 153 pouco antes da cidade de Uruaçú-GO. Enquanto a claridade do fim do dia permitiu, constatei na paisagem uma vegetação replantada que se assemelha a da Mata Atlântica e a presença de propriedades rurais de tamanho médio com criação de gado, não tendo avistado nenhuma fazenda de soja margeando aquele trecho da rodovia. As 23:00 h o ônibus faz sua primeira e única parada ainda no Estado de Goiás, na cidade de Uruaçú-GO, cujo pequeno terminal rodoviário se apresenta bastante movimentado por um considerável número de passageiros desembarcando, embarcando e também pelo volume de bagagens transitando. No início da madrugada do quarto dia – sexta feira, 13/01 - o ônibus cruza a divisa entre os estados de GO e TO e também o limite entre as regiões centro oeste e norte do Brasil, e cinco quilômetros adiante passa pela pequena cidade de Talismã-TO. A primeira parada no Estado do Tocantins se dá por volta das 03:30 h na cidade de Gurupi-TO, o terceiro município mais populoso do estado. Apesar do horário, este terminal também está relativamente movimentado por passageiros e bagagens. Em Paraíso do Tocantins-TO o ônibus sai da rodovia BR 153 virando para o leste na rodovia TO 080 que conduz até a cidade Palmas, a capital do estado. Na rodovia BR 080 à 40 minutos de Palmas-TO, a paisagem margeando a rodovia é marcada pela presença de uma grande fazenda de soja. E à 20 minutos da capital a rodovia BR 080 cruza sob a Ferrovia Norte e Sul – ferrovia exclusiva para o transporte de carga, inicialmente, entre os municípios de Açailandia-MA a Anápolis-GO com 1.550 km de extensão.
  • 11. 10 Em seguida o ônibus atravessa a Ponte da Amizade e da Integração (ou Ponte Fernando Henrique Cardoso) sobre o lago no rio Tocantins. Este lago foi formado pela barragem da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, localizada cerca de quilômetros rio abaixo em Lageado-TO. Às 07:30 h – no horário local são 06:30 h – desembarco na rodoviária de Palmas-TO. O amanhecer na Ponte da Amizade e da Integração, sobre o lago do rio Tocantins em Palmas-TO - Foto do autor. Localizada na região central do Estado do Tocantins, Palmas-TO tem seu relevo formando pelas Planícies Interiores e pela Depressão do rio Tocantins3 . Enquanto à leste a cidade é limitada longitudinalmente pelo rio Tocantins, a oeste tem se a presença da Serra do Lageado. Quanto ao seu clima, segundo a atendente do hotel, janeiro não é o mês mais quente na cidade. De junho em diante é que faz calor, sendo o mês de setembro bastante quente. De acordo com o IBGE o município possui 2.218 km² de extensão territorial, com uma população estimada de 286.787 habitante em 2017. Seu PIB per capita em 2014 foi de R$ 24.657,41 sua população ocupada foi de 3 IBGE, Brasil, unidades de relevo. www.ibge.gov.br Acesso: 17/11/2017
  • 12. 11 50,4% (2015). Apresentou uma taxa de mortalidade infantil de 9,48 ‰ (2014), tendo alcançado um IDHM de 0,788 (2010). Assim como Goiânia-GO e Brasília-DF, Palmas-TO também é uma cidade planejada. Mas ao olhar de um carioca ela tem algo diferente. A minha primeira impressão da cidade ao me deslocar de táxi do terminal rodoviário até o hotel localizado ao lado do Eixão 1 na quadra 1201 Sul, foi de perplexidade com a imensidão de espaços vazios e o superdimensionamento das vias para um trânsito tão pequeno. E a sensação que perdurou nos quatro dias que andei pelas suas vias foi a de que aquele dia era feriado em Palmas-TO. Um flagrante do trânsito do Eixão 1 Sul, importante via no centro da cidade, entre 10:00 e 11:00 horas de uma sexta feira - Foto do autor. Mas também pudera, esta capital foi planejada para abrigar trezentos mil habitantes podendo chegar a um milhão e duzentos mil habitantes. E embora a sua população venha apresentando um significativo crescimento desde sua fundação, ela ainda sequer alcançou o número mínimo para qual foi dimensionada. No trânsito do centro da cidade surpreende a quantidade de motocicletas em circulação, que chega a superar em muito o número de automóveis em
  • 13. 12 vários momentos, sendo que praticamente não se escuta buzinas no trânsito do centro. O transporte coletivo é bastante organizado, em sua maioria com ônibus modernos e climatizados. Os abrigos são estruturas adequadas e com informações suficientes. Chamou minha atenção o grande número de passageiros nos ônibus no Eixão 1 carregando seus capacetes de motociclistas. Passeando de ônibus até o subúrbio da cidade, no sentido de Taquaralto-TO, conheci a parte pobre, mas não miserável da cidade. Vi ruas bem mais estreitas ocupadas por um número considerável de veículos, muito mais gente nas ruas e uma gama variada de lojas de pequenos comércios sem obedecer qualquer ordenamento urbano complexo, inclusive com a presença de dezenas de vendedores ambulantes. Bem diferente do centro da cidade. Já nas caminhadas pelo centro da cidade vi pouquíssimos moradores de rua, menores carentes e praticamente nenhuma moradia popular nesta parte da cidade. Em conversa com um funcionário do Museu Histórico de Palmas, também chamado de Palacinho – prédio totalmente em madeira, o qual foi o primeiro gabinete do governador do Tocantins – ele disse: “Palmas quase não está crescendo ou cresce muito pouco”. Ele culpa o governo estadual que, na sua opinião, não está trazendo indústrias para o estado. No ponto de vista dele os municípios de Gurupi-TO e Araguaína-TO estão crescendo muito mais. Passeando pela principal área verde urbana de Palmas-TO, o Parque Cesamar, localizado no Plano Diretor Sul da cidade, tive contato com as vegetações de cerrado e de cerrado sujo, mesmo sendo numa área bem restrita deste parque. Final da tarde do oitavo dia - terça feira, 17/01- embarco novamente num ônibus da empresa Rápido Marajó de volta à cidade de Goiânia-GO. Infelizmente a escuridão da noite ocultará toda a paisagem ao longo da viagem. E ao amanhecer do nono dia - quarta feira, 18/01 - o ônibus já se avizinha da cidade de Goiânia-GO, onde desembarco às 07:45 h. Farei outra vez um intervalo de 30 horas nesta cidade. Embarco às 14:00 h do décimo dia - quinta feira, 19/01 - num ônibus da empresa Real Expresso com destino ao Rio de Janeiro-RJ. Agora ele ruma na
  • 14. 13 direção sul completando assim a travessia do Estado de Goiás no seu sentido longitudinal. Após a cidade de Aparecida de Goiânia-GO até o cruzamento da divisa do estado em Itumbiara-GO, na margem esquerda da rodovia BR 153 a paisagem vai se intercalando com fazendas de plantação de milho, fazenda de plantação de soja, fazenda de plantação de cana-de-açúcar e fazenda de gados. Incluindo também a presença de uma planta de fábrica numa destas grandes plantações de soja. No fim da tarde o ônibus entra no Triângulo Mineiro e a paisagem pouco muda, sendo acrescida da presença de algumas áreas de plantação de eucaliptos. Após o município de Prata-MG vai havendo uma diminuição no número de fazendas de soja e um aumento dos pastos com gados. E ao cair da noite, a caminho da cidade de Frutal-MG, a paisagem mostra dois imensos cafezais, sendo o primeiro na margem esquerda da rodovia e o segundo em suas duas margens. Durante a madrugada do décimo primeiro dia – sexta feira, 20/11 – seguindo na direção sudoeste, parte do Estado de São Paulo vai sendo cruzada, com o ônibus fazendo paradas em três dos seus grandes municípios: São Carlos, Limeira e São José dos Campos para chegar na rodovia Presidente Dutra e tomar o sentido do Rio de Janeiro-RJ. E o dia amanhece na rodovia Presidente Dutra, ainda restando alguns quilômetros a serem percorridos. No final desta rodovia o ônibus acessa a avenida Brasil ainda congestionada, mesmo sendo hoje feriado na cidade maravilhosa pelo dia do seu padroeiro São Sebastião, chegando às 11:10 h na rodoviária Novo Rio, onde desembarco e esta pequena jornada termina.