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MANUAL DO
PROFESSOR
em
Ciências
Humanas
Área de Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
ENSINO MÉDIO
Cláudio Vicentino
Eduardo Campos
Eustáquio de Sene
MANUAL DO
PROFESSOR
em
Ciências
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MANUAL DO
PROFESSOR
Área de Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
ENSINO MÉDIO
Cláudio Vicentino
Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor de História no Ensino Médio e em cursos pré-vestibulares. Autor
de obras didáticas e paradidáticas para Ensino Fundamental e Ensino Médio
Eduardo Campos
Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
CoordenadoreducacionalepedagógicodoEnsinoFundamental(anosfinais)
e do Ensino Médio. Professor na Educação Básica e no Ensino Superior
Eustáquio de Sene
Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
Mestre e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor de Geografia do Ensino Médio na rede pública e em escolas parti-
culares. Professor de Metodologia do Ensino de Geografia na Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo por 5 anos
1a
edição, São Paulo, 2020
em
Ci•ncias
Humanas
2
Presidência: Paulo Serino
Direção editorial: Lauri Cericato
Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa
Edição: Izabel Perez, Tami Buzaite e Wellington Santos
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha
Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca,
Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist,
Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi,
Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana,
Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus,
Sandra Fernandez e Sueli Bossi
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Keila Grandis (edição de arte), Arte Ação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.),
Mariana Sampaio e Tempo Composto (pesquisa iconográfica),
Cesar Wolf (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.),
Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.)
Ilustrações: Fórmula Produções e Mario Kanno
Cartografia: Mouses Sagiorato, Ericson Guilherme Luciano e
Vespúcio Cartografia
Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Foto de capa: Patrik Giardino/Stone/Getty Images
Todos os direitos reservados por Editora Ática S.A.
Avenida Paulista, 901, 4o
andar
Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200
Tel.: 4003-3061
www.edocente.com.br
atendimento@aticascipione.com.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua - CRB-8/7057
2020
Código da obra CL 720003
CAE 729781 (AL) / 729782 (PR)
1a
edição
1a
impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.
Impressão e acabamento
3
Apresentação
Caro(a) estudante,
Neste volume priorizamos o trabalho com alguns dos principais con-
ceitos e categorias que compõem a área de Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, assim como procedimentos de estudo, pesquisa e análise.
Conceitos como conhecimento científico, cultura, etnia, etnocentris-
mo, identidade, xenofobia, racismo, sociedade, modernidade, progresso,
meio técnico-científico-informacional, redes, espaço e tempo são abor-
dados em diálogo com os tempos atuais. As propostas de atividade são
claras e factíveis, adequando-se aos diferentes contextos e favorececendo
aprendizagens interdisciplinares, contextualizadas e significativas.
Esses conceitos possibilitam o estudo integrado entre as discipli-
nas para a compreensão de fatos e fenômenos socioespaciais, assim
como para a abordagem da diversidade, identidade, alteridade, técnica e
tecnologia, por exemplo.
Ao mesmo tempo, são promovidas a compreensão das permanências
e mudanças ao longo da história, em diferentes sociedades e lugares, por
meio da leitura de textos, de imagens e das paisagens e pelo desenvolvi-
mento de atividades que conferem a aplicação desse importante recurso
de interpretação à realidade vivida pelos estudantes. Com isso, busca-se
valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social e cultural.
Bom estudo!
Os autores.
4
Conheça
seu livro
Espaço
e tempo
2
UNIDA
D
E
No passado distante, era comum que as pessoas passassem a vida toda sem sair de seu lugar de
nascimento e tivessem o dia a dia marcado pelo ritmo da natureza. Em 1500, a esquadra comandada por
Pedro Álvares Cabral demorou 45 dias para atravessar o oceano Atlântico desde Lisboa (Portugal) até
o litoral brasileiro, nos arredores de onde atualmente está Porto Seguro (BA). Nos dias atuais, o mesmo
percurso, de avião, é feito em cerca de oito horas.
Em 1893, o escritor Júlio Verne (1828-1905) publicou um livro com uma ideia que na época parecia
absurda: dar uma volta completa no mundo em oitenta dias. Esse foi um período de inovações e mudanças
profundas nas sociedades, e o mundo passou gradativamente do ritmo da natureza para o ritmo das
máquinas. Pouco mais de cem anos depois, em 1995, um voo comercial levou 31 horas e 27 minutos para
completar essa mesma jornada.
O desenvolvimento tecnológico permitiu que nos deslocássemos mais rapidamente pela superfície
terrestre, e isso fez com que a nossa percepção do espaço e do tempo mudasse também. Lugares distantes
ficaram próximos. Ao acelerarmos as máquinas, aceleramos também várias dimensões da vida.
Reúnam-se em grupo e reflitam coletivamente sobre questões espaço-temporais com base nas
propostas a seguir.
1. Observem seu cotidiano e apontem possibilidades de mensurar o tempo e o espaço, assim como de
situar-se neles. Que tecnologias contribuem para isso?
2. Observem um mapa-múndi político ou consultem um aplicativo de mapas por satélite e localizem as
cidades de São Paulo (SP), Pau dos Ferros (RN) e Lisboa (Portugal). Qual cidade está mais perto de
São Paulo: Pau dos Ferros ou Lisboa? Expliquem seu raciocínio geográfico.
3. Identifiquem alguns aspectos comportamentais ou sociais do passado que continuam presentes
atualmente e outros que não estão mais presentes, pensando em mudanças e permanências.
Contexto NÃO ESCREVA NO LIVRO ESSE TEMA SERÁ
RETOMADO NA
SEÇÃO PRÁTICA
86
As fake news impactam e ameaçam a vida nas co-
munidades indígenas e, muitas vezes, essas notícias
falsas valem-se de aspectos tradicionais da cultura in-
dígena ou distorcem esses aspectos, reforçando este-
reótipos negativos para justificar determinadas ações
contra demarcação de terras ou políticas de cotas, por
exemplo.
Leia a seguir o trecho de uma reportagem sobre um
encontro de comunicadores indígenas que teve como
tema as fake news.
Rádio Cipó
As fake news foram tema de muitos debates na ofi-
cina [realizada em 28 de outubro de 2018], já que os
indígenas estão sofrendo ataques por parte de políti-
cos e empresários [...]. No noroeste amazônico, as no-
tícias falsas são velhas conhecidas que circulam pela
chamada “rádio cipó”. São as fofocas que vão de boca
em boca e agora de zap em zap, que também iludem,
perturbam e causam enorme confusão na opinião pú-
blica local. Diante dessa avalanche de notícias falsas,
é também papel do comunicador construir narrativas
amparadas em fatos bem apurados e comprometidos
com a verdade.
“Tem empresário e político que espalha a informa-
ção que a gente é pobre e que passa fome nas comu-
nidades. Eles dizem isso para convencer as pessoas
a irem pro garimpo. Dizem que a gente é pobre em
cima de solo rico. Mas não é verdade. A gente não vê
ninguém passando fome na terra indígena”, comen-
tou o comunicador Ray Benjamim, do povo Baniwa,
Contexto
Etnia e identidade
2
OBJETIVOS
• Refletir sobre a relação entre etnia, cultura e
diversidade cultural.
• Compreender criticamente o etnocentrismo, a
xenofobia e o racismo.
• Entender a importância do respeito à diversidade
cultural.
• Conhecer a cultura material e imaterial.
• Avaliar as contribuições identitárias indígenas na
formação cultural brasileira.
• Compreender a oposição entre “moderno” e “atrasado”
e seus impactos na vida de comunidades tradicionais.
• Conhecer a ideia de “progresso” e os impactos políticos
da assimilação desse conceito.
• Identificar e criticar visões etnocêntricas.
JUSTIFICATIVA
O trabalho com os temas propostos no capítulo ressalta
a importância do respeito ao outro, às diversas etnias,
enfatizando de que forma a alteridade e a compreensão
de outras culturas podem minimizar diversos tipos de
conflito.
Permite também compreender as ideias subjacentes
aos conceitos de “modernidade”, “atraso” e “progresso”;
permite compreender de forma mais efetiva o
etnocentrismo, a xenofobia e o racismo, bem como avaliar
como a adoção de tais ideias, que se transformam em
argumentos, impactam na vida e nas culturas materiais e
imateriais de comunidades tradicionais.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
• Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2,
CG3, CG4, CG5, CG6, CG7, CG8 e CG9.
• Competências e habilidades específicas de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1:
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103,
EM13CHS104, EM13CHS105 e EM13CHS106.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
Cidadania e Civismo
• Vida Familiar e Social
• Educação em Direitos Humanos
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NÃO ESCREVA NO LIVRO
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CONEXÕES
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
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Pesquisa e “fuga de cérebros”
[...]
Uma pessoa que investiga os processos de
transformação, sejam eles sociais, econômi­
cos, humanos ou químicos, e a partir dessa
investigação constrói conhecimentos que são
essenciais para o desenvolvimento de uma na­
ção. Esta é definição de pesquisador científico,
segundo Anna Benite, professora­doutora da
Universidade Federal de Goiás, [...] além de in­
tegrante da Associação Brasileira de Pesquisa e
Ensino de Ciências e da Associação Brasileira de
Pesquisadores Negros (ABPN).
[...]
“Nenhuma nação consegue evoluir sem pesquisa científica”, afirma Benite. “Se estamos hoje em
uma sociedade tecnológica, isso se deve aos pesquisadores que criam modelos de pesquisa, validam
dados e os publicam. Essa sistematização é fundamental para alimentar a produção de conhecimento”.
[...]
ENTENDA por que a pesquisa científica é importante para a sociedade. Fundação Telefônica, 5 jul. 2019.
Disponível em: http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/entenda­por­que­a­pesquisa­cientifica­e­importante­para­a­sociedade/.
Acesso em: 29 maio 2020.
É possível imaginar a abrangência do desenvolvimento científico – e de seus benefícios – na socie-
dade contemporânea. São vacinas, técnicas de plantio, sistemas de transporte, teorias que melhoram a
educação, a arqueologia, a economia.
No Brasil, a pesquisa científica acontece, majoritariamente, em universidades públicas ou em conse-
quência do investimento público (por meio de bolsas de pesquisa) em estudantes e pesquisadores. En-
tretanto, temos assistido a uma desvalorização das áreas de pesquisa e a um decréscimo substancial
dos valores repassados para a pesquisa científica.
Como resultado da redução de investimentos, o país perde capacidade de produção e amplia a
exportação de um produto estratégico, de altíssimo valor agregado, que multiplica bilhões de vezes
seu valor e que deveria ser mantido em território nacional a todo custo. Somos hoje um importante
exportador de cérebros. Por outro lado, nos consolidamos como importador de inovação e conhe­
cimento, versão moderna do processo de stop-and-go do início do século 20 que enfraquece a base
industrial, que se torna dependente de produtos tecnológicos desenvolvidos no exterior. A soma
dessas variáveis vem gestando um hiato na formação de cientistas, na produção de conhecimento
e no desenvolvimento industrial do Brasil que poderá levar 30 anos para ser superado.
OLIVEIRA, Riley Rodrigues de. Ao cortar investimentos em ciência, Brasil assassina o futuro. Época Negócios. 20 abr. 2028.
Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/04/ao­cortar­investimentos­em­ciencia­brasil­assassina­
o­futuro.html. Acesso em: 29 maio 2020.
• Combaseemsualeituraenasreflexõesgeradaspeloconteúdotrabalhadonestecapítulo,organi-
zeumaformaesquemáticadetransmissãodoquefoitrabalhado.Vocêpodeorganizarumgráfico,
umdesenho,umatirinha.Oimportanteéquesejasintéticoeclaro.
Alphaspirit/Shutterstock
Paramount/Warne
r
Brothers/Kobal/Sh
utterstock
A nave espacial Endurance próxima ao buraco negro Gargântua. Cena do filme Interestelar, de 2014,
dirigido por Christopher Nolan. Gargântua seria um corpo celeste tão denso, com um campo gravitacional
tão forte, que poderia provocar distorções no espaço-tempo.
87
Os comunicadores Ray Baniwa e Janete Ales durante a formação da Rede de Comunicadores
Indígenas do Rio Negro, realizada em São Gabriel da Cachoeira (AM), em 2018. Essa oficina
debateu os impactos das fake news nas comunidades indígenas.
Juliana
Radler/ISA
referindo-se à sua região de origem, o rio Içana (Terra Indígena Alto Rio
Negro), onde constantemente há invasão de empresários interessados na
extração de ouro e tantalita.
O mesmo questionou o jovem comunicador Adilson Joanico, Baniwa,
morador da TI Jurubaxi-Téa. “Ainda temos que combater essa grande
mentira que dizem por aí, que terra indígena demarcada é como um zoo-
lógico para nós, indígenas. Isso é uma imensa mentira, pois é com a terra
demarcada que podemos garantir nosso peixe, nossa água limpa e nossas
atividades que geram renda”, disse Joanico, que integra o projeto inova-
dor de pesca esportiva em Terra Indígena. Justamente por ser protegida e
cuidada pelos índios, a região possui os maiores tucunarés da Amazônia,
atraindo pescadores de todo o mundo interessados nessa prática esporti-
va (pesque e solte).
RADLER, Juliana. Comunicadores indígenas contra as fake news. Blog do Rio Negro. Instituto
Socioambiental, 9 nov. 2018. Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-
rio-negro/comunicadores-indigenas-contra-as-fake-news. Acesso em: 17 abr. 2020.
1. Por que o modo de vida tradicional dos indígenas e as suas tradições cul-
turais são utilizados para sustentar as fake news?
2. Você já viu fake news que estivessem relacionadas com outros modos de
vida ou tradições culturais?
45
Com base em todo o conteúdo trabalhado ao longo do capítulo, retome as perguntas do contexto
inicial e reveja suas respostas.
1. Quais das afirmações que você fez na ocasião se mantiveram as mesmas?
2. E quais você reformulou?
Retome o contexto
Linguagens Matemática Ciências da Natureza Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
imprecisão incoerência irreflexão precisão coerência reflexão
saber da opinião (doxa) saber racional (logos)
LINGUAGEM
concretas mitológicas
artísticas
religiosas
racionais
abstratas
SER HUMANO
posição ereta liberação das mãos consciência reflexiva
tem como principais características
capaz de expressar coisas
que se influenciam
mutuamente
que pode originar NARRATIVAS,
por exemplo,
que se interligam
da qual decorre a
que podem se manifestar pelo
constituintes do
em geral, caracterizado por em geral, caracterizado por
que pode ser ramificado em
Mapa conceitual organizado pelos autores.
43
VOCÊ PRECISA SABER
NÃO ESCREVA NO LIVRO
43
Seu livro está organizado em duas unidades, divididas em dois capítulos, que
tratam de temas atuais e relevantes para a sua formação durante o Ensino Médio.
Ao longo dos capítulos e unidades, você encontrará diferentes estruturas
que utilizam diversos recursos pensados para auxiliá-lo no processo de
aprendizagem.
As aberturas de unidades apresentam textos e imagens
que sintetizam o tema principal e vão mobilizar os seus
conhecimentos sobre o assunto. Nessas aberturas, a
seção Contexto traz situações concretas cuja análise
exige conteúdos, conceitos e procedimentos de diferentes
disciplinas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Essas situações serão retomadas ao longo dos capítulos
e estão relacionadas com a seção Prática, que traz
uma proposta de trabalho para que você aplique os
conhecimentos que são produzidos em sala de aula na
comunidade escolar e em seu entorno.
As aberturas dos capítulos trazem recursos diversos
(fotografias, mapas, gráficos, entrevistas, charges) que
sintetizam o conteúdo que será trabalhado, além de propor
questionamentos, por meio de uma nova ocorrência da
seção Contexto, que vão ajudá-lo a realizar o projeto
proposto na seção Prática. Na abertura de cada capítulo,
você também encontrará um boxe com os objetivos, a
justificativa para o trabalho com os conteúdos propostos
e as competências, habilidades e temas contemporâneos
transversais mobilizados no capítulo.
Em todos os capítulos, você encontrará uma
ocorrência da seção Conexões, que trabalha a
interdisciplinaridade com componentes curriculares
de outras áreas do conhecimento, especialmente
as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e as
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, bem como
com disciplinas que não estão presentes no
currículo escolar.
Seção que finaliza o trabalho do capítulo e traz
propostas de retomada das questões apresentadas
na seção Contexto, na abertura do capítulo.
Momento que serve de recurso para resumo
e sistematização de alguns dos conteúdos
trabalhados ao longo dos capítulos. Pode surgir
na forma de mapas conceituais, esquemas,
fluxogramas ou lista de palavras e pode apresentar
atividades que estabeleçam relação dos conteúdos
trabalhados com os seus lugares de vivência e as
suas experiências pessoais.
5
PRÁTICA
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
DA BNCC
• Competências gerais da Educação
Básica: CG1, CG2, CG4, CG5, CG7
e CG9.
• Competências e habilidades
específicas de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas:
Competência 1: EM13CHS101,
EM13CHS102, EM13CHS103,
EM13CHS104, EM13CHS105 e
EM13CHS106.
• Competências e habilidades
específicas de Linguagens e suas
Tecnologias: Competência 7:
EM13LGG701, EM13LGG702 e
EM13LGG704.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS
TRANSVERSAIS
Cidadania e Civismo
• Vida Familiar e Social
Lendo notícias – o trabalho
com a checagem de fatos
Para começar
Nesta unidade, conhecemos alguns fatores relacionados à disse-
minação das fake news, como o seu aspecto cultural, as consequên-
cias que elas podem trazer a determinados grupos e a forma como se
distanciam do jornalismo, valendo-se do senso comum, o que, muitas
vezes, prejudica o funcionamento das sociedades, sobretudo as de-
mocráticas.
Por definição, as fake news são boatos ou relatos mentirosos, que
não possuem qualquer tipo de comprovação. No entanto, são escritas
de modo que pareçam notícias verdadeiras e são divulgadas em sites
pouco conhecidos ou transmitidas por meio de redes sociais ou apli-
cativos de mensagens instantâneas.
Por causa desse tipo de divulgação, as fake news circulam de for-
ma rápida e, em razão do seu imediatismo e da falta de verificação,
elas acabam sendo tomadas por verdadeiras.
A grande circulação de fake news tornou necessária a criação de
agências de checagem de notícias, especializadas em checar a vera-
cidade das notícias veiculadas, principalmente na internet. Algumas
dessas agências estão associadas a instituições jornalísticas ou a si-
tes da internet. Alguns exemplos dessas agências são Agência Lupa,
Aos Fatos, Fato ou Fake, entre outras. Geralmen-
te, quando uma fake news envolve instituições
particulares, é feita uma nota de retratação ou de
esclarecimento, conforme mostra o alerta ao lado.
Essa situação ressalta a importância da ciên-
cia e dos procedimentos de investigação tanto
para quem produz notícias como para quem as lê.
Por isso, a checagem de informações, assim como
a consulta a fontes confiáveis, são fundamentais
para o exercício da cidadania, já que divulgar uma
notícia verdadeira implica ter um posicionamento
social responsável.
Análise das mídias tradicionais
(princípios de análise de discurso
multimodal)
Há muitas ferramentas para analisar uma notícia; uma delas é a
análise das mídias tradicionais. Trata-se de um método utilizado para
investigar processos, estruturas e funções mercadológicas dos dis-
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Nota de esclarecimento de uma
instituição hospitalar sobre uma
notícia que vincula ao hospital
um médico que não trabalha na
instituição.
Reprodução/Governo
do
Estado
do
Ceará
80
1. (2011)
O argumento presente na charge consiste em
uma metáfora relativa à teoria evolucionista e
ao desenvolvimento tecnológico. Consideran-
do o contexto apresentado, verifica-se que o
impacto tecnológico pode ocasionar
a)o surgimento de um homem dependente de
um novo modelo tecnológico.
b)a mudança do homem em razão dos novos
inventos que destroem sua realidade.
c)a problemática social de grande exclusão di-
gital a partir da interferência da máquina.
d)a invenção de equipamentos que dificultam
o trabalho do homem, em sua esfera social.
e)o retrocesso do desenvolvimento do homem
em face da criação de ferramentas como lan-
ça, máquina e computador.
2. (2019)
A lenda diz que, em um belo dia ensolarado,
Newton estava relaxando sob uma macieira.
Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma
brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De
repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele
acordou com um susto. Olhou para cima. “Com
certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a
maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros
ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pen-
sou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã esta-
va pendurada na árvore. Nenhuma força externa
fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente
que causa a queda das coisas para a terra”.
The English Enlightenment, p. 1-3, apud MARTINS, R. A. A maçã de
Newton: história, lendas e tolices. In: SILVA, C. C. (org.). Estudos
de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no
ensino. São Paulo: Livraria da Física, 2006. p. 169 (adaptado).
Em contraponto a uma interpretação idealiza-
da, o texto aponta para a seguinte dimensão
fundamental da ciência moderna:
a)Falsificação de teses.
b)Negação da observação.
c)Proposição de hipóteses.
d)Contemplação da natureza.
e)Universalização de conclusões.
3. (2018)
O filósofo reconhece-se pela posse insepará-
vel do gosto da evidência e do sentido da ambi-
guidade. Quando se limita a suportar a ambi-
guidade, esta se chama equívoco. Sempre acon-
teceu que pretenderam construir uma filosofia
absolutamente positiva, só conseguiram ser
filósofos na medida em que, simultaneamente,
se recusaram o direito de se instalar no poder
absoluto. O que caracteriza o filósofo é o mo-
vimento que leva incessantemente do saber à
ignorância, da ignorância ao saber, e um certo
repouso neste movimento.
MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998
(adaptado).
O texto apresenta um entendimento acerca
dos elementos constitutivos da atividade do
filósofo, que se caracteriza por
a)reunir os antagonismos das opiniões ao mé-
todo dialético.
b)ajustar a clareza do conhecimento ao inatis-
mo das ideias.
c)associar a certeza do intelecto à imutabilida-
de da verdade.
d)conciliar o rigor da investigação à inquietude
do questionamento.
e)compatibilizar as estruturas do pensamento
aos princípios fundamentais.
Reprodução/Enem,
2011.
42
QUESTÕES DO ENEM NÃO ESCREVA NO LIVRO
Nós e o outro
Vimos até aqui uma das mais complexas facetas da relação entre o que
chamamos de “nós” (aqueles com quem eu me identifico) e o que chama-
mos de “outros” (aqueles que são diferentes de mim). No estudo sobre etnia
e etnocentrismo deste capítulo, o conceito de alteridade é a condição daquilo
que se constitui pelo contraste, a característica daquilo que é diferente.
Para a Antropologia, é no reconhecimento da existência do outro que eu
me reconheço. O outro é condição necessária para a minha existência no
sentido de que existe um “eu” apenas porque existe um “outro”. Quando o
indivíduo vê, reconhece e aceita que o outro é diferente, ele caminha para um
maior entendimento sobre si próprio.
Leia um trecho do texto do missionário e escritor francês Jean de Léry
(1536-1613), que esteve no Brasil em 1558, narrando o diálogo que teve com
um indígena tupinambá sobre a necessidade de portugueses e franceses ex-
traírem pau-brasil das florestas de forma excessiva.
Por que vindes vós outros, maírs e pêros (franceses e portugueses), buscar
lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a quei-
mávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal
qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou
o velho tupinambá imediatamente: e porventura precisais de muito? — Sim,
respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais pa-
nos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e
um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carre-
gados. — Ah! Retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando
depois de bem compreender o que eu lhe dissera: Mas esse homem tão rico
de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros.
Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer
assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para
quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi! — Na ver-
dade, continuou o velho, […] agora vejo que vós outros maírs sois grandes
loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis
quando aqui chegais,e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos
filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu
suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem
amamos; mas estamos certos de que, depois de nossa morte, a terra que
nos nutriu também os
nutrirá, por isso des-
cansamos sem maio-
res cuidados.
LÉRY, Jean de. Viagem à terra
do Brasil. Belo Horizonte:
Itatiaia; São Paulo: Edusp,
1980. p. 170.
Um rei no Xingu.
Disponível em: http://
portacurtas.org.br/
filme/?name=um_rei_
no_xingu. Acesso em:
14 abr. 2020.
Curta-metragem
sobre a visita do rei
Leopoldo III, da Bélgica,
ao Parque Indígena do
Xingu, em 1964. Esse
curta levanta reflexões
acerca dos contatos e
dos confrontos entre
diferentes culturas.
Saber
1. Por que o indígena tupinambá não entendia
a necessidade de extrair tanta madeira das
florestas?
2. Que diferença cultural é possível perceber
entre o modo de vida europeu e o modo de vida
indígena?
Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO
Reprodução/Superfilmes
48
Processos da consciência e do conhecimento
A consciência humana é um espaço aberto para a aquisição de novos co-
nhecimentos. Em outras palavras, nossa consciência é dinâmica, ampliando-
-se em busca de respostas às constantes indagações que fazemos sobre as
situações-problema com as quais nos deparamos. No entanto, os problemas
e suas eventuais soluções dependem dos valores vigentes em cada cultura.
Ao longo da história, vários caminhos foram seguidos na ampliação dinâ-
mica da consciência. Em meio a essa pluralidade, é possível distinguir dois
grandes processos:
• A interioridade: desenvolve a conexão da consciência e da linguagem
consigo mesmo, com nossa maneira de estar no mundo, com nossos
propósitos mais imediatos. Essa dimensão da interioridade contribui
para a percepção do que somos e a construção da nossa identidade. A
partir desse autoconhecimento, podemos argumentar e construir sen-
sos e consensos.
• A exterioridade: desenvolve a conexão com os outros e o mundo mais
amplo à nossa volta. Essa dimensão contribui para o convívio plural com
a alteridade (do latim alter, que significa “outro”). Assim, podemos nos
sintonizar com as realidades para além de nós mesmos e nos relacionar
com elas. Essa consciência exterior está relacionada com a escuta social,
a empatia (compreensão da realidade alheia) e a construção de projetos
em comunhão com os outros.
Esses dois processos da consciência são complementares, isto é, preci-
sam se desenvolver harmoniosamente. Do contrário, haverá uma deforma-
ção da consciência. Assim, por exemplo, um foco unilateral centrado em si
mesmo conduz os indivíduos a construir relações pouco afetivas com o ou-
tro, tornando-se ególatras, podendo levá-los ao isolamento, ou ainda a outros
transtornos psíquicos, como ao narcisismo. De outro lado, o foco centrado
exclusivamente nos outros produz alienação (alheamento), massificação,
moral de “rebanho”.
Uma consciência voltada para a interioridade caracteriza pessoas mais
introvertidas, ao passo que uma consciência voltada para a exterioridade
caracteriza pessoas mais extrovertidas. Essas expressões, introvertidas e
extrovertidas, foram criadas pelo psiquiatra suíço
Carl Gustav Jung (1875-1961) para caracterizar
tipos psicológicos básicos.
Jovens praticam meditação
em sala de aula. A meditação
é um exercício de reflexão
interior que auxilia na
concentração e no alívio do
estresse.
kristian sekulic/E+/Getty Images
JUNG, Carl Gustav. Tipos
Psicológicos. Tradução:
Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 1971.
Narcisismo
Na mitologia grega, Narciso foi um belo jovem que se apaixonou pela própria imagem refletida na superfície da água.
Esse mito foi estudado por Sigmund Freud (1856-1939), que lhe conferiu um conceito próprio na teoria psicanalítica.
Freud aplicou o termo narcisismo a transtornos psíquicos em que a pessoa concentra muita energia no próprio “eu”,
deixando de investir na compreensão dos outros sujeitos e objetos da realidade.
Conceitos
1. Você se considera
uma pessoa mais
introvertida ou
extrovertida? Explique
por quê.
2. Há profissões mais
adequadas às pessoas
introvertidas? Há
trabalhos voltados
para pessoas mais
extrovertidas?
Justifiquesuaresposta
com exemplos da sua
realidade.
Conversa
21
DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. Observe com atenção a fotografia abaixo. Trata-se do registro do lança-
mento do primeiro filme kuikuro, resultado de um projeto do cacique
Afukaká Kuikuro.
Indígenas da etnia Kuikuro filmam dança nativa, em 2008, no Alto Xingu (MT). Renato
Soares/Pulsar
Imagens
Kuikuro:etniacommaior
populaçãonoAltoXingu(MT).
Viveemaldeiasnaregiãooriental
dabaciahidrográficadosrios
Culuene,BuritieCurisevoe
falaonahukuá,umdialetodo
karibalto-xinguano,família
linguísticaqueincluiosMatipu,
osNahukuáeosKalapalo.Cultiva
especialmenteamandiocae
praticaapescaeacoleta.Acaça
nãoéumaatividadeimportante
naculturakuikuro.
a)Cite os elementos da fotografia que você identifica como parte da tradi-
ção cultural kuikuro.
b)Explique por que a preservação desses elementos culturais é impor-
tante para os Kuikuro.
c)As câmeras e os microfones presentes na imagem não são elementos
da cultura tradicional kuikuro. São objetos tecnológicos assimilados
das sociedades industriais criadas pelos não indígenas. Em seu enten-
dimento, que função eles podem ter para os Kuikuro?
d)Ao opinar sobre a demarcação de terras indígenas na região do Amazo-
nas, uma autoridade local afirmou: “esses aí não são mais índios, já es-
tãodecalçaecamisa,jáestãousandoóculoserelógios,jáestãofalando
português, não são mais índios”. (Disponível em: www.kaninde.org.br/
cinco-ideias-equivocadas-sobre-indios/. Acesso em: 17 ago. 2020.)
• Forme um grupo com mais cinco colegas e debatam essa afirmação. Os
conhecimentosadquiridosnocapítuloendossamoucontrariamavisão
da autoridade amazonense? Ao final da discussão, elejam um porta-
-voz para apresentar à turma a conclusão do grupo e os argumentos
em defesa dela.
37
Seção que apresenta atividades em diversos
formatos pensadas para auxiliar no trabalho
com diferentes competências específicas e
habilidades estabelecidas pela BNCC, como
identificar, analisar e comparar fontes e
narrativas, elaborar hipóteses, selecionar
evidências e compor argumentos, que
possibilitem o compartilhamento de pontos de
vistas, o diálogo e a reflexão.
Uma página com atividades de edições
recentes de avaliações oficiais para
que você possa verificar como os temas
trabalhados em sala de aula aparecem
nessas provas, em especial no Enem.
Apresenta uma proposta de projeto
que aborda um tema relacionado
aos capítulos da unidade por meio
das metodologias de pesquisa
(como revisão bibliográfica, análise
documental, construção e uso
de amostragens ou observação
participante). Os projetos propostos
permitem a valorização dos
conhecimentos, da ciência e da
argumentação com base em fatos,
além de articular os conhecimentos
construídos em sala de aula com a
realidade vivida.
Atividades que propõem o aprofundamento dos
recursos que aparecem ao longo do capítulo,
como textos em seus mais diversos gêneros,
fotografias, obras de arte, mapas, gráficos,
explorando suas regras de composição,
significado e sentido.
Recursos de linguagens variados (livros, filmes,
podcasts, músicas, sites, obras de arte, etc.)
para aprofundar temas abordados no capítulo e
complementar seu repertório cultural e científico.
Traz a indicação dos autores e obras que
apresentam conceitos importantes para o
trabalho com os temas propostos nos capítulos.
Apresenta os significados de palavras
destacadas no texto.
Apresenta conceitos estruturantes
das Ciências Humanas e de outras
áreas do conhecimento, que devem
ser conhecidos para o trabalho com os
temas propostos.
6
Competências e habilidades da BNCC
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento oficial que define o con-
junto de aprendizagens que os estudantes precisam desenvolver ao longo da Educação
Básica, desde o início da Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Dessa forma, a
BNCC é norteadora para a formulação dos currículos escolares no Brasil.
Esse conjunto de aprendizagens essenciais definido na BNCC corresponde a conhe-
cimentos, competências e habilidades.
Algumas dessas competências devem ser desenvolvidas durante todas as etapas
da Educação Básica; outras especificamente em cada uma das etapas. No Ensino Mé-
dio, essas competências e habilidades estão distribuídas por áreas de conhecimento.
Nas aberturas dos capítulos do seu livro, você encontrará indicações de quais com-
petências e habilidades estão sendo preferencialmente mobilizadas.
Nas páginas a seguir, você conhecerá as dez competências gerais da Educação Bá-
sicaetodasascompetênciasehabilidadesespecíficasdasáreasdeCiênciasHumanas
e Sociais Aplicadas e as competências e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias,
Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias que serão
trabalhadas neste livro.
DeacordocomaBNCC,competênciassãoconhecimentos(conceitoseprocedimentos)
mobilizadospararesolverdemandasdavidacotidiana,doexercíciodacidadaniaedomun-
do do trabalho. Já as habilidades são capacidades práticas, cognitivas e socioemocionais.
Aocompreenderoqueéesperadodesenvolvercomosprojetosdestaobra,vocêterá
a chance de se apropriar melhor de seus estudos, reconhecendo um sentido em tudo
aquilo que é proposto e, consequentemente, percebendo a aplicação que isso pode ter
em seu cotidiano.
Dessa forma, o seu protagonismo se manifestará também em relação à sua apren-
dizagem.
Se você tiver interesse, consulte o texto completo da BNCC no site: http://basenacional
comum.mec.gov.br/.Acessoem:27jan.2020.
Composição dos códigos das habilidades
CADERNO
BNCC
O primeiro número indica
a competência da área e
os dois últimos indicam a
habilidade relativa a essa
competência.
EM 13 CHS 101
Indica a etapa de Ensino Médio.
Indica que a habilidade
pode ser desenvolvida
em qualquer série do
Ensino Médio.
Indica a área à qual a
habilidade pertence.
7
Competências gerais da Educação Básica
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mun-
do físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática
e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, in-
cluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas
e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das dife-
rentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escri-
ta), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex-
periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluin-
do as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pes-
soal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conheci-
mentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mun-
do do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo res-
ponsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreenden-
do-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen-
do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
8
Competências específicas e habilidades de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Competência específica 1
Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plurali-
dade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a com-
preender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes
pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza
científica.
Habilidades
EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens,
com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econô-
micos, sociais, ambientais e culturais.
EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, so-
ciais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperati-
vismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que
contemplem outros agentes e discursos.
EM13CHS103–Elaborarhipóteses,selecionarevidênciasecomporargumentosrelativosaprocessospolíticos,eco-
nômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de
diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos,
valores,crençasepráticasquecaracterizamaidentidadeeadiversidadeculturaldediferentessociedadesinseridas
no tempo e no espaço.
EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre
outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/
virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.
EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais,
incluindoasescolares,parasecomunicar,acessaredifundirinformações,produzirconhecimentos,resolverproble-
mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Competência específica 2
Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialida-
des e o papel geopolítico dos Estados-nações.
Habilidades
EM13CHS201 – Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos con-
tinentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos
naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente
em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
CADERNO
BNCC
9
EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e
sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos
e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferen-
tes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo,
esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialida-
des e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Na-
cionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade
étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, am-
bientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios
de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o
raciocínio geográfico.
Competência específica 3
Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e socieda-
des com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômi-
cos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e pro-
movam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional, nacional e global.
Habilidades
EM13CHS301 – Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte
de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômi-
cas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à
poluição sistêmica e o consumo responsável.
EM13CHS302 – Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas
ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de aná-
lise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunida-
des tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade.
EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo,
seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consu-
mo e à adoção de hábitos sustentáveis.
EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de
empresasedeindivíduos,discutindoasorigensdessaspráticas,selecionando,incorporandoepromovendoaquelas
que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
EM13CHS305 – Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas
ambientais sustentáveis.
EM13CHS306 – Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos
recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos
sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros)
10
Competência específica 4
Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, con-
textos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
Habilidades
EM13CHS401 – Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao
longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e
tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de
trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da
opressão e da violação dos Direitos Humanos.
EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos
históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na
atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
Competência específica 5
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os
Direitos Humanos.
Habilidades
EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando proces-
sos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o
empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e pro-
blematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam
os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas,
suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e ava-
liando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.
EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais,
históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores
de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.
CADERNO
BNCC
11
Competência específica 6
Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fa-
zendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liber-
dade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Habilidades
EM13CHS601 – Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos in-
dígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a
história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica
atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país.
EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política,
na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os
com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e
da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.
EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de
exercíciodacidadania,aplicandoconceitospolíticosbásicos(Estado,poder,formas,sistemaseregimesdegoverno,
soberania etc.).
EM13CHS604 – Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de
uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e
negativos dessa atuação para as populações locais.
EM13CHS605 – Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igual-
dade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades
contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes
espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.
EM13CHS606 – Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de do-
cumentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identi-
ficados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e
promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.
12
Competências específicas e habilidades de
Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Compreender o funcionamento das diferentes
linguagens e práticas (artísticas, corporais e
verbais) e mobilizar esses conhecimentos na
recepção e produção de discursos nos diferen-
tes campos de atuação social e nas diversas
mídias,paraampliarasformasdeparticipação
social, o entendimento e as possibilidades de
explicação e interpretação crítica da realidade
e para continuar aprendendo.
HABILIDADES
EM13LGG101 Compreender e analisar processos de produ-
ção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens,
para fazer escolhas fundamentadas em função de interes-
ses pessoais e coletivos.
EM13LGG102 Analisar visões de mundo, conflitos de inte-
resse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos
veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibi-
lidades de explicação, interpretação e intervenção crítica
da/na realidade.
EM13LGG104 Utilizar as diferentes linguagens, levando em
conta seus funcionamentos, para a compreensão e produ-
ção de textos e discursos em diversos campos de atuação
social.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
Compreender os processos identitários, con-
flitos e relações de poder que permeiam as
práticas sociais de linguagem, respeitar as di-
versidades, a pluralidade de ideias e posições
e atuar socialmente com base em princípios e
valores assentados na democracia, na igual-
dade e nos Direitos Humanos, exercitando a
empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e
a cooperação, e combatendo preconceitos de
qualquer natureza.
HABILIDADES
EM13LGG201 Utilizar adequadamente as diversas lingua-
gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contex-
tos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, históri-
co, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
EM13LGG202 Analisar interesses, relações de poder e pers-
pectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de
linguagem (artísticas, corporais e verbais), para compreen-
der o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem
significação e ideologias.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Utilizar diferentes linguagens (artísticas, cor-
porais e verbais) para exercer, com autonomia
e colaboração, protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa,
ética e solidária, defendendo pontos de vista
que respeitem o outro e promovam os Direitos
Humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável, em âmbito local, regio-
nal e global.
HABILIDADES
EM13LGG301 Participar de processos de produção individual
e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corpo-
rais e verbais), levando em conta seus funcionamentos,
para produzir sentidos em diferentes contextos.
EM13LGG302 Posicionar-se criticamente diante de diversas
visões de mundo presentes nos discursos em diferentes
linguagens, levando em conta seus contextos de produção
e de circulação.
EM13LGG303 Debater questões polêmicas de relevância
social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para
formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de
perspectivas distintas.
EM13LGG305 Mapear e criar, por meio de práticas de lingua-
gem, possibilidades de atuação social, política, artística e
cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutin-
do princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica,
criativa, solidária e ética.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5
Compreender os processos de produção e ne-
gociação de sentidos nas práticas corporais,
reconhecendo-as e vivenciando-as como for-
mas de expressão de valores e identidades,
em uma perspectiva democrática e de respeito
à diversidade.
HABILIDADES
EM13LGG502 Analisar criticamente preconceitos, estereóti-
pos e relações de poder subjacentes presentes nas práticas
corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer
manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos
e valores democráticos.
CADERNO
BNCC
13
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
Apreciar esteticamente as mais diversas pro-
duções artísticas e culturais, considerando
suas características locais, regionais e glo-
bais, e mobilizar seus conhecimentos sobre
as linguagens artísticas para dar significado e
(re)construir produções autorais individuais e
coletivas, exercendo protagonismo de maneira
crítica e criativa, com respeito à diversidade de
saberes, identidades e culturas.
HABILIDADES
EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes
tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como
os processos de legitimação das manifestações artísticas na
sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.
EM13LGG603 Expressar-se e atuar em processos de criação au-
torais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas
(artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas inter-
secçõesentreelas,recorrendoareferênciasestéticaseculturais,
conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, so-
ciais e políticos) e experiências individuais e coletivas.
EM13LGG604 Relacionar as práticas artísticas às diferentes di-
mensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica
eidentificaroprocessodeconstruçãohistóricadessaspráticas.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 7
Mobilizar práticas de linguagem no universo di-
gital, considerando as dimensões técnicas, crí-
ticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir
as formas de produzir sentidos, de engajar-se
empráticasautoraisecoletivas,edeaprendera
aprender nos campos da ciência, cultura, traba-
lho, informação e vida pessoal e coletiva.
HABILIDADES
EM13LGG702Avaliaroimpactodastecnologiasdigitaisdainforma-
ção e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas prá-
ticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de se-
leção,compreensãoeproduçãodediscursosemambientedigital.
EM13LGG703 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramen-
tas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e
projetos autorais em ambientes digitais.
Competências específicas e habilidades de
Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Utilizar estratégias, conceitos e procedi-
mentos matemáticos para interpretar situa-
ções em diversos contextos, sejam ativida-
des cotidianas, sejam fatos das Ciências da
Natureza e Humanas, das questões socioe-
conômicas ou tecnológicas, divulgados por
diferentes meios, de modo a contribuir para
uma formação geral.
HABILIDADES
EM13MAT101 Interpretar criticamente situações econômicas,
sociais e fatos relativos às Ciências da Natureza que envolvam
a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções
representadas e das taxas de variação, com ou sem apoio de tec-
nologias digitais.
EM13MAT102 Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesqui-
sas estatísticas apresentadas em relatórios divulgados por dife-
rentes meios de comunicação, identificando, quando for o caso,
inadequações que possam induzir a erros de interpretação,
como escalas e amostras não apropriadas.
CompetênciasespecíficasehabilidadesdeCiências
da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Investigar situações-problema e avaliar apli-
cações do conhecimento científico e tecnoló-
gico e suas implicações no mundo, utilizando
procedimentos e linguagens próprios das
Ciências da Natureza, para propor soluções
que considerem demandas locais, regionais
e/ou globais, e comunicar suas descobertas e
conclusões a públicos variados, em diversos
contextos e por meio de diferentes mídias e
tecnologias digitais de informação e comuni-
cação (TDIC).
HABILIDADES
EM13CNT301 Construir questões, elaborar hipóteses, previsões
e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar
e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experi-
mentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfren-
tamento de situações-problema sob uma perspectiva científica.
EM13CNT302 Comunicar, para públicos variados, em diversos
contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimen-
tos, elaborando e/ou interpretando gráficos, tabelas, símbolos,
códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de dife-
rentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover deba-
tes em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevân-
cia sociocultural e ambiental.
14
SUMÁRIO
Caderno BNCC 6
Capítulo 1
Ciência, cultura e identidade .................. 18
O ser humano e suas características.................................... 19
Processos da consciência e do conhecimento .................................. 21
Linguagens e narrativas....................................................................... 22
A cidade e o logos: a origem da Filosofia............................. 30
Opiniões e o saber racional................................................................... 32
Procedimentos epistemológicos........................................... 33
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ............................................... 33
Noções sobre cultura................................................................ 35
Natureza e cultura................................................................................. 38
A construção do conceito de cultura................................................... 39
Capítulo 2
Etnia e identidade ................................... 44
O que é etnia e etnocentrismo?............................................. 46
Nós e o outro .......................................................................................... 48
Xenofobia e racismo .............................................................................. 49
Cultura material e imaterial ..................................................... 54
Patrimônio histórico e cultural............................................................. 54
Difusão cultural........................................................................... 55
Diversidade e identidade cultural.......................................... 57
O respeito à diversidade........................................................................ 58
Tradições de povos do Brasil................................................... 59
Moderno e “atrasado”................................................................ 62
Civilização e barbárie ................................................................ 64
Modernidade: evolução e progresso..................................... 69
Charles Darwin e a origem das espécies ............................................ 69
• Prática
Lendo notícias – o trabalho com a checagem
de fatos................................................................................................... 80
Ciência,
cultura e
etnia
1
UNIDA
D
E
16
TierneyMJ/Shutterstock
15
Capítulo 3
Espaço: ref lexões e representações........ 88
Reflexões sobre o espaço........................................................ 89
O que é o espaço?.................................................................................. 89
O que é o espaço geográfico?.............................................................. 92
O espaço está “encolhendo” ou “expandindo”?................................. 94
A revolução técnico-científica no espaço geográfico....... 97
Meio técnico-científico-informacional................................................. 98
Os nós das redes informacionais-globais........................................... 100
Representações do espaço geográfico................................ 104
A representação cartográfica............................................................... 104
Escala cartográfica................................................................................ 108
Projeções cartográficas........................................................................ 110
Um mundo, diversas visões.................................................... 114
Capítulo 4
Ref lexões sobre o tempo......................... 122
Vários viajantes no passado e no presente........................ 123
Permanências e mudanças: tempo e história.................... 124
A História dos historiadores e o tempo ................................ 127
A produção do saber histórico................................................ 130
Fontes históricas ................................................................................... 131
O trabalho do historiador com as fontes históricas........................... 132
As múltiplas formas de exercitar o poder............................ 134
Formas de marcar o tempo...................................................... 136
Tempo geológico .................................................................................... 136
Tempo histórico...................................................................................... 137
Os calendários............................................................................. 143
Tempo e espaço: duas dimensões da história ................................... 144
Divisão de tempo e poder ........................................................ 145
• Prática
Procedimentos para uma revisão bibliográfica.................... 152
Referências bibliográficas 158
Espaço e
tempo
2
UNIDA
D
E
86
Paramount/Warner
Brothers/Kobal/Shutterstock
Ciência,
cultura e
etnia
Contexto
1
UNIDA
D
E
Com a web, todo saber, toda informação possível, mesmo a menos pertinente, está lá,
à nossa disposição. Então pergunta­se: quem filtra? [...] Ora, a incapacidade de filtrar é a
impossibilidade de discriminar. [...] Ampliamos nossa capacidade de estocagem da memó­
ria, mas não encontramos ainda o novo parâmetro de filtragem.
ECO, Umberto. Para todos os fins úteis. [Entrevista cedida a]
Catherine David, Frédéric Lenoir e Jean­Philippe Tonnac. Entrevistas sobre o fim dos tempos.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 189­190.
Pelo fato de a quantidade de informações disponibilizadas na web ser tão variada quanto
a qualidade dessa informação, o filósofo e escritor Umberto Eco (1932-2016) comparou
a internet a um “imenso Funes”, referindo-se a Irineu Funes, personagem de um conto do
escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), que possuía uma memória implacável, mas
não conseguia elaborar pensamentos originais. Segundo Borges, Funes era assim por não
conseguir pensar e pensar “é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair”.
Para não sermos como Irineu Funes ao lidar com a internet, o primeiro passo é filtrar
seus conteúdos. Dessa forma, escapamos das armadilhas criadas pelas fake news (do
inglês, “notícias falsas”). Pensar em critérios de filtragem não é o mesmo que censurar
arbitrariamente (restringir ou proibir a circulação de ideias), atitude incompatível com as
sociedades democráticas.
Os parâmetros de filtragem são, de fato, critérios de pesquisa. Para isso, precisamos
desenvolver operações que são próprias das Ciências Humanas e de outras áreas do
conhecimento.
Vivemos em um mundo repleto de notícias, opiniões, informações variadas e, por vezes,
contraditórias. Em uma roda de amigos ou reunião da escola, quais seriam as respostas,
as opiniões iniciais e os argumentos mais frequentes sobre as questões abaixo? Depois da
conversa, registrem por escrito, no caderno, as respostas do grupo.
1. É possível afirmar que opiniões pessoais independem do conhecimento produzido pelas
ciências?
2. Com base em pesquisas (em livros, sites, etc.), cite exemplos comparativos divergentes
entre opiniões e conhecimentos advindos da ciência. Veja respostas e orientações no
Manual do Professor.
ESTE TEMA SERÁ
RETOMADO NA
SEÇÃO PRÁTICA
NÃO ESCREVA NO LIVRO
16
TierneyMJ/Shutterstock
17
A curiosidade é uma característica fundamental do
ser humano. Ela nos motiva a fazer perguntas e a buscar
respostas que podem ser baseadas em pesquisas cien-
tíficas, saberes acumulados, experiências de vida ou em
crenças e opiniões.
Neste capítulo estudaremos as características hu-
manas que estimulam a nossa consciência e o desen-
volvimento de filosofias, religiões, artes, ciências, etc.
Diante da atual disponibilidade de conteúdos, res-
pondam:
• Como avaliar a qualidade dos conteúdos disponíveis
nainternetenosdemaismeiosdecomunicação?
Veja respostas e orientações no
Manual do Professor.
Contexto
Ciência, cultura
e identidade
1
OBJETIVOS
• Reconhecer as características do ser humano.
• Conhecer processos da consciência e do conhecimento.
• Conhecer e utilizar linguagens e narrativas.
• Situar a origem da Filosofia na Grécia antiga.
• Distinguir a mera opinião do saber cientificamente
construído.
• Conhecer a área de Ciências Humanas e ter noção de
sua fundamentação teórica.
• Compreender o conceito de cultura.
• Conhecer diversas concepções do termo cultura.
JUSTIFICATIVA
O conceito de cultura é estruturante para as reflexões
sobre as relações entre indivíduo e sociedade, bem como
as cooperações e os conflitos entre povos e sociedades
em diferentes contextos espaciais e temporais. Estudá-lo
possibilita conhecer as características dos seres humanos
e perceber o que nos diferencia de outros animais. Para
isso, é importante desvendar os processos da consciência
e da produção de conhecimento e compreender narrativas
que permitem que nos conheçamos melhor. Além disso, é
fundamental inteirar-se dos objetos de pesquisa e saber
como são produzidos os estudos e as análises da área de
Ciências Humanas para aprofundar as leituras de mundo e
a criticidade. Assim, os estudantes podem avaliar melhor
os discursos aos quais estão sujeitos, discriminar os
argumentos calcados em fatos, sua coerência e identificar
opiniões não fundamentadas em evidências científicas.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
• Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2,
CG3, CG4, CG5, CG6, CG7, CG8 e CG9.
• CompetênciasehabilidadesespecíficasdeCiências
HumanaseSociaisAplicadas:Competência1:
EM13CHS101,EM13CHS102,EM13CHS103,EM13CHS104,
EM13CHS105,EM13CHS106;Competência2:
EM13CHS203;Competência5:EM13CHS501.
• Competências e habilidades específicas de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias: Competência 2:
EM13CNT201, EM13CNT208; Competência 3:
EM13CNT304.
• Competências e habilidades específicas de
Linguagens e suas Tecnologias: Competência
1: EM13LGG101, EM13LGG102; Competência 2:
EM13LGG202; Competência 3: EM13LGG303;
Competência 6: EM13LGG604; Competência 7:
EM13LGG702, EM13LGG704.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
Cidadania e Civismo
• Vida Familiar e Social
• Educação em Direitos Humanos
C
A
P
Í
T
U
L
O
C
A
P
Í
T
U
L
O
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Desde jovens, nossa curiosidade pode despertar a consciência
sobre nós mesmos e o mundo. A internet pode prestar serviço a
essa curiosidade intelectual, mas precisamos aprender a utilizá-la
de forma crítica, ética e reflexiva, tanto para discriminar fontes de
informações confiáveis quanto para decidir o que, mesmo sendo
verdade, devemos ou não disseminar pelas redes de comunicação.
Prostock-studio/Shutterstock
18
O ser humano e suas
características
Fazemos parte de uma espécie constituída de 7,7 bilhões de indivíduos,
segundo a publicação World Population Prospects 2019, da Organização das
Nações Unidas (ONU).
Demógrafos históricos estimam que, no ano 1 da Era Cristã, a população
mundial era de cerca de 170 milhões de pessoas. Até 2019, nossa espécie
se multiplicou mais de 45 vezes, um crescimento que se acelerou a partir de
1800, com os avanços de inúmeras conquistas, especialmente do conheci-
mento científico.
Por suas imensas realizações, os seres humanos são singulares entre os
mamíferos. Pertencemos à espécie Homo sapiens, expressão latina que se
refere ao “gênero humano que detém saber, conhecimento”. Cientistas apon-
tam três características que nos distinguem de outros animais:
• Posição ereta permanente: Contrariando a regra da posição horizontal,
típica dos quadrúpedes, os humanos são verticais. Em outras palavras,
são bípedes, locomovendo-se com os membros inferiores.
• Liberação das mãos: Andando em pé, os humanos liberaram as mãos
(membros superiores) para explorar o ambiente e realizar tarefas do seu
interesse. Assim, a mão foi adquirindo precisão motora e o dedo polegar,
em posição oposta aos demais dedos, tornou-se valioso para tarefas que
exigem precisão, como segurar uma agulha ou um bisturi.
• Desenvolvimento do cérebro: Entre todos os animais, os humanos são os
que têm o cérebro mais complexo, apresentando três vezes mais células
do que o cérebro do primata mais desenvolvido. Segundo a neurocientista
brasileira Suzana Herculano-Houzel (1972-), nosso cérebro possui cerca
de 86 bilhões de neurônios. Outros pesquisadores relativizam esse núme-
ro, apontando que são necessárias mais pesquisas entre diferentes po-
pulações e faixas etárias para sua confirmação. De qualquer modo, serve
para traçarmos uma comparação em sentido
amplo com o cérebro de outros animais. O cére-
bro do gorila, por exemplo, tem aproximadamen-
te metade dos neurônios do cérebro humano.
HERCULANO-HOUZEL,
Suzana. A vantagem
humana: como nosso
cérebro se tornou
superpoderoso. São Paulo:
Companhia das Letras, 2017.
Demógrafo: pesquisador que
se dedica aos estudos dos
fenômenos populacionais.
Cena do filme A guerra do
fogo, de 1981, uma obra
épica, ambientada no período
paleolítico, que explora a
relação do ser humano com o
sobrenatural e o conhecimento.
A guerra do fogo.
Direção: Jean-Jacques
Annaud. França/
Canadá, 1981, 101 min.
Há milhares de anos,
dois grupos humanos
relacionam-se de
modo diferente com
o fogo: enquanto um
o cultua como algo
sobrenatural, o outro
consegue dominar sua
técnica.
Evolução humana –
USP Talks. Disponível
em: www.youtube.
com/watch?v=qpnnw2
3jDT4&feature=youtu.
be. Acesso em: 24 mar.
2020.
Debate sobre a
evolução da espécie
humana entre os
professores Walter
Neves e Nelio Bizzo,
ambos da Universidade
de São Paulo (USP).
Saber
Collection
Christophel/AFP
Collection
Christophel/AFP
Reprodução/USP
Talks
19
Essas características formam um sistema in-
terligando corpo e mente. Essa interligação contri-
buiuparaodesenvolvimentodeumatributofunda-
mental da nossa espécie: a consciência reflexiva,
que nos torna capazes de saber que sabemos. Por
intermédio da linguagem, que provavelmente se
desenvolveu no Paleolítico Médio, adquirimos a
aptidão de comunicar saberes sobre coisas con-
cretas e imaginadas, bem como de refletir sobre o
passado e o presente e projetar o futuro.
Somente os seres humanos detêm saber? É
claro que não. Constatamos isso observando o
comportamento de diversos animais, como chim-
panzés, leões e pássaros. Em múltiplos aspectos
do seu comportamento, esses animais demons-
tram organização em grupo; eficientes ações conjuntas de caça e coleta; si-
nais de comunicação indicando perigo, etc. Isso, de forma bem geral, traduz
um saber, ainda que seja uma inclinação inata, não proveniente de um com-
portamento adquirido.
A diferença humana, decorrente da consciência reflexiva, é que acumu-
lamos conhecimentos e os transmitimos de geração em geração por meio
de uma linguagem sofisticada. O desenvolvimento dessa linguagem ocorreu,
provavelmente, entre 70 mil e 80 mil anos antes do presente. Trata-se de um
processo gradual que pode ser chamado de revolução cognitiva.
A linguagem humana existe e, portanto, faz parte da realidade. Sua singula-
ridadeconsisteemservirdeinstrumentoparaexpressãodeoutrasrealidades,
materiais ou imateriais. Isso significa que, além de se referir a coisas concre-
tas, tangíveis, a linguagem se refere a coisas abstratas, intangíveis.
Para o historiador israelense Yuval Harari (1976-), essas criações cole-
tivas promovem uma liga social, uma espécie de “cola” entre as pessoas. O
mundo ficcional (abstrato) e o mundo não ficcional (concreto) são realida-
des diferentes, mas um influencia o outro. Uma ideia pode levar à construção
de um objeto concreto, e as coisas concretas podem levar à concepção de
uma ideia.
Representação gráfica, sem escala, de neurônios, que são
células do sistema nervoso responsáveis por transmitir
impulsos ao cérebro. Os neurônios comunicam-se por meio de
sinapses, que transmitem impulsos nervosos entre as células.
Paleolítico
Das várias divisões em períodos mais remotos de nossas origens, há uma convenção
entre alguns historiadores para se referir como Paleolítico ao primeiro período histórico
dos humanos. Tradicionalmente, o Paleolítico pode ser dividido em três grandes
momentos:
Paleolítico Inferior: inicia-se com o aparecimento dos primeiros hominídeos e
estende-se até aproximadamente 200 mil anos antes do presente (AP);
Paleolítico Médio: estende-se de 200 mil AP até 40 mil ou 30 mil AP;
Paleolítico Superior: estende-se de 40 mil ou 30 mil AP até 12 mil a 8 mil AP.
Conceitos 1. O que você já
aprendeu no convívio
com pessoas de
outras idades? Quem
eram elas?
2. Alguma história
ficcional já influenciou
sua vida? Qual?
Compartilhe essa
experiência com os
colegas.
Conversa
Fedorov
Oleksiy/Shutterstock
20
Processos da consciência e do conhecimento
A consciência humana é um espaço aberto para a aquisição de novos co-
nhecimentos. Em outras palavras, nossa consciência é dinâmica, ampliando-
-se em busca de respostas às constantes indagações que fazemos sobre as
situações-problema com as quais nos deparamos. No entanto, os problemas
e suas eventuais soluções dependem dos valores vigentes em cada cultura.
Ao longo da história, vários caminhos foram seguidos na ampliação dinâ-
mica da consciência. Em meio a essa pluralidade, é possível distinguir dois
grandes processos:
• A interioridade: desenvolve a conexão da consciência e da linguagem
consigo mesmo, com nossa maneira de estar no mundo, com nossos
propósitos mais imediatos. Essa dimensão da interioridade contribui
para a percepção do que somos e a construção da nossa identidade. A
partir desse autoconhecimento, podemos argumentar e construir sen-
sos e consensos.
• A exterioridade: desenvolve a conexão com os outros e o mundo mais
amplo à nossa volta. Essa dimensão contribui para o convívio plural com
a alteridade (do latim alter, que significa “outro”). Assim, podemos nos
sintonizar com as realidades para além de nós mesmos e nos relacionar
com elas. Essa consciência exterior está relacionada com a escuta social,
a empatia (compreensão da realidade alheia) e a construção de projetos
em comunhão com os outros.
Esses dois processos da consciência são complementares, isto é, preci-
sam se desenvolver harmoniosamente. Do contrário, haverá uma deforma-
ção da consciência. Assim, por exemplo, um foco unilateral centrado em si
mesmo conduz os indivíduos a construir relações pouco afetivas com o ou-
tro, tornando-se ególatras, podendo levá-los ao isolamento, ou ainda a outros
transtornos psíquicos, como ao narcisismo. De outro lado, o foco centrado
exclusivamente nos outros produz alienação (alheamento), massificação,
moral de “rebanho”.
Uma consciência voltada para a interioridade caracteriza pessoas mais
introvertidas, ao passo que uma consciência voltada para a exterioridade
caracteriza pessoas mais extrovertidas. Essas expressões, introvertidas e
extrovertidas, foram criadas pelo psiquiatra suíço
Carl Gustav Jung (1875-1961) para caracterizar
tipos psicológicos básicos.
Jovens praticam meditação
em sala de aula. A meditação
é um exercício de reflexão
interior que auxilia na
concentração e no alívio do
estresse.
kristian sekulic/E+/Getty Images
JUNG, Carl Gustav. Tipos
Psicológicos. Tradução:
Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 1971.
Narcisismo
Na mitologia grega, Narciso foi um belo jovem que se apaixonou pela própria imagem refletida na superfície da água.
Esse mito foi estudado por Sigmund Freud (1856-1939), que lhe conferiu um conceito próprio na teoria psicanalítica.
Freud aplicou o termo narcisismo a transtornos psíquicos em que a pessoa concentra muita energia no próprio “eu”,
deixando de investir na compreensão dos outros sujeitos e objetos da realidade.
Conceitos
1. Você se considera
uma pessoa mais
introvertida ou
extrovertida? Explique
por quê.
2. Há profissões mais
adequadas às pessoas
introvertidas? Há
trabalhos voltados
para pessoas mais
extrovertidas?
Justifiquesuaresposta
com exemplos da sua
realidade.
Conversa
21
Linguagens e narrativas
Janela da alma.
Direção: João Jardim e
Walter Carvalho. Brasil,
2001, 73 min.
Noventa pessoas com
problemas de visão
discutem o modo
como elas veem a si
mesmas, as outras
pessoas e o mundo ao
seu redor.
Saber
1. Com qual tipo de linguagem você mais interage no seu dia a dia: musical,
audiovisual, televisiva, jornalística, de podcasts, cinematográfica?
2. Comente com os colegas quais são os principais meios (redes sociais, e-mail,
bate-papos, brincadeiras, jogos, etc.) que você utiliza para se relacionar com os
outros.
3. Como você se relaciona consigo mesmo?
4. Você consegue descrever as principais características de sua personalidade?
Conversa
Uma pessoa pode, por meio da consciência reflexiva e da linguagem, acu-
mular saberes do seu grupo. Graças à comunicação entre os membros de
uma sociedade, os conhecimentos de cada pessoa foram se integrando ao
patrimônio coletivo, tornando-se disponíveis ao grupo social. Essa comuni-
cação teve como principais marcos a manifestação dos gestos, o desenvol-
vimento da fala e, bem posteriormente, a invenção da escrita.
A linguagem verbal contribuiu de forma decisiva para que os saberes e as
práticas de uma pessoa se integrassem a uma consciência coletiva. De fato,
há uma interação recíproca entre essas duas dimensões da consciência, a
individual e a coletiva. Foi desse modo que sucessivas gerações humanas
não precisaram reinventar todas as soluções já desenvolvidas anteriormen-
te pelos seus antepassados. Cada nova geração pôde assimilar e adaptar os
conhecimentos das gerações anteriores, ficando com tempo disponível para
realizar novas conquistas que respondessem aos problemas e desafios do
seu momento histórico.
A linguagem é o grande instrumento dessa interação social. A todo ins-
tante, utilizamos diferentes linguagens para desenvolver narrativas sobre os
outros, o mundo e nós mesmos.
Rawpixel.com/Shutterstock
Reprodu•‹o/Copacabana
Filmes
22
DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• O texto abaixo foi adaptado da introdução do livro Então você pensa que é humano? Uma bre-
ve história da humanidade, escrito pelo historiador britânico Felipe Fernández-Armesto (1950-).
Leia-o tendo em mente o que você viu sobre os critérios usados para distinguir o ser humano das
demais espécies animais.
Durante os últimos trinta ou quarenta anos, temos investido muitos pensamentos, emoções, ri­
quezas e sangue no que chamamos valores humanos, direitos humanos, a defesa da dignidade hu­
mana e da vida humana. Ao longo do mesmo período, silenciosa, mas devastadoramente, a ciência e
a filosofia se combinaram para solapar o nosso conceito tradicional de humanidade. Consequente­
mente, a coerência de nosso entendimento do que significa ser humano está agora em discussão. [...]
O desafio tem vindo de seis fontes principais. Primeiro, a primatologia tem acumulado exemplos
de como nós, humanos, somos semelhantes a outros macacos. É difícil encontrar hoje em dia qual­
quer capacidade supostamente racional que os primatólogos não digam que está replicada em ou­
tros macacos: uso de linguagem, fabricação de ferramentas, imaginação simbólica, autoconsciên­
cia – imagine qualquer uma, sempre haverá macacos não humanos que a exercem. [...] Estamos no
estágio mais desconcertante de uma discussão que tem feito furor por séculos sobre as diferenças
entre humanos e outros primatas. [...]
Terceiro, o debate a respeito das implicações morais da nossa autodefinição como humanos tem
se tornado inseparável de uma questão da paleoantropologia: até que ponto remoto no passado
evolutivo podemos distinguir os humanos de outros seres. Em todo caso, a paleoantropologia vem
esvaziando os limites tradicionais do gênero Homo. Já não parece haver nada especialmente defini­
dor sobre os espécimes que classificamos como no mesmo gênero a que pertencemos, em relação
àqueles que relegamos aos reinos dos australopitecos “semelhantes ao macaco”. Ora, quando olha­
mos para trás no registro fóssil, vemos características que outrora se imaginava serem definidora­
mente humanas – como bipedismo, cérebro grande, uso de ferramentas, dieta onívora – partilhadas
entre várias espécies, incluindo algumas de fora da nossa linha de descendência. [...]
Quinto, a pesquisa sobre inteligência artificial tem estimulado um repensar filosófico de conceitos
outrora essenciais para a autodefinição humana, como a consciência, a razão, a imaginação e as pai­
xões morais. Assim como o trabalho primatológico e paleoantropológico nos convence de que essas
qualidades evoluíram e poderiam novamente evoluir em outras espécies que não a nossa, a busca da
inteligência artificial propõe a especulação de que outros seres, de nossa própria criação, poderiam
ter todas as qualidades que nos tornam humanos [...]. Poderíamos partilhar nosso mundo com hu­
manos que têm criadores humanos, em vez de progenitores humanos. Talvez nunca aconteça, mas
essa ideia pode nos estimular ou conduzir, pelo pânico, a repensar a natureza da humanidade antes
que isso ocorra.
FERNÁNDEZ­ARMESTO, Felipe. Então você pensa que é humano? Uma breve história da humanidade.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 9­13.
a)De acordo com Felipe Fernández-Armesto, o conceito de humanidade vem sendo questionado por
seis diferentes fatores, que ele enumera em seu livro. Na reprodução do trecho acima, apenas três
desses fatores foram selecionados. Identifique-os e liste-os no caderno.
b)Volte ao texto didático e releia o item “O ser humano e suas características”. Qual é a característica
humana definidora da nossa espécie?
c)No seu entendimento, a definição de humano que você estudou neste capítulo pode passar por
modificações em função dos fatores anunciados por Fernández-Armesto? Justifique.
Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
23
Mitologias
O termo mitologia tem muitos significados.
Aqui, vamos utilizá-lo para se referir a narra-
tivas pertencentes à tradição cultural de um
povo que, de forma simbólica, expressa situa-
ções sobre as origens, aventuras e façanhas
de seres sobrenaturais (deuses, heróis, etc.).
Essas narrativas foram fundamentais para atri-
buir sentido à vida humana.
Os mitos foram uma das primeiras interpreta-
ções elaboradas sobre o mundo e a sociedade. Em
tempos remotos, diante de forças desconhecidas
e, às vezes, ameaçadoras, nossos ancestrais re-
correram à divinização da natureza. Assim, relâm-
pagos, tempestades, enchentes e os mais diver-
sos fenômenos naturais foram vistos como forças
e obras de deuses.
As principais personagens míticas não são
seres humanos, e sim deuses e heróis. Para in-
tervir nos desígnios divinos, as pessoas busca-
ram relacionar-se com os deuses, criando ritos e
lugares sagrados.
A seguir, leia um exemplo de mito grego.
No início de tudo, o que primeiro existiu foi Abismo: os gregos dizem
Kháos. O que é Caos? É um vazio escuro onde não se distingue nada. Es­
paço de queda, vertigem e confusão, sem fim, sem fundo. [...] Portanto, na
origem há apenas esse Caos, abismo cego, noturno, ilimitado.
Depois apareceu a Terra. Os gregos dizem Gaîa, Gaia. Foi no próprio seio
do Caos que surgiu a Terra. [...] Na Terra tudo é desenhado, tudo é visível
e sólido. É possível definir Gaia como o lugar onde os deuses, os homens e
os bichos podem andar com segurança. Ela é o chão do mundo. [...]
Gaia é a mãe universal. Florestas, montanhas, grutas subterrâneas, on­
das do mar, vasto céu, é sempre de Gaia, a Mãe­Terra, que eles nascem. [...]
VERNANT, Jean­Pierre. O Universo, os deuses, os homens.
São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 17­20.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Narciso, de Caravaggio (1571-1610), 1597-1599. Óleo sobre tela,
113,3 cm 3 94 cm. Por meio de efeitos de luz e sombra, o pintor
confere uma atmosfera de introspecção ao personagem mítico.
SegundootextodohistoriadoreantropólogofrancêsJean-PierreVernant(1914-2007):
1. O que podemos entender por Caos? Qual é o sentido atual atribuído a essa
palavra?
2. O que podemos entender por Gaia, a Mãe-Terra? Comente.
3. Pesquise outros mitos de origem do mundo e da humanidade para apresentar
aos colegas.Veja respostas e orientações no Manual do Professor.
Interpretar
Reprodução/Galeria
Nacional
de
Arte
Antiga,
Roma,
Itália.
24
Artes
As artes são linguagens que utilizam variados
meios de expressão, como sons, imagens, mo-
vimentos, palavras, etc. Essas linguagens, inti-
mamente ligadas ao sentimento humano, estão
presentes nas mais diversas sociedades. Como
as artes são diversificadas, é difícil conceituá-las.
De modo geral, as linguagens artísticas criam nar-
rativas quando, por meio de palavras ou imagens,
expressam acontecimentos, reais ou ficcionais.
Segundo a filósofa e educadora estadunidense
Susanne Langer (1895-1985), as artes são prá-
ticas voltadas para a criação de formas perceptí-
veis expressivas do sentimento humano. Entre as
mais conhecidas expressões artísticas podemos
citar: a pintura, a música, a arquitetura, a escultu-
ra, a dança, o teatro, o cinema, etc. Vejamos nesta
página alguns exemplos.
LANGER, Susanne K. Ensaios
filosóficos. São Paulo: Cultrix,
1981. p. 82 e 87.
Vista interna da Catedral de Brasília (DF), projetada pelo
arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012). Os
vitrais permitem a entrada de luz natural e os pilares de
concreto elevam-se ao céu, transmitindo sensação de
leveza. Foto de 2020.
Abaporu, pintura a óleo da artista brasileira Tarsila do Amaral
(1886-1973), 1928, umas das principais obras do movimento
modernista brasileiro. O personagem representado seria um
indígena brasileiro sentado ao lado de um cacto sob o sol. As
cores da pintura remetem à bandeira nacional. Museu de Arte
Latino-Americana, Buenos Aires, Argentina.
Erika Alves/Fotoarena
Museu
de
Arte
Latinoamericano
de
Buenos
Aires,
Fundação
Costantini,
Buenos
Aires,
Argentina/©
Tarsila
do
Amaral
Empreendimentos
25
Religiões
As religiões expressam, por meio de narrativas, comportamentos e senti-
mentos, a crença em um poder transcendental, juntamente com liturgias que
buscam estabelecer sintonia com esse poder divino. A palavra religião vem
do latim religio, que, provavelmente, deriva de re + ligare, indicando a ação de
ligar novamente, reestabelecer vínculos que promovam a salvação. Nesse
sentido, afirmou o filósofo francês Luc Ferry (1951-):
O que desejamos, de fato, acima de tudo? Não queremos ficar sozinhos,
queremos ser compreendidos, amados, não queremos ficar separados dos
próximos, em resumo, não queremos morrer, nem que eles morram. Ora,
a existência real, um dia ou outro, frustra todas essas expectativas. É, pois,
na confiança em um Deus que alguns procuram a salvação, e as religiões
nos asseguram que eles conseguirão.
FERRY, Luc. Aprender a viver. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 21.
De certo modo, as religiões têm em comum com as mitologias as cren-
ças que envolvem o sobrenatural. No entanto, as religiões, por meio da fé no
poder transcendental, estabeleceram-se como instituições sociais, reunindo
sacerdotes ou pastores (condutores da celebração religiosa), construindo
templos e arrebanhando muitos fiéis ou seguidores.
Alguns estudiosos defendem que as religiões politeístas surgiram da vul-
nerabilidade humana diante das forças poderosas da natureza (vento, raio,
trovão, água, sol, lua, etc.). Por meio do animismo (do latim anima, “alma”),
tais forças naturais foram reverenciadas como deuses.
Já as religiões monoteístas derivam de uma revelação anunciada, por
exemplo, por um personagem histórico, como o profeta Maomé (571-632),
fundador do islamismo no século VII. No caso de Jesus Cristo, essa revelação
foi apresentada pelo cristianismo como advinda do próprio Deus encarnado
na figura humana.
Em termos sociológicos, as religiões são instituições fundamentais na
história das sociedades. Elas inspiraram e direcionaram a conduta de pesso-
as e grupos sociais, tanto na esfera privada quanto na vida pública.
Nas religiões prevalecem dois
mundos: um terreno e imperfeito; e
outro sobrenatural e eterno. A cren-
ça religiosa está ligada aos limites
da vida real, à nossa fragilidade, à
inevitabilidade da morte e à incom-
pletude da experiência humana.
O povo enawenê-nawê vive em uma única
aldeia no vale do rio Juruena, noroeste de Mato
Grosso. Todo ano, durante o período da seca,
eles fazem o ritual yãkwa, destinado aos seres
subterrâneos – iakayreti – e celestes – enore
nawe, quando cantam, dançam e lhes oferecem
comida, sobretudo peixe e mandioca, para
manter a ordem cósmica e social. Foto de 2018.
Sergio
Ranalli/Pulsar
Imagens
26
Daí se dizer que a religião, assim como a ciência e a filosofia, teria como
ponto de partida as interrogações: “quem somos”, “de onde viemos” e “para
onde vamos”. Na religião, os desafios da existên-
cia procuram respostas na fé em Deus ou em ou-
tras divindades. O princípio da fé consiste em “crer
para compreender”. Já a ciência, em geral, procura
“compreender para crer”, o que exige a mobiliza-
çãodeváriospesquisadoresetempoinvestidoem
pesquisa, muito diferente da representação este-
reotipada do cientista como uma pessoa que tem
umagrandeideiaouqueosabercientíficoédesco-
berto num instante, e não ao longo do tempo.
1. Responda com
base no art.
5o
, inciso II, da
Constituição
federal: Você
é obrigado
juridicamente a
cumprir qualquer
regra que contraria
as leis?
2. Explique, com base
nos incisos VI e
VIII do art. 5o
, por
que a Constituição
federal assegura
tanto a liberdade
de crença religiosa
quanto a liberdade
daqueles que não
têm religião.
Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
Interpretar
NÃO ESCREVA NO LIVRO
A seguir, leia trechos da Constituição federal relacionados à liberdade de
consciência e de crença:
Art. 5o
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu­
reza, garantindo­se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: [...]
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se­
não em virtude de lei; [...]
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegu­
rado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; [...]
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir­se
de obrigação legal a todos imposta e recusar­se a cumprir prestação alter­
nativa, fixada em lei [...].
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 abr. 2020.
A religiosidade brasileira manifesta-se por meio de vários credos, como catolicismo,
protestantismo, candomblé, etc. Às vezes, elementos de um desses credos mesclam-se a
outros em um fenômeno conhecido como sincretismo religioso. Nas imagens acima vemos
uma missa realizada no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de
Aparecida (SP), em 2018; a lavagem das escadarias da Basílica do Bonfim, em Salvador (BA),
em 2020; um culto protestante realizado na cidade de Franco da Rocha (SP), em 2017.
Adriano
Vizoni/Folhapress
Joilson
César/Ag
Haack/Futura
Press
Bruno
Castilho/Futura
Press
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  • 2.
  • 3. MANUAL DO PROFESSOR Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ENSINO MÉDIO Cláudio Vicentino Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) Professor de História no Ensino Médio e em cursos pré-vestibulares. Autor de obras didáticas e paradidáticas para Ensino Fundamental e Ensino Médio Eduardo Campos Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) CoordenadoreducacionalepedagógicodoEnsinoFundamental(anosfinais) e do Ensino Médio. Professor na Educação Básica e no Ensino Superior Eustáquio de Sene Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Mestre e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP) Professor de Geografia do Ensino Médio na rede pública e em escolas parti- culares. Professor de Metodologia do Ensino de Geografia na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo por 5 anos 1a edição, São Paulo, 2020 em Ci•ncias Humanas
  • 4. 2 Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Gestão de área: Brunna Paulussi Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa Edição: Izabel Perez, Tami Buzaite e Wellington Santos Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez e Sueli Bossi Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.), Keila Grandis (edição de arte), Arte Ação (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), Mariana Sampaio e Tempo Composto (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Ilustrações: Fórmula Produções e Mario Kanno Cartografia: Mouses Sagiorato, Ericson Guilherme Luciano e Vespúcio Cartografia Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor) Foto de capa: Patrik Giardino/Stone/Getty Images Todos os direitos reservados por Editora Ática S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 720003 CAE 729781 (AL) / 729782 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento
  • 5. 3 Apresentação Caro(a) estudante, Neste volume priorizamos o trabalho com alguns dos principais con- ceitos e categorias que compõem a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, assim como procedimentos de estudo, pesquisa e análise. Conceitos como conhecimento científico, cultura, etnia, etnocentris- mo, identidade, xenofobia, racismo, sociedade, modernidade, progresso, meio técnico-científico-informacional, redes, espaço e tempo são abor- dados em diálogo com os tempos atuais. As propostas de atividade são claras e factíveis, adequando-se aos diferentes contextos e favorececendo aprendizagens interdisciplinares, contextualizadas e significativas. Esses conceitos possibilitam o estudo integrado entre as discipli- nas para a compreensão de fatos e fenômenos socioespaciais, assim como para a abordagem da diversidade, identidade, alteridade, técnica e tecnologia, por exemplo. Ao mesmo tempo, são promovidas a compreensão das permanências e mudanças ao longo da história, em diferentes sociedades e lugares, por meio da leitura de textos, de imagens e das paisagens e pelo desenvolvi- mento de atividades que conferem a aplicação desse importante recurso de interpretação à realidade vivida pelos estudantes. Com isso, busca-se valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural. Bom estudo! Os autores.
  • 6. 4 Conheça seu livro Espaço e tempo 2 UNIDA D E No passado distante, era comum que as pessoas passassem a vida toda sem sair de seu lugar de nascimento e tivessem o dia a dia marcado pelo ritmo da natureza. Em 1500, a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral demorou 45 dias para atravessar o oceano Atlântico desde Lisboa (Portugal) até o litoral brasileiro, nos arredores de onde atualmente está Porto Seguro (BA). Nos dias atuais, o mesmo percurso, de avião, é feito em cerca de oito horas. Em 1893, o escritor Júlio Verne (1828-1905) publicou um livro com uma ideia que na época parecia absurda: dar uma volta completa no mundo em oitenta dias. Esse foi um período de inovações e mudanças profundas nas sociedades, e o mundo passou gradativamente do ritmo da natureza para o ritmo das máquinas. Pouco mais de cem anos depois, em 1995, um voo comercial levou 31 horas e 27 minutos para completar essa mesma jornada. O desenvolvimento tecnológico permitiu que nos deslocássemos mais rapidamente pela superfície terrestre, e isso fez com que a nossa percepção do espaço e do tempo mudasse também. Lugares distantes ficaram próximos. Ao acelerarmos as máquinas, aceleramos também várias dimensões da vida. Reúnam-se em grupo e reflitam coletivamente sobre questões espaço-temporais com base nas propostas a seguir. 1. Observem seu cotidiano e apontem possibilidades de mensurar o tempo e o espaço, assim como de situar-se neles. Que tecnologias contribuem para isso? 2. Observem um mapa-múndi político ou consultem um aplicativo de mapas por satélite e localizem as cidades de São Paulo (SP), Pau dos Ferros (RN) e Lisboa (Portugal). Qual cidade está mais perto de São Paulo: Pau dos Ferros ou Lisboa? Expliquem seu raciocínio geográfico. 3. Identifiquem alguns aspectos comportamentais ou sociais do passado que continuam presentes atualmente e outros que não estão mais presentes, pensando em mudanças e permanências. Contexto NÃO ESCREVA NO LIVRO ESSE TEMA SERÁ RETOMADO NA SEÇÃO PRÁTICA 86 As fake news impactam e ameaçam a vida nas co- munidades indígenas e, muitas vezes, essas notícias falsas valem-se de aspectos tradicionais da cultura in- dígena ou distorcem esses aspectos, reforçando este- reótipos negativos para justificar determinadas ações contra demarcação de terras ou políticas de cotas, por exemplo. Leia a seguir o trecho de uma reportagem sobre um encontro de comunicadores indígenas que teve como tema as fake news. Rádio Cipó As fake news foram tema de muitos debates na ofi- cina [realizada em 28 de outubro de 2018], já que os indígenas estão sofrendo ataques por parte de políti- cos e empresários [...]. No noroeste amazônico, as no- tícias falsas são velhas conhecidas que circulam pela chamada “rádio cipó”. São as fofocas que vão de boca em boca e agora de zap em zap, que também iludem, perturbam e causam enorme confusão na opinião pú- blica local. Diante dessa avalanche de notícias falsas, é também papel do comunicador construir narrativas amparadas em fatos bem apurados e comprometidos com a verdade. “Tem empresário e político que espalha a informa- ção que a gente é pobre e que passa fome nas comu- nidades. Eles dizem isso para convencer as pessoas a irem pro garimpo. Dizem que a gente é pobre em cima de solo rico. Mas não é verdade. A gente não vê ninguém passando fome na terra indígena”, comen- tou o comunicador Ray Benjamim, do povo Baniwa, Contexto Etnia e identidade 2 OBJETIVOS • Refletir sobre a relação entre etnia, cultura e diversidade cultural. • Compreender criticamente o etnocentrismo, a xenofobia e o racismo. • Entender a importância do respeito à diversidade cultural. • Conhecer a cultura material e imaterial. • Avaliar as contribuições identitárias indígenas na formação cultural brasileira. • Compreender a oposição entre “moderno” e “atrasado” e seus impactos na vida de comunidades tradicionais. • Conhecer a ideia de “progresso” e os impactos políticos da assimilação desse conceito. • Identificar e criticar visões etnocêntricas. JUSTIFICATIVA O trabalho com os temas propostos no capítulo ressalta a importância do respeito ao outro, às diversas etnias, enfatizando de que forma a alteridade e a compreensão de outras culturas podem minimizar diversos tipos de conflito. Permite também compreender as ideias subjacentes aos conceitos de “modernidade”, “atraso” e “progresso”; permite compreender de forma mais efetiva o etnocentrismo, a xenofobia e o racismo, bem como avaliar como a adoção de tais ideias, que se transformam em argumentos, impactam na vida e nas culturas materiais e imateriais de comunidades tradicionais. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG3, CG4, CG5, CG6, CG7, CG8 e CG9. • Competências e habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1: EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105 e EM13CHS106. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Cidadania e Civismo • Vida Familiar e Social • Educação em Direitos Humanos C A P Í T U L O C A P Í T U L O NÃO ESCREVA NO LIVRO 44 CONEXÕES CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS NÃO ESCREVA NO LIVRO 34 Pesquisa e “fuga de cérebros” [...] Uma pessoa que investiga os processos de transformação, sejam eles sociais, econômi­ cos, humanos ou químicos, e a partir dessa investigação constrói conhecimentos que são essenciais para o desenvolvimento de uma na­ ção. Esta é definição de pesquisador científico, segundo Anna Benite, professora­doutora da Universidade Federal de Goiás, [...] além de in­ tegrante da Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino de Ciências e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). [...] “Nenhuma nação consegue evoluir sem pesquisa científica”, afirma Benite. “Se estamos hoje em uma sociedade tecnológica, isso se deve aos pesquisadores que criam modelos de pesquisa, validam dados e os publicam. Essa sistematização é fundamental para alimentar a produção de conhecimento”. [...] ENTENDA por que a pesquisa científica é importante para a sociedade. Fundação Telefônica, 5 jul. 2019. Disponível em: http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/entenda­por­que­a­pesquisa­cientifica­e­importante­para­a­sociedade/. Acesso em: 29 maio 2020. É possível imaginar a abrangência do desenvolvimento científico – e de seus benefícios – na socie- dade contemporânea. São vacinas, técnicas de plantio, sistemas de transporte, teorias que melhoram a educação, a arqueologia, a economia. No Brasil, a pesquisa científica acontece, majoritariamente, em universidades públicas ou em conse- quência do investimento público (por meio de bolsas de pesquisa) em estudantes e pesquisadores. En- tretanto, temos assistido a uma desvalorização das áreas de pesquisa e a um decréscimo substancial dos valores repassados para a pesquisa científica. Como resultado da redução de investimentos, o país perde capacidade de produção e amplia a exportação de um produto estratégico, de altíssimo valor agregado, que multiplica bilhões de vezes seu valor e que deveria ser mantido em território nacional a todo custo. Somos hoje um importante exportador de cérebros. Por outro lado, nos consolidamos como importador de inovação e conhe­ cimento, versão moderna do processo de stop-and-go do início do século 20 que enfraquece a base industrial, que se torna dependente de produtos tecnológicos desenvolvidos no exterior. A soma dessas variáveis vem gestando um hiato na formação de cientistas, na produção de conhecimento e no desenvolvimento industrial do Brasil que poderá levar 30 anos para ser superado. OLIVEIRA, Riley Rodrigues de. Ao cortar investimentos em ciência, Brasil assassina o futuro. Época Negócios. 20 abr. 2028. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/04/ao­cortar­investimentos­em­ciencia­brasil­assassina­ o­futuro.html. Acesso em: 29 maio 2020. • Combaseemsualeituraenasreflexõesgeradaspeloconteúdotrabalhadonestecapítulo,organi- zeumaformaesquemáticadetransmissãodoquefoitrabalhado.Vocêpodeorganizarumgráfico, umdesenho,umatirinha.Oimportanteéquesejasintéticoeclaro. Alphaspirit/Shutterstock Paramount/Warne r Brothers/Kobal/Sh utterstock A nave espacial Endurance próxima ao buraco negro Gargântua. Cena do filme Interestelar, de 2014, dirigido por Christopher Nolan. Gargântua seria um corpo celeste tão denso, com um campo gravitacional tão forte, que poderia provocar distorções no espaço-tempo. 87 Os comunicadores Ray Baniwa e Janete Ales durante a formação da Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro, realizada em São Gabriel da Cachoeira (AM), em 2018. Essa oficina debateu os impactos das fake news nas comunidades indígenas. Juliana Radler/ISA referindo-se à sua região de origem, o rio Içana (Terra Indígena Alto Rio Negro), onde constantemente há invasão de empresários interessados na extração de ouro e tantalita. O mesmo questionou o jovem comunicador Adilson Joanico, Baniwa, morador da TI Jurubaxi-Téa. “Ainda temos que combater essa grande mentira que dizem por aí, que terra indígena demarcada é como um zoo- lógico para nós, indígenas. Isso é uma imensa mentira, pois é com a terra demarcada que podemos garantir nosso peixe, nossa água limpa e nossas atividades que geram renda”, disse Joanico, que integra o projeto inova- dor de pesca esportiva em Terra Indígena. Justamente por ser protegida e cuidada pelos índios, a região possui os maiores tucunarés da Amazônia, atraindo pescadores de todo o mundo interessados nessa prática esporti- va (pesque e solte). RADLER, Juliana. Comunicadores indígenas contra as fake news. Blog do Rio Negro. Instituto Socioambiental, 9 nov. 2018. Disponível em: https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do- rio-negro/comunicadores-indigenas-contra-as-fake-news. Acesso em: 17 abr. 2020. 1. Por que o modo de vida tradicional dos indígenas e as suas tradições cul- turais são utilizados para sustentar as fake news? 2. Você já viu fake news que estivessem relacionadas com outros modos de vida ou tradições culturais? 45 Com base em todo o conteúdo trabalhado ao longo do capítulo, retome as perguntas do contexto inicial e reveja suas respostas. 1. Quais das afirmações que você fez na ocasião se mantiveram as mesmas? 2. E quais você reformulou? Retome o contexto Linguagens Matemática Ciências da Natureza Ciências Humanas e Sociais Aplicadas imprecisão incoerência irreflexão precisão coerência reflexão saber da opinião (doxa) saber racional (logos) LINGUAGEM concretas mitológicas artísticas religiosas racionais abstratas SER HUMANO posição ereta liberação das mãos consciência reflexiva tem como principais características capaz de expressar coisas que se influenciam mutuamente que pode originar NARRATIVAS, por exemplo, que se interligam da qual decorre a que podem se manifestar pelo constituintes do em geral, caracterizado por em geral, caracterizado por que pode ser ramificado em Mapa conceitual organizado pelos autores. 43 VOCÊ PRECISA SABER NÃO ESCREVA NO LIVRO 43 Seu livro está organizado em duas unidades, divididas em dois capítulos, que tratam de temas atuais e relevantes para a sua formação durante o Ensino Médio. Ao longo dos capítulos e unidades, você encontrará diferentes estruturas que utilizam diversos recursos pensados para auxiliá-lo no processo de aprendizagem. As aberturas de unidades apresentam textos e imagens que sintetizam o tema principal e vão mobilizar os seus conhecimentos sobre o assunto. Nessas aberturas, a seção Contexto traz situações concretas cuja análise exige conteúdos, conceitos e procedimentos de diferentes disciplinas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Essas situações serão retomadas ao longo dos capítulos e estão relacionadas com a seção Prática, que traz uma proposta de trabalho para que você aplique os conhecimentos que são produzidos em sala de aula na comunidade escolar e em seu entorno. As aberturas dos capítulos trazem recursos diversos (fotografias, mapas, gráficos, entrevistas, charges) que sintetizam o conteúdo que será trabalhado, além de propor questionamentos, por meio de uma nova ocorrência da seção Contexto, que vão ajudá-lo a realizar o projeto proposto na seção Prática. Na abertura de cada capítulo, você também encontrará um boxe com os objetivos, a justificativa para o trabalho com os conteúdos propostos e as competências, habilidades e temas contemporâneos transversais mobilizados no capítulo. Em todos os capítulos, você encontrará uma ocorrência da seção Conexões, que trabalha a interdisciplinaridade com componentes curriculares de outras áreas do conhecimento, especialmente as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, bem como com disciplinas que não estão presentes no currículo escolar. Seção que finaliza o trabalho do capítulo e traz propostas de retomada das questões apresentadas na seção Contexto, na abertura do capítulo. Momento que serve de recurso para resumo e sistematização de alguns dos conteúdos trabalhados ao longo dos capítulos. Pode surgir na forma de mapas conceituais, esquemas, fluxogramas ou lista de palavras e pode apresentar atividades que estabeleçam relação dos conteúdos trabalhados com os seus lugares de vivência e as suas experiências pessoais.
  • 7. 5 PRÁTICA COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG4, CG5, CG7 e CG9. • Competências e habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1: EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105 e EM13CHS106. • Competências e habilidades específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competência 7: EM13LGG701, EM13LGG702 e EM13LGG704. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Cidadania e Civismo • Vida Familiar e Social Lendo notícias – o trabalho com a checagem de fatos Para começar Nesta unidade, conhecemos alguns fatores relacionados à disse- minação das fake news, como o seu aspecto cultural, as consequên- cias que elas podem trazer a determinados grupos e a forma como se distanciam do jornalismo, valendo-se do senso comum, o que, muitas vezes, prejudica o funcionamento das sociedades, sobretudo as de- mocráticas. Por definição, as fake news são boatos ou relatos mentirosos, que não possuem qualquer tipo de comprovação. No entanto, são escritas de modo que pareçam notícias verdadeiras e são divulgadas em sites pouco conhecidos ou transmitidas por meio de redes sociais ou apli- cativos de mensagens instantâneas. Por causa desse tipo de divulgação, as fake news circulam de for- ma rápida e, em razão do seu imediatismo e da falta de verificação, elas acabam sendo tomadas por verdadeiras. A grande circulação de fake news tornou necessária a criação de agências de checagem de notícias, especializadas em checar a vera- cidade das notícias veiculadas, principalmente na internet. Algumas dessas agências estão associadas a instituições jornalísticas ou a si- tes da internet. Alguns exemplos dessas agências são Agência Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake, entre outras. Geralmen- te, quando uma fake news envolve instituições particulares, é feita uma nota de retratação ou de esclarecimento, conforme mostra o alerta ao lado. Essa situação ressalta a importância da ciên- cia e dos procedimentos de investigação tanto para quem produz notícias como para quem as lê. Por isso, a checagem de informações, assim como a consulta a fontes confiáveis, são fundamentais para o exercício da cidadania, já que divulgar uma notícia verdadeira implica ter um posicionamento social responsável. Análise das mídias tradicionais (princípios de análise de discurso multimodal) Há muitas ferramentas para analisar uma notícia; uma delas é a análise das mídias tradicionais. Trata-se de um método utilizado para investigar processos, estruturas e funções mercadológicas dos dis- NÃO ESCREVA NO LIVRO Nota de esclarecimento de uma instituição hospitalar sobre uma notícia que vincula ao hospital um médico que não trabalha na instituição. Reprodução/Governo do Estado do Ceará 80 1. (2011) O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Consideran- do o contexto apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode ocasionar a)o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico. b)a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade. c)a problemática social de grande exclusão di- gital a partir da interferência da máquina. d)a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social. e)o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas como lan- ça, máquina e computador. 2. (2019) A lenda diz que, em um belo dia ensolarado, Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pen- sou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã esta- va pendurada na árvore. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das coisas para a terra”. The English Enlightenment, p. 1-3, apud MARTINS, R. A. A maçã de Newton: história, lendas e tolices. In: SILVA, C. C. (org.). Estudos de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo: Livraria da Física, 2006. p. 169 (adaptado). Em contraponto a uma interpretação idealiza- da, o texto aponta para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna: a)Falsificação de teses. b)Negação da observação. c)Proposição de hipóteses. d)Contemplação da natureza. e)Universalização de conclusões. 3. (2018) O filósofo reconhece-se pela posse insepará- vel do gosto da evidência e do sentido da ambi- guidade. Quando se limita a suportar a ambi- guidade, esta se chama equívoco. Sempre acon- teceu que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no poder absoluto. O que caracteriza o filósofo é o mo- vimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por a)reunir os antagonismos das opiniões ao mé- todo dialético. b)ajustar a clareza do conhecimento ao inatis- mo das ideias. c)associar a certeza do intelecto à imutabilida- de da verdade. d)conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. e)compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. Reprodução/Enem, 2011. 42 QUESTÕES DO ENEM NÃO ESCREVA NO LIVRO Nós e o outro Vimos até aqui uma das mais complexas facetas da relação entre o que chamamos de “nós” (aqueles com quem eu me identifico) e o que chama- mos de “outros” (aqueles que são diferentes de mim). No estudo sobre etnia e etnocentrismo deste capítulo, o conceito de alteridade é a condição daquilo que se constitui pelo contraste, a característica daquilo que é diferente. Para a Antropologia, é no reconhecimento da existência do outro que eu me reconheço. O outro é condição necessária para a minha existência no sentido de que existe um “eu” apenas porque existe um “outro”. Quando o indivíduo vê, reconhece e aceita que o outro é diferente, ele caminha para um maior entendimento sobre si próprio. Leia um trecho do texto do missionário e escritor francês Jean de Léry (1536-1613), que esteve no Brasil em 1558, narrando o diálogo que teve com um indígena tupinambá sobre a necessidade de portugueses e franceses ex- traírem pau-brasil das florestas de forma excessiva. Por que vindes vós outros, maírs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a quei- mávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho tupinambá imediatamente: e porventura precisais de muito? — Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais pa- nos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carre- gados. — Ah! Retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi! — Na ver- dade, continuou o velho, […] agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais,e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que, depois de nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso des- cansamos sem maio- res cuidados. LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980. p. 170. Um rei no Xingu. Disponível em: http:// portacurtas.org.br/ filme/?name=um_rei_ no_xingu. Acesso em: 14 abr. 2020. Curta-metragem sobre a visita do rei Leopoldo III, da Bélgica, ao Parque Indígena do Xingu, em 1964. Esse curta levanta reflexões acerca dos contatos e dos confrontos entre diferentes culturas. Saber 1. Por que o indígena tupinambá não entendia a necessidade de extrair tanta madeira das florestas? 2. Que diferença cultural é possível perceber entre o modo de vida europeu e o modo de vida indígena? Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO Reprodução/Superfilmes 48 Processos da consciência e do conhecimento A consciência humana é um espaço aberto para a aquisição de novos co- nhecimentos. Em outras palavras, nossa consciência é dinâmica, ampliando- -se em busca de respostas às constantes indagações que fazemos sobre as situações-problema com as quais nos deparamos. No entanto, os problemas e suas eventuais soluções dependem dos valores vigentes em cada cultura. Ao longo da história, vários caminhos foram seguidos na ampliação dinâ- mica da consciência. Em meio a essa pluralidade, é possível distinguir dois grandes processos: • A interioridade: desenvolve a conexão da consciência e da linguagem consigo mesmo, com nossa maneira de estar no mundo, com nossos propósitos mais imediatos. Essa dimensão da interioridade contribui para a percepção do que somos e a construção da nossa identidade. A partir desse autoconhecimento, podemos argumentar e construir sen- sos e consensos. • A exterioridade: desenvolve a conexão com os outros e o mundo mais amplo à nossa volta. Essa dimensão contribui para o convívio plural com a alteridade (do latim alter, que significa “outro”). Assim, podemos nos sintonizar com as realidades para além de nós mesmos e nos relacionar com elas. Essa consciência exterior está relacionada com a escuta social, a empatia (compreensão da realidade alheia) e a construção de projetos em comunhão com os outros. Esses dois processos da consciência são complementares, isto é, preci- sam se desenvolver harmoniosamente. Do contrário, haverá uma deforma- ção da consciência. Assim, por exemplo, um foco unilateral centrado em si mesmo conduz os indivíduos a construir relações pouco afetivas com o ou- tro, tornando-se ególatras, podendo levá-los ao isolamento, ou ainda a outros transtornos psíquicos, como ao narcisismo. De outro lado, o foco centrado exclusivamente nos outros produz alienação (alheamento), massificação, moral de “rebanho”. Uma consciência voltada para a interioridade caracteriza pessoas mais introvertidas, ao passo que uma consciência voltada para a exterioridade caracteriza pessoas mais extrovertidas. Essas expressões, introvertidas e extrovertidas, foram criadas pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) para caracterizar tipos psicológicos básicos. Jovens praticam meditação em sala de aula. A meditação é um exercício de reflexão interior que auxilia na concentração e no alívio do estresse. kristian sekulic/E+/Getty Images JUNG, Carl Gustav. Tipos Psicológicos. Tradução: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1971. Narcisismo Na mitologia grega, Narciso foi um belo jovem que se apaixonou pela própria imagem refletida na superfície da água. Esse mito foi estudado por Sigmund Freud (1856-1939), que lhe conferiu um conceito próprio na teoria psicanalítica. Freud aplicou o termo narcisismo a transtornos psíquicos em que a pessoa concentra muita energia no próprio “eu”, deixando de investir na compreensão dos outros sujeitos e objetos da realidade. Conceitos 1. Você se considera uma pessoa mais introvertida ou extrovertida? Explique por quê. 2. Há profissões mais adequadas às pessoas introvertidas? Há trabalhos voltados para pessoas mais extrovertidas? Justifiquesuaresposta com exemplos da sua realidade. Conversa 21 DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO 1. Observe com atenção a fotografia abaixo. Trata-se do registro do lança- mento do primeiro filme kuikuro, resultado de um projeto do cacique Afukaká Kuikuro. Indígenas da etnia Kuikuro filmam dança nativa, em 2008, no Alto Xingu (MT). Renato Soares/Pulsar Imagens Kuikuro:etniacommaior populaçãonoAltoXingu(MT). Viveemaldeiasnaregiãooriental dabaciahidrográficadosrios Culuene,BuritieCurisevoe falaonahukuá,umdialetodo karibalto-xinguano,família linguísticaqueincluiosMatipu, osNahukuáeosKalapalo.Cultiva especialmenteamandiocae praticaapescaeacoleta.Acaça nãoéumaatividadeimportante naculturakuikuro. a)Cite os elementos da fotografia que você identifica como parte da tradi- ção cultural kuikuro. b)Explique por que a preservação desses elementos culturais é impor- tante para os Kuikuro. c)As câmeras e os microfones presentes na imagem não são elementos da cultura tradicional kuikuro. São objetos tecnológicos assimilados das sociedades industriais criadas pelos não indígenas. Em seu enten- dimento, que função eles podem ter para os Kuikuro? d)Ao opinar sobre a demarcação de terras indígenas na região do Amazo- nas, uma autoridade local afirmou: “esses aí não são mais índios, já es- tãodecalçaecamisa,jáestãousandoóculoserelógios,jáestãofalando português, não são mais índios”. (Disponível em: www.kaninde.org.br/ cinco-ideias-equivocadas-sobre-indios/. Acesso em: 17 ago. 2020.) • Forme um grupo com mais cinco colegas e debatam essa afirmação. Os conhecimentosadquiridosnocapítuloendossamoucontrariamavisão da autoridade amazonense? Ao final da discussão, elejam um porta- -voz para apresentar à turma a conclusão do grupo e os argumentos em defesa dela. 37 Seção que apresenta atividades em diversos formatos pensadas para auxiliar no trabalho com diferentes competências específicas e habilidades estabelecidas pela BNCC, como identificar, analisar e comparar fontes e narrativas, elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos, que possibilitem o compartilhamento de pontos de vistas, o diálogo e a reflexão. Uma página com atividades de edições recentes de avaliações oficiais para que você possa verificar como os temas trabalhados em sala de aula aparecem nessas provas, em especial no Enem. Apresenta uma proposta de projeto que aborda um tema relacionado aos capítulos da unidade por meio das metodologias de pesquisa (como revisão bibliográfica, análise documental, construção e uso de amostragens ou observação participante). Os projetos propostos permitem a valorização dos conhecimentos, da ciência e da argumentação com base em fatos, além de articular os conhecimentos construídos em sala de aula com a realidade vivida. Atividades que propõem o aprofundamento dos recursos que aparecem ao longo do capítulo, como textos em seus mais diversos gêneros, fotografias, obras de arte, mapas, gráficos, explorando suas regras de composição, significado e sentido. Recursos de linguagens variados (livros, filmes, podcasts, músicas, sites, obras de arte, etc.) para aprofundar temas abordados no capítulo e complementar seu repertório cultural e científico. Traz a indicação dos autores e obras que apresentam conceitos importantes para o trabalho com os temas propostos nos capítulos. Apresenta os significados de palavras destacadas no texto. Apresenta conceitos estruturantes das Ciências Humanas e de outras áreas do conhecimento, que devem ser conhecidos para o trabalho com os temas propostos.
  • 8. 6 Competências e habilidades da BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento oficial que define o con- junto de aprendizagens que os estudantes precisam desenvolver ao longo da Educação Básica, desde o início da Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Dessa forma, a BNCC é norteadora para a formulação dos currículos escolares no Brasil. Esse conjunto de aprendizagens essenciais definido na BNCC corresponde a conhe- cimentos, competências e habilidades. Algumas dessas competências devem ser desenvolvidas durante todas as etapas da Educação Básica; outras especificamente em cada uma das etapas. No Ensino Mé- dio, essas competências e habilidades estão distribuídas por áreas de conhecimento. Nas aberturas dos capítulos do seu livro, você encontrará indicações de quais com- petências e habilidades estão sendo preferencialmente mobilizadas. Nas páginas a seguir, você conhecerá as dez competências gerais da Educação Bá- sicaetodasascompetênciasehabilidadesespecíficasdasáreasdeCiênciasHumanas e Sociais Aplicadas e as competências e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias que serão trabalhadas neste livro. DeacordocomaBNCC,competênciassãoconhecimentos(conceitoseprocedimentos) mobilizadospararesolverdemandasdavidacotidiana,doexercíciodacidadaniaedomun- do do trabalho. Já as habilidades são capacidades práticas, cognitivas e socioemocionais. Aocompreenderoqueéesperadodesenvolvercomosprojetosdestaobra,vocêterá a chance de se apropriar melhor de seus estudos, reconhecendo um sentido em tudo aquilo que é proposto e, consequentemente, percebendo a aplicação que isso pode ter em seu cotidiano. Dessa forma, o seu protagonismo se manifestará também em relação à sua apren- dizagem. Se você tiver interesse, consulte o texto completo da BNCC no site: http://basenacional comum.mec.gov.br/.Acessoem:27jan.2020. Composição dos códigos das habilidades CADERNO BNCC O primeiro número indica a competência da área e os dois últimos indicam a habilidade relativa a essa competência. EM 13 CHS 101 Indica a etapa de Ensino Médio. Indica que a habilidade pode ser desenvolvida em qualquer série do Ensino Médio. Indica a área à qual a habilidade pertence.
  • 9. 7 Competências gerais da Educação Básica 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mun- do físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, in- cluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das dife- rentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico- -cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escri- ta), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex- periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluin- do as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pes- soal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conheci- mentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mun- do do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo res- ponsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreenden- do-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen- do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
  • 10. 8 Competências específicas e habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência específica 1 Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plurali- dade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a com- preender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. Habilidades EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econô- micos, sociais, ambientais e culturais. EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, so- ciais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperati- vismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. EM13CHS103–Elaborarhipóteses,selecionarevidênciasecomporargumentosrelativosaprocessospolíticos,eco- nômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores,crençasepráticasquecaracterizamaidentidadeeadiversidadeculturaldediferentessociedadesinseridas no tempo e no espaço. EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/ virtual etc.), explicitando suas ambiguidades. EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindoasescolares,parasecomunicar,acessaredifundirinformações,produzirconhecimentos,resolverproble- mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Competência específica 2 Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialida- des e o papel geopolítico dos Estados-nações. Habilidades EM13CHS201 – Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos con- tinentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. CADERNO BNCC
  • 11. 9 EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferen- tes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialida- des e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Na- cionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, am- bientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis. EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico. Competência específica 3 Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e socieda- des com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômi- cos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e pro- movam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. Habilidades EM13CHS301 – Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômi- cas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. EM13CHS302 – Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de aná- lise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunida- des tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade. EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consu- mo e à adoção de hábitos sustentáveis. EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresasedeindivíduos,discutindoasorigensdessaspráticas,selecionando,incorporandoepromovendoaquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável. EM13CHS305 – Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis. EM13CHS306 – Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros)
  • 12. 10 Competência específica 4 Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, con- textos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades. Habilidades EM13CHS401 – Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica. EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos. EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais. Competência específica 5 Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. Habilidades EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando proces- sos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade. EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e pro- blematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e ava- liando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos. EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas. CADERNO BNCC
  • 13. 11 Competência específica 6 Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fa- zendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liber- dade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Habilidades EM13CHS601 – Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos in- dígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país. EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual. EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercíciodacidadania,aplicandoconceitospolíticosbásicos(Estado,poder,formas,sistemaseregimesdegoverno, soberania etc.). EM13CHS604 – Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as populações locais. EM13CHS605 – Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igual- dade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo. EM13CHS606 – Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de do- cumentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identi- ficados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.
  • 14. 12 Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferen- tes campos de atuação social e nas diversas mídias,paraampliarasformasdeparticipação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. HABILIDADES EM13LGG101 Compreender e analisar processos de produ- ção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interes- ses pessoais e coletivos. EM13LGG102 Analisar visões de mundo, conflitos de inte- resse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibi- lidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. EM13LGG104 Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produ- ção de textos e discursos em diversos campos de atuação social. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2 Compreender os processos identitários, con- flitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as di- versidades, a pluralidade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igual- dade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. HABILIDADES EM13LGG201 Utilizar adequadamente as diversas lingua- gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contex- tos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, históri- co, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. EM13LGG202 Analisar interesses, relações de poder e pers- pectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), para compreen- der o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 Utilizar diferentes linguagens (artísticas, cor- porais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regio- nal e global. HABILIDADES EM13LGG301 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corpo- rais e verbais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. EM13LGG302 Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. EM13LGG303 Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. EM13LGG305 Mapear e criar, por meio de práticas de lingua- gem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutin- do princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5 Compreender os processos de produção e ne- gociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como for- mas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. HABILIDADES EM13LGG502 Analisar criticamente preconceitos, estereóti- pos e relações de poder subjacentes presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos. CADERNO BNCC
  • 15. 13 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6 Apreciar esteticamente as mais diversas pro- duções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e glo- bais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. HABILIDADES EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica. EM13LGG603 Expressar-se e atuar em processos de criação au- torais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas inter- secçõesentreelas,recorrendoareferênciasestéticaseculturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, so- ciais e políticos) e experiências individuais e coletivas. EM13LGG604 Relacionar as práticas artísticas às diferentes di- mensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica eidentificaroprocessodeconstruçãohistóricadessaspráticas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 7 Mobilizar práticas de linguagem no universo di- gital, considerando as dimensões técnicas, crí- ticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se empráticasautoraisecoletivas,edeaprendera aprender nos campos da ciência, cultura, traba- lho, informação e vida pessoal e coletiva. HABILIDADES EM13LGG702Avaliaroimpactodastecnologiasdigitaisdainforma- ção e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas prá- ticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de se- leção,compreensãoeproduçãodediscursosemambientedigital. EM13LGG703 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramen- tas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. Competências específicas e habilidades de Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 Utilizar estratégias, conceitos e procedi- mentos matemáticos para interpretar situa- ções em diversos contextos, sejam ativida- des cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioe- conômicas ou tecnológicas, divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral. HABILIDADES EM13MAT101 Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas e das taxas de variação, com ou sem apoio de tec- nologias digitais. EM13MAT102 Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesqui- sas estatísticas apresentadas em relatórios divulgados por dife- rentes meios de comunicação, identificando, quando for o caso, inadequações que possam induzir a erros de interpretação, como escalas e amostras não apropriadas. CompetênciasespecíficasehabilidadesdeCiências da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 Investigar situações-problema e avaliar apli- cações do conhecimento científico e tecnoló- gico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comuni- cação (TDIC). HABILIDADES EM13CNT301 Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experi- mentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfren- tamento de situações-problema sob uma perspectiva científica. EM13CNT302 Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimen- tos, elaborando e/ou interpretando gráficos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de dife- rentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover deba- tes em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevân- cia sociocultural e ambiental.
  • 16. 14 SUMÁRIO Caderno BNCC 6 Capítulo 1 Ciência, cultura e identidade .................. 18 O ser humano e suas características.................................... 19 Processos da consciência e do conhecimento .................................. 21 Linguagens e narrativas....................................................................... 22 A cidade e o logos: a origem da Filosofia............................. 30 Opiniões e o saber racional................................................................... 32 Procedimentos epistemológicos........................................... 33 Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ............................................... 33 Noções sobre cultura................................................................ 35 Natureza e cultura................................................................................. 38 A construção do conceito de cultura................................................... 39 Capítulo 2 Etnia e identidade ................................... 44 O que é etnia e etnocentrismo?............................................. 46 Nós e o outro .......................................................................................... 48 Xenofobia e racismo .............................................................................. 49 Cultura material e imaterial ..................................................... 54 Patrimônio histórico e cultural............................................................. 54 Difusão cultural........................................................................... 55 Diversidade e identidade cultural.......................................... 57 O respeito à diversidade........................................................................ 58 Tradições de povos do Brasil................................................... 59 Moderno e “atrasado”................................................................ 62 Civilização e barbárie ................................................................ 64 Modernidade: evolução e progresso..................................... 69 Charles Darwin e a origem das espécies ............................................ 69 • Prática Lendo notícias – o trabalho com a checagem de fatos................................................................................................... 80 Ciência, cultura e etnia 1 UNIDA D E 16 TierneyMJ/Shutterstock
  • 17. 15 Capítulo 3 Espaço: ref lexões e representações........ 88 Reflexões sobre o espaço........................................................ 89 O que é o espaço?.................................................................................. 89 O que é o espaço geográfico?.............................................................. 92 O espaço está “encolhendo” ou “expandindo”?................................. 94 A revolução técnico-científica no espaço geográfico....... 97 Meio técnico-científico-informacional................................................. 98 Os nós das redes informacionais-globais........................................... 100 Representações do espaço geográfico................................ 104 A representação cartográfica............................................................... 104 Escala cartográfica................................................................................ 108 Projeções cartográficas........................................................................ 110 Um mundo, diversas visões.................................................... 114 Capítulo 4 Ref lexões sobre o tempo......................... 122 Vários viajantes no passado e no presente........................ 123 Permanências e mudanças: tempo e história.................... 124 A História dos historiadores e o tempo ................................ 127 A produção do saber histórico................................................ 130 Fontes históricas ................................................................................... 131 O trabalho do historiador com as fontes históricas........................... 132 As múltiplas formas de exercitar o poder............................ 134 Formas de marcar o tempo...................................................... 136 Tempo geológico .................................................................................... 136 Tempo histórico...................................................................................... 137 Os calendários............................................................................. 143 Tempo e espaço: duas dimensões da história ................................... 144 Divisão de tempo e poder ........................................................ 145 • Prática Procedimentos para uma revisão bibliográfica.................... 152 Referências bibliográficas 158 Espaço e tempo 2 UNIDA D E 86 Paramount/Warner Brothers/Kobal/Shutterstock
  • 18. Ciência, cultura e etnia Contexto 1 UNIDA D E Com a web, todo saber, toda informação possível, mesmo a menos pertinente, está lá, à nossa disposição. Então pergunta­se: quem filtra? [...] Ora, a incapacidade de filtrar é a impossibilidade de discriminar. [...] Ampliamos nossa capacidade de estocagem da memó­ ria, mas não encontramos ainda o novo parâmetro de filtragem. ECO, Umberto. Para todos os fins úteis. [Entrevista cedida a] Catherine David, Frédéric Lenoir e Jean­Philippe Tonnac. Entrevistas sobre o fim dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 189­190. Pelo fato de a quantidade de informações disponibilizadas na web ser tão variada quanto a qualidade dessa informação, o filósofo e escritor Umberto Eco (1932-2016) comparou a internet a um “imenso Funes”, referindo-se a Irineu Funes, personagem de um conto do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), que possuía uma memória implacável, mas não conseguia elaborar pensamentos originais. Segundo Borges, Funes era assim por não conseguir pensar e pensar “é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair”. Para não sermos como Irineu Funes ao lidar com a internet, o primeiro passo é filtrar seus conteúdos. Dessa forma, escapamos das armadilhas criadas pelas fake news (do inglês, “notícias falsas”). Pensar em critérios de filtragem não é o mesmo que censurar arbitrariamente (restringir ou proibir a circulação de ideias), atitude incompatível com as sociedades democráticas. Os parâmetros de filtragem são, de fato, critérios de pesquisa. Para isso, precisamos desenvolver operações que são próprias das Ciências Humanas e de outras áreas do conhecimento. Vivemos em um mundo repleto de notícias, opiniões, informações variadas e, por vezes, contraditórias. Em uma roda de amigos ou reunião da escola, quais seriam as respostas, as opiniões iniciais e os argumentos mais frequentes sobre as questões abaixo? Depois da conversa, registrem por escrito, no caderno, as respostas do grupo. 1. É possível afirmar que opiniões pessoais independem do conhecimento produzido pelas ciências? 2. Com base em pesquisas (em livros, sites, etc.), cite exemplos comparativos divergentes entre opiniões e conhecimentos advindos da ciência. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. ESTE TEMA SERÁ RETOMADO NA SEÇÃO PRÁTICA NÃO ESCREVA NO LIVRO 16
  • 20. A curiosidade é uma característica fundamental do ser humano. Ela nos motiva a fazer perguntas e a buscar respostas que podem ser baseadas em pesquisas cien- tíficas, saberes acumulados, experiências de vida ou em crenças e opiniões. Neste capítulo estudaremos as características hu- manas que estimulam a nossa consciência e o desen- volvimento de filosofias, religiões, artes, ciências, etc. Diante da atual disponibilidade de conteúdos, res- pondam: • Como avaliar a qualidade dos conteúdos disponíveis nainternetenosdemaismeiosdecomunicação? Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Contexto Ciência, cultura e identidade 1 OBJETIVOS • Reconhecer as características do ser humano. • Conhecer processos da consciência e do conhecimento. • Conhecer e utilizar linguagens e narrativas. • Situar a origem da Filosofia na Grécia antiga. • Distinguir a mera opinião do saber cientificamente construído. • Conhecer a área de Ciências Humanas e ter noção de sua fundamentação teórica. • Compreender o conceito de cultura. • Conhecer diversas concepções do termo cultura. JUSTIFICATIVA O conceito de cultura é estruturante para as reflexões sobre as relações entre indivíduo e sociedade, bem como as cooperações e os conflitos entre povos e sociedades em diferentes contextos espaciais e temporais. Estudá-lo possibilita conhecer as características dos seres humanos e perceber o que nos diferencia de outros animais. Para isso, é importante desvendar os processos da consciência e da produção de conhecimento e compreender narrativas que permitem que nos conheçamos melhor. Além disso, é fundamental inteirar-se dos objetos de pesquisa e saber como são produzidos os estudos e as análises da área de Ciências Humanas para aprofundar as leituras de mundo e a criticidade. Assim, os estudantes podem avaliar melhor os discursos aos quais estão sujeitos, discriminar os argumentos calcados em fatos, sua coerência e identificar opiniões não fundamentadas em evidências científicas. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG3, CG4, CG5, CG6, CG7, CG8 e CG9. • CompetênciasehabilidadesespecíficasdeCiências HumanaseSociaisAplicadas:Competência1: EM13CHS101,EM13CHS102,EM13CHS103,EM13CHS104, EM13CHS105,EM13CHS106;Competência2: EM13CHS203;Competência5:EM13CHS501. • Competências e habilidades específicas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Competência 2: EM13CNT201, EM13CNT208; Competência 3: EM13CNT304. • Competências e habilidades específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competência 1: EM13LGG101, EM13LGG102; Competência 2: EM13LGG202; Competência 3: EM13LGG303; Competência 6: EM13LGG604; Competência 7: EM13LGG702, EM13LGG704. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Cidadania e Civismo • Vida Familiar e Social • Educação em Direitos Humanos C A P Í T U L O C A P Í T U L O NÃO ESCREVA NO LIVRO Desde jovens, nossa curiosidade pode despertar a consciência sobre nós mesmos e o mundo. A internet pode prestar serviço a essa curiosidade intelectual, mas precisamos aprender a utilizá-la de forma crítica, ética e reflexiva, tanto para discriminar fontes de informações confiáveis quanto para decidir o que, mesmo sendo verdade, devemos ou não disseminar pelas redes de comunicação. Prostock-studio/Shutterstock 18
  • 21. O ser humano e suas características Fazemos parte de uma espécie constituída de 7,7 bilhões de indivíduos, segundo a publicação World Population Prospects 2019, da Organização das Nações Unidas (ONU). Demógrafos históricos estimam que, no ano 1 da Era Cristã, a população mundial era de cerca de 170 milhões de pessoas. Até 2019, nossa espécie se multiplicou mais de 45 vezes, um crescimento que se acelerou a partir de 1800, com os avanços de inúmeras conquistas, especialmente do conheci- mento científico. Por suas imensas realizações, os seres humanos são singulares entre os mamíferos. Pertencemos à espécie Homo sapiens, expressão latina que se refere ao “gênero humano que detém saber, conhecimento”. Cientistas apon- tam três características que nos distinguem de outros animais: • Posição ereta permanente: Contrariando a regra da posição horizontal, típica dos quadrúpedes, os humanos são verticais. Em outras palavras, são bípedes, locomovendo-se com os membros inferiores. • Liberação das mãos: Andando em pé, os humanos liberaram as mãos (membros superiores) para explorar o ambiente e realizar tarefas do seu interesse. Assim, a mão foi adquirindo precisão motora e o dedo polegar, em posição oposta aos demais dedos, tornou-se valioso para tarefas que exigem precisão, como segurar uma agulha ou um bisturi. • Desenvolvimento do cérebro: Entre todos os animais, os humanos são os que têm o cérebro mais complexo, apresentando três vezes mais células do que o cérebro do primata mais desenvolvido. Segundo a neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel (1972-), nosso cérebro possui cerca de 86 bilhões de neurônios. Outros pesquisadores relativizam esse núme- ro, apontando que são necessárias mais pesquisas entre diferentes po- pulações e faixas etárias para sua confirmação. De qualquer modo, serve para traçarmos uma comparação em sentido amplo com o cérebro de outros animais. O cére- bro do gorila, por exemplo, tem aproximadamen- te metade dos neurônios do cérebro humano. HERCULANO-HOUZEL, Suzana. A vantagem humana: como nosso cérebro se tornou superpoderoso. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Demógrafo: pesquisador que se dedica aos estudos dos fenômenos populacionais. Cena do filme A guerra do fogo, de 1981, uma obra épica, ambientada no período paleolítico, que explora a relação do ser humano com o sobrenatural e o conhecimento. A guerra do fogo. Direção: Jean-Jacques Annaud. França/ Canadá, 1981, 101 min. Há milhares de anos, dois grupos humanos relacionam-se de modo diferente com o fogo: enquanto um o cultua como algo sobrenatural, o outro consegue dominar sua técnica. Evolução humana – USP Talks. Disponível em: www.youtube. com/watch?v=qpnnw2 3jDT4&feature=youtu. be. Acesso em: 24 mar. 2020. Debate sobre a evolução da espécie humana entre os professores Walter Neves e Nelio Bizzo, ambos da Universidade de São Paulo (USP). Saber Collection Christophel/AFP Collection Christophel/AFP Reprodução/USP Talks 19
  • 22. Essas características formam um sistema in- terligando corpo e mente. Essa interligação contri- buiuparaodesenvolvimentodeumatributofunda- mental da nossa espécie: a consciência reflexiva, que nos torna capazes de saber que sabemos. Por intermédio da linguagem, que provavelmente se desenvolveu no Paleolítico Médio, adquirimos a aptidão de comunicar saberes sobre coisas con- cretas e imaginadas, bem como de refletir sobre o passado e o presente e projetar o futuro. Somente os seres humanos detêm saber? É claro que não. Constatamos isso observando o comportamento de diversos animais, como chim- panzés, leões e pássaros. Em múltiplos aspectos do seu comportamento, esses animais demons- tram organização em grupo; eficientes ações conjuntas de caça e coleta; si- nais de comunicação indicando perigo, etc. Isso, de forma bem geral, traduz um saber, ainda que seja uma inclinação inata, não proveniente de um com- portamento adquirido. A diferença humana, decorrente da consciência reflexiva, é que acumu- lamos conhecimentos e os transmitimos de geração em geração por meio de uma linguagem sofisticada. O desenvolvimento dessa linguagem ocorreu, provavelmente, entre 70 mil e 80 mil anos antes do presente. Trata-se de um processo gradual que pode ser chamado de revolução cognitiva. A linguagem humana existe e, portanto, faz parte da realidade. Sua singula- ridadeconsisteemservirdeinstrumentoparaexpressãodeoutrasrealidades, materiais ou imateriais. Isso significa que, além de se referir a coisas concre- tas, tangíveis, a linguagem se refere a coisas abstratas, intangíveis. Para o historiador israelense Yuval Harari (1976-), essas criações cole- tivas promovem uma liga social, uma espécie de “cola” entre as pessoas. O mundo ficcional (abstrato) e o mundo não ficcional (concreto) são realida- des diferentes, mas um influencia o outro. Uma ideia pode levar à construção de um objeto concreto, e as coisas concretas podem levar à concepção de uma ideia. Representação gráfica, sem escala, de neurônios, que são células do sistema nervoso responsáveis por transmitir impulsos ao cérebro. Os neurônios comunicam-se por meio de sinapses, que transmitem impulsos nervosos entre as células. Paleolítico Das várias divisões em períodos mais remotos de nossas origens, há uma convenção entre alguns historiadores para se referir como Paleolítico ao primeiro período histórico dos humanos. Tradicionalmente, o Paleolítico pode ser dividido em três grandes momentos: Paleolítico Inferior: inicia-se com o aparecimento dos primeiros hominídeos e estende-se até aproximadamente 200 mil anos antes do presente (AP); Paleolítico Médio: estende-se de 200 mil AP até 40 mil ou 30 mil AP; Paleolítico Superior: estende-se de 40 mil ou 30 mil AP até 12 mil a 8 mil AP. Conceitos 1. O que você já aprendeu no convívio com pessoas de outras idades? Quem eram elas? 2. Alguma história ficcional já influenciou sua vida? Qual? Compartilhe essa experiência com os colegas. Conversa Fedorov Oleksiy/Shutterstock 20
  • 23. Processos da consciência e do conhecimento A consciência humana é um espaço aberto para a aquisição de novos co- nhecimentos. Em outras palavras, nossa consciência é dinâmica, ampliando- -se em busca de respostas às constantes indagações que fazemos sobre as situações-problema com as quais nos deparamos. No entanto, os problemas e suas eventuais soluções dependem dos valores vigentes em cada cultura. Ao longo da história, vários caminhos foram seguidos na ampliação dinâ- mica da consciência. Em meio a essa pluralidade, é possível distinguir dois grandes processos: • A interioridade: desenvolve a conexão da consciência e da linguagem consigo mesmo, com nossa maneira de estar no mundo, com nossos propósitos mais imediatos. Essa dimensão da interioridade contribui para a percepção do que somos e a construção da nossa identidade. A partir desse autoconhecimento, podemos argumentar e construir sen- sos e consensos. • A exterioridade: desenvolve a conexão com os outros e o mundo mais amplo à nossa volta. Essa dimensão contribui para o convívio plural com a alteridade (do latim alter, que significa “outro”). Assim, podemos nos sintonizar com as realidades para além de nós mesmos e nos relacionar com elas. Essa consciência exterior está relacionada com a escuta social, a empatia (compreensão da realidade alheia) e a construção de projetos em comunhão com os outros. Esses dois processos da consciência são complementares, isto é, preci- sam se desenvolver harmoniosamente. Do contrário, haverá uma deforma- ção da consciência. Assim, por exemplo, um foco unilateral centrado em si mesmo conduz os indivíduos a construir relações pouco afetivas com o ou- tro, tornando-se ególatras, podendo levá-los ao isolamento, ou ainda a outros transtornos psíquicos, como ao narcisismo. De outro lado, o foco centrado exclusivamente nos outros produz alienação (alheamento), massificação, moral de “rebanho”. Uma consciência voltada para a interioridade caracteriza pessoas mais introvertidas, ao passo que uma consciência voltada para a exterioridade caracteriza pessoas mais extrovertidas. Essas expressões, introvertidas e extrovertidas, foram criadas pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) para caracterizar tipos psicológicos básicos. Jovens praticam meditação em sala de aula. A meditação é um exercício de reflexão interior que auxilia na concentração e no alívio do estresse. kristian sekulic/E+/Getty Images JUNG, Carl Gustav. Tipos Psicológicos. Tradução: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1971. Narcisismo Na mitologia grega, Narciso foi um belo jovem que se apaixonou pela própria imagem refletida na superfície da água. Esse mito foi estudado por Sigmund Freud (1856-1939), que lhe conferiu um conceito próprio na teoria psicanalítica. Freud aplicou o termo narcisismo a transtornos psíquicos em que a pessoa concentra muita energia no próprio “eu”, deixando de investir na compreensão dos outros sujeitos e objetos da realidade. Conceitos 1. Você se considera uma pessoa mais introvertida ou extrovertida? Explique por quê. 2. Há profissões mais adequadas às pessoas introvertidas? Há trabalhos voltados para pessoas mais extrovertidas? Justifiquesuaresposta com exemplos da sua realidade. Conversa 21
  • 24. Linguagens e narrativas Janela da alma. Direção: João Jardim e Walter Carvalho. Brasil, 2001, 73 min. Noventa pessoas com problemas de visão discutem o modo como elas veem a si mesmas, as outras pessoas e o mundo ao seu redor. Saber 1. Com qual tipo de linguagem você mais interage no seu dia a dia: musical, audiovisual, televisiva, jornalística, de podcasts, cinematográfica? 2. Comente com os colegas quais são os principais meios (redes sociais, e-mail, bate-papos, brincadeiras, jogos, etc.) que você utiliza para se relacionar com os outros. 3. Como você se relaciona consigo mesmo? 4. Você consegue descrever as principais características de sua personalidade? Conversa Uma pessoa pode, por meio da consciência reflexiva e da linguagem, acu- mular saberes do seu grupo. Graças à comunicação entre os membros de uma sociedade, os conhecimentos de cada pessoa foram se integrando ao patrimônio coletivo, tornando-se disponíveis ao grupo social. Essa comuni- cação teve como principais marcos a manifestação dos gestos, o desenvol- vimento da fala e, bem posteriormente, a invenção da escrita. A linguagem verbal contribuiu de forma decisiva para que os saberes e as práticas de uma pessoa se integrassem a uma consciência coletiva. De fato, há uma interação recíproca entre essas duas dimensões da consciência, a individual e a coletiva. Foi desse modo que sucessivas gerações humanas não precisaram reinventar todas as soluções já desenvolvidas anteriormen- te pelos seus antepassados. Cada nova geração pôde assimilar e adaptar os conhecimentos das gerações anteriores, ficando com tempo disponível para realizar novas conquistas que respondessem aos problemas e desafios do seu momento histórico. A linguagem é o grande instrumento dessa interação social. A todo ins- tante, utilizamos diferentes linguagens para desenvolver narrativas sobre os outros, o mundo e nós mesmos. Rawpixel.com/Shutterstock Reprodu•‹o/Copacabana Filmes 22
  • 25. DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO • O texto abaixo foi adaptado da introdução do livro Então você pensa que é humano? Uma bre- ve história da humanidade, escrito pelo historiador britânico Felipe Fernández-Armesto (1950-). Leia-o tendo em mente o que você viu sobre os critérios usados para distinguir o ser humano das demais espécies animais. Durante os últimos trinta ou quarenta anos, temos investido muitos pensamentos, emoções, ri­ quezas e sangue no que chamamos valores humanos, direitos humanos, a defesa da dignidade hu­ mana e da vida humana. Ao longo do mesmo período, silenciosa, mas devastadoramente, a ciência e a filosofia se combinaram para solapar o nosso conceito tradicional de humanidade. Consequente­ mente, a coerência de nosso entendimento do que significa ser humano está agora em discussão. [...] O desafio tem vindo de seis fontes principais. Primeiro, a primatologia tem acumulado exemplos de como nós, humanos, somos semelhantes a outros macacos. É difícil encontrar hoje em dia qual­ quer capacidade supostamente racional que os primatólogos não digam que está replicada em ou­ tros macacos: uso de linguagem, fabricação de ferramentas, imaginação simbólica, autoconsciên­ cia – imagine qualquer uma, sempre haverá macacos não humanos que a exercem. [...] Estamos no estágio mais desconcertante de uma discussão que tem feito furor por séculos sobre as diferenças entre humanos e outros primatas. [...] Terceiro, o debate a respeito das implicações morais da nossa autodefinição como humanos tem se tornado inseparável de uma questão da paleoantropologia: até que ponto remoto no passado evolutivo podemos distinguir os humanos de outros seres. Em todo caso, a paleoantropologia vem esvaziando os limites tradicionais do gênero Homo. Já não parece haver nada especialmente defini­ dor sobre os espécimes que classificamos como no mesmo gênero a que pertencemos, em relação àqueles que relegamos aos reinos dos australopitecos “semelhantes ao macaco”. Ora, quando olha­ mos para trás no registro fóssil, vemos características que outrora se imaginava serem definidora­ mente humanas – como bipedismo, cérebro grande, uso de ferramentas, dieta onívora – partilhadas entre várias espécies, incluindo algumas de fora da nossa linha de descendência. [...] Quinto, a pesquisa sobre inteligência artificial tem estimulado um repensar filosófico de conceitos outrora essenciais para a autodefinição humana, como a consciência, a razão, a imaginação e as pai­ xões morais. Assim como o trabalho primatológico e paleoantropológico nos convence de que essas qualidades evoluíram e poderiam novamente evoluir em outras espécies que não a nossa, a busca da inteligência artificial propõe a especulação de que outros seres, de nossa própria criação, poderiam ter todas as qualidades que nos tornam humanos [...]. Poderíamos partilhar nosso mundo com hu­ manos que têm criadores humanos, em vez de progenitores humanos. Talvez nunca aconteça, mas essa ideia pode nos estimular ou conduzir, pelo pânico, a repensar a natureza da humanidade antes que isso ocorra. FERNÁNDEZ­ARMESTO, Felipe. Então você pensa que é humano? Uma breve história da humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 9­13. a)De acordo com Felipe Fernández-Armesto, o conceito de humanidade vem sendo questionado por seis diferentes fatores, que ele enumera em seu livro. Na reprodução do trecho acima, apenas três desses fatores foram selecionados. Identifique-os e liste-os no caderno. b)Volte ao texto didático e releia o item “O ser humano e suas características”. Qual é a característica humana definidora da nossa espécie? c)No seu entendimento, a definição de humano que você estudou neste capítulo pode passar por modificações em função dos fatores anunciados por Fernández-Armesto? Justifique. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. 23
  • 26. Mitologias O termo mitologia tem muitos significados. Aqui, vamos utilizá-lo para se referir a narra- tivas pertencentes à tradição cultural de um povo que, de forma simbólica, expressa situa- ções sobre as origens, aventuras e façanhas de seres sobrenaturais (deuses, heróis, etc.). Essas narrativas foram fundamentais para atri- buir sentido à vida humana. Os mitos foram uma das primeiras interpreta- ções elaboradas sobre o mundo e a sociedade. Em tempos remotos, diante de forças desconhecidas e, às vezes, ameaçadoras, nossos ancestrais re- correram à divinização da natureza. Assim, relâm- pagos, tempestades, enchentes e os mais diver- sos fenômenos naturais foram vistos como forças e obras de deuses. As principais personagens míticas não são seres humanos, e sim deuses e heróis. Para in- tervir nos desígnios divinos, as pessoas busca- ram relacionar-se com os deuses, criando ritos e lugares sagrados. A seguir, leia um exemplo de mito grego. No início de tudo, o que primeiro existiu foi Abismo: os gregos dizem Kháos. O que é Caos? É um vazio escuro onde não se distingue nada. Es­ paço de queda, vertigem e confusão, sem fim, sem fundo. [...] Portanto, na origem há apenas esse Caos, abismo cego, noturno, ilimitado. Depois apareceu a Terra. Os gregos dizem Gaîa, Gaia. Foi no próprio seio do Caos que surgiu a Terra. [...] Na Terra tudo é desenhado, tudo é visível e sólido. É possível definir Gaia como o lugar onde os deuses, os homens e os bichos podem andar com segurança. Ela é o chão do mundo. [...] Gaia é a mãe universal. Florestas, montanhas, grutas subterrâneas, on­ das do mar, vasto céu, é sempre de Gaia, a Mãe­Terra, que eles nascem. [...] VERNANT, Jean­Pierre. O Universo, os deuses, os homens. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 17­20. NÃO ESCREVA NO LIVRO Narciso, de Caravaggio (1571-1610), 1597-1599. Óleo sobre tela, 113,3 cm 3 94 cm. Por meio de efeitos de luz e sombra, o pintor confere uma atmosfera de introspecção ao personagem mítico. SegundootextodohistoriadoreantropólogofrancêsJean-PierreVernant(1914-2007): 1. O que podemos entender por Caos? Qual é o sentido atual atribuído a essa palavra? 2. O que podemos entender por Gaia, a Mãe-Terra? Comente. 3. Pesquise outros mitos de origem do mundo e da humanidade para apresentar aos colegas.Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Interpretar Reprodução/Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma, Itália. 24
  • 27. Artes As artes são linguagens que utilizam variados meios de expressão, como sons, imagens, mo- vimentos, palavras, etc. Essas linguagens, inti- mamente ligadas ao sentimento humano, estão presentes nas mais diversas sociedades. Como as artes são diversificadas, é difícil conceituá-las. De modo geral, as linguagens artísticas criam nar- rativas quando, por meio de palavras ou imagens, expressam acontecimentos, reais ou ficcionais. Segundo a filósofa e educadora estadunidense Susanne Langer (1895-1985), as artes são prá- ticas voltadas para a criação de formas perceptí- veis expressivas do sentimento humano. Entre as mais conhecidas expressões artísticas podemos citar: a pintura, a música, a arquitetura, a escultu- ra, a dança, o teatro, o cinema, etc. Vejamos nesta página alguns exemplos. LANGER, Susanne K. Ensaios filosóficos. São Paulo: Cultrix, 1981. p. 82 e 87. Vista interna da Catedral de Brasília (DF), projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012). Os vitrais permitem a entrada de luz natural e os pilares de concreto elevam-se ao céu, transmitindo sensação de leveza. Foto de 2020. Abaporu, pintura a óleo da artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973), 1928, umas das principais obras do movimento modernista brasileiro. O personagem representado seria um indígena brasileiro sentado ao lado de um cacto sob o sol. As cores da pintura remetem à bandeira nacional. Museu de Arte Latino-Americana, Buenos Aires, Argentina. Erika Alves/Fotoarena Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Fundação Costantini, Buenos Aires, Argentina/© Tarsila do Amaral Empreendimentos 25
  • 28. Religiões As religiões expressam, por meio de narrativas, comportamentos e senti- mentos, a crença em um poder transcendental, juntamente com liturgias que buscam estabelecer sintonia com esse poder divino. A palavra religião vem do latim religio, que, provavelmente, deriva de re + ligare, indicando a ação de ligar novamente, reestabelecer vínculos que promovam a salvação. Nesse sentido, afirmou o filósofo francês Luc Ferry (1951-): O que desejamos, de fato, acima de tudo? Não queremos ficar sozinhos, queremos ser compreendidos, amados, não queremos ficar separados dos próximos, em resumo, não queremos morrer, nem que eles morram. Ora, a existência real, um dia ou outro, frustra todas essas expectativas. É, pois, na confiança em um Deus que alguns procuram a salvação, e as religiões nos asseguram que eles conseguirão. FERRY, Luc. Aprender a viver. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p. 21. De certo modo, as religiões têm em comum com as mitologias as cren- ças que envolvem o sobrenatural. No entanto, as religiões, por meio da fé no poder transcendental, estabeleceram-se como instituições sociais, reunindo sacerdotes ou pastores (condutores da celebração religiosa), construindo templos e arrebanhando muitos fiéis ou seguidores. Alguns estudiosos defendem que as religiões politeístas surgiram da vul- nerabilidade humana diante das forças poderosas da natureza (vento, raio, trovão, água, sol, lua, etc.). Por meio do animismo (do latim anima, “alma”), tais forças naturais foram reverenciadas como deuses. Já as religiões monoteístas derivam de uma revelação anunciada, por exemplo, por um personagem histórico, como o profeta Maomé (571-632), fundador do islamismo no século VII. No caso de Jesus Cristo, essa revelação foi apresentada pelo cristianismo como advinda do próprio Deus encarnado na figura humana. Em termos sociológicos, as religiões são instituições fundamentais na história das sociedades. Elas inspiraram e direcionaram a conduta de pesso- as e grupos sociais, tanto na esfera privada quanto na vida pública. Nas religiões prevalecem dois mundos: um terreno e imperfeito; e outro sobrenatural e eterno. A cren- ça religiosa está ligada aos limites da vida real, à nossa fragilidade, à inevitabilidade da morte e à incom- pletude da experiência humana. O povo enawenê-nawê vive em uma única aldeia no vale do rio Juruena, noroeste de Mato Grosso. Todo ano, durante o período da seca, eles fazem o ritual yãkwa, destinado aos seres subterrâneos – iakayreti – e celestes – enore nawe, quando cantam, dançam e lhes oferecem comida, sobretudo peixe e mandioca, para manter a ordem cósmica e social. Foto de 2018. Sergio Ranalli/Pulsar Imagens 26
  • 29. Daí se dizer que a religião, assim como a ciência e a filosofia, teria como ponto de partida as interrogações: “quem somos”, “de onde viemos” e “para onde vamos”. Na religião, os desafios da existên- cia procuram respostas na fé em Deus ou em ou- tras divindades. O princípio da fé consiste em “crer para compreender”. Já a ciência, em geral, procura “compreender para crer”, o que exige a mobiliza- çãodeváriospesquisadoresetempoinvestidoem pesquisa, muito diferente da representação este- reotipada do cientista como uma pessoa que tem umagrandeideiaouqueosabercientíficoédesco- berto num instante, e não ao longo do tempo. 1. Responda com base no art. 5o , inciso II, da Constituição federal: Você é obrigado juridicamente a cumprir qualquer regra que contraria as leis? 2. Explique, com base nos incisos VI e VIII do art. 5o , por que a Constituição federal assegura tanto a liberdade de crença religiosa quanto a liberdade daqueles que não têm religião. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO A seguir, leia trechos da Constituição federal relacionados à liberdade de consciência e de crença: Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu­ reza, garantindo­se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se­ não em virtude de lei; [...] VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegu­ rado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; [...] VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir­se de obrigação legal a todos imposta e recusar­se a cumprir prestação alter­ nativa, fixada em lei [...]. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 abr. 2020. A religiosidade brasileira manifesta-se por meio de vários credos, como catolicismo, protestantismo, candomblé, etc. Às vezes, elementos de um desses credos mesclam-se a outros em um fenômeno conhecido como sincretismo religioso. Nas imagens acima vemos uma missa realizada no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida (SP), em 2018; a lavagem das escadarias da Basílica do Bonfim, em Salvador (BA), em 2020; um culto protestante realizado na cidade de Franco da Rocha (SP), em 2017. Adriano Vizoni/Folhapress Joilson César/Ag Haack/Futura Press Bruno Castilho/Futura Press 27