1. história • ENSINO MÉDIO
AO ESTADO MODERNO
DOS PRIMEIROS HUMANOS
Reinaldo Seriacopi
Gislane azevedo
em MoVIMENTOHistória
• Manual do professor
2.
3. história • ENsiNO MÉDiO
Gislane azevedo
Mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professora universitária, pesquisadora e ex-professora de História dos ensinos Fundamental
e Médio nas redes privada e pública.
Coautora da coleção Teláris (Editora Ática), para alunos do Ensino Fundamental II.
Reinaldo seRiaCoPi
Bacharel em Língua Portuguesa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo e em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS-SP).
Editor especializado na área de História.
Coautor da coleção Teláris (Editora Ática), para alunos do Ensino Fundamental II.
2-ª edição
São Paulo, 2013
AO ESTADO MODERNO
DOS PRIMEIROS HUMANOS
rEiNalDO sEriacOpi
GislaNE azEvEDO
em
1MOVIMENTOHistória
MaNual DO prOfEssOr
4. Diretoria editorial: Angélica Pizzutto Pozzani
Gerência de produção editorial: Hélia de Jesus Gonsaga
Editoria de Ciências Humanas e suas Tecnologias: Heloisa Pimentel
e Deborah D’Almeida Leanza
Editoras: Deborah D´Almeida Leanza; Priscila D´Almeida Manfrinati
e Mirna Acras Abed M. Imperatore (estag.)
Supervisão de arte e produção: Sérgio Yutaka
Editor de arte: André Gomes Vitale
Diagramador: Walmir S. Santos
Supervisão de criação: Didier Moraes
Design gráfico: Homem de Melo & Troia Design (capa)
Tyago Bonifácio da Silva (miolo)
Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Sandra Regina de Souza (prep.),
Cátia de Almeida e Gabriela Macedo de Andrade (estag.)
Supervisão de iconografia: Sílvio Kligin
Pesquisador iconográfico: Caio Mazzilli e Josiane Laurentino
Cartografia: Alex Argozino, Allmaps, Juliana Medeiros de
Albuquerque, Maps World e Márcio Santos de Souza
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Foto da capa: Album/Oronoz/Latinstock/
Museu Arqueológico Nacional, Nápoles, Itália.
Ilustrações: Tempo & Arte
Direitos desta edição cedidos à Editora Ática S.A.
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6o
andar e andar intermediário ala A
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Azevedo, Gislane Campos
História em movimento / Gislane Campos Azevedo,
Reinaldo Seriacopi. – 2. ed. – São Paulo:Ática, 2013.
Conteúdo: v. 1. Dos primeiros humanos ao Estado
moderno – v. 2. O mundo moderno e a sociedade
contemporânea – v. 3. Do século XIX aos dias de hoje.
Bibliografia.
1. História (Ensino médio) I. Seriacopi, Reinaldo.
II.Título.
13–02432 CDD–907
Índice para catálogo sistemático:
1. História : Ensino médio 907
2013
ISBN 978 8508 16305-2 (AL)
ISBN 978 8508 16306-9 (PR)
Código da obra CL 712773
Uma publicação
2
Versão digital
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Luiz Fernando Caprioli Pedroso
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Editores assistentes de tecnologia de educação: Aline Oliveira Bagdanavicius,
Drielly Galvão Sales da Silva, José Victor de Abreu e
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Gabriel Kujawski Japiassu, João Daniel Martins Bueno, Paula Pelisson Petri,
Rodrigo Ferreira Silva e Saulo André Moura Ladeira
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Cricket Design, Daccord e Mídias Educativas
Desenvolvimento do livro digital: Digital Pages
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5. Digo adeus à ilusão
mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos um artefato
um poema
uma bandeira
Ferreira Gullar
Observe ao seu redor: praticamente tudo o que está à nossa volta e que utilizamos em nossa es-
cola, casa ou trabalho foi construído por seres humanos. Pense também no sistema político que rege
nossa sociedade, nas leis que regulam nossas relações e em tudo aquilo que consideramos justo ou
injusto, certo ou errado: todos esses princípios e valores também foram estabelecidos por pessoas ao
longo do tempo.
Estudar História não é apenas conhecer e entender os caminhos trilhados pelos seres hu-
manos no passado. Graças a esse estudo, podemos fazer uma leitura crítica de nosso presente
e compreender como e por que nossa sociedade encontra-se hoje constituída da maneira que a
conhecemos e não de outra forma.
Com base nessa visão, procuramos elaborar um livro que, ao tratar de assuntos do passado,
tivesse como ponto de partida o presente. Ao adotar essa proposta, você verá como a História
está intimamente relacionada com aspectos centrais do mundo contemporâneo e de nossa vida,
constituindo um assunto extremamente interessante e instigante.
O texto central do livro é complementado por boxes e seções. Alguns contêm escritos de
autores clássicos; outros, abordagens historiográficas recentes. Na seção No mundo das letras,
aprofundamos o diálogo entre Literatura e História. Na seção Eu também posso participar dis-
cutimos, com base em contextos históricos específicos, quanto os atos de cada um de nós pode
interferir no destino da humanidade. Uma terceira seção, intitulada Olho vivo e voltada para o
trabalho com imagens, oferece uma ampla leitura das informações contidas em pinturas, escul-
turas e outros materiais iconográficos. Na seção Patrimônio e diversidade, entramos em contato
com os aspectos históricos e culturais de cada um dos estados brasileiros.
Todos os volumes desta coleção estão permeados por imagens, mapas, documentos e ativi-
dades reflexivas que procuram enfatizar a permanente relação entre passado e presente.
Acreditamos que dessa maneira estamos lhe oferecendo instrumentos para interpretar e anali-
sar criticamente a realidade de nosso mundo. Você verá que a História exerce um papel privilegiado
no processo de consolidação da cidadania e na construção de um mundo mais solidário, fraterno
e tolerante.
Os autores
3
Apresentação
3
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6. 161
A cavalhada é um folguedo de origem
cristã bastante popular no Brasil. Entre as mais
tradicionais estão a da cidade de Pirenópolis,
em Goiás, e a de São Luís do Paraitinga, em
São Paulo. Nesse folguedo, dois grupos de
cavaleiros armados de lanças e espadas simulam
um combate. Os cavaleiros de azul representam
os cristãos e os de vermelho, os muçulmanos,
também chamados de mouros.
O enredo da cavalhada baseia-se nas
histórias e lendas em torno da figura do
rei cristão Carlos Magno. No século IX, ele
controlava um império que ocupava boa parte
da Europa ocidental: o Império Carolíngio.
O Império Carolíngio se formou em uma
época em que muitos europeus se sentiam
Mascarados no
dia da abertura
das Cavalhadas
de Pirenópolis,
Goiás. Os
mascarados
representam o
povo e saem às
ruas com roupas
coloridas. A
encenação da
luta de cristãos
e mouros dura
três dias. Foto de
maio de 2012.
Gianni Dagli Orti/Corbis/Latinstock
Os primeiros reinos medievais
Capítulo 21
Objetivos do capítulo
n Explicar a formação dos reinos germânicos na
Europa após as invasões.
n Entender o fortalecimento da Igreja católica.
n Abordar as origens e a organização do Império
Carolíngio.
n Conhecer o processo de integração de
tradições germânicas e romanas que definiu
algumas características das sociedades feudais.
ameaçados pelos muçulmanos. De fato, como
vimos no capítulo 18, desde 711 os muçulmanos
eram senhores não só do norte da África, mas
também da península Ibérica.
Neste capítulo estudaremos os reinos
surgidos na Europa após a queda do Império
Romano do Ocidente e como o Reino Franco se
transformou no Império Carolíngio.
ThomazVitaNeto/PulsarImagens
34 35
A urbanização
2
COMEÇO DE CONVERSA
1. A vida nas cidades proporciona espaços sociais e momentos de participação coletiva
bastante diversificados. De que maneira você participa desses espaços sociais da sua cidade?
Quais são os outros moradores da cidade que você encontra? Que atividades realizam?
2. Na sua opinião, quais são as cinco maiores qualidades da sua cidade? E os cinco grandes
problemas? Aponte possíveis soluções para eles.
População*
26,615
15,880
10,690
9,844
9,614
8,926
8,745
8,558
7,888
7,623
19,040
19,028
18,978
18,845
15,926
14,987
14,787
13,485
12,795
26,385
22,498
22,015
21,428
21,009
20,628
20,560
19,412
19,095
(* em milhões de habitantes)
CIDADES MAIS POPULOSAS
Cidade
Tóquio
Nova York
Cidade do México
Osaka-Kobe
São Paulo
Los Angeles
Buenos Aires
Paris
Calcutá
Moscou
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
10º
1º1º
4º
5º
8º
9º
5º
7º
6º6
3º
2º
País
Japão
EUA
México
Japão
Brasil
EUA
Argentina
França
Índia
Fed. Russa
1975
Cidade
Tóquio
Nova York
Cidade do México
Mumbai
São Paulo
Nova Délhi
Xangai
Calcutá
Daca
Buenos Aires
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
10º
1º
4º
10º
5º
8º
9º
1º
7º
44º
8º
9º
º
6º3º
2º
10º 1º
2º
5º
8º
4º
1º
9º
10
2
10º10
2º
8º
4º
º
º
3º6º
7º
País
Japão
EUA
México
Índia
Brasil
Índia
China
Índia
Bangladesh
Argentina
2007
Cidade
Tóquio
Mumbai
Nova Délhi
Daca
São Paulo
Cidade do México
Nova York
Calcutá
Xangai
Karachi
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
País
Japão
Índia
Índia
Bangladesh
Brasil
México
EUA
Índia
China
Paquistão
2025
35,676
36,400
PeterParks/AgênciaFrance-Presse
Vista de Xangai
na extensão do rio
Huangpu. Foto de
janeiro de 2011.
Vivemos em um mundo cada vez mais urbanizado. Hoje, mais da
metade dos 7,1 bilhões de habitantes do planeta vive em cida-
des, algo bem diferente de meio século atrás, quando somente
um terço da população do mundo era urbana. Em 1950, apenas 86 ci-
dades tinham mais de 1 milhão de habitantes. Hoje são quatrocentas e,
de acordo com as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU),
até 2025 serão quinhentas. A maioria encontra-se em países pobres ou
em desenvolvimento, como Índia, China, Bangladesh e Brasil (veja ta-
bela na página ao lado sobre o movimento populacional das maiores
cidades do mundo).
A concentração demográfica nesses países acentua suas desigual-
dades econômicas e sociais. Isso se manifesta das mais diversas formas:
falta de moradias e de saneamento básico para a população pobre, mar-
ginalidade, desemprego, prostituição infantil, violência, poluição, etc.
Entretanto, os problemas das cidades têm solução, e muitas delas
podem estar em nossas mãos. Quando escolhemos vereadores e pre-
feitos honestos e competentes, por exemplo, colaboramos para a me-
lhoria de nossa cidade. Além disso, no nosso dia a dia podemos discutir
os problemas da comunidade e apresentar propostas
para sua solução em associações de bairro e outras or-
ganizações populares. Também é importante preservar
e cuidar do patrimônio público, evitando sujar ou da-
nificar praças, escolas, bibliotecas, etc.
Morar em cidades significa, antes de tudo, saber vi-
ver em coletividades, ter respeito pelos outros e pelas re-
gras de convivência. Como veremos nesta unidade, foi
graças à preocupação com o coletivo que, há milhares de
anos, surgiram as primeiras cidades e as primeiras gran-
des civilizações.
AlexArgozino/Arquivodaeditora
Fonte: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Population Division (2008).
World Urbanization Prospects. The 2007 Revision. Highlights, United Nations Working Paper n. ESA/P/WP/205.
Unidade
Fazendeiro de seda puxa um feixe de palha para ser utilizado como
fertilizante de amoreiras em Nanxun, município de Huzhou, Província
de Zhejiang, na China. Foto de junho de 2011.
Tan Jin/Xinhua/Newsteam/Getty Images
O crescente processo de urbanização verificado atualmente no mundo pode ser analisado com base nos três do-
cumentos que você lerá a seguir. O primeiro consiste em um gráfico com a evolução das populações rural e urbana
a partir de 1950 e suas respectivas projeções até 2030; o segundo é um texto extraído de um relatório de 2007 do
Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA); o terceiro, finalmente, é a letra de um rap do grupo Facção Cen-
tral. Leia os três documentos e responda ao que se pede.
DOCUMENTO2–Relatório
O crescimento urbano e seus problemas
É compreensível que os formuladores de políticas te-
nham uma preocupação com a velocidade e a mag-
nitude do crescimento urbano. Muitos prefeririam um
crescimento mais lento ou nenhum crescimento; um
crescimento mais lento garantiria, em tese, maior flexi-
bilidade para se lidar com os problemas urbanos. Geral-
mente, eles tentam retardar o crescimento restringin-
do a migração para as cidades, mas [...] isso raramente
funciona. Além disso, tais esforços refletem falta de
compreensão sobre as raízes demográficas do cresci-
mento urbano. A maioria das pessoas pensa que a mi-
gração é o fator dominante; na verdade, hoje a princi-
pal causa é geralmente o crescimento vegetativo. [...]
Centenas de milhões de pessoas vivem em situação
de pobreza nas cidades de nações de baixa e média
renda, e esses números certamente aumentarão nos
próximos anos. [...] A pobreza, a mendicância e a falta
de moradia têm sido parte do cenário urbano desde as
primeiras cidades da Mesopotâmia. Os pobres, em sua
maioria, são relegados a áreas socialmente segregadas,
genericamente chamadas de “favelas”. [...]
As favelas abrigam um de cada três moradores das
cidades, um bilhão de pessoas, um sexto da população
do planeta. Mais de 90% dos moradores de favelas es-
tão hoje no mundo em desenvolvimento. [...]
Embora a renda em dinheiro seja muito mais impor-
tante nas cidades do que no campo, a pobreza de ren-
da é somente um aspecto da pobreza urbana. Outros
são a má qualidade e superlotação das moradias, falta
de serviços públicos e de infraestrutura, como água en-
canada, saneamento, coleta de lixo, drenagem e estra-
das, assim como a posse insegura da terra. [...]
Os riscos à saúde advêm da falta de saneamen-
to, de água potável e de moradia, dos ambientes de
trabalho superlotados e mal ventilados, e da polui-
ção industrial e do ar. Uma dieta inadequada reduz a
resistência dos moradores de favelas a doenças, espe-
cialmente por viverem na presença constante de mi-
crorganismos patogênicos. [...]
DOCUMENTO1–Gráfico
Fonte: UNFPA.
1950
71
29
67,2
32,8
64,1
População rural População urbana
População rural x População urbana
Evolução (1950-2030)
35,9
60,9
39,1
57
43
53,3
46,7
50
52,9
57,5 59,9
40,142,5
47,1
1960 1970 1980 1990 2000 2007 2015 2025 2030
Fechando a unidade
A urbanização
76
DOCUMENTO3–Letrademúsica
O que os olhos veem
O retrato da favela tem só uma imagem,
mas cada olho tem sua interpretação pra essa
imagem.
Meus olhos veem quando eu olho pra favela
almas tristes, sonhos frustrados, esperanças
destruídas, crianças sem futuro,
vejo apenas vítimas e dor.
Os olhos do gambé veem traficantes com R-15 e
lançador de granada,
vagabundas drogadas, mães solteiras,
desempregados embriagados no balcão do bar,
adolescentes viciados,
pivetes com pipa com rojão avisando que os homi
tão chegando.
Veem em cada barraco um esconderijo, uma boca
em cada senhora de cabelo branco,
uma dona Maria mãe de bandido.
Os olhos do político veem presas ignorantes,
ingênuas, marionetes de manuseio simples
a faca e o queijo, o passaporte pra Genebra o talão
de cheque especial, o tapete
vermelho pra loja da Mercedes [...]
Veem o mar de peixes cegos que sempre mordem o
mesmo anzol.
Os olhos do boy esses aí, esses não veem nada,
nenhum problema, não veem os aviões com droga,
o tráfico de arma, as escolas sem telhado, lousa,
professor, segurança,
o jovem sem acesso a livro, quadra esportiva,
centro cultural;
Não veem os ossos no cemitério clandestino,
as vítimas da brutalidade da polícia,
o povo esquecido e desassistido.
Os olhos do boy só são capazes de enxergar
na imagem da favela, o medo,
o medo em forma de HK na ponta do seu nariz.
E você, truta,
o que seus olhos veem quando olham pra favela?
Facção Central. Direto do campo de extermínio.
São Paulo: Unimar Music, 2003. 1 CD.
O que significa?
Gambé: policial.
R-15 e HK: armas de grosso calibre.
Avião: pessoa que repassa, vende ou
transporta drogas.
Na América Latina, somente 33,6% da popula-
ção urbana pobre tem acesso a instalações sani-
tárias com descarga, comparados com 63,7% da
população urbana não pobre da região. [...] As po-
líticas voltadas para a melhoria das moradias em
áreas urbanas podem ter enormes impactos na re-
dução da pobreza e no bem-estar ambiental.
Extraído de: Situação da população mundial 2007:
desencadeando o potencial do crescimento urbano.
Disponível em: <www.unfpa.org.br/relatorio2007/
swp2007_por.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2012.
Reflita e responda
1. Observe o gráfico População rural x População urbana e responda:
a) Qual é a informação central apresentada pelo gráfico?
b) Em que ano a população urbana e a população rural atingiram o mesmo patamar percentual, isto é, a mes-
ma quantidade de habitantes?
c) Segundo as projeções do gráfico, qual será o percentual da população urbana em 2030 em relação à popu-
lação mundial?
2. Baseado na leitura do relatório e nos dados do gráfico, levante hipóteses de como será a vida nas grandes ci-
dades em 2030.
3. Reúna-se com alguns colegas e, juntos, entrevistem pessoas mais velhas para descobrir como era a vida na ci-
dade quando elas eram crianças. Peça-lhes que comparem aquela época com a atual e falem das principais mu-
danças verificadas na cidade desde então. Procurem obter fotos da época. No fim, todos os grupos devem se
reunir sob a orientação do professor e montar um mural com o material obtido.
4. Tanto o relatório da UNFPA como a letra do rap abordam um tema em comum: a falta de qualidade de vida dos
moradores das favelas. Releia os dois textos e selecione passagens de ambos que evidenciam essa realidade.
5. No rap “O que os olhos veem”, o autor sugere diversos pontos de vista sobre os moradores da favela: o do pró-
prio autor, o da polícia, o dos políticos e o ponto de vista dos “boys”. O rap termina com a pergunta: “E você,
truta, o que seus olhos veem quando olham pra favela?”. Como você responderia a ela?
77
Peter Parks/Agência France-Presse
Esta coleção é composta de três volumes.
A seguir mostraremos algumas das principais características das obras.
Abertura das
unidades: apresenta
sempre um texto
introduzindo um conceito
importante para os dias
de hoje – como cidadania,
meio ambiente, violência –
e que será trabalhado
ao longo da unidade.
O texto vem acompanhado
de fotos e da seção de
atividades Começo de
conversa.
Abertura dos capítulos: relaciona um assunto atual com
algo do passado a ser visto no capítulo, mostrando que a História
está presente em nosso dia a dia. Em Objetivos do capítulo, você é
informado sobre os principais tópicos abordados nas páginas seguintes.
Fechando a unidade:
de forma multidisciplinar,
a seção utiliza diferentes
documentos, como quadrinhos,
poesia, relatório, fotografia, etc.
O conceito da unidade
é retomado por meio de
atividades.
4
Conheça sua coleção
HMOV_v1_PNLD2015_004a005_Conheca.indd 4 3/6/13 10:39 AM
7. Seções
Eu também posso
participar: por meio de
contextos históricos específicos,
a seção discute quanto os atos
de cada um de nós podem interferir
no destino da humanidade.
38 Unidade 2 A urbanização
Água: fonte da vida em perigo
Os rios desempenharam papel fundamen-
tal no surgimento das primeiras civilizações.
Além de serem utilizados para o transporte de
pessoas e mercadorias, eles asseguravam a so-
brevivência da população ao garantir o abaste-
cimento de peixes e água potável. Na região da
Mesopotâmia e do Egito, quando os rios trans-
bordavam, as águas fertilizavam suas margens,
proporcionando assim um solo ideal para a prá-
tica da agricultura.
As enchentes, porém, ao mesmo tempo que
deixavam o solo bom para o plantio, podiam pro-
vocar prejuízos, alagando casas e destruindo plan-
tações. Diante desses problemas, a população
teve de se organizar e construir coletivamente di-
ques e canais para conter as inundações e irrigar
as terras cultiváveis. Os sumérios, por exemplo,
conseguiram transformar diversas regiões do de-
serto em áreas férteis desviando a água de alguns
rios da Mesopotâmia, entre eles o Eufrates.
Passados muitos séculos, a água continua
sendo essencial para a vida na Terra. Mas a
água potável é um recurso natural finito. De toda
a água existente no mundo, somente 2,5% são
constituídos por água doce (os outros 97,5% são
de água salgada, imprópria para o consumo).
Desse percentual, apenas 0,3% correspondem a
rios e lagos. O restante da água doce se encon-
tra em lençóis freáticos, geleiras ou coberturas
de neve permanente. Assim, de toda a água que
existe no mundo, apenas uma pequena fração
está disponível para o consumo humano.
Fatores como a poluição, a urbanização e a
industrialização descontroladas, o desperdício e
a distribuição desigual transformaram a água em
recurso escasso e não renovável. Hoje, de cada
cinco pessoas no mundo, uma sofre algum tipo
de problema resultante da escassez de água.
Reverter esse processo é um dos grandes de-
safios de nosso tempo. Evitar uma crise mundial
de abastecimento e assegurar o acesso à água
tanto para as gerações do presente quanto para
as do futuro são ações que não dependem só do
poder público, mas também das empresas e das
pessoas em geral. Para evitar essa crise anuncia-
da, algumas medidas simples podem ser adota-
das no dia a dia:
• O vaso sanitário é responsável por um terço
de toda a água consumida nas residências.
Usá-lo como lixeira ou acionar a descarga
sem necessidade gera consumo desnecessá-
rio de água. Os vazamentos também produ-
zem grande desperdício de água.
• Escovar os dentes, fazer a barba ou ensaboar as
mãos com a torneira aberta consome em média
11 litros de água. Com a torneira fechada gasta-
-se somente meio litro.
• Algumas medidas ajudam a diminuir o consu-
mo de água durante o banho: ligar o chuveiro
apenas quando estiver sem roupa, desligá-lo
enquanto se ensaboa e não tomar banhos com
mais de 10 minutos de duração.
• A água da máquina de lavar roupas pode ser
reutilizada para lavar o chão ou o quintal. E var-
rer o quintal e a calçada antes de lavá-los ajuda
a economizar água.
• Usar regadores ou baldes para regar plantas e jar-
dins ou para lavar o carro gasta menos água do
que fazer essas atividades com uma mangueira.
Até 1960, a grande extensão de areia escura que aparece
na foto esteve coberta pelas águas do mar (ou lago) de
Aral, entre as repúblicas do Casaquistão e do Usbequistão,
que faziam parte da ex-União Soviética. O mar de Aral era,
por essa época, alimentado por dois rios que atravessam a
região. A partir de 1960, o governo da então União Soviética
começou a desviar as águas desses rios para projetos de
irrigação. Passadas algumas décadas, o grande lago perdeu
80% de sua superfície e boa parte dele se transformou em
um deserto, como mostra esta foto de 1990.
DavidTurnley/Corbis/Latinstock
Eu também posso participar
256 Unidade 5 Soberania e Estado nacional
Durante seu reinado, a rainha Elizabeth I foi representada por diversos pintores. O luxo e o esplendor
exibidos nas obras desses artistas destacavam o prestígio e a força da rainha. Este é o caso do óleo sobre
madeira reproduzido nesta seção, executado em 1588 pelo pintor inglês George Gower (c. 1540-1596). Ele
foi feito pouco depois de uma vitória inglesa sobre a armada espanhola, a mais poderosa da época.
Em julho de 1588, o rei Filipe II, da Espanha, enviou 130 navios e 30 mil soldados ao canal da Mancha
para atacar os ingleses. Os confrontos duraram nove dias e a Espanha foi derrotada. O feito foi registrado
nesse quadro. Através das janelas podem-se ver dois momentos diferentes do combate.
Fonte: HILL, Suzanne. The armada portrait of Elizabeth I. Disponível em:
<http://renaissance-art.suite101.com/article/the_armada_portrait_of_elizabeth_i-a21663>. Acesso em: 30 out. 2012.
Olho vivo Uma representação do poder
Navios ingleses no canal da
Mancha, identificados pelo
pavilhão de São Jorge (cruz
vermelha em fundo branco).
Navios espanhóis diante
das embarcações inglesas
no canal da Mancha.
Em 1588, a
rainha contava
55 anos, mas
o artista a
representou
como se fosse
mais jovem.
Coroa, símbolo
da realeza.
As pérolas do
colar simbolizam
a castidade.
Elizabeth não
se casou. Era
chamada de
Rainha Virgem.
Quatro anos antes de o quadro ser
pintado, os ingleses haviam fundado
a colônia de Virgínia. A mão da
rainha repousa sobre a América,
indicando o domínio da Inglaterra
sobre terras no Novo Mundo.
Barcos espanhóis com a
Cruz de Santo André (em
forma de xis). Depois de
terem batido em retirada,
colidem contra as rochas,
durante tempestade na
costa da Irlanda.
Rainha segura
leque com
penas de pavão.
GeorgeGower/akg-images/Latinstock
Navios ingleses com
explosivos foram enviados
contra a frota espanhola.
Quando estavam próximos,
foram incendiados.
Temendo as explosões, os
espanhóis fugiram e foram
derrotados.
O luxo das roupas e as
joias eram destinados
a mostrar aos súditos a
imponência da rainha.
86 Unidade 2 O trabalho
A cana-de-açúcar é o principal produto agrí-
cola da Paraíba, e o setor canavieiro é o que ain-
da mais gera empregos na região. Hoje, quase
toda a produção paraibana é comprada pelas
usinas para ser transformada em etanol, mas em
1587, ano em que foi erguido o primeiro engenho
paraibano, a cana era usada primordialmente na
produção do açúcar. Embora a produção açuca-
reira das capitanias de Pernambuco e Bahia fos-
se maior, o produto paraibano era considerado
pelos europeus como o melhor de toda a colônia
portuguesa na América.
A memória desse período colonial encontra-
-se preservada nos engenhos que sobreviveram ao
tempo, erguidos em cidades como Bananeiras, Pi-
lões e Alagoa Grande. Nesses locais, hoje são fa-
bricados cachaça, doces e uma das iguarias mais
tradicionais do nordeste brasileiro: a rapadura.
A importância da rapadura na sociedade
paraibana é tão significativa que na cidade de
Areia existe o Museu da Rapadura, funcionando
em um engenho do século XVIII.
A história da Paraíba, contudo, não se restrin-
ge à presença do açúcar. Na cidade de Ingá, a
cerca de 100 quilômetros de João Pessoa, encon-
tra-se a Pedra do Ingá, um imenso bloco de pe-
dra, com 24 metros de comprimento e quatro de
altura que, em 1944, foi transformado em Patri-
mônio Arqueológico Nacional.
Nessa pedra existem centenas de inscrições
rupestres (como estudado no capítulo 3 do volume
1). Além da Pedra do Ingá, ao longo do território
paraibano estão espalhadas mais de 30 mil pintu-
ras rupestres, o que faz do estado um verdadeiro
museu a céu aberto.
A Paraíba guarda no sertão uma relíquia ainda
mais antiga: as pegadas de dinossauros, animais
que viveram milhões de anos antes do surgimento
do ser humano na Terra.
Essas pegadas estão numa região conheci-
da como Vale dos Dinossauros. Ocupando uma
área de 700 quilômetros quadrados e engloban-
do 30 municípios, o Vale dos Dinossauros é o
sítio arqueológico que concentra o maior núme-
ro de pegadas fossilizadas desses animais no
mundo. São ao todo 505 trilhas de dinossauros
de diferentes espécies, entre eles o tiranossauro
e o estegossauro.
Na cidade de Sousa existe um parque no
qual, além das pegadas, é possível visitar um
museu com informações a respeito desses ani-
mais pré-históricos.
Patrimônio e diversidade Paraíba
Um museu a céu aberto
CorreiodaParaíba/FuturaPress
Patrimônio e diversidade
Engenho Lagoa Verde, em Alagoa
Grande, na Paraíba, maio de 2009.
168 Unidade 4 Diversidade religiosa
Os reinos anglo-saxões
Na época imediatamente posterior à queda do
Império Romano do Ocidente, a grande ilha situa-
da ao norte da Gália (França atual) e conhecida
como Bretanha (hoje, Grã-Bretanha) era invadida
pelos anglos, saxões e jutos, povos de origem ger-
mânica provenientes do norte da Europa. A resis-
tência dos habitantes locais, os bretões, durou vá-
rios anos e foi descrita no livro Excidio Britanniae
(A ruína da Bretanha), escrito em 550 por um sa-
cerdote historiador chamado Gildas.
Por volta de 500, segundo Gildas, um líder
guerreiro bretão conhecido como Arthur*, teria
vencido os saxões em
uma batalha no mon-
te Badon. Entretanto,
apesar dessa vitória e
da forte resistência dos bretões, os invasores aca-
baram ocupando quase toda a Bretanha.
Assim, entre 477 e 540, aproximadamen-
te, enquanto a Gália se transformava em Reino
Franco, anglos, jutos e saxões criavam na Breta-
nha sete pequenos reinos, mais tarde chamados
de heptarquia: Kent, Mércia, Essex, Sussex, Wes-
sex, East Anglia e Nortúmbria.
¡sso...Enquanto
* Veja os filmes Rei
Arthur, de Antoine
Fuqua, 2004, e Excalibur,
de John Boorman, 1981.
Elmo de ferro,
proveniente de um dos
reinos anglo-saxões da
atual Inglaterra e datado
do início do século VII.
Segundo algumas fontes,
ele teria sido usado pelo
Rei Redwald, morto
em 625.
1. As invasões germânicas contribuíram decisiva-
mente para a queda do Império Romano do Oci-
dente. Resuma com poucas palavras as mudan-
ças verificadas na Europa ocidental com a chega-
da dos povos germânicos.
2. Por que é possível afirmar que as sociedades ger-
mânicas eram fortemente militarizadas?
3. Entre os séculos V e VI, o poder real dos reinos
germânicos se enfraqueceu, em razão do esva-
ziamento das cidades e da ampliação do poder
da nobreza rural. Enquanto isso, a Igreja católi-
ca tornava-se uma instituição poderosa. Explique
como se realizaram essas transformações.
4. Qual foi o papel do Reino Franco na consolida-
ção do poder católico na Europa?
5. O Império Carolíngio consolidou-se e cresceu
durante o governo de Carlos Magno, a partir de
771. Observe o mapa Império Carolíngio (p. 164)
e indique as regiões conquistadas por Carlos
Magno e a que países essas regiões pertencem
atualmente.
6. O renascimento carolíngio preparou o caminho
para a criação das primeiras universidades euro-
peias por meio da organização de um conjunto
de saberes e práticas educacionais. Em que con-
sistiu esse movimento cultural?
7. Explique por que os monges copistas foram fun-
damentais para a preservação da cultura escrita
da Antiguidade greco-romana.
Organizando AS IDEIAS
A espada mágica
A Demanda do Santo Graal é um dos mais co-
nhecidos romances de cavalaria da Europa medie-
val. Escrito por volta do século XIII, ele reúne his-
tórias a respeito de Arthur, um rei bretão, ou líder
guerreiro, que teria lutado contra os saxões, à fren-
te de um grupo de cavaleiros, conhecidos como
Cavaleiros da Távola Redonda. Leia a seguir um tre-
cho dessa obra e responda ao que se pede.
Segundo a lenda, Arthur teria se tornado rei ao
arrancar uma espada, conhecida como excalibur,
do interior de uma pedra, na qual estava fincada.
No mundo DAS LETRAS
BritishMuseum,London/Album/Akg-Images/Latinstock
Patrimônio e
diversidade: nos
capítulos de Brasil dos
volumes 2 e 3, a seção
apresenta os principais
aspectos históricos, culturais
e sociais de cada um dos
estados brasileiros.
Olho vivo: a seção oferece
uma ampla leitura das
informações contidas em
pinturas, esculturas e outros
materiais iconográficos.
Atividades
Dentro dos boxes temos quatro tipos de atividade: Sua opinião, Sua comunidade, Diálogos e De olho no
mundo, cada uma com um objetivo bem específico. Diálogos, por exemplo, trabalha a interdisciplinaridade,
e Sua comunidade, a relação entre o local e o global.
Ao final do capítulo temos:
Organizando as ideias – que retoma o conteúdo visto no capítulo.
No mundo das letras – onde é feita uma relação entre História e Literatura.
Interpretando documentos – que trabalha com o aluno a capacidade de leitura e interpretação de diferentes
tipos de documento, como fotografias, mapas, gráficos, tabelas, charges, textos impressos, etc.
Hora de refletir – atividade que relaciona o capítulo com o conceito da unidade.
Índice remissivo: você localiza facilmente em que página
do livro se encontra o assunto que está procurando.
Glossário: as palavras marcadas no texto ganham uma
explicação aprofundada no glossário.
Passado presente: por meio desta seção
percebemos que assuntos do passado estão mais presentes
no nosso dia a dia do que muitas vezes imaginamos.
Mundo virtual: rica e diversificada seleção de sites
relacionados ao conteúdo do capítulo.
5
Enquanto isso...: trabalho
com a simultaneidade histórica,
revelando que a história da
humanidade não é única nem
linear.
Este ícone indica Objetos Educacionais
Digitais relacionados aos conteúdos do livro.
HMOV_v1_PNLD2015_004a005_Conheca.indd 5 26/03/2013 16:33
8. Capítulo 1 África, berço da humanidade ...................................................................................12
1. Um conceito em debate.......................................................................................................13
2. Em busca de nossas origens ................................................................................................13
3. Os primeiros hominídeos .....................................................................................................14
4. O Homo sapiens moderno...................................................................................................14
Capítulo 2 A Revolução Agrícola .................................................................................................19
1. Saindo da África...................................................................................................................20
2. O domínio da agricultura.....................................................................................................21
Capítulo 3 Nossos mais antigos ancestrais................................................................................25
1. Os primeiros ocupantes .......................................................................................................26
2. Sítios arqueológicos .............................................................................................................26
Fechando a unidade ......................................................................................................................33
Capítulo 4 Povos da Mesopotâmia..............................................................................................36
1. As cidades-Estado ................................................................................................................37
2. A civilização suméria............................................................................................................37
3. O Primeiro Império Mesopotâmico......................................................................................39
4. Babilônia e seu império........................................................................................................39
5. Hititas e assírios....................................................................................................................40
6. O Segundo Império Babilônico ............................................................................................40
Capítulo 5 Na terra dos faraós .....................................................................................................42
1. No norte da África ...............................................................................................................43
2. A unificação do Egito...........................................................................................................43
3. A sociedade egípcia .............................................................................................................44
4. A crença na imortalidade.....................................................................................................45
5. A serviço dos deuses e do faraó ..........................................................................................46
6. O saber egípcio ....................................................................................................................46
Capítulo 6 A civilização chinesa...................................................................................................48
1. A primeira dinastia chinesa..................................................................................................49
2. O primeiro imperador ..........................................................................................................50
Sumário
6
A força do conhecimento
e da criatividade
A urbanização
Unidade 1
Unidade 2
10
34
HMOV_v1_PNLD2015_006a009_Sumario.indd 6 3/6/13 10:40 AM
9. Capítulo 11 A Grécia antiga: formação ......................................................................................80
1. Miscigenação étnica e cultural.............................................................................................81
2. Os cretenses.........................................................................................................................81
3. Os aqueus ............................................................................................................................81
4. A invasão dória ....................................................................................................................84
Capítulo 12 A Grécia clássica ........................................................................................................87
1. A pólis grega........................................................................................................................88
2. A sociedade espartana ................................................................................................... 88
3. A democracia em Atenas.....................................................................................................91
Capítulo 13 O helenismo ...............................................................................................................94
1. A expansão macedônia........................................................................................................95
2. A formação de um império..................................................................................................95
Capítulo 14 Os primeiros séculos de Roma................................................................................. 100
1. A fundação de Roma .........................................................................................................101
2. A monarquia e suas instituições ........................................................................................102
3. Tempos republicanos..........................................................................................................103
4. Roma contra Cartago.........................................................................................................108
Capítulo 15 A República em crise ..............................................................................................111
Um período conturbado.........................................................................................................112
Capítulo 16 O Império Romano..................................................................................................117
1. Primeiros tempos do Império.............................................................................................118
2. Império dividido .................................................................................................................121
Fechando a unidade ....................................................................................................................125
Capítulo 7 As civilizações da Índia ..............................................................................................55
1. Ao longo do rio Indo............................................................................................................56
2. Os arianos e o hinduísmo ....................................................................................................56
Capítulo 8 Os fenícios, inventores do alfabeto........................................................................60
Cidades portuárias ...................................................................................................................61
Capítulo 9 O Império Persa ...........................................................................................................65
1. Medos e persas ....................................................................................................................66
2. A formação do império........................................................................................................66
3. Entre o Bem e o Mal ............................................................................................................69
Capítulo 10 Os hebreus..................................................................................................................71
1. O papel da religião...............................................................................................................72
2. Hebreus na Palestina............................................................................................................72
3. Os juízes e o monoteísmo....................................................................................................72
4. As doze tribos ......................................................................................................................73
Fechando a unidade...........................................................................................................76
7
Direito e democraciaUnidade 3 78
Sumário
HMOV_v1_PNLD2015_006a009_Sumario.indd 7 3/6/13 10:40 AM
10. Capítulo 17 Civilizações asiáticas...............................................................................................128
1. A Idade de Ouro na China.................................................................................................129
2. O Império Mongol..............................................................................................................130
3. O Japão dos samurais ........................................................................................................132
Capítulo 18 O mundo árabe-muçulmano.................................................................................135
1. Em torno dos oásis.............................................................................................................136
2. Politeísmo dos árabes................................................................................................... 136
3. Surge o islamismo..............................................................................................................136
4. O islã e a jihad....................................................................................................................136
5. Sunitas e xiitas....................................................................................................................138
6. A dinastia Omíada (661-749).............................................................................................139
7. A dinastia abássida (749-1258) .........................................................................................139
8. Saber e cultura no mundo islâmico ...................................................................................139
9. O mundo islâmico se divide...............................................................................................140
Capítulo 19 Os reinos africanos .................................................................................................144
1. O continente africano........................................................................................................145
2. O Reino de Axum...............................................................................................................146
3. Reinos do Sahel..................................................................................................................148
4. A civilização iorubá ............................................................................................................150
5. Os bantos...........................................................................................................................151
Capítulo 20 O Império Bizantino ...............................................................................................154
1. Império dividido .................................................................................................................155
2. O poder do basileu ............................................................................................................155
3. O governo de Justiniano....................................................................................................155
4. Um longo declínio..............................................................................................................158
5. A arte bizantina..................................................................................................................159
Capítulo 21 Os primeiros reinos medievais.............................................................................161
1. Os reinos germânicos.........................................................................................................162
2. A Igreja se fortalece ...........................................................................................................163
3. O Império Carolíngio..........................................................................................................163
4. O fim do Império................................................................................................................166
Capítulo 22 O feudalismo............................................................................................................170
1. O mundo feudal.................................................................................................................171
2. O feudo..............................................................................................................................171
3. Os camponeses ..................................................................................................................173
Capítulo 23 O poder da Igreja ....................................................................................................177
1. Poder material e poder espiritual.......................................................................................178
2. As Cruzadas .......................................................................................................................179
3. O Tribunal do Santo Ofício.................................................................................................182
Capítulo 24 Renascimento urbano e comercial ......................................................................186
O ano 1000............................................................................................................................187
Fechando a unidade ....................................................................................................................198
8
Unidade 4 126Diversidade religiosa
HMOV_v1_PNLD2015_006a009_Sumario.indd 8 3/6/13 10:40 AM
11. GLOSSÁRIO....................................................................................................................................260
SUGESTÕES DE FILMES E DE LEITURAS COMPLEMENTARES..............................................266
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................................................266
ÍNDICE REMISSIVO .......................................................................................................................268
Capítulo 25 A formação do Estado moderno .........................................................................202
1. O fortalecimento do poder real .........................................................................................203
2. A Inglaterra sob os normandos..........................................................................................203
3. As origens da França..........................................................................................................204
4. Cristãos × mouros..............................................................................................................204
5. A formação de Portugal.....................................................................................................207
6. A Espanha e a Inquisição ...................................................................................................207
Capítulo 26 A revolução cultural do Renascimento ..............................................................210
1. A península Itálica no século XV........................................................................................211
2. O Renascimento.................................................................................................................212
Capítulo 27 A Reforma protestante..........................................................................................221
1. Críticas à Igreja...................................................................................................................222
2. As 95 teses de Lutero.........................................................................................................222
3. O calvinismo.......................................................................................................................225
4. A Igreja anglicana ..............................................................................................................225
5. A reação da Igreja católica.................................................................................................228
Capítulo 28 As Grandes Navegações ........................................................................................231
1. Um comércio lucrativo .......................................................................................................232
2. A aventura portuguesa ......................................................................................................232
3. Os espanhóis chegam à América.......................................................................................234
4. O Tratado de Tordesilhas....................................................................................................235
5. A caminho das Índias.........................................................................................................235
6. Portugueses na América ....................................................................................................236
Capítulo 29 Os impérios coloniais .............................................................................................239
1. A Revolução Comercial......................................................................................................240
2. O mercantilismo.................................................................................................................242
3. O “Pacto Colonial”............................................................................................................242
4. O Império Português..........................................................................................................243
5. Espanha e o El Dorado.......................................................................................................244
6. Tordesilhas, adeus ..............................................................................................................244
7. As companhias de comércio..............................................................................................245
Capítulo 30 O absolutismo monárquico...................................................................................249
1. Os Estados modernos ........................................................................................................250
2. O rei encontra o poder ......................................................................................................250
3. Um poder (quase) absoluto ...............................................................................................252
Fechando a unidade ....................................................................................................................258
9
Unidade 5 200Soberania
e Estado nacional
Sumário
HMOV_v1_PNLD2015_006a009_Sumario.indd 9 26/03/2013 16:34
12. 10
Do ponto de vista biológico e cognitivo, não somos muito dife-
rentes dos homens, mulheres e crianças que viveram 10 mil ou
12 mil anos atrás. Se mudanças significativas não ocorreram no
organismo humano ao longo desse período, como explicar o fato de
que a humanidade deixou de viver em cavernas e passou a dominar
tecnologias que nos permitem até mesmo conquistar o espaço sideral?
Segundo o historiador Eric Hobsbawm, que formulou a pergun-
ta, todas essas mudanças verificadas ao longo de milhares de anos
foram resultado da persistente e crescente capacidade da espécie
humana de controlar as forças da natureza. Esse domínio ocorreu (e
ainda ocorre) por meio do trabalho manual e intelectual, da tecno-
logia e da organização da produção. Isso nos permite concluir que
a base do desenvolvimento humano repousa no conhecimento e
no uso da criatividade.
Mas será que conhecimento é algo que adquirimos somen-
te nos bancos escolares? E como ficam aqueles que nunca tive-
ram a oportunidade de estudar?
Todas as pessoas – quer tenham estudado ou não – detêm
conhecimento. Os povos indígenas, por exemplo, durante milê-
nios, curaram seus doentes utilizando somente ervas e plantas me-
dicinais sem nunca terem feito faculdade de Medicina. Saber qual a
planta correta a ser utilizada só foi possível graças a uma profunda ca-
pacidade de observar e interagir com a natureza.
Algo semelhante acontece com um cientista que inventa uma va-
cina. Em seu trabalho, ele precisa conhecer os experimentos já realiza-
dos, identificar diferentes tipos de drogas medicinais e fazer muitos tes-
tes antes de anunciar sua descoberta.
A força do
conhecimento
e da criatividade
Unidade
1
Dorganismo humano ao longo desse período, como explicar o fato de
que a humanidade deixou de viver em cavernas e passou a dominar
tecnologias que nos permitem até mesmo conquistar o espaço sideral?
ta, todas essas mudanças verificadas ao longo de milhares de anos
foram resultado da persistente e crescente capacidade da espécie
humana de controlar as forças da natureza. Esse domínio ocorreu (e
ainda ocorre) por meio do trabalho manual e intelectual, da tecno-
logia e da organização da produção. Isso nos permite concluir que
a base do desenvolvimento humano repousa no conhecimento e
nios, curaram seus doentes utilizando somente ervas e plantas me-
dicinais sem nunca terem feito faculdade de Medicina. Saber qual a
planta correta a ser utilizada só foi possível graças a uma profunda ca-
pacidade de observar e interagir com a natureza.
cina. Em seu trabalho, ele precisa conhecer os experimentos já realiza-
dos, identificar diferentes tipos de drogas medicinais e fazer muitos tes-
tes antes de anunciar sua descoberta.
Album/akg-images/WernerForman/Latinstock
Vênus de Dolní Vestonice, estatueta feminina de terracota, encontrada no sítio
arqueológico de Dolní Vestonice. Faz parte do Museu de Brno, na atual República
Tcheca. Mede 111 mm de altura e foi esculpida entre 29000 a.C. e 25000 a.C.
Seus seios, ventre e nádegas volumosos seriam uma alusão à fertilidade.
ErichLessing/Album/AlbumArt/Latinstock
HMOV_v1_PNLD2015_010a018_U01_C01.indd 10 3/6/13 10:41 AM
13. 11
COMEÇO DE CONVERSA
1. Utilizamos nossa criatividade em diversas situações da vida cotidiana: para solucionar
problemas, encontrar novas formas de realizar certas atividades ou simplesmente para nos
divertir. Pense em situações nas quais você resolveu problemas utilizando sua criatividade.
Narre um desses episódios à classe.
2. Em sua opinião, o conhecimento sobre o passado pode ajudar a transformar a realidade
em que vivemos? Por quê?
Adquirir conhecimentos não significa apenas acu-
mular informações a respeito de determinado assunto.
Significa, antes de mais nada, organizar as informações
disponíveis para compreender a realidade e partir em
busca de mais conquistas.
Nesta unidade veremos como a busca pelo saber
mobiliza os seres humanos desde os tempos mais remo-
tos. O domínio do fogo e a invenção da roda são alguns
exemplos de como a humanidade utilizou seus conhe-
cimentos para adequar a realidade em que vivia às suas
necessidades. Esse potencial criativo foi um dos fatores
responsáveis por garantir a sobrevivência da espécie hu-
mana sobre a Terra.
Retrato de Jacqueline Roque de Braços Cruzados, tela de Pablo Picasso
(1881-1973). Pintada em 1954, essa obra do modernista espanhol
pretende representar uma mulher de forma não realista. Compare esta
representação com a da página anterior. Ambos os artistas utilizam
a força de sua criatividade e de seu conhecimento para criar formas
capazes de emocionar e estimular a imaginação.
Reprodução/MuseuPicasso,Paris,França.
Pintura rupestre de 13 mil a
9,5 mil anos atrás. Gruta das
Mãos, Argentina.
HMOV_v1_PNLD2015_010a018_U01_C01.indd 11 3/6/13 10:41 AM
14. 12
As mulheres e os homens encontram-se
sobre a face da Terra há cerca de 200 mil anos.
Mas milhões de anos antes de seu surgimento,
diversos ancestrais da espécie humana já
andaram sobre o planeta. Entre esses ancestrais
podemos citar o Australopithecus afarensis, o
Homo habilis e o Homo erectus. Cada um tem
características físicas próprias, mas em comum
contam o fato de andarem sobre duas pernas,
como os humanos.
Em 2010, pesquisadores anunciaram
a descoberta de uma nova espécie de
australopiteco, o Australopithecus sediba. Os
fósseis desse hominídeo foram encontrados
em 2008 em uma caverna nas proximidades de
Johannesburgo, na África do Sul.
De acordo com os cientistas, o A. sediba
viveu cerca de 1,977 milhão de anos atrás.
Apesar de possuir corpo pequeno – cerca
de 1,3 metro de altura – e grandes braços –
típico de outros australopitecos que viviam em
árvores –, o A. sediba tinha uma série de traços
físicos semelhantes aos dos humanos, como o
formato do cérebro, o tamanho dos dentes e a
estrutura da pélvis e do fêmur. Em razão dessas
semelhanças, muitos especialistas consideram
esse australopiteco um ancestral da espécie
humana.
Neste capítulo estudaremos o que os
cientistas já sabem a respeito das origens da
humanidade.
As palavras destacadas nesta cor
estão no Glossário, página 260.
Kazuyoshi Nomachi/Corbis/Latinstock
Prof.LeeBerger/WikimediaCommons
África, berço da humanidade
Capítulo 1
Objetivos do capítulo
nn Refletir sobre os conceitos de História
e Pré-História.
nn Compreender os conceitos de hominídeo,
fóssil e primata.
nn Discutir as limitações dos seres humanos
pré-históricos e as estratégias que eles criaram
para superá-las (o conhecimento e a criatividade).
Matthew Berger, de 9 anos, filho do paleoantropólogo
norte-americano Lee Berger, segurando sua descoberta: a
clavícula do Australopithecus sediba, encontrada na África
do Sul. Em 2010, seu pai apresentou o fóssil à comunidade
científica. Foto de 15 de agosto de 2008.
HMOV_v1_PNLD2015_010a018_U01_C01.indd 12 3/6/13 10:41 AM
15. 13África, berço da humanidade Capítulo 1
Um conceito em debate
Tradicionalmente, as origens da humanidade
eram situadas pelos historiadores numa época conhe-
cida como Pré-História. Hoje, entretanto, essa expres-
são não é mais aceita por muitos estudiosos. Por quê?
A Pré-História costumava ser definida como o pe-
ríodo compreendido entre o aparecimento dos primeiros
hominídeos e a invenção da escrita, ocorrida por volta
do quarto milênio antes de Cristo, na Mesopotâmia (no
atual Oriente Médio) e, logo depois, no Egito. Essa pe-
riodização começou a ser utilizada a partir do século XIX,
na Europa. Por essa época, os estudiosos acreditavam
que só seria possível resgatar o passado de uma socieda-
de caso existissem registros escritos feitos por ela.
Hoje, essa visão é encarada com reservas. Outras
fontes, como imagens, objetos do cotidiano e rela-
tos orais, por exemplo, passaram a ter a mesma im-
portância que a escrita no processo do conhecimento
histórico. Além disso, recentes avanços científicos e
tecnológicos colaboram na tarefa de resgatar o pas-
sado. É o caso da análise do DNA, de programas de
computador que reconstroem rostos humanos a par-
tir de um crânio e de métodos científicos que deter-
minam a idade de fósseis e de restos arqueológicos.
A invenção da escrita como marco inicial da His-
tória também pode ser questionada pelo fato de não
ter ocorrido ao mesmo tempo em todo o planeta.
Muitos povos só entraram em contato com ela no
final do século I a.C., durante a expansão de Roma.
Ainda hoje, há grupos indígenas no Brasil e aborígi-
nes na Austrália que não fazem uso de nenhum sinal
gráfico para representar palavras.
Se considerássemos o surgimento da escrita
como o início da História, conquistas como o domí-
nio do fogo, a invenção da roda e a prática da agri-
cultura ficariam de fora da história da humanidade,
pois elas ocorreram muitos séculos antes da invenção
dessa forma de comunicação.
Amparados nessas ressalvas, podemos dizer que
o mais indicado é considerar o que foi chamado de
Pré-História como uma etapa no processo histórico
do ser humano. Do ponto de vista social, podemos
entendê-la como um período em que ainda não ha-
viam surgido sociedades complexas e sedentárias e
no qual as pessoas se reuniam em pequenos grupos
ou agrupamentos nômades.
Em busca de nossas origens
Há cerca de 60 milhões de anos, apareceram na
Terra os primeiros primatas. Desse grupo surgiram
o gorila, o chimpanzé, o orangotango e os primeiros
hominídeos, que deram origem à espécie humana.
Atualmente, especialistas como paleoantropólo-
gos, geólogos, arqueólogos, biólogos, geneticistas,
etnólogos, paleontólogos, etc. participam de escava-
ções em busca de vestígios dos nossos ancestrais com
o propósito de descobrir como eles eram e como vi-
viam. Esses vestígios podem ser fósseis, ferramentas,
esculturas, pinturas em cavernas, utensílios, restos de
fogueiras, entre outros (veja a imagem).
1 2
Com mais de 3 milhões de anos, o fóssil do hominídeo da
espécie Australopithecus afarensis encontrado na África em
1974 recebeu o nome de Lucy porque seu descobridor, no
momento em que o encontrou, escutava a canção dos Beatles
“Lucy in the sky with diamonds”. A foto mostra o crânio do
“bebê Lucy”, fóssil da mesma espécie de Lucy e também com
mais de 3 milhões de anos.
Vilem
Bischof/AFPPhoto/Researchand
ConservationofCulturalHeritages
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16. 14 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
Entretanto, a ciência ainda não encontrou uma
resposta precisa a respeito de como e quando o ser
humano apareceu. O que os cientistas sabem é que
o surgimento de homens e mulheres foi resultado de
um longo processo, que se estendeu por centenas de
milhões de anos e envolveu não só alterações físicas
no corpo, mas também mudanças culturais, como o
modo de viver e agir desses seres.
Os primeiros hominídeos
Os fósseis são uma das principais fontes de es-
tudo para entender a evolução da espécie humana.
A análise dessas amostras indica que os indivíduos
com características tipicamente humanas não apare-
ceram recentemente nem de uma só vez.
thecus anamensis, a dos Australopithecus afarensis e
a dos Australopithecus sediba, sobre a qual comenta-
mos na abertura do capítulo.
De modo geral, os australopitecos tinham
braços longos, maxilares salientes e cérebros pe-
quenos, mas sua principal característica era anda-
rem eretos.
O Homo sapiens moderno
Uma das espécies de australopiteco – não se
sabe qual – deu origem a um grupo de hominídeos,
o Homo. Os cientistas ainda não descobriram quan-
do, como e onde isso aconteceu. Acredita-se que
os primeiros seres do gênero Homo apareceram há
cerca de 2 milhões de anos e por mais de 800 mil
anos conviveram com os australopitecos na Áfri-
ca. Estes, porém, não conseguiram se adaptar à
crescente competição entre as espécies e acaba-
ram extintos.
Segundo alguns especialistas, a espécie mais an-
tiga de Homo que se conhece é a do Homo habi-
lis. Com cerca de 1,57 m de altura, pouco mais de
50 quilos de peso e um cérebro de até 800 cm³, o
Homo habilis se desenvolveu graças à sua capacidade
de adaptação cultural e social: ele tinha, por exem-
plo, o hábito de dividir os alimentos com os integran-
tes de seu grupo, criando assim laços de solidarieda-
de entre si.
Pesquisas recentes mostram que o Homo habi-
lis conviveu por centenas de milhares de anos com
outro hominídeo, o Homo erectus, que apareceu na
África por volta de 1,8 milhão de anos atrás. Para os
cientistas, essas duas espécies podem ter tido um
ancestral comum, ainda desconhecido.
O Homo erectus chegava a medir até 1,80 m.
Seu cérebro tinha um volume médio de 950 cm³,
mas podia chegar a 1250 cm³. Seu rosto era largo e
sua arcada dentária, saliente.
O Homo erectus revelou-se um ser de gran-
de capacidade mental: andava em grupos de vin-
te a trinta indivíduos, fabricava
utensílios, construía cabanas,
aprendeu a dominar o fogo* e a
organizar caçadas, dividindo ta-
refas entre si.
3 4
* Veja o filme A
guerra do fogo,
de Jean Jacques
Annaud.
EquinoxGraphics/SPL/Latinstock
Um dos hominídeos mais antigos que se conhe-
ce é o Ardipiecus kadabba, que habitou a África há
5,8 milhões de anos.
Posteriormente, surgiram outros hominídeos do
gênero dos australopitecos. Eles teriam habitado a
África entre 4,2 milhões e 1 milhão de anos atrás e se
dividiam em várias espécies, como a dos Australopi-
Montagem computadorizada de um crânio de Homo
floresiensis (à esquerda) ao lado de um crânio de Homo
sapiens sapiens (à direita). O Homo floresiensis foi um
hominídeo de pouco mais de um metro de altura e cérebro
muito pequeno. Acredita-se que foi extinto há 12 mil anos
e que coexistiu com os seres humanos modernos (Homo
sapiens). Em 2003, restos desse crânio foram encontrados na
caverna Liang Bua, localizada na Ilha das Flores, Indonésia.
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17. 15África, berço da humanidade Capítulo 1
As descrições dos primeiros ancestrais da espécie humana que você lê em livros e revistas não bro-
tam da imaginação dos historiadores ou dos cientistas. Na verdade, centenas de pesquisadores vas-
culham continuamente diversas regiões da África, da Ásia, da América, da Europa e da Oceania em
busca de vestígios de nossos antepassados mais remotos. É com base no que eles descobrem – ossos,
restos de fogueiras, ferramentas, pontas de flechas, utensílios de cerâmica, etc. – que é reconstituída a
árvore genealógica da espécie humana e são descritos os espécimes, os cenários em que viviam, seu
modo de vida.
Fóssil é toda “evidência de um organismo vegetal ou animal preservado em gelo ou rochas sedimen-
tares. A preservação de um organismo em sua totalidade (isto é, com a permanência de seus tecidos rígi-
dos e macios) é muito rara. Entre os casos mais notáveis desse tipo de achado, encontram-se os mamutes
(elefantes arcaicos) siberianos, que têm sido recuperados de estratos de gelo em condições perfeitas de
preservação.” [Enciclopédia ilustrada Folha. São Paulo: Folha da Manhã S.A., 1996. v. 1, p. 363. Sobre os
mamutes e sua utilidade para os seres humanos da chamada “Pré-História”, veja o capítulo 2.].
Quando o esqueleto de um ser humano é encontrado, seus ossos trazem informações valiosas para os
cientistas, como se pode ver a seguir. Eles podem dizer a que sexo pertencia seu portador, se se tratava
de uma criança, de um adulto ou de um adolescente e, em certos casos, as circunstâncias de sua morte.
Até mesmo fezes humanas fossilizadas, conhecidas como coprólitos, podem ser uma importante fonte de
informações. Elas revelam, por exemplo, os hábitos alimentares de um grupo humano e a incidência de
parasitas nos intestinos das pessoas desse grupo. Supondo, por exemplo, que esses parasitas sejam co-
muns em zonas tropicais e que os coprólitos tenham sido encontrados em uma região fria, isso mostraria
que o grupo humano estudado teria migrado de um lugar para outro.
Olho vivo O que os fósseis revelam
O tamanho do crânio pode identificar a espécie.
Os dentes e o tamanho dos ossos revelam se o
esqueleto era de um adulto ou de uma criança.
Também podem mostrar problemas como ane-
mia e outras deficiências alimentares.
Riscos microscópicos e buracos no esmalte dos
dentes podem indicar o tipo de alimentação.
Molares grandes e mandíbulas grossas sugerem
a mastigação de alimentos mais duros.
Os ossos podem reter evidências de infecções
por tumores, bactérias, parasitas e fungos, ou
revelar traumas como fraturas, amputações e
golpes na cabeça.
O formato da pélvis identifica o sexo.
Adaptado de: <www.becominghuman.org/>.
Acesso em: 16 abr. 2012.
Fóssil do esqueleto de uma mulher do período Neolítico
encontrado na França.
PascalGoetgheluck/Spl/StockPhotos/Latinstock
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18. 16 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
O Homo erectus foi o primeiro hominídeo a
emigrar da África. Seguindo o curso do rio Nilo, al-
cançou a Ásia e depois a Europa. Desapareceu há
cerca de 300 mil anos, quando espécies arcaicas de
Homo sapiens já andavam sobre o planeta.
Tudo indica que essas espécies evoluíram até
que, por volta de 195 mil anos atrás, apareceu o
Homo sapiens sapiens (ou Homo sapiens moderno*),
espécie da qual fazemos parte. Por ter uma faringe
mais longa e uma língua mais flexível, essa espécie
desenvolveu a capacidade da fala, por meio da qual
passou a expressar seus pensamentos e a desenvol-
ver conceitos abstratos (sobre a espécie humana,
veja o boxe a seguir).
Durante algum tempo, o ser humano conviveu
com indivíduos de outra espécie do gênero Homo –
o Homo neanderthalensis, tam-
bém conhecido como Homem de
Neanderthal –, mas ela desapa-
receu há cerca de 30 mil anos.
Representação artística de um grupo de ancestrais
e precursores do Homo sapiens moderno. Da
esquerda para a direita e da frente para trás: Homo
erectus, Australopithecus africanus, Kenyathropus
rudolfensis, Australopithecus afarensis, Homo habilis,
Australopithecus boisei, Homo neanderthalensis e
Australopithecus anamensis.
* Veja o filme
A origem do
homem, Discovery
Channel, 2002.
Hess.Landesmuseum/akg-images/Latinstock
Somos todos iguais
Pele negra, branca ou parda; olhos arredon-
dados ou puxados. Cabelos lisos, crespos ou en-
caracolados. As variações físicas entre os seres
humanos são imensas, porém a ciência já com-
provou: apesar das diferenças observadas entre
os indivíduos, a espécie humana é única. Isso
significa que, ao contrário do que muitos afirma-
ram no passado, as pessoas não podem ser sepa-
radas em raças.
A comprovação definitiva desse fato aconte-
ceu em 2003, quando cientistas do Projeto Genoma
concluíram o sequenciamento genético de 94% do
DNA humano. Ao analisarem os genes formadores
de nossas características físicas, os cientistas ob-
servaram que as diferenças das sequências genéti-
cas entre dois indivíduos não chega a 1%.
As variações encontradas – como a cor da
pele ou dos olhos, por exemplo – são resultado
do processo evolutivo do ser humano diante da
necessidade de se adaptar às condições ambien-
tais em que passou a viver.
Segundo os cientistas, o cabelo crespo dos
negros, por exemplo, surgiu como uma forma de
proteger o couro cabeludo das pessoas que vi-
viam em regiões de climas quentes. Esse tipo
de cabelo forma uma camada de ar entre o couro
cabeludo e o ambiente, protegendo a cabeça da
grande incidência dos raios solares.
Ainda de acordo com os cientistas, um dos fa-
tores pelos quais os europeus teriam a pele mais
clara do que a dos africanos, por exemplo, se deve
ao clima. Durante o processo de seleção natural
verificado ao longo de milhares de anos, prevalece-
ram na Europa – região onde os dias costumam ser
mais curtos e frios – indivíduos de pele mais clara,
pois estes têm capacidade de melhor absorver a luz
solar necessária à produção de vitamina D, respon-
sável pela absorção de cálcio, essencial para o de-
senvolvimento de ossos e dentes.
Em estudo publicado em 2007, o antropólogo nor-
te-americano Henry Harpending, baseado na análise
do DNA de indivíduos de diferentes populações, afir-
ma que “os europeus ficaram mais claros, mais louros
e com olhos mais azuis há apenas cinco mil anos”.
Fontes: ESCOBAR, Herton. Evolução do Homo sapiens
continua, cem vezes mais rápida. O Estado de S. Paulo,
11 dez. 2007; <www.ornl.gov/sci/techresources/
Human_Genome/home.shtml>. Acesso em: 16 abr. 2012;
Superinteressante, n. 50. nov. 2001. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/superarquivo/1991/
conteudo_112801.shtml>. Acesso em: 16 abr. 2012.
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19. 17África, berço da humanidade Capítulo 1
1. O conceito de Pré-História representa, tradicio-
nalmente, o período entre o aparecimento da
humanidade e a invenção da escrita. Essa perio-
dização foi construída no século XIX, quando os
estudiosos acreditavam que os registros escritos
eram fundamentais para o entendimento das so-
ciedades antigas. Por que o conceito de Pré-His-
tória deve ser visto com ressalvas?
2. A invenção da escrita não ocorreu da mesma for-
ma e na mesma época entre todos os povos. Cite
algumas sociedades atuais que não utilizam a es-
crita na vida cotidiana.
3. Nossos conhecimentos sobre a origem da huma-
nidade dependem das pesquisas de diversos es-
pecialistas, como paleontólogos, geneticistas, an-
tropólogos, etc. Com base na leitura do capítulo,
descreva o que a ciência descobriu até agora sobre
a origem e o desenvolvimento dos hominídeos.
4. Além do Homo sapiens, outras espécies de
Homo povoaram a Terra nos últimos milhões de
anos: o Homo habilis, o Homo erectus e o Homo
neanderthalensis. Descreva as características fun-
damentais dessas espécies indicando a época
em que existiram.
5. As descobertas sobre a origem da humanida-
de são fruto da pesquisa científica de diferentes
áreas. Descreva, em linhas gerais, como se reali-
zam essas pesquisas.
Organizando AS IDEIAS
Agora, você vai ver duas representações da evolução da espécie humana. Depois de compará-las, respon-
da ao que se pede.
Documento 1
Representação livre da evolução humana. Habitualmente, essa evolução é representada como uma “caminhada”
de figuras do sexo masculino. Aqui, o artista inovou, introduzindo figuras femininas como representantes da cadeia
evolutiva da humanidade.
DavidGifford/SciencePhotoLibrary/Latinstock
Interpretando DOCUMENTOS
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20. 18 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
1. Como a evolução da espécie humana é represen-
tada no documento 1 e no documento 2?
2. Comparando os dois documentos, por que po-
demos afirmar que o primeiro não representa
corretamente os nossos conhecimentos atuais
sobre o desenvolvimento da espécie humana?
3. Podemosdizerqueodocumento2representaaverda-
de sobre a evolução humana? Justifique sua resposta.
Documento 2
Árvore genealógica da espécie humana feita com base nos conhecimentos disponíveis em 2007. Na coluna
da direita está registrado, em milhões de anos, o momento em que cada espécie apareceu.
Árvore genealógica da espécie humana feita com base nos conhecimentos disponíveis em 2007. Na coluna
Homo florensiensis
Homo
neanderthalensis
Homo
cepranensis
Homo mauritanicus/antecessorHomo
erectus
Homo
habilisHomo
ergaster
Paranthropus
robustus Paranthropus
boisel
7 MILHÕES DE ANOS ATRÁS (MAA)
2 MAA
3 MAA
4 MAA
5 MAA
6 MAA
1 MAA
PRESENTE
Paranthropus
aethopicus
Ardipithecus
ramidus
Australopithecus
bahrelghazali
Australopithecus
afarensis
Australopithecus
anamensis
Kenyathropus
platyops
Kenyathropus
rudolfensis
Ardipithecus
kadabba
Sahelanthropus
tchadensis
Orrorin
tugenensis
Homo sapiens
(ser humano moderno)
Australopithecus
africanus
Adaptado de: <www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=31&id=364>. Acesso em: 16 abr. 2012.
Mundo virtual
n Lascaux – Um passeio virtual pelo interior da caverna de Lascaux, na França, famosa por suas pinturas
rupestres. O site está em inglês, mas basta clicar na página inicial para começar o passeio. Disponível em:
<www.lascaux.culture.fr/#/en/00.xml>. Acesso em: 10 out. 2012.
n Evolução humana – Uma linha do tempo interativa sobre a evolução da espécie humana. Está em inglês,
mas é de fácil navegação. Disponível em: <http://tinyurl.com/32ztp4l>. Acesso em: 10 out. 2012.
Nos primórdios da humanidade, diversas for-
mas de conhecimento contribuíram para a sobre-
vivência e o desenvolvimento dos hominídeos: a
construção e o manuseio de instrumentos, a orga-
nização coletiva da caça, o domínio do fogo, etc.
Reúna-se em grupo com outros colegas e, juntos,
escrevam um texto sobre o papel da socialização
do conhecimento para a sobrevivência da espécie
humana. Ao final da atividade, apresentem para a
classe as ideias discutidas no grupo.
Hora DE REFLETIR
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21. 19
Capítulo 2
A Revolução Agrícola
Arroz vermelho, babaçu, umbu, feijão-canapu,
palmito-juçara, castanha-baru. Você já ouviu
falar dessas plantas encontradas no Brasil? Pois
elas fazem parte de uma relação de 750 espécies
vegetais do mundo inteiro que, pelos mais
variados motivos, correm o risco de desaparecer
para sempre.
Uma lista atualizada de plantas sob risco de
extinção encontra-se disponível no site da Slow
Food, fundação internacional que desenvolve
projetos de plantio de vegetais ameaçados com
a finalidade de impedir seu desaparecimento.
Quantas outras espécies vegetais, contudo, foram
perdidas para sempre ao longo da história da
humanidade é algo difícil de calcular.
Durante milhares de anos, nossos ancestrais
viveram da caça, da pesca e da coleta de frutas
e raízes. O domínio de técnicas de plantio
só ocorreu há cerca de 10 mil anos. Mas a
FábioColombini/Acervodofotógrafo
Rubens Chaves/Acervo do fotógrafo
Objetivos do capítulo
Apresentar as teorias sobre o povoamento da
Terra pelo gênero Homo.
Mostrar a importância do domínio da
agricultura e da domesticação de animais para
a sedentarização dos grupos humanos e a
formação dos primeiros núcleos urbanos.
Destacar o papel da especialização de funções
na organização social e política dos grupos
humanos.
Umbuzeiro em Paulo Afonso, na
Bahia, em foto de 2008. Nativo
da caatinga do Sertão nordestino,
o umbuzeiro (árvore do umbu),
hoje em processo de extinção,
tem raízes capazes de armazenar
grande quantidade de água.
Essa característica lhe permite
sobreviver nos períodos de seca
prolongada.
agricultura significou para o ser humano uma
verdadeira revolução, modificando seus hábitos,
fixando-o à terra e permitindo que alguns grupos
abandonassem pouco a pouco a vida nômade e
se tornassem sedentários. Tal fato promoveu o
surgimento das primeiras cidades e civilizações.
Neste capítulo estudaremos as grandes
mudanças ocorridas na vida humana com o
desenvolvimento da agricultura.
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22. 20 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
120º O
0º
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Estr. de Bering
Grupos humanos não mongólicos
Grupos humanos mongólicos
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Equador
TEoRIa Da ocuPaÇÃo Da aMéRIca
Fonte: nEVES, W.; PILÓ, L. O povo de Luzia: em busca dos primeiros americanos. São Paulo: Globo, 2008.
0 3100
QUILÔMETROS
ESCALA
6200
Isso só teria sido possível porque, naquela época,
o planeta vivia sua última Era Glacial*, durante a qual
as águas do mar baixaram drasticamente, deixando
descoberto o fundo do estreito
de Bering. Do Alasca, essa popu-
lação teria alcançado a América
do Sul há 11500 anos.
Entretanto, descobertas arqueológicas mais re-
centes recuam a chegada do ser humano à Améri-
ca para muito antes dessa data. Para alguns pesqui-
sadores, existiriam vestígios da presença humana no
continente de até 50 mil anos, o que obrigaria os es-
tudiosos a reverem a teoria Clóvis. As pesquisas coor-
denadas pela arqueóloga brasileira Niède Guidon na
região de São Raimundo Nonato (Piauí) contribuíram
decisivamente para esse debate.
Outra polêmica recente refere-se à ideia, defen-
dida pelo pesquisador brasileiro Walter Neves, de que
houve mais de uma leva de migração pelo estreito
de Bering, sendo uma delas realizada por povos de
traços africanos (veja o mapa abaixo). Para reforçar
essa hipótese, Neves baseia-se no crânio de uma mu-
lher achado em 1975 em Lagoa Santa (MG) e à qual
se deu o nome de Luzia. Ela teria vivido há cerca de
11500 anos e apresentaria características morfológi-
cas mais próximas dos aborígines negroides da Aus-
trália do que dos mongoloides asiáticos.
Reconstituição da cabeça de
Luzia feita na Universidade
de Manchester, Inglaterra,
com a ajuda de tomografias
computadorizadas. A
reconstrução revela uma
face de traços africanos,
em contraste com a dos
indígenas de características
mongoloides encontrados
por Cabral em 1500.
MarcosHermes/Arquivo
daeditora
saindo da África
Entre 1 milhão e 700 mil anos atrás, o Homo
erectus saiu da África, onde surgiu, e iniciou o povoa-
mento da Ásia e da Europa. Entretanto, foi o Homo
sapiens sapiens quem conseguiu ocupar – até por
volta de 12000 a.C. – todos os continentes do plane-
ta, com exceção da Antártida.
Segundo os especialistas, o Homo sapiens sa-
piens chegou ao Oriente Próximo e à Ásia entre
90000 a.C. e 45000 a.C. Do continente asiático ele
teria alcançado – há cerca de 40 mil anos – a Ocea-
nia por meio de embarcações. Enquanto isso, outros
grupos ocupavam a Europa e a Ásia central. Aí, leva-
vam uma vida nômade, ou seja, deslocavam-se cons-
tantemente em busca de alimentos. Viviam da coleta
de frutos e raízes e caçavam animais, como mamutes
e bisões, hoje extintos.
O povoamento da América
Ainda hoje, a ciência não chegou a uma expli-
cação única a respeito de quando os primeiros hu-
manos atingiram o continente americano. A teoria
Clóvis, formulada na primeira metade do século XX,
afirma que, há cerca de 15 mil anos, grupos de ca-
çadores-coletores teriam saído do nordeste da Ásia,
atravessado o estreito de Bering e chegado ao Alasca.
1
* Veja o filme A Era
do Gelo, de Chris
Wedge, 2002.
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23. 21A Revolução Agrícola Capítulo 2
o domínio da agricultura
Com o fim da Era Glacial, o clima tornou-se mais
ameno e o solo, mais fértil. Grupos nômades come-
çaram a construir suas cabanas junto a rios e lagos,
onde pescavam, abasteciam-se de água, caçavam e
coletavam cereais silvestres.
Levados para os acampamentos, onde eram moí-
dos e cozidos, muitos desses grãos de cereais caíam
acidentalmente no solo, e é provável que as pessoas
tenham percebido que, com o tempo, eles germina-
vam. Segundo alguns estudiosos, foi dessa maneira
que o ser humano aprendeu a cultivar a terra.
As evidências indicam que o domínio da agri-
cultura ocorreu de forma independente em dife-
rentes lugares do mundo. Na região de Jericó, no
Oriente Médio, a agricultura teria surgido há cerca
de 10 mil anos. Nessa mesma época, na América,
grupos humanos já cultivavam abóboras na atual
região do Equador.
Povos sedentários
O domínio da agricultura provocou uma grande
transformação na vida dessas populações – a ponto
de ser chamado de Revolução Agrícola. Diversos po-
vos, que antes levavam uma vida nômade em busca
de alimentos, se fixaram (sedentarizaram) em deter-
minada região e começaram também a cultivar verdu-
ras e legumes. Dessa maneira, conseguiam ter melhor
controle sobre seu estoque de alimentos. A tomada
de consciência dessa nova capacidade resultou em um
aprimoramento das técnicas agrícolas e provocou inú-
meras mudanças nos hábitos dos grupos humanos.
2
Pintura rupestre em caverna da Argélia, no norte da África,
datada de 4500 a.C., alusiva à criação de gado por grupos
humanos do período Neolítico.
GeorgeHolton/PhotoResearchers,Inc./Latinstock
Com a agricultura, os seres humanos passaram
a elaborar melhor seus instrumentos e utensílios de
pedra. Essa mudança, à qual se acrescentou mais tar-
de a utilização dos metais como matéria-prima, le-
vou os cientistas a dividir a chamada “Pré-História”
em três períodos:
• Paleolítico, ou Idade da Pedra
Lascada* – do surgimento dos
primeiros seres humanos até
8000 a.C. Caracterizado por ins-
trumentos rústicos, não polidos.
• Neolítico, ou Nova Idade da
Pedra – de 8000 a.C. a 5000 a.C. Principais carac-
terísticas: instrumentos de pedra polida, agricultura
e sedentarização.
• Idade dos Metais – de 5000 a.C. à invenção da escrita.
Durante o Neolítico, o maior estoque de alimen-
tos permitiu que algumas comunidades crescessem.
Quase ao mesmo tempo que se deu o domínio da
agricultura, ocorreu a domesticação de animais – ca-
bras, ovelhas, galinhas, porcos, cavalos e bois. Com
ela, alguns desses animais passaram a ser utilizados
como meio de transporte, como fonte de leite, lã e
esterco, além de carne para os períodos de fome (leia
o texto Dos potes de cerâmicas às garrafas PET na se-
ção Eu também posso participar, a seguir).
Em quase todos os lugares, a vida sedentária e o
cultivo do solo levaram ao crescimento demográfico e
à formação de aglomerações humanas. Pouco a pou-
co, algumas dessas aglomerações se transformaram nas
primeiras vilas e cidades (veja o mapa da página 23).
Com o crescimento populacional, surgiram no-
vos problemas. Sobreviver nos lugares de clima ári-
do, por exemplo, exigia um enorme esforço coletivo.
A população dessas regiões precisava construir reser-
vatórios para garantir água nos períodos de seca, er-
guer diques para controlar as cheias dos rios, abrir ca-
nais para irrigar as plantações.
* Veja o filme
Homens
pré-históricos –
Vivendo entre as
feras, Discovery
Channel, 2002.
nais para irrigar as plantações.
Erich Lessing/Album/Latinstock
Com uma foice de agricultor
apoiada no ombro direito, esta
pequena estatueta de cerâmica
(25,6 cm de altura) representa uma
divindade do período Neolítico.
Encontrada na região do leste
europeu hoje conhecida como
Hungria, foi esculpida por volta de
4500 a.C. Uma máscara triangular
encobre seu rosto. Os braços são
ornamentados com braceletes
e em seu corpo há desenhos
geométricos.
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24. 22 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
Dos potes de cerâmica às garrafas PET
Uma invenção criada há milhares de anos de-
sempenhou papel fundamental para a sobrevi-
vência das primeiras comunidades sedentárias.
Trata-se da cerâmica, técnica que consiste em
modelar o barro no formato desejado e levá-lo ao
fogo para secar.
Os objetos de cerâmica mais antigos conheci-
dos foram encontrados no Oriente, onde hoje ficam
o Japão e a China. São vasos e potes com cerca de
20 mil anos de existência. Porém, a cerâmica teve
seu uso ampliado por volta do quarto milênio a.C.
graças à introdução da roda de oleiro e dos fornos
de alta temperatura. Com eles era possível produ-
zir panelas, formas, jarros, potes, entre outros uten-
sílios, mais resistentes e em maior quantidade.
Com esses objetos, as pessoas puderam levar
a comida ao fogo de forma mais adequada, o que
facilitava a ingestão e o aproveitamento dos ali-
mentos. Jarros e potes, por sua vez, se tornaram
fundamentais para o armazenamento e transpor-
te de produtos como azeite e água. A cerâmica
também era usada em rituais.
Passados milhares de anos desde a inven-
ção dos primeiros potes de cerâmica, um dos
produtos mais utilizados atualmente para o ar-
mazenamento e transporte de líquidos são as
garrafas plásticas.
Um dos plásticos mais utilizados para esse
fim é o PET (sigla para polietileno tereftalato), re-
sina originária do petróleo com a qual se fazem
embalagens recicláveis usadas principalmente
para armazenar bebidas não alcoólicas, como
água e refrigerantes.
Foi no final dos anos 1980 que a indústria bra-
sileira começou a produzir garrafas PET como
opção leve e barata para substituir as garrafas
de vidro.
Lançadas nas ruas ou espalhadas nos lixões a
céu aberto, essas embalagens entopem esgotos
e poluem rios e mares. Muitos animais marinhos
– como baleias, leões-marinhos, tartarugas – aca-
bam confundindo essas embalagens com alimen-
tos e morrem asfixiados ao ingeri-las.
Para agravar ainda mais a situação, as gar-
rafas PET são de difícil decomposição, levando
em média cerca de cem anos para se desfaze-
rem naturalmente.
A adoção de procedimentos básicos em rela-
ção ao uso e descarte dessas embalagens no dia
a dia ajuda a minimizar tal situação. Veja o que
pode ser feito.
• O uso mais frequente de embalagens retor-
náveis ajuda a reduzir a quantidade de lixo
produzida.
• Muitas embalagens podem ser reutilizadas.
Assim, as garrafas PET podem ser transforma-
das em recipientes para guardar água ou em
vasos. Já existem experimentos que transfor-
mam recipientes PET em paredes de casa e
até mesmo um barco já foi fabricado com es-
sas embalagens. Com ele foi possível navegar
cerca de 1,5 mil quilômetros ao longo do rio
São Francisco.
• As embalagens PET são recicláveis e seu uso
pode ser bem variado. Em 2008, o governo
federal aprovou uma lei que permite às em-
presas utilizarem PET reciclado para emba-
lar alimentos. Isso é possível porque já existe
tecnologia capaz de limpar e descontaminar
esse material. Entretanto, as empresas bra-
sileiras ainda não têm condições de reciclar
toda a quantidade de embalagens PET des-
cartadas diariamente.
Eu também posso participar
Fragmentos de cerâmica
encontrados na caverna
de Xianrendong, no norte
da província de Jiangxi,
na China. Acredita-se
que foi produzida em
uma comunidade de
caçadores-coletores há
cerca de 20 mil anos,
ou seja, 10 mil anos antes
do desenvolvimento
da agricultura.
Foto de 2012.
Fotos:Science/AAAS/AgênciaFrance-Presse
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25. 23A Revolução Agrícola Capítulo 2
Ora, isso só poderia ser feito se o grupo estivesse
bem organizado e preparado para enfrentar os pro-
blemas surgidos com a sedentarização, entre os quais
doenças contagiosas como sarampo, gripe e catapo-
ra, resultantes do contato com animais domésticos,
ou a disenteria, provocada pelo acúmulo de dejetos.
Além disso, esses grupamentos humanos sofriam
com a ação de ladrões nômades, com as tempesta-
des de areia e inundações repentinas.
Tudo isso exigia melhor divisão das tarefas: en-
quanto algumas pessoas se responsabilizavam por
obras como a construção de diques e de canais de
irrigação, outras cuidavam da agricultura e da fabri-
cação de ferramentas e utensílios. O resultado desse
esforço foi um gradual avanço tecnológico, que cul-
minou na invenção da roda, do arado de tração ani-
mal, do barco a vela e na fundição de metais, ativida-
de iniciada por volta de 5000 a.C. Com a metalurgia
tornou-se possível criar ferramentas, armas e outros
utensílios do tamanho e do formato desejado.
O primeiro metal a ser fundido foi o cobre, encon-
trado na forma de veios no meio das rochas. Por volta
de 3000 a.C., os sumérios (veja capítulo 4) descobri-
ram que, ao misturar cobre com estanho, obtinha-se
uma liga muito mais resistente e moldável: o bronze.
O ferro só veio a ser descoberto por volta de 2000 a.C.
pelos chineses (veja capítulo 6), e com ele foi possível
fazer ferramentas e armas mais rígidas ainda.
À medida que algumas atividades e profissões
assumiram maior importância, começaram a se afir-
mar os primeiros graus hierárquicos (pessoas que
mandavam e pessoas que obedeciam) e formas ini-
ciais de estratificação social.
Alguns indivíduos, graças à autoridade moral,
à capacidade de liderança ou à riqueza, passaram
a ser consultados em relação a determinadas ques-
tões. Outros se destacaram como chefes guerreiros,
ou seja, por sua capacidade de conduzir o grupo nos
conflitos com grupos rivais. Em vários casos, essas
pessoas (e os grupos sociais a que estavam ligadas)
passaram a deter privilégios e poder sobre os demais,
tornando-se governantes e reis.
Com o crescimento das comunidades, aumen-
tou a procura por alimentos e utensílios, intensifican-
do-se o comércio com outros grupos. Um dos resulta-
dos desse processo foi o surgimento, há cerca de 10
mil anos, dos primeiros núcleos urbanos, como Çatal
Hüyük e Jericó (veja mapa abaixo).
PRIMEIRos núcleos urbanos (séculos X a.C. a III a.C.)
ÁSIA MENOR
EGITO
DESERTO
DA
ARÁBIA
MESOPOTÂMIA
Chipre
Nipur (4000 a.C.)
Eridu (4000 a.C.)
Mar Negro
MarVermelho
RioTigre
RioNilo
Mar
Morto
Golf
o
Pérsico
Mar
Mediterrâneo
M
arCáspio
Ur (4000 a.C.)
Lagash (4000 a.C.)Uruk (4000 a.C.)
Ugarit
(3000 a.C.)
Çatal Hüyük
(10000 a.C.)
Damasco
(5000 a.C.)
Ri
o Eufrates
Jericó
(10000 a.C.)
HEBREUS
Mênfis
(3000 a.C.)
40º
35º
Fonte: Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2006.
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QUILÔMETROS
ESCALA
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26. 24 Unidade 1 A força do conhecimento e da criatividade
1. Para a maioria dos especialistas, nossa espécie
se originou na África e, posteriormente, ocupou
outros continentes. Descreva de que modo o gê-
nero Homo povoou o planeta.
2. De que forma a teoria Clóvis procura explicar a
ocupação humana da América?
3. Que evidências alguns cientistas utilizam atual-
mente para contestar a teoria Clóvis?
4. Atualmente, acostumamo-nos a separar a vida
urbana das atividades agrícolas. No entanto, a
agricultura teve papel fundamental na origem
das primeiras vilas e cidades. Explique quais são
as relações entre as primeiras atividades agríco-
las e a formação de vilas e cidades.
5. A passagem do nomadismo para a vida seden-
tária trouxe inúmeras vantagens para os grupos
humanos, como o aumento da produção de ali-
mentos, graças à agricultura e à domesticação
de animais. Entretanto, o sedentarismo também
trouxe problemas. Identifique quais foram esses
problemas.
6. A sobrevivência em ambientes de clima árido
exigia um esforço coletivo das diversas aglome-
rações humanas que habitavam essas regiões.
Como era organizado esse esforço?
7. As transformações provocadas pela agricultura e
pela formação das primeiras vilas e cidades não
afetaram apenas os hábitos alimentares e as formas
de moradia. Elas também influenciaram a organiza-
ção social e política dos grupos humanos sedenta-
rizados. Com base nessa afirmação, explique como
surgiram os primeiros reis e governantes.
Organizando AS IDEIAS
Nos primeiros agrupamentos urbanos, a divi-
são de tarefas tornou-se mais definida e as des-
cobertas tecnológicas, cada vez mais avançadas.
Como vimos, essas mudanças levaram à hierar-
quização dos grupos sociais e à especialização
dos conhecimentos. E hoje, essa especialização
profissional ainda existe? Reúnam-se em grupos
para discutir essa questão. Um grupo pode pro-
curar descobrir quais são os profissionais envolvi-
dos no processo de produção e comercialização
do “pãozinho” que chega à nossa mesa todos
os dias. Outro pode se encarregar da produção
de macarrão, do preparo de uma macarronada e
de seu consumo em um restaurante. Um terceiro
pode pesquisar o cultivo e a comercialização de
tomates, ou o processo de produção de frangos,
desde sua criação em granjas até sua venda em
um supermercado, e assim por diante.
Para terminar, montem painéis com desenhos e
esquemas para explicar à classe as etapas e os pro-
fissionais envolvidos na fabricação, venda e consu-
mo desses e de outros produtos.
Hora DE REFLETIR
Mundo virtual
Museu de Arqueologia e Etnologia (USP) – Página do museu da Universidade de São Paulo, que contém
um rico e diversificado acervo arqueológico e etnológico. Além de navegar pelo acervo, é possível se
informar sobre ações educativas. Disponível em: www.mae.usp.br/. Acesso em: 2 dez. 2012.
Archnet – Coleção de links de sites de arqueologia do mundo todo. Faça a busca a partir do mapa (site em
inglês). Disponível em: http://archnet.asu.edu/default.php. Acesso em: 2 dez. 2012.
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27. 25
Capítulo 3
Nossos mais antigos ancestrais
Estudos recentes ampliam ainda mais o
debate a respeito de como se deu o processo
de povoamento do continente hoje conhecido
como América. Pesquisadores encontraram na
Colômbia 74 crânios humanos com idades que
variam de 3 mil a 11 mil anos. O que chamou
a atenção dos cientistas é que muitos desses
crânios apresentam semelhanças morfológicas
com o crânio de Luzia.
Como vimos no capítulo anterior, Luzia é o
fóssil humano mais antigo da América, com cerca
de 11500 anos. Encontrado em Minas Gerais,
seus traços morfológicos são mais semelhantes
aos dos aborígines australianos e africanos atuais
do que aos dos indígenas encontrados pelos
europeus na América.
Crânio encontrado no sítio
arquelógico Abrigo del
Tequendama I, na Colômbia.
Com cerca de 11 mil ou
10 mil anos, esse fóssil, assim
como outros encontrados
na mesma região, apresenta
semelhanças com o crânio de
Luzia, encontrado no Brasil e
datado de 11,5 mil anos atrás
(veja a foto e o texto sobre Luzia
no capítulo 2, página 20).
ElverLuizMayer/Laboratóriodeestudosevolutivosdodepto.deBiologiadoInstitutodeBiociênciasdaUSP,SãoPaulo.
Objetivos do capítulo
Apresentar aos alunos algumas das culturas
que se desenvolveram em regiões que
pertencem ao atual território brasileiro no
período anterior à chegada dos portugueses.
Ampliar a noção de sítio arqueológico,
conhecendo vestígios, novas descobertas,
pesquisas recentes.
Leonardo Papini / Getty Images
A descoberta dos crânios colombianos sugere
que esse grupo tenha permanecido no continente
hoje conhecido como América por quase 8 mil
anos, tendo convivido com as populações de
mongoloides que teriam chegado depois.
Essas populações de mongoloides asiáticos
são os ancestrais dos atuais povos indígenas
brasileiros. Neste capítulo conheceremos um
pouco mais algumas das primeiras culturas
indígenas que floresceram em regiões que
integram hoje o território brasileiro.
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