TC para Técnicos: Princípios e Aplicações da Tomografia Computadorizada
1. Tomografia Computadorizada para Técnicos
Princípios
A TC é um método de exame radiológico fundamentado no trabalho simultâneo de um
computador e um aparelho de RX. Neste método, os fotons de RX, após atravessarem
o corpo do paciente, são lidos e quantificados por um conjunto de detectores que
encaminham estas informações à uma CPU (Central de Processamento de Dados)
onde os mesmos são processados e transformados em imagem.
A obtenção de uma radiografia convencional pode ser definida, de maneira simplificada
como a leitura, sobre um filme radiográfico, dos fótons de RX atenuados pela estrutura
radiografada. Essa atenuação diferenciada dos feixes incidentes, produto da
inomogeneidade dos tecidos, sensibilizam os cristais de prata disseminados sobre a
emulsão fotográfica, produzindo pontos de maior ou menor transparência, resultado de
uma maior ou menor taxa de transferência energética para o filme.
A obtenção da imagem na TC é semelhante, diferenciando-se apenas na leitura das
informações e formas de aquisição. No método convencional as imagens são obtidas
no filme por projeção, enquanto que na TC a estrutura é decomposta pelos feixes de
RX, lida nos detectores e finalmente montada ponto a ponto (pixels) através de cálculos
matemáticos efetuados pelo computador, que registra essas informações num disco
magnético para posterior visualização e documentação. Através de um monitor essa
decomposição ponto a ponto, derivada do movimento do tubo de raio X ao redor do
paciente possibilita a individualização das estruturas contidas em um corte, sem
superposição de imagens, permitindo o estudo densitométrico e individual de cada um
desses pontos.
TC Espiral
A TC espiral permite medição em velocidade maior com sistema de tubos de RX
detector de rotação continua. Tanto o tubo de RX como o arco do detector giram
continuamente e pode-se suprimir eficazmente a radiação dispersa.
Através do TC espiral é possivel realizar medição continua em até 24 segundos.
Atualmente existem equipamentos no mercado que prometem velocidades maiores.
(*Veja matéria sobre Tomografia Computadorizada de Cortes Multiplos - Seção de
Artigos). A TC espiral produz um volume ininterrupto e sem espaços, do qual podem ser
definidos cortes adjacentes, ou mais de 300 seções superpostas. O tempo de exame
entretanto, é um fator crítico, particularmente para as aplicações nas quais é importante
ter um fluxo constante de meio de contraste para todo o volume anatômico.
A TC espiral têm apresentado aplicações importantes em geriatria, pediatria,
traumatologia e cardiologia, devido à dificuldade destes pacientes em se manter em
apnéia ou pela velocidade do cilclo cardiaco, que pode, através do exame em
equipamentos mais recentes ser praticamente "congelado". Esta característica,
associada à softwares modernos, permitem, por exemplo avaliação precisa das artérias
2. coronárias. Até volumes maiores podem ser obtidos com rapidez e eficiência, o que
consitue fator decisivo para reconstruções 3D.
Cada exploração está baseada em rotação de um segundo, independente do campo de
exploração e de espessura do corte, permitindo a utilização da técnica conhecida como
Multiscan Multirotacional ou Multipla.
(Nascimento,Jorge do, Técnicas de Técnica Radiológica com Tópicos sobre tomografia
Computadorizada, Livraria Revinter, Rio de Janeiro - RJ -1996)