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ENTRE TRAMAS E DRAMAS: O FAZER, O
PENSAR E O SENTIR DE ASSISTENTES SOCIAIS E
PSICÓLOGAS DE UM NÚCLEO PSICOSSOCIAL EM UMA
CIDADE DE RONDÔNIA
Acadêmico: Locimar Massalai
Orientadora: Profª. Msc. Dalva Felipe de Oliveira.
INÍCIO DA PROSA...
MEMÓRIAS
Os amigos
AS CRIANÇAS
 Sobrinhos!
DA FINALIDADE
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APROXIMAÇÃO COM A REALIDADE
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 Método de análise: análise de conteúdo (Bardin,
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BASE TEÓRICA
 Foucault (1985; 1987; 1997; 2002; 2009)
– discurso, verdade e poder.
O discurso nada mais é do que a reverberação de uma
verdade nascendo diante de seus próprios olhos, quando
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pode ser dito e o discurso pode ser dito a propósito de tudo,
isso se dá porque todas as coisas, tendo manifestado e
intercambiado seu sentido, podem voltar à interioridade
silêncio da consciência de si (FOUCAULT, 2002, p.19).
Todo sistema de educação é uma maneira política de
manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com
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(FOUCAULT, 2002, p.5)
BOURDIEU (2004) – VIOLÊNCIA SIMBÓLICA
 A violência simbólica se funda na fabricação
contínua de crenças no processo de
socialização, que induzem o indivíduo a se
posicionar no espaço social seguindo critérios
e padrões do discurso dominante. Devido a
este conhecimento do discurso dominante, a
violência simbólica é manifestação deste
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BASES CONCEITUAIS
 Interdisciplinaridade: Fazenda (1993;1996;2008)
A interdisciplinaridade na formação profissional requer
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e às condições que concorrerem para o seu melhor
exercício. Neste caso, o desenvolvimento das
competências necessárias requer a conjugação de
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disciplinares: saberes da experiência, saberes técnicos e
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nenhuma linearidade ou hierarquização que subjugue os
profissionais participantes (FAZENDA, 2008, p.23).
HILTON JAPIASSU (1976; 1990; 1992).
Japiassu (1976 e 1992) ressalta que a
interdisciplinaridade é algo a ser vivido,
enquanto atitude de espírito. Tal atitude
necessita da curiosidade, de abertura,
do senso de aventura e descoberta para
realizar um movimento epistemológico
do olhar que seja capaz de intuir
relações. Então se pode dizer que é uma
prática individual e prática coletiva, na
qual os sujeitos expressam uma atitude
de abertura para o diálogo com outras
disciplinas, por este prisma reconhecem
a necessidade de aprender com outras
áreas do conhecimento.
MARIA LÚCIA RODRIGUES ON (2001)
 A interdisciplinaridade enriquece-o e flexiona-o, no
sentido de romper com a univocidade de discurso, de
teoria para abrir-se à interlocução com outros. Isto
significa romper com dogmatismos, muitas vezes
cultivados no interior da profissão. A absolutização de
idéias – até mesmo quando consideradas de vanguarda
ou até “de ponta” – forja pretensiosas atitudes de
conservadorismo e dominação intelectual. Sentimos
dificuldade em conviver com as diferenças, com o
múltiplo e, certamente, tal postura interdisciplinar
esbarrará na necessidade de revermos a condição ética
na própria profissão, buscando um amadurecimento
profissional que se reverta em um novo saber ético e
social (Rodrigues On, (2001, p.119)
FORMAÇÃO PROFISSIONAL - IAMAMOTO (1985; 1997;
2007; 2010).
 Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais
variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as
experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde,
na assistência social pública, etc. Questão social que sendo
desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam
as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência,
que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido
por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou
deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão
social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano
do assistente social (IAMAMOTO, 1997, p. 14).
 A massificação e a perda de qualidade da formação universitária
estimulam o reforço de mecanismos ideológicos que facilitam a
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em um processo de despolitização da categoria, favorecido pelo
isolamento vivenciado no ensino à distância e na falta de experiências
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RECONHECENDO DIFICULDADES E LIMITES
 “A gente faz uma colcha de retalhos e não senta
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DO DESEJO DE VIVENCIAR UMA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR
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gente se anima mais, você participa?”
DESAFIOS
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Núcleo e o entendimento do trabalho do núcleo muito
inferior do que de fato pode ser. Do que de fato a gente
pode fazer de resultado positivo mesmo em responder
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 “O que precisa é que a gente assumisse um movimento
conjunto do núcleo para a gente conseguir, porque
como a gente faz, apesar de a gente fazer todas as
abordagens de aproximação como, por exemplo, uma
visita domiciliar, um acompanhamento, que a gente faz
mas isto tudo se transforma em papel depois. Fica
registrado e todo esse contato, essa abordagem quando
vira papel se transforma na informação legal dentro de
um processo. A gente precisa fazer um movimento,
fazer com que essas informações que estão impressas
no que a gente escreve, elas tenham mais expressão
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estão vivendo e que vejam o que a gente escreve que
vejam a vida das pessoas mesmo”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A dificuldade de sentar para planejar as atividades e, consequentemente de
avaliá-las é que geram tantos desgastes conforme constatado nas falas.
 Quando as assistentes sociais esgotam seu trabalho na operacionalização de
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 O diálogo não pode ser compreendido sem as contradições de uma prática que
deseja ser interdisciplinar e como tal potencialmente caracterizada por conflitos
na convivência de todos os dias.
 O desafio está em apreender e desvelar os limites e as possibilidades
potenciais presentes na dinâmica da vida cotidiana profissional.
 Esta vida que está alicerçada em pequenos e grandes projetos e se não
retomada pode alienar e perder sua graça, seu vigor e o seu saber.
 As profissionais do Núcleo Psicossocial começam a desenvolver o hábito de
ter encontros semanais provocadas a partir de situações específicas do seu
fazer.
REFERENCIAIS
 BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 4ª ed. Lisboa: Edições 70, 2009.
 BRASIL. Conselho Federal de Serviço Social. Código de ética profissional dos
assistentes sociais. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1993.pdf
Acesso em 05 de out. de 2010.
 Carta Aberta aos Estudantes Trabalhadores dos Cursos de Graduação a Distância
em Serviço Social no Brasil, (2009). Disponível em:
http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=305> Acesso em 05 de nov. de 2010.
 BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
 FAZENDA, Ivani Catarina. Integração e Interdisciplinaridade no ensino brasileiro:
efetividade ou ideologia. 3ª ed. São Paulo: Loyola, 1993.
 ______________________ et al. (Org.). Práticas Interdisciplinares na escola. 3ª ed.
São Paulo: Cortez, 1996.
 ___________________. O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.
 FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 18ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.
 _________________. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.
 _________________. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.
São Paulo: Martins Fontes, 1985.
 _________________. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1997.
 ________________. A verdade das formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau Editora,
2002.
 HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, 1987.
 IAMAMOTO, Marilda V. & CARVALHO, Raul. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma
interpretação histórico-metodológica. 4ª ed. São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 1985.
 IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 11ª ed.
São Paulo: Cortez, 2007.
 ______________________. O serviço social na cena contemporânea. 2010. Disponível em:
 < http://www.cressmt.org.br/upload/arquivo/pos_graducao_cfess_2010.pdf> Acesso em 15 de out. de 2010.
 JAPIASSU, Hilton, MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1990.
 ______________. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber. Rio e Janeiro: Imago, 1976.
 ______________. A atitude interdisciplinar no sistema de ensino. Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro,
n. 108, p. 83-94, jan./mar. 1992.
 YIN, Robert K. Estudo de Caso, planejamento e métodos. 3ª ed. São Paulo: Bookman, 2005.
 NEGRINE, Airton. A Pesquisa Qualitativa na Educação Física. Porto Alegre: Sulina, 1999.
 RODRIGUES, On. Maria Lúcia Rodrigues; MUCHAL, Salma Tannus. O Uno e o Múltiplo nas Relações entre
as áreas do saber. 3º ed. São Paulo: Cortez, 2001.
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Plano Anual de Ação da Direção Escolar
 

ENTRE TRAMAS E DRAMAS: o fazer, o pensar e o sentir de Assistentes Sociais e Psicólogas de um núcleo psicossocial em uma cidade de Rondônia

  • 1. ENTRE TRAMAS E DRAMAS: O FAZER, O PENSAR E O SENTIR DE ASSISTENTES SOCIAIS E PSICÓLOGAS DE UM NÚCLEO PSICOSSOCIAL EM UMA CIDADE DE RONDÔNIA Acadêmico: Locimar Massalai Orientadora: Profª. Msc. Dalva Felipe de Oliveira.
  • 6. DA FINALIDADE Analisar os desafios enfrentados pelas assistentes sociais e psicólogas no Núcleo Psicossocial para trabalhar na perspectiva da interdisciplinaridade.
  • 7. Questão Norteadora A presença das assistentes sociais e psicólogas juntamente com seus paradigmas no organograma e na estrutura do fórum é suficiente para caracterizar- se como um trabalho interdisciplinar junto aos usuários?
  • 8. APROXIMAÇÃO COM A REALIDADE  Método de procedimento: estudo de caso (Yin, 2005).  Técnica de coleta de dados: Observação participante ( Haguette, 1987) e Entrevista semi-estruturada (Negrine, 1991).  Método de análise: análise de conteúdo (Bardin, 2009).
  • 9. BASE TEÓRICA  Foucault (1985; 1987; 1997; 2002; 2009) – discurso, verdade e poder. O discurso nada mais é do que a reverberação de uma verdade nascendo diante de seus próprios olhos, quando tudo pode, enfim, tomar a forma do discurso, quando tudo pode ser dito e o discurso pode ser dito a propósito de tudo, isso se dá porque todas as coisas, tendo manifestado e intercambiado seu sentido, podem voltar à interioridade silêncio da consciência de si (FOUCAULT, 2002, p.19). Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo (FOUCAULT, 2002, p.5)
  • 10. BOURDIEU (2004) – VIOLÊNCIA SIMBÓLICA  A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante. Devido a este conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação deste conhecimento através do reconhecimento da legitimidade deste discurso dominante.
  • 11. BASES CONCEITUAIS  Interdisciplinaridade: Fazenda (1993;1996;2008) A interdisciplinaridade na formação profissional requer competências relativas às formas de intervenção solicitadas e às condições que concorrerem para o seu melhor exercício. Neste caso, o desenvolvimento das competências necessárias requer a conjugação de diferentes saberes disciplinares. Entenda-se por saberes disciplinares: saberes da experiência, saberes técnicos e saberes teóricos interagindo de forma dinâmica sem nenhuma linearidade ou hierarquização que subjugue os profissionais participantes (FAZENDA, 2008, p.23).
  • 12. HILTON JAPIASSU (1976; 1990; 1992). Japiassu (1976 e 1992) ressalta que a interdisciplinaridade é algo a ser vivido, enquanto atitude de espírito. Tal atitude necessita da curiosidade, de abertura, do senso de aventura e descoberta para realizar um movimento epistemológico do olhar que seja capaz de intuir relações. Então se pode dizer que é uma prática individual e prática coletiva, na qual os sujeitos expressam uma atitude de abertura para o diálogo com outras disciplinas, por este prisma reconhecem a necessidade de aprender com outras áreas do conhecimento.
  • 13. MARIA LÚCIA RODRIGUES ON (2001)  A interdisciplinaridade enriquece-o e flexiona-o, no sentido de romper com a univocidade de discurso, de teoria para abrir-se à interlocução com outros. Isto significa romper com dogmatismos, muitas vezes cultivados no interior da profissão. A absolutização de idéias – até mesmo quando consideradas de vanguarda ou até “de ponta” – forja pretensiosas atitudes de conservadorismo e dominação intelectual. Sentimos dificuldade em conviver com as diferenças, com o múltiplo e, certamente, tal postura interdisciplinar esbarrará na necessidade de revermos a condição ética na própria profissão, buscando um amadurecimento profissional que se reverta em um novo saber ético e social (Rodrigues On, (2001, p.119)
  • 14. FORMAÇÃO PROFISSIONAL - IAMAMOTO (1985; 1997; 2007; 2010).  Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade. [...] ... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do trabalho cotidiano do assistente social (IAMAMOTO, 1997, p. 14).  A massificação e a perda de qualidade da formação universitária estimulam o reforço de mecanismos ideológicos que facilitam a submissão dos profissionais às “normas do mercado”, redundando em um processo de despolitização da categoria, favorecido pelo isolamento vivenciado no ensino à distância e na falta de experiências estudantis coletivas na vida universitária (IAMAMOTO, 2010).
  • 15. RECONHECENDO DIFICULDADES E LIMITES  “A gente faz uma colcha de retalhos e não senta para conversar. Porque ela tem que encaixar o atendimento dela ali”.
  • 16. OS GRITOS  “Esses processos que batem e voltam é que acabam com a gente. Não consigo me organizar. Não sei o que fazer”.  “É das políticas de rede que não funcionam. Estou cansada emocionalmente. É frustrante, pois cobram da gente coisa que não podemos dar. Estou me questionando muito”.  “Não estudamos nada hoje. Até que eu gostaria de estudar, mas tenho que despachar este processo. Nosso trabalho aqui é deixar mastigadinho, tudo triturado para eles.  “Ás vezes isto desestimula tanto. Me sinto amarrada com estes processos todos”.  “A gente poderia fazer umas palestras, mas quando?”
  • 17. DO DESEJO DE VIVENCIAR UMA PRÁTICA INTERDISCIPLINAR  “Não, não temos o espaço adequado. É uma necessidade assim que até a gente reconhece que precisa mesmo, mas pelas demandas, pelo volume mesmo de trabalho a gente não tem se permitido, mas a gente tem assim a intenção realmente de criar um espaço, criar um, preparar um tempo por conta que a gente sabe que é muito importante. Eu acredito digamos, dentre cinco pessoas, eu acredito que três de nós tem uma intenção maior de fazer isto.”  “A gente teria que trocar mais as figurinhas, quem vai sair pergunta sobre os processos das outras.”  “Não, instituído não! A gente faz isto aleatoriamente no cotidiano e em conversas no ambiente de trabalho para a gente discutir os casos que a gente tem. Mas de sentar para construir propostas de alternativas para o trabalho, isto não tem.”  “A gente pode reservar uma tarde para estudos. Todos juntos, nós e as psicólogas. Assim a gente se anima mais, você participa?”
  • 18. DESAFIOS  “Quando eu cheguei eu achei assim o espaço do Núcleo e o entendimento do trabalho do núcleo muito inferior do que de fato pode ser. Do que de fato a gente pode fazer de resultado positivo mesmo em responder a processos, mesmo em simplesmente dar alternativas a processos visto que é o básico do que a gente faz. Eu acho que ainda o entendimento do que a gente faz é muito pequeno que a gente poderia ter muito mais espaço e em bem melhores condições para dar alternativas mais efetivas, resultados mais positivos.”  “O que precisa é que a gente assumisse um movimento conjunto do núcleo para a gente conseguir, porque como a gente faz, apesar de a gente fazer todas as abordagens de aproximação como, por exemplo, uma visita domiciliar, um acompanhamento, que a gente faz mas isto tudo se transforma em papel depois. Fica registrado e todo esse contato, essa abordagem quando vira papel se transforma na informação legal dentro de um processo. A gente precisa fazer um movimento, fazer com que essas informações que estão impressas no que a gente escreve, elas tenham mais expressão dentro da vida das pessoas, daquilo que as pessoas estão vivendo e que vejam o que a gente escreve que vejam a vida das pessoas mesmo”.
  • 19. CONSIDERAÇÕES FINAIS  A dificuldade de sentar para planejar as atividades e, consequentemente de avaliá-las é que geram tantos desgastes conforme constatado nas falas.  Quando as assistentes sociais esgotam seu trabalho na operacionalização de serviços aos usuários, perdem ricas oportunidades de compreender a dinâmica de suas intervenções e as contradições das mesmas em suas ações cotidianas  O diálogo não pode ser compreendido sem as contradições de uma prática que deseja ser interdisciplinar e como tal potencialmente caracterizada por conflitos na convivência de todos os dias.  O desafio está em apreender e desvelar os limites e as possibilidades potenciais presentes na dinâmica da vida cotidiana profissional.  Esta vida que está alicerçada em pequenos e grandes projetos e se não retomada pode alienar e perder sua graça, seu vigor e o seu saber.  As profissionais do Núcleo Psicossocial começam a desenvolver o hábito de ter encontros semanais provocadas a partir de situações específicas do seu fazer.
  • 20. REFERENCIAIS  BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 4ª ed. Lisboa: Edições 70, 2009.  BRASIL. Conselho Federal de Serviço Social. Código de ética profissional dos assistentes sociais. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1993.pdf Acesso em 05 de out. de 2010.  Carta Aberta aos Estudantes Trabalhadores dos Cursos de Graduação a Distância em Serviço Social no Brasil, (2009). Disponível em: http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=305> Acesso em 05 de nov. de 2010.  BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.  FAZENDA, Ivani Catarina. Integração e Interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 3ª ed. São Paulo: Loyola, 1993.  ______________________ et al. (Org.). Práticas Interdisciplinares na escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1996.  ___________________. O que é interdisciplinaridade? São Paulo: Cortez, 2008.  FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 18ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.  _________________. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1987.  _________________. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 1985.  _________________. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1997.  ________________. A verdade das formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2002.
  • 21.  HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, 1987.  IAMAMOTO, Marilda V. & CARVALHO, Raul. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 4ª ed. São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 1985.  IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 11ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.  ______________________. O serviço social na cena contemporânea. 2010. Disponível em:  < http://www.cressmt.org.br/upload/arquivo/pos_graducao_cfess_2010.pdf> Acesso em 15 de out. de 2010.  JAPIASSU, Hilton, MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.  ______________. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber. Rio e Janeiro: Imago, 1976.  ______________. A atitude interdisciplinar no sistema de ensino. Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 108, p. 83-94, jan./mar. 1992.  YIN, Robert K. Estudo de Caso, planejamento e métodos. 3ª ed. São Paulo: Bookman, 2005.  NEGRINE, Airton. A Pesquisa Qualitativa na Educação Física. Porto Alegre: Sulina, 1999.  RODRIGUES, On. Maria Lúcia Rodrigues; MUCHAL, Salma Tannus. O Uno e o Múltiplo nas Relações entre as áreas do saber. 3º ed. São Paulo: Cortez, 2001.
  • 22. UM OBRIGADO ESPECIAL A ESTA MULHER!