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TUTORIAL FECHAMENTO 2
4 – Quais os diagnósticos diferenciais?
Diagnóstico diferencial:
a) Nas lesões cutâneas, devem ser excluídas as úlceras traumáticas, úlceras de estase,
úlcera tropical, úlceras de membros inferiores por anemia falciforme, piodermites,
paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose, neoplasias cutâneas, sífilis e
tuberculose cutânea.A hanseníase virchowianadeveráserexcluída,principalmenteno
diagnóstico diferencial da leishmaniose cutânea difusa.
Página 56:
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/leishmaniose/ma
nu_leishman.pdf
‘
4 – Métodos Diagnósticos (Biópsia e Raspado):
Biópsia:
06 – Qual o tratamento indicado para o tratamento da Leishmaniose
Tegumentar?
O paciente do caso foi submetido a tratamento intravenoso com antimoniato de
meglumina (Glucantime) por 20 dias.
O antimoniato de meglumina apresenta atividade leishmanicida. O mecanismo de
ação preciso dos antimoniais pentavalentes permanece incerto. É pressuposto que
várias enzimas de Leishmania spp sejam inibidas seletivamente. Esses agentes
também parecem inibir a fosfofrutoquinase, com subseqüente bloqueio da
produção de adenosina trifosfato.
Inicialmente, cabe saber que o elemento químico antimônio (Sb) tem sido utilizado para
finsterapêuticosporváriosséculos.Emumprimeiromomento,foi utilizado em sua forma
trivalente, atualmente é empregado em sua forma pentavalente.
Glucantime - Antimônio pentavalente com ácido glucônico e N-metil-d-glucamina
Porém, sabe-se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente
dependente de reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais tóxica, a
trivalente.
O Antimonial Pentavalente (Sb (V)) entraria nas células hospedeiras infectadas por
Leishmania e deixaria exposto os grupos tiois/sunfidrilas dos lisossomos que, por sua vez,
estabeleceria uma ligação com o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) provocando a redução do
Antimonial (Sb V) causando sua bioconversão para o Antimonial Trivalente Sb (III).
O Antimonial Trivalente (Sb (III)), por sua vez, se liga fortemente às biomoléculas que
contém sulfidrilas, e baseado nessa observação, o Sb (III) passou a ser entendido enquanto
como agente formador de pares conjugados com a tripanotiona.
Atualmente há duas formulações de antimoniais pentavalentes comercialmente
disponíveis para utilização na clínica médica: Glucantime® (85 mg SbV+/100 mL) e
Pentostam® (100 mg SbV+/100 mL).
Essas moléculas (Figura 2 e Figura 3) são preparadas pela reação do antimônio
pentavalente com ácido glucônico e N-metil-d-glucamina, respectivamente. Ambas
possuembaixaabsorçãooral e sãoadministradasporinjeçõesintramuscularesouinfusões
intravenosas.
O MinistériodaSaúde descreve aapresentaçãodofármacoem ampolas de 5 ml contendo
1.500 mg (300 mg/ml) de antimoniato de N-metilglucamina, equivalentes a 405 mg (81
mg/ml) de antimônio pentavalente (Sb+5). Dose e via de aplicação 20 mg/kg/dia, por via
endovenosa ou intramuscular, uma vez ao dia, durante 30 dias, sendo a dose máxima de
03 ampolas ao dia.
O mecanismode ação dosantimoniaispentavalentes não estão elucidados. Porém, sabe-
se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente dependente de
reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais tóxica, a trivalente.
Também é reconhecido que apenas as formas amastigotas são suscetíveis às drogas
antimoniais pentavalentes, sugerindo um estado específico para a redução da droga.
Baseado em estudos investigativos, duas principais hipóteses estão disponíveis.
 O primeiro modelo é baseado na bioconversão de Antimonial Pentavalente (Sb
(V)) à Antimonial Trivalente (Sb (III)) pelo parasita OU pela célula hospedeira
infectada.
 Já o segundomodelo propõe que o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) age como a
espécie ativa contra os amastigotas.
Assim, o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) entraria nas células hospedeiras infectadas por
Leishmania e deixaria exposto os grupos tiois dos lisossomos.
Também conhecidos como tioálcool, o tiol é uma função orgânica
caracterizada pela ocorrência do grupo funcional –SH, denominado grupo
tiol ou sulfidrila presente nos lisossomos.
O AntimonialPentavalente (Sb(V)) entrarianascélulashospedeirasinfectadasporLeishmania
e deixariaexpostoosgrupostiois dos lisossomos que, por sua vez, estabeleceria uma ligação
com o Antimonial Pentavalente (Sb(V)) provocandoa redução do Antimonial (Sb V) causando
sua bioconversão para o Antimonial Trivalente Sb (III).
O Antimonial Trivalente (Sb(III)),porsuavez,se liga fortemente às biomoléculas que contém
sulfidrilas, e baseado nessa observação, o Sb (III) passou a ser entendido enquanto como
agente formador de pares conjugados com a tripanotiona.
Tripanotiona é uma forma não usual de glutationa contendo duas moléculas de
glutationa conectadas por um espermidina. É encontrada em protozoários parasitas
como nas espécies dos gêneros Leishmania e possui grupos sulfidrilas.
A tripanotiona é uma molécula que ajuda o parasita a resistir ao estresse oxidativo da célula
hospedeira. A conjugação do antimonial trivalente com a tripanotiona inativa a atividade
antioxidante da tripanotiona elevando o stress oxidativo intracelular e destruindo os
amastigotas.
‘
No segundo modelo, o Sb (V), a forma pentavalente, atua diretamente na ação contra a
Leishmania.A Sb(V) tambémestáassociadaà ligaçãoaosribonucleosídeos,comoa adenosina
e a guanosina, em pH baixo, ou seja, um meio similar ao encontrado nos lisossomos
(DEMICHELI et al., 2002). O efeito provocado, regulação para baixo, da ligação em ambos
promastigotas e amastigotas demonstrou decrescer a concentração de ATP e GTP relativas à
ADP e GDP (BERMAN et al., 1987),
Mais que 80% da dose administrada é excretada dentro de 24 horas na urina na
forma inalterada. É eliminada em duas fases. Na primeira fase, a meia-vida é
pequena e aproximadamente de 2 horas e na segunda fase, a meia-vida é mais
lenta, cerca de 76 horas.
O mecanismo de ação dos antimoniais pentavalentes não estão elucidados. Porém,
sabe-se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente
dependente de reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais
tóxica, a trivalente. Também é reconhecido que apenas as formas amastigotas são
suscetíveis às drogas antimoniais pentavalentes, sugerindo um estado específico
para a redução da droga (FRANCO et al., 1995).
Baseado em estudos investigativos, duas principais hipóteses estão disponíveis. O
primeiro modelo é baseado na bioconversão de Sb (V) à Sb (III) pelo parasita ou
pela célula hospedeira infectada. Já o segundo modelo propõe que o Sb (V) age
como a espécie ativa (SHAKED-MISHAN et al., 2001). Esses dois modelos podem ser
melhor exemplificados no esquema representado na Figura 4.
Assim, o Sb (V) entraria nas células hospedeiras infectadas por Leishmania e
deixaria exposto os grupos tiois dos lisossomos. (FAIRLAMB e CERAMI, 1992;
FERREIRA et al., 2003) provocando a redução do Sb causando sua bioconversão
para o Sb (III) (MEGO, 1995). O processo da bioconversão é mais eficiente em
valores de pH baixos em experimentos in vitro, o que reflete no meio intracelular
dos amastigotas em vez do meio extracelular promastigota (FERREIRA et al., 2003).
As enzimas Antimoniato redutase (ACR2) e tiol-dependente redutase 1 (TDR1)
também podem estar envolvidas na bioconversão (ZHOU et al., 2004; DENTON et
al., 2004). O Sb (III) se liga fortemente às biomoléculas que contém sulfidrilas, e
baseado nessa observação, o Sb (III) é divulgado como agente formador de pares
conjugados com a tripanotiona (MUKHOPADHYAY et al., 1996), um fator de
virulência que ajuda o parasita a resistir ao estresse oxidativo da célula hospedeira.
A conjugação inativa a atividade antioxidante da tripanotiona, sendo que os pares
conjugados são posteriormente exportados pelos transportadores de cassete de
ligação de ATP (LEGARE et al., 2001). Um outro mecanismo de ação do Sb (III)
envolve a inibição da Tripanotiona Redutase, uma enzima que recicla a
tripanotiona oxidada para manter a tripanotiona no estado reduzido (KRAUTH-
SIEGEL e COMINI, 2008). Estudos genéticos corroboram esse mecanismo de ação,
pois foi observado que em situações de resistência clínica há regulação para cima
do gene da Triponationa Redutase (RAI et al., 2013). A estrutura cristalográfica
resolvida da Triponationa Redutase purificada e complexada com o Sb (III) sugere
uma interação direta entre a enzima e o Sb (III) (BAIOCCO et al., 2009). Um outro
cenário proposto envolve a ligação do Sb (III) à proteína HEXBP, uma proteína
CCHC zinc finger, a qual retira o zinco no sítio ativo e interfere em várias funções
regulatórias envolvidas na replicação e reparo de DNA (DEMICHELI et al., 2008;
WEBB e MCMASTER, 1993). No segundo modelo, o Sb (V), a forma pentavalente,
atua diretamente na ação contra a Leishmania. Experimentos utilizando extratos
nucleares contendo topoisomerase I ativa, demostraram que a inibição pelo
stibogluconato de sódio foi três vezes mais seletiva contra a topoisomerase de
promastigota quando comparado com a topoisomerase monocíclica (WALKER e
SARAIVA, 2004). A Sb (V) também está associada à ligação aos ribonucleosídeos,
como a adenosina e a guanosina, em pH baixo, ou seja, um meio similar ao
encontrado nos lisossomos (DEMICHELI et al., 2002). O efeito provocado, regulação
para baixo, da ligação em ambos promastigotas e amastigotas demonstrou
decrescer a concentração de ATP e GTP relativas à ADP e GDP (BERMAN et al.,
1987), Em resumo, por mais de sessenta anos o tratamento da LV vem sendo
realizado com o antimoniato de N-metil glucamina-Glucantime® e o
estibogluconato de sódio-Pentostan® como medicamentos de primeira escolha.
Porém, essas drogas possuem sérias limitações e estão associadas à perigosos
efeitos adversos, custos elevados, diversos graus de eficácia utilizando as mesmas
doses e o aparecimento de resistência à droga (IQBAL et al., 2016).
Tutorial fechamento 13 09-2018

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Tutorial fechamento 13 09-2018

  • 1. TUTORIAL FECHAMENTO 2 4 – Quais os diagnósticos diferenciais?
  • 2. Diagnóstico diferencial: a) Nas lesões cutâneas, devem ser excluídas as úlceras traumáticas, úlceras de estase, úlcera tropical, úlceras de membros inferiores por anemia falciforme, piodermites, paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose, neoplasias cutâneas, sífilis e tuberculose cutânea.A hanseníase virchowianadeveráserexcluída,principalmenteno diagnóstico diferencial da leishmaniose cutânea difusa. Página 56: http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/leishmaniose/ma nu_leishman.pdf ‘ 4 – Métodos Diagnósticos (Biópsia e Raspado): Biópsia:
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  • 5. 06 – Qual o tratamento indicado para o tratamento da Leishmaniose Tegumentar? O paciente do caso foi submetido a tratamento intravenoso com antimoniato de meglumina (Glucantime) por 20 dias. O antimoniato de meglumina apresenta atividade leishmanicida. O mecanismo de ação preciso dos antimoniais pentavalentes permanece incerto. É pressuposto que várias enzimas de Leishmania spp sejam inibidas seletivamente. Esses agentes também parecem inibir a fosfofrutoquinase, com subseqüente bloqueio da produção de adenosina trifosfato. Inicialmente, cabe saber que o elemento químico antimônio (Sb) tem sido utilizado para finsterapêuticosporváriosséculos.Emumprimeiromomento,foi utilizado em sua forma trivalente, atualmente é empregado em sua forma pentavalente. Glucantime - Antimônio pentavalente com ácido glucônico e N-metil-d-glucamina Porém, sabe-se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente dependente de reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais tóxica, a trivalente. O Antimonial Pentavalente (Sb (V)) entraria nas células hospedeiras infectadas por Leishmania e deixaria exposto os grupos tiois/sunfidrilas dos lisossomos que, por sua vez, estabeleceria uma ligação com o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) provocando a redução do Antimonial (Sb V) causando sua bioconversão para o Antimonial Trivalente Sb (III). O Antimonial Trivalente (Sb (III)), por sua vez, se liga fortemente às biomoléculas que contém sulfidrilas, e baseado nessa observação, o Sb (III) passou a ser entendido enquanto como agente formador de pares conjugados com a tripanotiona. Atualmente há duas formulações de antimoniais pentavalentes comercialmente disponíveis para utilização na clínica médica: Glucantime® (85 mg SbV+/100 mL) e Pentostam® (100 mg SbV+/100 mL). Essas moléculas (Figura 2 e Figura 3) são preparadas pela reação do antimônio pentavalente com ácido glucônico e N-metil-d-glucamina, respectivamente. Ambas possuembaixaabsorçãooral e sãoadministradasporinjeçõesintramuscularesouinfusões intravenosas. O MinistériodaSaúde descreve aapresentaçãodofármacoem ampolas de 5 ml contendo 1.500 mg (300 mg/ml) de antimoniato de N-metilglucamina, equivalentes a 405 mg (81 mg/ml) de antimônio pentavalente (Sb+5). Dose e via de aplicação 20 mg/kg/dia, por via
  • 6. endovenosa ou intramuscular, uma vez ao dia, durante 30 dias, sendo a dose máxima de 03 ampolas ao dia. O mecanismode ação dosantimoniaispentavalentes não estão elucidados. Porém, sabe- se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente dependente de reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais tóxica, a trivalente. Também é reconhecido que apenas as formas amastigotas são suscetíveis às drogas antimoniais pentavalentes, sugerindo um estado específico para a redução da droga. Baseado em estudos investigativos, duas principais hipóteses estão disponíveis.  O primeiro modelo é baseado na bioconversão de Antimonial Pentavalente (Sb (V)) à Antimonial Trivalente (Sb (III)) pelo parasita OU pela célula hospedeira infectada.  Já o segundomodelo propõe que o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) age como a espécie ativa contra os amastigotas. Assim, o Antimonial Pentavalente (Sb (V)) entraria nas células hospedeiras infectadas por Leishmania e deixaria exposto os grupos tiois dos lisossomos. Também conhecidos como tioálcool, o tiol é uma função orgânica caracterizada pela ocorrência do grupo funcional –SH, denominado grupo tiol ou sulfidrila presente nos lisossomos. O AntimonialPentavalente (Sb(V)) entrarianascélulashospedeirasinfectadasporLeishmania e deixariaexpostoosgrupostiois dos lisossomos que, por sua vez, estabeleceria uma ligação com o Antimonial Pentavalente (Sb(V)) provocandoa redução do Antimonial (Sb V) causando sua bioconversão para o Antimonial Trivalente Sb (III). O Antimonial Trivalente (Sb(III)),porsuavez,se liga fortemente às biomoléculas que contém sulfidrilas, e baseado nessa observação, o Sb (III) passou a ser entendido enquanto como agente formador de pares conjugados com a tripanotiona. Tripanotiona é uma forma não usual de glutationa contendo duas moléculas de glutationa conectadas por um espermidina. É encontrada em protozoários parasitas como nas espécies dos gêneros Leishmania e possui grupos sulfidrilas. A tripanotiona é uma molécula que ajuda o parasita a resistir ao estresse oxidativo da célula hospedeira. A conjugação do antimonial trivalente com a tripanotiona inativa a atividade antioxidante da tripanotiona elevando o stress oxidativo intracelular e destruindo os amastigotas. ‘ No segundo modelo, o Sb (V), a forma pentavalente, atua diretamente na ação contra a Leishmania.A Sb(V) tambémestáassociadaà ligaçãoaosribonucleosídeos,comoa adenosina e a guanosina, em pH baixo, ou seja, um meio similar ao encontrado nos lisossomos
  • 7. (DEMICHELI et al., 2002). O efeito provocado, regulação para baixo, da ligação em ambos promastigotas e amastigotas demonstrou decrescer a concentração de ATP e GTP relativas à ADP e GDP (BERMAN et al., 1987), Mais que 80% da dose administrada é excretada dentro de 24 horas na urina na forma inalterada. É eliminada em duas fases. Na primeira fase, a meia-vida é pequena e aproximadamente de 2 horas e na segunda fase, a meia-vida é mais lenta, cerca de 76 horas. O mecanismo de ação dos antimoniais pentavalentes não estão elucidados. Porém, sabe-se que se tratam de uma pró-droga: sua toxicidade é provavelmente dependente de reduções in vivo da forma pentavalente para uma forma mais tóxica, a trivalente. Também é reconhecido que apenas as formas amastigotas são suscetíveis às drogas antimoniais pentavalentes, sugerindo um estado específico para a redução da droga (FRANCO et al., 1995). Baseado em estudos investigativos, duas principais hipóteses estão disponíveis. O primeiro modelo é baseado na bioconversão de Sb (V) à Sb (III) pelo parasita ou pela célula hospedeira infectada. Já o segundo modelo propõe que o Sb (V) age como a espécie ativa (SHAKED-MISHAN et al., 2001). Esses dois modelos podem ser melhor exemplificados no esquema representado na Figura 4. Assim, o Sb (V) entraria nas células hospedeiras infectadas por Leishmania e deixaria exposto os grupos tiois dos lisossomos. (FAIRLAMB e CERAMI, 1992; FERREIRA et al., 2003) provocando a redução do Sb causando sua bioconversão para o Sb (III) (MEGO, 1995). O processo da bioconversão é mais eficiente em valores de pH baixos em experimentos in vitro, o que reflete no meio intracelular dos amastigotas em vez do meio extracelular promastigota (FERREIRA et al., 2003). As enzimas Antimoniato redutase (ACR2) e tiol-dependente redutase 1 (TDR1) também podem estar envolvidas na bioconversão (ZHOU et al., 2004; DENTON et al., 2004). O Sb (III) se liga fortemente às biomoléculas que contém sulfidrilas, e
  • 8. baseado nessa observação, o Sb (III) é divulgado como agente formador de pares conjugados com a tripanotiona (MUKHOPADHYAY et al., 1996), um fator de virulência que ajuda o parasita a resistir ao estresse oxidativo da célula hospedeira. A conjugação inativa a atividade antioxidante da tripanotiona, sendo que os pares conjugados são posteriormente exportados pelos transportadores de cassete de ligação de ATP (LEGARE et al., 2001). Um outro mecanismo de ação do Sb (III) envolve a inibição da Tripanotiona Redutase, uma enzima que recicla a tripanotiona oxidada para manter a tripanotiona no estado reduzido (KRAUTH- SIEGEL e COMINI, 2008). Estudos genéticos corroboram esse mecanismo de ação, pois foi observado que em situações de resistência clínica há regulação para cima do gene da Triponationa Redutase (RAI et al., 2013). A estrutura cristalográfica resolvida da Triponationa Redutase purificada e complexada com o Sb (III) sugere uma interação direta entre a enzima e o Sb (III) (BAIOCCO et al., 2009). Um outro cenário proposto envolve a ligação do Sb (III) à proteína HEXBP, uma proteína CCHC zinc finger, a qual retira o zinco no sítio ativo e interfere em várias funções regulatórias envolvidas na replicação e reparo de DNA (DEMICHELI et al., 2008; WEBB e MCMASTER, 1993). No segundo modelo, o Sb (V), a forma pentavalente, atua diretamente na ação contra a Leishmania. Experimentos utilizando extratos nucleares contendo topoisomerase I ativa, demostraram que a inibição pelo stibogluconato de sódio foi três vezes mais seletiva contra a topoisomerase de promastigota quando comparado com a topoisomerase monocíclica (WALKER e SARAIVA, 2004). A Sb (V) também está associada à ligação aos ribonucleosídeos, como a adenosina e a guanosina, em pH baixo, ou seja, um meio similar ao encontrado nos lisossomos (DEMICHELI et al., 2002). O efeito provocado, regulação para baixo, da ligação em ambos promastigotas e amastigotas demonstrou decrescer a concentração de ATP e GTP relativas à ADP e GDP (BERMAN et al., 1987), Em resumo, por mais de sessenta anos o tratamento da LV vem sendo realizado com o antimoniato de N-metil glucamina-Glucantime® e o estibogluconato de sódio-Pentostan® como medicamentos de primeira escolha. Porém, essas drogas possuem sérias limitações e estão associadas à perigosos efeitos adversos, custos elevados, diversos graus de eficácia utilizando as mesmas doses e o aparecimento de resistência à droga (IQBAL et al., 2016).