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Introdução
Conforme Martorelli (2014), dados divulgados pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial
(IEMI) o setor de moda íntima cresceu 33% nos últimos quatro anos, gerando uma
concorrência acirrada, traduzida pela competição pelo menor preço. Sendo assim, torna-se
fundamental a obtenção de melhorias no processo produtivo para fazer frente a essa maior
concorrência e garantir participação neste mercado competitivo.
A empresa estudada na presente pesquisa apresentava problemas de cumprimento de
prazos de entrega, ou seja, não estava conseguindo suprir a demanda. O problema a ser
estudado se trata de uma realocação de recursos e mudança de alguns conceitos de uma
fábrica que produz componentes para o vestuário de moda íntima feminina. Assim, algumas
melhorias foram propostas para um determinado setor da empresa envolvendo o tamanho do
lote, o arranjo físico (ou layout), a produtividade e, consequentemente, o lead time..
Objetivo
Mediante o contexto apresentado, o objetivo deste trabalho é apresentar uma aplicação de
conceitos básicos de planejamento e controle da produção com o objetivo de reduzir o
tamanho de lote e, consequentemente, o lead time. Vale ressaltar que não há a preocupação
de otimização do processo e sim a estruturação do mesmo com o foco na redução do lead
time.
Revisão teórica
Planejamento e Controle da Produção (PCP)
As atividades de planejamento e controle da produção envolvem, segundo Fernandes e
Godinho Filho (2010), uma série de decisões com o objetivo de definir o que, quanto e
quando produzir, comprar e entregar, além de quem e/ou como produzir.
O PCP, de acordo com Nanci et. al. (2008), deve estar alinhado e orientado pelas definições
de: planejamento estratégico, marketing, projeto do processo, sendo que o marketing e o
planejamento estratégico são ações de planejamento articuladas em um horizonte de longo
prazo.
Apesar de o termo PCP ser muito utilizado, é importante ressaltar que há diferenças entre o
Planejamento (P) e o Controle (C) da Produção (P). Planejamento, para Slack, Chambers e
Johnston (2009), é a formalização do que se pretende que aconteça em determinado
momento no futuro. Mas um plano não garante que um evento vá, realmente, acontecer, pois
podem ocorrer mudanças por parte dos clientes. Já controle, para o mesmo autor, é o
processo de lidar com essas variações de previsões, isso pode significar que os planos
precisem ser refeitos, ou ainda pode significar que será preciso fazer uma intervenção na
operação para trazê-la de volta aos “trilhos”.
Conceitos básicos: layout, lead time, capacidade e tamanho de lote.
Para Moreira (2012), planejar o layout (arranjo físico) de uma instalação significa tomar
decisões sobre a forma como serão dispostos os centros de trabalho que aí devem
permanecer. Se o layout for bem planejado, pode-se diminuir o lead time da empresa.
De acordo com Ericksen, Stoflet e Suri (2007) lead time pode ser definido como o tempo
típico (medido em dias corridos), desde que o cliente faz o pedido, passando pelo caminho
crítico, até que a primeira peça do pedido seja entregue ao cliente. Com um bom lead time, a
capacidade de fabricação pode ser melhorada e melhor aproveitada.
A definição de capacidade de uma operação, segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), é
o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o
processo pode realizar sob condições normais de operação. A capacidade pode ser
aperfeiçoada através de algumas variáveis de produção, como, por exemplo, o tamanho de
lote.
Castro (2007) explica que o problema de tamanho de lote de produção consiste em
determinar quais produtos e em que quantidades produzir e estocar em cada período dentro
de um horizonte de planejamento de modo a atender demandas pré-estabelecidas.
Método de Pesquisa
Para este trabalho adotou-se como estratégia de pesquisa o estudo de caso. Os dados
utilizados são de uma indústria têxtil, localizada em Franca-São Paulo, considerada de médio
porte. Para a realização do estudo de caso foram realizadas algumas visitas à empresa em
questão e entrevistas com funcionários, chefes do setor e um gerente industrial e, por meio
de contatos via e-mail, houve discussão de algumas questões básicas da pesquisa.
Estudo de Caso
Situação no passado
Figura 1 – Layout anterior.
Observando-se o local de trabalho,
constatou-se que o próprio funcionário do balancim escolhia qual o próximo produto a ser
produzido. O deslocamento deste também era excessivo, e o mesmo ocorria com os setores
das aparadeiras e da revisão e embalagem. Não existia programação da produção. Estes
fatos implicavam em um atraso na entrega de produtos de 3 semanas. Nenhum estudo de
layout, projetos, lead time, fluxo, etc., foi desenvolvido para que o sistema produtivo fosse
elaborado.
Resultados (melhorias, propostas, situação atual)
Para resolver os problemas citados acima, foram tomadas as seguintes providências:
1)instalação de um setor de PCP na fábrica estudada; 2)alocação de funcionários para levar
a matéria prima do recortador e a ferramenta utilizada até ele, de acordo com as fichas pré-
estipuladas pelo setor de PCP; 3)implantação de esteiras de transporte entre os
recortadores, aparadeiras e revisão e embalagem, criando um fluxo mais contínuo; 4)
dividiu-se os produtos em famílias, de acordo com a demanda e o tipo de produto;
5)aperfeiçoamento da ferramenta “faca”, utilizada nos balancins, de modo que nas linhas de
alta produção, dispensou-se o Figura 2 – Layout Atual
setor das aparadeiras,
aumentando a capacidade da
empresa.
A figura 2 representa as duas
linhas de produção que foram
elaboradas, mediante as
famílias de produtos. Os
resultados foram:
a) Tempo de ciclo total era de
42,69s/par, mudou para 8,8s/
/par (linhas de alta produção)
e para 17,6s/par (linhas de
De produção e alta);
b)Com isso, a capacidade aumentou de 2400 pares/dia para 3600 pares/dia.
d)A redução do lead time e a estruturação do setor de PCP fizeram com que o número médio
de pedidos atrasados diminuísse de 3 semanas para aproximadamente 2 dias.
Conclusão
A organização do setor de PCP e realocação de alguns recursos fabris, fez com que a
organização ganhasse, nas linhas de alta produção, uma redução do lead time de 485%.
Esta reestruturação da empresa também fez com que os atrasos dos pedidos caíssem para
2 dias em média. Assim, o sistema produtivo ficou mais flexível, a confiabilidade dos clientes
aumentou substancialmente, a capacidade aumentou, aumentando os lucros da empresa.
Referências
ERICKSEN, P. D.; STOFLET, N.J.; SURI, R. Manufacturing critical-path time (MCT): the QRM metric for lead time.
Technical Report, Center for QRM, Wisconsin-Madison, 2007.
FERNANDES, Flávio César Faria; GODINHO FILHO, Moacir. Planejamento e controle da produção: dos
fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTORELLI, Renata. Lojas de rua trazem glamour e aproximam consumidores de seus produtos: moda íntima
em alta.2014.Disponível em: <http://costuraperfeita.com/edicao/24/materia/mercado.html>. Acesso em: abr. 2014.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
NANCI, C. N; et. al. O pcp no contexto estratégico. In: LUSTOSA, L.; MESQUITA, M.A.; QUELHAS, O.;
OLIVEIRA, R (Org.). Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. Tradução de Maria Teresa
Corrêa de Oliveira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Título original: Operations managment.
CASTRO, A. C. de. Tamanhos de lotes capacitados com preparação de máquina em sistemas produtivos
interruptos. 2007. 67 f. Tese (Mestrado em Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.
APLICAÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS DE PLANEJAMENTO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO PARA MELHORIA DO DESEMPENHO
PRODUTIVO EM UMA EMPRESA DO SETOR TÊXTIL
CÓDIGO: TN_STP_195_102_26271
AUTORES:
Letícia Reis Rodrigues (lreisrodrigues@hotmail.com)
Marcel Heimar Ribeiro Utiyama (marcelc5@yahoo.com.br)
Clarissa Fullin Barco (cfbarco@hotmail.com)
O processo produtivo estudado é
constituído basicamente por 4 etapas
produtivas: corte no balancim,
aparação, revisão e embalagem. A
figura 1 ilustra esse processo produtivo
e a capacidade de produção diária de
cada um dos centros produtivos.
Dados:
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Melhoria do Desempenho Produtivo em Empresa Têxtil Através da Aplicação de Conceitos de PCP

  • 1. Introdução Conforme Martorelli (2014), dados divulgados pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) o setor de moda íntima cresceu 33% nos últimos quatro anos, gerando uma concorrência acirrada, traduzida pela competição pelo menor preço. Sendo assim, torna-se fundamental a obtenção de melhorias no processo produtivo para fazer frente a essa maior concorrência e garantir participação neste mercado competitivo. A empresa estudada na presente pesquisa apresentava problemas de cumprimento de prazos de entrega, ou seja, não estava conseguindo suprir a demanda. O problema a ser estudado se trata de uma realocação de recursos e mudança de alguns conceitos de uma fábrica que produz componentes para o vestuário de moda íntima feminina. Assim, algumas melhorias foram propostas para um determinado setor da empresa envolvendo o tamanho do lote, o arranjo físico (ou layout), a produtividade e, consequentemente, o lead time.. Objetivo Mediante o contexto apresentado, o objetivo deste trabalho é apresentar uma aplicação de conceitos básicos de planejamento e controle da produção com o objetivo de reduzir o tamanho de lote e, consequentemente, o lead time. Vale ressaltar que não há a preocupação de otimização do processo e sim a estruturação do mesmo com o foco na redução do lead time. Revisão teórica Planejamento e Controle da Produção (PCP) As atividades de planejamento e controle da produção envolvem, segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), uma série de decisões com o objetivo de definir o que, quanto e quando produzir, comprar e entregar, além de quem e/ou como produzir. O PCP, de acordo com Nanci et. al. (2008), deve estar alinhado e orientado pelas definições de: planejamento estratégico, marketing, projeto do processo, sendo que o marketing e o planejamento estratégico são ações de planejamento articuladas em um horizonte de longo prazo. Apesar de o termo PCP ser muito utilizado, é importante ressaltar que há diferenças entre o Planejamento (P) e o Controle (C) da Produção (P). Planejamento, para Slack, Chambers e Johnston (2009), é a formalização do que se pretende que aconteça em determinado momento no futuro. Mas um plano não garante que um evento vá, realmente, acontecer, pois podem ocorrer mudanças por parte dos clientes. Já controle, para o mesmo autor, é o processo de lidar com essas variações de previsões, isso pode significar que os planos precisem ser refeitos, ou ainda pode significar que será preciso fazer uma intervenção na operação para trazê-la de volta aos “trilhos”. Conceitos básicos: layout, lead time, capacidade e tamanho de lote. Para Moreira (2012), planejar o layout (arranjo físico) de uma instalação significa tomar decisões sobre a forma como serão dispostos os centros de trabalho que aí devem permanecer. Se o layout for bem planejado, pode-se diminuir o lead time da empresa. De acordo com Ericksen, Stoflet e Suri (2007) lead time pode ser definido como o tempo típico (medido em dias corridos), desde que o cliente faz o pedido, passando pelo caminho crítico, até que a primeira peça do pedido seja entregue ao cliente. Com um bom lead time, a capacidade de fabricação pode ser melhorada e melhor aproveitada. A definição de capacidade de uma operação, segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), é o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. A capacidade pode ser aperfeiçoada através de algumas variáveis de produção, como, por exemplo, o tamanho de lote. Castro (2007) explica que o problema de tamanho de lote de produção consiste em determinar quais produtos e em que quantidades produzir e estocar em cada período dentro de um horizonte de planejamento de modo a atender demandas pré-estabelecidas. Método de Pesquisa Para este trabalho adotou-se como estratégia de pesquisa o estudo de caso. Os dados utilizados são de uma indústria têxtil, localizada em Franca-São Paulo, considerada de médio porte. Para a realização do estudo de caso foram realizadas algumas visitas à empresa em questão e entrevistas com funcionários, chefes do setor e um gerente industrial e, por meio de contatos via e-mail, houve discussão de algumas questões básicas da pesquisa. Estudo de Caso Situação no passado Figura 1 – Layout anterior. Observando-se o local de trabalho, constatou-se que o próprio funcionário do balancim escolhia qual o próximo produto a ser produzido. O deslocamento deste também era excessivo, e o mesmo ocorria com os setores das aparadeiras e da revisão e embalagem. Não existia programação da produção. Estes fatos implicavam em um atraso na entrega de produtos de 3 semanas. Nenhum estudo de layout, projetos, lead time, fluxo, etc., foi desenvolvido para que o sistema produtivo fosse elaborado. Resultados (melhorias, propostas, situação atual) Para resolver os problemas citados acima, foram tomadas as seguintes providências: 1)instalação de um setor de PCP na fábrica estudada; 2)alocação de funcionários para levar a matéria prima do recortador e a ferramenta utilizada até ele, de acordo com as fichas pré- estipuladas pelo setor de PCP; 3)implantação de esteiras de transporte entre os recortadores, aparadeiras e revisão e embalagem, criando um fluxo mais contínuo; 4) dividiu-se os produtos em famílias, de acordo com a demanda e o tipo de produto; 5)aperfeiçoamento da ferramenta “faca”, utilizada nos balancins, de modo que nas linhas de alta produção, dispensou-se o Figura 2 – Layout Atual setor das aparadeiras, aumentando a capacidade da empresa. A figura 2 representa as duas linhas de produção que foram elaboradas, mediante as famílias de produtos. Os resultados foram: a) Tempo de ciclo total era de 42,69s/par, mudou para 8,8s/ /par (linhas de alta produção) e para 17,6s/par (linhas de De produção e alta); b)Com isso, a capacidade aumentou de 2400 pares/dia para 3600 pares/dia. d)A redução do lead time e a estruturação do setor de PCP fizeram com que o número médio de pedidos atrasados diminuísse de 3 semanas para aproximadamente 2 dias. Conclusão A organização do setor de PCP e realocação de alguns recursos fabris, fez com que a organização ganhasse, nas linhas de alta produção, uma redução do lead time de 485%. Esta reestruturação da empresa também fez com que os atrasos dos pedidos caíssem para 2 dias em média. Assim, o sistema produtivo ficou mais flexível, a confiabilidade dos clientes aumentou substancialmente, a capacidade aumentou, aumentando os lucros da empresa. Referências ERICKSEN, P. D.; STOFLET, N.J.; SURI, R. Manufacturing critical-path time (MCT): the QRM metric for lead time. Technical Report, Center for QRM, Wisconsin-Madison, 2007. FERNANDES, Flávio César Faria; GODINHO FILHO, Moacir. Planejamento e controle da produção: dos fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010. MARTORELLI, Renata. Lojas de rua trazem glamour e aproximam consumidores de seus produtos: moda íntima em alta.2014.Disponível em: <http://costuraperfeita.com/edicao/24/materia/mercado.html>. Acesso em: abr. 2014. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. NANCI, C. N; et. al. O pcp no contexto estratégico. In: LUSTOSA, L.; MESQUITA, M.A.; QUELHAS, O.; OLIVEIRA, R (Org.). Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. Tradução de Maria Teresa Corrêa de Oliveira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Título original: Operations managment. CASTRO, A. C. de. Tamanhos de lotes capacitados com preparação de máquina em sistemas produtivos interruptos. 2007. 67 f. Tese (Mestrado em Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. APLICAÇÃO DE CONCEITOS BÁSICOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO PARA MELHORIA DO DESEMPENHO PRODUTIVO EM UMA EMPRESA DO SETOR TÊXTIL CÓDIGO: TN_STP_195_102_26271 AUTORES: Letícia Reis Rodrigues (lreisrodrigues@hotmail.com) Marcel Heimar Ribeiro Utiyama (marcelc5@yahoo.com.br) Clarissa Fullin Barco (cfbarco@hotmail.com) O processo produtivo estudado é constituído basicamente por 4 etapas produtivas: corte no balancim, aparação, revisão e embalagem. A figura 1 ilustra esse processo produtivo e a capacidade de produção diária de cada um dos centros produtivos. Dados: - 18 linhas de produção (Figura 1) - 8,8 horas/dia - Estoque ( ) = 60 pares 26,4 segundos/par 26,4 segundos/par