1. UNIVERSIDADE DE FRANCA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA
DO TRABALHO
RISCOS OCUPACIONAIS DE UMA CLÍNICA ODONTOLÓGICA
JÚNIA NATÁLIA MENDES BATISTA
Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Segurança do Trabalho da
Universidade de Franca, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Especialista em
Engenharia de Segurança do Trabalho.
FRANCA
2016
2. 2
RISCOS OCUPACIONAIS DE UMA CLÍNICA ODONTOLÓGICA
OCCUPATIONAL RISKS OF A CLINICAL DENTAL
Júnia Natália Mendes Batista
RESUMO
O ambiente de clínicas odontológicas envolve condições que caracterizam a possibilidade de danos
à saúde dos profissionais que exercerem suas atividades laborais. No consultório odontológico,
observam-se diversas pessoas circulando, levando e trazendo consigo agentes potencialmente
contaminantes. A odontologia está entre as profissões mais expostas às doenças de caráter
ocupacional e os cirurgiões-dentistas, entre os primeiros em afastamentos do trabalho por
incapacidade temporária ou permanente, respondendo por cerca de 30% das causas de abandono
prematuro da profissão. Assim, este local deve ser planejado adequadamente para que durante a
rotina, o cirurgião-dentista execute suas atividades com menores riscos à saúde. Neste contexto, o
presente trabalho realizou um estudo de caso em uma clínica odontológica localizada na cidade de
Volta Redonda – RJ, com o objetivo de detectar os principais riscos que um cirurgião-dentista está
exposto, analisar as medidas preventivas existentes para proteção e existência de um ambiente de
trabalho saudável. Através do estudo de caso realizado, verificou-se que os riscos físicos estão
ausentes do ambiente de trabalho, as legislações quanto ao descarte de resíduos contaminados são
cumpridas, minimizando os efeitos destes materiais ao meio ambiente. Deve-se ressaltar a
necessidade de melhoria das questões ergonômicas. Com a implantação de períodos de descanso e
ginástica laboral.
Palavras-Chave: Riscos ocupacionais, clínicas odontológicas, ergonomia.
ABSTRACT
The dental clinics environment involves conditions that characterize the possibility of damage to
health professionals who perform their work activities. In the dental office, they observe several
people hanging out, taking and bringing potential contaminants. Dentistry is among the most
exposed professions to occupational character of diseases and dentists, among the first on sick leave
for temporary or permanent disability, accounting for about 30% of premature abandonment causes
of the profession. Thus, this site should be planned properly so that during routine dental surgeons
perform their activities with lower health risks. In this context, this study conducted a case study in
a dental clinic located in Volta Redonda - RJ, with the objective detect the major risks that a dental
surgeon is exposed, analyzing the existing preventive measures for protection and existence of a
healthy work environment. Through the case study, it was found that the physical risks are absent
from the workplace, the laws on the disposal of contaminated waste are met, minimizing the effects
of these materials to the environment. It should be emphasized the need to improve the ergonomic
issues. With the implementation of rest periods and gymnastics.
Key words: Occupational hazards, dental clinics, ergonomics.
3. 3
1. INTRODUÇÃO
É no trabalho e pelo trabalho que o homem é valorizado e reconhecido perante a sociedade e
utiliza-se deste para sua sobrevivência. Desta forma o trabalho passa a ter também uma acepção um
tanto deletéria, isto é, o trabalho ao mesmo tempo em que dignifica o homem, também não é uma
atividade necessariamente benéfica a sua saúde, na medida em que esta provoca fadiga e sofrimento
(MADRUGA, 2002).
A rotina de um cirurgião-dentista envolve ambientes com condições que caracterizam
possibilidade de danos à saúde dos profissionais que ali transitam para exercerem suas atividades
laborais. No consultório odontológico, há várias pessoas diferentes circulando, levando e trazendo
consigo agentes potencialmente contaminantes. A odontologia está entre as profissões mais
expostas às doenças de caráter ocupacional e os cirurgiões-dentistas, entre os primeiros em
afastamentos do trabalho por incapacidade temporária ou permanente, respondendo por cerca de
30% das causas de abandono prematuro da profissão (REGIS FILHO e PIETROBON, 2010).
Assim, este local deve ser planejado adequadamente para que durante a rotina, o cirurgião-dentista
execute suas atividades com menores riscos à saúde.
A segurança do trabalho adota providências de proteção, aspirando à minimização dos
acidentes diários, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física e mental do
trabalhador. A adoção de medidas e ações preventivas em qualquer grupo profissional é
fundamental à saúde do trabalhador. Sendo o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
obrigatório segundo a Norma Regulamentadora 6 (NR-6).
No Brasil, em 1983, o Ministério da Saúde emitiu a portaria 196 para fornecer parâmetros de
orientação para o controle de infecção hospitalar. Desde este período, o governo buscar estabelecer
normas para a biossegurança. Sendo a Norma Regulamentadora 32 (NR-32) considerada de grande
importância para todos os trabalhadores da área da saúde. Ela recomenda medidas de proteção para
a promoção de segurança no trabalho, controle de riscos ocupacionais e prevenção de acidentes e
doenças.
Neste contexto, o trabalho tem como objetivo identificar os principais riscos do cirurgião-
dentista, analisar as medidas preventivas existentes para proteção e existência de um ambiente de
trabalho saudável.
Para alcançar o objetivo proposto, realizou um estudo de caso em uma clínica odontológica
situada na cidade de Volta Redonda – RJ. A rotina dos funcionários da clínica odontológica foi
monitorada em um período de cinco dias. Onde o nível sonoro (dB) e a iluminância (Lux) foram
mensurados. Os demais riscos foram detectados por meio de observações do ambiente em questão.
4. 4
2. REVISÃO DA LITERATURA
Neste tópico serão introduzidos os conceitos fundamentos associados aos riscos
ocupacionais.
2.1. Risco Ocupacional
Risco é definido por toda e qualquer possibilidade de que algum elemento ou circunstância
existente num dado processo ou ambiente de trabalho possa causar dano à saúde, seja por meio de
acidentes, doenças ou do sofrimento dos trabalhadores, ou ainda por poluição ambiental.
O mapeamento de riscos no Brasil surgiu por meio da Portaria nº 5 de 17/08/92, do
Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (SILVA; LIMA e MARZIELE,
2012), sendo modificada pela Portaria nº 25 de 29/12/94, tornando obrigatória sua elaboração pela
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Sua regulamentação está presente na NR nº 5, no seu
anexo IV (SILVA; LIMA e MARZIELE, 2012). Os riscos ocupacionais são tratados ainda nas
Normas Regulamentadoras. Na NR 9, eles são incluídos no Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) e a NR 32 trata dos riscos ocupacionais dos trabalhadores de instituições de
saúde.
De acordo com a ANVISA, são considerados riscos ocupacionais a possibilidade de perda
ou dano e a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra. Implica, pois, a probabilidade de
ocorrência de um evento adverso. Os riscos mais frequentes a que estão sujeitos os profissionais que
atuam em assistência odontológica são os físicos, os químicos, os ergonômicos, os mecânicos ou de
acidente, os advindos da falta de conforto e higiene e os biológicos.
2.2. Risco Físico
Exposição dos profissionais a agentes físicos (ruído, vibração, radiação ionizante e não
ionizante, temperaturas extremas, iluminação deficiente ou excessiva, umidade e outros).
São causadores desses riscos: caneta de alta rotação, compressor de ar, equipamento de
Raios-X, equipamento de laser, fotopolimerizador, autoclave, condicionador de ar, etc.
Para controlar o ruído ambiental é recomendado que o compressor odontológico seja
instalado fora da sala de atendimento. Uma alternativa para pequenos estabelecimentos desprovidos
de espaço para instalação externa do compressor é a utilização de cilindros de ar filtrado, que por
ser um sistema silencioso pode ser instalado no interior da sala. Também é indicada a utilização de
canetas de alta-rotação que apresentam nível mais baixo de ruído. Outra opção é a utilização de
protetores auriculares. Para minimizar os efeitos de radiação-ionizante é indicada a utilização de
5. 5
óculos com lentes especiais, que promovem uma filtração adicional e reflexão do feixe de luz do
comprimento de onda emitido pelo aparelho (FUNDACENTRO, 2001).
2.3. Risco Químico
Exposição dos profissionais a agentes químicos (poeiras, névoas, vapores, gases, mercúrio,
produtos químicos em geral e outros). Os principais causadores desse risco são: amalgamadores,
desinfetantes químicos (álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido peracético, clorexidina,
entre outros) e os gases medicinais (óxido nitroso e outros).
Para minimizar o risco químico, as principais medidas de prevenção são tornar o ambiente
bem ventilado, a fim de reduzir os contaminantes no ar e a utilização de equipamentos de proteção
individual especificados durante o manuseio destes produtos. Outros cuidados que podem ser
observados compreendem a manipulação cuidadosa, a manutenção de recipientes, onde os produtos
são armazenados bem fechados e utilização de inflamáveis longe de calor e chamas.
2.4. Risco Ergonômico
Causado por agentes ergonômicos como postura incorreta, ausência do profissional auxiliar
e/ou técnico, falta de capacitação do pessoal auxiliar, atenção e responsabilidade constantes,
ausência de planejamento, ritmo excessivo, atos repetitivos, entre outros.
A postura de trabalho é um importante fator para a saúde da equipe odontológica. Para
prevenção de riscos ergonômicos pode ser alcançada através de evitar o uso de instrumentos e peças
de mão pesados, comprimento de cabos, mangueiras e raio de ação suficiente, instrumentos com
cabos arredondados e de maior diâmetro para eliminar tensões nos dedos e mãos, manter a afiação
de instrumentos cortantes, não flexionar os punhos, organizar o agendamento, alternando os
pacientes e procedimentos que necessitam de uso intensivo das mãos, usar luvas de tamanho
adequado, prevenir a exaustão muscular.
2.5. Risco Mecânico ou de Acidente
Exposição da equipe odontológica a agentes mecânicos ou que propiciem acidentes. Entre os
mais frequentes, podemos citar: espaço físico subdimensionado; arranjo físico inadequado;
instrumental com defeito ou impróprio para o procedimento; perigo de incêndio ou explosão;
edificação com defeitos; improvisações na instalação da rede hidráulica e elétrica; ausência de EPI e
outros.
6. 6
Para reduzir risco de acidente é necessário seguir as seguintes medidas: adquirir
equipamentos com registro no Ministério da Saúde, instalar os equipamentos em área física
adequada, utilizar somente materiais, medicamentos e produtos registrados na ANVISA, manter
instrumentais em número suficiente e com qualidade para o atendimento aos pacientes, instalar
extintores de incêndio obedecendo ao preconizado pela NR-23 e capacitar a equipe para sua
utilização, realizar manutenção preventiva e corretiva da estrutura física, incluindo instalações
hidráulicas e elétricas.
2.6. Riscos pela Falta de Conforto e higiene
Exposição do profissional a riscos por ausência de conforto no ambiente de trabalho e a
riscos sanitários. Podemos citar alguns desses riscos: sanitário em número insuficiente e sem
separação por sexo; falta de produtos de higiene pessoal, como sabonete líquido e toalha descartável
nos lavatórios; ausência de água potável para consumo; não fornecimento de uniformes; ausência de
ambientes arejados para lazer e confortáveis para descanso; ausência de vestiários com armários
para a guarda de pertences; falta de local apropriado para lanches ou refeições; falta de proteção
contra chuva, entre outros.
Proporcionar à equipe condições de higiene, de conforto e de salubridade no ambiente de
trabalho, de acordo com a NR-24.
2.7. Risco Biológico
Considera-se risco biológico a probabilidade da ocorrência de um evento adverso em virtude
da presença de um agente biológico. Sabe-se que as exposições ocupacionais a materiais biológicos
potencialmente contaminados constituem um sério risco aos profissionais da área da saúde nos seus
locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nesta área mostram que os acidentes envolvendo sangue e
outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais frequentemente relatadas (SILVA;
RIBEIRO e RISSO, 2009).
2.7.1. Transmissão por via aérea
O ambiente odontológico, pelas suas particularidades, possibilita que o ar seja uma via
potencial de transmissão de micro-organismos, por meio das gotículas e dos aerossóis, que podem
contaminar diretamente o profissional ao atingirem a pele e a mucosa, por inalação e ingestão, ou
indiretamente, quando contaminam as superfícies.
Principais doenças transmitidas por via aérea:
7. 7
Doença meningocócica;
Gripe ou Influenza;
Mononucleose;
Rubéola e Sarampo;
Tuberculose.
2.7.2. Transmissão por sangue ou outros fluidos orgânicos
Na prática odontológica é comum a manipulação de sangue e outros fluidos orgânicos, que
são as principais vias de transmissão do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV).
As exposições que podem trazer riscos de transmissão são definidas como:
Percutânea - lesão provocada por instrumentos perfurantes e cortantes.
Mucosa - contato com respingos na face envolvendo olhos, nariz e boca.
Cutânea - contato com pele com dermatite ou feridas abertas.
Mordeduras humanas - lesão que deve ser avaliada tanto para o indivíduo que provoca
quanto para aquele que tenha sido exposto (consideradas como exposição de risco quando há
presença de sangue).
Principais doenças transmitidas por sangue ou outros fluidos orgânicos:
Hepatites (A, B, C, D e E);
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
2.7.3. Transmissão pelo contato direto e indireto com o paciente
A equipe odontológica está sujeita a diversas doenças adquiridas por meio do contato direto
(mãos ou pele) ou indireto (superfícies ambientais ou itens de uso do paciente), devido à
proximidade e ao tempo de exposição prolongado durante a realização dos procedimentos, devendo
ser adotadas medidas de precauções padrão para com todos os pacientes.
Principais doenças transmitidas:
Herpes Simples;
Escabiose ou Sarna;
Pediculose ou Piolho;
Micoses;
Conjuntivite.
O risco biológico, caracterizado pela exposição da equipe odontológica à ampla variedade
de microrganismos presentes no sangue, nas secreções orais, e orofaríngeas, sem dúvida representa
o principal fator de risco ocupacional da profissão. De acordo com o Ministério da Saúde, entre os
8. 8
profissionais da saúde, a incidência de algumas doenças infecciosas é maior do que a população em
geral. Desta forma é imprescindível a adoção de medidas de prevenção.
As precauções padrão envolvem uma sério de procedimentos, entre os quais podendo citar:
imunização, uso de barreiras, equipamentos de proteção individual, lavagem de mãos. O controle de
infecção na odontologia baseia-se nos princípios descritos no Quadro 1.
Quadro 1: Princípios para controle de infecção e Precauções Padrão relacionadas
Precauções Padrão
1. Os profissionais devem tomar
medidas para a sua saúde e da sua
equipe.
Imunização;
Medidas de quimioprofilaxia em casos de
acidentes ocupacionais;
Anti-sepsia das mãos.
2. Os profissionais devem evitar
contato direto com a matéria
orgânica.
Uso de equipamentos de proteção individual.
3. Os profissionais devem tornar
seguro o uso de artigos
Esterilização e desinfecção dos artigos.
4. Os profissionais devem limitar a
propagação de microrganismos no
ambiente.
Uso de barreiras;
Tratamento de superfícies;
Controle da qualidade do ar;
Controle da qualidade da água;
Gerenciamento de resíduos;
Desinfecção de moldes e próteses.
(Adaptado Ministério da Saúde)
3. ESTUDO DE CASO
3.1. Descrição do local
O estudo foi realizado em uma clínica odontológica situada na cidade de Volta Redonda –
RJ. A clínica odontológica possui 100,00 m², com quatro consultórios de 8,70 m², a área restante
compreende a recepção, banheiros e depósito de compressores, distante 7 m dos consultórios
odontológicos. A luminosidade do local é artificial.
A Figura 3.1 apresenta a estrutura de um consultório odontológico inserido na clínica em
estudo.
9. 9
Figura 3.1:Estrutura de um consultório odontológico.
3.2. Equipamentos utilizados para as medições
Para mensurar o nível de ruído, utilizou-se o aparelho denominado dosímetro da marca
Instrutherm DOS – 500. O dosímetro é composto por um microfone que capta as ondas sonoras,
que após as medidas recebem tratamentos de codificação e filtragem, obtendo os parâmetros que
caracterizam o ruído do local. Realizou as medidas em um dentista durante quatro horas em um
período de cinco dias consecutivos.
A iluminância do consultório foi realizada utilizando um luxímetro digital da marca Minipa,
modelo Mln 1011. As medidas foram realizadas de acordo com o item 17.5.3.4 da Norma
Regulamentadora 17.
Para avaliar os riscos ocupacionais existentes na clínica odontológica, acompanhou-se a
rotina deste estabelecimento durante cinco dias. E as observações serão discutidas no item 4 –
Resultados e Discussão.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 4.1 apresenta os valores das medições do nível sonoro (dB) obtido em cada um dos
cinco dias analisados.
10. 10
1 2 3 4 5
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
NívelSonoro(dB)
Dia
Figura 4.1: Nível sonoro (dB) em função dos dias analisados.
Através da Figura 4.1 observa-se que a variação de nível sonoro entre os dias analisados é
pequena. Sendo o valor médio entre os dias de 65 dB. Este valor está abaixo do valor máximo
previsto pelo NR-15 e pela Norma de Higiene Ocupacional 01 (FUNDACENTRO), que são 85 dB
e 80 dB, respectivamente.
A Figura 4.2 mostra a iluminância (Lux) para cada um dos cinco dias analisados.
1 2 3 4 5
250
252
254
256
258
260
262
264
266
268
270
Iluminância(Lux)
Dia
Figura 4.2: Iluminância (Lux) em função dos dias analisados
11. 11
A Figura 4.2 mostra a iluminância (Lux) para os cinco dias analisados, obtendo um valor
médio e 260 Lux. A NR-17 recomenda a utilização da NBR-5413. As iluminâncias estabelecidas
por esta norma para consultórios odontológicos compreender o valor mínimo de 150, intermediário
de 200 e superior de 300 Lux. Os valores obtidos estão entre 257-265 Lux, estando à luminosidade
do local dentro da normatização vigente.
Os fotopolimerizados possuem uma proteção para minimizar a radiação. E durante o uso do
Raio-X é utilizado colete de chumbo nos paciente e o dentista não permanece no consultório.
Na clínica odontológica realizou o estudo, não é mais utilizada amalgamas de mercúrio,
devido à proibição da mesma no estado do Rio de Janeiro. As restaurações são realizadas com
resinas compostas.
Para minimizar os riscos biológicos presentes em clínicas odontológicas, são utilizados os
EPI’s adequados, a assepsia das mãos entre os atendimentos, limpeza do local em intervalos
regulares, imunização dos funcionários e gerenciamento dos resíduos gerados.
Os resíduos são separados de acordo com o nível de contaminação. Os materiais
perfurocortantes são descartados em caixas de papelão especificas para estes rejeitos. Roletes de
algodão, dentes extraídos, suturas, fios metálicos são acondicionados em sacos brancos. Estes
resíduos são coletados pela empresa HIDROSERV, que realizam a incineração dos mesmos.
Verificou que as questões ergonômicas do local devem ser revistas e melhoradas. A rotina
intensa de atendimentos, com movimentos repetitivos causam canseira e estresse aos cirurgiões
dentistas. Pois os mesmos atendem diariamente cerca de trinta e cinco pacientes.
5. CONCLUSÕES
Embasados na normalização vigente e nas disposições dos órgãos responsáveis, observa-se a
importância em se executar as medidas para a preservação da segurança em ambientes
odontológicos. Buscando minimizar e extinguir as fontes geradoras dos riscos, a fim de garantir aos
profissionais maior segurança durante a execução de suas atividades.
Observa-se que riscos físicos estão ausentes do ambiente de trabalho, verificando nível
sonoro abaixo do teto permitido para jornada de trabalho de oito horas, o baixo ruído se deve a
localização adequada do compressor. A luminosidade também apresenta dentro dos limites
estabelecidos pela NBR-5413. A temperatura e umidade do local também são apropriadas.
Verificou que a clínica odontológica atende as legislações quanto ao descarte de resíduos
contaminados, garantido a segurança dos dentistas e pacientes. E consequentemente, estes rejeitos
oferecem menor risco meio ambiente.
12. 12
Deve ressaltar a necessidade de melhoria das questões ergonômicas. Com a implantação de
períodos de descanso e ginástica laboral.
6. REFERÊNCIAS
ANVISA. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos. Brasília, 2006.
FUNDACENTRO - Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma de Higiene Ocupacional
n° 01, 2001. Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.
MADRUGA, R. B. Cargas de trabalho encontrada em coletores de lixo domiciliar – um estudo
de caso. 2002. 118p. Dissertação ( Mestrado em Engenharia de Produção). UFSC, Florianópolis,
2002.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 05, de 14 de julho de 201. Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 06, de 24 de julho de 2014.
Equipamento de Proteção Individual - EPI.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 09, de 25 de setembro de 2014.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 32, de 31 de agosto de 2011.
Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde.
REGIS FILHO, G. I.; PIETROBON, L. Doenças de caráter ocupacional em cirurgiões-dentistas
– um estudo de caso sobre cifoescaliose. RFO, Passo Fundo, v. 15, n°. 2, p. 111-118, 2010.
SILVA, A. S. F.; RIBEIRO, M. C.; RISSO, M. Biossegurança em Odontologia e Ambientes de
Saúde. 2 ed. Revisada e Ampliada – São Paulo: Ícone, 2009.
SILVA, E. J.; LIMA, M. G.; MARZIELE, M. H. P. O conceito de risco e seus efeitos simbólicos
nos acidentes com instrumentos perfurocortantes. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.
65, n°. 4, p. 809-8014, 2012.