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Libras
Prof. Júlio Cesar
Conteúdo da aula
 Fundamentos históricos e políticos;
 Abordagens de ensino e concepções de surdez
AVA:
Unidade 01: Seções 01 e 02
Antiguidade Greco-romana (4000a.C. – 476d.C.)
“(...) os surdos não eram seres humanos competentes.”
Aristóteles (384-322 a.C):
• Linguagem – condição humana
• Surdos – não-humanos
SEM
AUDIÇÃO
SEM FALA
SEM
LINGUAGEM
SEM
PENSAMENTO
Antiguidade Greco-romana (4000a.C. – 476d.C.)
Romanos:
• Surdos eram privados de seus direitos legais e confundidos com
retardados mentais.
• Não podiam fazer testamentos
• Precisavam de um curador
Idade Média(476 - 1453)
Igreja Católica:
• Até o século XII, surdos não podiam se casar
• Almas de surdos não eram imortais por que não podiam falar os
sacramentos
Idade Moderna(1453 - 1789)
Pedro Ponce de León (1520 – 1584):
• Primeiro professor de surdos (filhos de nobres)
• Motivação – direito à herança
• Êxito no ensino da fala, leitura, escrita e até de filosofia
• Base para outros educadores de surdos
Idade Moderna(1453 - 1789)
Juan Pablo Bonet (1579 – 1629):
• Apropria-se do método de León
• 1620: obra sobre a arte de ensinar surdos
a falar (alfabeto manual, escrita, língua de
sinais e manipulação do órgãos
fonoarticulatórios)
Idade Moderna(1453 - 1789)
Pereire (países de língua latina)
Amman (países de língua alemã)
Wallis (ilhas britânicas)
• Foco – oralidade, mas uso de sinais e alfabeto manual
• Pereire e Wallis – abandono da oralização
Idade Moderna(1453 - 1789)
Charles-Michel de l’Epée(1712 – 1789):
• Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris (1760);
• Primeiro a reconhecer que os surdos têm uma língua;
• Oralização deixa de ser o foco;
• Criação e uso dos sinais metódicos;
• Época áurea da educação de surdos.
Idade Contemporânea (1789 - 1900)
Thomas Gallaudet (1787 – 1851):
• Viajou para a Europa (1816)
• Realizou estágio no Instituto Nacional para Surdos-
Mudos de Paris;
Laurent Clerc (1785 – 1869):
• Retornou com Gallaudet para os EUA;
• Junto com ele fundaram a primeira escola de surdos
dos EUA.
Idade Contemporânea (1789 - 1900)
• Educação de surdos até 1880 – foco: oralização / sinais: apoio (método
combinado;
Congresso de Milão (1880):
• Reuniu educadores de surdos de diferentes países( apenas um era
surdo)
• Método oral puro ( fala – finalidade da educação
• Exclusão de professores surdos e do uso de língua de sinais.
Idade Contemporânea (1789 - 1900)
Atas do Congresso de Milão:
“Dada a superioridade incontestável da fala sobre os Sinais para reintegrar
os surdos-mudos na vida social e para dar-lhes maior facilidade de
linguagem,... (Este congresso) declara que o método de articulação deve
ter preferência sobre o de Sinais na instrução e educação dos surdos-
mudos.
O método oral puro deve ser preferido por que o uso simultâneo de Sinais
e fala tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura orofacial e a
precisão de ideias”.
História da Educação de Surdos no Brasil
Fundação do INES – Instituto Nacional de Educação de
Surdos;
• Dom Pedro II e Padre Huet – fundação do Instituto
Imperial de Surdos-Mudos em 1857.
• INES – internato por mais de um século com estudantes
de várias partes do país – exclusivamente para
meninos.
• Sinais em uso + LSF + sinais metódicos = libras.
• LS nacional – (1) retorno dos alunos surdos e (2)
formação de professores.
História da Educação de Surdos no Brasil
• INES – alunos surdos (RJ).
• Instituto Santa Terezinha – alunas surdas
(SP) (1929)
Política educacional:
• Método francês
• Congresso de Milão (1880) – oralismo
pragmático
• Berenz (2003) – anos 1990: oralismo
História da Educação de Surdos no Brasil
Primórdios do Movimento Surdo
• UFRJ – Lucinda Ferreira Brito (anos 1980)
• FENEIS – fundada em 1987
• Marcha “Surdos Venceremos” (Set/1994):
 Reconhecimento oficial da Libras;
 Direito à educação em Libras;
 Provimento de intérpretes.
História da Educação de Surdos no Brasil
• Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002
• Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005:
 Reconhecimento oficial da Libras;
 Garantia de acessibilidade e difusão;
 Formação do professor de libras;
 Formação do tradutor-intérprete de Libras / Língua Portuguesa
História da Educação de Surdos no Brasil
2006
• Licenciatura em Libras (EaD)
• 500 vagas
• 9 polos
História da Educação de Surdos no Brasil
2008
• EaD
• 900 vagas (Licenciatura e
Bacharelado
• 16 polos
História da Educação de Surdos no Brasil
Lei nº 10.436/2002 e o Decreto nº
5.626/2005:
• Direito à educação bilingue
Mas...
• Política educacional vigente - inclusão
História da Educação de Surdos no Brasil
CONAE 2010
• Elaboração do PNE
• De 28 de março a 1º de abril de 2010
Ana Campello e Patrícia Rezende (2014):
• Retrocesso na educação de surdos:
• Das 11 propostas da comunidade surda, apenas
3 foram aceitas
• Escola de surdos: segregacionistas
História da Educação de Surdos no Brasil
Fechamento do INES
• Diretora de Políticas Públicas e Educação Especial anunciou em 2011 no
próprio INES:
• O fechamento da escola até o final daquele ano
• O remanejamento dos alunos para as escolas comuns.
História da Educação de Surdos no Brasil
Setembro Azul 2011
• Mobilização em todo o país
• 26 de setembro: Dia Nacional do Surdo
• Objetivo:
• Fincar as lutas e emendas específicas sobre a educação dos surdos no
Plano Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional
História da Educação de Surdos no Brasil
Vitória na Câmara dos
Deputados
• 28 de maio de 2012
• Inclusão da escola e
classe bilíngues,
além da escola
inclusiva
História da Educação de Surdos no Brasil
Campello e Rezende (2014: 88)
“Enfim, estamos construindo a nossa política de verdade: as escolas
bilíngues de surdos não são segregadas, não são segregadores e nem
segregacionistas como tem alardeado tanto o Ministério da Educação.
Pelo contrário, são espaços de construção do conhecimento para o
cumprimento do papel social de tornar os alunos cidadãos verdadeiros,
conhecedores e cumpridores dos seus deveres e defensores dos seus
direitos, o que, em síntese, leva à verdade inclusão”.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Visão sobre os surdos de filósofos:
Aristóteles (IV a.C):
Aprendizagem – audição
Kant (século XVIII):
Sinais – incapazes de expressar generalidades
Schopenhauer (século XIX):
Raciocínio depende da linguagem oral
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Segunda metade do Séc. XVIII
Método alemão de Heinicke (Hamburgo e Leipzig)
• Aprendizagem – audição
Método francês de l’Epée (Paris)
• Sistema artificial de sinais (sinais metódicos)
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Congresso de Milão (1880)
Oralismo:
• Educação de surdos – oralização
• Professores surdos – expulsos
• Comunidade surda – excluída da política das instituições de ensino
• Língua de sinais – proibida.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Oralismo
 Consequências:
 Queda no nível educacional de estudantes surdos;
 Poucos consegue desenvolver a fala
 Inglaterra (1979):
 Surdos (15-16)anos: 25% fala inteligível
 Leitura e escrita: 30% analfabetos / 10% nível satisfatório / leitura
labial abaixo do esperado.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Oralismo
Desenvolvimentos tecnológicos:
- Aquém do desenvolvimento normal da linguagem
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Comunicação Total
Advoga o uso de todos os meios que possam facilitar a comunicação
• Língua falada;
• Sinais
• Sistemas artificiais (códigos manuais)
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Comunicação Total
Códigos manuais:
• Semelhantes aos sinais metódicos de l’Epée;
• Tornar a língua falada mais discernível ao surdo;
• Seeing Essential English (SEE-1), Seeing Exact English (SEE-2), inglês
sinalizado, português sinalizado.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Comunicação Total
• Comunicação entre surdos e ouvintes em alta;
• Leitura e escrita – insatisfatórias
• Pesquisa em Copenhagen nos anos 70 – resultados desconcertantes;
• Perspectiva do aluno – amostra linguística incompleta e insconsistente.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Bilinguismo
• Linguistica:
• Língua de Sinais – língua natural (instrução)
• Língua de sinais e língua oral: lado a lado
Objetivos:
• Foco – habilidades na L1 (sinais) e L2 (oral escrita)
• Exclusão da oralização como menta
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Bilinguismo
Suécia:
• Primeiro país a reconhecer os surdos como minoria linguística e a
assegurar o direito de sua educação em língua falada e de sinais.
Dinamarca
• Pesquisa com 09 crianças surdas (6-14 anos) sob a filosofia do
bilinguismo
• Análise de seu desenvolvimento na L1 e L2.
Abordagens de ensino e concepções de surdez
Bilinguismo
Resultados:
• Aos 12 anos, 5 das 9 crianças com nível de leitura = crianças ouvintes.
• Aos 14 anos, 7 das 9 conseguiam ler com certa fluência.
• Grande expansão de vocabulário – maior leitura labial
• Progresso gral: habilidades sociais, cognitivas e acadêmicas.
• Sucesso do programa – visão dos pais sobre a surdez de seus filhos.
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  • 1.
  • 3. Conteúdo da aula  Fundamentos históricos e políticos;  Abordagens de ensino e concepções de surdez AVA: Unidade 01: Seções 01 e 02
  • 4. Antiguidade Greco-romana (4000a.C. – 476d.C.) “(...) os surdos não eram seres humanos competentes.” Aristóteles (384-322 a.C): • Linguagem – condição humana • Surdos – não-humanos SEM AUDIÇÃO SEM FALA SEM LINGUAGEM SEM PENSAMENTO
  • 5. Antiguidade Greco-romana (4000a.C. – 476d.C.) Romanos: • Surdos eram privados de seus direitos legais e confundidos com retardados mentais. • Não podiam fazer testamentos • Precisavam de um curador
  • 6. Idade Média(476 - 1453) Igreja Católica: • Até o século XII, surdos não podiam se casar • Almas de surdos não eram imortais por que não podiam falar os sacramentos
  • 7. Idade Moderna(1453 - 1789) Pedro Ponce de León (1520 – 1584): • Primeiro professor de surdos (filhos de nobres) • Motivação – direito à herança • Êxito no ensino da fala, leitura, escrita e até de filosofia • Base para outros educadores de surdos
  • 8. Idade Moderna(1453 - 1789) Juan Pablo Bonet (1579 – 1629): • Apropria-se do método de León • 1620: obra sobre a arte de ensinar surdos a falar (alfabeto manual, escrita, língua de sinais e manipulação do órgãos fonoarticulatórios)
  • 9. Idade Moderna(1453 - 1789) Pereire (países de língua latina) Amman (países de língua alemã) Wallis (ilhas britânicas) • Foco – oralidade, mas uso de sinais e alfabeto manual • Pereire e Wallis – abandono da oralização
  • 10. Idade Moderna(1453 - 1789) Charles-Michel de l’Epée(1712 – 1789): • Instituto Nacional para Surdos-Mudos de Paris (1760); • Primeiro a reconhecer que os surdos têm uma língua; • Oralização deixa de ser o foco; • Criação e uso dos sinais metódicos; • Época áurea da educação de surdos.
  • 11. Idade Contemporânea (1789 - 1900) Thomas Gallaudet (1787 – 1851): • Viajou para a Europa (1816) • Realizou estágio no Instituto Nacional para Surdos- Mudos de Paris; Laurent Clerc (1785 – 1869): • Retornou com Gallaudet para os EUA; • Junto com ele fundaram a primeira escola de surdos dos EUA.
  • 12. Idade Contemporânea (1789 - 1900) • Educação de surdos até 1880 – foco: oralização / sinais: apoio (método combinado; Congresso de Milão (1880): • Reuniu educadores de surdos de diferentes países( apenas um era surdo) • Método oral puro ( fala – finalidade da educação • Exclusão de professores surdos e do uso de língua de sinais.
  • 13. Idade Contemporânea (1789 - 1900) Atas do Congresso de Milão: “Dada a superioridade incontestável da fala sobre os Sinais para reintegrar os surdos-mudos na vida social e para dar-lhes maior facilidade de linguagem,... (Este congresso) declara que o método de articulação deve ter preferência sobre o de Sinais na instrução e educação dos surdos- mudos. O método oral puro deve ser preferido por que o uso simultâneo de Sinais e fala tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura orofacial e a precisão de ideias”.
  • 14. História da Educação de Surdos no Brasil Fundação do INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos; • Dom Pedro II e Padre Huet – fundação do Instituto Imperial de Surdos-Mudos em 1857. • INES – internato por mais de um século com estudantes de várias partes do país – exclusivamente para meninos. • Sinais em uso + LSF + sinais metódicos = libras. • LS nacional – (1) retorno dos alunos surdos e (2) formação de professores.
  • 15. História da Educação de Surdos no Brasil • INES – alunos surdos (RJ). • Instituto Santa Terezinha – alunas surdas (SP) (1929) Política educacional: • Método francês • Congresso de Milão (1880) – oralismo pragmático • Berenz (2003) – anos 1990: oralismo
  • 16. História da Educação de Surdos no Brasil Primórdios do Movimento Surdo • UFRJ – Lucinda Ferreira Brito (anos 1980) • FENEIS – fundada em 1987 • Marcha “Surdos Venceremos” (Set/1994):  Reconhecimento oficial da Libras;  Direito à educação em Libras;  Provimento de intérpretes.
  • 17. História da Educação de Surdos no Brasil • Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 • Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005:  Reconhecimento oficial da Libras;  Garantia de acessibilidade e difusão;  Formação do professor de libras;  Formação do tradutor-intérprete de Libras / Língua Portuguesa
  • 18. História da Educação de Surdos no Brasil 2006 • Licenciatura em Libras (EaD) • 500 vagas • 9 polos
  • 19. História da Educação de Surdos no Brasil 2008 • EaD • 900 vagas (Licenciatura e Bacharelado • 16 polos
  • 20. História da Educação de Surdos no Brasil Lei nº 10.436/2002 e o Decreto nº 5.626/2005: • Direito à educação bilingue Mas... • Política educacional vigente - inclusão
  • 21. História da Educação de Surdos no Brasil CONAE 2010 • Elaboração do PNE • De 28 de março a 1º de abril de 2010 Ana Campello e Patrícia Rezende (2014): • Retrocesso na educação de surdos: • Das 11 propostas da comunidade surda, apenas 3 foram aceitas • Escola de surdos: segregacionistas
  • 22. História da Educação de Surdos no Brasil Fechamento do INES • Diretora de Políticas Públicas e Educação Especial anunciou em 2011 no próprio INES: • O fechamento da escola até o final daquele ano • O remanejamento dos alunos para as escolas comuns.
  • 23. História da Educação de Surdos no Brasil Setembro Azul 2011 • Mobilização em todo o país • 26 de setembro: Dia Nacional do Surdo • Objetivo: • Fincar as lutas e emendas específicas sobre a educação dos surdos no Plano Nacional de Educação em tramitação no Congresso Nacional
  • 24. História da Educação de Surdos no Brasil Vitória na Câmara dos Deputados • 28 de maio de 2012 • Inclusão da escola e classe bilíngues, além da escola inclusiva
  • 25. História da Educação de Surdos no Brasil Campello e Rezende (2014: 88) “Enfim, estamos construindo a nossa política de verdade: as escolas bilíngues de surdos não são segregadas, não são segregadores e nem segregacionistas como tem alardeado tanto o Ministério da Educação. Pelo contrário, são espaços de construção do conhecimento para o cumprimento do papel social de tornar os alunos cidadãos verdadeiros, conhecedores e cumpridores dos seus deveres e defensores dos seus direitos, o que, em síntese, leva à verdade inclusão”.
  • 26. Abordagens de ensino e concepções de surdez Visão sobre os surdos de filósofos: Aristóteles (IV a.C): Aprendizagem – audição Kant (século XVIII): Sinais – incapazes de expressar generalidades Schopenhauer (século XIX): Raciocínio depende da linguagem oral
  • 27. Abordagens de ensino e concepções de surdez Segunda metade do Séc. XVIII Método alemão de Heinicke (Hamburgo e Leipzig) • Aprendizagem – audição Método francês de l’Epée (Paris) • Sistema artificial de sinais (sinais metódicos)
  • 28. Abordagens de ensino e concepções de surdez Congresso de Milão (1880) Oralismo: • Educação de surdos – oralização • Professores surdos – expulsos • Comunidade surda – excluída da política das instituições de ensino • Língua de sinais – proibida.
  • 29. Abordagens de ensino e concepções de surdez Oralismo  Consequências:  Queda no nível educacional de estudantes surdos;  Poucos consegue desenvolver a fala  Inglaterra (1979):  Surdos (15-16)anos: 25% fala inteligível  Leitura e escrita: 30% analfabetos / 10% nível satisfatório / leitura labial abaixo do esperado.
  • 30. Abordagens de ensino e concepções de surdez Oralismo Desenvolvimentos tecnológicos: - Aquém do desenvolvimento normal da linguagem
  • 31. Abordagens de ensino e concepções de surdez Comunicação Total Advoga o uso de todos os meios que possam facilitar a comunicação • Língua falada; • Sinais • Sistemas artificiais (códigos manuais)
  • 32. Abordagens de ensino e concepções de surdez Comunicação Total Códigos manuais: • Semelhantes aos sinais metódicos de l’Epée; • Tornar a língua falada mais discernível ao surdo; • Seeing Essential English (SEE-1), Seeing Exact English (SEE-2), inglês sinalizado, português sinalizado.
  • 33. Abordagens de ensino e concepções de surdez Comunicação Total • Comunicação entre surdos e ouvintes em alta; • Leitura e escrita – insatisfatórias • Pesquisa em Copenhagen nos anos 70 – resultados desconcertantes; • Perspectiva do aluno – amostra linguística incompleta e insconsistente.
  • 34. Abordagens de ensino e concepções de surdez Bilinguismo • Linguistica: • Língua de Sinais – língua natural (instrução) • Língua de sinais e língua oral: lado a lado Objetivos: • Foco – habilidades na L1 (sinais) e L2 (oral escrita) • Exclusão da oralização como menta
  • 35. Abordagens de ensino e concepções de surdez Bilinguismo Suécia: • Primeiro país a reconhecer os surdos como minoria linguística e a assegurar o direito de sua educação em língua falada e de sinais. Dinamarca • Pesquisa com 09 crianças surdas (6-14 anos) sob a filosofia do bilinguismo • Análise de seu desenvolvimento na L1 e L2.
  • 36. Abordagens de ensino e concepções de surdez Bilinguismo Resultados: • Aos 12 anos, 5 das 9 crianças com nível de leitura = crianças ouvintes. • Aos 14 anos, 7 das 9 conseguiam ler com certa fluência. • Grande expansão de vocabulário – maior leitura labial • Progresso gral: habilidades sociais, cognitivas e acadêmicas. • Sucesso do programa – visão dos pais sobre a surdez de seus filhos.