Bases para uma a Estratégia de Longo Prazo do Brasil para a China
Covid-19 impactos agronegócio relatório diário
1. Report Diário: impactos do Covid-19 no
agronegócio brasileiro
Hortifrutigranjeiros: situação dos mercados e do
abastecimento diante da pandemia de Covid-19
Overview 05/05/2020
Consolidado: 19h15
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➢ O dólar à vista fechou em alta de 1,30%, cotado a R$ 5,5925.
➢ O dólar fechou em firme alta pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira,
chegando a ficar a apenas 6 centavos de real da máxima histórica, com o mercado
influenciado por fortalecimento de expectativas de cortes de juros e por persistente
desconforto do lado político doméstico.
➢ Na máxima, a cotação foi a R$ 5,6052, pouco mais de 6 centavos abaixo do recorde
histórico para um encerramento, de R$ 5,6681, marcado no dia 24 de abril, quando
os mercados operaram sob forte estresse depois de o ex-ministro da Justiça e
Segurança Pública Sergio Moro anunciar sua saída do governo Bolsonaro.
➢ O dólar futuro para junho na B3 foi negociado a R$ 5,60.
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➢ Ibovespa fechou em alta de 1,22%, para 79.839 pontos, após duas sessões
consecutivas de perdas, com o segundo pregão de maio na bolsa paulista apoiado
em noticiário externo mais positivo sobre tratamentos contra a Covid-19, além de
alívio em medidas de confinamento em várias regiões.
➢ O salto nos preços do petróleo em meio a esperanças de uma retomada na
demanda da commodity deram fôlego à Petrobras, enquanto Itaú Unibanco teve o
melhor desempenho entre os bancos do índice, mesmo após forte queda no lucro
do primeiro trimestre com disparada nas provisões para perdas com empréstimos.
➢ A bolsa paulista, entretanto, perdeu força no final do pregão, conforme Wall Street
reduziu os ganhos.
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➢ Petróleo Brent para julho teve forte alta de 13,86%, para US$ 30,97 o barril.
➢ Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, impulsionados
pelo otimismo em torno da reabertura de alguns negócios na Europa, EUA e China.
➢ O relaxamento de políticas de isolamento social pela Covid-19, principalmente na
Europa e em Estados americanos, trouxe esperanças sobre o aumento da demanda
por combustível, com algumas regiões retomado deslocamentos e produção.
➢ Ao mesmo tempo em que Alemanha, Itália e Espanha começam a reabrir suas
economias, o Estado americano da Califórnia - um dos primeiros a decretar
quarentena - autorizou que lojas de roupa e livrarias retomem atividades com
algumas restrições, a partir de sexta-feira.
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➢ As medidas de restrição da circulação de pessoas, que atingem feiras, restaurantes
e merenda escolar influencia negativamente a demanda de frutas e hortaliças.
➢ Os impactos mais negativos ocorrem para produtos mais perecíveis (como
folhosas, tomate, banana e manga, por exemplo) e, além disso, para pequenos
produtores e agricultores familiares que dependem de uma cadeia mais longa de
comercialização e estão apresentando dificuldades logísticas.
➢ Por outro lado, já não se verificam problemas de abastecimento para os
consumidores, com produtores suprindo as Ceasas e os supermercados.
➢ Para as frutas, a paralisação das escolas afeta o segmento – a merenda escolar
representa uma parcela expressiva da demanda.
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➢ Há uma concentração de compras por parte dos consumidores de frutas mais
acessíveis e com menor perecibilidade, como banana, laranja de mesa e maçã e
retração de aquisições daquelas com valores mais elevados e/ou mais perecíveis,
como, por exemplo, mamão, melão, manga e uva de mesa.
➢ O Brasil exportou no 1º trimestre deste ano 234 mil toneladas de frutas, 2% menos
que em igual período do ano anterior.
➢ Apesar da redução, algumas frutas apresentaram crescimento significativo, como
abacate (126%), maçã (56%) e limão (46%).
➢ Houve queda no embarque de laranja (58%), uva (44%), manga (23%) e melão (8%).
➢ Há uma redução global no consumo de frutas com a pandemia de Covid-19.
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BATATA
➢ A tendência é de alta dos preços, em função da oferta reduzida neste período.
➢ A média de preços da última semana para a batata ágata tipo especial na Ceagesp
foi de R$ 177,83 por saca de 50 Kg (+20,9%), no Rio de Janeiro foi de R$ 176,36 por
saca de 50 Kg (+15,8%) e em Belo Horizonte foi de R$ 150,23 (+11,3%).
➢ A média de preço um pouco mais baixa em MG se deve ao maior volume de batatas
oriundas das regiões produtoras do próprio estado: Sul de Minas e Cerrado Mineiro.
➢ Há produção de excelente qualidade nessas regiões, mas também há uma parcela
de lavouras mais velhas, com qualidade inferior, o que reduz a média dos preços.
➢ Apesar disso, a qualidade das batatas mineiras vem melhorando muito.
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TOMATE
➢ A pressão foi baixista na última semana, com a caixa do tomate salada longa vida
3A de 18-20 Kg vendida a R$ 62,70 na Ceagesp (-17,1%), a R$ 65,26 no Rio de
Janeiro (+0,1%) e a R$ 65,42 em Belo Horizonte (+2,7%).
➢ Apesar da maior queda ter ocorrido na capital paulista, o valor médio negociado
pelo tomate ficou bem próximo em todas as centrais de distribuição.
➢ O recuo em SP decorre do início da colheita da safra de inverno nas regiões de
Sumaré e Mogi Guaçu (SP), que elevou um pouco a oferta de tomate.
➢ Já no Rio de Janeiro, a paralisação das feiras durante 10 dias (entre 23/04 e 03/05)
impactou nas vendas.
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TOMATE
➢ No curto prazo, não deve haver mudanças significativas no mercado, já que, com
temperaturas mais amenas, as maturações dos frutos devem seguir controladas.
➢ No entanto, com o avanço do ciclo das plantas, mesmo que de forma bastante
gradual, a oferta tende a aumentar nas próximas semanas.
➢ Entre dezembro/2019 e março/2020, o preço médio do tomate salada foi de R$
33,68/caixa, valor 32,8% acima dos custos de produção, que tiveram média de R$
25,36/caixa.
➢ Com a redução das ofertas no final de abril, os preços médios passaram a superar
os custos de produção.
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CEBOLA
➢ A tendência é de alta dos preços, que acumulam reajuste de 45% nos últimos 30
dias, decorrente da redução dos estoques em Santa Catarina e também da queda
da produção no Nordeste, abrindo espaços para a entrada de cebola estrangeira.
➢ Neste cenário, a compra de cebola importada da Argentina se intensificou muito
desde sua liberação, no início de abril.
➢ Porém, com o dólar em alta, o custo da cebola importada segue subindo.
➢ As cotações na fronteira do Brasil, em Porto Xavier (RS), subiram 12,8% em uma
semana, para R$ 3,80/Kg e a oferta é limitada pelas chuvas, que impossibilitaram o
tráfego de caminhões argentinos.
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CEBOLA
➢ Além da cebola argentina, são registradas importações de produto da Europa.
➢ O primeiro carregamento não apresentou volumes elevados, mas há previsão de
novas importações em maio, devido à alta das cotações internas.
➢ A qualidade da cebola europeia ainda é incerta, pois não chegou ao atacado.
➢ Na Região Nordeste, além de afetar as atividades de colheita em algumas áreas, a
chuva excessiva na região de Irecê (BA) abriu espaço para a entrada de doenças
fúngicas e bacterianas, levando ao descarte da hortaliça nas lavouras.
➢ Com isso, a produção esperada para maio foi comprometida, com perspectivas de
melhora da oferta a partir de junho.
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UVA
➢ Nas centrais atacadistas, a demanda pela uva continua baixa e, na última semana,
as vendas oscilaram de acordo com as compras feitas pelos supermercadistas.
➢ A uva itália teve média por R$ 6,70/Kg na Ceasa de Campinas (SP), queda de 2,9%
na semana, e de R$ 6,78/Kg na Ceagesp, queda de 3,1% na última semana.
➢ Os produtores que não dependem exclusivamente da comercialização com as
Ceasas estão conseguindo escoar melhor a produção.
➢ A demanda, principalmente no interior de São Paulo – locais em que a quarentena
está sendo aplicada de forma mais leve –, é maior do que em grandes centros.
➢ Nas regiões produtoras de Louveira/Indaiatuba (SP), a safrinha está começando.
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UVA
➢ Nas regiões de Louveira/Indaiatuba, a niagara está cotada a R$ 3,60/Kg.
➢ Na região de Marialva (PR), que também está no início da temporada, as vendas
continuam boas e a demanda pela uva itália tem sido alta, visto que a oferta do
Vale do São Francisco para o mercado interno está bem moderada.
➢ A uva benitaka é comercializada a R$ 4,17/Kg, queda de 1,4% na última semana.
➢ Na região de São Miguel Arcanjo (SP), a oferta da uva rústica é baixa, já que os
viticultores estão chegando ao fim da colheita.
➢ Porém, a qualidade das uvas continua impactada pelo míldio, o que afeta
negativamente os preços.
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UVA
➢ No Nordeste, na região do Vale do São Francisco, a produção de uvas foi
fortemente afetada nos últimos meses, por conta das chuvas constantes e da alta
incidência de míldio.
➢ Neste cenário, mesmo com as oscilações no mercado, causadas pela pandemia do
coronavírus, os preços têm se mantido em bons patamares para a época.
➢ Em 2019, a produção da região foi alta e sem grandes problemas fitossanitários.
➢ Já em 2020, a baixa oferta não apenas na região, mas também em outras do País,
além das exportações ativas, com vendas para os Estados Unidos até março e para
a União Europeia em abril, têm gerado preços mais firmes na região.
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MELÃO
➢ Na última semana, os preços do melão amarelo vendido a granel recuaram
bastante no Vale do São Francisco (BA/PE).
➢ Esse cenário se deve à dificuldade de comercialização da fruta embalada ao
Sudeste, que segue desde o início da quarentena da Covid-19 nessa região, que é
uma das mais afetadas do Brasil.
➢ Assim, há maior disponibilidade de melão para vendas a granel no mercado
regional e o amarelo está cotado a R$ 0,96/Kg, desvalorização de 16% na semana.
➢ No Vale do São Francisco, o volume colhido segue controlado, devido a problemas
como as chuvas no mês de março e impactos da Covid-19 em novos plantios.
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MELÃO
➢ Com isso, a demanda tem sido muito importante para a formação dos preços.
➢ Com a demanda interna ainda fraca, os preços cederam ao longo de abril, mesmo
com menor oferta nas regiões do Vale do São Francisco (BA/PE) e do Rio Grande
do Norte/Ceará.
➢ O setor ainda está sendo bastante impactado pelo fechamento de restaurantes e
interrupção do food service e da merenda escolar.
➢ No curto e médio prazo, tudo indica que a demanda de melão, fruta que tem maior
valor agregado, deve continuar pressionada.
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MELANCIA
➢ Após atingir os menores valores do ano na segunda quinzena de abril, na última
semana, os preços da melancia registraram forte alta na região de Itápolis (SP).
➢ Além da baixa oferta que se intensificou na região, já que a safra deve se encerrar
em alguns dias, também houve leve reação da demanda.
➢ A melancia graúda (>12 kg) foi comercializada, em média, a R$ 0,74/Kg, aumento
de 94,1% frente à semana anterior.
➢ Na região de Uruana (GO), as atividades de colheita da melancia estão em ritmo
ainda lento, sendo a de mesmo calibre cotada a R$ 0,75/Kg.
➢ A safra goiana de 2020 deve ter início mais efetivo a partir dessa semana.
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MAÇÃ
➢ Essa semana, há maiores dificuldades na comercialização de maçã.
➢ Enquanto para as maçãs Cat 3 a partir do calibre 180, os desafios permanecem e
os preços seguem em queda em função da baixa procura e da elevada
disponibilidade, o quadro é o oposto para as maçãs até o calibre 135 Cat 1.
➢ Na média das regiões classificadoras, a maçã gala calibre 110 Cat 1 é negociada,
em média, a R$ 86,38/caixa de 18 Kg e a fuji calibre 110 Cat 1, em média, a R$
93,92/caixa de 18 Kg, preços relativamente estáveis.
➢ O escoamento das maçãs miúdas deve continuar sendo um desafio, pelo menos
até que as escolas, restaurantes e cozinhas industriais retomem suas atividades.
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Fontes de Consultas
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Agências: Broadcast Agro, Reuters, Agência Brasil, Valor Econômico e Bloomberg
Cepea – Centro de Pesquisas Econômicas da Esalq/USP
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária
ANEC – Associação Nacional dos Exportadores de Cereais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
OMS – Organização Mundial da Saúde
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Elaboração: COGO INTELIGÊNCIA EM AGRONEGÓCIO