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Módulo- Princípios Básicos da Ética Cristã
As características da ética cristã
Rev. Ewerton B. Tokashiki
Sumário
Introdução 04
1 Princípios básicos da ética cristã ........................................................... 05
2 A relação entre dogmática e ética cristãs............................................... 06
3 A necessidade de uma cosmovisão cristã............................................... 08
4 As premissas teológicas da ética cristã................................................... 12
5 As características da ética cristã............................................................. 14
6 Conclusão............................................................................................... 17
Referências............................................................................................. 18
Introdução
Sendo uma dissertação acerca da ética cristã, faz-se necessário definir qual facção do
Cristianismo é esposado. Por causa dos diferentes grupos teológicos que subdividem a fé
cristã é possível também identificar posturas éticas divergentes. As diferentes correntes
teológicas dentro do Cristianismo divergem, por exemplo, acerca da fonte e padrão de
autoridade, o uso de confissões e catecismos, diferentes abordagens filosóficas, interpretação
da relação da Lei e Evangelho,1
acerca da extensão dos efeitos do pecado na natureza humana,
e outros temas que as distanciam ainda mais e torna impossível afirmar que a “ética cristã”
seja homogênea. Por exemplo, partindo de uma perspectiva protestante Loraine Boettner
analisa o padrão moral do Catolicismo Romano e conclui que
o código moral se baseia principalmente na Lei Canônica e apenas em segundo plano na
Bíblia, e é antes imposta externamente sobre uma pessoa. A autoridade da igreja
interpretada pelo sacerdote é o que conta. O resultado é que a Igreja Romana desenvolveu
um padrão moral que foi planejado, não para despertar a consciência, mas para manter o
poder papal. Muitos dos dogmas e ritos do Romanismo são antagônicos aos ensinamentos
das Escrituras e direta ou indiretamente condutivos à imoralidade.2
Neste trabalho serão adotadas as premissas teológicas do Calvinismo para a
aplicabilidade da Escritura para a formulação de uma ética cristã. Abraham Kuyper declarou
nas Stone Lectures proferidas em 1898, na Princeton Theological Seminary que
o Calvinismo entendeu que o mundo não deveria ser salvo por meio do filosofar ético,
mas somente através da restauração da compaixão da consciência. Portanto, não
entregou-se ao raciocínio mas apelou diretamente para a alma e colocou-a face a face
com o Deus vivo, de modo que o coração temeu sua santa majestade e nessa majestade
descobriu a glória de seu amor. E quando, voltando em sua revisão histórica, vocês
observam quão completamente corrupto e podre o Calvinismo encontrou o mundo, a
que profundidade a vida moral naquele tempo tinha afundado, na corte e entre o povo,
no clero e entre os líderes da ciência, entre homens e mulheres, entre as classes mais
altas e mais baixas da sociedade – então qual crítico entre vocês ousará negar a palma de
vitória moral ao Calvinismo que, em uma única geração, embora perseguido desde o
campo de batalha até o cadafalso, criou através de cinco nações ao mesmo tempo,
grandes grupos de homens nobres sérios e mulheres mais nobres ainda, até agora não
ultrapassados na eminência de suas concepções ideais e inigualáveis no pode de seu
autocontrole moral.3
1
George W. Forell, por exemplo, possuí premissas da teologia luterana quanto a sua interpretação e aplicação da
Lei e Evangelho. Para uma análise comparativa do assunto veja: Stanley Gundry, ed., Lei e Evangelho: 5 pontos
de vista (São Paulo, Editora Vida, 2003).
2
Loraine Boettner, Catolicismo Romano (São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1985), p. 290. Seguindo a
mesma tese D.S. Schaff, Nossa Crença e a de Nossos Pais (São Paulo, Imprensa Metodista, 1964), pp. 533-548.
3
Abraham Kuyper, Calvinismo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002), p. 84.
2
1
Princípios básicos da ética cristã
Ética cristã é o estudo de como os seres humanos devem viver, conformando-se com
as convicções cristãs e bíblicas, sendo ela uma ciência normativa, que busca fundamentos
principais que prescrevem os deveres para o indivíduo, ou a sociedade. M.A. Inch declara que
“a ética cristã é o formato cristão da ética teológica. Entende que ‘havendo Deus, outrora,
falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos
falou pelo Filho’ (Hb 1:1-2). Ela pesa as obrigações morais do homem à luz desta revelação
distintiva.”4
A ética cristã não se limita apenas aos atos externos e observáveis, mas incluí a
motivação e intenção interna. John Murray observa que
a ética que é requerida pela Bíblia diz respeito ao coração do homem, porque ‘dele
procedem as fontes da vida’ e ‘como imagina em sua alma, assim ele é’ (Pv 4:23; 23:7;
Mc 7:18-21; Lc 16:15; Hb 4:12). Os mandamentos de Deus são freqüentemente vasados
em termos da ação externas requerida ou proibida. Porém, não devemos supor que esses
mandamentos dizem respeito meramente às ações (Mt 5:28; Rm 13:9-10). [...] o amor é
cumprimento da lei, porque constrange o assentimento e o cumprimento daquilo que a lei
prescreve. O amor é ao mesmo tempo emotivo e motivador. Visto que o amor é emotivo,
cria afinidade com um objeto e afeição pelo mesmo. O cumprimento que o amor
constrange, portanto, não é forçado nem involuntário, mas antes, trata-se de uma
obediência alegre e espontânea. Fora desse constrangimento e amor impelidor, não existe
cumprimento da lei. Cumprimento é obediência, e obediência sempre subentende no
consentimento voluntário do coração e da vontade. Quando o amor é todo-infiltrador,
então o cumprimento da lei se torna completo.5
4
M.A. Inch, ética in: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 1992),
vol. 2, p. 86.
5
John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia (São Paulo, Edições Vida Nova, 2ªed., 2003), p.
559 e 561.
3
2
A relação entre dogmática e ética cristã
Até o fim do século XVII os teólogos da Reforma não separaram a teologia da ética,
antes as tratavam em suas dogmáticas como sendo um só corpo. Todavia, alguns deles
iniciaram a estudá-las como disciplinas separadas, embora os catecismos e confissões
continuassem a expor doutrina e ética como sendo complementares, especialmente pelos
comentários feitos ao Decálogo. Mas, sob a influência da filosofia do século XVIII a ética
cristã gradualmente foi despojada de seu caráter religioso. Louis Berkhof observa que “nos
escritos de autores como Scheleiermacher, Ritschl, Rothe, Herrmann e Troeltsch a moralidade
ficou divorciada da religião e adquire um caráter autônomo.”6
Todavia, alguns teólogos como
Dorner, Wuttke, Luthardt retornaram a estuda-la mantendo uma relação com as suas
dogmáticas, mas não obtiveram sucesso. Embora os teólogos considerassem íntima a relação
da credenda e facienda (crer e fazer), e que ambas disciplinas estivessem necessariamente
dependentes, consideraram desejável trata-las separadamente. Alberto Fernando Roldán
esclarece que
a quase totalidade dos temas teológicos se relacionam de forma direta e indireta com a
ética, principalmente as doutrinas de Deus, do ser humano, da salvação e da escatologia.
Dito em outros termos, nosso modo de entender Deus como santo, nossa concepção do ser
humano como portador da imagem de Deus, nosso conceito da salvação por graça e por
fé, e, finalmente, o chamado ‘motivo escatológico’ constituem os pilares teológicos sobre
os quais se erige nossa ética cristã.7
As conseqüências de se fazer uma dicotomia entre teologia e ética são inevitavelmente
ruins. A verdade revelada demanda uma vida que se harmonize com toda a Escritura. Robert
Banks observa que “essa lacuna entre doutrina e ética é uma das razões de termos falhado em
desenvolver uma teologia satisfatória da vida cotidiana. Todas as principais doutrinas têm sua
dimensão prática exatamente como todas as questões práticas têm seu aspecto doutrinal.”8
Quando ocorre o divórcio entre dogmática e ética, a primeira sofre o perigo de tornar-se uma
ciência meramente abstrata e especulativa, sem resultados práticos, e a segunda transforma-se
em filosofia relativa, ou subjetivismo antropológico.
Embora exista uma estreita relação da dogmática com a ética, não podemos concluir
que seja uma relação de dependência recíproca. Hendrikus Berkhof observa que “dogmática
não é dependente dos resultados da ética do mesmo modo que é dependente dos resultados
6
Louis Berkhof, Introducción a la Teologia Sistemática (Grand Rapids, Libros Desafio, 2002), p. 45.
7
Alberto Fernando Roldán, Para Que Serve a Teologia? (Curitiba, Descoberta Editora Ltda., 2000), p. 76.
8
Robert Banks, A teologia nossa de cada dia (São Paulo, Editora Vida, 2004), p. 180.
4
daqueles outros dois campos de estudo [estudos do Antigo e Novo Testamento, e história da
igreja]. Todavia, o contrário é verdadeiro: o exame da ação da fé é dependente dos resultados
da pesquisa do conteúdo da fé.”9
9
Hendrikus Berkhof, Introduction to the Study of Dogmatics (Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing Co.,
1985), p. 50.
5
3
A necessidade de uma cosmovisão cristã
2.1. Adoção consciente de uma cosmovisão cristã
O cristianismo é uma religião em que a ética exerce uma função essencial. O trino
Deus é santo, e exige um relacionamento santo, a sua verdade é absoluta, e a justiça é um
elemento permanente em seu reino. Não existem decisões e relacionamentos em que não se
apliquem preceitos éticos, e que não tenham motivações e implicações morais. Aceitando esta
premissa podemos pensar que o cristianismo
é mais do que discipulado, mais do que acreditar em um sistema de doutrinas sobre Deus.
O Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a realidade. É uma
cosmovisão, uma visão de mundo. [...] em toda área da vida, conhecimento genuíno
significa discernir as leis e ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a criação, e então
permitir que essas leis modelem a maneira pela qual devemos viver.10
Toda ética é orientada por uma cosmovisão. As nossas crenças ditam o nosso
comportamento, porque as idéias têm conseqüências. Em toda ação moral há uma teoria
definida ou não. Uma das características exclusivas dos seres humanos é que não podem fazer
nada sem um tipo de orientação ou condução que uma cosmovisão dá. Necessitam ser guiados
porque são inescapavelmente criaturas com responsabilidade, que por natureza são incapazes
de sustentar opiniões puramente arbitrárias ou fazer decisões inteiramente sem princípios. Por
isso, é necessário escolher conscientemente uma específica cosmovisão cristã. Sem uma
cosmovisão a possibilidade da incoerência é presente, tornando fragilizada qualquer postura
ética que for adotada. Por isso, James W. Sire comenta que comprometer-se com uma
cosmovisão “na verdade, é um passo significativo na direção da auto-conscientização, do
auto-conhecimento e do auto-entendimento.”11
Cosmovisão é o conjunto de premissas que orientam a interpretação de toda a
experiência com Deus, comigo e com o próximo. Norman Geisler observa que a cosmovisão
“é um sistema filosófico que procura explicar como os fatos da realidade se relacionam e se
ajustam um ao outro.”12
Existem basicamente três provas que formam a estrutura de uma
cosmovisão.13
Primeiro, a suficiência dos pressupostos. Para o desenvolvimento de uma lógica
válida, que conduzirá a um resultado que expressa a verdade, é necessário reter-se
pressupostos não somente verdadeiros, mas também suficientes. Qualquer informação que
10
Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? (Rio de Janeiro, CPAD, 2000), p. 33.
11
James W. Sire, O Universo ao Lado (São Paulo, Editora Hagnos, 2004), p. 21.
12
Norman Geisler, & Peter Bocchino, Fundamentos Inabaláveis (São Paulo, Editora Vida, 2003), p. 53.
13
Alan Myatt, Apostila de Teologia Sistemática (texto não publicado do Seminário Teológico Batista do Sul, Rio
de Janeiro, 1999), p. 2
6
falte, propiciará para um possível desvio da verdade. A cosmovisão que não tem respostas a
perguntas cruciais não pode ser verdadeira.
Segundo, a consistência interna. A contradição é um caos mental. O uso da lei da não-
contradição é necessário para a formação de qualquer cosmovisão. Esta lei da lógica declara
que duas declarações não podem possuir sentido contrário, ao mesmo tempo e no mesmo
contexto. A contradição é inerente e absurdamente incompreensível. A consistência elimina
os elementos e as categorias contraditórias. A essência da verdade é a coerência, pois os fatos
são complementares entre si.
Terceiro, a coerência com a experiência externa. Devemos perguntar se a cosmovisão
ajusta-se aos fatos. A aplicabilidade existencial de uma cosmovisão é crucial para comprovar
a sua veracidade. É necessário questionar se esta percepção da realidade é construtiva? Quais
são as conseqüências práticas de se crer assim? Estas conclusões não abrirão portas para um
comportamento bizarro, ou destrutivo?
É importante notar que as cosmovisões têm a ver com crenças básicas sobre as coisas.
As crenças básicas que uma determinada pessoa sustenta, tendem a formar uma estrutura ou
padrão. Eis a razão por que os humanistas freqüentemente falam de um "sistema de valores".
Todas as pessoas reconhecem, em algum grau pelo menos, que devem ser consistentes em
suas concepções, se quiserem tomá-las com seriedade; de modo responsável, não adotam uma
posição arbitrária de crenças básicas que não possuam coerência. A cosmovisão forma, num
grau significativo, a maneira pela qual avaliamos os eventos, assuntos e estruturas de nossa
civilização e da nossa época. A cosmovisão bíblica é simplesmente um apelo para que o
crente leve a sério a Bíblia e o seu ensino para a totalidade da civilização, e que não a relegue
a alguma área opcional chamada "religião". Segue abaixo um resumo de uma cosmovisão
cristã:
2.2. Resumo de uma cosmovisão cristã
1. Deus é um Ser em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O nosso Deus é infinito,
eterno, perfeito e imutável em seu ser. Em tudo o que faz manifesta a sua bondade,
conhecimento, sabedoria, poder, e a justiça segundo o seu soberano propósito. Ele é o
criador de tudo o que existe, pela Palavra do seu poder. Em tudo e todos realiza a sua
sábia providência, de modo que, não existe acaso, nem fatalismo nos acontecimentos
que vivenciamos, mas o absoluto controle em cada situação. Tudo o que Ele realiza é
7
reflexo daquilo que Ele é em suas perfeições. Todo o relacionamento que as suas
criaturas têm com Ele é de dependência, gratidão e compromisso por tudo o que Ele é
e faz. Sendo o criador e senhor de toda a criação, ele tem o direito e poder de exigir e
estabelecer normas para toda conduta moral.
2. Deus é pessoal. Ele se revelou através da criação, dos eventos, do seu Filho e da
Palavra escrita. A sua Palavra Ele a fez registra-la progressivamente para que se
tornasse o livro de mediação, revelação e interpretação das suas obras e do seu
propósito com a raça humana. Deus se comunica proposicionalmente na sua inspirada
Palavra. Nesta revelação Deus usou fez uma comunicação adequada para expressar a
absoluta verdade. A revelação progressiva cessou, de modo que o cânon bíblico está
fechado. Por isso, os cristãos se submetem somente à autoridade da Escritura Sagrada
como sendo a única fonte e regra de fé e prática. Ela é a inerrante, clara e suficiente
Palavra de Deus. Em sua Palavra, Ele explica como surgiu o universo, quem somos,
como Ele requer que vivamos de modo aceitável na sua presença, qual o propósito da
nossa vida, bem como a finalidade de toda a nossa existência que é glorificá-lo e
desfrutar dos benefícios da sua comunhão.
3. O ser humano foi criado à imagem de Deus. Deus criou a humanidade: homem e
mulher; e, ambos de igual modo refletem os atributos que Deus lhes comunicou e,
também representam o Senhor como administradores responsáveis de preservar e
usufruir da criação. Tanto o homem como a mulher, são co-iguais em capacidade e
responsabilidades; mas o homem deve exercer a sua autoridade como cabeça sobre a
mulher, sem opressão, nem omissão, pois, embora tendo diferentes papéis, exercem
funções mútuas e complementares. A dignidade do ser humano está nas virtudes
produzidas pelo Espírito de Deus nele.
4. O ser humano não é moralmente neutro, mas inclinado a tomar decisões morais. As
pessoas, no estado natural em que se encontram são movidas intuitivamente, acima de
tudo, pela cobiça e pelo egoísmo. Toda a humanidade está num estado moral e
espiritual decaído, diferente daquele em que foi originalmente criada. A ética cristã
leva em conta, na sistematização e sintetização dos deveres morais e práticos das
pessoas, que as mesmas são incapazes por si mesmas de aceitar a perfeita vontade de
Deus, expressa na Escritura Sagrada, e muito menos de obedecê-la. Apesar da família
ser afetada pela corrupção do pecado, ela é o projeto de Deus e, através do lar, Ele
restaura e desenvolve a personalidade caída daqueles que se submetem a sua vontade.
8
5. O mal é tão real quanto indesejável o sofrimento por ele produzido na criação.
Entretanto, o mal físico é conseqüente maldição do pecado herdado dos primeiros
pais. O pecado gera desordem e destruição no indivíduo e sociedade. Todavia, não é
crível que Deus seja mero espectador da presença do pecado na história da
humanidade, mas de modo misterioso e soberano participante de tudo, sem ser o
culpado, e sem anular a responsabilidade do pecador.
6. Este mundo experimenta a deterioração dos valores que o preserva. A falta de sentido
e propósito também produz a desesperança. A sociedade busca a redenção na
tecnologia, cultura, e no sexo, todavia, estes meios são ineficazes de transformar-la.
Todavia, somente com os valores do reino de Deus, num discipulado integral, em que
os cristãos se envolvem produtivamente em todas as áreas da vida, é possível
participar dum processo de transformação cultural, político, econômico e científico
reconhecendo Cristo como o Senhor em todas as esferas da existência humana. A
sociedade pós-moderna inclina-se a não reconhecer a verdade como absoluta,
ridicularizando a concepção e a ação de Deus no mundo; entretanto, os cristãos são
responsáveis de construir uma sociedade influenciada pelo Evangelho de Cristo que
ofereça o bem-estar a todos. Está chegando o fim da história humana não em direção
ao desespero e caos, mas na consumação do propósito eterno de Deus.
7. Tudo o que há no mundo pertence a Deus. Originalmente Deus criou todas as coisas
“muito boas”. Não há nada na criação que Deus não determine o seu divino controle.
Apesar de toda miséria e dor, todas as coisas estão sob o Seu absoluto domínio. A
esperança de uma nova terra não está presa ao que os homens podem fazer, ou da
qualidade moral da sociedade. Após o dia do Juízo, todo desafio ao governo de Deus,
e toda resistência a Sua vontade será anulada, o Seu reino, que é inaugurado sobre a
terra, se manifestará em sua plenitude, e o Senhor governará para sempre com o Seu
povo; e, assim “Deus enxugará dos olhos toda lágrima”. Ele abolirá todo o mal, e
implantará plenamente a Sua perfeita justiça sobre a terra para todo o sempre.
9
4
As premissas teológicas da ética cristã
4.1. Os atributos de Deus como fundamento para a ética
Os atributos de Deus é o padrão da ética. Todas as suas obras refletem as suas
perfeições. Herman Hoeksema observa que “a ética está em conformidade com certos
padrões, princípios e leis. Ela pressupõe e tacitamente assume que existe um padrão, uma lei
acima de um ser ético, e que este ser ético está obrigado a ser e agir em conformidade com
este padrão.”14
Por isso, podemos concordar com Francisco Alves que
se o que Deus faz como Criador, Juiz e Redentor, e especialmente o seu propósito bem
patente na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo devem constituir as fontes de onde
derivar as normas da nossa conduta, é fácil ver como a dogmática e a ética cristã estão,
pelo menos devem estar, intimamente ligadas, pois, por natureza, são praticamente
idênticas.15
Deus manifesta os seus atributos morais como a santidade, justiça, bondade, amor,
paciência, misericórdia, graça em toda a sua criação oferecendo um claro testemunho de Si
(Rm 1 :20-21). Heber C. de Campos argumenta que “num sentido derivado, podemos dizer
que existe uma santidade moral em Deus, que o faz estabelecer leis santas para as suas
criaturas. A santidade moral de Deus é a causa que faz com que ele seja absolutamente isento
de deficiência ética. As leis que nos são dadas refletem quem ele é moralmente.”16
Louis
Berkhof define esta santidade ética divina como sendo “a perfeição de Deus, em virtude da
qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e
exige pureza moral em Suas criaturas”.17
4.2. A imagem de Deus como princípio ético
A imagem de Deus é aquele conjunto de qualidades de Deus (conhecimento
verdadeiro, justiça, santidade, imortalidade e personalidade) que, refletidas nos homens,
tornam possíveis os relacionamentos18
e o exercício do domínio sobre a criação (Gn 1:26; Mt
5:48; Cl 3:10; Ef 4:24). Wayne Grudem oferece uma definição mais simples ao declarar que
14
Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics (Grandville, Reformed Free Publishing Association, 2004), vol.1, p.
132.
15
Francisco Alves, Dogmática e Ética Cristã in: Antologia Teológica (São Paulo, Editora Novo Século, 2003), p.
438.
16
Heber C. de Campos, O Ser de Deus e seus atributos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999), p. 309.
17
Louis Berkhof, Teologia Sistemática (Campinas, Luz Para o Caminho Publicações, 1994), p. 76.
18
Francis A. Schaeffer nos adverte de que “se partirmos da origem impessoal, a moral não existe como moral
propriamente dita; e a solução para a moral, certamente, acaba encontrando-se na asserção de que não há moral
(não importa de que forma sofisticada isso possa ser expresso)”, in: O Deus que se revela (São Paulo, Editora
Cultura Cristã, 2002), p. 60.
10
“o Homem é semelhante a Deus e o representa”.19
Mas, é necessário perguntar qual é o padrão
moral que se tem desta imagem? Para os cristãos a resposta é simples: Cristo é a imagem do
invisível Deus (Jo 14:9; Hb 1:1-4). Ele forneceu através da Sua pessoa e do seu ensino o
conteúdo da fé cristã, como também na sua vida tornou-se a referência para a prática cristã.
James W. Sire observa que “a dignidade humana, de certa maneira, não é uma
característica própria nossa; ao contrário de Protágoras, o homem não é a medida. A
dignidade humana é derivada de Deus.”20
O valor do ser humano depende da percepção da
realidade que alguém adota. Charles Colson observa que
na cosmovisão cristã, tratamos uma coisa de acordo com sua natureza, baseados em última
instância no que Deus a criou para ser. Por isso tratamos uma criança de forma diferente
de um cachorro. Mas se não existe tal coisa como a natureza humana, então não justifica
afirmar que devemos tratar uma pessoa de um modo preferível do que tratamos um
animal.21
O cristianismo reconhece como sendo um fato histórico um período em que o ser
humano viveu um estado de perfeição moral, e que atualmente todos vivem de modo
corrompido. Em outro lugar, Sire conclui que “feitos à imagem de Deus, somos
essencialmente seres morais, e assim não podemos deixar de usar categorias morais para
sustentar nossas ações. É claro, nosso senso de moralidade foi violado pela Queda, e agora
apenas de forma imperfeita refletimos o verdadeiro bem.”22
A ética cristã não minimiza o
valor do ser humano, pois este é imagem de Deus, mas reconhece que ele não está mais em
sua condição original, em que foi criado, mas num estado moral e espiritual decaído. O
apologista Francis A. Schaeffer argumenta que
existiu um período anterior à queda, e então, o homem desviou-se do seu ponto de
integração apropriado, por sua escolha; e, assim procedendo, houve uma descontinuidade
moral – o homem tornou-se anormal. Remova estes fatos e a resposta cristã às questões da
moral se vai. Freqüentemente encontro evangélicos levando a primeira parte do Gênesis
na brincadeira. Mas o fato é que, se desprezarmos a Queda verdadeira, espaço-temporal e
histórica, as respostas deixarão de existir. Não se trata apenas de uma extinção do
Cristianismo histórico e bíblico, como se coloca na corrente da história, mas toda e
qualquer resposta que possamos ter para o homem e o seu dilema moral, também estará
extinta.23
5
As características da ética cristã
19
Wayne Grudem, Teologia Sistemática (São Paulo, Edições Vida Nova, 2002), p. 364
20
James W. Sire, O Universo ao Lado, p. 37.
21
Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? , p. 210.
22
James W. Sire, O Universo ao Lado, p. 37.
23
Francis A. Schaeffer, O Deus que se revela, p. 74.
11
5.1. A ética cristã é revelada
Deus se deu a conhecer e revelou proposicionalmente a sua vontade inspirando
homens escolhidos para este fim. A revelação verbal de Deus é o fundamento epistemológico
para a ética cristã. Não significa que a Escritura Sagrada seja um livro com um completo
código ético com todas as decisões divinas prescritas para cada questão, mas, ela contém
suficientemente todas as premissas e princípios necessários para a formulação de uma
cosmovisão que orientará na estrutura da ética cristã.
A ética cristã parte do pressuposto de que o Deus que se revela nas Escrituras
Sagradas é o único Deus verdadeiro e que, sendo o criador do mundo e da humanidade, deve
ser reconhecido, crido e obedecido como tal, e a sua vontade é expressa nas leis de princípios
morais. Deus revelou-se proposicionalmente à humanidade. Esta pressuposição é fundamental
para a ética cristã, pois é dessa revelação verbal que ela tira os seus conceitos acerca do
mundo, da humanidade e de como definir o que é certo e errado. Francis A. Schaeffer nos
chama a atenção de que “não há padrão no universo que dê um sentido final a palavras como
certo e errado. Se partirmos do impessoal, o universo torna-se totalmente silencioso, em
relação a qualquer uma destas palavras.”24
É precisamente por basear-se na revelação que o
Criador concedeu um padrão ético que se estende a todas as dimensões da realidade. A ética
cristã pronuncia-se sobre questões individuais, sociais, políticas, ecológicas, econômicas,
culturais e espirituais, porque que Deus exerce a sua autoridade sobre todas as áreas e esferas
da existência humana.
4.2. A ética cristã é absoluta
A ética envolve a adoção de um padrão absoluto de autoridade. A ética cristã é
teocêntrica e oposta à ética secular, que na maioria das vezes é antropocêntrica. R.C. Sproul
observa que “para o humanista, o homem é a norma, o último padrão de comportamento. Os
cristãos, contudo, asseveram que Deus é o centro de todas as coisas e que seu caráter é o
padrão absoluto pelo qual as questões de certo e errado são determinadas”.25
Mais enfático
afirma James Orr que “o ideal ético, se quiser assegurar o seu caráter absoluto, indica para
uma base eterna no Ser absoluto. Levando-nos para a concepção de Deus como um ser
24
Francis A. Schaeffer, O Deus que se revela, p. 62.
25
R.C. Sproul, Discípulos Hoje (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1998), p. 221.
12
eticamente perfeito, fonte e origem da verdade moral, fonte da lei moral, que como vimos está
comprometida com o cristianismo.”26
A lei de Deus, que é expressa no Antigo e Novo Testamento, é a norma para a vida
moral do cristão. Existem três tipos de lei no Antigo Testamento: civil, cerimonial e moral.
Tanto a lei civil como a cerimonial foram especificamente e intencionalmente limitadas à
antiga Aliança, para estabelecer a teocracia sobre Israel, e foram cumpridas na obra real e
sacerdotal de Cristo. A lei moral expressa em essência a vontade moral de Deus, e não teve a
sua limitação nas cerimônias da antiga Aliança. A lei de Deus revela a sua perfeição para os
homens.
Os Dez Mandamentos é o resumo toda a lei moral de Deus. Temos o resumo da ética
do Reino de Deus exposta nele. A Confissão de Fé de Westminster declara
A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas
justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas
também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho,
não desfaz de modo algum esta obrigação, antes a confirma.27
Um dos usos da lei é o normativo.28
O terceiro uso da Lei é normativo para a vida
cristã. A vontade moral de Deus está revelada na Escritura, e não elimina o uso de
discernimento para interpretar corretamente e aplicar a vontade moral revelada para a vida
cristã e civil. John Murray observa que “visto que Deus não muda, e visto que a obrigação a
Deus não pode ser abrogada, qualquer alteração radical na ética imperativa é algo
simplesmente inconcebível.”29
4.3. A ética cristã é objetiva
Por causa da sua soberania Deus tem o direito de emitir ordenanças, de impor
obrigações e quando necessário intervir na consciência dos homens. Deus nos deu além da
consciência, a Escritura Sagrada para regular e estimular o nosso comportamento. Norman
Geisler conclui que se Deus não existisse “e as únicas leis objetivas do universo fossem as leis
da física e da química, os julgamentos morais seriam absurdos. Não estamos dizendo que os
26
James Orr, Concepción Cristiana de Dios y el Mundo (Terrassa, CLIE, 1992), p. 139.
27
Confissão de Fé de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2ªed., 2003), XIX.5.
28
Tradicionalmente na teologia reformada os três usos da lei são: o pedagógico, o civil, e o tertium usus legis é o
normativo, http://www.thirdmill.org/files/portuguese/48135~9_19_01_11-05-10_AM~leigraca.htm, acessado às
11:27hs de 05/10/2006.
29
John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia, p. 560.
13
ateus e naturalistas não possam fazer julgamento moral; o que estamos dizendo é que eles não
têm base real para os seus julgamentos”.30
4.4. A ética cristã é prescritiva
A ética não se propõe apenas a descrever, mas também prescrever o que é certo ou
errado. C. Stephen Evans define como sendo o “ramo da filosofia que lida com as questões de
certo e errado, bem e mal, virtude e defeito.”31
Nesta definição Evans não declara se a ética é
apenas descritiva, ou se preceptiva. Todavia, se a ética cristã pressupõe a fé cristã, isto
envolve necessariamente o compromisso de coerente submissão e obediência a Palavra de
Deus. Quanto ao caráter preceptivo da ética, John Murray conclui que “se Jesus deu-nos um
exemplo que devemos seguir os seus passos, e, se a ética cristã é deste modo definida, então a
maior necessidade característica do modo de vida e conduta cristã é obedecer aos
mandamentos de Deus.”32
Quanto a isto o Catecismo Maior de Westminster declara que “que
onde um dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde o pecado é proibido, o dever
contrário é prescrito; assim, onde uma promessa está anexa, a ameaça contrária está inclusa; e
onde uma ameaça está anexa a promessa contrária está inclusa.”33
30
Norman Geisler & Peter Bocchino, Fundamentos Inabaláveis, p. 333-334.
31
C. Stephen Evans, Dicionário de Apologética e Filosofia da Religião (São Paulo, Editora Vida, 2004), p. 52.
32
John Murray, The Claims of Truth in: Collected Writings of John Murray (Edinburgh, The Banner of Truth
Trust, 1989), vol. 1, p. 181.
33
Catecismo Maior de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002), pergunta e resposta 99, p. 122.
14
Conclusão
A ética secular difere da cristã nos seus fundamentos e metodologia. John M. Frame
comenta que “ética secular, assim como a epistemologia secular, procura encontrar um
absoluto em qualquer lugar que não seja na Palavra de Deus. Portanto, ela busca um padrão
ético nos mais prováveis lugares: no subjetivismo humano (existencialismo), no mundo
empírico (teleologia), na lógica, ou na razão (deontologia).”34
Entretanto, a ética cristã é o
conjunto de valores morais baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular
a sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Ela é o estilo de vida,
ou comportamento em conformidade com a fé cristã conforme revelada por Deus (1 Pe 1:18-
19).
Embora existam várias abordagens éticas não-cristãs, certamente a mais escandalosa
dificuldade seja “que temos hoje não é só um comportamento imoral, mas uma perda de
critérios morais.”35
Mesmo que a ética cristã esteja na contra-cultura da sociedade pós-
moderna, onde o pluralismo tem se estabelecido irracionalmente, não é permitido aos cristãos
calar, mas devem manter uma clara proclamação da santa Palavra de Deus.
Jesus Cristo que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem é o padrão moral que modela
a conduta dos cristãos (Jo 13:15). Entretanto, a ética cristã não se limita apenas aos ensinos de
Cristo e aos livros do Novo Testamento, mas, o seu conteúdo é a soma total “dos informes
revelatórios exibidos nas Escrituras que dizem respeito ao comportamento humano.”36
O
apóstolo Paulo escreveu que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16). Podemos concluir que a
teologia cristã
ajuda-nos a viver com integridade, explicando o que faz parte de nossas crenças, para que
possamos examinar melhor as implicações dessas crenças em nossa vida. A teologia
lembra-nos que Deus e as ações divinas no mundo proporcionam o alicerce para
entendermos a vida íntegra. A integridade cristã, portanto, implica viver de modo que
nossa vida espelhe a natureza do próprio Deus. O íntegro é aquele cuja conduta exibe o
caráter de Deus.37
34
John M. Frame, The Doctrine of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 2002), p. 194.
35
Gene Edward Veith, Jr., Tempos Pós-modernos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999), p. 12.
36
John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia, p. 560.
37
Stanley J. Grenz e Roger E. Olsen, Quem Precisa de Teologia (São Paulo, Editora Vida, 2002), p. 143.
15
Referências
1. Banks, Robert, A teologia nossa de cada dia (São Paulo, Editora Vida, 2004).
2. Berkhof, Hendrikus, Introduction to the Study of Dogmatics (Grand Rapids, Wm. B.
Eerdmans Publishing Co., 1985).
3. Berkhof, Louis, Introducción a la Teologia Sistemática (Grand Rapids, Libros Desafio,
2002).
4. ____________, Teologia Sistemática (Campinas, Luz Para o Caminho Publicações, 1994).
5. Boettner, Loraine, Catolicismo Romano (São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1985).
6. Campos, Heber C. de, O Ser de Deus e seus atributos (São Paulo, Editora Cultura Cristã,
1999).
7. Catecismo Maior de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002).
8. Confissão de Fé de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2ªed., 2003).
9. Colson, Charles & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? (Rio de Janeiro, CPAD,
2000).
10. Douglas, J.D., ed., O Novo Dicionário da Bíblia (São Paulo, Edições Vida Nova, 2ª.ed.,
2003).
11. Edwards, Brian H., Los Diez Mandamientos para Hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino,
2000).
12. Elwell, Walter A., ed., Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (São Paulo,
Edições Vida Nova, 1992), vol. 2.
13. Evans, C. Stephen, Dicionário de Apologética e Filosofia da Religião (São Paulo, Editora
Vida, 2004).
14. Ferreira, Júlio A., ed., Antologia Teológica (São Paulo, Editora Novo Século, 2003).
15. Forell, George W., Ética da Decisão (São Leopoldo, Editora Sinodal, 3ª ed., 1983).
16. Frame, John M., Apologetics to the Glory of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 1994).
17. _____________, The Doctrine of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 2002).
18. Geisler, Norman L., Ética Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 2003).
19. ________________, Fundamentos Inabaláveis (São Paulo, Editora Vida, 2003).
16
20. Grenz, Stanley J., e Roger E. Olsen, Quem Precisa de Teologia (São Paulo, Editora Vida,
2002).
21. Grudem, Wayne, Teologia Sistemática (São Paulo, Edições Vida Nova, 2002).
22. Gundry, Stanley, ed., Lei e Evangelho (São Paulo, Editora Vida, 2003).
23. Hoeksema, Herman, Reformed Dogmatics (Grandville, Reformed Free Publishing
Association, 2004), vol.1.
24. Kuyper, Abraham, Calvinismo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002).
25. Mott, Stephen C., Ética bíblica y cambio social (Buenos Aires, Nueva Creación, 1995).
26. Murray, John, The Claims of Truth in: Collected Writings of John Murray (Edinburgh,
The Banner of Truth Trust, 1989), vol. 1.
27. Myatt, Alan, Apostila de Teologia Sistemática (texto não publicado do Seminário
Teológico Batista do Sul, Rio de Janeiro, 1999).
28. Orr, James, Concepción Cristiana de Dios y el Mundo (Terrassa, CLIE, 1992).
29. Roldán, Alberto F., Para Que Serve a Teologia? (Curitiba, Descoberta Editora Ltda.,
2000).
30. Schaeffer, Francis A., O Deus que se revela (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002).
31. Schaff, D.S., Nossa Crença e a de Nossos Pais (São Paulo, Imprensa Metodista, 1964).
32. Sire, James W., O Universo ao Lado (São Paulo, Editora Hagnos, 2004).
33. Smedes, Lewis B., Moralidad y Nada Más (Buenos Aires, Nueva Creación, 1996).
34. Sproul, R.C., Discípulos Hoje (São Paulo, Editura Cultura Cristã, 1998).
35. Veith Jr, Gene Edward, Tempos Pós-modernos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999).
Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Igreja Presbiteriana de Porto Velho
prtokashiki@gmail.com
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  • 1. Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Módulo- Princípios Básicos da Ética Cristã
  • 2. As características da ética cristã Rev. Ewerton B. Tokashiki Sumário Introdução 04 1 Princípios básicos da ética cristã ........................................................... 05 2 A relação entre dogmática e ética cristãs............................................... 06 3 A necessidade de uma cosmovisão cristã............................................... 08 4 As premissas teológicas da ética cristã................................................... 12 5 As características da ética cristã............................................................. 14 6 Conclusão............................................................................................... 17 Referências............................................................................................. 18
  • 3. Introdução Sendo uma dissertação acerca da ética cristã, faz-se necessário definir qual facção do Cristianismo é esposado. Por causa dos diferentes grupos teológicos que subdividem a fé cristã é possível também identificar posturas éticas divergentes. As diferentes correntes teológicas dentro do Cristianismo divergem, por exemplo, acerca da fonte e padrão de autoridade, o uso de confissões e catecismos, diferentes abordagens filosóficas, interpretação da relação da Lei e Evangelho,1 acerca da extensão dos efeitos do pecado na natureza humana, e outros temas que as distanciam ainda mais e torna impossível afirmar que a “ética cristã” seja homogênea. Por exemplo, partindo de uma perspectiva protestante Loraine Boettner analisa o padrão moral do Catolicismo Romano e conclui que o código moral se baseia principalmente na Lei Canônica e apenas em segundo plano na Bíblia, e é antes imposta externamente sobre uma pessoa. A autoridade da igreja interpretada pelo sacerdote é o que conta. O resultado é que a Igreja Romana desenvolveu um padrão moral que foi planejado, não para despertar a consciência, mas para manter o poder papal. Muitos dos dogmas e ritos do Romanismo são antagônicos aos ensinamentos das Escrituras e direta ou indiretamente condutivos à imoralidade.2 Neste trabalho serão adotadas as premissas teológicas do Calvinismo para a aplicabilidade da Escritura para a formulação de uma ética cristã. Abraham Kuyper declarou nas Stone Lectures proferidas em 1898, na Princeton Theological Seminary que o Calvinismo entendeu que o mundo não deveria ser salvo por meio do filosofar ético, mas somente através da restauração da compaixão da consciência. Portanto, não entregou-se ao raciocínio mas apelou diretamente para a alma e colocou-a face a face com o Deus vivo, de modo que o coração temeu sua santa majestade e nessa majestade descobriu a glória de seu amor. E quando, voltando em sua revisão histórica, vocês observam quão completamente corrupto e podre o Calvinismo encontrou o mundo, a que profundidade a vida moral naquele tempo tinha afundado, na corte e entre o povo, no clero e entre os líderes da ciência, entre homens e mulheres, entre as classes mais altas e mais baixas da sociedade – então qual crítico entre vocês ousará negar a palma de vitória moral ao Calvinismo que, em uma única geração, embora perseguido desde o campo de batalha até o cadafalso, criou através de cinco nações ao mesmo tempo, grandes grupos de homens nobres sérios e mulheres mais nobres ainda, até agora não ultrapassados na eminência de suas concepções ideais e inigualáveis no pode de seu autocontrole moral.3 1 George W. Forell, por exemplo, possuí premissas da teologia luterana quanto a sua interpretação e aplicação da Lei e Evangelho. Para uma análise comparativa do assunto veja: Stanley Gundry, ed., Lei e Evangelho: 5 pontos de vista (São Paulo, Editora Vida, 2003). 2 Loraine Boettner, Catolicismo Romano (São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1985), p. 290. Seguindo a mesma tese D.S. Schaff, Nossa Crença e a de Nossos Pais (São Paulo, Imprensa Metodista, 1964), pp. 533-548. 3 Abraham Kuyper, Calvinismo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002), p. 84. 2
  • 4. 1 Princípios básicos da ética cristã Ética cristã é o estudo de como os seres humanos devem viver, conformando-se com as convicções cristãs e bíblicas, sendo ela uma ciência normativa, que busca fundamentos principais que prescrevem os deveres para o indivíduo, ou a sociedade. M.A. Inch declara que “a ética cristã é o formato cristão da ética teológica. Entende que ‘havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho’ (Hb 1:1-2). Ela pesa as obrigações morais do homem à luz desta revelação distintiva.”4 A ética cristã não se limita apenas aos atos externos e observáveis, mas incluí a motivação e intenção interna. John Murray observa que a ética que é requerida pela Bíblia diz respeito ao coração do homem, porque ‘dele procedem as fontes da vida’ e ‘como imagina em sua alma, assim ele é’ (Pv 4:23; 23:7; Mc 7:18-21; Lc 16:15; Hb 4:12). Os mandamentos de Deus são freqüentemente vasados em termos da ação externas requerida ou proibida. Porém, não devemos supor que esses mandamentos dizem respeito meramente às ações (Mt 5:28; Rm 13:9-10). [...] o amor é cumprimento da lei, porque constrange o assentimento e o cumprimento daquilo que a lei prescreve. O amor é ao mesmo tempo emotivo e motivador. Visto que o amor é emotivo, cria afinidade com um objeto e afeição pelo mesmo. O cumprimento que o amor constrange, portanto, não é forçado nem involuntário, mas antes, trata-se de uma obediência alegre e espontânea. Fora desse constrangimento e amor impelidor, não existe cumprimento da lei. Cumprimento é obediência, e obediência sempre subentende no consentimento voluntário do coração e da vontade. Quando o amor é todo-infiltrador, então o cumprimento da lei se torna completo.5 4 M.A. Inch, ética in: Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 1992), vol. 2, p. 86. 5 John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia (São Paulo, Edições Vida Nova, 2ªed., 2003), p. 559 e 561. 3
  • 5. 2 A relação entre dogmática e ética cristã Até o fim do século XVII os teólogos da Reforma não separaram a teologia da ética, antes as tratavam em suas dogmáticas como sendo um só corpo. Todavia, alguns deles iniciaram a estudá-las como disciplinas separadas, embora os catecismos e confissões continuassem a expor doutrina e ética como sendo complementares, especialmente pelos comentários feitos ao Decálogo. Mas, sob a influência da filosofia do século XVIII a ética cristã gradualmente foi despojada de seu caráter religioso. Louis Berkhof observa que “nos escritos de autores como Scheleiermacher, Ritschl, Rothe, Herrmann e Troeltsch a moralidade ficou divorciada da religião e adquire um caráter autônomo.”6 Todavia, alguns teólogos como Dorner, Wuttke, Luthardt retornaram a estuda-la mantendo uma relação com as suas dogmáticas, mas não obtiveram sucesso. Embora os teólogos considerassem íntima a relação da credenda e facienda (crer e fazer), e que ambas disciplinas estivessem necessariamente dependentes, consideraram desejável trata-las separadamente. Alberto Fernando Roldán esclarece que a quase totalidade dos temas teológicos se relacionam de forma direta e indireta com a ética, principalmente as doutrinas de Deus, do ser humano, da salvação e da escatologia. Dito em outros termos, nosso modo de entender Deus como santo, nossa concepção do ser humano como portador da imagem de Deus, nosso conceito da salvação por graça e por fé, e, finalmente, o chamado ‘motivo escatológico’ constituem os pilares teológicos sobre os quais se erige nossa ética cristã.7 As conseqüências de se fazer uma dicotomia entre teologia e ética são inevitavelmente ruins. A verdade revelada demanda uma vida que se harmonize com toda a Escritura. Robert Banks observa que “essa lacuna entre doutrina e ética é uma das razões de termos falhado em desenvolver uma teologia satisfatória da vida cotidiana. Todas as principais doutrinas têm sua dimensão prática exatamente como todas as questões práticas têm seu aspecto doutrinal.”8 Quando ocorre o divórcio entre dogmática e ética, a primeira sofre o perigo de tornar-se uma ciência meramente abstrata e especulativa, sem resultados práticos, e a segunda transforma-se em filosofia relativa, ou subjetivismo antropológico. Embora exista uma estreita relação da dogmática com a ética, não podemos concluir que seja uma relação de dependência recíproca. Hendrikus Berkhof observa que “dogmática não é dependente dos resultados da ética do mesmo modo que é dependente dos resultados 6 Louis Berkhof, Introducción a la Teologia Sistemática (Grand Rapids, Libros Desafio, 2002), p. 45. 7 Alberto Fernando Roldán, Para Que Serve a Teologia? (Curitiba, Descoberta Editora Ltda., 2000), p. 76. 8 Robert Banks, A teologia nossa de cada dia (São Paulo, Editora Vida, 2004), p. 180. 4
  • 6. daqueles outros dois campos de estudo [estudos do Antigo e Novo Testamento, e história da igreja]. Todavia, o contrário é verdadeiro: o exame da ação da fé é dependente dos resultados da pesquisa do conteúdo da fé.”9 9 Hendrikus Berkhof, Introduction to the Study of Dogmatics (Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1985), p. 50. 5
  • 7. 3 A necessidade de uma cosmovisão cristã 2.1. Adoção consciente de uma cosmovisão cristã O cristianismo é uma religião em que a ética exerce uma função essencial. O trino Deus é santo, e exige um relacionamento santo, a sua verdade é absoluta, e a justiça é um elemento permanente em seu reino. Não existem decisões e relacionamentos em que não se apliquem preceitos éticos, e que não tenham motivações e implicações morais. Aceitando esta premissa podemos pensar que o cristianismo é mais do que discipulado, mais do que acreditar em um sistema de doutrinas sobre Deus. O Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a realidade. É uma cosmovisão, uma visão de mundo. [...] em toda área da vida, conhecimento genuíno significa discernir as leis e ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a criação, e então permitir que essas leis modelem a maneira pela qual devemos viver.10 Toda ética é orientada por uma cosmovisão. As nossas crenças ditam o nosso comportamento, porque as idéias têm conseqüências. Em toda ação moral há uma teoria definida ou não. Uma das características exclusivas dos seres humanos é que não podem fazer nada sem um tipo de orientação ou condução que uma cosmovisão dá. Necessitam ser guiados porque são inescapavelmente criaturas com responsabilidade, que por natureza são incapazes de sustentar opiniões puramente arbitrárias ou fazer decisões inteiramente sem princípios. Por isso, é necessário escolher conscientemente uma específica cosmovisão cristã. Sem uma cosmovisão a possibilidade da incoerência é presente, tornando fragilizada qualquer postura ética que for adotada. Por isso, James W. Sire comenta que comprometer-se com uma cosmovisão “na verdade, é um passo significativo na direção da auto-conscientização, do auto-conhecimento e do auto-entendimento.”11 Cosmovisão é o conjunto de premissas que orientam a interpretação de toda a experiência com Deus, comigo e com o próximo. Norman Geisler observa que a cosmovisão “é um sistema filosófico que procura explicar como os fatos da realidade se relacionam e se ajustam um ao outro.”12 Existem basicamente três provas que formam a estrutura de uma cosmovisão.13 Primeiro, a suficiência dos pressupostos. Para o desenvolvimento de uma lógica válida, que conduzirá a um resultado que expressa a verdade, é necessário reter-se pressupostos não somente verdadeiros, mas também suficientes. Qualquer informação que 10 Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? (Rio de Janeiro, CPAD, 2000), p. 33. 11 James W. Sire, O Universo ao Lado (São Paulo, Editora Hagnos, 2004), p. 21. 12 Norman Geisler, & Peter Bocchino, Fundamentos Inabaláveis (São Paulo, Editora Vida, 2003), p. 53. 13 Alan Myatt, Apostila de Teologia Sistemática (texto não publicado do Seminário Teológico Batista do Sul, Rio de Janeiro, 1999), p. 2 6
  • 8. falte, propiciará para um possível desvio da verdade. A cosmovisão que não tem respostas a perguntas cruciais não pode ser verdadeira. Segundo, a consistência interna. A contradição é um caos mental. O uso da lei da não- contradição é necessário para a formação de qualquer cosmovisão. Esta lei da lógica declara que duas declarações não podem possuir sentido contrário, ao mesmo tempo e no mesmo contexto. A contradição é inerente e absurdamente incompreensível. A consistência elimina os elementos e as categorias contraditórias. A essência da verdade é a coerência, pois os fatos são complementares entre si. Terceiro, a coerência com a experiência externa. Devemos perguntar se a cosmovisão ajusta-se aos fatos. A aplicabilidade existencial de uma cosmovisão é crucial para comprovar a sua veracidade. É necessário questionar se esta percepção da realidade é construtiva? Quais são as conseqüências práticas de se crer assim? Estas conclusões não abrirão portas para um comportamento bizarro, ou destrutivo? É importante notar que as cosmovisões têm a ver com crenças básicas sobre as coisas. As crenças básicas que uma determinada pessoa sustenta, tendem a formar uma estrutura ou padrão. Eis a razão por que os humanistas freqüentemente falam de um "sistema de valores". Todas as pessoas reconhecem, em algum grau pelo menos, que devem ser consistentes em suas concepções, se quiserem tomá-las com seriedade; de modo responsável, não adotam uma posição arbitrária de crenças básicas que não possuam coerência. A cosmovisão forma, num grau significativo, a maneira pela qual avaliamos os eventos, assuntos e estruturas de nossa civilização e da nossa época. A cosmovisão bíblica é simplesmente um apelo para que o crente leve a sério a Bíblia e o seu ensino para a totalidade da civilização, e que não a relegue a alguma área opcional chamada "religião". Segue abaixo um resumo de uma cosmovisão cristã: 2.2. Resumo de uma cosmovisão cristã 1. Deus é um Ser em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O nosso Deus é infinito, eterno, perfeito e imutável em seu ser. Em tudo o que faz manifesta a sua bondade, conhecimento, sabedoria, poder, e a justiça segundo o seu soberano propósito. Ele é o criador de tudo o que existe, pela Palavra do seu poder. Em tudo e todos realiza a sua sábia providência, de modo que, não existe acaso, nem fatalismo nos acontecimentos que vivenciamos, mas o absoluto controle em cada situação. Tudo o que Ele realiza é 7
  • 9. reflexo daquilo que Ele é em suas perfeições. Todo o relacionamento que as suas criaturas têm com Ele é de dependência, gratidão e compromisso por tudo o que Ele é e faz. Sendo o criador e senhor de toda a criação, ele tem o direito e poder de exigir e estabelecer normas para toda conduta moral. 2. Deus é pessoal. Ele se revelou através da criação, dos eventos, do seu Filho e da Palavra escrita. A sua Palavra Ele a fez registra-la progressivamente para que se tornasse o livro de mediação, revelação e interpretação das suas obras e do seu propósito com a raça humana. Deus se comunica proposicionalmente na sua inspirada Palavra. Nesta revelação Deus usou fez uma comunicação adequada para expressar a absoluta verdade. A revelação progressiva cessou, de modo que o cânon bíblico está fechado. Por isso, os cristãos se submetem somente à autoridade da Escritura Sagrada como sendo a única fonte e regra de fé e prática. Ela é a inerrante, clara e suficiente Palavra de Deus. Em sua Palavra, Ele explica como surgiu o universo, quem somos, como Ele requer que vivamos de modo aceitável na sua presença, qual o propósito da nossa vida, bem como a finalidade de toda a nossa existência que é glorificá-lo e desfrutar dos benefícios da sua comunhão. 3. O ser humano foi criado à imagem de Deus. Deus criou a humanidade: homem e mulher; e, ambos de igual modo refletem os atributos que Deus lhes comunicou e, também representam o Senhor como administradores responsáveis de preservar e usufruir da criação. Tanto o homem como a mulher, são co-iguais em capacidade e responsabilidades; mas o homem deve exercer a sua autoridade como cabeça sobre a mulher, sem opressão, nem omissão, pois, embora tendo diferentes papéis, exercem funções mútuas e complementares. A dignidade do ser humano está nas virtudes produzidas pelo Espírito de Deus nele. 4. O ser humano não é moralmente neutro, mas inclinado a tomar decisões morais. As pessoas, no estado natural em que se encontram são movidas intuitivamente, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo. Toda a humanidade está num estado moral e espiritual decaído, diferente daquele em que foi originalmente criada. A ética cristã leva em conta, na sistematização e sintetização dos deveres morais e práticos das pessoas, que as mesmas são incapazes por si mesmas de aceitar a perfeita vontade de Deus, expressa na Escritura Sagrada, e muito menos de obedecê-la. Apesar da família ser afetada pela corrupção do pecado, ela é o projeto de Deus e, através do lar, Ele restaura e desenvolve a personalidade caída daqueles que se submetem a sua vontade. 8
  • 10. 5. O mal é tão real quanto indesejável o sofrimento por ele produzido na criação. Entretanto, o mal físico é conseqüente maldição do pecado herdado dos primeiros pais. O pecado gera desordem e destruição no indivíduo e sociedade. Todavia, não é crível que Deus seja mero espectador da presença do pecado na história da humanidade, mas de modo misterioso e soberano participante de tudo, sem ser o culpado, e sem anular a responsabilidade do pecador. 6. Este mundo experimenta a deterioração dos valores que o preserva. A falta de sentido e propósito também produz a desesperança. A sociedade busca a redenção na tecnologia, cultura, e no sexo, todavia, estes meios são ineficazes de transformar-la. Todavia, somente com os valores do reino de Deus, num discipulado integral, em que os cristãos se envolvem produtivamente em todas as áreas da vida, é possível participar dum processo de transformação cultural, político, econômico e científico reconhecendo Cristo como o Senhor em todas as esferas da existência humana. A sociedade pós-moderna inclina-se a não reconhecer a verdade como absoluta, ridicularizando a concepção e a ação de Deus no mundo; entretanto, os cristãos são responsáveis de construir uma sociedade influenciada pelo Evangelho de Cristo que ofereça o bem-estar a todos. Está chegando o fim da história humana não em direção ao desespero e caos, mas na consumação do propósito eterno de Deus. 7. Tudo o que há no mundo pertence a Deus. Originalmente Deus criou todas as coisas “muito boas”. Não há nada na criação que Deus não determine o seu divino controle. Apesar de toda miséria e dor, todas as coisas estão sob o Seu absoluto domínio. A esperança de uma nova terra não está presa ao que os homens podem fazer, ou da qualidade moral da sociedade. Após o dia do Juízo, todo desafio ao governo de Deus, e toda resistência a Sua vontade será anulada, o Seu reino, que é inaugurado sobre a terra, se manifestará em sua plenitude, e o Senhor governará para sempre com o Seu povo; e, assim “Deus enxugará dos olhos toda lágrima”. Ele abolirá todo o mal, e implantará plenamente a Sua perfeita justiça sobre a terra para todo o sempre. 9
  • 11. 4 As premissas teológicas da ética cristã 4.1. Os atributos de Deus como fundamento para a ética Os atributos de Deus é o padrão da ética. Todas as suas obras refletem as suas perfeições. Herman Hoeksema observa que “a ética está em conformidade com certos padrões, princípios e leis. Ela pressupõe e tacitamente assume que existe um padrão, uma lei acima de um ser ético, e que este ser ético está obrigado a ser e agir em conformidade com este padrão.”14 Por isso, podemos concordar com Francisco Alves que se o que Deus faz como Criador, Juiz e Redentor, e especialmente o seu propósito bem patente na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo devem constituir as fontes de onde derivar as normas da nossa conduta, é fácil ver como a dogmática e a ética cristã estão, pelo menos devem estar, intimamente ligadas, pois, por natureza, são praticamente idênticas.15 Deus manifesta os seus atributos morais como a santidade, justiça, bondade, amor, paciência, misericórdia, graça em toda a sua criação oferecendo um claro testemunho de Si (Rm 1 :20-21). Heber C. de Campos argumenta que “num sentido derivado, podemos dizer que existe uma santidade moral em Deus, que o faz estabelecer leis santas para as suas criaturas. A santidade moral de Deus é a causa que faz com que ele seja absolutamente isento de deficiência ética. As leis que nos são dadas refletem quem ele é moralmente.”16 Louis Berkhof define esta santidade ética divina como sendo “a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em Suas criaturas”.17 4.2. A imagem de Deus como princípio ético A imagem de Deus é aquele conjunto de qualidades de Deus (conhecimento verdadeiro, justiça, santidade, imortalidade e personalidade) que, refletidas nos homens, tornam possíveis os relacionamentos18 e o exercício do domínio sobre a criação (Gn 1:26; Mt 5:48; Cl 3:10; Ef 4:24). Wayne Grudem oferece uma definição mais simples ao declarar que 14 Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics (Grandville, Reformed Free Publishing Association, 2004), vol.1, p. 132. 15 Francisco Alves, Dogmática e Ética Cristã in: Antologia Teológica (São Paulo, Editora Novo Século, 2003), p. 438. 16 Heber C. de Campos, O Ser de Deus e seus atributos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999), p. 309. 17 Louis Berkhof, Teologia Sistemática (Campinas, Luz Para o Caminho Publicações, 1994), p. 76. 18 Francis A. Schaeffer nos adverte de que “se partirmos da origem impessoal, a moral não existe como moral propriamente dita; e a solução para a moral, certamente, acaba encontrando-se na asserção de que não há moral (não importa de que forma sofisticada isso possa ser expresso)”, in: O Deus que se revela (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002), p. 60. 10
  • 12. “o Homem é semelhante a Deus e o representa”.19 Mas, é necessário perguntar qual é o padrão moral que se tem desta imagem? Para os cristãos a resposta é simples: Cristo é a imagem do invisível Deus (Jo 14:9; Hb 1:1-4). Ele forneceu através da Sua pessoa e do seu ensino o conteúdo da fé cristã, como também na sua vida tornou-se a referência para a prática cristã. James W. Sire observa que “a dignidade humana, de certa maneira, não é uma característica própria nossa; ao contrário de Protágoras, o homem não é a medida. A dignidade humana é derivada de Deus.”20 O valor do ser humano depende da percepção da realidade que alguém adota. Charles Colson observa que na cosmovisão cristã, tratamos uma coisa de acordo com sua natureza, baseados em última instância no que Deus a criou para ser. Por isso tratamos uma criança de forma diferente de um cachorro. Mas se não existe tal coisa como a natureza humana, então não justifica afirmar que devemos tratar uma pessoa de um modo preferível do que tratamos um animal.21 O cristianismo reconhece como sendo um fato histórico um período em que o ser humano viveu um estado de perfeição moral, e que atualmente todos vivem de modo corrompido. Em outro lugar, Sire conclui que “feitos à imagem de Deus, somos essencialmente seres morais, e assim não podemos deixar de usar categorias morais para sustentar nossas ações. É claro, nosso senso de moralidade foi violado pela Queda, e agora apenas de forma imperfeita refletimos o verdadeiro bem.”22 A ética cristã não minimiza o valor do ser humano, pois este é imagem de Deus, mas reconhece que ele não está mais em sua condição original, em que foi criado, mas num estado moral e espiritual decaído. O apologista Francis A. Schaeffer argumenta que existiu um período anterior à queda, e então, o homem desviou-se do seu ponto de integração apropriado, por sua escolha; e, assim procedendo, houve uma descontinuidade moral – o homem tornou-se anormal. Remova estes fatos e a resposta cristã às questões da moral se vai. Freqüentemente encontro evangélicos levando a primeira parte do Gênesis na brincadeira. Mas o fato é que, se desprezarmos a Queda verdadeira, espaço-temporal e histórica, as respostas deixarão de existir. Não se trata apenas de uma extinção do Cristianismo histórico e bíblico, como se coloca na corrente da história, mas toda e qualquer resposta que possamos ter para o homem e o seu dilema moral, também estará extinta.23 5 As características da ética cristã 19 Wayne Grudem, Teologia Sistemática (São Paulo, Edições Vida Nova, 2002), p. 364 20 James W. Sire, O Universo ao Lado, p. 37. 21 Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? , p. 210. 22 James W. Sire, O Universo ao Lado, p. 37. 23 Francis A. Schaeffer, O Deus que se revela, p. 74. 11
  • 13. 5.1. A ética cristã é revelada Deus se deu a conhecer e revelou proposicionalmente a sua vontade inspirando homens escolhidos para este fim. A revelação verbal de Deus é o fundamento epistemológico para a ética cristã. Não significa que a Escritura Sagrada seja um livro com um completo código ético com todas as decisões divinas prescritas para cada questão, mas, ela contém suficientemente todas as premissas e princípios necessários para a formulação de uma cosmovisão que orientará na estrutura da ética cristã. A ética cristã parte do pressuposto de que o Deus que se revela nas Escrituras Sagradas é o único Deus verdadeiro e que, sendo o criador do mundo e da humanidade, deve ser reconhecido, crido e obedecido como tal, e a sua vontade é expressa nas leis de princípios morais. Deus revelou-se proposicionalmente à humanidade. Esta pressuposição é fundamental para a ética cristã, pois é dessa revelação verbal que ela tira os seus conceitos acerca do mundo, da humanidade e de como definir o que é certo e errado. Francis A. Schaeffer nos chama a atenção de que “não há padrão no universo que dê um sentido final a palavras como certo e errado. Se partirmos do impessoal, o universo torna-se totalmente silencioso, em relação a qualquer uma destas palavras.”24 É precisamente por basear-se na revelação que o Criador concedeu um padrão ético que se estende a todas as dimensões da realidade. A ética cristã pronuncia-se sobre questões individuais, sociais, políticas, ecológicas, econômicas, culturais e espirituais, porque que Deus exerce a sua autoridade sobre todas as áreas e esferas da existência humana. 4.2. A ética cristã é absoluta A ética envolve a adoção de um padrão absoluto de autoridade. A ética cristã é teocêntrica e oposta à ética secular, que na maioria das vezes é antropocêntrica. R.C. Sproul observa que “para o humanista, o homem é a norma, o último padrão de comportamento. Os cristãos, contudo, asseveram que Deus é o centro de todas as coisas e que seu caráter é o padrão absoluto pelo qual as questões de certo e errado são determinadas”.25 Mais enfático afirma James Orr que “o ideal ético, se quiser assegurar o seu caráter absoluto, indica para uma base eterna no Ser absoluto. Levando-nos para a concepção de Deus como um ser 24 Francis A. Schaeffer, O Deus que se revela, p. 62. 25 R.C. Sproul, Discípulos Hoje (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1998), p. 221. 12
  • 14. eticamente perfeito, fonte e origem da verdade moral, fonte da lei moral, que como vimos está comprometida com o cristianismo.”26 A lei de Deus, que é expressa no Antigo e Novo Testamento, é a norma para a vida moral do cristão. Existem três tipos de lei no Antigo Testamento: civil, cerimonial e moral. Tanto a lei civil como a cerimonial foram especificamente e intencionalmente limitadas à antiga Aliança, para estabelecer a teocracia sobre Israel, e foram cumpridas na obra real e sacerdotal de Cristo. A lei moral expressa em essência a vontade moral de Deus, e não teve a sua limitação nas cerimônias da antiga Aliança. A lei de Deus revela a sua perfeição para os homens. Os Dez Mandamentos é o resumo toda a lei moral de Deus. Temos o resumo da ética do Reino de Deus exposta nele. A Confissão de Fé de Westminster declara A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, não desfaz de modo algum esta obrigação, antes a confirma.27 Um dos usos da lei é o normativo.28 O terceiro uso da Lei é normativo para a vida cristã. A vontade moral de Deus está revelada na Escritura, e não elimina o uso de discernimento para interpretar corretamente e aplicar a vontade moral revelada para a vida cristã e civil. John Murray observa que “visto que Deus não muda, e visto que a obrigação a Deus não pode ser abrogada, qualquer alteração radical na ética imperativa é algo simplesmente inconcebível.”29 4.3. A ética cristã é objetiva Por causa da sua soberania Deus tem o direito de emitir ordenanças, de impor obrigações e quando necessário intervir na consciência dos homens. Deus nos deu além da consciência, a Escritura Sagrada para regular e estimular o nosso comportamento. Norman Geisler conclui que se Deus não existisse “e as únicas leis objetivas do universo fossem as leis da física e da química, os julgamentos morais seriam absurdos. Não estamos dizendo que os 26 James Orr, Concepción Cristiana de Dios y el Mundo (Terrassa, CLIE, 1992), p. 139. 27 Confissão de Fé de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2ªed., 2003), XIX.5. 28 Tradicionalmente na teologia reformada os três usos da lei são: o pedagógico, o civil, e o tertium usus legis é o normativo, http://www.thirdmill.org/files/portuguese/48135~9_19_01_11-05-10_AM~leigraca.htm, acessado às 11:27hs de 05/10/2006. 29 John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia, p. 560. 13
  • 15. ateus e naturalistas não possam fazer julgamento moral; o que estamos dizendo é que eles não têm base real para os seus julgamentos”.30 4.4. A ética cristã é prescritiva A ética não se propõe apenas a descrever, mas também prescrever o que é certo ou errado. C. Stephen Evans define como sendo o “ramo da filosofia que lida com as questões de certo e errado, bem e mal, virtude e defeito.”31 Nesta definição Evans não declara se a ética é apenas descritiva, ou se preceptiva. Todavia, se a ética cristã pressupõe a fé cristã, isto envolve necessariamente o compromisso de coerente submissão e obediência a Palavra de Deus. Quanto ao caráter preceptivo da ética, John Murray conclui que “se Jesus deu-nos um exemplo que devemos seguir os seus passos, e, se a ética cristã é deste modo definida, então a maior necessidade característica do modo de vida e conduta cristã é obedecer aos mandamentos de Deus.”32 Quanto a isto o Catecismo Maior de Westminster declara que “que onde um dever é prescrito, o pecado contrário é proibido; e onde o pecado é proibido, o dever contrário é prescrito; assim, onde uma promessa está anexa, a ameaça contrária está inclusa; e onde uma ameaça está anexa a promessa contrária está inclusa.”33 30 Norman Geisler & Peter Bocchino, Fundamentos Inabaláveis, p. 333-334. 31 C. Stephen Evans, Dicionário de Apologética e Filosofia da Religião (São Paulo, Editora Vida, 2004), p. 52. 32 John Murray, The Claims of Truth in: Collected Writings of John Murray (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1989), vol. 1, p. 181. 33 Catecismo Maior de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002), pergunta e resposta 99, p. 122. 14
  • 16. Conclusão A ética secular difere da cristã nos seus fundamentos e metodologia. John M. Frame comenta que “ética secular, assim como a epistemologia secular, procura encontrar um absoluto em qualquer lugar que não seja na Palavra de Deus. Portanto, ela busca um padrão ético nos mais prováveis lugares: no subjetivismo humano (existencialismo), no mundo empírico (teleologia), na lógica, ou na razão (deontologia).”34 Entretanto, a ética cristã é o conjunto de valores morais baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular a sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Ela é o estilo de vida, ou comportamento em conformidade com a fé cristã conforme revelada por Deus (1 Pe 1:18- 19). Embora existam várias abordagens éticas não-cristãs, certamente a mais escandalosa dificuldade seja “que temos hoje não é só um comportamento imoral, mas uma perda de critérios morais.”35 Mesmo que a ética cristã esteja na contra-cultura da sociedade pós- moderna, onde o pluralismo tem se estabelecido irracionalmente, não é permitido aos cristãos calar, mas devem manter uma clara proclamação da santa Palavra de Deus. Jesus Cristo que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem é o padrão moral que modela a conduta dos cristãos (Jo 13:15). Entretanto, a ética cristã não se limita apenas aos ensinos de Cristo e aos livros do Novo Testamento, mas, o seu conteúdo é a soma total “dos informes revelatórios exibidos nas Escrituras que dizem respeito ao comportamento humano.”36 O apóstolo Paulo escreveu que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3:16). Podemos concluir que a teologia cristã ajuda-nos a viver com integridade, explicando o que faz parte de nossas crenças, para que possamos examinar melhor as implicações dessas crenças em nossa vida. A teologia lembra-nos que Deus e as ações divinas no mundo proporcionam o alicerce para entendermos a vida íntegra. A integridade cristã, portanto, implica viver de modo que nossa vida espelhe a natureza do próprio Deus. O íntegro é aquele cuja conduta exibe o caráter de Deus.37 34 John M. Frame, The Doctrine of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 2002), p. 194. 35 Gene Edward Veith, Jr., Tempos Pós-modernos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999), p. 12. 36 John Murray, ética bíblica in: O Novo Dicionário da Bíblia, p. 560. 37 Stanley J. Grenz e Roger E. Olsen, Quem Precisa de Teologia (São Paulo, Editora Vida, 2002), p. 143. 15
  • 17. Referências 1. Banks, Robert, A teologia nossa de cada dia (São Paulo, Editora Vida, 2004). 2. Berkhof, Hendrikus, Introduction to the Study of Dogmatics (Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1985). 3. Berkhof, Louis, Introducción a la Teologia Sistemática (Grand Rapids, Libros Desafio, 2002). 4. ____________, Teologia Sistemática (Campinas, Luz Para o Caminho Publicações, 1994). 5. Boettner, Loraine, Catolicismo Romano (São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1985). 6. Campos, Heber C. de, O Ser de Deus e seus atributos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999). 7. Catecismo Maior de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002). 8. Confissão de Fé de Westminster (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2ªed., 2003). 9. Colson, Charles & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos? (Rio de Janeiro, CPAD, 2000). 10. Douglas, J.D., ed., O Novo Dicionário da Bíblia (São Paulo, Edições Vida Nova, 2ª.ed., 2003). 11. Edwards, Brian H., Los Diez Mandamientos para Hoy (Ciudad Real, Editorial Peregrino, 2000). 12. Elwell, Walter A., ed., Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 1992), vol. 2. 13. Evans, C. Stephen, Dicionário de Apologética e Filosofia da Religião (São Paulo, Editora Vida, 2004). 14. Ferreira, Júlio A., ed., Antologia Teológica (São Paulo, Editora Novo Século, 2003). 15. Forell, George W., Ética da Decisão (São Leopoldo, Editora Sinodal, 3ª ed., 1983). 16. Frame, John M., Apologetics to the Glory of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 1994). 17. _____________, The Doctrine of God (Phillipsburg, P&R Publishing, 2002). 18. Geisler, Norman L., Ética Cristã (São Paulo, Edições Vida Nova, 2003). 19. ________________, Fundamentos Inabaláveis (São Paulo, Editora Vida, 2003). 16
  • 18. 20. Grenz, Stanley J., e Roger E. Olsen, Quem Precisa de Teologia (São Paulo, Editora Vida, 2002). 21. Grudem, Wayne, Teologia Sistemática (São Paulo, Edições Vida Nova, 2002). 22. Gundry, Stanley, ed., Lei e Evangelho (São Paulo, Editora Vida, 2003). 23. Hoeksema, Herman, Reformed Dogmatics (Grandville, Reformed Free Publishing Association, 2004), vol.1. 24. Kuyper, Abraham, Calvinismo (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002). 25. Mott, Stephen C., Ética bíblica y cambio social (Buenos Aires, Nueva Creación, 1995). 26. Murray, John, The Claims of Truth in: Collected Writings of John Murray (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1989), vol. 1. 27. Myatt, Alan, Apostila de Teologia Sistemática (texto não publicado do Seminário Teológico Batista do Sul, Rio de Janeiro, 1999). 28. Orr, James, Concepción Cristiana de Dios y el Mundo (Terrassa, CLIE, 1992). 29. Roldán, Alberto F., Para Que Serve a Teologia? (Curitiba, Descoberta Editora Ltda., 2000). 30. Schaeffer, Francis A., O Deus que se revela (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002). 31. Schaff, D.S., Nossa Crença e a de Nossos Pais (São Paulo, Imprensa Metodista, 1964). 32. Sire, James W., O Universo ao Lado (São Paulo, Editora Hagnos, 2004). 33. Smedes, Lewis B., Moralidad y Nada Más (Buenos Aires, Nueva Creación, 1996). 34. Sproul, R.C., Discípulos Hoje (São Paulo, Editura Cultura Cristã, 1998). 35. Veith Jr, Gene Edward, Tempos Pós-modernos (São Paulo, Editora Cultura Cristã, 1999). Rev. Ewerton B. Tokashiki Pastor da Igreja Presbiteriana de Porto Velho prtokashiki@gmail.com 17