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1
RESENHA spíritas
DE ESTUDOS
E
março
2016
NO
. 11
ESPIRITISMO ESTUDADO
semeando conhecimento iluminativo
descortinando novos horizontes às criaturas humanas
estimulando a prática incondicional do bem
enaltecendo Jesus
especialmente ao principiante espírita
2 3
Crenças
as
Conforme Robert Dilts, as crenças representam
uma das estruturas mais importantes do
comportamento. São as regras pelas quais
vivemos!
Não se trata daquilo que simplesmente dizemos
acreditar, mas aquilo sobre o qual agimos.
Quando realmente acreditamos em algo, nos
comportamos de maneira congruente com essa
que nossas crenças se mostraram corretas,
naquele momento.
Portanto, as crenças são generalizações que
fazemos a nosso respeito, acerca de outras
pessoas e do mundo ao nosso redor. Elas são
os princípios que orientam nossas ações e
efetivamente formam nosso mundo social.
O homem é aquilo que ele acredita, conforme
Anton Tchecov.
A crença é essa convicção que anima o homem
e o arrasta para outros objetivos. Há a crença em
si mesmo, numa obra material qualquer, a crença
política, a crença na pátria etc. Para o artista, o
poeta, o pensador, a crença é o sentimento de
ideal, a visão desse foco sublime, iluminado pela
mão divina nos píncaros eternos, para guiar a
Humanidade na direção do belo e do verdadeiro.
No sentido comum a crença em algo constitui
a fé. Normalmente inata, manifesta-se pelo seu
caráter natural em aceitar as coisas e realidades
conforme se apresentam, sem mais amplas
indagações, constituindo particular e especial
manifestação do ser.
Ninguém está isento da sua realidade,
porquanto é parte integrante de cada vida.
Naturalmente procede da ancestralidade
do próprio homem, resultado de experiências
objetivas ou não, que se lhe implantaram no
inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo
automático em que se fundamenta.
Embora tenhamos crenças essenciais que são
muito arraigadas e importantes para nós, também
podemos ser flexíveis naquilo que escolhemos
acreditar em determinadas áreas de nossa vida.
As crenças não são fixas e imutáveis. Por isso,
a pergunta que devemos fazer sobre qualquer
crença é: Ela é útil e adequada para mim? Nos faz
bem? Faz bem aos que estão ao nosso derredor?
Contribui para a construção de um mundo
melhor?
crença. São os nossos melhores palpites frente à
realidade e formam nossos modelos mentais - os
princípios pessoais pelos quais o mundo parece
funcionar, com base em nossa experiência e
nossos pontos de vista.
Crenças não são fatos, embora muitas vezes as
confundamos com fatos. Geralmente, pensamos
nas crenças como “tudo ou nada” e achamos
que as coisas nas quais acreditamos são sempre
verdadeiras. Entretanto, um minuto de reflexão é
o suficiente para percebermos que, no decorrer
de nossa vida, modificamos muitas das nossas
crenças. Por exemplo, é improvável que você ainda
acredite em Papai Noel.
Quem já não se pegou dizendo: “eu avisei”? Essa
é uma frase que traz satisfação porque significa
4 5
Não é sábio quem sabe muitas coisas e sim
quem sabe coisas úteis, segundo Ésquilo
O fato comprovado de que as crenças têm
uma forte tendência a se tornar realidade é o
que lhe dá poder. Se você mudar uma só crença,
também modificará muito do seu comportamento.
Crenças agem como profecias autorrealizáveis.
Mas, se você mudar apenas um dos aspectos do
seu comportamento, provavelmente não estará
mudando crenças.
Quando falamos de comportamento, falamos de
atitudes, de hábitos.
Apenas para efeito de raciocínio, consideremos
que façamos uso (comportamento) regular de
determinado alimento ou substância, por entender
que ele nos faz bem (crença). Num dado momento,
somos convencidos que esse alimento ou
substância está nos causando graves problemas
de saúde. Com o devido esforço, mudamos ou
refazemos nossa crença de até então, e, por
conseguinte, passamos a nos abster daquele
alimento ou substância.
Naturalmente, tanto quanto a nova crença
vai se consolidando, vai se caracterizando um
novo comportamento correspondente, de modo
tranquilo e paulatino.
Crenças têm que produzir ação se forem
significar alguma coisa; porquanto crenças são
princípios de ação, não são ideais vazios. Para ser
proveitosa, a crença tem de ser ativa; não deve
entorpecer-se.
Exemplo conhecido pela História quando Saulo
de Tarso dirigia-se a Damasco, a fim de impor
dura reprimenda ao movimento cristão nascente,
conforme estava autorizado pelo Sinédrio. Às
portas de Damasco, ele se depara com a notável
visão de Jesus, em Espírito, que lhe pergunta:
Saulo, por que me persegue?
Numa conversão instantânea de crença, deixa
de ser o perseguidor e passa a ser seguidor de
Jesus, perguntando, naquela ocasião, por sua vez,
ao Meigo Rabi: Senhor, que deseja que eu faça?
É certo que, mudando-se efetivamente certa
crença, muda-se comportamento decorrente. É
consequência natural e espontâneo.
Porém, é certo também que, se apenas
adotamos determinado e momentâneo
comportamento, pela circunstância, pela
conveniência, pela necessidade, sem a
correspondente mudança na crença que promovia
o dito comportamento, oportunamente, em
dada ocasião, prevalecerá a crença não mudada,
fazendo com que, mais dia menos dia, retomemos
comportamento anterior.
É o caso dos regimes alimentares, das tentativas
de deixar de fumar e outras práticas, iniciados
e não concluídos. Há hábitos tão intensos
e arraigadas, que a resistência a mudanças
é grande. Quem já não ouviu contar que há
pessoas sob regime alimentar que “assaltam”
a própria geladeira na calada da noite, ou se
escondem para fumar? Ou seja, em casos assim,
a pessoa foi informada que precisa de mudanças
comportamentais, mas ela ainda não se convenceu
disso (não adotou a nova crença).
São ensinos de Emmanuel 1
, Espírito:
A árvore da fé viva não cresce no coração,
miraculosamente.
Qual acontece na vida comum, o Criador dá
tudo, mas não prescinde do esforço da criatura.
A conquista da crença edificante não é serviço
de menor esforço.
No caso da crença ou fé religiosa, a regra é a
mesma.
O fato de saber sobre certa religião, o fato de
frequentar templos religiosos, não significa que
tenha se estabelecido a crença a respeito. E,
enquanto isso não se dá, o novo comportamento
1	 Vinha de luz. Emmanuel, Cap. 40. Francisco
Cândido Xavier
decorrente não chega. A reforma íntima prevista
não acontece. E não acontece pelo fato de que
valores existenciais até então continuam os
mesmos. Os ensinos novos recebidos, ainda
não alcançaram entendimento a ponto de
despertarem necessidades pessoais de reformular
pensamentos, valores e atitudes. Ainda não terá
havido suficiente estímulo para mudanças, uma
vez que o ensino novo não foi bem entendido, não
se fez conhecimento adquirido em intensidade
suficiente para alterar crenças antigas.
Na medida da compreensão, o conhecimento
vai deixando o nível do consciente para penetrar
paulatinamente em direção do subconsciente,
em trabalho contínuo de reformulações e ou
substituições, de desidentificações com certos
paradigmas, e, por fim, se instalar no inconsciente,
território do já pensado, do já sabido e do já
assimilado, onde se movimentam e de onde
eclodem nossos hábitos, os quais externamos em
ações no cotidiano, como estado de espírito.
O que ali já está armazenado (ou que vai se
armazenar), que vai alterado pelo esforço da
persistência de uma vontade determinante,
naturalmente procede da ancestralidade do
próprio homem, resultado de experiências
objetivas ou não, que se lhe implantaram no
inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo
automático em que se fundamenta.
É do finalismo de Deus, que o de melhor nos
dominará o ser logo mais no futuro, que não está
tão próximo, mas também não está tão distante,
de modo que um dia repetiremos com o Apóstolo
Paulo 2
: Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é
Cristo que vive em mim.
E já podemos perceber a perfeita integração
e transcendência, mesmo que palidamente, da
profunda afirmação de Jesus 3
: Eu e o Pai somos
um.
2	 Gálatas 2:20
3	 João 10:30
E também nos permite entendimento da
assertiva de Jesus: Nem todo aquele que me diz
Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas
sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai, que
está nos céus. 4
São as nossas crenças que ordenam os nossos
valores de vida. E as crenças são adquiridas,
conquistadas, e são mutáveis. Aceitas e adotadas
por nós.
Steve Beckman disse, com muita propriedade:
Você faz suas escolhas, e suas escolhas fazem
você.
Resta-nos rever nossas crenças sobre a vida,
como um todo, e sobre a vida e nossa relação com
Deus, em particular.
Precisamos bem compreender o sentido
existencial. As razões da vida. E buscar ter
objetivos bem definidos sobre a vida e o viver.
Se você quiser ser feliz, determine um objetivo e
comande seus pensamentos, liberte suas energias
e inspire suas esperanças, recomenda citação de
Andrew Carnegie.
Leiamos o que nos diz Allan Kardec 5
:
Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve,
donde resulta alegar muita gente que não lhe
cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não
se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se
impõe.
Não; ela se adquire e ninguém há que esteja
impedido de possuí-la, mesmo entre os mais
refratários.
Falamos das verdades espirituais básicas e não
de tal ou qual crença particular. Não é à fé que
compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe,
ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não
deixarão de achá-la.
4	 Mateus 7 : 21
5	 O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap.
XIX, item 7
6 7
Tende, pois, como certo que os que dizem:
“Nada de melhor desejamos do que crer, mas
não o podemos”, apenas de lábios o dizem e não
do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os
ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao
derredor; por que fogem de observá-las? Da parte
de uns, há descaso; da de outros, o temor de
serem forçados a mudar de hábitos; da parte da
maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a
existência de uma força superior, porque teria de
curvar-se diante dela.
Ergamo-nos em alcance da consciência, para
senhorear o próprio caminho.
Hora de assumirmos a autoria de nossa própria
história pessoal.
Diante da vida, precisamos indagar a nós
mesmos o que fazemos, o que desejamos, a que
propósitos atendemos e a que finalidades se
destinam.
Vamos assumir o controle da direção do barco
da vida. Queremos, podemos, fazemos.
Inicialmente, duvide de tudo o que o controla,
critique todo pensamento perturbador e
determine estrategicamente onde quer chegar.
Diz Augusto Cury 6
:
Duvide de todas as suas falsas crenças. Duvide
de que não consiga superar seus conflitos, suas
dificuldades, seus desafios, seus medos, sua
dependência. Duvide de que não consiga ser
autêntico, transparente, honesto consigo mesmo.
Duvide de que não consiga ser livre nem autor
da própria história. Duvide de que não consiga
brilhar como pai/mãe, ser humano e profissional.
Lembre-se de que tudo aquilo em que você crê o
controla. Se não duvidar frequentemente das suas
falsas crenças, elas escravizarão você e você não
conseguirá reeditar o filme do inconsciente.
Critique cada ideia pessimista, cada
preocupação excessiva e cada pensamento
angustiante. Jamais esqueça de que cada
6	 Controle o estresse
pensamento negativo deve ser combatido pela
arte da crítica. Critique a ansiedade, a agitação
mental, a necessidade de estar em evidência
social. Questione seu medo do futuro, de não ser
aceito, de falhar.
Determine estrategicamente sem livre, não
ser escravo de seus conflitos. Entre desejar e
determinar, há uma lacuna imensa. Não basta
desejar; é preciso determinar com disciplina,
mesmo que o mundo desabe sobre você.
Determine lutar por seus sonhos, ter uma mente
saudável e generosa. Decida continuamente ter
um romance com a própria história e jamais se
abandonar. Determine aprender todos os dias e
agradecer mais e reclamar menos, a abraçar mais
e julgar menos, a elogiar mais e condenar menos.
Duvide, critique, determine.
Buscar conhecer nossas crenças é enriquecer
o nosso autoconhecimento. É preciso conhecer,
pensar e sentir cada uma delas, dando margem
para que o coração não seja abafado pelos
gorjeios da razão, e para que a razão não se
amolente sob os impulsos da emoção. A crença
essencial e duradoura é o resultado da harmonia
entre o saber e o sentir!
E arremata, Joanna de Ângelis 7
, Espírito:
Realiza-se, porém, a crença, na sua plenitude,
quando é consequência da razão.
Quando se apoia no objeto que lhe constitui
a crença, transcende a própria capacidade,
transformando-se em estado de espírito.
Tem a propriedade de abrasar o espírito, dispô-
lo aos lances arrojados. Quando honestamente
elaborada é calma e fecunda, propiciando
equilíbrio físico e psíquico que sustenta a vida
humana.
E quem vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês
nisso? 8
7	 Estudos espíritas. Cap. 14. Divaldo Franco
8	 João, 11:26
Fépara se ter
Muita gente se atormenta ao constatar que não tem fé. Muitas pessoas supõem que
a fé se caracterize por práticas exteriores de emoções alteradas, quase sempre presas
aos anseios exibicionistas, quando mais se pretendem mostrar para os outros do que
iluminar-se por dentro.
Quantos deixam de se alimentar como se os jejuns de comida or um dia sem
nenhuma utilidade para ninguém agradasse a Deus? Pensam que seja isso a fé.
Quantos fazem acordos com divindades, com entidades, prometendo-lhes ofertas de
cunho material: comidas, bebidas, flores e objetos variados?
Admitem que nisso esteja a fé.
Quantos se martirizam física e mentalmente, sangram-se, mutilam-se, a fim de
aplacar as torturas conscienciais? Supõem que a fé possa estar apoiada nessas
8 9
práticas.
Embora o respeito que devemos ter
pelas diversas fases das crenças e da fé
terrena, e importante refletir sobre esse
fenômeno da fé que, em si mesmo, não é
propriamente pertencente às religiões.
O fenômeno da fé pertence à vida. Disso
decorre a fé no médico e no cozinheiro;
a fé no farmacêutico e no chofer, no
professor e no juiz, no engenheiro e no
pedreiro e assim por diante. Cada um é
portador natural da fé.
Para se ter fé não é preciso ter religião
institucional, é preciso conhecer, pensar
e sentir, isso sim, dando margem para
que o coração não seja abafado pelos
gorjeios da razão, e para que a razão não
se amolente sob os impulsos da emoção.
A fé é o resultado da harmonia entre o
saber e o sentir!
Benedita Maria1
1	 Ações Corajosas para Viver em Paz. Espírito Bene-
dita Maria. Cap. 21. Raul Teixeira	
Fé“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as
ambições doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica
infrutífera.” - Jesus. (Marcos, 4:19.)
A árvore da fé viva não cresce no coração,
miraculosamente.
Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não
prescinde do esforço da criatura.
Qualquer planta útil reclama especial atenção no
desenvolvimento.
Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa.
Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser
postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que
se destina.
A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.
A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola
doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.
10 11
Acordar
necessário
Isso, contudo, é um equívoco de
lamentáveis consequências.
A sublime virtude é construção do
mundo interior, em cujo desdobramento
cada aprendiz funciona como orientador,
engenheiro e operário de si mesmo.
Não se faz possível a realização,
quando excessivas ansiedades terrestres,
de parceria com enganos e ambições
inferiores, torturam o campo íntimo,
à maneira de vermes e malfeitores,
atacando a obra. A lição do Evangelho é
semente viva.
O coração humano é receptivo, tanto
quanto a terra.
É imprescindível tratar a planta divina
com desvelada ternura e instinto enérgico
de defesa.
Há muitos perigos sutis contra ela,
quais sejam os tóxicos dos maus livros,
as opiniões ociosas, as discussões
excitantes, o hábito de analisar os outros
antes do auto- exame.
Ninguém pode, pois, em sã consciência,
transferir, de modo integral, a vibração da
fé ao espírito alheio, porque, realmente,
isso é tarefa que compete a cada um.
Emmanuel 1
1	 Vinha de luz. Emmanuel, Cap. 40. Fancisco Cândi-
do Xavier
“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos
e o Cristo te esclarecerá.” — Paulo. (Efésios, 5, 14.)
Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na
compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros
perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório
humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de
paralisia das faculdades superiores.
Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os
companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao
esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que
finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear
o próprio caminho.
Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada
dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se
respirassem na estranha atmosfera de escuro
pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante
do rio da vida, rolam no turbilhão dos
acontecimentos, enceguecidas, dormentes e
semimortas até que despertem e se levantem,
através do esforço pessoal, a fim de que o
Cristo as esclareça.
Emmanuel 1
1	 Pão nosso. Emmanuel, Cap. 68. Francisco Cândido
Xavier
12 13
Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não
deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que
conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente
pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.
A esperança e a caridade são corolários da fé e
formam com esta uma trindade inseparável. Não
é a fé que faculta a esperança na realização das
promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que
esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não
tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e,
portanto, o vosso amor?
Inspiração divina, a fé desperta todos os
instintos nobres que encaminham o homem para
o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois,
que essa base seja forte e durável, porquanto,
se a mais ligeira dúvida a abalar que será do
edifício que sobre ela construirdes? Levantai,
conseguintemente, esse edifício sobre alicerces
inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os
sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que
a fé que não afronta o ridículo dos homens não é
fé verdadeira.
A fé sincera é empolgante e contagiosa;
comunica-se aos que não na tinham, ou,
mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras
persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé
aparente usa de palavras sonoras que deixam frio
e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo
da vossa fé, para a incutirdes nos homens.
Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes
demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela
vossa esperança firme, para lhes dardes a ver
a confiança que fortifica e põe a criatura em
condições de enfrentar todas as vicissitudes da
vida.
Tende, pois, a fé, com o que ela contém
de belo e de bom, com a sua pureza, com
a sua racionalidade. Não admitais a fé sem
comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus,
mas sabendo porque o amais; crede nas suas
promessas, mas sabendo porque acreditais nelas;
segui os nossos conselhos, mas compenetrados
do um que vos apontamos e dos meios que vos
trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem
desfalecimento: os milagres são obras da fé. -
José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862). 1
1	 O evangelho segundo o Espiritismo. Allan Kardec,
Cap. 19, item 11
Fé
mãe
da esperança
e da caridade
14 15
Espiritismo
efeitos da compreensão do
(...) Os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele veem outra coisa, que
não somente fenômenos mais ou menos curiosos, diversos são os seus efeitos.
O primeiro e mais geral consiste e desenvolver o sentimento religioso até
naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as
questões espirituais. Daí lhe advém o desprezo pela morte. Não dizemos o
desejo de morrer; longe disso, porquanto o espírita defenderá sua vida como
qualquer outro, mas uma indiferença que o leva a aceitar, sem queixa, nem
pesar, uma morte inevitável, como coisa mais de alegrar do que de temer, pela
certeza que tem do estado que se lhe segue.
O segundo efeito, quase tão geral quanto o primeiro, é a resignação nas
vicissitudes da vida. O Espiritismo dá a ver as coisas de tão alto, que, perdendo
a vida terrena três quartas partes da sua importância, o homem não se aflige
tanto com as tribulações que a acompanham. Daí, mais coragem nas aflições,
mais moderação nos desejos. Daí, também, o banimento da ideia de abreviar
os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio,
sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de um futuro, que temos a
faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os
entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação. O horizonte
se lhe dilata ao infinito, graças ao espetáculo, a que assiste incessantemente, da
vida de além-túmulo, cujas misteriosas profundezas lhe é facultado sondar.
O terceiro efeito é o estimular no homem a indulgência para com os defeitos
alheios.
Todavia, cumpre dizê-lo, o princípio egoísta e tudo que dele decorre são o que
há de mais tenaz no homem e, por conseguinte, de mais difícil de desarraigar.
Toda gente faz voluntariamente sacrifícios, contanto que nada custem e de nada
privem. Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda irresistível atrativo
e bem poucos compreendem a palavra supérfluo, quando de suas pessoas
se trata. Por isso mesmo, a abnegação da personalidade constitui sinal de
grandíssimo progresso.
Allan Kardec 1
1	 O livro dos Espíritos. Allan Kardec, Conclusão, item VI
16 17
A fé é a confiança do homem nos seus destinos, o sentimento que o leva na direção
da Potência Infinita é a certeza de estar seguro no caminho que conduz à verdade.
A fé cega é como um fanal, cujo foco vermelho não pode atravessar o nevoeiro; a
fé esclarecida é um farol poderoso que ilumina com uma viva claridade a estrada a
percorrer.
Não se adquire essa fé sem ter passado pelas provas da dúvida, por todas as
angústias que vêm sitiar os investigadores. Há aqueles que não atingem senão a uma
opressiva incerteza e que flutuam, longo tempo, entre correntes contraditórias. Feliz
daquele que crê, sabe, vê e caminha com segurança! Sua fé é profunda, inabalável. Ela
o torna capaz de superar os maiores obstáculos. É nesse sentido que se pode dizer, no
sentido figurado, que a fé transporta montanhas, as montanhas representam, aqui, as
dificuldades no caminho dos inovadores, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o
interesse material.
Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos aceitos sem exame.
Mas a fé é também a convicção que anima o homem e o arrasta para outros objetivos.
Há a fé em si mesmo, numa obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o
artista, o poeta, o pensador, a fé é o sentimento de ideal, a visão desse foco sublime,
iluminado pela mão divina nos píncaros eternos, para guiar a Humanidade na direção
do belo e do verdadeiro.
A fé religiosa que faz abstração da razão e se reporta ao julgamento dos outros, que
aceita um corpo de doutrina, verdadeiro ou falso e a ele se submete sem controle, é a
fé cega. Na sua impaciência, nos seus excessos, recorre, à vontade, ao constrangimento
Fé, esperança,
consolações
18 19
a fé no futuro infinito, a fé na Justiça, na
Suprema Bondade!
Compenetrados da ideia de que essa
vida não é senão um instante no conjunto
da nossa existência imortal, aceitamos
com paciência os males inevitáveis que
ela engendra. A perspectiva dos tempos
que se nos abrem, dar-nos-á o poder
de dominar as misérias presentes e de
nos colocar acima das flutuações da
fortuna. Sentir-nos-emos mais livres, mais
bem armados para a luta. Conhecendo
a causa dos seus males, o espírita
compreende a necessidade deles. Sabe
que o sofrimento é legítimo e aceita-o
sem murmurar. Para ele, a morte nada
destrói, os laços afetivos persistem na
vida de além-túmulo, e todos aqueles que
aqui se amaram, reencontram-se, libertos
das misérias terrestres, longe dessa dura
morada; só há separação para os maus.
Dessas convicções resultam consolações
desconhecidas dos indiferentes e
dos céticos. Se, de uma extremidade
à outra do globo, todas as almas se
comunicassem nessa fé poderosa, assistir-
se-ia à maior transformação moral que a
História jamais registrou.
Entretanto, essa fé, bem poucos homens
a possuem. O Espírito de Verdade falou
à Terra, mas esta não prestou atenção
aos seus apelos. Não foram os poderosos
que o escutaram, foram os humildes,
os pequenos, os deserdados, todos
aqueles que têm sede de esperança. A
revolução espírita encontrou, primeiro,
uma viva oposição nos meios religiosos e
científicos. Esse estado de coisas tende
a atenuar-se. Bem poucos homens têm a
coragem de se desdizerem e de confessar
que se enganaram; a maioria prefere
combater durante toda sua vida uma
verdade que pode comprometer seus
interesses, ou arruinar suas afirmações.
Outros, em segredo, reconhecem a beleza,
a grandeza dessa doutrina; mas suas
exigências morais os assustam. Presos
aos seus prazeres, querendo viver à
sua maneira, sem se preocupar com o
Além, afastam de seu pensamento tudo
o que os levaria a romper com esses
hábitos perniciosos, mas desejados.
Esses comportamentos serão para eles,
em consequência, a fonte de amargas
recordações.
Nossa sociedade enfebrecida preocupa-
se mediocremente com um ensino moral.
Muitas opiniões contraditórias se chocam,
se entrechocam; em meio a esse estado
confuso, elevado pelo turbilhão da vida
material, o homem pouco reflete.
Mas todo espírito sincero que procura
a fé e a verdade encontrá-las-á na
nova revelação. Uma influência do Alto
derramar-se-á sobre ele e o guiará na
direção dessa luz nascente que, um dia,
iluminará a Humanidade inteira.
Léon Denis 1
1	 Depois da morte. Léon Denis, Cap. 44
e conduz ao fanatismo. Encarada sob esse
aspecto, a fé é ainda um móvel poderoso.
Ela ensinou aos homens a humilharem-
se e a sofrer. Pervertida pelo espírito de
dominação, foi a causa de muitos crimes,
mas, nas suas consequências funestas,
mostra-nos, ainda, a extensão dos
recursos que nela estão.
Ora, se a fé cega pode produzir tais
efeitos, o que não fará a fé apoiada
na razão, a fé que julga, discerne e
compreende? Alguns teólogos exortam-
nos a desprezar a razão, a renegá-la, a
esmigalhá-la sob os pés. Fazem objeção
a todos os erros nos quais a razão caiu e
parecem esquecer que é a própria razão
que nos ajudou a corrigi-los. Devemos,
pois, renegá-la, mesmo quando revela-nos
o que é o bem e o belo?
A razão é uma faculdade superior,
destinada a nos esclarecer sobre todas
as coisas; desenvolve-se e aumenta
com o exercício, como todas as nossas
faculdades. A razão humana é um reflexo
da Razão Eterna: “É Deus em nós”, disse
São Paulo. Desconhecer seu valor, sua
utilidade, é desconhecer a natureza
humana e ultrajar a própria Divindade.
Querer substituir a razão pela fé é ignorar
que todas duas são solidárias. Elas se
fortalecem e vivificam-se uma a outra.
Sua união descortina ao pensamento um
campo mais vasto; ela harmoniza nossas
faculdades e nos proporciona a paz
interior.
A fé é mãe dos nobres sentimentos
e das grandes ações. O homem
profundamente convencido permanece
inabalável diante do perigo, como no meio
das provas. Acima das seduções, das
adulações, das ameaças, mais alto que
as vozes da paixão, ouve uma voz que
ecoa nas profundezas da sua consciência
e cujos ruídos o sustentam na luta,
advertem-no nas horas perigosas.
Para produzir tais resultados, a fé deve
repousar sobre o fundamento sólido que
lhe oferecem o livre exame e a liberdade
de pensar. Ao invés de dogmas e de
mistérios, deve apenas reconhecer os
princípios decorrentes da observação
direta, do estudo das leis naturais. Tal é o
caráter da fé espírita.
A filosofia dos espíritos nos oferece
uma crença que, por ser racional, é tanto
mais robusta. O conhecimento do mundo
invisível, a confiança numa lei superior de
justiça e de progresso, tudo isso imprime
à fé um duplo caráter de calma e de
certeza.
O que se pode temer, com efeito,
quando se sabe que nenhuma alma pode
perecer, que após as tempestades e as
dilacerações da vida, para além da noite
sombria onde tudo parece afundar-se,
ver-se-á despontar o clarão radioso dos
dias intermináveis?
Quando a velhice gelada avança,
colocando seu estigma sobre nossa testa,
apagando nossos olhos, enrijecendo
nossos membros, curvando-nos sob nosso
peso, vêm então com ela a tristeza, o
desgosto de tudo e a grande sensação
de fadiga, uma necessidade de repouso,
como uma sede do nada. Oh! Nessa
hora de perturbação, nesse crepúsculo
da vida, como satisfaz e reconforta, a
pequena luz que brilha na alma do crente,
20 21
Fé
CONCEITO - No sentido comum a crença em
algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta-
se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas
e realidades conforme se apresentam, sem mais
amplas indagações.
É inata em todos os homens, constituindo
particular e especial manifestação do ser.
Ninguém está isento da sua realidade,
porquanto é parte integrante de cada vida.
Naturalmente procede da ancestralidade
do próprio homem, resultado de experiências
objetivas ou não, que se lhe implantaram no
inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo
automático em que se fundamenta.
Realiza-se, porém, a fé, na sua plenitude,
quando é consequência da razão.
A fé natural, à medida que se apoia no objeto
que lhe constitui a crença, transcende a própria
capacidade, transformando-se em estado de
espírito.
Tem a propriedade de abrasar o espírito, dispô-
lo aos lances arrojados. Quando honestamente
elaborada é calma e fecunda, propiciando
equilíbrio físico e psíquico que sustenta a vida
humana.
DESENVOLVIMENTO - O Direito Romano
considerava a fé nos contratos, dando-lhe
o atributo de “ação de boa-fé”, ações essas
enumeradas nas Institutos, de Gaio e de
Justiniano, que elaboram as primeiras linhas em
que fundamentavam tais regras.
Posteriormente evoluiu o conceito no Direito
moderno, dando-lhe mais ampla conotação.
Psicologicamente exterioriza-se pela busca de
fatos, mediante os processos da intuição e da
dedução, através do consentimento do intelecto
em decorrência de um testemunho.
A fé religiosa, no entanto, concita à tácita
aceitação dos dogmas e preceitos das Religiões,
não poucas vezes eivados de superstições,
impedindo o discernimento por parte dos fiéis.
A Igreja Romana, tomando-a como um dos
seus fundamentos, tornou-a uma das virtudes
teologais, considerando-a qualidade essencial
para a salvação do homem.
A Reforma, a seu turno, constituiu-a única razão,
fator primeiro e último, transformando-a na base
sem a qual a salvação se faz impossível.
Diverge da crença pura e simples, graças
às razões como pela ação espiritual em que
se sustenta. Enquanto a crença aceita algo
verdadeiro ou falso, sem o concurso da razão, a
fé transcende à própria razão, mediante sutilezas
metafísicas, desdobrando-se em sentido especial.
Indubitavelmente, para qualquer edificação,
a fé se eleva a fator precípuo, através do
qual se levantam e materializam os ideais de
enobrecimento da Humanidade.
Todavia, a fé que não produz é semelhante a
lâmpada aparatosa que não esparze claridade: é
inútil.
Assim considerando, asseverava Tiago que a “fé
sem as obras é inoperante”.
Imperioso que a fé, no afã de engrandecer-se,
indague, perquira, realize, a fim de poder resistir
às circunstâncias adversas, às decepções de
qualquer expressão, porquanto, fundamentada
em fatos iniludíveis, sobrevive aos escombros e
destroços das crenças ruídas e das Instituições
malogradas.
Para legitimar-se, a fé se deve consorciar com a
razão que elucubra e analisa, passando pelo crivo
da argumentação lógica tudo o em que crê.
FÉ E ESPIRITISMO - Sendo a Doutrina Espírita
a Religião que estua no fato comprovado da
Imortalidade, faculta à fé os óleos mantenedores
da sua flama, através da consistência dos
seus postulados, decorrentes da observação,
da confirmação incontestável e dos conceitos
relevantes que lhe constituem a linha ético-
filosófica de afirmação.
Desse modo, a fé torna-se consciente, graças à
experiência pessoal do crente em relação ao fato,
dando-lhe ciência individual do conhecimento
em que se afirma, libertando e felicitando o
homem. Torna-se verdadeira, despertando os
22 23
sentimentos da humildade e da ponderação em
que consubstancia os postulados espirituais que
lhe servem de base.
Constitui força motriz para a caridade - a virtude
por excelência -, em cujo labor o espírito se
engrandece e alcança a plenitude.
Não foi por outra razão que Allan Kardec, o
escolhido para embaixador do Espírito de Verdade,
conceituou: “Fé inabalável só o é a que -pode
encarar frente a frente a razão, em todas as
épocas da Humanidade.”
ESTUDO E MEDITAÇÃO:
“Em que consiste a adoração: “Na elevação
do pensamento a Deus. Deste, pela adoração,
aproxima o homem sua alma.”
“Origina-se de um sentimento inato a adoração,
ou é fruto de ensino?
“Sentimento inato, como o da existência de
Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem
a curvar-se diante daquele que o pode proteger.”
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões
649 e 650.)
“(...) A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e
na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura
então crê, porque tem certeza, e ninguém tem
certeza senão porque compreendeu. Eis por que
não se dobra.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan
Kardec, cap. XIX, item 7.)
Joanna de Ângelis 1
1	 Estudos espíritas. Joanna de Ângelis, Cap. 14.
Divaldo Franco
Féforça da
A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão,
constitui equipamento de segurança para a travessia
feliz da existência corporal.
Luz acesa na sombra, aponta o rumo no processo
humano para a conquista dos valores eternos.
O homem sem fé é semelhante a barco sem bússola
em oceano imenso.
Quando bruxuleia a fé, e se apaga por falta do
combustível que a razão proporciona, ei-lo a padecer
a rude provação de ter que seguir em plena escuridão,
sem apoio nem discernimento.
A fé pode ser comparada a uma lâmpada acesa
colocada nos pés, clareando o caminho.
*
Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro.
Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões
em torno da vida e da sua superior finalidade.
Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e
na incondicional ação do bem.
A fé é campo para experiências transcendentes, que
dilatam a capacidade espiritual do ser.
Com o dinamismo que a fé propicia, cresce nas tuas
aspirações, impulsionando a vontade na diretriz da
edificação de ti mesmo, superando impedimentos
e revestindo-te de coragem com que triunfarás nos
tentames da evolução.
Conforme a intensidade da tua fé, agirás, fazendo da
tua vida aquilo em que realmente acreditas.
Joanna de Ângelis 1
1	 Episódios diários. Joanna de Ângelis, Cap. 45. Divaldo Franco
24 25
Inesperada
a salvação
Constitui força motriz para a caridade -
a virtude por excelência -, em cujo labor
o espírito se engrandece e alcança a
plenitude.
Num país europeu, certa tarde, muito
chuvosa, um maquinista, cheio de fé em
Deus, começando a acionar a locomotiva
com o trem repleto de passageiros para
a longa viagem, fixou o céu escuro e
repetiu, com muito sentimento, a oração
dominical.
O comboio percorrei léguas e léguas,
dentro das trevas densas, quando, alta
noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns
sinais que lhe pareceram feitos pela
sombra de dois braços angustiados a lhe
pedirem atenção e socorro.
Emocionado, fez o trem parar, de
repente, e, seguido de muitos viajantes,
correu pelos trilhos de ferro, procurando
verificar se estavam ameaçados de algum
perigo.
Depois de alguns passos, foram
surpreendidos por gigantesca inundação
que, invadindo a terra com violência,
destruíra a ponte que o comboio deveria
atravessar.
O trem fora salvo, milagrosamente.
Tomados de infinita alegria, o
maquinista e os viajores procuraram
a pessoa que lhes fornecera o aviso
salvador, mas ninguém aparecia.
Intrigados, continuaram na busca,
quando encontraram no chão um grande
morcego agonizante. O enorme voador
batera as asas, à frente do farol, em
forma de dois braços agitados e caíra sob
as engrenagens. O maquinista retirou-o
com cuidado e carinho, mostrou-o aos
passageiros assombrados e contou
como orara, ardentemente, invocando a
proteção de Deus, antes de partir. E, ali
mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que
acabava de morrer, exclamando em alta
voz:
- Pai Nosso, que estás no céu,
santificado seja o teu nome, venha a
nós o teu reino, seja feita a tua vontade,
assim na Terra como no céu; o pão nosso
de cada dia dá-nos hoje perdoa as nossas
dívidas, assim como perdoamos aos
nossos devedores, não nos deixes cair em
tentação e livra-nos do mal, porque teu
é o reino, o poder e glória para sempre.
Assim seja.
Quando acabou de orar, grande
quietude reinava na paisagem.
Todos os passageiros, crentes e
descrentes, estavam também ajoelhados,
repetindo a prece com amoroso
respeito. Alguns choravam de emoção
e reconhecimento, agradecendo ao Pai
Celestial, que lhes salvara a vida, por
intermédio de um anima
l que infunde tanto pavor às criaturas
humanas. E até a chuva parara de cair,
como se o céu silencioso estivesse
igualmente acompanhando a sublime
oração.
Meimei 1
1	 Ideias e ilustrações. Diversos, Cap. 6. Francisco
Cândido Xavier
26 27
A mensagem que Jesus nos deixou, Ele a deixou para toda a Humanidade.
Não foi fundador de nenhuma religião em particular. O Seu Evangelho foi
destinado aos corações humanos em geral.
Ele se fez a ponte entre o Homem e Deus, buscando religar-nos com o Pai.
Trouxe-nos e Boa Nova como roteiro seguro para alcançarmos o Reino
Celeste.
Convidou-nos para segui-Lo, os que assim desejássemos, e confirmou ser o
Caminho, a Verdade e a Vida, de modo que, com Ele, chegaríamos à Deus.
Olhando o mundo atual, podemos concluir o quanto faz falta Jesus no
coração dos homens.
E, com nosso coração plenificado com a fé em Jesus Cristo, Guia e Modelo
de todos nós, acompanhemos o poema de João Cabete, que bem reflete
nossas aspirações:
FIM DOS TEMPOS
Vem Jesus, Divino amigo, vem trazer a tua paz,
Só tu és o nosso abrigo que venturas mil nos traz.
Vem, oh meigo nazareno este mundo consolar.
Vem com teu olhar sereno toda a Terra iluminar.
Afastar do mundo a guerra, o chacal devorador
Que destrói tudo na Terra, espalhando luto e dor.
Há gemidos de aflição; já não há mais primaveras.
Criancinhas pedem pão. Homens lutam como feras.
Vem Senhor! Vem reflorir os caminhos.
Vem Senhor! Vem perfumar corações,
Exterminar a dor e fazer calar os canhões.
Vem Senhor! Com teu amor tão profundo
Iluminar consciências e fazer feliz o mundo.
P onte
a
28 29
Vem!“E quem o ouve, diga: - Vem. E quem tem sede,
venha.” – (Apocalipse, 22:17.)
A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as
idades.
Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante
extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito.
Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença.
A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem,
frequentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo.
Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo.
Não te perturbes, porém.
Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a
madureza te inclina a horizontes mais vastos.
Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te.
Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu
Testamento de Amor: - “Vem!”
Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.
O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas
renovadoras...
Entretanto, é preciso saibas querer.
O Senhor jamais nos fará violência.
Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo?
Vem!
Jesus reserva-te os braços abertos.
Vem e atende-o ainda hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de
serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas
não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que
nem todos os dias são iguais.
Emmanuel 1
1	 Fonte viva. Emmanuel, Cap. 152. Francisco Cândido Xavier
Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos
aceitos sem exame. Mas a fé é também a convicção que anima o
homem e o arrasta para outros objetivos. Há a fé em si mesmo, numa
obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, o
poeta, o pensador, a fé é o sentimento de ideal, a visão desse foco
sublime, iluminado pela mão divina nos píncaros eternos, para guiar a
Humanidade na direção do belo e do verdadeiro.
30 31
Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das
Sessões públicas da Casa de Ismael, na Av. Passos.
Era uma noite de terça –feira do mês de junho de 1896.
Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma
chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava
às almas de quantos, encarnados e desencarnados, lhe
ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do Livro
da Vida!
Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de
ouvintes como os do próprio Orador.
Acabada a Sessão, descera Bezerra com passos tardos,
ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita
Brasileira.
E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se
ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem
o descuido e ia descendo e afagando a todos que o
esperavam, ávidos de seus conselhos, dos seus sorrisos,
do seu olhar manso e bom.
No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de
seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e
amarrotada.
Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali
estava um Caso, todo particular, para ele resolver.
Oh! Bendito os que têm olhos no coração!
E Bezerra os tinha e os tem!
E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com
atenção, o desabafo e o pedido:
- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e os
dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê,
estou sem alimento e febril!
- Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum
dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem
do bonde...
- Tornou-se mais apiedado e apreensivo.
- E levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa Prece muda, pediu Inspiração a Maria Santíssima, seu
Anjo Tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão:
- Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? A Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida?
- Tenho e muita, Dr. Bezerra!
- Pois, então, em seu Santíssimo Nome, receba este abraço.
- E abraçou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente. E, despedindo-se:
- Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção do Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faça o mesmo com todos os
seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no Amor da Rainha do Céu, que seu Caso há de ser resolvido.
Bezerra partira.
A caminho do lar meditava: teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e
doente?
E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço. Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já
não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda
da alma ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara...
E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte
de um seu semelhante, chegou ao lar.
*
Uma semana passara-se.
Bezerra não se recordava mais do sucedido.
Muitos eram os problemas alheios.
Após a sessão de outra terça-feira, descia as
escadas da Federação.
Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na
fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe
o braço e lhe diz:
- Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço
milagroso que me deu na semana passada, neste
local e nesta mesma hora. Daqui saí logo sentindo-
me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei
minha mulher e meus filhos. Na linguagem do
coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que
bebemos, e demos aos familiares, parece, continha
alimento; pois dormimos todos bem. No dia seguinte,
estávamos sem febre e como que alimentados... E
veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta,
que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu o meu
problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego,
no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a
grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si
mesmo, maior e melhor do que dinheiro!
- O ambiente era tocante!
Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como
do irmão beneficiado e desconhecido.
E uma prece muda, de dois corações unidos, numa
mesma força gratulatória, subiu aos Céus, louvando
Aquela que é, em verdade, a Porta de nossas
Esperanças, a Mãe Sublime de todas as Mães, a
Advogada querida de todas as Nossas Causas!
Louvado seja o nome de Maria Santíssima!
E abençoado seja o nome de quem, em seu Nome,
num Abraço, fez maravilhas, a verdadeira Caridade
Desconhecida! 1
1	 Lindos casos de Bezerra de Menezes. Ramiro
Gama.
M aravilhas
um abraço,
em nome da virgem,
faz
32 33
J esusfala aos nossos corações
EIS O CELESTE PEDIDO:
“Não se turbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim.” (João 14 : 1)
“Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim. Crede-o, ao menos, por causa destas obras.” (João
14 : 11)
“ Credes agora?” (João 16 : 31)
EIS O CELESTE CONVITE:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descan-
so.” (Mateus 11 : 28)
“Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
(Mateus 11: 29 e 30)
Por fim, também fala-nos ao coração, o Venerando Espírito Bezerra de Menezes: 1
Bem-aventurados aqueles que ouviram o chamado e que seguiram a voz do seu
pastor; ditosos os que se transformaram no farol que aponta as penedias traiçoeiras,
no mar agitado da vida; ditosos aqueles que compreenderam o impositivo de amar,
servir, chorar e passar, cantando o hino da esperança no olvido dos corações, com os
olhos fitos na divina justiça e na excelsa misericórdia.
1	 Compromissos iluminativos. Bezerra de Menezes, Cap. 16. Divaldo Franco
Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as
épocas da Humanidade.
Allan Kardec
34 35
Fé
a
verdadeira
1.	 As crenças representam uma das estruturas mais importantes do
comportamento. São as regras pelas quais vivemos!
2.	 No sentido comum a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata,
manifesta-se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme
se apresentam, sem mais amplas indagações, constituindo particular e especial
manifestação do ser.
3.	 Se você mudar uma só crença, também modificará muito do seu
comportamento. Crenças agem como profecias autorrealizáveis. Mas, se você
mudar apenas um dos aspectos do seu comportamento, provavelmente não estará
mudando crenças.
4.	 O fato de saber sobre certa religião, o fato de frequentar templos religiosos,
não significa que tenha se estabelecido a crença a respeito. E, por conseguinte,
o comportamento esperado não chega. A reforma íntima não acontece. Pois os
valores existenciais continuam os mesmos. Ainda não se sentiu necessidades para
reformular pensamentos, valores e atitudes. Ainda não houve suficiente estímulo
para mudanças.
5.	 São as nossas crenças que ordenam os nossos valores de vida.
6.	 Mas as crenças são adquiridas, conquistadas, e são mutáveis. Aceitas e
adotadas por nós.
7.	 Para se ter fé não é preciso ter religião institucional, é preciso conhecer,
pensar e sentir, isso sim, dando margem para que o coração não seja abafado pelos
gorjeios da razão, e para que a razão não se amolente sob os impulsos da emoção.
A fé é o resultado da harmonia entre o saber e o sentir!
8.	 O primeiro (efeito do conhecimento do Espiritismo) e mais geral consiste e
desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com
absoluta indiferença para as questões espirituais.
9.	 A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento
cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
10.	 A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que
resumo
propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se,
emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
11.	 Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe
de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo
desenvolvimento dos filhos que gerou.
12.	 Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos aceitos
sem-exame. Mas a fé é também a convicção que anima o homem e o arrasta para
outros objetivos. Há a fé em si mesmo, numa obra material qualquer, a fé política, a
fé na pátria.
13.	 A fé é mãe dos nobres sentimentos e das grandes ações. O homem
profundamente convencido permanece inabalável diante do perigo, como no meio
das provas. Acima das se¬duções, das adulações, das ameaças, mais alto que as
vozes da paixão, ouve uma voz que ecoa nas profundezas da sua consciência e
cujos ruídos o sustentam na luta, advertem-no nas horas perigosas.
14.	 Para produzir tais resultados, a fé deve repousar sobre o fundamento sólido
que lhe oferecem o livre exame e a li¬berdade de pensar. Ao invés de dogmas e de
mistérios, deve apenas reconhecer os princípios decorrentes da observação direta,
do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita.
15.	 Realiza-se, porém, a fé, na sua plenitude, quando é consequência da razão.
16.	 A fé natural, à medida que se apoia no objeto que lhe constitui a crença,
transcende a própria capacidade, transformando-se em estado de espírito.
17.	 Sendo a Doutrina Espírita a Religião que estua no fato comprovado
da Imortalidade, faculta à fé os óleos mantenedores da sua flama, através da
consistência dos seus postulados, decorrentes da observação, da confirmação
incontestável e dos conceitos relevantes que lhe constituem a linha ético-filosófica
de afirmação.
18.	 A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão, constitui equipamento
de segurança para a travessia feliz da existência corporal.
19.	 Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro.
20.	 Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões em torno da vida e da
sua superior finalidade.
21.	 Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e na incondicional ação
do bem.
22.	 Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as
épocas da Humanidade.
36 37
ROTEIRO
o celeste
Resenha de Estudos Espíritas
no
11
15 de março de 2016
Unidade em estudo: Eu Sou o Caminho
tema:
abordagem:
parte segunda:
título desta edição:
Eu e Deus
A conquista da fé
A fé verdadeira
objetivo do tema abordado:
observação:
Objetiva-se neste fascículo fundamentar que
a fé é conquista de esforço pessoal, e são as
nossas crenças os princípios que orientam
nossas ações. Logo, alicerçarmo-nos em
crença verdadeira, nos permitirá viver valores
verdadeiros. Ao que e à quem seguimos?
Além das Notas de Referência para as
citações contidas no texto de abordagem
do assunto, ao final seguem referências
bibliográficas, que recomendamos sejam
lidas e estudadas, pois ali se encontra
conhecimento que irá dar maior substância
ao que ora nos dispomos aprender neste
fascículo.
série Sugestões bibliográficas
•	 KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XIX
•	 TEIXEIRA, Raul. Quem é o Cristo? Francisco de Paula Vitor. Cap.: 7
•	 ________. Em nome de Deus. José Lopes Neto. Cap.: A respeito da crença em Deus; Confia em
Deus
•	 FRANCO, Divaldo P. Lampadário espírita. Joanna de Ângelis. Cap.: 3 	
•	 ________. Leis morais da vida. Joanna de Ângelis. Cap.: 54
•	 ________. Entrega-te a Deus. Joanna de Ângelis. Cap.: 10, 11
•	 ________. Rumo às estrelas. Diversos. Cap.: 24
•	 XAVIER, Francisco C. Rumo certo. Emmanuel. Cap.: 39
•	 ________. Vinha de luz. Emmanuel. Cap.: 92
•	 ________. Caminho, verdade e vida. Emmanuel. Cap.: 22, 23, 87, 88, 124, 159
•	 XAVIER, Francisco C. e VIEIRA Waldo. O espírito da verdade. Diversos. Cap.: 6, 19, 29, 44, 54, 81

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  • 1. 1 RESENHA spíritas DE ESTUDOS E março 2016 NO . 11 ESPIRITISMO ESTUDADO semeando conhecimento iluminativo descortinando novos horizontes às criaturas humanas estimulando a prática incondicional do bem enaltecendo Jesus especialmente ao principiante espírita
  • 2. 2 3 Crenças as Conforme Robert Dilts, as crenças representam uma das estruturas mais importantes do comportamento. São as regras pelas quais vivemos! Não se trata daquilo que simplesmente dizemos acreditar, mas aquilo sobre o qual agimos. Quando realmente acreditamos em algo, nos comportamos de maneira congruente com essa que nossas crenças se mostraram corretas, naquele momento. Portanto, as crenças são generalizações que fazemos a nosso respeito, acerca de outras pessoas e do mundo ao nosso redor. Elas são os princípios que orientam nossas ações e efetivamente formam nosso mundo social. O homem é aquilo que ele acredita, conforme Anton Tchecov. A crença é essa convicção que anima o homem e o arrasta para outros objetivos. Há a crença em si mesmo, numa obra material qualquer, a crença política, a crença na pátria etc. Para o artista, o poeta, o pensador, a crença é o sentimento de ideal, a visão desse foco sublime, iluminado pela mão divina nos píncaros eternos, para guiar a Humanidade na direção do belo e do verdadeiro. No sentido comum a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta-se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme se apresentam, sem mais amplas indagações, constituindo particular e especial manifestação do ser. Ninguém está isento da sua realidade, porquanto é parte integrante de cada vida. Naturalmente procede da ancestralidade do próprio homem, resultado de experiências objetivas ou não, que se lhe implantaram no inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo automático em que se fundamenta. Embora tenhamos crenças essenciais que são muito arraigadas e importantes para nós, também podemos ser flexíveis naquilo que escolhemos acreditar em determinadas áreas de nossa vida. As crenças não são fixas e imutáveis. Por isso, a pergunta que devemos fazer sobre qualquer crença é: Ela é útil e adequada para mim? Nos faz bem? Faz bem aos que estão ao nosso derredor? Contribui para a construção de um mundo melhor? crença. São os nossos melhores palpites frente à realidade e formam nossos modelos mentais - os princípios pessoais pelos quais o mundo parece funcionar, com base em nossa experiência e nossos pontos de vista. Crenças não são fatos, embora muitas vezes as confundamos com fatos. Geralmente, pensamos nas crenças como “tudo ou nada” e achamos que as coisas nas quais acreditamos são sempre verdadeiras. Entretanto, um minuto de reflexão é o suficiente para percebermos que, no decorrer de nossa vida, modificamos muitas das nossas crenças. Por exemplo, é improvável que você ainda acredite em Papai Noel. Quem já não se pegou dizendo: “eu avisei”? Essa é uma frase que traz satisfação porque significa
  • 3. 4 5 Não é sábio quem sabe muitas coisas e sim quem sabe coisas úteis, segundo Ésquilo O fato comprovado de que as crenças têm uma forte tendência a se tornar realidade é o que lhe dá poder. Se você mudar uma só crença, também modificará muito do seu comportamento. Crenças agem como profecias autorrealizáveis. Mas, se você mudar apenas um dos aspectos do seu comportamento, provavelmente não estará mudando crenças. Quando falamos de comportamento, falamos de atitudes, de hábitos. Apenas para efeito de raciocínio, consideremos que façamos uso (comportamento) regular de determinado alimento ou substância, por entender que ele nos faz bem (crença). Num dado momento, somos convencidos que esse alimento ou substância está nos causando graves problemas de saúde. Com o devido esforço, mudamos ou refazemos nossa crença de até então, e, por conseguinte, passamos a nos abster daquele alimento ou substância. Naturalmente, tanto quanto a nova crença vai se consolidando, vai se caracterizando um novo comportamento correspondente, de modo tranquilo e paulatino. Crenças têm que produzir ação se forem significar alguma coisa; porquanto crenças são princípios de ação, não são ideais vazios. Para ser proveitosa, a crença tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Exemplo conhecido pela História quando Saulo de Tarso dirigia-se a Damasco, a fim de impor dura reprimenda ao movimento cristão nascente, conforme estava autorizado pelo Sinédrio. Às portas de Damasco, ele se depara com a notável visão de Jesus, em Espírito, que lhe pergunta: Saulo, por que me persegue? Numa conversão instantânea de crença, deixa de ser o perseguidor e passa a ser seguidor de Jesus, perguntando, naquela ocasião, por sua vez, ao Meigo Rabi: Senhor, que deseja que eu faça? É certo que, mudando-se efetivamente certa crença, muda-se comportamento decorrente. É consequência natural e espontâneo. Porém, é certo também que, se apenas adotamos determinado e momentâneo comportamento, pela circunstância, pela conveniência, pela necessidade, sem a correspondente mudança na crença que promovia o dito comportamento, oportunamente, em dada ocasião, prevalecerá a crença não mudada, fazendo com que, mais dia menos dia, retomemos comportamento anterior. É o caso dos regimes alimentares, das tentativas de deixar de fumar e outras práticas, iniciados e não concluídos. Há hábitos tão intensos e arraigadas, que a resistência a mudanças é grande. Quem já não ouviu contar que há pessoas sob regime alimentar que “assaltam” a própria geladeira na calada da noite, ou se escondem para fumar? Ou seja, em casos assim, a pessoa foi informada que precisa de mudanças comportamentais, mas ela ainda não se convenceu disso (não adotou a nova crença). São ensinos de Emmanuel 1 , Espírito: A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente. Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura. A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço. No caso da crença ou fé religiosa, a regra é a mesma. O fato de saber sobre certa religião, o fato de frequentar templos religiosos, não significa que tenha se estabelecido a crença a respeito. E, enquanto isso não se dá, o novo comportamento 1 Vinha de luz. Emmanuel, Cap. 40. Francisco Cândido Xavier decorrente não chega. A reforma íntima prevista não acontece. E não acontece pelo fato de que valores existenciais até então continuam os mesmos. Os ensinos novos recebidos, ainda não alcançaram entendimento a ponto de despertarem necessidades pessoais de reformular pensamentos, valores e atitudes. Ainda não terá havido suficiente estímulo para mudanças, uma vez que o ensino novo não foi bem entendido, não se fez conhecimento adquirido em intensidade suficiente para alterar crenças antigas. Na medida da compreensão, o conhecimento vai deixando o nível do consciente para penetrar paulatinamente em direção do subconsciente, em trabalho contínuo de reformulações e ou substituições, de desidentificações com certos paradigmas, e, por fim, se instalar no inconsciente, território do já pensado, do já sabido e do já assimilado, onde se movimentam e de onde eclodem nossos hábitos, os quais externamos em ações no cotidiano, como estado de espírito. O que ali já está armazenado (ou que vai se armazenar), que vai alterado pelo esforço da persistência de uma vontade determinante, naturalmente procede da ancestralidade do próprio homem, resultado de experiências objetivas ou não, que se lhe implantaram no inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo automático em que se fundamenta. É do finalismo de Deus, que o de melhor nos dominará o ser logo mais no futuro, que não está tão próximo, mas também não está tão distante, de modo que um dia repetiremos com o Apóstolo Paulo 2 : Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim. E já podemos perceber a perfeita integração e transcendência, mesmo que palidamente, da profunda afirmação de Jesus 3 : Eu e o Pai somos um. 2 Gálatas 2:20 3 João 10:30 E também nos permite entendimento da assertiva de Jesus: Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai, que está nos céus. 4 São as nossas crenças que ordenam os nossos valores de vida. E as crenças são adquiridas, conquistadas, e são mutáveis. Aceitas e adotadas por nós. Steve Beckman disse, com muita propriedade: Você faz suas escolhas, e suas escolhas fazem você. Resta-nos rever nossas crenças sobre a vida, como um todo, e sobre a vida e nossa relação com Deus, em particular. Precisamos bem compreender o sentido existencial. As razões da vida. E buscar ter objetivos bem definidos sobre a vida e o viver. Se você quiser ser feliz, determine um objetivo e comande seus pensamentos, liberte suas energias e inspire suas esperanças, recomenda citação de Andrew Carnegie. Leiamos o que nos diz Allan Kardec 5 : Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. 4 Mateus 7 : 21 5 O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XIX, item 7
  • 4. 6 7 Tende, pois, como certo que os que dizem: “Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos”, apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela. Ergamo-nos em alcance da consciência, para senhorear o próprio caminho. Hora de assumirmos a autoria de nossa própria história pessoal. Diante da vida, precisamos indagar a nós mesmos o que fazemos, o que desejamos, a que propósitos atendemos e a que finalidades se destinam. Vamos assumir o controle da direção do barco da vida. Queremos, podemos, fazemos. Inicialmente, duvide de tudo o que o controla, critique todo pensamento perturbador e determine estrategicamente onde quer chegar. Diz Augusto Cury 6 : Duvide de todas as suas falsas crenças. Duvide de que não consiga superar seus conflitos, suas dificuldades, seus desafios, seus medos, sua dependência. Duvide de que não consiga ser autêntico, transparente, honesto consigo mesmo. Duvide de que não consiga ser livre nem autor da própria história. Duvide de que não consiga brilhar como pai/mãe, ser humano e profissional. Lembre-se de que tudo aquilo em que você crê o controla. Se não duvidar frequentemente das suas falsas crenças, elas escravizarão você e você não conseguirá reeditar o filme do inconsciente. Critique cada ideia pessimista, cada preocupação excessiva e cada pensamento angustiante. Jamais esqueça de que cada 6 Controle o estresse pensamento negativo deve ser combatido pela arte da crítica. Critique a ansiedade, a agitação mental, a necessidade de estar em evidência social. Questione seu medo do futuro, de não ser aceito, de falhar. Determine estrategicamente sem livre, não ser escravo de seus conflitos. Entre desejar e determinar, há uma lacuna imensa. Não basta desejar; é preciso determinar com disciplina, mesmo que o mundo desabe sobre você. Determine lutar por seus sonhos, ter uma mente saudável e generosa. Decida continuamente ter um romance com a própria história e jamais se abandonar. Determine aprender todos os dias e agradecer mais e reclamar menos, a abraçar mais e julgar menos, a elogiar mais e condenar menos. Duvide, critique, determine. Buscar conhecer nossas crenças é enriquecer o nosso autoconhecimento. É preciso conhecer, pensar e sentir cada uma delas, dando margem para que o coração não seja abafado pelos gorjeios da razão, e para que a razão não se amolente sob os impulsos da emoção. A crença essencial e duradoura é o resultado da harmonia entre o saber e o sentir! E arremata, Joanna de Ângelis 7 , Espírito: Realiza-se, porém, a crença, na sua plenitude, quando é consequência da razão. Quando se apoia no objeto que lhe constitui a crença, transcende a própria capacidade, transformando-se em estado de espírito. Tem a propriedade de abrasar o espírito, dispô- lo aos lances arrojados. Quando honestamente elaborada é calma e fecunda, propiciando equilíbrio físico e psíquico que sustenta a vida humana. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso? 8 7 Estudos espíritas. Cap. 14. Divaldo Franco 8 João, 11:26 Fépara se ter Muita gente se atormenta ao constatar que não tem fé. Muitas pessoas supõem que a fé se caracterize por práticas exteriores de emoções alteradas, quase sempre presas aos anseios exibicionistas, quando mais se pretendem mostrar para os outros do que iluminar-se por dentro. Quantos deixam de se alimentar como se os jejuns de comida or um dia sem nenhuma utilidade para ninguém agradasse a Deus? Pensam que seja isso a fé. Quantos fazem acordos com divindades, com entidades, prometendo-lhes ofertas de cunho material: comidas, bebidas, flores e objetos variados? Admitem que nisso esteja a fé. Quantos se martirizam física e mentalmente, sangram-se, mutilam-se, a fim de aplacar as torturas conscienciais? Supõem que a fé possa estar apoiada nessas
  • 5. 8 9 práticas. Embora o respeito que devemos ter pelas diversas fases das crenças e da fé terrena, e importante refletir sobre esse fenômeno da fé que, em si mesmo, não é propriamente pertencente às religiões. O fenômeno da fé pertence à vida. Disso decorre a fé no médico e no cozinheiro; a fé no farmacêutico e no chofer, no professor e no juiz, no engenheiro e no pedreiro e assim por diante. Cada um é portador natural da fé. Para se ter fé não é preciso ter religião institucional, é preciso conhecer, pensar e sentir, isso sim, dando margem para que o coração não seja abafado pelos gorjeios da razão, e para que a razão não se amolente sob os impulsos da emoção. A fé é o resultado da harmonia entre o saber e o sentir! Benedita Maria1 1 Ações Corajosas para Viver em Paz. Espírito Bene- dita Maria. Cap. 21. Raul Teixeira Fé“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica infrutífera.” - Jesus. (Marcos, 4:19.) A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente. Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura. Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento. Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa. Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina. A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço. A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.
  • 6. 10 11 Acordar necessário Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis consequências. A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo. Não se faz possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de vermes e malfeitores, atacando a obra. A lição do Evangelho é semente viva. O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra. É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico de defesa. Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam os tóxicos dos maus livros, as opiniões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto- exame. Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um. Emmanuel 1 1 Vinha de luz. Emmanuel, Cap. 40. Fancisco Cândi- do Xavier “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” — Paulo. (Efésios, 5, 14.) Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra. Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores. Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender. A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho. Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça. Emmanuel 1 1 Pão nosso. Emmanuel, Cap. 68. Francisco Cândido Xavier
  • 7. 12 13 Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou. A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor? Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira. A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma. ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida. Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé. - José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862). 1 1 O evangelho segundo o Espiritismo. Allan Kardec, Cap. 19, item 11 Fé mãe da esperança e da caridade
  • 8. 14 15 Espiritismo efeitos da compreensão do (...) Os que compreendem o Espiritismo filosófico e nele veem outra coisa, que não somente fenômenos mais ou menos curiosos, diversos são os seus efeitos. O primeiro e mais geral consiste e desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais. Daí lhe advém o desprezo pela morte. Não dizemos o desejo de morrer; longe disso, porquanto o espírita defenderá sua vida como qualquer outro, mas uma indiferença que o leva a aceitar, sem queixa, nem pesar, uma morte inevitável, como coisa mais de alegrar do que de temer, pela certeza que tem do estado que se lhe segue. O segundo efeito, quase tão geral quanto o primeiro, é a resignação nas vicissitudes da vida. O Espiritismo dá a ver as coisas de tão alto, que, perdendo a vida terrena três quartas partes da sua importância, o homem não se aflige tanto com as tribulações que a acompanham. Daí, mais coragem nas aflições, mais moderação nos desejos. Daí, também, o banimento da ideia de abreviar os dias da existência, por isso que a ciência espírita ensina que, pelo suicídio, sempre se perde o que se queria ganhar. A certeza de um futuro, que temos a faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação. O horizonte se lhe dilata ao infinito, graças ao espetáculo, a que assiste incessantemente, da vida de além-túmulo, cujas misteriosas profundezas lhe é facultado sondar. O terceiro efeito é o estimular no homem a indulgência para com os defeitos alheios. Todavia, cumpre dizê-lo, o princípio egoísta e tudo que dele decorre são o que há de mais tenaz no homem e, por conseguinte, de mais difícil de desarraigar. Toda gente faz voluntariamente sacrifícios, contanto que nada custem e de nada privem. Para a maioria dos homens, o dinheiro tem ainda irresistível atrativo e bem poucos compreendem a palavra supérfluo, quando de suas pessoas se trata. Por isso mesmo, a abnegação da personalidade constitui sinal de grandíssimo progresso. Allan Kardec 1 1 O livro dos Espíritos. Allan Kardec, Conclusão, item VI
  • 9. 16 17 A fé é a confiança do homem nos seus destinos, o sentimento que o leva na direção da Potência Infinita é a certeza de estar seguro no caminho que conduz à verdade. A fé cega é como um fanal, cujo foco vermelho não pode atravessar o nevoeiro; a fé esclarecida é um farol poderoso que ilumina com uma viva claridade a estrada a percorrer. Não se adquire essa fé sem ter passado pelas provas da dúvida, por todas as angústias que vêm sitiar os investigadores. Há aqueles que não atingem senão a uma opressiva incerteza e que flutuam, longo tempo, entre correntes contraditórias. Feliz daquele que crê, sabe, vê e caminha com segurança! Sua fé é profunda, inabalável. Ela o torna capaz de superar os maiores obstáculos. É nesse sentido que se pode dizer, no sentido figurado, que a fé transporta montanhas, as montanhas representam, aqui, as dificuldades no caminho dos inovadores, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material. Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos aceitos sem exame. Mas a fé é também a convicção que anima o homem e o arrasta para outros objetivos. Há a fé em si mesmo, numa obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, o poeta, o pensador, a fé é o sentimento de ideal, a visão desse foco sublime, iluminado pela mão divina nos píncaros eternos, para guiar a Humanidade na direção do belo e do verdadeiro. A fé religiosa que faz abstração da razão e se reporta ao julgamento dos outros, que aceita um corpo de doutrina, verdadeiro ou falso e a ele se submete sem controle, é a fé cega. Na sua impaciência, nos seus excessos, recorre, à vontade, ao constrangimento Fé, esperança, consolações
  • 10. 18 19 a fé no futuro infinito, a fé na Justiça, na Suprema Bondade! Compenetrados da ideia de que essa vida não é senão um instante no conjunto da nossa existência imortal, aceitamos com paciência os males inevitáveis que ela engendra. A perspectiva dos tempos que se nos abrem, dar-nos-á o poder de dominar as misérias presentes e de nos colocar acima das flutuações da fortuna. Sentir-nos-emos mais livres, mais bem armados para a luta. Conhecendo a causa dos seus males, o espírita compreende a necessidade deles. Sabe que o sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar. Para ele, a morte nada destrói, os laços afetivos persistem na vida de além-túmulo, e todos aqueles que aqui se amaram, reencontram-se, libertos das misérias terrestres, longe dessa dura morada; só há separação para os maus. Dessas convicções resultam consolações desconhecidas dos indiferentes e dos céticos. Se, de uma extremidade à outra do globo, todas as almas se comunicassem nessa fé poderosa, assistir- se-ia à maior transformação moral que a História jamais registrou. Entretanto, essa fé, bem poucos homens a possuem. O Espírito de Verdade falou à Terra, mas esta não prestou atenção aos seus apelos. Não foram os poderosos que o escutaram, foram os humildes, os pequenos, os deserdados, todos aqueles que têm sede de esperança. A revolução espírita encontrou, primeiro, uma viva oposição nos meios religiosos e científicos. Esse estado de coisas tende a atenuar-se. Bem poucos homens têm a coragem de se desdizerem e de confessar que se enganaram; a maioria prefere combater durante toda sua vida uma verdade que pode comprometer seus interesses, ou arruinar suas afirmações. Outros, em segredo, reconhecem a beleza, a grandeza dessa doutrina; mas suas exigências morais os assustam. Presos aos seus prazeres, querendo viver à sua maneira, sem se preocupar com o Além, afastam de seu pensamento tudo o que os levaria a romper com esses hábitos perniciosos, mas desejados. Esses comportamentos serão para eles, em consequência, a fonte de amargas recordações. Nossa sociedade enfebrecida preocupa- se mediocremente com um ensino moral. Muitas opiniões contraditórias se chocam, se entrechocam; em meio a esse estado confuso, elevado pelo turbilhão da vida material, o homem pouco reflete. Mas todo espírito sincero que procura a fé e a verdade encontrá-las-á na nova revelação. Uma influência do Alto derramar-se-á sobre ele e o guiará na direção dessa luz nascente que, um dia, iluminará a Humanidade inteira. Léon Denis 1 1 Depois da morte. Léon Denis, Cap. 44 e conduz ao fanatismo. Encarada sob esse aspecto, a fé é ainda um móvel poderoso. Ela ensinou aos homens a humilharem- se e a sofrer. Pervertida pelo espírito de dominação, foi a causa de muitos crimes, mas, nas suas consequências funestas, mostra-nos, ainda, a extensão dos recursos que nela estão. Ora, se a fé cega pode produzir tais efeitos, o que não fará a fé apoiada na razão, a fé que julga, discerne e compreende? Alguns teólogos exortam- nos a desprezar a razão, a renegá-la, a esmigalhá-la sob os pés. Fazem objeção a todos os erros nos quais a razão caiu e parecem esquecer que é a própria razão que nos ajudou a corrigi-los. Devemos, pois, renegá-la, mesmo quando revela-nos o que é o bem e o belo? A razão é uma faculdade superior, destinada a nos esclarecer sobre todas as coisas; desenvolve-se e aumenta com o exercício, como todas as nossas faculdades. A razão humana é um reflexo da Razão Eterna: “É Deus em nós”, disse São Paulo. Desconhecer seu valor, sua utilidade, é desconhecer a natureza humana e ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que todas duas são solidárias. Elas se fortalecem e vivificam-se uma a outra. Sua união descortina ao pensamento um campo mais vasto; ela harmoniza nossas faculdades e nos proporciona a paz interior. A fé é mãe dos nobres sentimentos e das grandes ações. O homem profundamente convencido permanece inabalável diante do perigo, como no meio das provas. Acima das seduções, das adulações, das ameaças, mais alto que as vozes da paixão, ouve uma voz que ecoa nas profundezas da sua consciência e cujos ruídos o sustentam na luta, advertem-no nas horas perigosas. Para produzir tais resultados, a fé deve repousar sobre o fundamento sólido que lhe oferecem o livre exame e a liberdade de pensar. Ao invés de dogmas e de mistérios, deve apenas reconhecer os princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita. A filosofia dos espíritos nos oferece uma crença que, por ser racional, é tanto mais robusta. O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e de progresso, tudo isso imprime à fé um duplo caráter de calma e de certeza. O que se pode temer, com efeito, quando se sabe que nenhuma alma pode perecer, que após as tempestades e as dilacerações da vida, para além da noite sombria onde tudo parece afundar-se, ver-se-á despontar o clarão radioso dos dias intermináveis? Quando a velhice gelada avança, colocando seu estigma sobre nossa testa, apagando nossos olhos, enrijecendo nossos membros, curvando-nos sob nosso peso, vêm então com ela a tristeza, o desgosto de tudo e a grande sensação de fadiga, uma necessidade de repouso, como uma sede do nada. Oh! Nessa hora de perturbação, nesse crepúsculo da vida, como satisfaz e reconforta, a pequena luz que brilha na alma do crente,
  • 11. 20 21 Fé CONCEITO - No sentido comum a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta- se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme se apresentam, sem mais amplas indagações. É inata em todos os homens, constituindo particular e especial manifestação do ser. Ninguém está isento da sua realidade, porquanto é parte integrante de cada vida. Naturalmente procede da ancestralidade do próprio homem, resultado de experiências objetivas ou não, que se lhe implantaram no inconsciente e cada vez mais se fixa pelo processo automático em que se fundamenta. Realiza-se, porém, a fé, na sua plenitude, quando é consequência da razão. A fé natural, à medida que se apoia no objeto que lhe constitui a crença, transcende a própria capacidade, transformando-se em estado de espírito. Tem a propriedade de abrasar o espírito, dispô- lo aos lances arrojados. Quando honestamente elaborada é calma e fecunda, propiciando equilíbrio físico e psíquico que sustenta a vida humana. DESENVOLVIMENTO - O Direito Romano considerava a fé nos contratos, dando-lhe o atributo de “ação de boa-fé”, ações essas enumeradas nas Institutos, de Gaio e de Justiniano, que elaboram as primeiras linhas em que fundamentavam tais regras. Posteriormente evoluiu o conceito no Direito moderno, dando-lhe mais ampla conotação. Psicologicamente exterioriza-se pela busca de fatos, mediante os processos da intuição e da dedução, através do consentimento do intelecto em decorrência de um testemunho. A fé religiosa, no entanto, concita à tácita aceitação dos dogmas e preceitos das Religiões, não poucas vezes eivados de superstições, impedindo o discernimento por parte dos fiéis. A Igreja Romana, tomando-a como um dos seus fundamentos, tornou-a uma das virtudes teologais, considerando-a qualidade essencial para a salvação do homem. A Reforma, a seu turno, constituiu-a única razão, fator primeiro e último, transformando-a na base sem a qual a salvação se faz impossível. Diverge da crença pura e simples, graças às razões como pela ação espiritual em que se sustenta. Enquanto a crença aceita algo verdadeiro ou falso, sem o concurso da razão, a fé transcende à própria razão, mediante sutilezas metafísicas, desdobrando-se em sentido especial. Indubitavelmente, para qualquer edificação, a fé se eleva a fator precípuo, através do qual se levantam e materializam os ideais de enobrecimento da Humanidade. Todavia, a fé que não produz é semelhante a lâmpada aparatosa que não esparze claridade: é inútil. Assim considerando, asseverava Tiago que a “fé sem as obras é inoperante”. Imperioso que a fé, no afã de engrandecer-se, indague, perquira, realize, a fim de poder resistir às circunstâncias adversas, às decepções de qualquer expressão, porquanto, fundamentada em fatos iniludíveis, sobrevive aos escombros e destroços das crenças ruídas e das Instituições malogradas. Para legitimar-se, a fé se deve consorciar com a razão que elucubra e analisa, passando pelo crivo da argumentação lógica tudo o em que crê. FÉ E ESPIRITISMO - Sendo a Doutrina Espírita a Religião que estua no fato comprovado da Imortalidade, faculta à fé os óleos mantenedores da sua flama, através da consistência dos seus postulados, decorrentes da observação, da confirmação incontestável e dos conceitos relevantes que lhe constituem a linha ético- filosófica de afirmação. Desse modo, a fé torna-se consciente, graças à experiência pessoal do crente em relação ao fato, dando-lhe ciência individual do conhecimento em que se afirma, libertando e felicitando o homem. Torna-se verdadeira, despertando os
  • 12. 22 23 sentimentos da humildade e da ponderação em que consubstancia os postulados espirituais que lhe servem de base. Constitui força motriz para a caridade - a virtude por excelência -, em cujo labor o espírito se engrandece e alcança a plenitude. Não foi por outra razão que Allan Kardec, o escolhido para embaixador do Espírito de Verdade, conceituou: “Fé inabalável só o é a que -pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.” ESTUDO E MEDITAÇÃO: “Em que consiste a adoração: “Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.” “Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino? “Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger.” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 649 e 650.) “(...) A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XIX, item 7.) Joanna de Ângelis 1 1 Estudos espíritas. Joanna de Ângelis, Cap. 14. Divaldo Franco Féforça da A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão, constitui equipamento de segurança para a travessia feliz da existência corporal. Luz acesa na sombra, aponta o rumo no processo humano para a conquista dos valores eternos. O homem sem fé é semelhante a barco sem bússola em oceano imenso. Quando bruxuleia a fé, e se apaga por falta do combustível que a razão proporciona, ei-lo a padecer a rude provação de ter que seguir em plena escuridão, sem apoio nem discernimento. A fé pode ser comparada a uma lâmpada acesa colocada nos pés, clareando o caminho. * Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro. Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões em torno da vida e da sua superior finalidade. Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e na incondicional ação do bem. A fé é campo para experiências transcendentes, que dilatam a capacidade espiritual do ser. Com o dinamismo que a fé propicia, cresce nas tuas aspirações, impulsionando a vontade na diretriz da edificação de ti mesmo, superando impedimentos e revestindo-te de coragem com que triunfarás nos tentames da evolução. Conforme a intensidade da tua fé, agirás, fazendo da tua vida aquilo em que realmente acreditas. Joanna de Ângelis 1 1 Episódios diários. Joanna de Ângelis, Cap. 45. Divaldo Franco
  • 13. 24 25 Inesperada a salvação Constitui força motriz para a caridade - a virtude por excelência -, em cujo labor o espírito se engrandece e alcança a plenitude. Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para a longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com muito sentimento, a oração dominical. O comboio percorrei léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem atenção e socorro. Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo. Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar. O trem fora salvo, milagrosamente. Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante. O enorme voador batera as asas, à frente do farol, em forma de dois braços agitados e caíra sob as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava de morrer, exclamando em alta voz: - Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e glória para sempre. Assim seja. Quando acabou de orar, grande quietude reinava na paisagem. Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam também ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida, por intermédio de um anima l que infunde tanto pavor às criaturas humanas. E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhando a sublime oração. Meimei 1 1 Ideias e ilustrações. Diversos, Cap. 6. Francisco Cândido Xavier
  • 14. 26 27 A mensagem que Jesus nos deixou, Ele a deixou para toda a Humanidade. Não foi fundador de nenhuma religião em particular. O Seu Evangelho foi destinado aos corações humanos em geral. Ele se fez a ponte entre o Homem e Deus, buscando religar-nos com o Pai. Trouxe-nos e Boa Nova como roteiro seguro para alcançarmos o Reino Celeste. Convidou-nos para segui-Lo, os que assim desejássemos, e confirmou ser o Caminho, a Verdade e a Vida, de modo que, com Ele, chegaríamos à Deus. Olhando o mundo atual, podemos concluir o quanto faz falta Jesus no coração dos homens. E, com nosso coração plenificado com a fé em Jesus Cristo, Guia e Modelo de todos nós, acompanhemos o poema de João Cabete, que bem reflete nossas aspirações: FIM DOS TEMPOS Vem Jesus, Divino amigo, vem trazer a tua paz, Só tu és o nosso abrigo que venturas mil nos traz. Vem, oh meigo nazareno este mundo consolar. Vem com teu olhar sereno toda a Terra iluminar. Afastar do mundo a guerra, o chacal devorador Que destrói tudo na Terra, espalhando luto e dor. Há gemidos de aflição; já não há mais primaveras. Criancinhas pedem pão. Homens lutam como feras. Vem Senhor! Vem reflorir os caminhos. Vem Senhor! Vem perfumar corações, Exterminar a dor e fazer calar os canhões. Vem Senhor! Com teu amor tão profundo Iluminar consciências e fazer feliz o mundo. P onte a
  • 15. 28 29 Vem!“E quem o ouve, diga: - Vem. E quem tem sede, venha.” – (Apocalipse, 22:17.) A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades. Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho. Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito. Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual. Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença. A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem, frequentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo. Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo. Não te perturbes, porém. Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos. Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te. Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor: - “Vem!” Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita. O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas renovadoras... Entretanto, é preciso saibas querer. O Senhor jamais nos fará violência. Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo? Vem! Jesus reserva-te os braços abertos. Vem e atende-o ainda hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que nem todos os dias são iguais. Emmanuel 1 1 Fonte viva. Emmanuel, Cap. 152. Francisco Cândido Xavier Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos aceitos sem exame. Mas a fé é também a convicção que anima o homem e o arrasta para outros objetivos. Há a fé em si mesmo, numa obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, o poeta, o pensador, a fé é o sentimento de ideal, a visão desse foco sublime, iluminado pela mão divina nos píncaros eternos, para guiar a Humanidade na direção do belo e do verdadeiro.
  • 16. 30 31 Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das Sessões públicas da Casa de Ismael, na Av. Passos. Era uma noite de terça –feira do mês de junho de 1896. Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava às almas de quantos, encarnados e desencarnados, lhe ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do Livro da Vida! Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de ouvintes como os do próprio Orador. Acabada a Sessão, descera Bezerra com passos tardos, ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita Brasileira. E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem o descuido e ia descendo e afagando a todos que o esperavam, ávidos de seus conselhos, dos seus sorrisos, do seu olhar manso e bom. No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada. Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali estava um Caso, todo particular, para ele resolver. Oh! Bendito os que têm olhos no coração! E Bezerra os tinha e os tem! E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo e o pedido: - Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e os dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril! - Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde... - Tornou-se mais apiedado e apreensivo. - E levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa Prece muda, pediu Inspiração a Maria Santíssima, seu Anjo Tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão: - Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? A Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida? - Tenho e muita, Dr. Bezerra! - Pois, então, em seu Santíssimo Nome, receba este abraço. - E abraçou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente. E, despedindo-se: - Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção do Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no Amor da Rainha do Céu, que seu Caso há de ser resolvido. Bezerra partira. A caminho do lar meditava: teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente? E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço. Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara... E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar. * Uma semana passara-se. Bezerra não se recordava mais do sucedido. Muitos eram os problemas alheios. Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da Federação. Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço e lhe diz: - Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora. Daqui saí logo sentindo- me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que bebemos, e demos aos familiares, parece, continha alimento; pois dormimos todos bem. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta, que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu o meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro! - O ambiente era tocante! Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido. E uma prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, subiu aos Céus, louvando Aquela que é, em verdade, a Porta de nossas Esperanças, a Mãe Sublime de todas as Mães, a Advogada querida de todas as Nossas Causas! Louvado seja o nome de Maria Santíssima! E abençoado seja o nome de quem, em seu Nome, num Abraço, fez maravilhas, a verdadeira Caridade Desconhecida! 1 1 Lindos casos de Bezerra de Menezes. Ramiro Gama. M aravilhas um abraço, em nome da virgem, faz
  • 17. 32 33 J esusfala aos nossos corações EIS O CELESTE PEDIDO: “Não se turbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim.” (João 14 : 1) “Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim. Crede-o, ao menos, por causa destas obras.” (João 14 : 11) “ Credes agora?” (João 16 : 31) EIS O CELESTE CONVITE: “Vinde a mim, todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descan- so.” (Mateus 11 : 28) “Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11: 29 e 30) Por fim, também fala-nos ao coração, o Venerando Espírito Bezerra de Menezes: 1 Bem-aventurados aqueles que ouviram o chamado e que seguiram a voz do seu pastor; ditosos os que se transformaram no farol que aponta as penedias traiçoeiras, no mar agitado da vida; ditosos aqueles que compreenderam o impositivo de amar, servir, chorar e passar, cantando o hino da esperança no olvido dos corações, com os olhos fitos na divina justiça e na excelsa misericórdia. 1 Compromissos iluminativos. Bezerra de Menezes, Cap. 16. Divaldo Franco Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. Allan Kardec
  • 18. 34 35 Fé a verdadeira 1. As crenças representam uma das estruturas mais importantes do comportamento. São as regras pelas quais vivemos! 2. No sentido comum a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta-se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme se apresentam, sem mais amplas indagações, constituindo particular e especial manifestação do ser. 3. Se você mudar uma só crença, também modificará muito do seu comportamento. Crenças agem como profecias autorrealizáveis. Mas, se você mudar apenas um dos aspectos do seu comportamento, provavelmente não estará mudando crenças. 4. O fato de saber sobre certa religião, o fato de frequentar templos religiosos, não significa que tenha se estabelecido a crença a respeito. E, por conseguinte, o comportamento esperado não chega. A reforma íntima não acontece. Pois os valores existenciais continuam os mesmos. Ainda não se sentiu necessidades para reformular pensamentos, valores e atitudes. Ainda não houve suficiente estímulo para mudanças. 5. São as nossas crenças que ordenam os nossos valores de vida. 6. Mas as crenças são adquiridas, conquistadas, e são mutáveis. Aceitas e adotadas por nós. 7. Para se ter fé não é preciso ter religião institucional, é preciso conhecer, pensar e sentir, isso sim, dando margem para que o coração não seja abafado pelos gorjeios da razão, e para que a razão não se amolente sob os impulsos da emoção. A fé é o resultado da harmonia entre o saber e o sentir! 8. O primeiro (efeito do conhecimento do Espiritismo) e mais geral consiste e desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais. 9. A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo. 10. A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que resumo propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho. 11. Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou. 12. Comumente só se vê na fé a crença em certos dogmas religiosos aceitos sem-exame. Mas a fé é também a convicção que anima o homem e o arrasta para outros objetivos. Há a fé em si mesmo, numa obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. 13. A fé é mãe dos nobres sentimentos e das grandes ações. O homem profundamente convencido permanece inabalável diante do perigo, como no meio das provas. Acima das se¬duções, das adulações, das ameaças, mais alto que as vozes da paixão, ouve uma voz que ecoa nas profundezas da sua consciência e cujos ruídos o sustentam na luta, advertem-no nas horas perigosas. 14. Para produzir tais resultados, a fé deve repousar sobre o fundamento sólido que lhe oferecem o livre exame e a li¬berdade de pensar. Ao invés de dogmas e de mistérios, deve apenas reconhecer os princípios decorrentes da observação direta, do estudo das leis naturais. Tal é o caráter da fé espírita. 15. Realiza-se, porém, a fé, na sua plenitude, quando é consequência da razão. 16. A fé natural, à medida que se apoia no objeto que lhe constitui a crença, transcende a própria capacidade, transformando-se em estado de espírito. 17. Sendo a Doutrina Espírita a Religião que estua no fato comprovado da Imortalidade, faculta à fé os óleos mantenedores da sua flama, através da consistência dos seus postulados, decorrentes da observação, da confirmação incontestável e dos conceitos relevantes que lhe constituem a linha ético-filosófica de afirmação. 18. A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão, constitui equipamento de segurança para a travessia feliz da existência corporal. 19. Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro. 20. Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões em torno da vida e da sua superior finalidade. 21. Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e na incondicional ação do bem. 22. Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
  • 19. 36 37 ROTEIRO o celeste Resenha de Estudos Espíritas no 11 15 de março de 2016 Unidade em estudo: Eu Sou o Caminho tema: abordagem: parte segunda: título desta edição: Eu e Deus A conquista da fé A fé verdadeira objetivo do tema abordado: observação: Objetiva-se neste fascículo fundamentar que a fé é conquista de esforço pessoal, e são as nossas crenças os princípios que orientam nossas ações. Logo, alicerçarmo-nos em crença verdadeira, nos permitirá viver valores verdadeiros. Ao que e à quem seguimos? Além das Notas de Referência para as citações contidas no texto de abordagem do assunto, ao final seguem referências bibliográficas, que recomendamos sejam lidas e estudadas, pois ali se encontra conhecimento que irá dar maior substância ao que ora nos dispomos aprender neste fascículo. série Sugestões bibliográficas • KARDEC, Allan. O evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XIX • TEIXEIRA, Raul. Quem é o Cristo? Francisco de Paula Vitor. Cap.: 7 • ________. Em nome de Deus. José Lopes Neto. Cap.: A respeito da crença em Deus; Confia em Deus • FRANCO, Divaldo P. Lampadário espírita. Joanna de Ângelis. Cap.: 3 • ________. Leis morais da vida. Joanna de Ângelis. Cap.: 54 • ________. Entrega-te a Deus. Joanna de Ângelis. Cap.: 10, 11 • ________. Rumo às estrelas. Diversos. Cap.: 24 • XAVIER, Francisco C. Rumo certo. Emmanuel. Cap.: 39 • ________. Vinha de luz. Emmanuel. Cap.: 92 • ________. Caminho, verdade e vida. Emmanuel. Cap.: 22, 23, 87, 88, 124, 159 • XAVIER, Francisco C. e VIEIRA Waldo. O espírito da verdade. Diversos. Cap.: 6, 19, 29, 44, 54, 81