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AVISOS
REUNIÕES
Mosteiro da Santa Cruz (Diretor Dom André OSB): todo segundo domingo do mês, às 8h30min.
Capela Nossa Senhora das Alegrias (Diretor Padre Joaquim): todo segundo domingo do mês, às
9h.
Capela Nossa Senhora da Esperança (Diretor Dom André OSB): todo último domingo do mês.
CONTATOS
AO do Mosteiro da Santa Cruz (Nova Friburgo - RJ)
EMAIL: aomosteirosantacruz@gmail.com
VISITE: http://beneditinos.org.br/
AO da Capela Nossa Senhora das Alegrias (Vitória - ES)
EMAIL: aocapeladasalegrias@gmail.com
VISITE: http://www.nossasenhoradasalegrias.com.br/
AO da Capela Nossa Senhora da Esperança (Ipatinga - MG)
EMAIL: apostoladovirgemesperanca@gmail.com
VISITE: http://valelagrimas.blogspot.com.br/
A humildade consiste em
alegrar-nos com tudo o que
nos leva a reconhecer o nosso
nada”
Santo Inácio de Loyola
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ALTO! O CORAÇÃO DE JESUS ESTÁ COMIGO! VENHA A NÓS O VOSSO REINO!
BILHETE MENSAL
do Apostolado da Oração
INTENÇÃO DO MÊS
PARA QUE O PECADO E AS OCASIÕES QUE LEVAM A ELE SEJAM CADA VEZ MAIS
AFASTADOS DE NOSSAS FAMÍLIAS, SOBRETUDO PARA OS MAIS FRACOS
1
Salve Maria, associados! Neste segundo BILHETE MENSAL do Apostolado da
Oração, mês do Preciosíssimo Sangue de Jesus, temos o prazer de vos apresentar textos
magníficos sobre o Coração que tanto nos amou.
O primeiro foi retirado do livro Pio XII e os problemas do mundo moderno e consiste
numa alocução feita pelo papa aos casados, em 05 de junho de 1940, portanto, há 76 anos.
Nele, o homem de branco discursa sobre a importância da entronização do Sagrado Coração
nos lares católicos. Esperamos que até o fim deste ano todos os associados do AO cumpram
a promessa que se faz na oração de admissão dos associados: “Sim, ó Jesus, eu desejo viver
intimamente da vossa vida, unindo minhas orações, trabalhos e sofrimentos à vossa oblação
eucarística, para dilatar o vosso reino no coração dos homens e na vida pública das nações”.
Amém!
O segundo foi retirado do livro A prática do amor a Jesus Cristo, de Santo Afonso
Maria de Ligório. Nele, o Doctor Zelantissimus nos ensina que para amar Jesus Cristo é
necessário o desapego das criaturas, intenção pela qual rezamos mês passado e que deve
permanecer em nós até o fim de nossas vidas.
Ao fim, encontrareis dois breves textos sobre os santos padroeiros do AO neste mês:
Santa Maria Madalena e Santo Inácio de Loyola. Não nos esqueçamos de incluí-los nas
jaculatórias que fizermos entre as dezenas de nossos terços. Santos fortes e penitentes, eis os
exemplos dos quais necessitamos.
Deixamos-vos, por fim, com esta interessante passagem de São Doroteu:
«Imaginai que o mundo é um círculo, que o centro é Deus, e que os raios são as diferentes
maneiras de viver dos homens. Quando estes, desejando aproximar-se de Deus, caminham
para o interior do círculo, aproximam-se uns dos outros ao mesmo tempo que se
aproximam de Deus. Quanto mais se aproximam de Deus, mais se aproximam uns dos
outros. E quanto mais se aproximam uns dos outros, mais se aproximam de Deus.
(São Doroteu de Gaza, Instruções VI)»
EDIÇÃO Nº II — JULHO DE 2016
SOBRE O SAGRADO CORAÇÃO
DISCURSO AOS ESPOSOS, DE 5 DE JUNHO DE 1940
Nas revelações plenas de amor, que tanto impulso deram nos tempos modernos à
grande devoção para com o Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora prometeu, entre
outras coisas, que “onde quer que a imagem deste Coração for exposta para ser singular-
mente honrada, ela ali atrairá toda sorte de bênçãos”. Confiantes na palavra divina, vós
podeis portanto e quereis certamente assegurar-vos os benefícios de tal promessa, conser-
vando em vossa moradia a imagem do Sagrado Coração com as honras que a Ele são devi-
das. Nas famílias nobres é sempre considerado uma glória mostrar esculpidas no mármo-
re, fundidas no bronze, pintadas sobre a tela a efígie dos grandes antepassados, que os
seus descendentes contemplam e admiram nos palácios ou nos castelos com sentimento
de legítimo brio. Mas é talvez necessário ser nobre ou que um retrato de família seja uma
obra de arte, para que o coração se comova diante da imagem de um avô ou de um pai?
Inumeráveis são as pobres habitações onde uma rústica moldura é com piedoso cuidado
guardada, é uma simples fotografia, talvez com as tintas já amarelecidas, com os linea-
mentos desmaiados pelo tempo, recordação entretanto inestimavelmente preciosa de um
ser caro, do qual, em uma tarde de luto, foram fechadas as pálpebras e os lábios, sepulta-
do o cadáver, perdida a presença sensível, mas de que se crê, não obstante os anos, ao ad-
mirar aquelas pálidas efígies, ver ainda resplandecente o olhar, sonha-se ouvir a voz fami-
liar, sentir a mão acariciadora.
Cumpre, portanto, que a imagem do Coração, “que tanto amou os homens”, seja
exposta e honrada em vossa casa, como aquela do parente mais íntimo, mais amado, e
que derrama os tesouros de suas bênçãos sobre vossas pessoas, sobre vossos filhos, sobre
vossas empresas. “Exposta e honrada”; isto quer dizer que esta imagem não deve somente
velar sobre vosso repouso, em um quarto privado, mas ser tida lealmente em honra, sobre
a porta de ingresso, ou no local das visitas, ou na sala de jantar, ou em outro lugar onde
frequentemente se passa. Pois Jesus disse no Santo Evangelho: “Quem quer que me reco-
nhecer publicamente diante dos homens, eu também o reconhecerei diante de meu Pai,
que está nos céus”.
“Honrada”: quer dizer que diante da preciosa estátua ou da modesta imagem do
Sagrado Coração, uma mão cuidadosa colocará ao menos, de quando em quando, algu-
mas flores, acenderá uma vela e também haverá de manter, como sinal constante de fé e
de amor, a flama de uma lâmpada e em torno dela reunir-se-á toda a tarde a
2
22 — Santa Maria Madalena
Era a irmã de Marta e de Lázaro, amigos de Jesus, a pecadora convertida, que, depois, com
extremos de dedicação, seguiu até a Cruz o Mestre divino. Depois do martírio de Santo Estevão,
de acordo com os Atos dos Apóstolos, desencadeou-se uma perseguição tão violenta dos judeus
contra os cristãos em Jerusalém, que todos os fiéis, com exceção dos Apóstolos, se retiraram da
cidade para a Judéia e a Samaria. Mas outra tradição, não menos vigorosa, afirma que Santa Ma-
ria Madalena e seus irmãos, mais alguns outros cristãos, foram presos pelos judeus em Jerusalém
e colocados no mar num barco sem remo e sem leme, a fim de perecerem num naufrágio. Alguns
afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de
que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia sofreram a
mesma sorte. Entretanto, o barco dirigiu-se milagrosamente para a Sicília, e de lá para a França,
chegando finalmente a Marselha, que era então um dos principais portos das Gálias. São Maximi-
no foi bispo de Aix, e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Ta-
rascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado eficazmente na
conversão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão, refugiando-se numa gruta que se en-
contra na igreja de São Vítor, em Marselha. Mas, como não julgasse tal lugar suficientemente re-
colhido, afastou-se para uma montanha entre Aix, Marselha e Toulon, “La Sainte Baume” (a San-
ta Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta
anos, levando vida contemplativa e penitencial. Enfim, estando para morrer, os anjos levaram-na
para junto de São Maximino, de quem recebeu os últimos sacramentos, entregando sua alma a
Deus. Seu corpo foi então, segundo a tradição, levado para um povoado vizinho –– a Villa Lata,
depois São Maximino –– onde esse bispo havia construído uma capela.
31 — Santo Inácio de Loyola
Filho de uma família da nobreza rural, Santo Inácio nasceu em 1491 no castelo de Loyola, na
Espanha, sendo o mais novo de doze irmãos. Desde sua infância já alimentava o sonho de tornar-
se um cavaleiro capaz de feitos notáveis. Aos 30 anos, durante uma batalha em defesa de Pamplo-
na, Santo Inácio foi ferido nas pernas por uma bala. Submetido a várias cirurgias, reestabeleceu-
se por longo tempo no castelo de seu pai. Deste mal Deus tirou um grande bem para sua conver-
são, pois foi durante este período que começou a ler as vidas dos santos e concluiu: “Se São Fran-
cisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. Se São Domingos fez isso, pois eu tenho também de
o fazer”. Após ter recuperado a saúde, decidiu deixar a casa paterna e dedicar-se ao serviço da
"Divina Majestade". Em 1522, pendurou sua espada perante uma imagem da Virgem, despiu-se de
suas roupas vistosas, doou-as a um mendigo e passou a vestir-se com um tecido de saco. Em Man-
resa, teve diversas experiências espirituais e visões e também passou por diversas provações inter-
nas: o desânimo, a aflição e a noite escura da alma. Entregou-se à vida eremítica, na qual viveu
seus famosos exercícios espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os funda-
mentos da Companhia de Jesus. Ele mesmo esclarece sobre ela: “O fim desta Companhia não é
somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e da perfeição da alma própria, mas, com a
mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
Santo Inácio de Loyola morreu em Roma em 31 de julho de 1556 e foi canonizado pelo Papa Gre-
gório XV juntamente com São Francisco Xavier, Santa Teresa de Jesus e São Felipe Neri, em 12 de
março de 1622.
7
QUEM AMA A JESUS CRISTO PROCURA
DESPRENDER-SE DE TODAS AS CRIATURAS
“A Caridade não procura o que não lhe pertence”. Quem quiser amar a Jesus Cris-
to de todo o coração, precisa expulsar do coração tudo o que não é de Deus, mais o amor
próprio. Isso é o significado de “não procurar o que não lhe pertence”, não procurar a si
mesmo, mas só aquilo que agrada a Deus. É isto que pede o Senhor a cada um de nós:
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (Mt. 22,37).
Para amar a Deus com todo o coração requerem-se duas coisas: primeira, esvaziá-
lo das coisas da terra; segunda, enchê-lo do amor de Deus.
O coração onde existe algum afeto terreno não pode jamais ser todo de Deus. Mas,
como se purifica o coração das coisas terrenas? São Felipe Neri dizia que quanto de amor
pomos nas criaturas, tanto tiramos de Deus. Mas, como se purifica o coração das coisas
terrenas? Purifica-se com as mortificações e com o desapego das coisas criadas. Certas
pessoas queixam-se de que procuram a Deus e não o encontram. Ouçam o que diz Santa
Teresa: “Desapeguem seu coração das criaturas e procurem a Deus que o encontrará”.
O erro está em alguns quererem tornar-se santos, mas a seu modo. Querem amar a
Jesus Cristo, mas conforme sua inclinação, sem deixar certos divertimentos, certas vaida-
des no vestir, certos alimentos apetitosos. Amam a Deus, mas se não conseguem tal em-
prego, vivem inquietos. Se alguém lhes toca na fama, logo se irritam. Se não saram de
uma doença, perdem a paciência. Amam a Deus, mas não abandonam o apego às rique-
zas, às honras do mundo, à vaidade de serem tidos por pessoas de classe, sábios, melhores
que os outros. Essas pessoas rezam, comungam: mas porque têm o coração cheio de coi-
sas terrenas, pouco proveito tiram. A eles o Senhor não fala, porque vê que perde tempo.
“Eu falaria a muitas almas, mas o mundo faz muito barulho em seus ouvidos, de modo
que minha voz não pode ser percebida por eles. Oh! Se eles se afastassem um pouco do
mundo!
Quem está, portanto, cheio de apegos terrenos não é capaz de ouvir a voz de Deus
que lhe fala. Infeliz daquele que tem apego às coisas sensíveis deste mundo! Não será difí-
cil que, cego por eles, deixe um dia de amar a Jesus Cristo; para não perder estes bens
passageiros, poderá vir a perder para sempre a Deus, felicidade infinita. Dizia Santa Tere-
sa: “Se uma pessoa corre atrás dos bens perdidos, justamente acontece que também ela
acaba se perdendo”.
6
família para um ato coletivo de homenagem, uma humilde expressão de arrependi-
mento, um pedido de novas bênçãos.
Em uma palavra, o Sagrado Coração é honrado devidamente em uma casa, quando
aí é por todos e por cada um reconhecido como Rei de amor; o que se exprime dizendo
que a família foi a ele consagrada. Já que o dom total de si, feito a uma causa ou a uma
pessoa santa, se chama consagração. Ora, o Coração de Jesus se empenhou em colmar de
graças especiais aqueles que em total modo se derem a Ele.
Mas quem se consagra deve também cumprir as obrigações que derivam de tal ato.
Quando o Sagrado Coração reina verdadeiramente em uma família – certamente Ele tem
direito de reinar em toda parte –, é preciso que uma atmosfera de fé e de piedade envolva
aquela habitação bendita, envolva pessoas e coisas. Longe, portanto, dela, tudo o que con-
tristaria o Sagrado Coração: prazeres perigosos, infidelidades, intemperança, livros, revis-
tas, figuras hostis à religião e aos seus ensinamentos! Longe, nas relações sociais, aquelas
condescendências, hoje tão comuns, que desejariam conciliar a verdade com o erro, a li-
cença com a moral, a injustiça egoísta e avara com a obrigação da caridade cristã! Longe
certas maneiras de caminhar na rua, maneira intermediária entre a virtude e o vício, entre
o céu e o inferno! Na família consagrada, progenitores e filhos se sentem sob o olhar e na
familiaridade de Deus; são portanto dóceis aos seus ensinamentos e aos preceitos de sua
Igreja; diante da imagem do Rei celeste, tornado para eles terrestre amigo e hóspede pe-
rene, afrontam sem temor, mas não sem mérito, todas as fadigas que exigem seus deveres
cotidianos, todos os sacrifícios que impõem as dificuldades extraordinárias, todas as pro-
vas que trazem as disposições da Providência, todos os lutos e todas as tristezas, que, não
somente a morte, mas a vida mesma inevitavelmente semeia como tormentosos espinhos
sobre os caminhos aqui debaixo.
***
Deus, que criou o homem por amor e para ser por ele amado, não somente fez ape-
los a sua inteligência e a sua vontade, mas, para tocar-lhe o coração, tomou o próprio
Deus um coração de carne. E, pois, que o sinal mais patente do amor entre dois corações é
o dom total de um ao outro, Jesus digna-se de propor ao homem esta troca de corações,
Ele deu o seu no Calvário, dá-o todo dia, milhares de vezes, sobre o altar, e em troca pede
o coração do homem “Praebe fili mi, cor tuum mihi”: Meu filho, dá-me o teu coração! Este
apelo universal endereça-se particularmente à família, que são especialíssimos os favores
que o Coração Divino a ela concede.
3
O homem, obra-prima do Criador, foi feito à imagem de Deus. Ora, na família esta
imagem adquire, por assim dizer, uma peculiar semelhança com o divino modelo, porque,
como a essencial unidade da natureza divina, existe em três pessoas distintas, consubs-
tanciais e coeternas, assim a moral unidade da família humana se atua na trindade do pai,
da mãe e de sua prole. A fidelidade conjugal e a indissolubilidade do matrimônio cristão
constituem um princípio de unidade que pode parecer contrário à parte inferior do ho-
mem, mas é conforme a sua natureza espiritual; de outra parte, o mandamento dado ao
primeiro par humano: “Crescite e multiplicamini”, fazendo da fecundidade uma lei, asse-
gura à família um dom de perpetuar-se através dos séculos e coloca nela um como que re-
flexo da eternidade.
As grandes bênçãos da antiga lei foram prometidas e dadas à família. Noé não foi
salvo só do dilúvio: entrou na arca “com seus filhos, sua mulher e as mulheres dos seus
filhos”, para sair incólume com eles; depois que Deus bendisse a ele e à sua descendência,
à qual ordenou crescer e multiplicar-se até encher a terra. As promessas feitas solenemen-
te a Abraão eram endereçadas, como São Paulo recordava em sua carta aos Gálatas, não
somente a ele, mas também à sua progênie que possuiria a terra prometida e seria multi-
plicada até fazer do patriarca o pai de muitas gentes. Quando Sodoma foi destruída por
causa de suas iniquidades, e precisamente por causa dos delitos contra a família, o fiel
Lot, advertido pelos anjos, foi poupado com suas filhas e seus genros. Herdeiro das pro-
messas e das predileções do Altíssimo, o Rei Davi cantou a misericórdia divina, que se di-
fundia sobre sua estirpe, de geração em geração. Já que, depois de tê-lo tomado, pequeno
pastor, enquanto ia atrás do rebanho, e ter-lhe dado um nome grandioso, e tê-lo libertado
de todos os seus inimigos, o Senhor lhe anunciou que lhe teria “feito uma casa”, quer di-
zer uma família, e que dela tomaria cuidado paternalmente: “Quando forem cumpridos os
teus dias e tu dormires com os teus pais, eu suscitarei depois de ti a tua posteridade”.
Na nova lei também novas graças são dadas à família. O sacramento faz do matri-
mônio mesmo um meio de mútua santificação para os cônjuges e uma fonte inexaurível
de auxílios sobrenaturais; torna a sua união símbolo da que existe entre Cristo e a sua
Igreja; faz deles colaboradores da obra do Espírito Santo. Não é porventura esta uma ver-
dadeira predileção de Deus, um amor do seu Coração, como cantava o Salmista em ver os
pensamentos do Coração divino através das gerações humanas: “Cogitationes cordis eius
in generatione et generationem”?
4
Mas não é tudo ainda. Às famílias cristãs este Coração dá e promete também mais.
Antes de tudo ele quis oferecer a elas um modelo, por assim, dizer, mais tangível e imitá-
vel que a sublime e inacessível Trindade. Jesus, “autor e consumador da fé”, que renunci-
ou às alegrias humanas e “propondo-se a alegria, susteve a cruz, não fazendo caso da ig-
nomínia”, provou a doçura do lar em Nazaré. Nazaré é o ideal da família, porque nela a
autoridade serena e sem aspereza se unia a uma obediência sorridente e sem hesitação;
porque a integridade aí se unia à fecundidade, o trabalho à oração, o bem querer humano
à benevolência divina. Eis o exemplo e o encorajamento que Jesus vos oferece! Mas o seu
coração reserva a vós, chefes de família dos séculos novos, bênçãos ainda mais explícitas.
Para as famílias que se consagram a Ele, este Coração divino se empenhou em assisti-las e
protegê-las quando se encontrarem em qualquer necessidade. Oh! Quantas necessidades,
por vezes bem duras, oprimem hoje a família, quantas outras a ameaçam! Ninguém talvez
pode dizer-se sem desventuras no presente e sem preocupações para o futuro, e além dis-
to na família o perigo de cada um tornar-se a solicitude de todos e o perigo de todos au-
menta a ânsia de cada um.
Ora, é portanto mais que nunca o momento de dirigir-se ao Sagrado Coração e de
consagrar-se a Ele com tudo aquilo que nos é caro. Confiai a Ele o novo lar que fundastes
e que não espera senão o desenvolvimento na calma, embora esteja em meio às agitações
do mundo. Confiai a Ele a casa, que talvez tivestes de abandonar, deixando velhos proge-
nitores privados no futuro do vosso apoio. Confiai a Ele a pátria, cuja terra fecundada com
o suor e talvez também com o sangue de vossos avós, pede-vos também que sejais genero-
sos e servi-la. Confiai-lhe conosco a Santa Igreja, que tem promessas de vida eterna e sabe
que não sucumbirá sob os assaltos do inferno, mas que, embora isto, chora com Raquel
sobre muitos dos seus filhos que não existem mais, sobre tantos de seus templos destruí-
dos, de seus sacerdotes impedidos no exercício de seus ministérios, sobre inumeráveis po-
bres almas, ovelhas errantes entre as ruínas de seus rebanhos aniquilados ou nos desertos
do exílio, enquanto os esforços unidos do engano e da sedução procuram afastar do único
e verdadeiro pastor divino.
Confiai finalmente a humanidade inteira ao Sagrado Coração, esta humanidade di-
vidida, dilacerada, ensanguentada.
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  • 1. AVISOS REUNIÕES Mosteiro da Santa Cruz (Diretor Dom André OSB): todo segundo domingo do mês, às 8h30min. Capela Nossa Senhora das Alegrias (Diretor Padre Joaquim): todo segundo domingo do mês, às 9h. Capela Nossa Senhora da Esperança (Diretor Dom André OSB): todo último domingo do mês. CONTATOS AO do Mosteiro da Santa Cruz (Nova Friburgo - RJ) EMAIL: aomosteirosantacruz@gmail.com VISITE: http://beneditinos.org.br/ AO da Capela Nossa Senhora das Alegrias (Vitória - ES) EMAIL: aocapeladasalegrias@gmail.com VISITE: http://www.nossasenhoradasalegrias.com.br/ AO da Capela Nossa Senhora da Esperança (Ipatinga - MG) EMAIL: apostoladovirgemesperanca@gmail.com VISITE: http://valelagrimas.blogspot.com.br/ A humildade consiste em alegrar-nos com tudo o que nos leva a reconhecer o nosso nada” Santo Inácio de Loyola 8 ALTO! O CORAÇÃO DE JESUS ESTÁ COMIGO! VENHA A NÓS O VOSSO REINO! BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração INTENÇÃO DO MÊS PARA QUE O PECADO E AS OCASIÕES QUE LEVAM A ELE SEJAM CADA VEZ MAIS AFASTADOS DE NOSSAS FAMÍLIAS, SOBRETUDO PARA OS MAIS FRACOS 1 Salve Maria, associados! Neste segundo BILHETE MENSAL do Apostolado da Oração, mês do Preciosíssimo Sangue de Jesus, temos o prazer de vos apresentar textos magníficos sobre o Coração que tanto nos amou. O primeiro foi retirado do livro Pio XII e os problemas do mundo moderno e consiste numa alocução feita pelo papa aos casados, em 05 de junho de 1940, portanto, há 76 anos. Nele, o homem de branco discursa sobre a importância da entronização do Sagrado Coração nos lares católicos. Esperamos que até o fim deste ano todos os associados do AO cumpram a promessa que se faz na oração de admissão dos associados: “Sim, ó Jesus, eu desejo viver intimamente da vossa vida, unindo minhas orações, trabalhos e sofrimentos à vossa oblação eucarística, para dilatar o vosso reino no coração dos homens e na vida pública das nações”. Amém! O segundo foi retirado do livro A prática do amor a Jesus Cristo, de Santo Afonso Maria de Ligório. Nele, o Doctor Zelantissimus nos ensina que para amar Jesus Cristo é necessário o desapego das criaturas, intenção pela qual rezamos mês passado e que deve permanecer em nós até o fim de nossas vidas. Ao fim, encontrareis dois breves textos sobre os santos padroeiros do AO neste mês: Santa Maria Madalena e Santo Inácio de Loyola. Não nos esqueçamos de incluí-los nas jaculatórias que fizermos entre as dezenas de nossos terços. Santos fortes e penitentes, eis os exemplos dos quais necessitamos. Deixamos-vos, por fim, com esta interessante passagem de São Doroteu: «Imaginai que o mundo é um círculo, que o centro é Deus, e que os raios são as diferentes maneiras de viver dos homens. Quando estes, desejando aproximar-se de Deus, caminham para o interior do círculo, aproximam-se uns dos outros ao mesmo tempo que se aproximam de Deus. Quanto mais se aproximam de Deus, mais se aproximam uns dos outros. E quanto mais se aproximam uns dos outros, mais se aproximam de Deus. (São Doroteu de Gaza, Instruções VI)» EDIÇÃO Nº II — JULHO DE 2016
  • 2. SOBRE O SAGRADO CORAÇÃO DISCURSO AOS ESPOSOS, DE 5 DE JUNHO DE 1940 Nas revelações plenas de amor, que tanto impulso deram nos tempos modernos à grande devoção para com o Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora prometeu, entre outras coisas, que “onde quer que a imagem deste Coração for exposta para ser singular- mente honrada, ela ali atrairá toda sorte de bênçãos”. Confiantes na palavra divina, vós podeis portanto e quereis certamente assegurar-vos os benefícios de tal promessa, conser- vando em vossa moradia a imagem do Sagrado Coração com as honras que a Ele são devi- das. Nas famílias nobres é sempre considerado uma glória mostrar esculpidas no mármo- re, fundidas no bronze, pintadas sobre a tela a efígie dos grandes antepassados, que os seus descendentes contemplam e admiram nos palácios ou nos castelos com sentimento de legítimo brio. Mas é talvez necessário ser nobre ou que um retrato de família seja uma obra de arte, para que o coração se comova diante da imagem de um avô ou de um pai? Inumeráveis são as pobres habitações onde uma rústica moldura é com piedoso cuidado guardada, é uma simples fotografia, talvez com as tintas já amarelecidas, com os linea- mentos desmaiados pelo tempo, recordação entretanto inestimavelmente preciosa de um ser caro, do qual, em uma tarde de luto, foram fechadas as pálpebras e os lábios, sepulta- do o cadáver, perdida a presença sensível, mas de que se crê, não obstante os anos, ao ad- mirar aquelas pálidas efígies, ver ainda resplandecente o olhar, sonha-se ouvir a voz fami- liar, sentir a mão acariciadora. Cumpre, portanto, que a imagem do Coração, “que tanto amou os homens”, seja exposta e honrada em vossa casa, como aquela do parente mais íntimo, mais amado, e que derrama os tesouros de suas bênçãos sobre vossas pessoas, sobre vossos filhos, sobre vossas empresas. “Exposta e honrada”; isto quer dizer que esta imagem não deve somente velar sobre vosso repouso, em um quarto privado, mas ser tida lealmente em honra, sobre a porta de ingresso, ou no local das visitas, ou na sala de jantar, ou em outro lugar onde frequentemente se passa. Pois Jesus disse no Santo Evangelho: “Quem quer que me reco- nhecer publicamente diante dos homens, eu também o reconhecerei diante de meu Pai, que está nos céus”. “Honrada”: quer dizer que diante da preciosa estátua ou da modesta imagem do Sagrado Coração, uma mão cuidadosa colocará ao menos, de quando em quando, algu- mas flores, acenderá uma vela e também haverá de manter, como sinal constante de fé e de amor, a flama de uma lâmpada e em torno dela reunir-se-á toda a tarde a 2 22 — Santa Maria Madalena Era a irmã de Marta e de Lázaro, amigos de Jesus, a pecadora convertida, que, depois, com extremos de dedicação, seguiu até a Cruz o Mestre divino. Depois do martírio de Santo Estevão, de acordo com os Atos dos Apóstolos, desencadeou-se uma perseguição tão violenta dos judeus contra os cristãos em Jerusalém, que todos os fiéis, com exceção dos Apóstolos, se retiraram da cidade para a Judéia e a Samaria. Mas outra tradição, não menos vigorosa, afirma que Santa Ma- ria Madalena e seus irmãos, mais alguns outros cristãos, foram presos pelos judeus em Jerusalém e colocados no mar num barco sem remo e sem leme, a fim de perecerem num naufrágio. Alguns afirmam que São Maximino, um dos 72 discípulos do Senhor, e Sidônio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia sofreram a mesma sorte. Entretanto, o barco dirigiu-se milagrosamente para a Sicília, e de lá para a França, chegando finalmente a Marselha, que era então um dos principais portos das Gálias. São Maximi- no foi bispo de Aix, e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha. Santa Marta reuniu em Ta- rascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena, depois de ter trabalhado eficazmente na conversão dos marselheses, retirou-se para viver na solidão, refugiando-se numa gruta que se en- contra na igreja de São Vítor, em Marselha. Mas, como não julgasse tal lugar suficientemente re- colhido, afastou-se para uma montanha entre Aix, Marselha e Toulon, “La Sainte Baume” (a San- ta Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial. Enfim, estando para morrer, os anjos levaram-na para junto de São Maximino, de quem recebeu os últimos sacramentos, entregando sua alma a Deus. Seu corpo foi então, segundo a tradição, levado para um povoado vizinho –– a Villa Lata, depois São Maximino –– onde esse bispo havia construído uma capela. 31 — Santo Inácio de Loyola Filho de uma família da nobreza rural, Santo Inácio nasceu em 1491 no castelo de Loyola, na Espanha, sendo o mais novo de doze irmãos. Desde sua infância já alimentava o sonho de tornar- se um cavaleiro capaz de feitos notáveis. Aos 30 anos, durante uma batalha em defesa de Pamplo- na, Santo Inácio foi ferido nas pernas por uma bala. Submetido a várias cirurgias, reestabeleceu- se por longo tempo no castelo de seu pai. Deste mal Deus tirou um grande bem para sua conver- são, pois foi durante este período que começou a ler as vidas dos santos e concluiu: “Se São Fran- cisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. Se São Domingos fez isso, pois eu tenho também de o fazer”. Após ter recuperado a saúde, decidiu deixar a casa paterna e dedicar-se ao serviço da "Divina Majestade". Em 1522, pendurou sua espada perante uma imagem da Virgem, despiu-se de suas roupas vistosas, doou-as a um mendigo e passou a vestir-se com um tecido de saco. Em Man- resa, teve diversas experiências espirituais e visões e também passou por diversas provações inter- nas: o desânimo, a aflição e a noite escura da alma. Entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus famosos exercícios espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os funda- mentos da Companhia de Jesus. Ele mesmo esclarece sobre ela: “O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e da perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”. Santo Inácio de Loyola morreu em Roma em 31 de julho de 1556 e foi canonizado pelo Papa Gre- gório XV juntamente com São Francisco Xavier, Santa Teresa de Jesus e São Felipe Neri, em 12 de março de 1622. 7
  • 3. QUEM AMA A JESUS CRISTO PROCURA DESPRENDER-SE DE TODAS AS CRIATURAS “A Caridade não procura o que não lhe pertence”. Quem quiser amar a Jesus Cris- to de todo o coração, precisa expulsar do coração tudo o que não é de Deus, mais o amor próprio. Isso é o significado de “não procurar o que não lhe pertence”, não procurar a si mesmo, mas só aquilo que agrada a Deus. É isto que pede o Senhor a cada um de nós: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração” (Mt. 22,37). Para amar a Deus com todo o coração requerem-se duas coisas: primeira, esvaziá- lo das coisas da terra; segunda, enchê-lo do amor de Deus. O coração onde existe algum afeto terreno não pode jamais ser todo de Deus. Mas, como se purifica o coração das coisas terrenas? São Felipe Neri dizia que quanto de amor pomos nas criaturas, tanto tiramos de Deus. Mas, como se purifica o coração das coisas terrenas? Purifica-se com as mortificações e com o desapego das coisas criadas. Certas pessoas queixam-se de que procuram a Deus e não o encontram. Ouçam o que diz Santa Teresa: “Desapeguem seu coração das criaturas e procurem a Deus que o encontrará”. O erro está em alguns quererem tornar-se santos, mas a seu modo. Querem amar a Jesus Cristo, mas conforme sua inclinação, sem deixar certos divertimentos, certas vaida- des no vestir, certos alimentos apetitosos. Amam a Deus, mas se não conseguem tal em- prego, vivem inquietos. Se alguém lhes toca na fama, logo se irritam. Se não saram de uma doença, perdem a paciência. Amam a Deus, mas não abandonam o apego às rique- zas, às honras do mundo, à vaidade de serem tidos por pessoas de classe, sábios, melhores que os outros. Essas pessoas rezam, comungam: mas porque têm o coração cheio de coi- sas terrenas, pouco proveito tiram. A eles o Senhor não fala, porque vê que perde tempo. “Eu falaria a muitas almas, mas o mundo faz muito barulho em seus ouvidos, de modo que minha voz não pode ser percebida por eles. Oh! Se eles se afastassem um pouco do mundo! Quem está, portanto, cheio de apegos terrenos não é capaz de ouvir a voz de Deus que lhe fala. Infeliz daquele que tem apego às coisas sensíveis deste mundo! Não será difí- cil que, cego por eles, deixe um dia de amar a Jesus Cristo; para não perder estes bens passageiros, poderá vir a perder para sempre a Deus, felicidade infinita. Dizia Santa Tere- sa: “Se uma pessoa corre atrás dos bens perdidos, justamente acontece que também ela acaba se perdendo”. 6 família para um ato coletivo de homenagem, uma humilde expressão de arrependi- mento, um pedido de novas bênçãos. Em uma palavra, o Sagrado Coração é honrado devidamente em uma casa, quando aí é por todos e por cada um reconhecido como Rei de amor; o que se exprime dizendo que a família foi a ele consagrada. Já que o dom total de si, feito a uma causa ou a uma pessoa santa, se chama consagração. Ora, o Coração de Jesus se empenhou em colmar de graças especiais aqueles que em total modo se derem a Ele. Mas quem se consagra deve também cumprir as obrigações que derivam de tal ato. Quando o Sagrado Coração reina verdadeiramente em uma família – certamente Ele tem direito de reinar em toda parte –, é preciso que uma atmosfera de fé e de piedade envolva aquela habitação bendita, envolva pessoas e coisas. Longe, portanto, dela, tudo o que con- tristaria o Sagrado Coração: prazeres perigosos, infidelidades, intemperança, livros, revis- tas, figuras hostis à religião e aos seus ensinamentos! Longe, nas relações sociais, aquelas condescendências, hoje tão comuns, que desejariam conciliar a verdade com o erro, a li- cença com a moral, a injustiça egoísta e avara com a obrigação da caridade cristã! Longe certas maneiras de caminhar na rua, maneira intermediária entre a virtude e o vício, entre o céu e o inferno! Na família consagrada, progenitores e filhos se sentem sob o olhar e na familiaridade de Deus; são portanto dóceis aos seus ensinamentos e aos preceitos de sua Igreja; diante da imagem do Rei celeste, tornado para eles terrestre amigo e hóspede pe- rene, afrontam sem temor, mas não sem mérito, todas as fadigas que exigem seus deveres cotidianos, todos os sacrifícios que impõem as dificuldades extraordinárias, todas as pro- vas que trazem as disposições da Providência, todos os lutos e todas as tristezas, que, não somente a morte, mas a vida mesma inevitavelmente semeia como tormentosos espinhos sobre os caminhos aqui debaixo. *** Deus, que criou o homem por amor e para ser por ele amado, não somente fez ape- los a sua inteligência e a sua vontade, mas, para tocar-lhe o coração, tomou o próprio Deus um coração de carne. E, pois, que o sinal mais patente do amor entre dois corações é o dom total de um ao outro, Jesus digna-se de propor ao homem esta troca de corações, Ele deu o seu no Calvário, dá-o todo dia, milhares de vezes, sobre o altar, e em troca pede o coração do homem “Praebe fili mi, cor tuum mihi”: Meu filho, dá-me o teu coração! Este apelo universal endereça-se particularmente à família, que são especialíssimos os favores que o Coração Divino a ela concede. 3
  • 4. O homem, obra-prima do Criador, foi feito à imagem de Deus. Ora, na família esta imagem adquire, por assim dizer, uma peculiar semelhança com o divino modelo, porque, como a essencial unidade da natureza divina, existe em três pessoas distintas, consubs- tanciais e coeternas, assim a moral unidade da família humana se atua na trindade do pai, da mãe e de sua prole. A fidelidade conjugal e a indissolubilidade do matrimônio cristão constituem um princípio de unidade que pode parecer contrário à parte inferior do ho- mem, mas é conforme a sua natureza espiritual; de outra parte, o mandamento dado ao primeiro par humano: “Crescite e multiplicamini”, fazendo da fecundidade uma lei, asse- gura à família um dom de perpetuar-se através dos séculos e coloca nela um como que re- flexo da eternidade. As grandes bênçãos da antiga lei foram prometidas e dadas à família. Noé não foi salvo só do dilúvio: entrou na arca “com seus filhos, sua mulher e as mulheres dos seus filhos”, para sair incólume com eles; depois que Deus bendisse a ele e à sua descendência, à qual ordenou crescer e multiplicar-se até encher a terra. As promessas feitas solenemen- te a Abraão eram endereçadas, como São Paulo recordava em sua carta aos Gálatas, não somente a ele, mas também à sua progênie que possuiria a terra prometida e seria multi- plicada até fazer do patriarca o pai de muitas gentes. Quando Sodoma foi destruída por causa de suas iniquidades, e precisamente por causa dos delitos contra a família, o fiel Lot, advertido pelos anjos, foi poupado com suas filhas e seus genros. Herdeiro das pro- messas e das predileções do Altíssimo, o Rei Davi cantou a misericórdia divina, que se di- fundia sobre sua estirpe, de geração em geração. Já que, depois de tê-lo tomado, pequeno pastor, enquanto ia atrás do rebanho, e ter-lhe dado um nome grandioso, e tê-lo libertado de todos os seus inimigos, o Senhor lhe anunciou que lhe teria “feito uma casa”, quer di- zer uma família, e que dela tomaria cuidado paternalmente: “Quando forem cumpridos os teus dias e tu dormires com os teus pais, eu suscitarei depois de ti a tua posteridade”. Na nova lei também novas graças são dadas à família. O sacramento faz do matri- mônio mesmo um meio de mútua santificação para os cônjuges e uma fonte inexaurível de auxílios sobrenaturais; torna a sua união símbolo da que existe entre Cristo e a sua Igreja; faz deles colaboradores da obra do Espírito Santo. Não é porventura esta uma ver- dadeira predileção de Deus, um amor do seu Coração, como cantava o Salmista em ver os pensamentos do Coração divino através das gerações humanas: “Cogitationes cordis eius in generatione et generationem”? 4 Mas não é tudo ainda. Às famílias cristãs este Coração dá e promete também mais. Antes de tudo ele quis oferecer a elas um modelo, por assim, dizer, mais tangível e imitá- vel que a sublime e inacessível Trindade. Jesus, “autor e consumador da fé”, que renunci- ou às alegrias humanas e “propondo-se a alegria, susteve a cruz, não fazendo caso da ig- nomínia”, provou a doçura do lar em Nazaré. Nazaré é o ideal da família, porque nela a autoridade serena e sem aspereza se unia a uma obediência sorridente e sem hesitação; porque a integridade aí se unia à fecundidade, o trabalho à oração, o bem querer humano à benevolência divina. Eis o exemplo e o encorajamento que Jesus vos oferece! Mas o seu coração reserva a vós, chefes de família dos séculos novos, bênçãos ainda mais explícitas. Para as famílias que se consagram a Ele, este Coração divino se empenhou em assisti-las e protegê-las quando se encontrarem em qualquer necessidade. Oh! Quantas necessidades, por vezes bem duras, oprimem hoje a família, quantas outras a ameaçam! Ninguém talvez pode dizer-se sem desventuras no presente e sem preocupações para o futuro, e além dis- to na família o perigo de cada um tornar-se a solicitude de todos e o perigo de todos au- menta a ânsia de cada um. Ora, é portanto mais que nunca o momento de dirigir-se ao Sagrado Coração e de consagrar-se a Ele com tudo aquilo que nos é caro. Confiai a Ele o novo lar que fundastes e que não espera senão o desenvolvimento na calma, embora esteja em meio às agitações do mundo. Confiai a Ele a casa, que talvez tivestes de abandonar, deixando velhos proge- nitores privados no futuro do vosso apoio. Confiai a Ele a pátria, cuja terra fecundada com o suor e talvez também com o sangue de vossos avós, pede-vos também que sejais genero- sos e servi-la. Confiai-lhe conosco a Santa Igreja, que tem promessas de vida eterna e sabe que não sucumbirá sob os assaltos do inferno, mas que, embora isto, chora com Raquel sobre muitos dos seus filhos que não existem mais, sobre tantos de seus templos destruí- dos, de seus sacerdotes impedidos no exercício de seus ministérios, sobre inumeráveis po- bres almas, ovelhas errantes entre as ruínas de seus rebanhos aniquilados ou nos desertos do exílio, enquanto os esforços unidos do engano e da sedução procuram afastar do único e verdadeiro pastor divino. Confiai finalmente a humanidade inteira ao Sagrado Coração, esta humanidade di- vidida, dilacerada, ensanguentada. 5