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Territórios educativos: paradigmas, estigmas e outras pedras no sapato



                              Um paradigma é extremamente poderoso na vida de uma sociedade,
                              uma vez que influencia a forma como pensamos, como os problemas
                              são resolvidos, os objectivos a atingir e aquilo a que se atribui valor.

                                                         Gablick, S. (1991). The reenchantment of art.
                                                         New York: Thames and Hudson, pp. 2-3



Os Serviços Educativos têm vindo a ser recentemente alvo de uma cada vez maior
atenção, o que se reflecte num crescimento acentuado do seu número e também na
multiplicação de seminários, redes informais, congressos, e alguma expressão na
academia, ainda tímida na sua especificidade enquanto área académica de direito
próprio e área de especialização profissional mas apesar de tudo ganhando aos
poucos alguma visibilidade e voz.
Pensados não já apenas na tradicional esfera dos museus (instituições-raiz que lhes
deram origem, desenhando e experimentando grande parte dos modelos de
funcionamento que hoje conhecemos e praticamos, e sobretudo lutando
assumidamente pelo seu reconhecimento, necessidade e importância), eles surgem
agora como espaços cruciais de mediação cultural alargando a sua acção às
instituições culturais na sua globalidade, expandindo-se para bibliotecas, teatros,
auditórios, centros culturais, projectos, eventos e festivais dos mais diversos tipos e
temáticas.
Dir-se-ia que os serviços educativos estão há já bastante tempo na ordem do dia e se,
aparentemente, não há novo equipamento ou projecto cultural que não nasça
actualmente com a noção de que terá inevitavelmente de contemplar uma área
educativa, já os papéis que lhe são atribuídos e a forma como lhe será dado corpo,
espaço e margem de acção constituem pontos sensíveis e frequentemente
inconsistentes, reforçando a convicção de que esta continua a ser uma área
profissional a precisar de premente e continuada reflexão crítica e ideológica.
É que no meio desta azáfama de números e iniciativas persistem grandes assimetrias
e diferenças nos enfoques, visões e paradigmas de intervenção.
Perguntemos então o básico: O que são exactamente os serviços educativos? O que
desejamos que sejam? Que desafios enfrentam? Que práticas preconizam? Que
paradigmas educativos encarnam e propõem? Como se integram e que papel
desempenham nas instituições que servem? Que papel(éis) desempenham na
sociedade actual?
À laia de definição: pontos para pensar
Poderíamos dizer que os serviços educativos ocupam, desenham e propõem lugares,
espaços e estratégias de relação entre as pessoas e os objectos/produtos culturais,
entre os fruidores e os criadores, entre os programadores e os participantes,
assumindo a missão de comunicar, mediar, promover experiências e vivências
partilhadas, desenhar pontes e potenciar caminhos, formar e inspirar os públicos, se
não da cultura (como seria desejável numa visão abrangente e transversal), pelo
menos da instituição ou projecto a quem servem (onde se pressupõe que estejam
integrados de forma orgânica, consistente, continuada e reconhecida).
Nesta visão propositadamente generalista estão contidos alguns dos traços e tensões
mais habituais quer ao nível do discurso sobre o papel educativo das instituições
culturais (e por consequência do lugar do serviço educativo na sua estrutura, ideologia
e funcionamento) quer ao nível das práticas de programação educativa e seus
modelos e paradigmas de referência.
No actual discurso produzido sobre e pelos serviços educativos acerca da sua
importância, papéis e razões primeiras de ser e existir alguns termos sobressaem
actualmente como pilares definidores: formação de públicos e mediação.
Embora aparentemente próximos estes dois vectores identificadores da especificidade
do trabalho do serviço educativo, são na realidade discursos com fundamentos e
origens diferentes. Basta pensarmos que o argumento da formação de públicos é um
discurso de forte componente política usado habitualmente para justificar a existência
e importância dos serviços educativos por quem está fora deles, enquanto que o
argumento da mediação, construção de conhecimento e estabelecimento de pontes e
relações é usado habitualmente pelos próprios profissionais de serviço educativo para
definirem a sua verdadeira acção, para anteciparmos algumas das tensões e
contradições em que assentam as diferenças de perspectiva e consequentes práticas
de trabalho.
Acredito por isso que o momento pede uma reflexão mais crítica e consequente dos
discursos em que assenta a nossa verdadeira prática, pois deles nascem os conceitos
com que tecemos aquilo em que acreditamos, e essa teia tanto pode crescer e libertar
como enredar e limitar. Que cresçamos então sobre os termos, as noções e os
conceitos que desenham o paradigma em que verdadeiramente nos queremos mover
e agir!


Ao serviço da formação de públicos: um pau de muitos bicos
Não há dúvida de que os serviços educativos também servem para captar e formar
públicos (e, em última instância, se bem sucedidos, para os fidelizar e aumentar).
No entanto é importante não perder de vista que a ideia e o argumento da formação
de públicos não é necessariamente educativo e acompanha o surgimento das
chamadas políticas e indústrias culturais na década de 80 do século XX. Esta
expansão, que resultou na criação de um amplo conjunto de novos espaços e
plataformas culturais que dinamizaram, descentralizaram e revitalizaram de alguma
forma o tecido cultural do país, não só implica uma visão mais alargada do público
como um elemento crucial a ter em consideração na equação cultural enquanto
destinatário, “consumidor”, “utilizador” e fruidor dos novos espaços e programas
culturais, como a própria forma de financiamento da maioria dos projectos passou a
implicar a existência de uma dimensão educativa como requisito básico.
A formação de públicos passou a ser assim a pedra de toque e a palavra de ordem
para a justificação de muitos dos programas educativos encetados no âmbito dos
novos centros culturais, capitais da cultura, festivais, museus e outros equipamentos, e
uma forma de capitalizar investimentos e políticas através do aumento dos números
de afluência. Como consequência, parte do reforço do número de serviços educativos
fez-se numa lógica utilitária, reduzindo a sua acção e função, à criação de iniciativas e
actividades de divulgação capazes de mobilizar os supostos públicos do futuro.
A esta centralização da atenção na formação de públicos na área cultural,
corresponde no âmbito específico dos museus uma viragem conceptual crucial: a
necessidade de reequacionar o papel das instituições museológicas inscrevendo-as
numa agenda de relevância social e educativa mais efectiva, descentrando a atenção
das colecções e tradicionais funções determinantes da identidade dos museus para as
pessoas, os visitantes e a sua experiência, dando maior visibilidade aos espaços,
serviços e profissionais vocacionados para promoção desse encontro.
E se de facto a assunção do papel social e educativo dos museus produziu mudanças
extremamente significativas no desenho de novos espaços e práticas educativos,
sendo inclusivamente capaz de promover o desenho de novas relações orgânicas da
educação dentro das instituições, a verdade é que em muitas situações não foi capaz
de sublimar uma estrutura de secundarização do trabalho educativo inscrita num
sistema de valor em que a componente educativa continua a ocupar o final da linha,
servindo uma programação pré-definida, um discurso pré-estabelecido e resumindo a
sua utilidade à promoção do acesso ao conhecimento de um público não
especializado e/ou em formação, assente uma vez mais no argumento da formação e
manutenção dos públicos futuros.
Por tudo isto não deixa de ser importante reconhecer que é parte fundamental do
trabalho educativo formar públicos, mas é essencial que o paradigma de referência se
re-situe num processo de releitura crítica. Formar públicos transcende
necessariamente a ideia de criação de “utentes” e de apresentação de números e
implica um envolvimento de toda a instituição numa visão comum de promoção de
uma cidadania activa, crítica e completa, e portanto de promoção de espaços e
estratégias concertadas para a efectiva formação de cidadãos participantes no tecido
e práticas culturais do seu tempo.


Mediação e curadoria educativa: um desafio
Formar públicos neste sentido alargado implica que o serviço educativo possa assumir
de pleno direito o território fecundo que habita, o espaço que intermedia o dentro e o
fora, as pessoas e as coisas, as ideias e os actos, a vida e a criação. O trabalho do
serviço educativo é essencialmente um trabalho de mediação e construção de
relações. E como tal implica, também, repensar a forma como a programação
educativa integra a programação geral, como a instituição vê, pensa e vive a educação
e como deseja que ela se projecte para o mundo. Para isso é preciso integrar o
trabalho educativo desde a origem, torná-lo parceiro e companheiro de caminho ao
longo de qualquer projecto de programação cultural. Mas implica também alargar as
funções educativas que lhes são tradicionalmente atribuídas e imputadas, tornando os
serviços educativos mais flexíveis e ambiciosos nas abordagens e nos programas,
suficientemente capazes de promover a globalidade nas grandes premissas
subjacentes aos desafios da contemporaneidade e a “localidade” nas acções,
programas e relações que desenvolvem para a realidade em que se inserem,
construindo comunidades de aprendizagem partilhada, políticas de proximidade e
vizinhança, projectos de intervenção e criação com e na comunidade.
Isso requer tanto um reconhecimento da sua importância dentro das instituições (numa
lógica de coerência e consistência em termos de missão e objectivos ao nível da
programação geral) como um conhecimento próximo das comunidades a que se
dirigem, de forma a promover a eficácia e consistência da sua acção.
E isto implica novas estratégias, novas ferramentas, novas linhas de acção,
nomeadamente o reconhecimento de que fazer serviço educativo é programar e de
que a programação educativa deve poder ser assumidamente, também ela, um
espaço de criação e reflexão, fruto de um processo de selecção, decisão e
experimentação que constitui uma segunda curadoria, uma curadoria educativa, uma
proposta assente na programação-base da instituição mas com espaço para o seu
alargamento e enriquecimento com outros olhares e estratégias de mediação.
E se esta realidade começa a ser visível nalgumas das estruturas educativas de
referência associadas às artes performativas, onde a programação educativa se
mescla, entretece e integra na programação geral de forma orgânica e paritária,
apresentando de pleno direito propostas artísticas e experiências criativas sob a forma
de espectáculos e produções próprias, e implicando um trabalho de programação
partilhado e respeitado, nos museus e maioria das outras estruturas culturais a
programação educativa continua a constituir um apêndice menor e secundário que
reflecte um sistema de valor que a remete para o espaço residual da criação de
iniciativas puramente subsidiárias da programação central, num modelo
frequentemente reprodutivo e transmissivo dos discursos previamente construídos e
estabelecidos.
A vitalidade das sociedades mede-se também pela diversidade de plataformas e
espaços de criação e de promoção do pensamento criativo e crítico, espaços
essenciais ao desenvolvimento de uma cidadania plena e participativa. Os serviços
educativos são, a meu ver, um aliado fundamental na criação destes espaços mas
para se afirmarem nesse papel necessitam ainda de travar importantes batalhas pela
mudança de práticas e discursos, identidades e paradigmas.


Susana Gomes da Silva

Lisboa, Julho de 2011

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Texto Lura

  • 1. Territórios educativos: paradigmas, estigmas e outras pedras no sapato Um paradigma é extremamente poderoso na vida de uma sociedade, uma vez que influencia a forma como pensamos, como os problemas são resolvidos, os objectivos a atingir e aquilo a que se atribui valor. Gablick, S. (1991). The reenchantment of art. New York: Thames and Hudson, pp. 2-3 Os Serviços Educativos têm vindo a ser recentemente alvo de uma cada vez maior atenção, o que se reflecte num crescimento acentuado do seu número e também na multiplicação de seminários, redes informais, congressos, e alguma expressão na academia, ainda tímida na sua especificidade enquanto área académica de direito próprio e área de especialização profissional mas apesar de tudo ganhando aos poucos alguma visibilidade e voz. Pensados não já apenas na tradicional esfera dos museus (instituições-raiz que lhes deram origem, desenhando e experimentando grande parte dos modelos de funcionamento que hoje conhecemos e praticamos, e sobretudo lutando assumidamente pelo seu reconhecimento, necessidade e importância), eles surgem agora como espaços cruciais de mediação cultural alargando a sua acção às instituições culturais na sua globalidade, expandindo-se para bibliotecas, teatros, auditórios, centros culturais, projectos, eventos e festivais dos mais diversos tipos e temáticas. Dir-se-ia que os serviços educativos estão há já bastante tempo na ordem do dia e se, aparentemente, não há novo equipamento ou projecto cultural que não nasça actualmente com a noção de que terá inevitavelmente de contemplar uma área educativa, já os papéis que lhe são atribuídos e a forma como lhe será dado corpo, espaço e margem de acção constituem pontos sensíveis e frequentemente inconsistentes, reforçando a convicção de que esta continua a ser uma área profissional a precisar de premente e continuada reflexão crítica e ideológica. É que no meio desta azáfama de números e iniciativas persistem grandes assimetrias e diferenças nos enfoques, visões e paradigmas de intervenção. Perguntemos então o básico: O que são exactamente os serviços educativos? O que desejamos que sejam? Que desafios enfrentam? Que práticas preconizam? Que paradigmas educativos encarnam e propõem? Como se integram e que papel desempenham nas instituições que servem? Que papel(éis) desempenham na sociedade actual?
  • 2. À laia de definição: pontos para pensar Poderíamos dizer que os serviços educativos ocupam, desenham e propõem lugares, espaços e estratégias de relação entre as pessoas e os objectos/produtos culturais, entre os fruidores e os criadores, entre os programadores e os participantes, assumindo a missão de comunicar, mediar, promover experiências e vivências partilhadas, desenhar pontes e potenciar caminhos, formar e inspirar os públicos, se não da cultura (como seria desejável numa visão abrangente e transversal), pelo menos da instituição ou projecto a quem servem (onde se pressupõe que estejam integrados de forma orgânica, consistente, continuada e reconhecida). Nesta visão propositadamente generalista estão contidos alguns dos traços e tensões mais habituais quer ao nível do discurso sobre o papel educativo das instituições culturais (e por consequência do lugar do serviço educativo na sua estrutura, ideologia e funcionamento) quer ao nível das práticas de programação educativa e seus modelos e paradigmas de referência. No actual discurso produzido sobre e pelos serviços educativos acerca da sua importância, papéis e razões primeiras de ser e existir alguns termos sobressaem actualmente como pilares definidores: formação de públicos e mediação. Embora aparentemente próximos estes dois vectores identificadores da especificidade do trabalho do serviço educativo, são na realidade discursos com fundamentos e origens diferentes. Basta pensarmos que o argumento da formação de públicos é um discurso de forte componente política usado habitualmente para justificar a existência e importância dos serviços educativos por quem está fora deles, enquanto que o argumento da mediação, construção de conhecimento e estabelecimento de pontes e relações é usado habitualmente pelos próprios profissionais de serviço educativo para definirem a sua verdadeira acção, para anteciparmos algumas das tensões e contradições em que assentam as diferenças de perspectiva e consequentes práticas de trabalho. Acredito por isso que o momento pede uma reflexão mais crítica e consequente dos discursos em que assenta a nossa verdadeira prática, pois deles nascem os conceitos com que tecemos aquilo em que acreditamos, e essa teia tanto pode crescer e libertar como enredar e limitar. Que cresçamos então sobre os termos, as noções e os conceitos que desenham o paradigma em que verdadeiramente nos queremos mover e agir! Ao serviço da formação de públicos: um pau de muitos bicos Não há dúvida de que os serviços educativos também servem para captar e formar públicos (e, em última instância, se bem sucedidos, para os fidelizar e aumentar).
  • 3. No entanto é importante não perder de vista que a ideia e o argumento da formação de públicos não é necessariamente educativo e acompanha o surgimento das chamadas políticas e indústrias culturais na década de 80 do século XX. Esta expansão, que resultou na criação de um amplo conjunto de novos espaços e plataformas culturais que dinamizaram, descentralizaram e revitalizaram de alguma forma o tecido cultural do país, não só implica uma visão mais alargada do público como um elemento crucial a ter em consideração na equação cultural enquanto destinatário, “consumidor”, “utilizador” e fruidor dos novos espaços e programas culturais, como a própria forma de financiamento da maioria dos projectos passou a implicar a existência de uma dimensão educativa como requisito básico. A formação de públicos passou a ser assim a pedra de toque e a palavra de ordem para a justificação de muitos dos programas educativos encetados no âmbito dos novos centros culturais, capitais da cultura, festivais, museus e outros equipamentos, e uma forma de capitalizar investimentos e políticas através do aumento dos números de afluência. Como consequência, parte do reforço do número de serviços educativos fez-se numa lógica utilitária, reduzindo a sua acção e função, à criação de iniciativas e actividades de divulgação capazes de mobilizar os supostos públicos do futuro. A esta centralização da atenção na formação de públicos na área cultural, corresponde no âmbito específico dos museus uma viragem conceptual crucial: a necessidade de reequacionar o papel das instituições museológicas inscrevendo-as numa agenda de relevância social e educativa mais efectiva, descentrando a atenção das colecções e tradicionais funções determinantes da identidade dos museus para as pessoas, os visitantes e a sua experiência, dando maior visibilidade aos espaços, serviços e profissionais vocacionados para promoção desse encontro. E se de facto a assunção do papel social e educativo dos museus produziu mudanças extremamente significativas no desenho de novos espaços e práticas educativos, sendo inclusivamente capaz de promover o desenho de novas relações orgânicas da educação dentro das instituições, a verdade é que em muitas situações não foi capaz de sublimar uma estrutura de secundarização do trabalho educativo inscrita num sistema de valor em que a componente educativa continua a ocupar o final da linha, servindo uma programação pré-definida, um discurso pré-estabelecido e resumindo a sua utilidade à promoção do acesso ao conhecimento de um público não especializado e/ou em formação, assente uma vez mais no argumento da formação e manutenção dos públicos futuros. Por tudo isto não deixa de ser importante reconhecer que é parte fundamental do trabalho educativo formar públicos, mas é essencial que o paradigma de referência se re-situe num processo de releitura crítica. Formar públicos transcende
  • 4. necessariamente a ideia de criação de “utentes” e de apresentação de números e implica um envolvimento de toda a instituição numa visão comum de promoção de uma cidadania activa, crítica e completa, e portanto de promoção de espaços e estratégias concertadas para a efectiva formação de cidadãos participantes no tecido e práticas culturais do seu tempo. Mediação e curadoria educativa: um desafio Formar públicos neste sentido alargado implica que o serviço educativo possa assumir de pleno direito o território fecundo que habita, o espaço que intermedia o dentro e o fora, as pessoas e as coisas, as ideias e os actos, a vida e a criação. O trabalho do serviço educativo é essencialmente um trabalho de mediação e construção de relações. E como tal implica, também, repensar a forma como a programação educativa integra a programação geral, como a instituição vê, pensa e vive a educação e como deseja que ela se projecte para o mundo. Para isso é preciso integrar o trabalho educativo desde a origem, torná-lo parceiro e companheiro de caminho ao longo de qualquer projecto de programação cultural. Mas implica também alargar as funções educativas que lhes são tradicionalmente atribuídas e imputadas, tornando os serviços educativos mais flexíveis e ambiciosos nas abordagens e nos programas, suficientemente capazes de promover a globalidade nas grandes premissas subjacentes aos desafios da contemporaneidade e a “localidade” nas acções, programas e relações que desenvolvem para a realidade em que se inserem, construindo comunidades de aprendizagem partilhada, políticas de proximidade e vizinhança, projectos de intervenção e criação com e na comunidade. Isso requer tanto um reconhecimento da sua importância dentro das instituições (numa lógica de coerência e consistência em termos de missão e objectivos ao nível da programação geral) como um conhecimento próximo das comunidades a que se dirigem, de forma a promover a eficácia e consistência da sua acção. E isto implica novas estratégias, novas ferramentas, novas linhas de acção, nomeadamente o reconhecimento de que fazer serviço educativo é programar e de que a programação educativa deve poder ser assumidamente, também ela, um espaço de criação e reflexão, fruto de um processo de selecção, decisão e experimentação que constitui uma segunda curadoria, uma curadoria educativa, uma proposta assente na programação-base da instituição mas com espaço para o seu alargamento e enriquecimento com outros olhares e estratégias de mediação. E se esta realidade começa a ser visível nalgumas das estruturas educativas de referência associadas às artes performativas, onde a programação educativa se mescla, entretece e integra na programação geral de forma orgânica e paritária,
  • 5. apresentando de pleno direito propostas artísticas e experiências criativas sob a forma de espectáculos e produções próprias, e implicando um trabalho de programação partilhado e respeitado, nos museus e maioria das outras estruturas culturais a programação educativa continua a constituir um apêndice menor e secundário que reflecte um sistema de valor que a remete para o espaço residual da criação de iniciativas puramente subsidiárias da programação central, num modelo frequentemente reprodutivo e transmissivo dos discursos previamente construídos e estabelecidos. A vitalidade das sociedades mede-se também pela diversidade de plataformas e espaços de criação e de promoção do pensamento criativo e crítico, espaços essenciais ao desenvolvimento de uma cidadania plena e participativa. Os serviços educativos são, a meu ver, um aliado fundamental na criação destes espaços mas para se afirmarem nesse papel necessitam ainda de travar importantes batalhas pela mudança de práticas e discursos, identidades e paradigmas. Susana Gomes da Silva Lisboa, Julho de 2011