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PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADE DE EXTENSÃO NO
    CAMPO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: APRENDIZAGENS
                    CONJUNTAS
    Raiane Loss Cardoso1; Waldirene D’Ávila Bernabé2; Camila Helena Rodrigues3; Ana
                                                      Paula Andrade4, Valdete Côco5


Linha temática: 2: Extensão universitária e cidadania


RESUMO

         Considerando o tripé ensino, pesquisa e extensão na configuração do Programa
PET, o presente estudo focaliza as aprendizagens vivenciadas pelas estudantes que
compõem o grupo Pet Conexões – Projeto Educação no processo de articulação de
projeto de extensão no campo da Educação Infantil - EI, com vistas a inserir-se no
cotidiano de um Centro Municipal de EI, mobilizando esforços para aproximação aos
universos infantis, através da proposição e aplicação de instrumento de anamnese.
Partindo dos referenciais ligados a Bakhtin e Certeau, destacamos aprendizagens
emergentes do movimento de articulação junto à comunidade educativa, com vistas ao
início do trabalho. Para destacar os saberes e aprendizados derivados desse encontro,
numa perspectiva exploratória, recorremos a registros de diário de campo, para
evidenciar as demandas presentes no processo de articulação junto as instâncias
públicas do campo da EI e as primeiras apropriações desse cenário na comunidade
envolvida. Os dados apontam a receptividade do campo à parceria, abrindo
possibilidades de interlocuções que, dialogando com os propósitos da extensão
universitária, geram aprendizagens compartilhadas.

Palavras–chave: Extensão, Educação Infantil, Formação


Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES


1
  vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail.
2
  vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail.
3
  vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail.
4
  vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail.
5
  Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense – PPGE/FE/UFF. Professora do Centro de
educação, da Universidade Federal do Espírito – DLCE/PPGE/CE/UFES. Tutora do Grupo PET
Conexões: Projeto Educação. <valdetecoco@hotmail.com>.
INTRODUÇÃO: O CONTEXTO DA ARTICULAÇÃO


           A síntese da proposta informa que o projeto focaliza a temática das ações
educativas, mirando a EI articulada com a docência e os processos formativos,
articulado ao desenvolvimento do Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de
Saberes, especificamente do projeto Educação: periferias urbanas – UFES/2011, que
integra doze (11) graduandos dos cursos de Pedagogia, Artes e Educação Física. Na
articulação da extensão com o ensino e pesquisa, desenvolve atividades de formação em
parceira com o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Primeiro Passo –
SEDU/Serra com vistas à troca de saberes sobre a docência, numa lógica de
contribuição na formação dos graduandos e, simultaneamente, de configurar uma ação
de apoio ao trabalho do CMEI, a saber, o delineamento conjunto e a aplicação do
instrumento de anamnese das crianças. Pautado na lógica da troca de saberes, está
estruturado a partir de três movimentos extensionista: a articulação para a realização do
trabalho junto ao cenário educativo, a construção conjunta de instrumento para a ação e
a execução do trabalho, com a inserção na instituição. Assim, nesse trabalho
focalizamos as aprendizagens do grupo derivadas do processo de articulação junto ao
campo da EI.


MATERIAL E MÉTODOS: REFERENCIAS QUE PAUTAM A ARTICULAÇÃO
           Implicados com o conjunto do projeto, ancoramos nossa observação do
processo de articulação na premissa de que dar sentido ao vivido é um processo sempre
aberto e vinculado às interações estabelecidas (BAKHTIN, 1992, 1993 e 1997;
CERTEAU, 1993). Assim nossas aprendizagens do campo da EI dialogam com os
atores do CMEI, com a equipe de EI da Secretaria que orienta o trabalho, com as
políticas públicas pautadas pelo município e por todo o contexto social que atua na
produção de sentidos e significações no trabalho com as crianças pequenas. Nessa
perspectiva, a idéia de parceria se constitui desde o delineamento do projeto,
desenvolvendo um processo de articulação com a dinâmica institucional da EI pública,
até a sua execução, com a imersão no cotidiano do CMEI.
           No movimento de articulação para a realização do trabalho o grupo
mobilizou esforços em direção ao “auditório” desejado, com vistas a mobilizar um
diálogo com o outro no sentido de convite à ação conjunta. Para tanto realizou contatos
com a Secretaria Municipal de Educação buscando autorização para aproximação à
equipe de EI. Com a autorização, realizou reunião conjunta com a equipe apresentando
o projeto PET com o propósito da extensão, com vistas a buscar a indicação de um
CMEI. Com a indicação do CMEI, realizou contatos e visitas com vistas à configurar
solidariamente ação conjunta. Todo esse processo se sustenta na observação dos
propósitos formativos do PET Conexões e no estudo da proposta curricular do
município e do Projeto Político Pedagógico - PPP do CMEI. Para explorar os saberes e
aprendizados derivados desse encontro, numa perspectiva exploratória, recorremos a
registros de diário de campo, para evidenciar as demandas presentes no processo de
articulação junto as instâncias públicas do campo da EI e as primeiras apropriações
desse cenário na comunidade envolvida.


RESULTADOS E DISCUSSÕES: APRENDIZAGENS DO ENCONTRO COM O
                                       CAMPO DA EI
       Para chegarmos até aqui já passamos por um processo de realização de diversas
atividades, entre elas estudos e pesquisas na área da EI, configurando uma proposição inicial
para articulação entre a comunidade. Sabíamos que precisávamos ter o que dizer/oferecer, uma
proposição articuladora do grupo, mas que também precisaríamos estar abertos à proposições do
contexto. Esse processo se deu de forma processual no interior do grupo
                         À medida que ela [a tutora] falava sobre esse trabalho [a extensão], fui
                         imaginando e criando muitas expectativas [...]. Percebi também que todos os
                         presentes na reunião gostaram muito das propostas.

                                                                     (L.C.S 14 de Marcio de 2011.)


       A medida da sedimentação da proposta no grupo, a etapa de busca dos interlocutores
externos gera ansiedade e receio. A idéia de parceria implica o encontro com o outro, um espaço
em aberto que revela tanto potência como responsabilidade, uma vez que a forma de
encaminhar o processo tem implicações no resultado de adesão ou recusa. O primeiro contato
com a Equipe de EI do município foi agendado como uma reunião, integrando a tutora, as
integrantes do PET Conexões Educação e a equipe, obviamente. Tudo foi planejado com
antecedência, com bastante entusiasmo e dedicação do grupo.
                         Hoje, posso dizer que estou um tanto apreensiva, pois temos que organizar a
                         reunião com a equipe da Serra, o que requer bastante responsabilidade e
                         calmaria. Estou torcendo para que tudo caminhe bem.

                                                                      (R. N. 30 de Março de 2011)
Com a reunião, o temor se desfez e primeiro aprendizado se destacou, emergiu
uma observação de como o campo estava aberto à parceria, de como a troca parecia se
anunciar:
                         Para minha surpresa elas [as representantes da equipe de Educação Infantil
                         do município da Serra] disseram que ficaram muito felizes em abrir esse
                         espaço [o Centro municipal de educação infantil] para a elaboração das
                         nossas pesquisas. Achei também muito correto o fato da nossa tutora ter dito
                         que nenhuma escola deve se sentir obrigada a nos receber e que não estamos
                         desenvolvendo essa extensão para “consertar a escola”, mas sim para
                         contribuir.
                                                                   (L. C. S 04 de Abril de 2011.)

Estabelecidos os primeiros elos, partimos para o estudo do material orientador do
trabalho do CMEI, que foi nos indicado. Tínhamos duas tarefas a fazer: conhecer o
material do CMEI e buscá-lo para o convite à parceria. Aqui a indicação era apenas a
porta de entrada obedecendo as hierarquias institucionais. Assim, realizamos a análise
do estudo documental do material que sustenta o trabalho da instituição (Diretrizes
curriculares do Município e Projeto Político Pedagógico da Instituição de
Educação Infantil). Esse trabalho mobilizou no grupo a compreensão do seu caráter
multidisciplinar, áreas afins que podem dialogar tendo como eixo o trabalho no campo
da EI:
                         Hoje houve discussão das diretrizes, levantamos algumas situações e opiniões
                         sobre cada área de estudo, visando uma maior aproximação do grupo. Foi
                         bem interessante, podemos evidenciar a base curricular dos cursos envolvidos
                         com a educação infantil e retratar um pouco mais sobre a origem e o foco dos
                         nossos cursos de graduação.
                                                                        (R. N 15 de Abril de 2011)

         O estudo também foi gerando novas vinculações com o campo da EI permitindo
aperceber-se de detalhes, novos conhecimentos, dúvidas...
                         Ao retomar os documentos da escola, em especial o Regimento, destacamos
                         idéias muito legais, que nos provocou diversos temas de discussão. Um ponto
                         foi o Art. 13 desse regimento (que fala do uso remédios na escola caso a
                         criança esteja em tratamento); e o outro Art. 31 desse mesmo documento que
                         trata da matricula de gêmeos, trigêmeos... nas instituições de educação
                         infantil, nesse ultimo tema não encontrei uma respostas que esclarecesse
                         minha dúvida, no entanto provocamos uma discussão bem interessante nesse
                         sentido, usando de exemplos e casos de ilustração e reflexão.

                                                                    (K. K. A 04 de Agosto de 2011)


Simultaneamente, ao estudo empreendemos esforços nos contatos com o CMEI.
Reiteramos a idéia de receptividade, uma vez que os retornos se efetivaram e se
mobilizaram para espraiar a proposta no conjunto da instituição. Aqui observamos a
complexidade do trabalho institucional, que gera várias demandas emergenciais aos
profissionais, requerendo uma abertura e flexibilidade para o estabelecimento de
agendas. Assim, efetivamos nosso primeiro de articulação na instituição, e nos
arredores:
                        Enquanto aguardávamos a tutora, ficamos do lado de fora, andando pelas
                        ruas, conhecendo um pouco da região, a configuração dos arredores, o espaço
                        físico do CMEI, além de fotografar nossa presença. [...] Quando nos
                        encaminhamos ao interior da instituição, vimos o pátio, passamos em meio às
                        crianças que ainda faziam sua alimentação. [...] Saímos de lá, com uma
                        positividade quanto à aceitação, já que nosso projeto inicial assemelhávasse
                        com o intuito da instituição. (R.N 04 de julho de 2011)
Com as premissas estabelecidas nesse contato articulador, sistematizamos a primeira
versão do projeto de extensão (CÔCO et al.), numa perspectiva de parceria e trabalho
compartilhado. Assim, a autoria está se efetivando de forma conjunta. Também
encaminhamos nossa ambientação no CMEI

                        No primeiro momento ficamos observando o lanche das crianças, logo depois
                        fomos para a sala dos professores, nesse momento compartilhamos idéias
                        sobre os documentos do CMEI e chamamos atenção para as práticas
                        observadas fazendo conexão com os momentos já vividos por nós, tanto
                        como estudantes, tanto como educadoras.

                                                                   (K. K. A 04 de Agosto de 2011)

             Temos o desafio de construir nossa aceitação junto a comunidade educativa,
especialmente, junto às crianças que agora passam a nos conhecer. Da possibilidade
dessa parceria poder derivar o desenvolvimento de atividades de formação com vistas à
troca de saberes sobre a docência, numa lógica de contribuição na formação dos
petianos conexistas vinculados ao projeto educação e, simultaneamente, de configurar
uma ação de contribuição com o trabalho do CMEI, produzindo conjuntamente e
realizando a aplicação da anamnese das crianças. Assim, construímos nossas análises a
partir de um trabalho em processo, que se encaminha com múltiplas vozes de vários
personagens que dialogam. Com isso outras análises podem ser efetuadas e destacamos,
somos apenas alguns dos autores que se integram nessa rede dialógica desse fazer
vinculado à extensão (BAKHTIN, 2005, p. 207). Portanto, o trabalho continua com os
movimentos de construção conjunta do instrumento para a ação e a execução do
trabalho. Desejamos que com esse projeto, outras vozes ganhem potência, penetrando
nos espaços acadêmicos de reconhecimento e prestígio, dando visibilidade ao trabalho
no campo da EI.


                                 AGRADECIMENTOS
       Agradecemos à Secretaria Municipal de Educação do Município de Serra,
Espírito Santo, à equipe de Educação Infantil e especialmente, a todos os profissionais e
as crianças do CMEI Primeiro Passo, que tem acolhido nossa proposta de extensão e,
com isso, oportunizado nosso aprendizado no campo da Educação Infantil.

                                 REFERENCIAS

CÔCO, V. [et al]. Educação Infantil. O trabalho docente no encontro com as crianças.
Projeto de extensão. Vitória, Espírito Santo: UFES, 2011 (circulação restrita).

BAKHTIN, M. M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2005.
BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAKHTIN, M. M. Toward a Philosophy of the Act. Austin: University of Texas Press,
1993 (tradução para uso didático e acadêmico de Carlos Alberto Faraco e Cristóvão
Tezza, circulação restrita).

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Aprendizagens compartilhadas na articulação de projeto de extensão em educação infantil

  • 1. PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADE DE EXTENSÃO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: APRENDIZAGENS CONJUNTAS Raiane Loss Cardoso1; Waldirene D’Ávila Bernabé2; Camila Helena Rodrigues3; Ana Paula Andrade4, Valdete Côco5 Linha temática: 2: Extensão universitária e cidadania RESUMO Considerando o tripé ensino, pesquisa e extensão na configuração do Programa PET, o presente estudo focaliza as aprendizagens vivenciadas pelas estudantes que compõem o grupo Pet Conexões – Projeto Educação no processo de articulação de projeto de extensão no campo da Educação Infantil - EI, com vistas a inserir-se no cotidiano de um Centro Municipal de EI, mobilizando esforços para aproximação aos universos infantis, através da proposição e aplicação de instrumento de anamnese. Partindo dos referenciais ligados a Bakhtin e Certeau, destacamos aprendizagens emergentes do movimento de articulação junto à comunidade educativa, com vistas ao início do trabalho. Para destacar os saberes e aprendizados derivados desse encontro, numa perspectiva exploratória, recorremos a registros de diário de campo, para evidenciar as demandas presentes no processo de articulação junto as instâncias públicas do campo da EI e as primeiras apropriações desse cenário na comunidade envolvida. Os dados apontam a receptividade do campo à parceria, abrindo possibilidades de interlocuções que, dialogando com os propósitos da extensão universitária, geram aprendizagens compartilhadas. Palavras–chave: Extensão, Educação Infantil, Formação Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES 1 vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail. 2 vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail. 3 vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail. 4 vínculo institucional, acadêmico, bolsista, orientador, endereço de e-mail. 5 Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense – PPGE/FE/UFF. Professora do Centro de educação, da Universidade Federal do Espírito – DLCE/PPGE/CE/UFES. Tutora do Grupo PET Conexões: Projeto Educação. <valdetecoco@hotmail.com>.
  • 2. INTRODUÇÃO: O CONTEXTO DA ARTICULAÇÃO A síntese da proposta informa que o projeto focaliza a temática das ações educativas, mirando a EI articulada com a docência e os processos formativos, articulado ao desenvolvimento do Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes, especificamente do projeto Educação: periferias urbanas – UFES/2011, que integra doze (11) graduandos dos cursos de Pedagogia, Artes e Educação Física. Na articulação da extensão com o ensino e pesquisa, desenvolve atividades de formação em parceira com o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Primeiro Passo – SEDU/Serra com vistas à troca de saberes sobre a docência, numa lógica de contribuição na formação dos graduandos e, simultaneamente, de configurar uma ação de apoio ao trabalho do CMEI, a saber, o delineamento conjunto e a aplicação do instrumento de anamnese das crianças. Pautado na lógica da troca de saberes, está estruturado a partir de três movimentos extensionista: a articulação para a realização do trabalho junto ao cenário educativo, a construção conjunta de instrumento para a ação e a execução do trabalho, com a inserção na instituição. Assim, nesse trabalho focalizamos as aprendizagens do grupo derivadas do processo de articulação junto ao campo da EI. MATERIAL E MÉTODOS: REFERENCIAS QUE PAUTAM A ARTICULAÇÃO Implicados com o conjunto do projeto, ancoramos nossa observação do processo de articulação na premissa de que dar sentido ao vivido é um processo sempre aberto e vinculado às interações estabelecidas (BAKHTIN, 1992, 1993 e 1997; CERTEAU, 1993). Assim nossas aprendizagens do campo da EI dialogam com os atores do CMEI, com a equipe de EI da Secretaria que orienta o trabalho, com as políticas públicas pautadas pelo município e por todo o contexto social que atua na produção de sentidos e significações no trabalho com as crianças pequenas. Nessa perspectiva, a idéia de parceria se constitui desde o delineamento do projeto, desenvolvendo um processo de articulação com a dinâmica institucional da EI pública, até a sua execução, com a imersão no cotidiano do CMEI. No movimento de articulação para a realização do trabalho o grupo mobilizou esforços em direção ao “auditório” desejado, com vistas a mobilizar um diálogo com o outro no sentido de convite à ação conjunta. Para tanto realizou contatos
  • 3. com a Secretaria Municipal de Educação buscando autorização para aproximação à equipe de EI. Com a autorização, realizou reunião conjunta com a equipe apresentando o projeto PET com o propósito da extensão, com vistas a buscar a indicação de um CMEI. Com a indicação do CMEI, realizou contatos e visitas com vistas à configurar solidariamente ação conjunta. Todo esse processo se sustenta na observação dos propósitos formativos do PET Conexões e no estudo da proposta curricular do município e do Projeto Político Pedagógico - PPP do CMEI. Para explorar os saberes e aprendizados derivados desse encontro, numa perspectiva exploratória, recorremos a registros de diário de campo, para evidenciar as demandas presentes no processo de articulação junto as instâncias públicas do campo da EI e as primeiras apropriações desse cenário na comunidade envolvida. RESULTADOS E DISCUSSÕES: APRENDIZAGENS DO ENCONTRO COM O CAMPO DA EI Para chegarmos até aqui já passamos por um processo de realização de diversas atividades, entre elas estudos e pesquisas na área da EI, configurando uma proposição inicial para articulação entre a comunidade. Sabíamos que precisávamos ter o que dizer/oferecer, uma proposição articuladora do grupo, mas que também precisaríamos estar abertos à proposições do contexto. Esse processo se deu de forma processual no interior do grupo À medida que ela [a tutora] falava sobre esse trabalho [a extensão], fui imaginando e criando muitas expectativas [...]. Percebi também que todos os presentes na reunião gostaram muito das propostas. (L.C.S 14 de Marcio de 2011.) A medida da sedimentação da proposta no grupo, a etapa de busca dos interlocutores externos gera ansiedade e receio. A idéia de parceria implica o encontro com o outro, um espaço em aberto que revela tanto potência como responsabilidade, uma vez que a forma de encaminhar o processo tem implicações no resultado de adesão ou recusa. O primeiro contato com a Equipe de EI do município foi agendado como uma reunião, integrando a tutora, as integrantes do PET Conexões Educação e a equipe, obviamente. Tudo foi planejado com antecedência, com bastante entusiasmo e dedicação do grupo. Hoje, posso dizer que estou um tanto apreensiva, pois temos que organizar a reunião com a equipe da Serra, o que requer bastante responsabilidade e calmaria. Estou torcendo para que tudo caminhe bem. (R. N. 30 de Março de 2011)
  • 4. Com a reunião, o temor se desfez e primeiro aprendizado se destacou, emergiu uma observação de como o campo estava aberto à parceria, de como a troca parecia se anunciar: Para minha surpresa elas [as representantes da equipe de Educação Infantil do município da Serra] disseram que ficaram muito felizes em abrir esse espaço [o Centro municipal de educação infantil] para a elaboração das nossas pesquisas. Achei também muito correto o fato da nossa tutora ter dito que nenhuma escola deve se sentir obrigada a nos receber e que não estamos desenvolvendo essa extensão para “consertar a escola”, mas sim para contribuir. (L. C. S 04 de Abril de 2011.) Estabelecidos os primeiros elos, partimos para o estudo do material orientador do trabalho do CMEI, que foi nos indicado. Tínhamos duas tarefas a fazer: conhecer o material do CMEI e buscá-lo para o convite à parceria. Aqui a indicação era apenas a porta de entrada obedecendo as hierarquias institucionais. Assim, realizamos a análise do estudo documental do material que sustenta o trabalho da instituição (Diretrizes curriculares do Município e Projeto Político Pedagógico da Instituição de Educação Infantil). Esse trabalho mobilizou no grupo a compreensão do seu caráter multidisciplinar, áreas afins que podem dialogar tendo como eixo o trabalho no campo da EI: Hoje houve discussão das diretrizes, levantamos algumas situações e opiniões sobre cada área de estudo, visando uma maior aproximação do grupo. Foi bem interessante, podemos evidenciar a base curricular dos cursos envolvidos com a educação infantil e retratar um pouco mais sobre a origem e o foco dos nossos cursos de graduação. (R. N 15 de Abril de 2011) O estudo também foi gerando novas vinculações com o campo da EI permitindo aperceber-se de detalhes, novos conhecimentos, dúvidas... Ao retomar os documentos da escola, em especial o Regimento, destacamos idéias muito legais, que nos provocou diversos temas de discussão. Um ponto foi o Art. 13 desse regimento (que fala do uso remédios na escola caso a criança esteja em tratamento); e o outro Art. 31 desse mesmo documento que trata da matricula de gêmeos, trigêmeos... nas instituições de educação infantil, nesse ultimo tema não encontrei uma respostas que esclarecesse minha dúvida, no entanto provocamos uma discussão bem interessante nesse sentido, usando de exemplos e casos de ilustração e reflexão. (K. K. A 04 de Agosto de 2011) Simultaneamente, ao estudo empreendemos esforços nos contatos com o CMEI. Reiteramos a idéia de receptividade, uma vez que os retornos se efetivaram e se mobilizaram para espraiar a proposta no conjunto da instituição. Aqui observamos a complexidade do trabalho institucional, que gera várias demandas emergenciais aos profissionais, requerendo uma abertura e flexibilidade para o estabelecimento de
  • 5. agendas. Assim, efetivamos nosso primeiro de articulação na instituição, e nos arredores: Enquanto aguardávamos a tutora, ficamos do lado de fora, andando pelas ruas, conhecendo um pouco da região, a configuração dos arredores, o espaço físico do CMEI, além de fotografar nossa presença. [...] Quando nos encaminhamos ao interior da instituição, vimos o pátio, passamos em meio às crianças que ainda faziam sua alimentação. [...] Saímos de lá, com uma positividade quanto à aceitação, já que nosso projeto inicial assemelhávasse com o intuito da instituição. (R.N 04 de julho de 2011) Com as premissas estabelecidas nesse contato articulador, sistematizamos a primeira versão do projeto de extensão (CÔCO et al.), numa perspectiva de parceria e trabalho compartilhado. Assim, a autoria está se efetivando de forma conjunta. Também encaminhamos nossa ambientação no CMEI No primeiro momento ficamos observando o lanche das crianças, logo depois fomos para a sala dos professores, nesse momento compartilhamos idéias sobre os documentos do CMEI e chamamos atenção para as práticas observadas fazendo conexão com os momentos já vividos por nós, tanto como estudantes, tanto como educadoras. (K. K. A 04 de Agosto de 2011) Temos o desafio de construir nossa aceitação junto a comunidade educativa, especialmente, junto às crianças que agora passam a nos conhecer. Da possibilidade dessa parceria poder derivar o desenvolvimento de atividades de formação com vistas à troca de saberes sobre a docência, numa lógica de contribuição na formação dos petianos conexistas vinculados ao projeto educação e, simultaneamente, de configurar uma ação de contribuição com o trabalho do CMEI, produzindo conjuntamente e realizando a aplicação da anamnese das crianças. Assim, construímos nossas análises a partir de um trabalho em processo, que se encaminha com múltiplas vozes de vários personagens que dialogam. Com isso outras análises podem ser efetuadas e destacamos, somos apenas alguns dos autores que se integram nessa rede dialógica desse fazer vinculado à extensão (BAKHTIN, 2005, p. 207). Portanto, o trabalho continua com os movimentos de construção conjunta do instrumento para a ação e a execução do trabalho. Desejamos que com esse projeto, outras vozes ganhem potência, penetrando nos espaços acadêmicos de reconhecimento e prestígio, dando visibilidade ao trabalho no campo da EI. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Secretaria Municipal de Educação do Município de Serra, Espírito Santo, à equipe de Educação Infantil e especialmente, a todos os profissionais e
  • 6. as crianças do CMEI Primeiro Passo, que tem acolhido nossa proposta de extensão e, com isso, oportunizado nosso aprendizado no campo da Educação Infantil. REFERENCIAS CÔCO, V. [et al]. Educação Infantil. O trabalho docente no encontro com as crianças. Projeto de extensão. Vitória, Espírito Santo: UFES, 2011 (circulação restrita). BAKHTIN, M. M. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005. BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. BAKHTIN, M. M. Toward a Philosophy of the Act. Austin: University of Texas Press, 1993 (tradução para uso didático e acadêmico de Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza, circulação restrita).