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Os motivos da Guerra do Peloponeso
“ É pois esta a cidade pela qual estes homens combateram e morreram, julgando que era
o seu dever não deixar que ela fosse conquistada pelo inimigo; julgando que era seu
dever não deixar que ela fosse conquistada pelo inimigo; é justo também que os
sobreviventes estejam prontos a sacrificar-se por ela” (Tucídides, História da Guerra do
Peloponeso, II.XLI)

A guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas, centro político e
civilizacional por excelência do mundo do século V a.C., e Esparta cidade de tradição
militarista e costumes austeros, de 431 a 404 a.C.
A Guerra do Peloponeso é uma consequência da resistência por parte de Atenas
em negociar condições de paz com o inimigo em vez de simplesmente as ditar. A
Guerra do Peloponeso durou vinte e sete anos e envolveu a maior parte do mundo
grego.
Os acontecimentos desta guerra foram relatados pelo Ateniense Tucídetes que
entrevistou testemunhas de ambos os lados do conflito enquanto esteve exilado,
relatando-os numa linguagem difícil e dramática.
A Guerra do Peloponeso teve uma origem complexa mas os factores que mais
convergiram para esta guerra foram as disputas ente Atenas e Esparta na década de 430
a.C. relativas à sua liberdade de lidarem com os aliados de uma e outra. As causas que
estão na origem da guerra centram-se no duplo conflito que opôs Atenienses e
Coríntios, centrado a ocidente em Corcira e a oriente em Pontiela. Os Córcira pediram
ajuda a Atenas contra Corinto mas esta acabou por impor sanções económicas contra a
cidade-estado de Mégara, proibido os Megáricos de comercializarem em todas as baías
do império ateniense, o que constituíra um golpe severo pois retirava a maior parte dos
rendimentos do comércio marítimo. Pontiela, antiga aliada de Atenas e que se
encontrava estrategicamente localizada a norte, revoltou-se contra Atenas e pediu
auxílio a Corinto, a cidade que originalmente tinha fundado. Por sua vez, Corinto era
aliada de Esparta. Corino protestava o bloqueio contra a sua antiga colónia e já se
encontrava descontente com os Atenienses por terem apoiado e estabelecido uma
aliança com a cidade-estado de Córcira. Segundo Thomas R. Martin[1] as causas
profundas envolveram as ambições de hegemonia dos antagonistas, o temor do poder do
outro, e a preocupação com a liberdade de interferência de um rival forte.
A eclosão da guerra ocorreu quando Esparta fez um ultimato a Atenas, em que
ameaçavam com uma guerra aberta caso Atenas não levantasse as sanções económicas
que impusera a Mégara e suspendesse o bloqueio naval a Pontideia. Obviamente Atenas
não aceitou levado à guerra.
Os Espartanos lançaram o seu ultimato de forma a aplacar os Megáricos e os
Coríntios com a sua força naval pois estes tinham ameaçado Esparta que sairiam da
Liga do Peloponeso e aliavam-se aos Atenienses caso continuassem a adiar a prestação
do seu apoio.
Esparta e Atenas foram empurradas pelas potências menores para a guerra. Os
conflitos ainda se tornaram maiores quando Esparta fez um ultimato final para que os
Atenienses revogassem o Decreto Megárico mas Atenas rejeitou.
As hostilidades entre Atenas e Esparta segundo Thomas R. Martin foram
marcadas pelas disputas entre as sanções atenienses contra Mégara, bem como sobre a
utilização da força contra Ponteia e a aliança com Córcira, reflectiam as questões mais
amplas sobre o poder, que motivavam a hostilidade entre Atenas e Esparta.
Esparta tinha receio que os Atenienses utilizassem a sua força naval da Liga de
Delos para destruir a Liga do Peloponeso e a assembleia do Ateniense irritou-se com a
inferência na sua liberdade de acção.
Os Atenienses ofereceram-se para um tratado de paz contudo os Espartanos
como não podiam recusar em honrar uma obrigação imposta por um juramento, e não
queriam que Corinto saísse da sua aliança, recusaram.

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  • 1. Os motivos da Guerra do Peloponeso “ É pois esta a cidade pela qual estes homens combateram e morreram, julgando que era o seu dever não deixar que ela fosse conquistada pelo inimigo; julgando que era seu dever não deixar que ela fosse conquistada pelo inimigo; é justo também que os sobreviventes estejam prontos a sacrificar-se por ela” (Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, II.XLI) A guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas, centro político e civilizacional por excelência do mundo do século V a.C., e Esparta cidade de tradição militarista e costumes austeros, de 431 a 404 a.C. A Guerra do Peloponeso é uma consequência da resistência por parte de Atenas em negociar condições de paz com o inimigo em vez de simplesmente as ditar. A Guerra do Peloponeso durou vinte e sete anos e envolveu a maior parte do mundo grego. Os acontecimentos desta guerra foram relatados pelo Ateniense Tucídetes que entrevistou testemunhas de ambos os lados do conflito enquanto esteve exilado, relatando-os numa linguagem difícil e dramática. A Guerra do Peloponeso teve uma origem complexa mas os factores que mais convergiram para esta guerra foram as disputas ente Atenas e Esparta na década de 430 a.C. relativas à sua liberdade de lidarem com os aliados de uma e outra. As causas que estão na origem da guerra centram-se no duplo conflito que opôs Atenienses e Coríntios, centrado a ocidente em Corcira e a oriente em Pontiela. Os Córcira pediram ajuda a Atenas contra Corinto mas esta acabou por impor sanções económicas contra a cidade-estado de Mégara, proibido os Megáricos de comercializarem em todas as baías do império ateniense, o que constituíra um golpe severo pois retirava a maior parte dos rendimentos do comércio marítimo. Pontiela, antiga aliada de Atenas e que se encontrava estrategicamente localizada a norte, revoltou-se contra Atenas e pediu auxílio a Corinto, a cidade que originalmente tinha fundado. Por sua vez, Corinto era aliada de Esparta. Corino protestava o bloqueio contra a sua antiga colónia e já se encontrava descontente com os Atenienses por terem apoiado e estabelecido uma aliança com a cidade-estado de Córcira. Segundo Thomas R. Martin[1] as causas profundas envolveram as ambições de hegemonia dos antagonistas, o temor do poder do outro, e a preocupação com a liberdade de interferência de um rival forte.
  • 2. A eclosão da guerra ocorreu quando Esparta fez um ultimato a Atenas, em que ameaçavam com uma guerra aberta caso Atenas não levantasse as sanções económicas que impusera a Mégara e suspendesse o bloqueio naval a Pontideia. Obviamente Atenas não aceitou levado à guerra. Os Espartanos lançaram o seu ultimato de forma a aplacar os Megáricos e os Coríntios com a sua força naval pois estes tinham ameaçado Esparta que sairiam da Liga do Peloponeso e aliavam-se aos Atenienses caso continuassem a adiar a prestação do seu apoio. Esparta e Atenas foram empurradas pelas potências menores para a guerra. Os conflitos ainda se tornaram maiores quando Esparta fez um ultimato final para que os Atenienses revogassem o Decreto Megárico mas Atenas rejeitou. As hostilidades entre Atenas e Esparta segundo Thomas R. Martin foram marcadas pelas disputas entre as sanções atenienses contra Mégara, bem como sobre a utilização da força contra Ponteia e a aliança com Córcira, reflectiam as questões mais amplas sobre o poder, que motivavam a hostilidade entre Atenas e Esparta. Esparta tinha receio que os Atenienses utilizassem a sua força naval da Liga de Delos para destruir a Liga do Peloponeso e a assembleia do Ateniense irritou-se com a inferência na sua liberdade de acção. Os Atenienses ofereceram-se para um tratado de paz contudo os Espartanos como não podiam recusar em honrar uma obrigação imposta por um juramento, e não queriam que Corinto saísse da sua aliança, recusaram.