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MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
Aprender a ler e escrever abre um leque de possibilidades para as crianças.
Por meio da leitura, as crianças e jovens aprendem, ganham autonomia e liberdade
para realizar suas atividades. Quando a criança começa a ser alfabetizada muda
completamente a sua forma de ver e entender o mundo. Esta etapa do
desenvolvimento é muito importante para os pequenos e há diversas formas de
aprendizagem e métodos distintos que garantam que a alfabetização ocorra. Abaixo,
destacamos os principais métodos de alfabetização e como funcionam.
Método alfabético (ou soletração)
É um dos mais antigos métodos. Visa ensinar a criança a aprender as letras,
ordem alfabética e a soletração. Usam-se técnicas que ajudam o aluno a associar o
nome da letra à sua representação visual e ao som que ela adquire na palavra. A
criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias. Por
este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra.
Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa.
O método alfabético permite a utilização de cartilhas e é baseado no ensino
do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras
devem ser feitas por meio do planejamento de atividades lúdicas. Isso contribui com o
aprendizado e ajuda a criança a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no
fluxo da fala e do pensamento.
Método fônico
Ocorre quando a alfabetização é feita por meio dos fonemas e começa dos
sons mais simples para os mais complexos — das vogais para as consoantes.
Depois, formam-se as sílabas e as palavras.
O método fônico surgiu como uma crítica ao método da soletração ou
alfabético. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,
forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiramente as sílabas mais simples e
depois as mais complexas. O objetivo é aproximar os alunos de algum significado.
O primeiro passo desse método é fazer com que os alunos conheçam as 26
letras do alfabeto. Geralmente, os professores começam pelas vogais. Uma opção
é associar uma palavra à imagem e som. Outros educadores preferem apresentar as
letras por meio da contação de histórias. Depois é ensinada a combinação de letras
para a formação de sílabas e palavras. É um método mais dinâmico.
Método silábico
Usa sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais
complexas. O professor ensina as famílias silábicas, que podem ser associadas a
desenhos ou palavras-chave.
O método silábico é um método sintético, ou seja, parte de pequenas
unidades e está gradualmente abordando unidades mais complexas. Usa as sílabas
como unidades individuais básicas e segue para os sons individuais das letras.
Palavração
O método ensina como a palavra é graficamente sem a necessidade de
decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. Geralmente,
apresentam grupos de palavras e os alunos tentam reconhecer suas características
gráficas. Na palavração, as palavras são apresentadas em agrupamentos e os alunos
aprendem a reconhecê-las pela visualização e pela configuração gráfica. São usados
cartões para fixação, com palavras de um lado e figuras de outro e também
exercícios para o ensino do movimento de escrita de cada palavra.
Sentenciação
Visa ensinar o significado da palavra da forma mais completa por meio de
frases. O aluno precisa compreender o sentido de uma sentença para só depois
analisar palavras e sílabas. O método de sentenciação enfatiza a sentença como
unidade que, depois de reconhecida e compreendida globalmente, será decomposta
em palavras e, finalmente, em sílabas.
Outro procedimento é a estratégia de comparar palavras e isolar elementos
reconhecidos, para ler e escrever palavras novas. O foco é na compreensão das
frases, e só depois nas palavras que as compõem.
Método global
Estimula o aluno a observar um texto por certo tempo para memorizar e
entender o sentido geral. Depois, analisam as sentenças, as palavras e comparam
com as composições silábicas. Geralmente, é associado aos contos e histórias.
Defende que a criança percebe as coisas e a linguagem em seu aspecto
global. Por isso, acreditam que a leitura é uma atividade de interpretação de ideias e
que a análise de partes deve ser um processo posterior. Sendo assim, tudo começa
pelo texto. Só depois de o aluno ter um contato intenso com uma história é que o
material será fragmentado em frases e palavras, para que os alunos identifiquem as
partes decompostas.
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA ALFABETIZAÇÃO
O desafio que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz para o
professor é o de aprender a articular as diferentes facetas da apropriação da língua
escrita. Isso significa aliar o trabalho com as práticas sociais de leitura e escrita com
momentos de aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Como fazer isto na
prática? Há escolas que já seguem por este caminho. O texto é o ponto central e,
com base nele, consigo definir meus conteúdos, mas sem deixar de lado a letra ou a
questão sonora, que são importantes também.
A centralidade do texto está indicada na Base. É importante que fique claro
ao docente que texto não é pretexto para análise da língua, mas contexto, pois pode
favorecer a alfabetização, colaborando para a compreensão de conteúdos
linguísticos. Sendo assim, é preciso ter intencionalidade na escolha. Essas opções
serão mais ricas quanto maior o repertório do professor quanto aos diversos gêneros
textuais, especialmente a literatura infantil, mas não exclusivamente.
Para isso, o docente pode considerar as culturas infantis tradicionais e
contemporâneas, as brincadeiras da tradição oral (parlendas, cantigas e trava
línguas) e as situações lúdicas. Com base nesses textos, cujas finalidades são
brincar com a língua, os alunos conseguem refletir sobre o que se diz e o que se
escreve e, ao criarem repertório, podem elaborar novos textos inspirados naqueles
que conheceram.
Quais são os níveis de consciência fonológica?
A consciência fonológica pode ser dividida em diferentes níveis, tais como,
consciência de palavra, consciência silábica, consciência intrassilábica e consciência
fonémica. Entre o primeiro e segundo mês de vida, a criança começa a distinguir os
sons com base no fonema. Aos três anos de idade, o processo de desenvolvimento
de discriminação está terminado, começando a surgir indicadores da capacidade de
manipulação dos sons da língua. Aos quatro anos, a criança apresenta maiores
dificuldades em tarefas de consciência fonêmica relativamente às tarefas de
consciência silábica.
No quadro seguinte, apresenta-se a caracterização dos diferentes níveis de
consciência fonológica:
Níveis de consciência fonológica Caracterização
Consciência de palavra Dividir palavras em frases
Consciência silábica Segmentar as palavras em sílabas
Consciência intrassilábica Isolar unidades da sílaba, as rimas
Consciência fonémica/segmental Isolar e detetar os sons da fala
O AMBIENTE ALFABETIZADOR
A expressão ambiente alfabetizador tornou-se uma referência para a
discussão de aspectos metodológicos da alfabetização nos meados da década de
1980. Com a difusão do ideário construtivista, para o qual o foco é a criança e seu
processo de conceitualização da escrita, a interação da criança com esse objeto de
conhecimento ganhou uma grande importância nos encaminhamentos pedagógicos.
A ideia fundamental é a de que o aprendiz da língua escrita é capaz de refletir
sobre o sistema de representação, apropriando-se de seus sinais gráficos e de suas
regras de funcionamento, a partir do contato intenso com os materiais escritos e da
participação ativa em práticas de leitura e escrita de adultos. Dessa forma, o
professor, visto como um mediador das experiências de imersão da criança nessas
práticas tem como estratégia pedagógica principal, a organização de um ambiente
capaz de estimular e desafiar o aprendiz em seu processo de aprendizagem –
o ambiente alfabetizador – selecionando materiais de interesse das crianças,
organizando a exposição e o trabalho com esses materiais em sala de aula, lendo e
escrevendo para e com as crianças. Vale lembrar que a ênfase construtivista
no ambiente alfabetizador provocou o surgimento de metodologias pedagógicas mais
dinâmicas nas práticas docentes no Ensino Fundamental, como, por exemplo, o
encaminhamento de projetos pedagógicos. Na realização desses projetos, as
crianças têm oportunidade de fazer uso da escrita em um contexto de estudo, o que
mobiliza seus processos de reflexão sobre a língua escrita em vários níveis, criando
um ambiente favorável ao desenvolvimento da alfabetização e do letramento.
No início da década de 2000, a discussão sobre a prática pedagógica de
alfabetização enfatiza a intervenção mais efetiva da ação pedagógica na
aprendizagem do sistema de escrita pelas crianças. Nesse contexto, o fator
determinante do ensino e da aprendizagem é o reconhecimento da importância do
contato das crianças com a língua escrita, como fonte de suas reflexões sobre esse
objeto de aprendizagem, do desenvolvimento de sua capacidade de leitura e
produção de textos e, por fim, de sua apropriação da cultura escrita.
A alfabetização é um processo muito importante na vida da criança. Os
estímulos ao desenvolvimento cognitivo dos alunos é o mais importante em um
ambiente alfabetizador.
“[…] um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações
de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm oportunidade de
participar.”
(RCNEI; – Referencial Curricular Nacional Educação Infantil)
Sugestões para uma boa organização desse ambiente
- Alfabeto num varal, perto dos alunos e na altura deles, no início do ano;
- Espaço para exposição de textos usados na leitura compartilhada, para que eles
possam recuperá-los quando quiserem;
- Mural para exposição da produção dos alunos;
- Biblioteca de classe, com materiais diversos de leitura;
- Calendário com uma folha para cada mês que poderá ser preso a um cabide de saia
(os alunos deverão receber uma folha de calendário similar para prender no caderno
no começo de cada mês, para que façam a mesma marcação do calendário grande);
- Banco de palavras;
- Listagem com o primeiro nome de todos os alunos, organizados em ordem
alfabética e tendo a letra inicial destacada em vermelho (usar letra maiúscula).
- Numerário (sequência numérica de 0 a 10 em numeral/quantidade/número).
As crianças têm preferências por atividades diferentes e cada uma apresenta
o seu próprio ritmo. O desenvolvimento das atividades psicomotoras, do
relacionamento com os outros, da fala e de diversas outras formas de comunicação
vão acontecendo em épocas relativamente distintas. As crianças reagem de formas
diferentes, por isso, o ambiente alfabetizador precisa ser organizado e assimilar
hábitos de trabalho que contribuam para a independência de cada uma delas. A sala
de aula deve estar preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela
escrita e pelo manuseio do material didático. O material “vivo” na sala de aula, que
está em constante ampliação e utilização, é uma escrita de referência para os alunos.
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Quando falamos sobre dificuldades de aprendizagem, podemos observar,
que muitos estudos alertam para os sérios problemas da educação no Brasil, mas
mesmo assim o fracasso escolar ainda se impõe de forma gritante nas estatísticas. E
apesar da falta de preparo dos professores, e da infraestrutura das escolas terem
influência nesse fracasso, a responsabilidade maior ainda cai nos alunos, que muitas
vezes são prejudicados pelas desigualdades sociais.
De acordo com Paulo Freire, “o professor exerce um papel muito importante,
o de educador” que tem como parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os
conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. A metodologia das escolas deve ser
adequada a realidade de seus alunos e, ao surgirem problemas com a aprendizagem
dos alunos, é importante uma mobilização da escola objetivando a solução das
dificuldades.
Quais as dificuldades de aprendizagem?
A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na
atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios
problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade).
- Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente,
pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos
de linhas ao ler um texto, etc.
- Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e
inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso,
está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e
desorganização ao produzir um texto.
- Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números e, de um modo geral, os
portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não
entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer
comparações, não entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais
sérios, porém ainda pouco conhecido.
- Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das
palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se
mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
- Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como
consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas,
desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta
de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
- TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: é um problema de
ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta
de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e
adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque
apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de
causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e
outros profissionais capacitados.
As dificuldades na leitura e na escrita
Tendo como base os tipos de dificuldades de aprendizagem, podemos
observar as interferências no processo de ensino da leitura e da escrita, pois ler é um
processo complexo e depende de fatores físicos, intelectuais e emocionais. A idade
mental da criança exerce grande influência na aprendizagem da leitura; ela é fator
importante da determinação de sua capacidade de reconhecimento e de
compreensão das palavras escritas ou impressas. A maioria das crianças, ao iniciar o
processo de ensino da leitura e da escrita, apresenta um determinado nível de
aprendizado que possibilita o professor fazer um plano de ensino de acordo com o
nível dos alunos. Fatores sociais e emocionais muitas vezes são o maior motivo para
a dificuldade de aprendizado, pois uma criança que não tem uma boa condição de
vida,(que não possui uma boa alimentação) tem seu ensino prejudicado, pesquisas já
comprovaram que a criança subnutrida não possui o mesmo rendimento escolar, de
uma criança bem alimentada. E o equilíbrio emocional também afeta no aprendizado,
pois uma criança com um lar perturbado, onde ela não se sente segura, não
consegue ir à escola e ter o mesmo rendimento que uma criança com um lar
estruturado.
A criança em desenvolvimento 07 aos 09 anos
Vários teóricos e pesquisadores concordam que há uma mudança
significativa no pensamento da criança e no modo de aprender entre os 05 e 07 anos.
Segundo Piaget, essa mudança é denominada o início do período das operações
concretas, onde a criança é capaz de ir além de meras representações internas e
pode começar a manipular tais representações de vários modos. Nesse estágio a
criança começa a apresentar tipos complexos de ações mentais como, a adição, a
subtração, a classificação, seriação e assim por diante. Ou seja, ela será capaz não
só de somar, mas também será capaz de subtrair e entender que a subtração é o
oposto da soma.
Afetividade e a construção do sujeito
Na construção do indivíduo devemos levar em conta que abordaremos o
trabalho em conjunto com toda a turm, mas ao avaliar será um trabalho individual até
mesmo porque nenhuma criança é igual a outra. A construção do indivíduo é a
construção de seu conhecimento, é o desenvolvimento de sua inteligência. A
afetividade é um norte a seguir para que seja desenvolvida adequadamente a
inteligência. Ao atuar sendo afetivos estaremos atuando integralmente no
desenvolvimento cognitivo da criança.
Emoção e razão estão sempre juntas, abordar a inteligência da criança
levando como ponto de partida a afetividade é fundamental. Se o indivíduo está bem
emocionalmente ele estará melhor ainda racionalmente para se desenvolver. O
desenvolvimento da inteligência é gradativo, sendo descoberto ao longo da vida e
aumentado ou estacionado de acordo com práticas afetivas. A criança com auto-
estima tem a sua inteligência desenvolvida de forma mais rápida e concreta, já a
criança com baixa auto-estima poderá apresentar dificuldade de aprendizagem, logo
sua inteligência será desenvolvida de maneira mais lenta. Para eliminar dificuldades
devemos está sempre atuando como educadores pesquisadores afetivos com nossos
alunos e com a própria profissão.
A TECNOLOGIA A FAVOR DA ALFABETIZAÇÃO
O papel da tecnologia na escola é sempre colocado em cheque. Mas como
encontrar o equilíbrio, já que estamos lidando com nativos digitais?
Você sabe o que é um nativo digital?
O termo diz respeito às pessoas que nasceram na Era da Informação e, por
isso, lidar com tecnologia sempre fez parte da sua rotina. Os nativos digitais já
nasceram assistindo desenhos via streaming por meio de aplicativo no tablet. Para
eles, nunca existiu um mundo diferente dessa realidade. Sendo assim, as crianças
que, hoje, estão em fase de alfabetização, são todas nativas digitais. Portanto, para
elas é natural que a tecnologia esteja presente em sala de aula, assim como está em
toda a sua rotina.
Por outro lado, há inúmeros fatores que dificultam esse processo, que parece
tão natural: falta de investimento em recursos, educadores desatualizados,
pedagogos conservadores, materiais didáticos ultrapassados e pais resistentes são
alguns dos pontos sensíveis deste assunto. Contudo, todos os caminhos levam ao
uso da tecnologia nos processos de aprendizagem. Mais do que isso: na inclusão de
disciplinas que eduquem para o futuro que, na realidade, já é presente. As
inovações precisam fazer parte do dia a dia escolar dessas crianças. Sabendo disso,
o mercado da educação não para de se atualizar, criando recursos com o objetivo de
auxiliar não apenas no processo de alfabetização, mas na aprendizagem da
educação básica como um todo.
De contação de histórias a jogos de raciocínio, de lógica de programação à
interpretação de texto, diversos recursos são lançados diariamente para colaborar
com o desenvolvimento intelectual dos pequenos. Sabendo-se disso, por que ainda
há escolas que têm receio em utilizar a tecnologia ? Por que ainda há educadores
despreparados para lidar com recursos tecnológicos? E, principalmente, por que
ainda se questiona a eficácia destes meios?
Não há dúvida que a educação evoluiu com a democratização da internet,
assim como com o desenvolvimento de novas tecnologias. Muitas informações, que
eram previamente restritas a um território físico, conseguiram transpor barreiras e
alcançar locais onde antes nunca chegariam. No entanto, a mesma tecnologia que se
tornou uma forte aliada também é vista como vilã, já que manter a atenção dos
alunos em sala de aula é uma luta diária, ainda maior quando há presença de
smartphones e outros dispositivos. Por outro lado, proibir a utilização da tecnologia é
não apenas impossível, mas um sacrilégio, já que é possível aproveitá-la para
melhorar a qualidade de ensino e o desempenho dos alunos.
Sabe-se que o aprendizado não funciona de uma única forma para todas as
pessoas. Existem alunos que são visuais, outros que são mais auditivos e outros,
ainda, que preferem aprender através da leitura. Logo, o modelo engessado de
ensino acaba não tornando dinâmico esse aprendizado. No entanto, a tecnologia é
capaz de resolver tudo isso em poucos segundos, já que estudar não precisa ser
maçante, mas pode ser divertido, ainda mais no período de alfabetização.
Disponibilizar ferramentas digitais para as crianças que estão aprendendo a
ler e a escrever tem trazido importantes mudanças e benefícios no processo de
alfabetização. As inovações estão ajudando as escolas a terem uma educação muito
mais adequada às novas gerações, que já vivem no mundo digital. Assim, elas
possibilitam uma melhor assimilação do conteúdo, melhoram a motivação dos
estudantes e até começam a prepará-los para o mercado de trabalho do futuro.
Esses recursos, muitas vezes lúdicos, proporcionam uma experiência mais
ampla para as crianças que estão aprendendo as palavras, seus sons e
significados. Também, já é possível encontrar jogos digitais e aplicativos que foram
desenvolvidos a fim de incluir crianças com deficiências, tornando a educação
inclusiva e adequada.
Vantagens que a tecnologia traz para a educação
- Acesso fácil à informação: se um dia o professor foi o único detentor do
conhecimento, hoje já nem nos lembramos mais. A internet está repleta de
informações de todos os tipos, e mesmo os alunos mais novos já chegam em sala de
aula carregados dessas informações sobre os mais variados assuntos. Trazer
conhecimento de casa enriquece o processo de ensino-aprendizagem, assim como
utilizar tecnologia em sala de aula amplia as fontes de informação e os meios de
aprendizado, auxiliando, inclusive, no envolvimentos dos pais/responsáveis neste
processo.
- Facilita a execução de atividades: antes do acesso à internet e a
dispositivos de acessos, procurar por conteúdo significava ir à uma biblioteca e
pesquisar em livros físicos. Hoje, antes mesmo de aprender a escrever, as crianças já
conhecem os mecanismos de busca online e conseguem tirar dúvidas e, portanto,
aprender por meio de comando de voz. Isso possibilita que as atividades sejam mais
complexas, estimulando o raciocínio e o senso crítico até dos alunos de mais tenra
idade.
- Aulas mais interessantes: além de facilitar o acesso à informação, a
tecnologia também proporciona recursos de ensino que tornam as aulas mais
divertidas. Apostar no audiovisual e na gamificação, por exemplo, vai engajar mais o
aluno porque as aulas serão mais dinâmicas e interessantes, deixando-o mais
interessado até pelo conteúdo que está sendo abordado.
- Ensino personalizado: o debate de que cada aluno aprende de forma
diferente já é antigo e o uso de tecnologia pode ser uma solução viável para que o
assunto evolua. Isso porque, por meio dela, é possível promover o desempenho de
cada criança individualmente, identificando suas dificuldades e habilidades e
desenvolvendo um aprendizado mais assertivo.
- Aprendizado por conta própria: uma habilidade muito interessante de ser
desenvolvida é o auto aprendizado. E a tecnologia colabora para que o aluno aprenda
por conta própria, como sugere a cultura maker, que estimula com que se coloque a
mão na massa. Na sala de aula, metodologias ativas desenvolvem essa habilidade
nos alunos, e os prepara melhor para o futuro.
- Flexibilidade geográfica: o uso da tecnologia na alfabetização ou mesmo
para aprimorar o aprendizado não está preso à sala de aula. O acesso às plataformas
tecnológicas pode ser feito de qualquer lugar, em qualquer hora do dia. Isso muda
completamente o paradigma da aprendizagem, elimina a necessidade da presença
física do professor, ajuda a envolver mais os pais e abre diversas possibilidades a
serem exploradas.
Desvantagens do uso da tecnologia na Educação
- Alunos mais distraídos: a distração é, sem dúvida, o maior obstáculo do
uso de tecnologia, não somente na sala de aula, mas no dia a dia das crianças. A
atenção se tornou um recurso escasso entre os nativos digitais, e toda a equipe
pedagógica deve levar em conta esse problema no momento de planejar as aulas.
- Informação sem qualidade: outro grande desafio é buscar informações de
qualidade na internet. Com todo mundo publicando o que quiser, a qualquer momento
o aluno pode encontrar conteúdo inverídico. É preciso orientar sobre fontes seguras,
além de incentivar que toda informação seja questionada com inteligência,
estimulando o pensamento crítico.
O papel da equipe pedagógica no uso de tecnologia em sala de aula
O corpo docente da escola deve elaborar um plano de aulas e atividades que
apresente as ferramentas educativas da era digital. A escola também pode solicitar
apoio por parte das famílias, de forma que os pais e responsáveis dos alunos os
ajudem a explorar as ferramentas digitais e a aprender com os recursos disponíveis.
Vale sempre ressaltar que a tecnologia na educação como um todo e,
principalmente, no processo de alfabetização, tem o papel de ser um suporte, uma
ferramenta otimizadora, jamais uma substituta para a atuação dos educadores. O
professor ainda possui uma atribuição fundamental como orientador. O docente
precisa articular conteúdos e recursos tecnológicos constantemente, para garantir a
compreensão dos pequenos durante as atividades. Outro cuidado essencial
da equipe pedagógica para esse tipo de abordagem é elencar os objetivos de cada
atividade que utiliza a tecnologia. Ou seja, qual é o conhecimento que precisa ser
adquirido ao longo das aulas com os conteúdos tratados?
O uso de tecnologias geralmente está inserido dentro de metodologias ativas
de aprendizado, nas quais o aluno assume o papel de protagonista de sua própria
jornada educativa. Sendo assim, o professor também precisa incentivar a dinâmica
“ação-reflexão-ação”, para que a tecnologia realmente ajude o aluno a desenvolver
seu conhecimento. Caso contrário, o estudante pode até ganhar em todos os níveis
do jogo, porém, sem ter fixado conteúdo algum, ou sem entender como o jogo se
relaciona com o que ele está aprendendo na escola. Por fim, também é papel do
professor supervisionar os alunos, para evitar o acesso a conteúdos inapropriados ou
que não se conectam com o propósito da aula.
Ferramentas adequadas para a aprendizagem
Em muitos casos, os jogos e aplicativos são vistos apenas como ferramentas
para distrair as crianças. Porém, é possível encontrar opções que são verdadeiros
recursos educativos e se tornam aliados dos professores em sala de aula. Confira as
principais maneiras de fazer uso da tecnologia no processo de alfabetização:
- Jogos digitais: existem jogos que contam com várias fases, nas quais a criança só
avança de nível ao acertar a escrita das palavras e/ou indicar corretamente o nome
de algo que está sendo mostrado em uma imagem do jogo. É uma maneira de
ensinar a criança a escrever seu próprio nome, além de entender a escrita de cores,
objetos e animais por meio de uma atividade lúdica. Mesmo que a dinâmica seja
simples, o fato de as crianças estarem em um computador, em um esquema de jogo,
já é um estímulo para que se mantenham focadas e motivadas durante a atividade.
- Aplicativos de contação de histórias: a contação de histórias já é uma atividade
tradicional no processo de letramento, mas as novas ferramentas tecnológicas vieram
para dar uma nova cara a essa atividade. Com objetivo de exercitar a criatividade e o
interesse do aluno, existem diversos aplicativos de contação de histórias que
permitem que a criança grave a sua própria voz lendo a narrativa ou complemente o
final da história com o que desejar incluir, ou até crie uma história totalmente nova.
- Pesquisas na internet: a pesquisa tem um papel importante para a formação dos
alunos, pois é a partir dela que eles tomam as rédeas do seu próprio processo
educacional. É a oportunidade de aprender com mais autonomia o conteúdo das
disciplinas e até de ir além, sanando curiosidades que possam surgir. A internet é,
atualmente, a maior e mais completa fonte de pesquisa do mundo, podendo ser
acessada com muita facilidade por alunos e professores. A atividade de pesquisa
guiada é fundamental para o processo de letramento digital, muito necessário para
que a criança se torne um adulto ciente de como usar a tecnologia de forma
responsável e benéfica.
- Livros digitais: a leitura é um exercício essencial no processo de alfabetização.
Sabendo disso, os livros digitais estão se tornando cada vez mais populares por
apresentarem mais interatividade com o leitor, com imagens e partes clicáveis nos
textos, figuras animadas, possibilidade de emitir sons, entre outras formas de fazer
com que a criança interaja mais com a história que está lendo. Muito úteis, os livros
digitais não requerem um equipamento específico. Basta contar com um computador,
ou mesmo um smartphone, conectado à internet.
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM
A tecnologia da informação e a digitalização mudaram definitivamente a
forma como as pessoas trabalham, estudam e se comunicam. Diante disso, o
processo de ensino-aprendizagem passou a contar com novas práticas e formas de
abordagem. É o que observamos com as metodologias ativas de aprendizagem.
Deixando para trás as práticas passivas e com pouca interação empregadas em sala
de aula durante muito tempo, as metodologias ativas estimulam a autonomia e a
independência dos estudantes.
O que são metodologias ativas de aprendizagem?
As metodologias ativas de aprendizagem são uma técnica pedagógica que se
baseia em atividades instrucionais, capazes de engajar os estudantes em, de fato, se
tornarem protagonistas no processo de construção do próprio conhecimento. Ou seja,
são metodologias menos baseadas na transmissão de informações e mais no
desenvolvimento de habilidades.
Com as metodologias ativas de aprendizagem, o ensino é feito por meio de
práticas que trabalham com diferentes conceitos de maneira repetida, de várias
maneiras e com feedback imediato. O intuito é que o conhecimento possa realmente
se firmar nas mentes dos estudantes.
Nos modelos convencionais, as aulas expositivas colocam o professor como
o centro do ensino, passando o conteúdo enquanto os alunos absorvem tudo de
maneira passiva. Geralmente, essa abordagem é responsável pelo desinteresse e
maior dificuldade de assimilação.
A aprendizagem ativa dá um salto na relação entre professores e alunos, que,
neste formato, são estimulados a tomarem a frente, com maior interação e
independência, participando ativamente do processo. O professor se torna mais um
mediador, orientando e conduzindo os alunos na solução de problemas, na
elaboração de ideias e argumentos, no trabalho em equipe e em outras competências
muito importantes, como responsabilidade, independência, proatividade, ética etc.
Qual a importância das metodologias ativas no processo de aprendizagem?
Proporcionar um ambiente de aprendizagem em que há oportunidade para
todos os alunos de pensar e interagir com o material de estudo é essencial para
promover uma educação transformadora. Essa é a importância das metodologias
ativas de aprendizagem. Com isso, é possível aprimorar as habilidades de
pensamento crítico, melhorar os índices de motivação dos alunos e diminuir as taxas
de reprovação.
Benefícios das metodologias ativas de aprendizagem
- Maior envolvimento e engajamento: a participação do corpo discente é um dos
maiores fatores que contribuem para a não retenção de alunos, que se sentem
valorizados e podem trabalhar diferentes áreas do conhecimento;
- Autonomia: é importante tratar os alunos como protagonistas do aprendizado
individual e coletivo, e autonomia é uma das habilidades mais valorizadas em
diversos setores da sociedade,
- Inovação e vantagem competitiva: instituições de ensino que aplicam as
metodologias ativas contam com um diferencial no mercado, em relação aos seus
concorrentes.
Alguns exemplos de metodologias ativas presentes nas instituições de ensino
1. Gamificação: é um dos principais métodos de aprendizagem ativa
utilizados hoje, tanto na educação acadêmica quanto na gestão da aprendizagem
corporativa. Trata-se, essencialmente, de trazer elementos comuns a videogames
(como desafios, regras, narrativasl) para o ensino. Desse modo, é possível expor os
alunos a problemas baseados em diferentes situações, disponibilizando recursos
diferenciados para que possam resolvê-los, seja individualmente ou em grupo. É uma
prática que estimula o ensino lúdico e o pensamento analítico, desenvolvendo
habilidades antes inéditas na sala de aula.
2. Cultura maker: exemplo perfeito de metodologia ativa de aprendizagem,
a cultura maker é baseada nos princípios do “faça você mesmo”. Na prática, quando
falamos da cultura maker na educação, falamos da apresentação de problemas e
recursos para resolvê-los. Assim, de maneira intuitiva, os alunos devem criar as
soluções por si só, utilizando os conhecimentos aprendidos em sala de aula.
3. Aprendizado por problemas: a aprendizagem baseada em problemas
permite que os alunos exerçam o aprendizado a partir de desafios. Ao encarar
situações em determinados conceitos, é necessário trabalhar com criatividade e
reflexão. Os cenários podem sugerir problemas técnicos ou subjetivos, em que
diferentes habilidades podem ser necessárias. Sejam técnicas ou emocionais, elas
dificilmente são assimiladas por meio de livros ou manuais.
4. Estudo de casos: com estudos de casos, os estudantes são expostos a
problemas reais, de modo que possam analisá-los por inteiro (como uma situação
real) e, entre si, discutir as possibilidades de solucioná-los. Esses casos são relatos
construídos de tal modo a estimular o pensamento analítico e sistêmico. São como
exercícios em uma prova, mas mais contextualizados e abrangentes.
5. Aprendizado por projetos: a aprendizagem baseada em projetos trata de
um mecanismo que propõe aos alunos identificarem uma situação que não
necessariamente é um problema, mas pode ser melhorada, criando uma solução que
segue uma linha de raciocínio de “o quê?”, “para quem?”, “para quê?” e “de que
forma?” Complementando a aprendizagem por problemas, essa abordagem estimula
o trabalho em equipe e possibilita a descoberta de aptidões que podem ser um
diferencial para o empreendedorismo e o mercado de trabalho.
6. Sala de aula invertida: a sala de aula invertida é uma das metodologias
ativas de aprendizagem que contam com o auxílio da tecnologia, transformando
qualquer ambiente em um espaço dedicado ao estudo. Seja em casa, na rua, ou nos
meios de transporte, por exemplo, é possível acessar o conteúdo previamente,
disponibilizado nas plataformas de ensino. Dessa forma, o tempo da aula pode ser
usado para discussões e debates sobre o tema, em vez de somente a transmissão do
conteúdo. O professor pode, inclusive, complementar com vídeos, demonstrações
visuais e práticas.
7. Seminários e discussões: outro tipo de metodologia ativa de
aprendizagem é a promoção de seminários e discussões entre os alunos. Muitas
vezes, para isso, apenas deve-se mudar a disposição das carteiras para que todos os
alunos e o professor estejam em posição de igualdade (em um círculo, por exemplo).
Normalmente, a aplicação prática é simples, com o professor propondo um tema para
discussão geral, de modo que os alunos devem se posicionar em relação a ele. É
uma forma de, inclusive, desenvolver o potencial argumentativo, expondo-os a
diferentes pontos de vista e colocando-os em situações fora de sua zona de conforto
intelectual.
8. Pesquisas de campo: já as pesquisas de campo são práticas excelentes
para possibilitar que o ensino, o engajamento e a prática do pensamento analítico
aconteçam fora do ambiente da sala de aula. Como o nome dá a entender, é uma
pesquisa de campo: fora da sala, com pessoas diferentes do seu convívio escolar,
sobre qualquer tipo de tema. Essa prática não é rara no ambiente estudantil atual,
mas pode ser potencializada e inserida de maneira mais cotidiana para a resolução
dos exercícios. Por exemplo, para que um seminário seja realmente bem feito, o
professor pode requisitar uma pesquisa de campo que enriqueça a discussão,
trazendo opiniões de pessoas de fora da sala.
9. Aprendizagem entre pares e times: outra forma de desenvolver a
aprendizagem ativa é com trabalhos em pares ou times. Assim, é possível trabalhar
em cima de pontos essenciais, como liderança, delegação de tarefas, colaboração,
empatia, entre outras habilidades socioemocionais .
10. Ensino híbrido: o ensino híbrido é uma modalidade de aprendizagem
que mistura o modelo presencial e a distância. Desse modo, é possível criar um
ecossistema de aprendizagem calcado na tecnologia, com participação pontual do
professor, que muitas vezes ocupa o papel de mentor. Além de flexibilizar o ensino,
utiliza de recursos online e digitais para apresentar diferentes formas de aprendizado
ao aluno, engajando-o nos temas, exercícios e problemas apresentados.
11. Rotação por estações: a rotação por estações é uma das práticas dentro
do ensino híbrido. Nela, o professor divide a sala de aula em “estações”, separando
os alunos por etapas relativas ao planejamento da aula. Neste caso, a primeira etapa
ou estação é a mais básica, como a leitura do tema da redação, enquanto a segunda
é a exibição de um vídeo-aula sobre o tema, a terceira uma discussão em grupo
sobre o tema e a quarta a produção da redação.
PRECURSORES E SEGUIDORES DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL
A literatura infantil começou no século XVIII. Nessa época a criança
começava, efetivamente, a ser vista como criança. Antes, ela participava da vida
social adulta, inclusive usufruindo da sua literatura. As crianças da nobreza liam os
grandes clássicos e as mais pobres liam lendas e contos folclóricos (literatura de
cordel), muito populares na época. Como tudo evolui, esse tipo de literatura também
evoluiu para atingir ao público infantil: os clássicos sofreram adaptações e os contos
folclóricos serviram de inspiração para os contos de fadas.
Principais autores e obras
- Perrault: “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de
Botas”, “Pequeno Polegar”, etc.
- Irmãos Grimm: “A gata borralheira” (que de tão famosa recebeu mais de 300
versões pelo mundo afora), “Branca de Neve”, “Os Músicos de Bremen”, “João e
Maria”, etc.
- Andersen: “O Patinho Feio”
- Charles Dickens: “Oliver Twist”, “David Copperfield”
- La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiro”
- Esopo: “A lebre e a tartaruga”, “O lobo e a cegonha”, “O leão apaixonado”
No Brasil a literatura infantil deu os primeiros passos com as obras de Carlos
Jansen (“Contos seletos das mil e uma noites”), Figueiredo Pimentel (“Contos da
Carochinha”), Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade. Porém, o mais
importante escritor infantil foi Monteiro Lobato. É com ele que se inicia, de fato, a
literatura infantil no Brasil.
Monteiro lobato
José Bento Monteiro Lobato nasceu em 1882 em São Paulo. Sua obra
consiste em contos, ensaios, romances e livros infantis. Além de escritor, Monteiro
Lobato foi tradutor. É considerado, juntamente com outros escritores brasileiros, um
dos maiores e mais importantes nomes da nossa literatura. Principais obras:
- “Urupês”
- “Cidades Mortas”
- “Idéias do Jeca Tatu”
- “Negrinha”
- “Reinações de Narizinho” (livro que reúne várias histórias infantis)
- “Sítio do Pica-pau Amarelo”
- “O Minotauro”
Além de Monteiro Lobato, outros escritores como Ziraldo e Ana Maria
Machado também se dedicam ao público infantil.
- Ziraldo: “O Menino Maluquinho”, “A bonequinha de pano”, “Este mundo é uma bola”,
“Uma professora muito maluquinha”.
- Ana Maria Machado: “A Grande Aventura de Maria Fumaça”, “A Velhinha
Maluquete”, “O Natal de Manuel”.
Apesar de tudo, a literatura infantil sofre alguns preconceitos, pois muitos
escritores negam que suas obras são escritas para os pequenos. Isso nos dá a
impressão que essa literatura não é tão importante, se esquecem de que se sua obra
for boa e tiver conteúdo, ela poderá influenciar crianças de uma forma positiva.
Muitas obras consideradas adultas foram adotadas pelo público infantil (“As
aventuras de Robson Crusoé” – de Daniel Defoe, “Viagens de Gulliver” – de Jonathan
Swift e “Platero e Eu” – de Juan Ramón Jiménez), assim como muitas obras do
público infantil agradam os adultos (“Sitio do Pica-Pau Amarelo”, por exemplo).
Professores, educadores e pais querem criar em seus filhos e alunos o hábito
da leitura, porém, muitos adultos não tem esse hábito e usam a falta de tempo e
cansaço como uma justificativa para a pouca dedicação aos livros, sem perceber que
essa atitude vai tirando o interesse da criança, que no início de sua trajetória de vida
via o livro como algo encantador, mágico e cheio de mistério.
Características da literatura infantil
É possível listar algumas características que marcam este universo:
- Narrativa movimentada, cheia de imprevistos;
- Discurso direto;
- Livros com muitas ilustrações;
- Finais felizes na maioria das vezes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS MJ, FOORMAN BR, LUNDBERG I, BEELER T. Consciência fonológica em crianças
pequenas. Porto Alegre: Artmed; 2006.
ALMEIDA EC, DUARTE PM. Consciência fonológica. Rio de Janeiro: Revinter; 2003.
CANAL DO ENSINO. Ferramentas digitais gratuitas que ajudam na alfabetização. Disponível
em: https://canaldoensino.com.br/blog/8-ferramentas-digitais-gratuitas-que-ajudam-na-
alfabetizacao. Acesso em 10 de julho de 2023.
CAPOVILLA AGS, CAPOVILLA FC. Treino de consciência fonológica de pré a segunda série:
efeitos sobre habilidades fonológicas, leitura e escrita. Temas sobre Desenvolvimento, 7(40),
p.5-15, 1998.
CAPOVILLA, A.G.S., CAPOVILLA, F.C. Alfabetização: Método Fônico. São Paulo: Memnon,
2007.
COELHO, Nelly Novaes. PANORAMA HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL/JUVENIL: Das
Origens Indo-Européias ao Brasil Contemporâneo. 4ªed. Revisada. São Paulo: Editora Ática,
1991.
ELLIS AW. Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Trad. Dayse Batista. 2a ed. Porto
Alegre: Artes Médicas; 1995. p. 85-104
FERREIRO E, TEBEROSKY A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas,
1986.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9. ed. São Paulo:
Papirus, 2012.
LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA: História e
Histórias. São Paulo: Ática, 1984.
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Editora Brasiliense, 1931. 109 A
Literatura Infanto-Juvenil Brasileira: dos precursores ao Pré-Modernismo Aula
MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,
1984.
SEBRA, Alessandra Gotuzo e DIAS, Natália Martins. Métodos de alfabetização: delimitação
de procedimentos e considerações para uma prática eficaz. Rev. psicopedag. [online]. 2011,
vol.28, n.87 [citado 2021-05-28], pp. 306-320.
ZILBERMAN, Regina. Um Brasil para crianças: para conhecer a literatura infantil brasileira:
histórias, autores e textos. São Paulo: Global, 1986.

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Métodos Alfabetização

  • 1. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO Aprender a ler e escrever abre um leque de possibilidades para as crianças. Por meio da leitura, as crianças e jovens aprendem, ganham autonomia e liberdade para realizar suas atividades. Quando a criança começa a ser alfabetizada muda completamente a sua forma de ver e entender o mundo. Esta etapa do desenvolvimento é muito importante para os pequenos e há diversas formas de aprendizagem e métodos distintos que garantam que a alfabetização ocorra. Abaixo, destacamos os principais métodos de alfabetização e como funcionam. Método alfabético (ou soletração) É um dos mais antigos métodos. Visa ensinar a criança a aprender as letras, ordem alfabética e a soletração. Usam-se técnicas que ajudam o aluno a associar o nome da letra à sua representação visual e ao som que ela adquire na palavra. A criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias. Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método alfabético permite a utilização de cartilhas e é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas por meio do planejamento de atividades lúdicas. Isso contribui com o aprendizado e ajuda a criança a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento. Método fônico Ocorre quando a alfabetização é feita por meio dos fonemas e começa dos sons mais simples para os mais complexos — das vogais para as consoantes. Depois, formam-se as sílabas e as palavras. O método fônico surgiu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiramente as sílabas mais simples e depois as mais complexas. O objetivo é aproximar os alunos de algum significado. O primeiro passo desse método é fazer com que os alunos conheçam as 26 letras do alfabeto. Geralmente, os professores começam pelas vogais. Uma opção é associar uma palavra à imagem e som. Outros educadores preferem apresentar as letras por meio da contação de histórias. Depois é ensinada a combinação de letras para a formação de sílabas e palavras. É um método mais dinâmico. Método silábico Usa sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais complexas. O professor ensina as famílias silábicas, que podem ser associadas a desenhos ou palavras-chave. O método silábico é um método sintético, ou seja, parte de pequenas unidades e está gradualmente abordando unidades mais complexas. Usa as sílabas como unidades individuais básicas e segue para os sons individuais das letras. Palavração O método ensina como a palavra é graficamente sem a necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. Geralmente, apresentam grupos de palavras e os alunos tentam reconhecer suas características gráficas. Na palavração, as palavras são apresentadas em agrupamentos e os alunos aprendem a reconhecê-las pela visualização e pela configuração gráfica. São usados cartões para fixação, com palavras de um lado e figuras de outro e também exercícios para o ensino do movimento de escrita de cada palavra. Sentenciação Visa ensinar o significado da palavra da forma mais completa por meio de frases. O aluno precisa compreender o sentido de uma sentença para só depois analisar palavras e sílabas. O método de sentenciação enfatiza a sentença como unidade que, depois de reconhecida e compreendida globalmente, será decomposta em palavras e, finalmente, em sílabas. Outro procedimento é a estratégia de comparar palavras e isolar elementos reconhecidos, para ler e escrever palavras novas. O foco é na compreensão das frases, e só depois nas palavras que as compõem. Método global Estimula o aluno a observar um texto por certo tempo para memorizar e entender o sentido geral. Depois, analisam as sentenças, as palavras e comparam com as composições silábicas. Geralmente, é associado aos contos e histórias. Defende que a criança percebe as coisas e a linguagem em seu aspecto global. Por isso, acreditam que a leitura é uma atividade de interpretação de ideias e que a análise de partes deve ser um processo posterior. Sendo assim, tudo começa pelo texto. Só depois de o aluno ter um contato intenso com uma história é que o material será fragmentado em frases e palavras, para que os alunos identifiquem as partes decompostas. A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA ALFABETIZAÇÃO O desafio que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz para o professor é o de aprender a articular as diferentes facetas da apropriação da língua escrita. Isso significa aliar o trabalho com as práticas sociais de leitura e escrita com momentos de aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Como fazer isto na prática? Há escolas que já seguem por este caminho. O texto é o ponto central e, com base nele, consigo definir meus conteúdos, mas sem deixar de lado a letra ou a questão sonora, que são importantes também. A centralidade do texto está indicada na Base. É importante que fique claro ao docente que texto não é pretexto para análise da língua, mas contexto, pois pode favorecer a alfabetização, colaborando para a compreensão de conteúdos linguísticos. Sendo assim, é preciso ter intencionalidade na escolha. Essas opções serão mais ricas quanto maior o repertório do professor quanto aos diversos gêneros textuais, especialmente a literatura infantil, mas não exclusivamente. Para isso, o docente pode considerar as culturas infantis tradicionais e contemporâneas, as brincadeiras da tradição oral (parlendas, cantigas e trava línguas) e as situações lúdicas. Com base nesses textos, cujas finalidades são brincar com a língua, os alunos conseguem refletir sobre o que se diz e o que se escreve e, ao criarem repertório, podem elaborar novos textos inspirados naqueles que conheceram.
  • 2. Quais são os níveis de consciência fonológica? A consciência fonológica pode ser dividida em diferentes níveis, tais como, consciência de palavra, consciência silábica, consciência intrassilábica e consciência fonémica. Entre o primeiro e segundo mês de vida, a criança começa a distinguir os sons com base no fonema. Aos três anos de idade, o processo de desenvolvimento de discriminação está terminado, começando a surgir indicadores da capacidade de manipulação dos sons da língua. Aos quatro anos, a criança apresenta maiores dificuldades em tarefas de consciência fonêmica relativamente às tarefas de consciência silábica. No quadro seguinte, apresenta-se a caracterização dos diferentes níveis de consciência fonológica: Níveis de consciência fonológica Caracterização Consciência de palavra Dividir palavras em frases Consciência silábica Segmentar as palavras em sílabas Consciência intrassilábica Isolar unidades da sílaba, as rimas Consciência fonémica/segmental Isolar e detetar os sons da fala O AMBIENTE ALFABETIZADOR A expressão ambiente alfabetizador tornou-se uma referência para a discussão de aspectos metodológicos da alfabetização nos meados da década de 1980. Com a difusão do ideário construtivista, para o qual o foco é a criança e seu processo de conceitualização da escrita, a interação da criança com esse objeto de conhecimento ganhou uma grande importância nos encaminhamentos pedagógicos. A ideia fundamental é a de que o aprendiz da língua escrita é capaz de refletir sobre o sistema de representação, apropriando-se de seus sinais gráficos e de suas regras de funcionamento, a partir do contato intenso com os materiais escritos e da participação ativa em práticas de leitura e escrita de adultos. Dessa forma, o professor, visto como um mediador das experiências de imersão da criança nessas práticas tem como estratégia pedagógica principal, a organização de um ambiente capaz de estimular e desafiar o aprendiz em seu processo de aprendizagem – o ambiente alfabetizador – selecionando materiais de interesse das crianças, organizando a exposição e o trabalho com esses materiais em sala de aula, lendo e escrevendo para e com as crianças. Vale lembrar que a ênfase construtivista no ambiente alfabetizador provocou o surgimento de metodologias pedagógicas mais dinâmicas nas práticas docentes no Ensino Fundamental, como, por exemplo, o encaminhamento de projetos pedagógicos. Na realização desses projetos, as crianças têm oportunidade de fazer uso da escrita em um contexto de estudo, o que mobiliza seus processos de reflexão sobre a língua escrita em vários níveis, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento da alfabetização e do letramento. No início da década de 2000, a discussão sobre a prática pedagógica de alfabetização enfatiza a intervenção mais efetiva da ação pedagógica na aprendizagem do sistema de escrita pelas crianças. Nesse contexto, o fator determinante do ensino e da aprendizagem é o reconhecimento da importância do contato das crianças com a língua escrita, como fonte de suas reflexões sobre esse objeto de aprendizagem, do desenvolvimento de sua capacidade de leitura e produção de textos e, por fim, de sua apropriação da cultura escrita. A alfabetização é um processo muito importante na vida da criança. Os estímulos ao desenvolvimento cognitivo dos alunos é o mais importante em um ambiente alfabetizador. “[…] um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de situações de usos reais de leitura e escrita das quais as crianças têm oportunidade de participar.” (RCNEI; – Referencial Curricular Nacional Educação Infantil) Sugestões para uma boa organização desse ambiente - Alfabeto num varal, perto dos alunos e na altura deles, no início do ano; - Espaço para exposição de textos usados na leitura compartilhada, para que eles possam recuperá-los quando quiserem; - Mural para exposição da produção dos alunos; - Biblioteca de classe, com materiais diversos de leitura; - Calendário com uma folha para cada mês que poderá ser preso a um cabide de saia (os alunos deverão receber uma folha de calendário similar para prender no caderno no começo de cada mês, para que façam a mesma marcação do calendário grande); - Banco de palavras; - Listagem com o primeiro nome de todos os alunos, organizados em ordem alfabética e tendo a letra inicial destacada em vermelho (usar letra maiúscula). - Numerário (sequência numérica de 0 a 10 em numeral/quantidade/número). As crianças têm preferências por atividades diferentes e cada uma apresenta o seu próprio ritmo. O desenvolvimento das atividades psicomotoras, do relacionamento com os outros, da fala e de diversas outras formas de comunicação vão acontecendo em épocas relativamente distintas. As crianças reagem de formas diferentes, por isso, o ambiente alfabetizador precisa ser organizado e assimilar hábitos de trabalho que contribuam para a independência de cada uma delas. A sala de aula deve estar preparada de forma a despertar o interesse pela leitura, pela escrita e pelo manuseio do material didático. O material “vivo” na sala de aula, que está em constante ampliação e utilização, é uma escrita de referência para os alunos. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Quando falamos sobre dificuldades de aprendizagem, podemos observar, que muitos estudos alertam para os sérios problemas da educação no Brasil, mas mesmo assim o fracasso escolar ainda se impõe de forma gritante nas estatísticas. E apesar da falta de preparo dos professores, e da infraestrutura das escolas terem influência nesse fracasso, a responsabilidade maior ainda cai nos alunos, que muitas vezes são prejudicados pelas desigualdades sociais. De acordo com Paulo Freire, “o professor exerce um papel muito importante, o de educador” que tem como parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. A metodologia das escolas deve ser adequada a realidade de seus alunos e, ao surgirem problemas com a aprendizagem
  • 3. dos alunos, é importante uma mobilização da escola objetivando a solução das dificuldades. Quais as dificuldades de aprendizagem? A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). - Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. - Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto. - Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números e, de um modo geral, os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido. - Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino. - Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação. - TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados. As dificuldades na leitura e na escrita Tendo como base os tipos de dificuldades de aprendizagem, podemos observar as interferências no processo de ensino da leitura e da escrita, pois ler é um processo complexo e depende de fatores físicos, intelectuais e emocionais. A idade mental da criança exerce grande influência na aprendizagem da leitura; ela é fator importante da determinação de sua capacidade de reconhecimento e de compreensão das palavras escritas ou impressas. A maioria das crianças, ao iniciar o processo de ensino da leitura e da escrita, apresenta um determinado nível de aprendizado que possibilita o professor fazer um plano de ensino de acordo com o nível dos alunos. Fatores sociais e emocionais muitas vezes são o maior motivo para a dificuldade de aprendizado, pois uma criança que não tem uma boa condição de vida,(que não possui uma boa alimentação) tem seu ensino prejudicado, pesquisas já comprovaram que a criança subnutrida não possui o mesmo rendimento escolar, de uma criança bem alimentada. E o equilíbrio emocional também afeta no aprendizado, pois uma criança com um lar perturbado, onde ela não se sente segura, não consegue ir à escola e ter o mesmo rendimento que uma criança com um lar estruturado. A criança em desenvolvimento 07 aos 09 anos Vários teóricos e pesquisadores concordam que há uma mudança significativa no pensamento da criança e no modo de aprender entre os 05 e 07 anos. Segundo Piaget, essa mudança é denominada o início do período das operações concretas, onde a criança é capaz de ir além de meras representações internas e pode começar a manipular tais representações de vários modos. Nesse estágio a criança começa a apresentar tipos complexos de ações mentais como, a adição, a subtração, a classificação, seriação e assim por diante. Ou seja, ela será capaz não só de somar, mas também será capaz de subtrair e entender que a subtração é o oposto da soma. Afetividade e a construção do sujeito Na construção do indivíduo devemos levar em conta que abordaremos o trabalho em conjunto com toda a turm, mas ao avaliar será um trabalho individual até mesmo porque nenhuma criança é igual a outra. A construção do indivíduo é a construção de seu conhecimento, é o desenvolvimento de sua inteligência. A afetividade é um norte a seguir para que seja desenvolvida adequadamente a inteligência. Ao atuar sendo afetivos estaremos atuando integralmente no desenvolvimento cognitivo da criança. Emoção e razão estão sempre juntas, abordar a inteligência da criança levando como ponto de partida a afetividade é fundamental. Se o indivíduo está bem emocionalmente ele estará melhor ainda racionalmente para se desenvolver. O desenvolvimento da inteligência é gradativo, sendo descoberto ao longo da vida e aumentado ou estacionado de acordo com práticas afetivas. A criança com auto- estima tem a sua inteligência desenvolvida de forma mais rápida e concreta, já a criança com baixa auto-estima poderá apresentar dificuldade de aprendizagem, logo sua inteligência será desenvolvida de maneira mais lenta. Para eliminar dificuldades devemos está sempre atuando como educadores pesquisadores afetivos com nossos alunos e com a própria profissão. A TECNOLOGIA A FAVOR DA ALFABETIZAÇÃO O papel da tecnologia na escola é sempre colocado em cheque. Mas como encontrar o equilíbrio, já que estamos lidando com nativos digitais? Você sabe o que é um nativo digital? O termo diz respeito às pessoas que nasceram na Era da Informação e, por isso, lidar com tecnologia sempre fez parte da sua rotina. Os nativos digitais já nasceram assistindo desenhos via streaming por meio de aplicativo no tablet. Para eles, nunca existiu um mundo diferente dessa realidade. Sendo assim, as crianças que, hoje, estão em fase de alfabetização, são todas nativas digitais. Portanto, para elas é natural que a tecnologia esteja presente em sala de aula, assim como está em toda a sua rotina.
  • 4. Por outro lado, há inúmeros fatores que dificultam esse processo, que parece tão natural: falta de investimento em recursos, educadores desatualizados, pedagogos conservadores, materiais didáticos ultrapassados e pais resistentes são alguns dos pontos sensíveis deste assunto. Contudo, todos os caminhos levam ao uso da tecnologia nos processos de aprendizagem. Mais do que isso: na inclusão de disciplinas que eduquem para o futuro que, na realidade, já é presente. As inovações precisam fazer parte do dia a dia escolar dessas crianças. Sabendo disso, o mercado da educação não para de se atualizar, criando recursos com o objetivo de auxiliar não apenas no processo de alfabetização, mas na aprendizagem da educação básica como um todo. De contação de histórias a jogos de raciocínio, de lógica de programação à interpretação de texto, diversos recursos são lançados diariamente para colaborar com o desenvolvimento intelectual dos pequenos. Sabendo-se disso, por que ainda há escolas que têm receio em utilizar a tecnologia ? Por que ainda há educadores despreparados para lidar com recursos tecnológicos? E, principalmente, por que ainda se questiona a eficácia destes meios? Não há dúvida que a educação evoluiu com a democratização da internet, assim como com o desenvolvimento de novas tecnologias. Muitas informações, que eram previamente restritas a um território físico, conseguiram transpor barreiras e alcançar locais onde antes nunca chegariam. No entanto, a mesma tecnologia que se tornou uma forte aliada também é vista como vilã, já que manter a atenção dos alunos em sala de aula é uma luta diária, ainda maior quando há presença de smartphones e outros dispositivos. Por outro lado, proibir a utilização da tecnologia é não apenas impossível, mas um sacrilégio, já que é possível aproveitá-la para melhorar a qualidade de ensino e o desempenho dos alunos. Sabe-se que o aprendizado não funciona de uma única forma para todas as pessoas. Existem alunos que são visuais, outros que são mais auditivos e outros, ainda, que preferem aprender através da leitura. Logo, o modelo engessado de ensino acaba não tornando dinâmico esse aprendizado. No entanto, a tecnologia é capaz de resolver tudo isso em poucos segundos, já que estudar não precisa ser maçante, mas pode ser divertido, ainda mais no período de alfabetização. Disponibilizar ferramentas digitais para as crianças que estão aprendendo a ler e a escrever tem trazido importantes mudanças e benefícios no processo de alfabetização. As inovações estão ajudando as escolas a terem uma educação muito mais adequada às novas gerações, que já vivem no mundo digital. Assim, elas possibilitam uma melhor assimilação do conteúdo, melhoram a motivação dos estudantes e até começam a prepará-los para o mercado de trabalho do futuro. Esses recursos, muitas vezes lúdicos, proporcionam uma experiência mais ampla para as crianças que estão aprendendo as palavras, seus sons e significados. Também, já é possível encontrar jogos digitais e aplicativos que foram desenvolvidos a fim de incluir crianças com deficiências, tornando a educação inclusiva e adequada. Vantagens que a tecnologia traz para a educação - Acesso fácil à informação: se um dia o professor foi o único detentor do conhecimento, hoje já nem nos lembramos mais. A internet está repleta de informações de todos os tipos, e mesmo os alunos mais novos já chegam em sala de aula carregados dessas informações sobre os mais variados assuntos. Trazer conhecimento de casa enriquece o processo de ensino-aprendizagem, assim como utilizar tecnologia em sala de aula amplia as fontes de informação e os meios de aprendizado, auxiliando, inclusive, no envolvimentos dos pais/responsáveis neste processo. - Facilita a execução de atividades: antes do acesso à internet e a dispositivos de acessos, procurar por conteúdo significava ir à uma biblioteca e pesquisar em livros físicos. Hoje, antes mesmo de aprender a escrever, as crianças já conhecem os mecanismos de busca online e conseguem tirar dúvidas e, portanto, aprender por meio de comando de voz. Isso possibilita que as atividades sejam mais complexas, estimulando o raciocínio e o senso crítico até dos alunos de mais tenra idade. - Aulas mais interessantes: além de facilitar o acesso à informação, a tecnologia também proporciona recursos de ensino que tornam as aulas mais divertidas. Apostar no audiovisual e na gamificação, por exemplo, vai engajar mais o aluno porque as aulas serão mais dinâmicas e interessantes, deixando-o mais interessado até pelo conteúdo que está sendo abordado. - Ensino personalizado: o debate de que cada aluno aprende de forma diferente já é antigo e o uso de tecnologia pode ser uma solução viável para que o assunto evolua. Isso porque, por meio dela, é possível promover o desempenho de cada criança individualmente, identificando suas dificuldades e habilidades e desenvolvendo um aprendizado mais assertivo. - Aprendizado por conta própria: uma habilidade muito interessante de ser desenvolvida é o auto aprendizado. E a tecnologia colabora para que o aluno aprenda por conta própria, como sugere a cultura maker, que estimula com que se coloque a mão na massa. Na sala de aula, metodologias ativas desenvolvem essa habilidade nos alunos, e os prepara melhor para o futuro. - Flexibilidade geográfica: o uso da tecnologia na alfabetização ou mesmo para aprimorar o aprendizado não está preso à sala de aula. O acesso às plataformas tecnológicas pode ser feito de qualquer lugar, em qualquer hora do dia. Isso muda completamente o paradigma da aprendizagem, elimina a necessidade da presença física do professor, ajuda a envolver mais os pais e abre diversas possibilidades a serem exploradas. Desvantagens do uso da tecnologia na Educação - Alunos mais distraídos: a distração é, sem dúvida, o maior obstáculo do uso de tecnologia, não somente na sala de aula, mas no dia a dia das crianças. A atenção se tornou um recurso escasso entre os nativos digitais, e toda a equipe pedagógica deve levar em conta esse problema no momento de planejar as aulas. - Informação sem qualidade: outro grande desafio é buscar informações de qualidade na internet. Com todo mundo publicando o que quiser, a qualquer momento o aluno pode encontrar conteúdo inverídico. É preciso orientar sobre fontes seguras, além de incentivar que toda informação seja questionada com inteligência, estimulando o pensamento crítico. O papel da equipe pedagógica no uso de tecnologia em sala de aula O corpo docente da escola deve elaborar um plano de aulas e atividades que apresente as ferramentas educativas da era digital. A escola também pode solicitar
  • 5. apoio por parte das famílias, de forma que os pais e responsáveis dos alunos os ajudem a explorar as ferramentas digitais e a aprender com os recursos disponíveis. Vale sempre ressaltar que a tecnologia na educação como um todo e, principalmente, no processo de alfabetização, tem o papel de ser um suporte, uma ferramenta otimizadora, jamais uma substituta para a atuação dos educadores. O professor ainda possui uma atribuição fundamental como orientador. O docente precisa articular conteúdos e recursos tecnológicos constantemente, para garantir a compreensão dos pequenos durante as atividades. Outro cuidado essencial da equipe pedagógica para esse tipo de abordagem é elencar os objetivos de cada atividade que utiliza a tecnologia. Ou seja, qual é o conhecimento que precisa ser adquirido ao longo das aulas com os conteúdos tratados? O uso de tecnologias geralmente está inserido dentro de metodologias ativas de aprendizado, nas quais o aluno assume o papel de protagonista de sua própria jornada educativa. Sendo assim, o professor também precisa incentivar a dinâmica “ação-reflexão-ação”, para que a tecnologia realmente ajude o aluno a desenvolver seu conhecimento. Caso contrário, o estudante pode até ganhar em todos os níveis do jogo, porém, sem ter fixado conteúdo algum, ou sem entender como o jogo se relaciona com o que ele está aprendendo na escola. Por fim, também é papel do professor supervisionar os alunos, para evitar o acesso a conteúdos inapropriados ou que não se conectam com o propósito da aula. Ferramentas adequadas para a aprendizagem Em muitos casos, os jogos e aplicativos são vistos apenas como ferramentas para distrair as crianças. Porém, é possível encontrar opções que são verdadeiros recursos educativos e se tornam aliados dos professores em sala de aula. Confira as principais maneiras de fazer uso da tecnologia no processo de alfabetização: - Jogos digitais: existem jogos que contam com várias fases, nas quais a criança só avança de nível ao acertar a escrita das palavras e/ou indicar corretamente o nome de algo que está sendo mostrado em uma imagem do jogo. É uma maneira de ensinar a criança a escrever seu próprio nome, além de entender a escrita de cores, objetos e animais por meio de uma atividade lúdica. Mesmo que a dinâmica seja simples, o fato de as crianças estarem em um computador, em um esquema de jogo, já é um estímulo para que se mantenham focadas e motivadas durante a atividade. - Aplicativos de contação de histórias: a contação de histórias já é uma atividade tradicional no processo de letramento, mas as novas ferramentas tecnológicas vieram para dar uma nova cara a essa atividade. Com objetivo de exercitar a criatividade e o interesse do aluno, existem diversos aplicativos de contação de histórias que permitem que a criança grave a sua própria voz lendo a narrativa ou complemente o final da história com o que desejar incluir, ou até crie uma história totalmente nova. - Pesquisas na internet: a pesquisa tem um papel importante para a formação dos alunos, pois é a partir dela que eles tomam as rédeas do seu próprio processo educacional. É a oportunidade de aprender com mais autonomia o conteúdo das disciplinas e até de ir além, sanando curiosidades que possam surgir. A internet é, atualmente, a maior e mais completa fonte de pesquisa do mundo, podendo ser acessada com muita facilidade por alunos e professores. A atividade de pesquisa guiada é fundamental para o processo de letramento digital, muito necessário para que a criança se torne um adulto ciente de como usar a tecnologia de forma responsável e benéfica. - Livros digitais: a leitura é um exercício essencial no processo de alfabetização. Sabendo disso, os livros digitais estão se tornando cada vez mais populares por apresentarem mais interatividade com o leitor, com imagens e partes clicáveis nos textos, figuras animadas, possibilidade de emitir sons, entre outras formas de fazer com que a criança interaja mais com a história que está lendo. Muito úteis, os livros digitais não requerem um equipamento específico. Basta contar com um computador, ou mesmo um smartphone, conectado à internet. METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM A tecnologia da informação e a digitalização mudaram definitivamente a forma como as pessoas trabalham, estudam e se comunicam. Diante disso, o processo de ensino-aprendizagem passou a contar com novas práticas e formas de abordagem. É o que observamos com as metodologias ativas de aprendizagem. Deixando para trás as práticas passivas e com pouca interação empregadas em sala de aula durante muito tempo, as metodologias ativas estimulam a autonomia e a independência dos estudantes. O que são metodologias ativas de aprendizagem? As metodologias ativas de aprendizagem são uma técnica pedagógica que se baseia em atividades instrucionais, capazes de engajar os estudantes em, de fato, se tornarem protagonistas no processo de construção do próprio conhecimento. Ou seja, são metodologias menos baseadas na transmissão de informações e mais no desenvolvimento de habilidades. Com as metodologias ativas de aprendizagem, o ensino é feito por meio de práticas que trabalham com diferentes conceitos de maneira repetida, de várias maneiras e com feedback imediato. O intuito é que o conhecimento possa realmente se firmar nas mentes dos estudantes. Nos modelos convencionais, as aulas expositivas colocam o professor como o centro do ensino, passando o conteúdo enquanto os alunos absorvem tudo de maneira passiva. Geralmente, essa abordagem é responsável pelo desinteresse e maior dificuldade de assimilação. A aprendizagem ativa dá um salto na relação entre professores e alunos, que, neste formato, são estimulados a tomarem a frente, com maior interação e independência, participando ativamente do processo. O professor se torna mais um mediador, orientando e conduzindo os alunos na solução de problemas, na elaboração de ideias e argumentos, no trabalho em equipe e em outras competências muito importantes, como responsabilidade, independência, proatividade, ética etc. Qual a importância das metodologias ativas no processo de aprendizagem? Proporcionar um ambiente de aprendizagem em que há oportunidade para todos os alunos de pensar e interagir com o material de estudo é essencial para promover uma educação transformadora. Essa é a importância das metodologias ativas de aprendizagem. Com isso, é possível aprimorar as habilidades de pensamento crítico, melhorar os índices de motivação dos alunos e diminuir as taxas de reprovação.
  • 6. Benefícios das metodologias ativas de aprendizagem - Maior envolvimento e engajamento: a participação do corpo discente é um dos maiores fatores que contribuem para a não retenção de alunos, que se sentem valorizados e podem trabalhar diferentes áreas do conhecimento; - Autonomia: é importante tratar os alunos como protagonistas do aprendizado individual e coletivo, e autonomia é uma das habilidades mais valorizadas em diversos setores da sociedade, - Inovação e vantagem competitiva: instituições de ensino que aplicam as metodologias ativas contam com um diferencial no mercado, em relação aos seus concorrentes. Alguns exemplos de metodologias ativas presentes nas instituições de ensino 1. Gamificação: é um dos principais métodos de aprendizagem ativa utilizados hoje, tanto na educação acadêmica quanto na gestão da aprendizagem corporativa. Trata-se, essencialmente, de trazer elementos comuns a videogames (como desafios, regras, narrativasl) para o ensino. Desse modo, é possível expor os alunos a problemas baseados em diferentes situações, disponibilizando recursos diferenciados para que possam resolvê-los, seja individualmente ou em grupo. É uma prática que estimula o ensino lúdico e o pensamento analítico, desenvolvendo habilidades antes inéditas na sala de aula. 2. Cultura maker: exemplo perfeito de metodologia ativa de aprendizagem, a cultura maker é baseada nos princípios do “faça você mesmo”. Na prática, quando falamos da cultura maker na educação, falamos da apresentação de problemas e recursos para resolvê-los. Assim, de maneira intuitiva, os alunos devem criar as soluções por si só, utilizando os conhecimentos aprendidos em sala de aula. 3. Aprendizado por problemas: a aprendizagem baseada em problemas permite que os alunos exerçam o aprendizado a partir de desafios. Ao encarar situações em determinados conceitos, é necessário trabalhar com criatividade e reflexão. Os cenários podem sugerir problemas técnicos ou subjetivos, em que diferentes habilidades podem ser necessárias. Sejam técnicas ou emocionais, elas dificilmente são assimiladas por meio de livros ou manuais. 4. Estudo de casos: com estudos de casos, os estudantes são expostos a problemas reais, de modo que possam analisá-los por inteiro (como uma situação real) e, entre si, discutir as possibilidades de solucioná-los. Esses casos são relatos construídos de tal modo a estimular o pensamento analítico e sistêmico. São como exercícios em uma prova, mas mais contextualizados e abrangentes. 5. Aprendizado por projetos: a aprendizagem baseada em projetos trata de um mecanismo que propõe aos alunos identificarem uma situação que não necessariamente é um problema, mas pode ser melhorada, criando uma solução que segue uma linha de raciocínio de “o quê?”, “para quem?”, “para quê?” e “de que forma?” Complementando a aprendizagem por problemas, essa abordagem estimula o trabalho em equipe e possibilita a descoberta de aptidões que podem ser um diferencial para o empreendedorismo e o mercado de trabalho. 6. Sala de aula invertida: a sala de aula invertida é uma das metodologias ativas de aprendizagem que contam com o auxílio da tecnologia, transformando qualquer ambiente em um espaço dedicado ao estudo. Seja em casa, na rua, ou nos meios de transporte, por exemplo, é possível acessar o conteúdo previamente, disponibilizado nas plataformas de ensino. Dessa forma, o tempo da aula pode ser usado para discussões e debates sobre o tema, em vez de somente a transmissão do conteúdo. O professor pode, inclusive, complementar com vídeos, demonstrações visuais e práticas. 7. Seminários e discussões: outro tipo de metodologia ativa de aprendizagem é a promoção de seminários e discussões entre os alunos. Muitas vezes, para isso, apenas deve-se mudar a disposição das carteiras para que todos os alunos e o professor estejam em posição de igualdade (em um círculo, por exemplo). Normalmente, a aplicação prática é simples, com o professor propondo um tema para discussão geral, de modo que os alunos devem se posicionar em relação a ele. É uma forma de, inclusive, desenvolver o potencial argumentativo, expondo-os a diferentes pontos de vista e colocando-os em situações fora de sua zona de conforto intelectual. 8. Pesquisas de campo: já as pesquisas de campo são práticas excelentes para possibilitar que o ensino, o engajamento e a prática do pensamento analítico aconteçam fora do ambiente da sala de aula. Como o nome dá a entender, é uma pesquisa de campo: fora da sala, com pessoas diferentes do seu convívio escolar, sobre qualquer tipo de tema. Essa prática não é rara no ambiente estudantil atual, mas pode ser potencializada e inserida de maneira mais cotidiana para a resolução dos exercícios. Por exemplo, para que um seminário seja realmente bem feito, o professor pode requisitar uma pesquisa de campo que enriqueça a discussão, trazendo opiniões de pessoas de fora da sala. 9. Aprendizagem entre pares e times: outra forma de desenvolver a aprendizagem ativa é com trabalhos em pares ou times. Assim, é possível trabalhar em cima de pontos essenciais, como liderança, delegação de tarefas, colaboração, empatia, entre outras habilidades socioemocionais . 10. Ensino híbrido: o ensino híbrido é uma modalidade de aprendizagem que mistura o modelo presencial e a distância. Desse modo, é possível criar um ecossistema de aprendizagem calcado na tecnologia, com participação pontual do professor, que muitas vezes ocupa o papel de mentor. Além de flexibilizar o ensino, utiliza de recursos online e digitais para apresentar diferentes formas de aprendizado ao aluno, engajando-o nos temas, exercícios e problemas apresentados. 11. Rotação por estações: a rotação por estações é uma das práticas dentro do ensino híbrido. Nela, o professor divide a sala de aula em “estações”, separando os alunos por etapas relativas ao planejamento da aula. Neste caso, a primeira etapa ou estação é a mais básica, como a leitura do tema da redação, enquanto a segunda é a exibição de um vídeo-aula sobre o tema, a terceira uma discussão em grupo sobre o tema e a quarta a produção da redação. PRECURSORES E SEGUIDORES DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL A literatura infantil começou no século XVIII. Nessa época a criança começava, efetivamente, a ser vista como criança. Antes, ela participava da vida social adulta, inclusive usufruindo da sua literatura. As crianças da nobreza liam os grandes clássicos e as mais pobres liam lendas e contos folclóricos (literatura de cordel), muito populares na época. Como tudo evolui, esse tipo de literatura também evoluiu para atingir ao público infantil: os clássicos sofreram adaptações e os contos folclóricos serviram de inspiração para os contos de fadas.
  • 7. Principais autores e obras - Perrault: “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de Botas”, “Pequeno Polegar”, etc. - Irmãos Grimm: “A gata borralheira” (que de tão famosa recebeu mais de 300 versões pelo mundo afora), “Branca de Neve”, “Os Músicos de Bremen”, “João e Maria”, etc. - Andersen: “O Patinho Feio” - Charles Dickens: “Oliver Twist”, “David Copperfield” - La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiro” - Esopo: “A lebre e a tartaruga”, “O lobo e a cegonha”, “O leão apaixonado” No Brasil a literatura infantil deu os primeiros passos com as obras de Carlos Jansen (“Contos seletos das mil e uma noites”), Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinha”), Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade. Porém, o mais importante escritor infantil foi Monteiro Lobato. É com ele que se inicia, de fato, a literatura infantil no Brasil. Monteiro lobato José Bento Monteiro Lobato nasceu em 1882 em São Paulo. Sua obra consiste em contos, ensaios, romances e livros infantis. Além de escritor, Monteiro Lobato foi tradutor. É considerado, juntamente com outros escritores brasileiros, um dos maiores e mais importantes nomes da nossa literatura. Principais obras: - “Urupês” - “Cidades Mortas” - “Idéias do Jeca Tatu” - “Negrinha” - “Reinações de Narizinho” (livro que reúne várias histórias infantis) - “Sítio do Pica-pau Amarelo” - “O Minotauro” Além de Monteiro Lobato, outros escritores como Ziraldo e Ana Maria Machado também se dedicam ao público infantil. - Ziraldo: “O Menino Maluquinho”, “A bonequinha de pano”, “Este mundo é uma bola”, “Uma professora muito maluquinha”. - Ana Maria Machado: “A Grande Aventura de Maria Fumaça”, “A Velhinha Maluquete”, “O Natal de Manuel”. Apesar de tudo, a literatura infantil sofre alguns preconceitos, pois muitos escritores negam que suas obras são escritas para os pequenos. Isso nos dá a impressão que essa literatura não é tão importante, se esquecem de que se sua obra for boa e tiver conteúdo, ela poderá influenciar crianças de uma forma positiva. Muitas obras consideradas adultas foram adotadas pelo público infantil (“As aventuras de Robson Crusoé” – de Daniel Defoe, “Viagens de Gulliver” – de Jonathan Swift e “Platero e Eu” – de Juan Ramón Jiménez), assim como muitas obras do público infantil agradam os adultos (“Sitio do Pica-Pau Amarelo”, por exemplo). Professores, educadores e pais querem criar em seus filhos e alunos o hábito da leitura, porém, muitos adultos não tem esse hábito e usam a falta de tempo e cansaço como uma justificativa para a pouca dedicação aos livros, sem perceber que essa atitude vai tirando o interesse da criança, que no início de sua trajetória de vida via o livro como algo encantador, mágico e cheio de mistério. Características da literatura infantil É possível listar algumas características que marcam este universo: - Narrativa movimentada, cheia de imprevistos; - Discurso direto; - Livros com muitas ilustrações; - Finais felizes na maioria das vezes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS MJ, FOORMAN BR, LUNDBERG I, BEELER T. Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed; 2006. ALMEIDA EC, DUARTE PM. Consciência fonológica. Rio de Janeiro: Revinter; 2003. CANAL DO ENSINO. Ferramentas digitais gratuitas que ajudam na alfabetização. Disponível em: https://canaldoensino.com.br/blog/8-ferramentas-digitais-gratuitas-que-ajudam-na- alfabetizacao. Acesso em 10 de julho de 2023. CAPOVILLA AGS, CAPOVILLA FC. Treino de consciência fonológica de pré a segunda série: efeitos sobre habilidades fonológicas, leitura e escrita. Temas sobre Desenvolvimento, 7(40), p.5-15, 1998. CAPOVILLA, A.G.S., CAPOVILLA, F.C. Alfabetização: Método Fônico. São Paulo: Memnon, 2007. COELHO, Nelly Novaes. PANORAMA HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL/JUVENIL: Das Origens Indo-Européias ao Brasil Contemporâneo. 4ªed. Revisada. São Paulo: Editora Ática, 1991. ELLIS AW. Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Trad. Dayse Batista. 2a ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995. p. 85-104 FERREIRO E, TEBEROSKY A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 9. ed. São Paulo: Papirus, 2012. LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA: História e Histórias. São Paulo: Ática, 1984. LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Editora Brasiliense, 1931. 109 A Literatura Infanto-Juvenil Brasileira: dos precursores ao Pré-Modernismo Aula MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1984. SEBRA, Alessandra Gotuzo e DIAS, Natália Martins. Métodos de alfabetização: delimitação de procedimentos e considerações para uma prática eficaz. Rev. psicopedag. [online]. 2011, vol.28, n.87 [citado 2021-05-28], pp. 306-320. ZILBERMAN, Regina. Um Brasil para crianças: para conhecer a literatura infantil brasileira: histórias, autores e textos. São Paulo: Global, 1986.