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Apostila Treinamento
Igreja Metodista em Cataguases
Quarta Região Eclesiástica
2
Expediente:
Bispo da 4ª Região Eclesiástica: Roberto Alves de Souza
Pastor Titular: Rev. Gilmar Costa Rampinelli
Pastor Coadjutor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues
Pastor Coadjutor: Rev. Dione Romualdo Felipe
Missionário Designado: Ronaldo Queiróz da Silva
Adaptação Redacional e Teológico-doutrinária:
1ª Edição: Rev. Otávio Júlio Torres e Bispa Hideíde Brito Torres
2ª Edição: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues e Rev. Gilmar C. Rampinelli
Logotipo e Arte da Capa:
Coaracy Badaró Júnior
Revisão Final e Diagramação:
Rev. Gilmar C. Rampinelli
Rev. Welfany N. Rodrigues
ANO: 2018
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................5
INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
Unidade 1 – NOVO NASCIMENTO............................................................................9
1. Fundamentos da fé.....................................................................................................9
2. Fé e superstição.......................................................................................................10
3. A fé cristã..................................................................................................................11
4. Como obtemos fé......................................................................................................12
5. Os fortes e os fracos na fé (Romanos 14-15)...........................................................12
6. Fé de Tomé versus fé de Abraão.............................................................................13
7. A fé para a salvação.................................................................................................15
8. A fé em ação.............................................................................................................17
9. Fé X Desejo..............................................................................................................20
10.A fé e a esperança....................................................................................................21
11.Seis inimigos da fé....................................................................................................22
12.Evangelismo.............................................................................................................26
13.Outros conceitos de evangelizar...............................................................................29
14.As razões: porque evangelizar?...............................................................................30
15.Alguns exemplos bíblicos a respeito de ganhar almas.............................................33
16.Como evangelizar.....................................................................................................33
Unidade 2 – CONVERSÃO.........................................................................................45
1. Consolidação: Um processo eficaz para formar discípulos......................................45
2. O que é consolidação...............................................................................................46
3. O perfil de quem consolida.......................................................................................46
4. Como consolidar o novo convertido?........................................................................50
5. O processo de consolidação e integração na IM em
Cataguases...............................................................................................................58
6. A importância dos GP’s no processo de consolidação.............................................60
7. A formação de um discípulo.....................................................................................64
Unidade 3 – SANTIFICAÇÃO....................................................................................67
1. Chamados com um propósito...................................................................................67
2. Chamados bíblicos com um propósito......................................................................73
3. Liderança eficaz: A redescoberta de um importante princípio..................................75
4. O modelo por excelência..........................................................................................77
5. Liderança e responsabilidade...................................................................................77
4
6. Liderança servidora..................................................................................................78
7. Autoridade e poder na liderança...............................................................................79
8. O exemplo de Jesus.................................................................................................80
9. Uma decisão: Liderar pelo exemplo ou pela força....................................................80
10.Quais são as qualidades de caráter de uma liderança marcada pela
autoridade?...............................................................................................................80
11.Características importantes na caminhada de um líder............................................81
12.Desenvolvendo líderes em potencial........................................................................84
Unidade 4 – MISSÃO...................................................................................................93
1. Igreja com Grupos Pequenos...................................................................................93
2. Qual a base bíblica para os GP’s?...........................................................................94
3. O desenvolvimento dos GP’s ao longo da história...................................................95
4. Igreja com Grupos Pequenos – Uma visão do Reino de Deus................................96
5. O que não é Grupo Pequeno....................................................................................98
6. O que é Grupo Pequeno...........................................................................................99
7. Para que Grupos Pequenos?.................................................................................101
8. Frutos bíblicos alcançados no dia-a-dia dos Grupos Pequenos.............................102
9. A reunião do Grupo Pequeno.................................................................................104
10.A estrutura do Grupo Pequeno...............................................................................108
11.A influência dos/das supervisores/ras como discipuladores/as dos/das líderes de
Grupos Pequenos...................................................................................................110
12.O lugar do ministério pastoral numa igreja com Grupos Pequenos.......................111
13.Os estágios da vida no Grupo Pequeno.................................................................112
14.Por que a multiplicação do GP é necessária?........................................................113
15.A importância das metas para a liderança de Grupos Pequenos...........................114
16.Princípios para o estabelecimento de metas..........................................................116
17.Planejamento do Grupo Pequeno...........................................................................118
18.Quatro princípios de caráter fundamentais para o planejamento...........................120
19.Planejando as reuniões do Grupo Pequeno...........................................................121
20.Planejando a multiplicação do Grupo Pequeno......................................................122
21.Multiplicando o Grupo Pequeno..............................................................................124
22.Como proteger seu Grupo Pequeno.......................................................................127
23.Grupos Pequenos de crianças................................................................................130
24.Aconselhamento no discipulado.............................................................................132
CONCLUSÃO....................................................................................................................147
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................148
SITES................................................................................................................................150
5
APRESENTAÇÃO
O Centro de Treinamento Ministerial é um ambiente de capacitação para o
discipulado cristão. Para discipular vidas é preciso exercitar de maneira intensa as
disciplinas da vida cristã. Podemos comparar com um atleta que se prepara todos os dias
para alcançar seus objetivos.
O esporte é uma das atividades humanas que mais lições nos ensinam a respeito
da vida e das conquistas. É emocionante ver, nos esportes individuais, atletas solitários/as
se entregando ao máximo e superando seus próprios limites e, nos esportes coletivos,
todos/as cooperando focados/as no mesmo objetivo: a vitória. Nos esportes coletivos nem
todos têm a mesma habilidade, capacidade técnica e compromisso, mas são supridos por
outros atletas da equipe que reúnem tais características e tornam o grupo vitorioso.
Como exemplo, pode-se citar a corrida de revezamento no atletismo. Neste esporte,
os/as atletas se revezam, de forma que apresentem suas melhores performances e
possam, ao final, chegar à vitória. Este esporte mostra com total nitidez a importância da
capacitação individual e do coletivo para se alcançar a meta desejada.
O apóstolo Paulo, em Romanos 12 e em I Coríntios 12, procura nos transmitir esse
fundamento: No corpo de Cristo, a igreja, tanto os membros individuais devem se
aperfeiçoar em seus dons, bem como todo o corpo deve se ajustar para se tornar um só
povo e buscar um só Reino.
Neste sentido, Paulo usa o esporte como analogia para demonstrar a necessidade
da devida preparação do membro do corpo, visando à vitória do Reino, da Igreja. Ele faz
muitas referências a respeito da atividade esportiva, dando o seguinte destaque: “Não
sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só
leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis” (1 Coríntios 9.24).
Há um objetivo para a corrida, o prêmio. Somente o vencedor pode recebê-lo. Há
um desafio para alcançá-lo: a preparação.
Paulo nos ensina a “tal maneira” para alcançarmos a vitória. Quais maneiras são
essas?
- Ser diligente: “Todo atleta em tudo se domina” (I Coríntios 9.25), ou seja, estabelece
prioridades, dedica-se ao objetivo de sua vida, que é uma coroa, no nosso caso,
incorruptível.
- Planejar: Paulo se dá como exemplo ao dizer – “Assim corro também eu, não sem meta;
assim luto, não como desferindo golpes no ar” (I Coríntios 9.26). Se há um alvo a ser
alcançado, precisamos ter uma tática para alcançá-lo.
- Ser aprovado: “...para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado” (I Coríntios 9.27). Há também uma forma de atingir esse alvo. Ele não é a
qualquer preço e tem um alcance muito maior, o respaldo e a coerência da própria vida.
6
- Viver pela Palavra de Deus: Paulo nos ensina ainda que “o atleta não é coroado se não
lutar segundo as normas” (II Timóteo 2.5). A vida desse atleta tem que ser vivida de
acordo com a Palavra de Deus. Os atalhos o impedirão de ser coroado, ainda que alcance
o alvo. Não podemos correr a carreira cristã de qualquer maneira, como muitos tentam
fazer e vivem vidas infelizes, são infrutíferos ou caem cansados pelo caminho.
Como ser um atleta vitorioso? É preciso treinamento.
Por isso, o Centro de Treinamento Ministerial planejou e elaborou este material para
propiciar aos membros da Igreja Metodista em Cataguases e congregações mais uma
ferramenta que poderá ajudá-los a alcançar os seus objetivos pessoais e os objetivos de
nossa igreja, numa visão de serviço e submissão, cumprindo a Grande Comissão dada
por Jesus.
Ainda há uma compreensão que se faz necessária, perceber que o Senhor Jesus nos
mostrou que o nosso preparo adequado se fará sob o discipulado bíblico. Somente assim,
treinados/as e capacitados/as poderemos juntos correr a carreira que nos está proposta.
Equipe de Pastores
Igreja Metodista em Cataguases
7
INTRODUÇÃO
O objetivo do CTM - Centro de Treinamento Ministerial é capacitar líderes de
Grupos Pequenos que possam ser discipuladores de vidas. Os Grupos Pequenos – GPs
formam uma estratégia missionária do discipulado cristão alcançando vidas para o Reino
de Deus.
A nova metodologia de trabalho do CTM segue o princípio do progresso na fé e vida
cristã, começando com o NOVO NASCIMENTO, a CONVERSÃO, a SANTIFICAÇÃO e a
MISSÃO.
Portanto, a apostila está dividida nestas quatro unidades, facilitando a compreensão
e fortalecendo a visão da necessidade um crescimento na vida cristã.
Um grande engano é pensar que por estar na Igreja você já está salvo. O crente
deve crescer espiritualmente (Filipenses 2.12). Ninguém nasce pronto, precisa se
alimentar e crescer. A vida espiritual precisa de desenvolvimento. Você tem crescido
espiritualmente?
Podemos compreender este crescimento espiritual em quatro etapas:
1) NOVO NASCIMENTO:
O Novo Nascimento acontece quando a pessoa aceita a Jesus como seu Senhor e
Salvador (João 3.3) e se torna uma “Nova Criatura, as coisas velhas já passaram, eis que
tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17). Neste encontro com Deus, sua vida é transformada.
2) CONVERSÃO:
A Conversão é uma mudança de direção. Antes estava voltado para o mundo e de
costas para Deus (Isaías 55.6,7). Agora se volta para Deus e foge do mundo, da carne e
do pecado. A conversão é um processo que exige perseverança até que aconteça uma
completa Libertação (João 8.32).
3) SANTIFICAÇÃO:
A santificação é uma busca constante por fazer a vontade de Deus (João 17.17). A
Santificação acontece quando o cristão perde o prazer pelo pecado e mesmo sendo
8
pecador, deseja ansiosamente viver em santidade. O jejum, a oração, leitura da Palavra e
exercícios como amor e perdão são imprescindíveis para a santificação.
4) MISSÃO:
A Missão é a continuidade desta escada do crescimento espiritual. Todo cristão tem
a missão de levar outras almas a Cristo (Mateus 28.18-20). A missão acontece através da
Evangelização e do Discipulado. Quem se converte e busca a santificação, mas não se
ocupa com a obra missionária, sua vida espiritual tende a se estagnar e decrescer com o
tempo. Uma diferença entre uma criança e um adulto é que a criança brinca e o adulto
deve trabalhar. Do mesmo modo deve ser a vida cristã. Uma pessoa madura
espiritualmente se ocupa em serviço missionário.
Concluindo, é preciso desenvolver a salvação (Filipenses 2.12) procurando
amadurecer espiritualmente com objetivo de atingir a “estatura de Cristo” (Efésios
4.13). João Wesley dizia aos metodistas que “não temos outro negócio nesta terra a não
ser ganhar almas”. A razão de ser da Igreja é pregar o evangelho.
9
Unidade 1 – NOVO NASCIMENTO
O novo nascimento marca o início da vida cristã (João 3.1-8), quando entregamos
nossa vida a Jesus e nos tornamos “nova criatura” (II Coríntios 5.17), pois a partir de então
cremos que nos tornamos “filhos de Deus” (João 1.12). Este primeiro momento da vida
cristã não pode ser esquecido, mas deve ser revivido de forma que nunca abandonemos o
“primeiro amor” (Apocalipse 2.4). Infelizmente, muitas vidas que passam por esta primeira
experiência de fé, não conseguem permanecer porque não foram discipuladas como um
recém-nascido que precisa de cuidado.
Nesta unidade vamos falar tanto da base da fé necessária para nascer de novo,
como também do Evangelismo, que é a transmissão desta fé, o que deve ser algo natural
a partir do momento que se crê. Por isso, vamos estudar assuntos que fortalecem o Novo
Nascimento e ajudam a alcançar vidas que precisam nascer de novo através do
Evangelismo.
1. Fundamentos da fé
De acordo com o Dicionário Aurélio, fé é uma firme convicção de que algo seja
verdadeiro, sem nenhuma prova absoluta desta verdade (Hebreus 11.1). Como? Pela total
confiança e crença que depositamos neste algo ou alguém. De fato, a fé não é baseada
em evidências físicas reconhecidas pela comunidade científica (I Coríntios 2.14). Em
geral, é associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros por meio
de relatos (I Coríntios 3.19).
Pode-se dizer, portanto, que a fé é o alimento que nutre e fortalece o nosso espírito.
Por isso, ela é reconhecida como um dom ou um fruto espiritual (I Coríntios 12.9 - Gálatas
5.22). Nossos sentidos humanos são muito dependentes de evidências: o que vemos,
sentimos, tocamos, degustamos e cheiramos. Mas o nosso aspecto espiritual depende da
fé, a qual não está diretamente relacionada com o que vemos ou sentimos, “visto que
andamos por fé e não pelo que vemos” (II Coríntios 5.7).
Há vários tipos de fé. Toda pessoa, seja ela salva ou não, tem uma fé natural,
humana. A Bíblia, porém, fala a respeito de uma fé sobrenatural, uma fé que crê mais com
o coração do que com aquilo que nossos sentidos físicos nos dizem (Marcos 11.20-24).
Crer (em termos de reconhecer a existência de Deus, por exemplo) é importante, mas
precisamos alcançar o nível de confiar no Senhor (Salmos 37.3-5).
Podemos dizer, assim, que a confiança é um estado avançado da fé (Hebreus
11.6). Confiar é se entregar, pela fé.
10
2. Fé e superstição
O dicionário Aurélio, da língua portuguesa, define superstição como “sentimento (...)
que se funda no temor ou na ignorância e que leva ao conhecimento de falsos deveres, ao
receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice”. Portanto, ser
supersticioso implica algumas coisas, segundo a definição do dicionário:
1º) O fundamento da superstição é o sentimento humano de temor ou ignorância.
Por exemplo, nos filmes de terror, sabe-se que o que está assistindo é invenção humana,
mas mesmo assim, a pessoa é tomada de temor e se sente tocada pelas impressões do
que aparece na tela. Superstição, neste contexto, exerce um poder falso sobre as
pessoas, a ponto de fazê-las acreditar que deve fazer certas coisas para evitar que o pior
lhes aconteça. Por exemplo, não passar em baixo de escada, para não dar azar; usar
colar de pé de coelho para dar sorte; e até mesmo abrir a Bíblia, geralmente, no Salmo 91,
como se isso fosse o suficiente para afastar maus espíritos e garantir uma vida
abençoada. Isso explica também o sentimento de ignorância, ou seja, falta de
conhecimento, que leva as pessoas a acreditarem nessas coisas.
2º) A definição afirma ainda que a superstição leva as pessoas ao conhecimento de
falsos deveres: isso significa que não se pode provar a validade dos objetos da
superstição e, pior que isso, a superstição conduz as pessoas a falsos conhecimentos da
realidade. Geralmente, quem é supersticioso sempre tem uma explicação misteriosa para
acontecimentos, que à primeira vista, parecem não ter respostas plausíveis. Já a fé, por
sua vez, não nega a razão das coisas, mas é capaz de ir além. Por isso é que a Bíblia tem
aquele versículo que diz que “...a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de
Cristo” (Romanos 10.17).
A fé é adquirida e aperfeiçoada inteligivelmente. A superstição, porém, leva ao
receio de coisas fantásticas, ou seja, acreditar naquilo que não existe. Assim, a pessoa
supersticiosa passa a confundir fantasia com realidade, principalmente devido ao medo e
à dúvida.
3) Por fim, a superstição leva as pessoas à confiança em coisas ineficazes. Isso
significa que a pessoa supersticiosa vai ter muitas dificuldades em chegar a algum lugar. É
ineficaz qualquer ação que tome por causa da sua crendice. Infelizmente, isso não se
refere apenas a religiões outras que não o Cristianismo ou a coisas do dia-a-dia. Muita
gente se encontra neste nível, em sua vida cristã. Tem medo do que pode acontecer se
não cumprir certos deveres, quer fazer trocas com Deus para receber bênçãos e acredita
que
11
que cumprir rituais é o suficiente para sua vida espiritual estar em ordem. Porém, isso não
é fé, pois a fé não surge do medo, mas de um profundo sentimento humano da existência
de Deus e de sua ação em relação à sua criação e do estabelecimento de um
relacionamento profundo com ele.
Tampouco, a fé é fruto de ignorância ou é inoperante. Ao contrário, a fé é capaz de
curar as pessoas, levantar pessoas que se sentem deprimidas, cabisbaixas, derrotadas
(Hebreus 11.35-40). A fé é capaz de salvar as pessoas (Efésios 2.8). Portanto, a fé não é
produzida pelo próprio ser humano, mas é dádiva, dom de Deus.
3. A fé cristã
Na Carta aos Hebreus, capítulo 11, versículo 1, aprendemos a definição da fé
cristã: “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a convicção de fatos que
se não veem”.
Na Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), a palavra usada para fé é emuah – ‫ֱא‬‫מ‬‫נּו‬ָ‫ה‬
(dicionário STRONG, verbete 530) e leva-nos primeiramente ao sentido de confiança,
certeza. No Novo Testamento, a palavra traduzida por fé vem do grego pi’stis – πίστις
(STRONG, 4102), que transmite a ideia de confiança, firme convicção.
Sendo a fé a convicção das coisas não vistas, podemos ter, ao menos, duas
conclusões preliminares:
a) A fé é dom de Deus: Significa dizer que a fé é um bem sobrenatural de Deus,
concedido a nós pela nossa disposição em aceitar a sua graça (Efésios 2.8). A fé
nos revela o mundo de Deus e nos faz ir ao encontro dele. Antes do dom da fé, o
ser humano não é capaz de agradar a Deus, nem buscá-lo (Hebreus 11.6: “Ora,
sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”).
Como a graça, a fé é uma dádiva de Deus para com o Ser humano. Mas a fé pode
crescer como uma semente que brota e frutifica (Marcos 11.20-24). Para isso é
necessário aprender sobre as Escrituras porque “a fé vem pela pregação, e a
pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17).
b) A fé nos faz ver além da capacidade natural do ser humano: Portanto, a fé é a
única condição necessária para a justificação em Jesus Cristo, “Porque o fim da lei
é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10.4). A justificação (ser
perdoado dos pecados e consolidado na vida com Deus) vem pela fé.
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A fé aproxima o ser humano de Deus, traz comunhão e paz com o Senhor Jesus. É
aceitação da doutrina revelada por Deus e a confiança na obra salvadora de Cristo. O
objeto da fé que salva (como explicado em Efésios 2.8) é toda a revelação da palavra de
Deus.
4. Como obtemos fé
A fé, conforme já estudamos, brota da Palavra de Deus (Romanos 10.17). Por ter
origem do coração de Deus para nós e não em nós mesmos, a fé diz a mesma coisa que a
Palavra de Deus diz. E por que, às vezes, é tão difícil termos fé? Porque simplesmente não
acreditamos na Palavra de Deus. É a incredulidade que reduz a nossa fé. Devemos estar
no centro da vontade de Deus, em tudo, e não apenas no que nos convém ou interessa. A
fé tem vigor para pronunciar a cura, mas também para suportar o espinho na carne, se
Deus lhe disser que “a graça basta” (II Coríntios 12.9). A fé caminha independente do
terreno, pois seu alvo é Cristo e seu reino e não a autossatisfação.
Por isso, é preciso o autoexame que nos leva a perceber se andamos por fé ou por
desejo. Observe que não há na Bíblia nenhum texto que diz que quando orarmos
receberemos aquilo que desejamos. O que a Palavra de Deus diz é: “tudo quanto em
oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11.24). Ou seja, a
ação que precisamos realizar não é o ato de desejar, mas sim o ato de crer.
Portanto, para obter fé, é preciso:
1. Confiar na Palavra de Deus;
2. Fazer autoexame se andamos por fé ou por desejo;
3. Praticar a fé.
5. Os fortes e os fracos em fracos na fé (Romanos 14-15)
A fé deve levar ao desenvolvimento da salvação, tornando os cristãos fortes para
poder suportar os fracos deste mundo. Mas como se definem os fortes e os fracos na fé?
O apóstolo Paulo apresenta, em Romanos 14 e 15, a atitude dos fortes na fé:
a) Os fortes são livres em Cristo. Sua consciência é capaz de distinguir a obra de Cristo
(Romanos 14.6-9). Sua fé não depende de circunstâncias deste mundo para se manter.
Está alicerçada somente na obra de Cristo (Romanos 14.22-23).
13
b) Os fortes acolhem os fracos, que se escandalizam e perdem a sua liberdade, por
causa das coisas do mundo. No contexto da Carta aos Romanos, os fracos podem ser
caracterizados em três grupos: os judeu-cristãos, que continuavam presos às regras
alimentares da Lei (não comer carne que não seja de procedência judia – pureza; nem
tomar vinho); os heleno-cristãos (gentios convertidos), que se deixavam judaizar e
frequentavam as sinagogas dos judeus; e os que se convertiam do cristianismo para o
judaísmo (confira o esboço da carta aos Romanos:
http://www.bibliaonline.net/esboco/colecao.cgi?45).
Com esse texto, podemos definir o fraco como aquele que, de alguma maneira,
desvia o seu olhar do centro da sua salvação, que é Cristo, e se deixa contaminar por
pensamentos e práticas que o afastam da presença de Deus. É aquele que se escandaliza
e tropeça, seja pela sua falta de busca pessoal e comunitária; seja porque volta o seu
olhar para o mundo ou outra religião; seja porque não aprova a liberdade ou o estilo de
vida do irmão ou irmã que está na sua comunidade. Por sua vez, o forte é o que acolhe, é
aquele que é capaz de priorizar a salvação do fraco, mesmo diante da sua liberdade.
c) Os fortes não julgam, mas são capazes de ceder ao julgamento do fraco por
causa do amor fraternal (Romanos 14.15).
d) Finalmente, os fortes servem (Romanos 14.18). Aqui aparece claramente a lógica
invertida do Reino de Deus. Servir uns aos outros agrada a Deus. Os fortes servem ao
próximo para a sua edificação e não procuram agradar a si mesmos (Romanos 15.1).
Desta forma precisamos ser fortes para servir ao próximo e alcançar vidas através
do discipulado cristão.
6. Fé de Tomé versus fé de Abraão
A fé verdadeira, de acordo com o que nos ensina a Bíblia, não deve gerar em nós
um espírito preocupado ou ansioso. Se estamos assim, devemos avaliar se é porque não
estamos crendo ou estamos distantes de um relacionamento íntimo com Deus. Nosso
coração se anima à medida que lemos a Palavra. Ao meditarmos sobre essa Palavra,
nossa certeza e crença tornam-se mais profundas. Essa certeza, essa segurança, essa
crença que passa a habitar em nosso espírito não depende do raciocínio ou conhecimento
humano e, em alguns momentos, pode até mesmo contradizê-lo ou à evidência física.
Mas crer em Deus de todo o nosso coração significa crer além daquilo que nos é
evidente.
Tomé era um homem que baseava sua fé em seus sentimentos. Disse que não
creria até que pudesse ver com os próprios olhos e tocar com as próprias mãos os sinais
14
dos cravos marcados nas mãos de Jesus. Confiava naquilo que podia ver e tocar, e não
naquilo que Deus dizia.
Infelizmente, ainda existe hoje muitos “cristãos tipo Tomé” - aqueles que creem
somente naquilo que sentem, veem ou tocam. É uma pena! Porque essas pessoas não
experimentam a fé genuína em Deus que está baseada na Sua Palavra.
Crer em Deus é crer na Sua Palavra. Se a Palavra de Deus diz que ele me ouve,
sei que ele me ouve, porque a sua Palavra é a verdade e a Palavra não mente. Se a
nossa fé se baseia nos sentimentos, estamos usando simplesmente o que é denominado
como fé humana natural. E a fé humana natural não produz resultados espirituais.
Precisamos usar a fé bíblica - segundo as Escrituras - crendo na Palavra de Deus, se
quisermos experiências e respostas espirituais.
Qualquer um pode crer naquilo que sente, ouve ou vê. Durante a maior parte do
tempo, vivemos e agimos na dimensão física, e obviamente, em muitos casos, precisamos
andar segundo aquilo que vemos. Porém, quando se trata de coisas bíblicas - coisas
espirituais - não devemos andar pelo que vemos e sim, andarmos pela fé (II Coríntios 5.7).
Muitos cristãos que têm uma “fé tipo Tomé” deveriam fazer uma grande troca.
Qual? Trocar a pouca fé deles por uma grande fé, uma “fé tipo Abraão”. Abraão, ao
contrário de Tomé, não duvidou da promessa de Deus. Ele fortaleceu-se pela fé. Observe
atentamente as passagens bíblicas destacadas abaixo:
João 20.24-29
24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio
Jesus.
25 Disseram-lhe então os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele
respondeu: Se eu não vir nas suas mãos os sinais dos cravos, e ali não puser o
meu dedo, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei.
26 Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos e Tomé
com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio, e disse-lhes:
Paz seja convosco!
27 E logo disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega
também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!
29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não
viram, e creram.
Por que Tomé achava difícil crer que Jesus estava vivo? Tomé sabia a respeito dos
cravos que transpassaram as mãos de Jesus, e da lança que penetrou no seu lado. Seus
sentimentos físicos lhe diziam que Jesus estava morto. Tomé estava empregando o
conhecimento da mente em vez da fé no coração. Compare, agora, a fé de Abraão:
15
Romanos 4.17-21
17 Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí [Abraão], perante
aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as
coisas que não existem.
18 Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas
nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo
amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara,
20 Não duvidou da promessa de Deus, por incredulidade, mas, pela fé, se
fortaleceu, dando glória a Deus,
21 Estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que
prometera.
Observa-se claramente a diferença entre os dois tipos de fé desses homens. Tomé
tinha apenas uma fé natural e humana que dizia: “Não vou crer a não ser que possa ver e
tocar”. Abraão, porém, não considerou seu próprio corpo, nem considerou a vista ou as
sensações físicas. O que, pois, Abraão levou em conta? A Palavra de Deus.
Precisamos andar pela fé, e não por vista. É claro que isso não significa negar a
existência das dores, doenças e problemas, pois são muito reais. Entretanto, quando
olhamos para a vida a partir da perspectiva de Deus, começamos a entender que a vida
da fé é a única maneira razoável de viver. Lembre-se: “Sem fé e impossível agradar a
Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele
existe” (Hebreus 11.6).
7. A fé para salvação
O Apóstolo Paulo diz que somos salvos pela fé: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9).
Mas como recebemos a fé para sermos salvos? Leia:
Romanos 10.8-10, 13.14,17
8 Porém, que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração;
isto é, a palavra da fé que pregamos.
9 Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Porque com o coração se crê para Justiça, e com a boca se confessa a
respeito da salvação.
13 Porque Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.
14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
16
naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? De
sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.
17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.
Agora, pense e responda:
 Depois de estudar o trecho bíblico citado acima, quais os três passos que a pessoa
deve dar para receber a salvação?
 Para quem essa salvação está disponível, segundo o v.13?
 Segundo o v.17, de onde provém a fé?
Deus ordenou que Cornélio mandasse buscar Pedro, a fim de ficar conhecendo o
plano da salvação. Na Grande Comissão, registrada em Marcos 15.15-18, Jesus disse aos
seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Cornélio
ainda não ouvira esse evangelho glorioso. Não encontrara a salvação em Cristo. Deus
ordenou que Cornélio mandasse buscar Pedro a fim de ficar conhecendo o plano da
salvação. Por que Cornélio tinha de mandar buscar Pedro? Porque o anjo não poderia ter
explicado a Cornélio o plano da salvação, com igual perfeição? Porque anjos não podem
pregar o Evangelho. Deus confiou aos seres humanos essa tarefa (I Pedro 1.12)!
Atos 11.13.14
13 Ele nos contou como (Cornélio) vira o anjo em pé em sua casa, e que lhe
dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro,
14 o qual te dirá palavra mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa.
O versículo “O qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo” demonstra que
as pessoas são salvas por ouvirem palavras! A razão disso é porque “a fé vem pela
pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17).
Atos 14.6-10
6 E em Listra e Derbe... [Paulo e Barnabé]
7 Onde anunciavam o evangelho.
8 Em Listra costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o
seu nascimento, o qual jamais pudera andar.
9 Esse homem ouviu falar de PauIo, que, fixando nele os olhos e vendo que
possuía fé para ser curado,
10 Disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés. Ele saltou e andava.
17
Um leitor ocasional da Palavra poderia dizer a respeito desse trecho bíblico: “É
maravilhoso como Paulo curou aquele homem”. Mas não foi Paulo quem curou o homem.
Paulo fez três coisas:
a) Pregou o evangelho (v. 7);
b) Percebeu que o homem tinha fé para ser curado (v. 9);
c) Mandou o homem levantar-se e andar (v. 10).
Veja: O homem não foi curado devido a algum poder que Paulo possuía. O próprio homem
tinha fé para ser curado. E como obteve a fé para ser curado? E o que é que Paulo falou?
Paulo pregava um evangelho de salvação e de cura: “Pois não me envergonho do
evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro o
judeu e também o grego” (Romanos 1.16).
As palavras hebraicas e gregas para “salvação” dão ideia de libertação, segurança,
preservação, cura e perfeição. Hebraico yeshuah (‫ה‬‫ע‬ָ‫ׁשּו‬‫י‬ ְ - Dicionário STRONG, verbete
3444) e grego sōtēría (σωτηρίας - Dicionário STRONG, verbete 4991). Paulo estava
dizendo, portanto que a salvação nos leva a uma obra completa de Cristo na cruz
concedendo vida abundante (João 10.10). Paulo pregava o evangelho pleno, que não
parte dele mesmo. É a Palavra que cura o ser humano!
Atos 8.5-8
5. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo.
6. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e
vendo os sinais que ele operava.
7. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e
muitos paralíticos e coxos foram curados.
8. E houve grande alegria naquela cidade.
Os grandes milagres registrados nos versículos citados foram realizados como
resultado da pregação de Filipe. O Novo Testamento não conhece nenhum Cristo que não
seja também o Médico dos Médicos. A cura física - a cura divina - faz parte do Evangelho.
O mesmo evangelho que salva também opera cura e milagres na vida cristã.
8. A fé em ação
Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo vemos exemplos de como o povo de
Deus, pondo em prática a sua fé, conseguiu realizar façanhas poderosas. Grandes
milagres foram operados por homens humildes que punham em prática a Palavra de
Deus, com fé simples e confiante. Pois a verdadeira fé é operante, mas a “fé sem obras é
morta” (Tiago 2.26).
18
Medite nos versículos das Escrituras em Tiago 5.14-15: “Está alguém entre vós
doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com
óleo em nome do Senhor, e a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e,
se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. Agora compartilhe uma experiência
onde a fé entrou em ação trazendo cura e salvação.
a) A fé em ação no Antigo Testamento:
Leia o texto de Josué 6.2-5,16,20
2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e
os seus valentes.
3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma
vez: assim fareis por seis dias.
4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da
arca; no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as
trombetas.
5 E será que, tocando-se longamente a trombeta de carneiro, ouvindo vós o
sonido dela, todo o povo gritara com grande grito: o muro da cidade cairá abaixo,
e o povo subirá nele, cada qual em frente de si.
16 E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas,
disse Josué ao povo: Gritai; porque o Senhor vos entregou a cidade!
20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas. Tendo ouvido o
povo o sonido da trombeta e levantando grande grito, ruíram as muralhas, e o
povo subiu à cidade, cada qual em frente de si e a tomaram.
Lemos, no versículo 2, que Deus disse a Josué que Ele dera a cidade de Jericó “na
tua mão”. Isso não significava, no entanto, que Josué e os filhos de Israel podiam ficar
acomodados e distraídos enquanto a cidade automaticamente se tornaria deles. Não! Eles
tinham de fazer alguma coisa, uma ação seria necessária para a realização da promessa.
Vamos relembrar o que aconteceu?
Deus lhes deu instruções claras quanto a tomarem posse da terra que Ele já lhes
dera, mas era preciso crer naquela Palavra e praticá-la. A prática da Palavra de Deus por
parte deles era a sua fé em ação. Deviam marchar em derredor dos muros da cidade uma
vez por dia, durante seis dias. No sétimo dia, deviam fazer isso sete vezes. Então, ao
soarem os instrumentos musicais, deviam gritar.
Note que eles gritavam enquanto os muros ainda estavam em pé. Qualquer um
pode gritar depois de os muros caírem – isso não exige fé nenhuma. Eles, porém, punham
em prática a sua fé: “Levantaram grande grito” e as muralhas ruíram! Ou seja, foi preciso
19
que eles exercitassem a fé deles para que aquilo que Deus prometeu se cumprisse.
Infelizmente, o que percebemos em nosso meio, é que um grande número de pessoas
está acomodado esperando que algo venha até elas. Encontram-se em diferentes graus
de inércia, com uma fé passiva ao invés de uma fé ativa, esperando que algo aconteça,
sem tomarem nenhuma atitude (Hebreus 11.20).
b) A fé em ação no Novo Testamento
Lucas 5.18-20,24,25
18 Vieram então uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam
introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus.
19 E não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao
eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus.
20 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoados os teus
pecados.
24 Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa.
25 Imediatamente se levantou diante deles, tomando o leito em que
permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus.
Esta passagem bíblica nos relata um momento maravilhoso de exercício de fé.
Enquanto Jesus ensinava numa casa, alguns homens trouxeram-lhe o amigo deles para
ser curado. O homem era paralítico e estava confinado ao leito. A multidão era tão grande
que esses amigos do paralítico não conseguiam chegar até Jesus, mas, em vez de
desistirem, resolveram que descobririam alguma maneira de alcançar seu objetivo.
Subiram ao telhado e, através de uma abertura entre os ladrilhos, desceram o enfermo no
leito, diante do Senhor.
Vamos pensar? De quem era a fé que levou a esse milagre? Do homem no leito ou
dos amigos que o trouxeram até o Senhor? As Escrituras dizem: Vendo-lhes a fé – o
pronome demonstrativo “lhes” está no plural. Era a fé de todos eles. Teria sido fácil para
os amigos do homem, ao verem a grande multidão que cercava a Jesus, terem sacudido
os ombros, desistido, e voltado para casa, dizendo: “Pois bem, pelo menos tentamos.
Fizemos o melhor possível”. Mas eles não desistiram tão facilmente. Descobriram uma
maneira de levar o amigo até Jesus.
O enfermo também demonstrava muita fé, pois confiou em subir pelo telhado para
encontrar com Jesus. Além disso, quando Jesus o mandou levantar-se e andar, ainda não
se sentia melhor. Jazia ali, tão desamparado quanto sempre. Ele poderia ter dito:
“Levantar-me e andar? Mas você não viu esses homens me carregando para cá? Não
tenho a mínima possibilidade de levantar-me. Você terá que me curar primeiro”. Mas não
20
respondeu assim; quando Jesus ordenou que se levantasse, começou a fazer algum
movimento, e a cura veio como resultado. Se tivesse se recusado a pôr em prática a
palavra do Mestre, não teria recebido a cura. Mas, como ele creu e agiu, recebeu.
9. Fé X Desejo
E como diferenciar a fé do desejo? O desejo parte de nós mesmos, de nossas
ansiedades e concupiscências (palavra bíblica que significa inclinação, tendência). Não é
o desejar que realiza a tarefa; é o crer. Em uma tradução moderna do Novo Testamento
em inglês, o conhecido versículo em Hebreus 11.1 diz: “a fé é a certeza de coisas que se
esperam”. O ponto de partida da fé é Deus e não o ser humano, por isso o desejo é
corrompido, enquanto a fé é firme. O desejo nunca se sacia, está sempre ansioso, de um
lado para o outro, à busca de novidades. A fé caminha a passos firmes, pois seu alvo final
já está no seu horizonte, não se perdendo por novidades ou vãs doutrinas. Por isso, Tiago
disse que há pessoas que pedem e não recebem, porque não pedem por fé, mas para
satisfazer seus desejos (Tiago 4.3). Leia novamente os versículos abaixo:
Efésios 2.8-9
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de
Deus;
9 Não de obras, para que ninguém se glorie.
Romanos 10.9-10,13
9 Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Porque com o coração se crê para Justiça, e com a boca se confessa a
respeito da salvação.
13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.
Os versículos acima indicam ao ser humano o plano da salvação. Vemos que é
pela fé – e não pelo desejo – que somos salvos. Jesus prometeu que não lançará fora
ninguém que vem a Ele, mas que salvará todo aquele que invocar o nome do Senhor. Ele
nos prometeu que assim fará. O que temos que fazer é crer.
É possível que a pessoa tenha certa convicção pessoal, que não produz temor ou é
inoperante, mas ainda não pode ser definida como fé. Certa vez, John Wesley (no Sermão
14: O arrependimento nos crentes) disse que o diabo deu à Igreja um substituto da fé;
parece e soa tão semelhante à fé, que poucos percebem a diferença. Ele chamou-o de
“assentimento mental”, ou seja: uma afirmação da mente. Como isso se aplica? Às vezes,
as pessoas leem a Bíblia e concordam que o que está escrito é verdade, mas esta
concordância acontece somente na mente, pois, no coração, ainda há dúvidas ou mesmo
21
descrença. E isso não basta, não é suficiente, pois é a fé no coração que recebe algo da
parte de Deus.
Para Wesley, a fé é a convicção plena na soberania de Cristo: “Essa é a vitória que
vence o mundo, a nossa fé” (I João 5.4-5). Quem crê no filho de Deus “tem a vida; não
entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). Mas não qualquer tipo de
fé. Os demônios também creem e estremecem (Tiago 2.19), mas o que adianta a eles?
Falta arrependimento. A fé que não produz arrependimento não é viva. Essa fé implica
sentir que estamos salvos por Cristo. Wesley conclui que quem possui essa fé purifica o
seu coração do orgulho, da ira, da cobiça, da injustiça (Sermão 1 – A Salvação pela fé:
(http://www.metodista.org.br/sermoes-de-john-wesley-disponiveis-para-download).
10. A fé e a esperança
A esperança cristã sustenta e motiva a fé. Podemos dizer que, enquanto a fé tem a
ver com nosso momento atual, a esperança cristã está relacionada com a plenitude que
aguardamos no futuro com Cristo. Temos a bendita esperança da próxima vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, da ressurreição dos justos, do arrebatamento dos santos vivos;
temos a esperança do céu, e a esperança de no céu vermos nossos entes queridos e
amigos. Damos graças a Deus por aquela esperança. Paulo disse que se a nossa
esperança em Cristo se reduzir apenas a este mundo, somos os mais infelizes de todos os
seres humanos (I Coríntios 15.19).
Jesus está chegando. Ele está chegando porque a Palavra diz assim. A
ressurreição ocorrerá. Os mortos em Cristo subirão para se encontrar com Ele nos ares (I
Tessalonicenses 4.15-17). Nossa fé ou a falta dela não afetará esses eventos (Mateus
24.27). Jesus está voltando, porque a Palavra diz que ele voltará (Hebreus 10.37). Essa é
a bendita esperança que todos os cristãos antegozam.
Mas, embora a esperança nos sustente nos momentos de maior aflição (Salmos
40.1), é a fé que mobiliza para a ação. É preciso cuidar para que a verdadeira esperança
não se transforme em passividade, sendo prejudicial ao nosso crescimento na fé. O
resultado da fé em nossa vida vem quando agimos de acordo com a fé ensinada nas
Escritas – uma fé que atua.
No sermão 17 de John Wesley “A circuncisão do coração”, ele afirma a
necessidade de fé e de esperança na vida do crente
(http://www.metodista.org.br/sermoes-de-john-wesley-disponiveis-para-download). Ele
explica os dois termos:
22
a) Ter fé: uma fé capaz de derrubar “os preconceitos da razão corrompida, todos os maus
costumes e hábitos, toda aquela ‘sabedoria do mundo’, que ‘é loucura diante de Deus’ (I
Coríntios 3.19). Wesley afirma que essa fé possibilita ao cristão perceber sua vocação que
é glorificar a Deus na totalidade de seu ser. Significa não apenas a aceitação intelectual
(na mente) do sacrifício de Cristo, mas a revelação Dele em nosso coração: uma
convicção do seu amor — lembrando aqui a experiência do coração aquecido! — Uma
confiança em sua misericórdia. Uma fé operante, que torna o poder de Deus evidente.
b) Ter esperança: A convicção interior de que são “filhos de Deus” (João 1.12), testificada
pelo próprio Espírito Santo (Romanos 8.16). Wesley afirma que tal esperança é obra do
Espírito, que inspira a confiança nos cristãos, de que todas as coisas serão recebidas por
eles das mãos de Deus, uma “feliz antevisão daquela ‘coroa da glória’” que Deus lhes
reserva nos céus. Essa mesma esperança lhe possibilita atravessar os sofrimentos do
tempo presente na convicção da vitória final.
Ele ressalta o valor da esperança na vida cristã, pois a esperança leva as pessoas
a verem o prêmio e a coroa diante delas. Para Wesley, erram, portanto, os que ensinam
que, “servindo a Deus, não devíamos ter em vista nossa própria felicidade. Pelo contrário,
somos frequente e explicitamente ensinados por Deus para ‘ter os olhos fixos na
recompensa’, contrabalançar o labor pela ‘alegria que nos está proposta’, nossa “leve e
momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória” (II Coríntios 4.17)”. Wesley
afirma que, por não levar em conta esse fator, muitas pessoas acabam achando
extremamente pesados os desígnios de Deus, já que não se alegram em cumpri-los,
tomando-os simplesmente como fardos. Ao mesmo tempo, alerta sobre os que pensam
que podem cumprir a vontade de Deus sem nenhum esforço. Ele lembra os sofrimentos
exemplares de Paulo, que por tudo passou a fim de alcançar a coroa. Além dos
sofrimentos impostos pelos opositores do evangelho, ele ainda enfrentou a constante
negação de si mesmo! É a esperança que coloca nossos olhos no prêmio, sem ignorar os
espinhos do caminho, mas vencendo-os com perseverança e disciplina firmados em
Cristo.
11. Seis inimigos da fé
Aqui trataremos de seis inimigos da fé. Consideraremos o “bom combate da fé” do
cristão, conforme é mencionado em I Timóteo 6.12, que é a única luta que o crente é
conclamado a travar. O “bom combate da fé” é resistir aos inimigos da fé ou impedimentos
para a fé (pois se não houvesse inimigos da fé, não haveria nenhum combate envolvido).
23
Inimigo N° 1: Falta de compreensão sobre o que significa ser nova criatura em Cristo: “E
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas Já passaram; eis que
se fizeram novas” (II Coríntios 5.17).
Não compreender o que significa ser uma nova criatura dificulta nossa vida de fé.
Muitas pessoas não se dão conta de que realmente são outras pessoas. Acham que
quando foram salvas, Deus simplesmente perdoou os seus pecados. Isso seria pouco
proveitoso se fosse somente o que o crente tivesse recebido. Precisa nascer de novo
(João 3.7). Precisa tornar-se nova criatura, e despojar-se dos velhos modos pecaminosos.
Somos novas criaturas, criadas por Deus em Cristo Jesus com a própria vida e natureza
de Deus em nosso espírito. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, e coerdeiros com
Cristo Jesus.
Inimigo N° 2: Não compreender a nossa situação.
Uma boa atividade a ser feita é ler todo o Novo Testamento - especialmente as
Epístolas - e anotar as expressões “em Cristo”, “em que”, e “Nele”. Registrá-las por escrito
nos ajudará a memorizá-las. Há aproximadamente 140 expressões dessas no Novo
Testamento. Se conseguirmos ler esses textos meditando sobre eles até se tornarem
parte de nós, teremos uma vida diferente. À medida que ler esses versículos, pode-se
declarar: “É isso que somos”, “É isso que possuímos em Cristo Jesus”.
Esta é uma disposição de vida, um estado de alma como “disposição habitual da
alma que, nos Escritos Sagrados, se chama ‘santidade’, e que diretamente implica ser
purificado do pecado, ‘de toda impureza, tanto da carne, como do espírito’, e,
consequentemente, ser dotado com aquelas virtudes que havia em Jesus Cristo, no ser
‘renovado no espírito do nosso entendimento’, de modo a ser ‘perfeitos, como perfeito é
nosso Pai Celeste’” (John Wesley).
Inimigo N° 3: Falta de compreender a justiça Divina: “Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos Justiça de Deus” (II Coríntios
5.21).
O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado (I João 1.7). Logo,
pelo Novo Nascimento, ficamos sendo novas criaturas justas. Sabemos que Deus não
criou novas criaturas iníquas. Fomos criados por Deus em Cristo Jesus, e ele nos fez
novas criaturas justas.
Somos filhos e filhas de Deus e podemos ficar na sua presença sem nenhum temor
24
gerado pela má-consciência do pecado; sem sentimento de culpa nem vergonha. Não
precisamos ficar paralisados de medo (I João 4.18). Podemos entrar na presença de Deus
porque é o lugar certo para nós (Hebreus 10.19).
Quando nascemos de novo, nossos pecados foram perdoados, porque a nossa vida
pregressa cessou. Deus disse que não se lembraria das nossas transgressões (Jeremias
31.34). E se ele não se lembra delas, por que nós nos lembraríamos? Alguns podem
perguntar: “Mas cometi pecados depois de tornar-me cristão. Como posso ser justo?”.
A resposta a esta pergunta acha-se em I João 1.9: “Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Quando pecamos, sentimo-nos culpados e com sensação de injustiça. Sentimo-nos
indignos de chegar à presença de Deus (Isaías 59.2). Quando, porém, confessamos os
nossos pecados, ele nos perdoa e purifica. Recuperamos a nossa condição diante de
Deus.
Cabe destacar que essa renovação é um processo decorrente da presença do
arrependimento. O primeiro arrependimento de pecados, aquele que aconteceu quando
nos convertemos, significa uma mudança interna, uma transformação da mente do pecado
para a santidade. Mas, depois que nos convertemos, há arrependimento como sendo
uma espécie de conhecimento de nós mesmos, de saber que somos pecadores; sim,
pecadores culpados, embora saibamos que somos filhos de Deus por adoção.
Muitos supõem que, pela redenção pelo sangue de Cristo, não mais somos
pecadores, que todos os nossos pecados não só foram cobertos, mas apagados
(Colossenses 2.14). Todavia, embora não sejamos imputados por Cristo, que nos perdoa,
não podemos deixar de exercer a vigilância espiritual e o crescimento em santidade.
Podemos confiar no poder remidor do sangue de Cristo, mas não podemos correr o risco
de, por não mais sentirmos o mal no nosso coração, prontamente pensamos que não há
mais mal ali (I João 3.20-21).
Embora reconheçamos prontamente que “todo o que crê é nascido de Deus” e que
“aquele que é nascido de Deus não vive em pecado” (I João 3.9; 5.18), não podemos
ignorar que podemos praticar o pecado, mas sua existência reside em nós, por causa de
nosso caráter mortal e humano. Podemos dizer que o pecado, embora permaneça, não
reina mais em nós, não nos domina (Romanos 6.14). E por isso, experimentamos a
liberdade que Cristo nos proporciona, sendo tornados justos novamente, por seu sangue!
25
Inimigo N° 4: Não compreender nosso direito de usar o nome de Jesus: “Se pedirdes
alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido
em meu nome; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (João 16.23-
24).
Quando temos plena consciência do poder do nome de Jesus - quando
compreendemos o que aquele nome fará - poderemos derrotar Satanás e desfrutar da
vitória. Por isso, Jesus disse aos seus discípulos: “Estes sinais hão de acompanhar
aqueles que creem: em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em
serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal: se impuserem as
mãos sobre enfermos, eles ficarão curados” (Marcos 16.17-18).
Esses sinais seguirão aqueles que creem no Evangelho - não somente a Igreja
Primitiva, não somente os apóstolos, não somente os pregadores. Todos os crentes
devem expulsar demônios em seu nome. Todos os crentes têm autoridade sobre os
espíritos malignos em Nome de Jesus (Lucas 10.19). Em seu nome, falarão em línguas.
Em seu nome imporão as mãos sobre os enfermos, e estes sararão. Em nome de Jesus
temos autoridade e poder hoje, e este nome nos pertence! É claro que sempre é bom
ressaltar que não se trata de misticismo ou mágica, mas de fé. Persiste o mandamento
que diz que o nome de Deus e, por extensão, de Cristo, não pode ser tomado em vão
impunemente. Este é um nome diante do qual terra e céu se prostram, portanto, digno de
toda a reverência e adoração.
Inimigo N° 5: Não pôr em prática a Palavra.
Se sabemos que a Palavra de Deus é a verdade, e se agimos à altura dessa
verdade, isso se torna uma realidade em nossa vida. Por isso precisamos praticar a
Palavra de Deus e não somente ouvir (Tiago 1.22).
A Bíblia diz: “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu
próprio entendimento” (Provérbios 3.5). Tudo quanto é necessário perguntar é: “O que diz
a Palavra de Deus?”.
As pessoas frequentemente perguntam por que não recebem a cura. Citam as
Escrituras, textos tais como: “ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com
as nossas doenças” (Mateus 8.17); e: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o
madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a
justiça; por suas chagas, fostes sarados” (I Pedro 2.24). Elas dizem que creem nesses
textos bíblicos. Perguntamos então: “Mas você já agiu à altura da veracidade dessas
Escrituras?”.
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Inimigo N° 6: Não manter firme a nossa confissão de fé: “Porque com o coração se crê
para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Romanos 10.10).
“Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te
no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.
Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será
assim convosco” (Marcos 11.23-24).
A razão por que tantos cristãos são derrotados é porque têm uma visão
predominantemente negativa. Sempre estão falando das suas fraquezas e falhas, vivem
conforme aquilo que falam: como derrotados e sem fé, mas a Palavra de Deus nos ensina
“guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é
fiel” (Hebreus 10.23). Manter firme a confissão significa não abandonar a fé nem
retroceder (Hebreus 10.39).
Quando combatemos “o bom combate” (II Timóteo 4.7) da fé, conforme o Apóstolo
Paulo nos admoesta, podemos sair do lugar estreito do fracasso e da fraqueza para o
poder iluminado de Deus. Assim, devemos ter fé em quê? Naquilo que é promessa de
Deus para nossa vida! E como saber quais são estas promessas? Elas estão escritas na
Palavra de Deus. Essa Palavra precisa ser suprema, acima de todas as outras coisas. E, à
medida que confiamos em Deus de todo nosso coração, a quietude e a paz vêm ao nosso
espírito.
12. Evangelismo
Evangelizar é compartilhar a fé. A partir do momento que alguém nasce de novo, já
começa a compartilhar sua nova fé. Por isso é importante firmar bem os princípios de fé
que serão transmitidos para outras pessoas. Então, junto com o Novo Nascimento
também é oportuno aprender sobre ganhar vidas para Deus e ter uma vida cristã frutífera
desde os primeiros passos da caminhada.
A primeira ênfase da Igreja Metodista para o trabalho é “estimular o zelo
evangelizador na vida de cada metodista e de cada igreja local” de forma que cada
metodista seja um evangelista em potencial para ganhar vidas (Plano Nacional Missionário
2017-2021, página 61).
Podemos definir, singelamente, evangelismo como o testemunho que damos às
outras pessoas acerca de nossa experiência pessoal com Jesus. Não se trata apenas de
falar sobre Cristo, mas sobre o que temos vivido pessoalmente com ele (I João 1.1-4).
27
Pense: Como tem sido a prática do evangelismo em sua vida, desde que você
aceitou a Jesus? Quantas pessoas conheceram o Salvador por meio de seu testemunho?
Muitos de nós já tivemos frustrações em experiências de evangelismo. E elas podem nos
levar a dizer que não sabemos evangelizar. É preciso saber que há mitos que envolvem o
evangelismo. Talvez você ainda acredite em algum deles. Leia-os calmamente. Em
seguida, observe a realidade sobre o evangelismo, seguida pelas suas implicações:
MITO: Evangelismo significa alcançar estranhos;
REALIDADE: A maioria das pessoas é alcançada por amigos;
IMPLICAÇÃO: Os membros dos GP’s focalizarão seu amor e suas orações nas
pessoas mais próximas a eles.
MITO: A maioria das pessoas é alcançada por pregadores profissionais;
REALIDADE: A maioria das pessoas é alcançada por cristãos comuns;
IMPLICAÇÃO: Treinaremos cada pessoa para compartilhar Jesus com palavras e
ações
MITO: A conversão normalmente é instantânea;
REALIDADE: A conversão geralmente é um processo;
IMPLICAÇÃO: Ofereceremos muitas oportunidades para as pessoas ouvirem o
Evangelho.
MITO: Evangelismo significa apenas dizer as palavras corretas;
REALIDADE: As pessoas são ganhas para Jesus por meio do amor prático e palavras;
IMPLICAÇÃO: Encorajaremos os membros dos GP’s a atenderem as necessidades das
pessoas com ações e palavras.
MITO: As pessoas são levadas a Jesus por meio da influência de apenas uma pessoas;
REALIDADE: Quanto mais cristãos um incrédulo conhecer. Mais facilmente ele virá
para Jesus;
IMPLICAÇÃO: Apresentaremos os incrédulos a tantos cristãos quanto for possível.
Então, o que devemos fazer para evangelizar de forma bem sucedida?
• Devemos evangelizar principalmente as pessoas que conhecemos. Tudo passa pelos
relacionamentos que temos;
28
• Devemos incentivar-nos mutuamente a falar de Jesus; não devemos pensar que as
pessoas só se converterão se o pastor ou a pastora fizer o apelo;
• Devemos promover muitas oportunidades para que as pessoas ouçam o evangelho;
• Devemos identificar a necessidade das pessoas para ajudá-las. O princípio do serviço
não está em dar o que meramente desejam, mas servir com aquilo de que necessitam;
• Devemos apresentar às pessoas que ainda não tiveram uma experiência com Jesus
tantos cristãos e cristãs quanto possível. Quanto mais pessoas cristãs comprometidas
com o Reino estiverem ao redor da pessoa que desejamos ganhar para Cristo, mais
influência haverá.
Perguntas de reflexão:
• Você está feliz por ter sido evangelizado/a?
• O que “funcionou” com você nessas ocasiões?
a) Aprofundando a compreensão sobre o evangelismo
A palavra evangelho, em português, vem do termo latino evangeliu, que, por sua
vez, vem da palavra grega euangélion (εὐαγγέλιον – Dicionário STRONG, verbete
2098) que significa “boa nova, boa notícia”.
Portanto, evangelização ou evangelismo referem-se ao anúncio, à proclamação do
evangelho, isto é, da boa-nova de Deus: a ressurreição de Jesus dentre os mortos para a
remissão dos pecados e salvação de toda pessoa que crê.
b) O que compartilhar? Como compartilhar?
O texto de Atos 2.11 nos dá essa direção: “ouvimos falar... as grandezas de Deus”.
Evangelismo é o compartilhar das grandezas de Deus em nossa vida. Evangelismo é o
anúncio, a partir de nossa experiência de salvação, do evangelho que cura e liberta.
O primeiro apelo do Evangelho é que os seres humanos reconheçam e confessem
que são pecadores e que, por isso, estão desconectados de Deus e mortos
espiritualmente (Romanos 3.23).
O segundo apelo do Evangelho é que Cristo é a solução para esse problema, pois
29
por Ele nossos pecados são perdoados e somos pessoas reconectadas com Deus e
resgatadas da morte espiritual. A boa notícia do Evangelho, então, só se aplica a quem se
reconhece como um ser humano pecador e necessitado de salvação. Jesus disse, em
Lucas 5.31-32: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar
justos, e sim pecadores, ao arrependimento”. Assim, as vidas que recebem a morte e
ressurreição de Cristo pelos seus pecados, ou seja, creem no Evangelho de Cristo, são
salvas!
Em I Coríntios 15.1-4, Paulo também fala a respeito da importância da integridade e
pureza da mensagem. Ele diz para os coríntios se lembrarem e se apegarem firme e
exatamente ao Evangelho que ele havia pregado, pois por meio desse evangelho é que
eles seriam salvos. Qualquer desvio disso poderia conduzi-los a uma fé inútil.
O apóstolo repete essa ideia em Gálatas 1.6-9, ao escrever: “Admira-me que
estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro
evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem
perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos
pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já
dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que
recebestes, seja anátema”.
Evangelizar é proclamar às pessoas que elas são pecadoras, estando, por isso,
desconectadas de Deus e mortas espiritualmente, e que, na morte e ressurreição de
Cristo, está a boa notícia de Deus a elas, podendo, assim, serem reconciliadas com Ele.
13. Outros conceitos de evangelizar
“É a empolgante tarefa de levar a mensagem de liberdade a pessoas escravizadas” (Tom
Stebbins);
“É a proclamação do Cristo bíblico como Senhor e Salvador, com a perspectiva de
persuadir pessoas a ir até ele pessoalmente e então se reconciliarem com Deus” (Billy
Graham);
“É a proclamação do Evangelho do Cristo crucificado e ressurreto, o único redentor do ser
humano, de acordo com as Escrituras, com o propósito de persuadir pessoas pecadoras,
condenadas e perdidas a pôr sua confiança em Deus, recebendo e aceitando a Cristo
como Senhor em todos os aspectos da vida e na comunhão de sua igreja, aguardando o
dia de sua volta gloriosa” (Congresso de Evangelização, Berlim, 1966).
30
14. As razões: por que evangelizar?
a) A ordem de Jesus
Há dois textos bíblicos que nos mostram explicitamente que o evangelismo é uma
ordem de Jesus. O primeiro deles é Marcos 16.15, que diz: “E disse-lhes: Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. O segundo é o texto de Mateus 28.19-20,
que diz: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado”. Nesse segundo texto, ao contrário do que se pode pensar, a ordem não é
apenas evangelizar, mas, sim, fazer discípulos, o que tem a evangelização – o anúncio da
boa nova – por primeiro passo.
Além desses dois textos, outros dois ainda podem ser citados. O primeiro é Atos 1.8
que também registra palavras de Jesus. Ele diz: “mas recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. A ênfase temática deste texto é a
evangelização. Jesus está dizendo que essa é uma tarefa que deve ser realizada pelos
seus discípulos em todo o mundo, mediante o poder do Espírito Santo. O segundo texto é
II Coríntios 5.18-20, que diz: “tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo
por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em
Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões,
e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos
que vos reconcilieis com Deus”.
Esse texto diz que Deus nos reconciliou consigo nos deu e confiou a mensagem e o
ministério da reconciliação, ou seja, a evangelização é uma incumbência dada por Deus
às pessoas que foram salvas.
b) A necessidade humana
A carta do apóstolo Paulo à igreja de Roma nos apresenta excelentes descrições
quanto à necessidade que o ser humano tem do Evangelho. Veja Romanos 1.18-32. Por
se tratar de um texto grande, vamos destacar três trechos:
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que
detêm a verdade pela injustiça” (v.18), ou seja, a pessoa sem Cristo está debaixo da ira de
Deus; “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-
lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (versos 21-22),
ou seja,
31
ou seja, a pessoa sem Cristo é fútil, insensata, obscura e louca em seu coração; “Por isso,
Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração,
para desonrarem o seu corpo entre si” (v.24); ou seja, o ser humano sem Cristo é escravo
do pecado.
Além desse texto, outros dois devem ser citados para descrever a necessidade
humana: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23); “porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus,
nosso Senhor” (Romanos 6.23). Tendo em vista que a humanidade está desconectada de
Deus por causa do pecado e que o Evangelho é uma mensagem de reconciliação, aí está
uma ótima razão para a Igreja evangelizar, não acha?
c) A exclusividade do Evangelho
Há três textos bíblicos que falam sobre a exclusividade do Evangelho, o qual tem
Jesus Cristo como elemento central e principal. Em João 14.6, diz: “Respondeu Jesus: ‘Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim’”. O segundo
é Atos 4.12, que diz: “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe
nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. O
terceiro é I Timóteo 2.5-6, que diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por
todos”. Quanto à reconexão com Deus, Jesus é único, exclusivo e absoluto, ou seja,
apenas “do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”
(Romanos 1.16).
Tendo em vista a exclusividade do Evangelho, Paulo escreve à igreja de Roma:
“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão
aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como
ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está
escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.13-15).
Se a salvação é exclusividade do Evangelho, a Igreja deve se engajar na
evangelização, pois o Evangelho está em suas mãos!
d) A glória de Deus
Uma quarta e última razão que apresentamos para o evangelismo é a glória de
Deus. Segundo o Dr. Russell Shedd: “a razão principal da ordem evangelizadora deve ser
32
teocêntrica. Quando a motivação para evangelizar torna-se antropocêntrica, ela se
deteriora rapidamente e se torna egocêntrica, isto é, voltada para o a realização pessoal e
para a satisfação de ambições vãs”.
Isso quer dizer que a razão principal da evangelização deve ser Deus e a sua
glória. Paulo assim escreveu para a igreja de Roma: “Porque dele, e por meio dele, e para
ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).
Todas as coisas têm sua origem, razão e propósito em Deus e em sua glória. Sendo
assim, o ser humano foi criado para a glória de Deus e é, também, salvo para a sua glória.
Quando a humanidade foi criada, boa e perfeita, sua vida rendia glória e dava
prazer a Deus. Entretanto, com o pecado, ela foi expulsa de sua presença, ou seja, deixou
de lhe render glória e de lhe dar prazer.
Com a salvação promovida pela pregação do Evangelho do Reino, Deus quer
perdoar os pecados humanos e reconectar-nos consigo, de modo que voltemos a lhe
render glória e a lhe dar prazer. Isso é confirmado pela seguinte conjectura: a Bíblia diz
em Romanos 8.29 que Deus quer ter muitos filhos semelhantes a Jesus. Sabemos que
uma pessoa se torna filha de Deus pela fé em Cristo (João 1.12). Por pelo menos duas
vezes, Deus disse que Jesus era um filho amado que lhe dava muito prazer (Mateus 3.17;
17.5).
Deus quer ter muitos filhos e filhas que lhe deem prazer, o que é alcançado por
meio da evangelização, do evangelismo.
Além de sua glória e prazer, há outra razão, em Deus, para a evangelização. A
Bíblia diz em I Timóteo 2.4 que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. A evangelização é um desejo do coração
de Deus, pois apenas assim as pessoas serão salvas e conhecerão a verdade.
Sendo assim, quando evangelizamos:
 Somos obedientes à ordem de Jesus;
 Somos sensíveis à necessidade humana;
 Somos conscientes da exclusividade do Evangelho;
 Somos promotores e promotoras da glória de Deus.
33
Entretanto, quando não evangelizamos:
 Desprezamos a ordem de Jesus, sendo desobedientes;
 Desprezamos a necessidade humana, sendo insensíveis;
 Desprezamos a exclusividade do Evangelho, sendo inconscientes;
 Desprezamos a glória de Deus, sendo indiferentes.
JÁ PENSOU NISSO? ISSO LHE FAZ TER SENTIDO NO CORPO DE CRISTO?
15. Alguns exemplos bíblicos a respeito de ganhar almas:
Em João 4.37, a Bíblia fala da semeadura e da colheita. O que podemos aprender
com este exemplo?
• Podemos aprender que o evangelismo leva tempo. Quando falamos em semear e
colher, sabemos que temos de semear e esperar meses para obter frutos;
• Podemos aprender que além de levar tempo para a sua efetiva realização, o
evangelismo envolve várias pessoas. Por quê? Porque Jesus disse: um é o que
semeia e outro é o que colhe.
Em Marcos 1.17, “Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens”. Este texto é muito interessante. Vejamos juntos: é o primeiro relato, em todos os
evangelhos sinóticos, do chamado dos apóstolos. No mais, dentre esses relatos, é o único
em que Jesus traz a clareza da evangelização: “ser pescadores de gente”. Portanto, isso
nos mostra de maneira clara o propósito da evangelização: ganharmos homens e
mulheres para o Seu Reino.
Outro aspecto muito interessante que aprendemos com esta passagem bíblica que
trabalhar em unidade na evangelização produz mais resultado do que trabalhar de modo
solitário.
16. Como evangelizar
O evangelismo deve ocorrer de maneira natural, clara e concisa. O evangelismo
ocorrerá, como já vimos, no anúncio da salvação em Jesus. Veremos algumas técnicas
que nos ajudarão a organizar esta exposição da boa nova aos amigos e às amigas. Nesse
aspecto, são formas de como podemos compartilhar da Graça de Deus. Formas para
darmos
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darmos os primeiros passos no processo de evangelização. Mas não se esqueça, de
como vimos anteriormente, a evangelização é um processo.
Essas técnicas serão os primeiros passos a serem dados individualmente, mas a
evangelização se dará no contexto dos Grupos Pequenos – nos quais as pessoas serão
consolidadas na fé em Cristo e tornarão discípulas.
Algumas formas de anunciar o Evangelho são:
 Testemunho pessoal
 Plano de Salvação
 Quatro Leis Espirituais
 Os Quatro Pontos (The 4 points)
 Duas Religiões (Fazer x Feito)
 Ponte
 Gráfico João 3.16
 Pesquisa Religiosa
 Evento de Colheita
 Outras dinâmicas
Vantagens de se preparar um testemunho de 5 minutos
• O testemunho curto e bem organizado é mais eficiente do o que inclui muita
informação e tira a atenção do principal: compromisso com Cristo;
• Apresenta Cristo de uma forma empírica (a partir da experiência), pessoal e
convincente;
• É uma ferramenta igualmente eficiente em grandes e pequenos grupos.
• É simples e completo;
• Serve para começar a conversa. Abrir portas para o relacionamento, base para
conversão;
• Dá confiança, pois você sabe o que vai dizer e como vai dizer;
• Permite-lhe ser breve;
• É uma forma transferível para treinar outros a compartilhar Cristo.
Escreva seu testemunho. De que forma?
1. Pedir a Deus unção e orientação;
a) Testemunho Pessoal
A mais simples pesquisa em nossas igrejas
locais demonstra que a maior porcentagem de
pessoas consolidadas na fé em Cristo são frutos
do testemunho pessoal de amigos, parentes ou
colegas de trabalho. Frutos a partir dos
relacionamentos.
Características do testemunho pessoal
>Breve (5 minutos); >Objetivo, simples e claro;
>Com início, meio e fim;
>Com o antes, a conversão e o depois.
35
2. Prepará-lo tendo em mente compartilhá-lo em grupo ou individualmente;
3. Ater-se ao tempo determinado;
4. Ser sincero, não dando a entender que Jesus remove todos os problemas;
5. Considerar o tipo de audiência.
O que NÃO fazer:
• Opinar sobre igrejas, organizações e pessoas;
• Mencionar denominações;
• Pregar;
• Usar termos vagos (alegre, transformado) sem explicar;
• Usar termos bíblicos (salvo, pecado) sem explicar.
Perguntas orientadoras para escrever seu testemunho:
Como era a sua vida antes de confiar em Jesus Cristo?
• Falar das atitudes, problemas, prioridades; o que dava prazer, felicidade, paz;
• Ser o mais transparente possível, mencionando o pecado pelo nome;
• Evitar um enfoque religioso.
Como que estas situações levaram você à conversão?
• Quando você ouviu o evangelho pela primeira vez, sua reação, barreiras mentais
e sociais;
• Quando você começou a reagir positivamente;
• O que lhe levou a mudar em relação a Cristo.
O que tem acontecido desde a sua conversão a Cristo?
• Relatar as mudanças na sua vida pessoal, atitudes, problemas de modo
específico;
• Quanto tempo levou para notar as mudanças;
• O que Jesus significa para você hoje.
Prática:
• Escreva em uma folha a parte, a partir das orientações dadas, o seu testemunho
pessoal.
36
• WORKSHOP: em duplas, simulem esse testemunho pessoal em voz audível para
treinarem a abordagem pessoal. Será bom que todas as pessoas possam exercitar essa
abordagem como treinamento;
• Nesta semana, busque pelo menos uma oportunidade para compartilhar o seu
testemunho com uma pessoa que não conhece o Evangelho de Cristo.
a) Plano de Salvação
O Plano da Salvação, parecido
com Os Quatro Pontos, é a
exposição da Palavra,
abordando o tema de acordo
com o texto bíblico que o
fundamenta.
De forma criativa, os dedos da
mão são usados para lembrar
cada parte do Plano de
Salvação. Veja:
Polegar: Deus me ama! E
aponte para você mesmo.
Indicador: Sou pecador. O
pecado me separa de Deus.
Dedo Médio: Jesus morreu e
ressuscitou por mim. Ele
apagou meu pecado.
Anelar: Recebo o Senhor
Jesus. Creio que Ele morreu
por mim.
Mindinho: Sou salvo. Sei que sou filho de Deus.
WORKSHOP: em dupla, simulem a exposição do Plano da Salvação para treinamento e
para gravar os textos bíblicos sugeridos.
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b) Quatro Leis Espirituais
Primeira Lei: Amor de Deus
Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida.
a) O AMOR DE DEUS: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Segunda Lei: Pecado humano
O ser humano é pecador e está separado de Deus; por isso não pode conhecer nem
experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida.
a) O SER HUMANO É PECADOR: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de
Deus” (Romanos 3.23). A humanidade foi criada para ter um relacionamento perfeito com
Deus, mas por causa de sua desobediência e rebeldia, seguiu um caminho próprio e seu
relacionamento com Deus desfez-se. Esse estado de independência de Deus,
caracterizado por uma atitude de rebelião ou indiferença, é evidência do que a Bíblia
chama de pecado.
b) O SER HUMANO ESTÁ SEPARADO DE DEUS: “Pois o salário do pecado é a morte”
(Romanos 6.23). Morte, nesse texto, significa separação espiritual de Deus. Deus é santo
e a humanidade é pecadora. Um grande abismo separa os dois. A humanidade está
continuamente procurando alcançar a Deus e a vida abundante através dos seus próprios
esforços: vida reta, boas obras, religião, filosofias, etc. A terceira lei nos mostra a única
resposta para o problema dessa separação.
Terceira Lei: Morte e ressurreição de Jesus
Jesus Cristo é a única solução de Deus para o ser pecador. Por meio dele você pode
conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida.
a) ELE MORREU EM NOSSO LUGAR: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco
pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).
b) ELE RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS: “Cristo morreu pelos nossos pecados (...)
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (...) e apareceu a Pedro
e depois aos Doze. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos” (I Coríntios 15.3-6).
c) ELE É O ÚNICO CAMINHO: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a
vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6).
Deus tomou a iniciativa de ligar o abismo que nos separa Dele ao enviar seu Filho, Jesus
Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar, pagando o preço dos nossos pecados. Mas
apenas conhecer essas três leis não é suficiente.
38
Quarta Lei: Decisão
Precisamos receber a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um
convite pessoal. Só então poderemos conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus
para nossa vida.
a) PRECISAMOS RECEBER A CRISTO: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (João 1.12).
b) RECEBEMOS A CRISTO PELA FÉ: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios
2.8-9).
c) RECEBEMOS A CRISTO POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL: Cristo afirma: “Eis
que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei”
(Apocalipse 3.20).
Receber a Cristo implica arrependimento, significa deixar de confiar em nossa
capacidade para nos salvar, crendo que Cristo é o único que pode fazê-Lo. Não é
suficiente crer intelectualmente que Jesus é o Filho de Deus e morreu na cruz pelos
nossos pecados, ou ter uma experiência emocional. Recebemos a Cristo pela fé, numa
decisão pessoal.
Conclusão
a) VOCÊ PODE RECEBER A CRISTO AGORA MESMO EM ORAÇÃO
Para isso, faça a seguinte oração:
“Senhor Jesus, eu preciso de ti. Eu te agradeço por ter morrido na cruz pelos meus
pecados. Abro a porta da minha vida e te recebo como meu Salvador e Senhor. Obrigado
por perdoar os meus pecados e me dar a vida eterna. Toma conta da minha vida e faça de
mim o tipo de pessoa que desejas que eu seja”.
Esta oração expressa o desejo do seu coração? Se assim for, algumas coisas
aconteceram na sua vida.
b) AGORA QUE RECEBEU CRISTO
No momento em que, num ato de fé, você recebeu a Cristo, as seguintes coisas
aconteceram com você:
• Cristo entrou na sua vida (Apocalipse 3.20 e Colossenses 1.27);
• Os seus pecados foram perdoados (Colossenses 1.14);
• Você se tornou filho ou filha de Deus (João 1.12);
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• Você começou a viver a nova vida para a qual Deus o/a criou (João 10.10; II
Coríntios 5.17 e I Tessalonicenses 5.18).
Pode pensar em algo mais maravilhoso que lhe pudesse acontecer do que receber
a Cristo? Gostaria de agradecer a Deus agora mesmo, em oração, aquilo que Jesus fez
por você? O próprio ato de agradecer a Deus revela a sua fé em Deus.
c) Os Quatro Pontos
Os Quatro Pontos são uma estratégia de evangelismo que pode ser feita a partir de
uma pulseira, camiseta ou de um desenho feito por você em qualquer folha. É uma forma
simples e concisa de compartilhar quatro verdades da vida com seu amigo, sua amiga,
colega de trabalho.
Um modelo simples conhecido como 4points ou ‘quatro pontos’ que pode ser
resumido na figura abaixo:
Os quatro pontos são uma ideia geral ou um resumo de toda a Bíblia e a primeira
coisa que você precisa saber ou compreender que Deus lhe ama. O amor de Deus por
você é ilimitado e não há nada que possa impedi-lo. Não há nada que Deus queira mais
do que amar você e ser amado por você.
Infelizmente, a outra verdade é que fomos separados e separadas do amor de
Deus. Isso que trouxe a separação nossa para com Deus, a Bíblia chama de pecado.
Pecado, de maneira mais simples, é escolher viver para nós mesmos em vez de viver para
Deus. Pecamos quando ignoramos a Deus, seus ensinamentos, seus preceitos, e
fazemos conforme o que achamos ser bom. Além de trazer separação entre nós e Deus, o
pecado também destrói relacionamentos com amigos, família, pessoas que amamos e
com a criação. A Bíblia fala que a consequência natural do pecado na vida do homem é a
morte.
O terceiro ponto é uma verdade de um fato talvez dos mais conhecidos da história
da humanidade, mas mal compreendido. Como consequência do pecado, há a realidade
40
da morte, o fim de tudo. Esse ponto traz a verdade do grande amor de Deus por você. A
imensa misericórdia e amor de Deus são demonstrados no envio de Jesus para vir e
morrer em seu lugar. Jesus morreu, mas ressuscitou, e a fé Nele como Senhor e Salvador
é o modo de obter a vitória sobre a morte, recebendo de Deus a vida eterna.
Deus fez tudo que é possível para demonstrar como você é importante para Ele.
Agora, é com você decidir o que vai fazer. Deus está oferecendo-lhe vida plena para toda
a eternidade. Tudo que você precisa fazer é aceitar esse amor demonstrado em Jesus:
reconhecer que é pecador, pedir perdão confessando sua dependência Dele, e mudar o
rumo da sua vida, vivendo o resto de sua vida somente para Ele. A escolha é sua. VOCÊ
precisa tomar essa decisão.
d) Duas Religiões
• A religião humana = FAZER
O que eu tenho que fazer para chegar até Deus?
• A religião de Deus = FEITO
O que Deus fez para que eu possa chegar até Ele?
e) Ponte
Figura 1
41
Figura 2
Figura 3
f) Gráfico João 3.16
• Peça de 10 a 15 minutos;
• Com papel e caneta na mão, desenhe como a seguir:
42
Gráfico João 3.16
g) Evento de Colheita / Dia do Amigo
O Evento da Colheita será uma atividade realizada por cada GP ou podendo, no
máximo, envolver três GPs. Lembre-se: o evento não é um culto, uma celebração, etc.
Mas um momento para confraternizar com as pessoas, ao mesmo tempo em que
desejamos compartilhar a Graça de Deus. É um momento do ser “sal”. Dar uma “pitada”
da Graça de Deus para que a pessoa encontre o gosto por Jesus.
O Evento da Colheita é uma atividade a ser feita ao menos uma vez durante cada
período dos Quatro Grandes Prêmios que percorreremos. É uma atividade que poderá ser
usada como estratégia de crescimento do GP. Portanto, salientamos que poderá ser
realizado por até três GPs, mas será muito significativo se cada GP realizar o seu.
43
Como fazer?
• Planejar quando e onde será o evento;
• Desafiar cada membro do GP (Grupo Pequeno) a orar por três pessoas nas duas
semanas anteriores ao evento;
• Fazer contato e convidar pessoas;
• Planejar a programação:
Dinâmica de quebra-gelo
Realizar algo para que ocorra um entrosamento das pessoas na atividade. Fazer algo para
que não se sintam um “peixe fora d’água”.
Músicas evangelísticas (2 ou 3 músicas)
Não deverá ser longo e, preferencialmente, músicas que compartilham o amor de Deus.
Insira uma música de adoração.
Testemunhos de conversão (2 ou 3 pessoas, de 3 a 5 min)
Um momento de compartilhar a conversão em Cristo. Não enfatizar o momento longe de
Deus, mas como foi o encontro com Deus.
Palavra evangelística (de no máximo 20 minutos)
Uma palavra direta do amor de Deus à humanidade. Lembre-se de ser claro na exposição
deste amor.
Apelo e oração pelas pessoas decididas
Todo tempo é tempo de comunicar o amor de Deus. Portanto, sempre ao final da
palavra evangelística, perguntar diretamente, por exemplo: “Amigo/a que nos alegra com
sua visita/presença nesta festa. Você, hoje, deseja tomar a decisão de conhecer mais a
Cristo e seu amor por você? Deseja receber a Cristo como Senhor e Salvador? Se você
hoje desejar tomar essa decisão, gostaríamos de orar por você!”
Assim, chame as pessoas que desejam tomar essa decisão a chegar próximo de
quem estará orando por elas. Demais membros do GP devem estar em oração, de
preferência, de mãos estendidas a elas.
Convite para a próxima semana
Após a oração, faça o convite para que possam visitar na próxima semana o GP.
Será interessante, talvez, o GP fazer um cartão-convite com o endereço, horário, “Seja
bem-vindo”, algo parecido. Use a criatividade.
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Anotação dos dados dos convidados
O/A líder do GP deverá organizar com antecedência as fichas e as pessoas
responsáveis para anotarem os dados dos convidados (Kit Decisão).
Lanche especial
Um momento de confraternização. O lanche é preparado pelos membros do GP.
Momento para estreitar relacionamentos. Jamais deixar os visitantes de lado. Procure
entrosá-los no GP.
O dia do amigo (ou outro nome que preferir) trata-se de um encontro social,
preparado previamente pelo GP, com a finalidade de convidar novas pessoas para se
integrarem ao grupo.
Não há uma agenda evangelística previamente preparada como no caso do evento
de colheita. O dia do amigo é uma estratégia de amizade que facilita a adesão de uma
pessoa que, a princípio, tenha dificuldade em se reunir com um grupo para o estudo da
Palavra de Deus. Por isso, ela participa, anteriormente, deste encontro social (almoço,
piquenique, lazer, etc), com o objetivo inicial de “quebrar o gelo” e aproximar essa pessoa
do grupo, estando desejosa de fazer parte do mesmo, a partir de um convite realizado
durante o encontro, de forma espontânea e informal.
h) Outros eventos
Há diversos recursos disponíveis a quem deseja investir na missão de salvar vidas.
Basta disposição. Vocês podem promover teatro, vídeos, luau, etc.
45
Unidade 2 – CONVERSÃO
A Conversão é a continuação da caminhada cristã após o Novo Nascimento. A obra
da conversão é contínua na vida cristã. Converter tem o sentido de mudar de direção,
trocar o rumo. Então todos os dias fazemos isso ao negar as propostas do pecado para
nos voltar em direção a Deus buscando seu perdão. A palavra do grego bíblico para
Conversão é metanoia (μετάνοια – dicionário STRONG, verbete 3341), que significa
mudança de mentalidade. Esta transformação acontece por meio da obra do
arrependimento dos pecados através do convencimento do Espírito Santo (João 16.8-11).
Quando conhecemos a Jesus e nos deixamos ser transformados por Deus, logo nos
tornamos uma “nova criatura” (II Coríntios 5.17).
A este processo de Conversão, vamos tratar como a consolidação do novo
convertido. O objetivo dos Grupos Pequenos é alcançar vidas com o Evangelho e cuidar
destas pessoas para que continuem sua caminhada cristã. Então a consolidação é uma
forma de ajudar as pessoas a buscarem Conversão.
1. Consolidação: um processo eficaz para formar discípulos
Esta é a ordem de Jesus para todo crente: "IDE, portanto, FAZEI discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
ENSINANDO-OS A GUARDAR todas as coisas que vos tenho ordenado..." (Mateus
28.19-20).
Objetivo:
 IR e FAZER discípulos
 Modo de FAZER: ENSINANDO-LHES A GUARDAR tudo que Jesus ordenou.
O IR tem a ver, basicamente, com a atividade que a igreja realiza para buscar as
vidas que não conhecem a Cristo; buscar quem não ouviu ou entendeu a mensagem da
cruz e, portanto, não pode tomar uma decisão a favor ou contra seguir a Cristo. Este é o
primeiro passo da igreja em seu propósito de obedecer à Grande Comissão.
46
O FAZER discípulos é mais que pregar o Evangelho; é cuidar do recém-nascido
espiritual. É conseguir que se afirme em sua decisão por Jesus, de tal maneira que
experimente uma mudança de vida e se envolva na Igreja, Corpo Vivo de Cristo. Deste
modo, receberá ensino básico sobre como levar seu novo estilo de vida, aprenderá a
amadurecer e terá se convertido em uma testemunha eficaz. Nisto consiste a
consolidação!
2. O que é consolidação?
A consolidação pode ser definida como o cuidado e a atenção que devemos
dispensar ao novo crente para reproduzir nele o caráter de Cristo, de maneira que sua
vida cumpra o propósito de Deus: dar fruto que permaneça (João 15.16). É ser capaz de
reproduzir-se em outras pessoas.
Paulo é um exemplo real do que significa cuidar das almas: " o qual nós
anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a
fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me
afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente
em mim" (Colossenses 1.28-29).
Neste texto, "trabalho" significa "cair rendido de cansaço" e, "lutando" refere-se a
"dar tudo no esforço".
CONSOLIDAR, PORTANTO, REQUER TRABALHO E ESFORÇO!
Para que ocorra uma multiplicação eficaz, é necessária a consolidação. Ao final
desta etapa, buscamos prestar contas ao Pai com a mesma afirmação vitoriosa de Jesus:
nenhum deles se perdeu (João 17.12). Este passo acontece no instante seguinte à
decisão pessoal por Jesus, seja nos cultos de celebração ou no contexto da vida do grupo
pequeno.
Começa-se um período de consolidação quando o GP investe no crescimento das
pessoas novas na fé. Cabe sempre lembrar que não adianta termos um crescimento
numérico se a qualidade não for trabalhada de maneira adequada na vida do novo
convertido. Trata-se de um processo de integração do convertido à sua nova vida em
Cristo e ao contexto da igreja local.
3. O perfil de quem consolida
O consolidador é importante? Quem deve ser consolidador? Que características
devem ser encontradas na vida de um discípulo consolidador? Diversos são os
personagens
47
personagens bíblicos que nos ajudariam a responder a estas perguntas - Barnabé, Paulo,
Priscila e Áquila, etc. Mas o faremos a partir de um personagem não muito mencionado,
no entanto, importantíssimo na história da Igreja Primitiva: Ananias, que consolidou Paulo
(Atos 9.9-25).
Estava Paulo em Damasco, na casa de Judas, havia três dias, ainda impactado
pela experiência extraordinária que tivera com Jesus no caminho. Judas o havia acolhido,
comprometendo-se com ele, apesar da má-fama de perseguidor. Você hospedaria em sua
casa alguém assim? Isto mostra que cada atitude do crente é importante para o novo
convertido.
a) A instrução de Deus para Ananias foi clara (At 9.11-12)
Deus revelou a Ananias toda a visão; não apenas aquilo que se referia ao próprio
Ananias, mas também aquilo que ele estava revelando a Paulo. De igual modo, revelou a
Paulo a chegada de Ananias, preparando o seu coração para receber a bênção.
A primeira reação de Ananias foi resistir ao chamado. O seu argumento era
coerente do ponto de vista humano. Ele ouvira falar de Paulo e sabia da perseguição feroz
que liderava contra os cristãos, assolando as igrejas. Era uma ameaça, alguém a ser
evitado a todo custo. As implicações de um envolvimento com ele poderiam ser muitas.
Essa reação é natural em qualquer pessoa que se sente intimidada com a fama,
nome, posição social, condição financeira, etc. da pessoa a ser consolidada.
Ao ser desafiado a consolidar, você deve saber duas coisas que são determinantes
para permanecer confiante: (1) O Espírito Santo já impactou aquela vida e (2) Deus é
quem opera o querer e o efetuar.
O consolidador/consolidadora não pode perder de vista aquilo que só se enxerga
pela fé. O seu coração precisa estar alinhado com o coração de Deus para sentir o que
Ele sente e mover-se na direção do Seu propósito. O chamado de Deus é uma etapa de
um projeto perfeito, pleno de sabedoria e amor. Ele amou Paulo, morreu por ele, perdoou
seu passado, tinha um propósito extraordinário para sua vida e sabia do impacto que ele
representaria para o mundo. Ele via não o que Saulo era, mas o Paulo que viria a ser.
Para termos o privilégio de consolidar homens e mulheres que podem vir a ser
como Paulo em nossa geração, precisamos:
 Obedecer ao chamado;
 Valorizar o chamado de Deus;
48
 Ter a visão de um propósito maior: ver o potencial do novo convertido, ou seja,
aquilo que ele pode vir a ser.
b) Características do consolidador e consolidadora
Ananias vivia em Damasco; um judeu, homem comum dentre o povo, que
desenvolveu características pessoais que deveriam estar presentes em todo homem que
segue a Cristo. Quais são as características de Ananias que podemos ver no relato do
livro de Atos?
Paulo escreve sobre ele:
"Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos
os judeus que ali moravam, veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Saulo,
irmão..." (Atos 22.12-16).
Ananias não vivia nos palcos, sob holofotes ou aplausos. Todavia, sua vida e
influência eram notórias em sua comunidade. Havia um testemunho que corroborava o
seu maior título: Ele era um discípulo de Jesus (Atos 9.10), ou seja, reproduzia-se nele a
vida de Jesus. Ele aprendeu a ouvir a voz de Deus. Ele também tinha a visão do propósito
maior, acolhendo aquele que Deus escolheu, sem discutir seu passado, preferências,
preconceitos, raça, cor, religião etc.
Resumindo, Ananias era:
 Discípulo;
 Piedoso;
 Coerente no testemunho cristão;
 Obediente (obedeceu imediatamente);
 Ousado na fé.
c) Atitudes do consolidador
Ananias, em obediência a Deus, foi procurar Paulo, apesar da reação que essa
atitude poderia gerar na comunidade judaica. O discurso de Paulo na escadaria do templo
em Jerusalém (Atos 22.12-16) revela que Ananias teve atitudes de consolidador, quais
sejam:
 Diligência: procurou por Paulo;
 Aceitação: colocou-se junto a ele;
 Identificação: chamou-o de irmão;
 Edificação: Ministrou a palavra de Deus;
49
 Oração: Orou por ele;
 Propósito: Compartilhou a visão ministerial;
 Consolidação: levou-o ao batismo.
Ananias foi objetivo em sua missão, como deve ser o trabalho de todo consolidador.
Precisamos, como discípulos de Jesus, desenvolver as características e as atitudes de
Ananias para sermos consolidadores e consolidadoras eficazes.
d) Resultados da consolidação
A consolidação feita por Ananias teve resultado completo. Provavelmente, nem ele
mesmo imaginaria como seriam grandes os seus frutos e qual seria a dimensão do
trabalho apostólico daquele homem que por um momento ele temeu consolidar. Nós, de
igual modo, não sabemos que impacto terá a vida daquelas pessoas que Deus nos dá o
privilégio de consolidar.
Quais foram os resultados na vida de Paulo?
 Imediatamente recuperou a visão;
 Levantou-se;
 Foi batizado;
 Alimentou-se;
 Fortaleceu-se;
 Permaneceu na comunhão com os discípulos;
 Passou a pregar o Evangelho;
 Cresceu;
 Gerou discípulos.
A partir daí, não se fala mais em Ananias. A consolidação estava feita e outro
discipularia Paulo, tendo importante papel em sua vida: Barnabé.
Responda de acordo com o texto lido:
 A consolidação é importante? Por quê?
 Você reconhece que é sua a responsabilidade da consolidação? Justifique.
 Você já consolidou alguém? Em caso positivo, relate como foi. Em caso negativo,
explique o por que.
 O que você precisa fazer para ser um consolidador eficaz?
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Apostila CTM

  • 1. 1 Apostila Treinamento Igreja Metodista em Cataguases Quarta Região Eclesiástica
  • 2. 2 Expediente: Bispo da 4ª Região Eclesiástica: Roberto Alves de Souza Pastor Titular: Rev. Gilmar Costa Rampinelli Pastor Coadjutor: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues Pastor Coadjutor: Rev. Dione Romualdo Felipe Missionário Designado: Ronaldo Queiróz da Silva Adaptação Redacional e Teológico-doutrinária: 1ª Edição: Rev. Otávio Júlio Torres e Bispa Hideíde Brito Torres 2ª Edição: Rev. Welfany Nolasco Rodrigues e Rev. Gilmar C. Rampinelli Logotipo e Arte da Capa: Coaracy Badaró Júnior Revisão Final e Diagramação: Rev. Gilmar C. Rampinelli Rev. Welfany N. Rodrigues ANO: 2018
  • 3. 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................................5 INTRODUÇÃO......................................................................................................................7 Unidade 1 – NOVO NASCIMENTO............................................................................9 1. Fundamentos da fé.....................................................................................................9 2. Fé e superstição.......................................................................................................10 3. A fé cristã..................................................................................................................11 4. Como obtemos fé......................................................................................................12 5. Os fortes e os fracos na fé (Romanos 14-15)...........................................................12 6. Fé de Tomé versus fé de Abraão.............................................................................13 7. A fé para a salvação.................................................................................................15 8. A fé em ação.............................................................................................................17 9. Fé X Desejo..............................................................................................................20 10.A fé e a esperança....................................................................................................21 11.Seis inimigos da fé....................................................................................................22 12.Evangelismo.............................................................................................................26 13.Outros conceitos de evangelizar...............................................................................29 14.As razões: porque evangelizar?...............................................................................30 15.Alguns exemplos bíblicos a respeito de ganhar almas.............................................33 16.Como evangelizar.....................................................................................................33 Unidade 2 – CONVERSÃO.........................................................................................45 1. Consolidação: Um processo eficaz para formar discípulos......................................45 2. O que é consolidação...............................................................................................46 3. O perfil de quem consolida.......................................................................................46 4. Como consolidar o novo convertido?........................................................................50 5. O processo de consolidação e integração na IM em Cataguases...............................................................................................................58 6. A importância dos GP’s no processo de consolidação.............................................60 7. A formação de um discípulo.....................................................................................64 Unidade 3 – SANTIFICAÇÃO....................................................................................67 1. Chamados com um propósito...................................................................................67 2. Chamados bíblicos com um propósito......................................................................73 3. Liderança eficaz: A redescoberta de um importante princípio..................................75 4. O modelo por excelência..........................................................................................77 5. Liderança e responsabilidade...................................................................................77
  • 4. 4 6. Liderança servidora..................................................................................................78 7. Autoridade e poder na liderança...............................................................................79 8. O exemplo de Jesus.................................................................................................80 9. Uma decisão: Liderar pelo exemplo ou pela força....................................................80 10.Quais são as qualidades de caráter de uma liderança marcada pela autoridade?...............................................................................................................80 11.Características importantes na caminhada de um líder............................................81 12.Desenvolvendo líderes em potencial........................................................................84 Unidade 4 – MISSÃO...................................................................................................93 1. Igreja com Grupos Pequenos...................................................................................93 2. Qual a base bíblica para os GP’s?...........................................................................94 3. O desenvolvimento dos GP’s ao longo da história...................................................95 4. Igreja com Grupos Pequenos – Uma visão do Reino de Deus................................96 5. O que não é Grupo Pequeno....................................................................................98 6. O que é Grupo Pequeno...........................................................................................99 7. Para que Grupos Pequenos?.................................................................................101 8. Frutos bíblicos alcançados no dia-a-dia dos Grupos Pequenos.............................102 9. A reunião do Grupo Pequeno.................................................................................104 10.A estrutura do Grupo Pequeno...............................................................................108 11.A influência dos/das supervisores/ras como discipuladores/as dos/das líderes de Grupos Pequenos...................................................................................................110 12.O lugar do ministério pastoral numa igreja com Grupos Pequenos.......................111 13.Os estágios da vida no Grupo Pequeno.................................................................112 14.Por que a multiplicação do GP é necessária?........................................................113 15.A importância das metas para a liderança de Grupos Pequenos...........................114 16.Princípios para o estabelecimento de metas..........................................................116 17.Planejamento do Grupo Pequeno...........................................................................118 18.Quatro princípios de caráter fundamentais para o planejamento...........................120 19.Planejando as reuniões do Grupo Pequeno...........................................................121 20.Planejando a multiplicação do Grupo Pequeno......................................................122 21.Multiplicando o Grupo Pequeno..............................................................................124 22.Como proteger seu Grupo Pequeno.......................................................................127 23.Grupos Pequenos de crianças................................................................................130 24.Aconselhamento no discipulado.............................................................................132 CONCLUSÃO....................................................................................................................147 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................148 SITES................................................................................................................................150
  • 5. 5 APRESENTAÇÃO O Centro de Treinamento Ministerial é um ambiente de capacitação para o discipulado cristão. Para discipular vidas é preciso exercitar de maneira intensa as disciplinas da vida cristã. Podemos comparar com um atleta que se prepara todos os dias para alcançar seus objetivos. O esporte é uma das atividades humanas que mais lições nos ensinam a respeito da vida e das conquistas. É emocionante ver, nos esportes individuais, atletas solitários/as se entregando ao máximo e superando seus próprios limites e, nos esportes coletivos, todos/as cooperando focados/as no mesmo objetivo: a vitória. Nos esportes coletivos nem todos têm a mesma habilidade, capacidade técnica e compromisso, mas são supridos por outros atletas da equipe que reúnem tais características e tornam o grupo vitorioso. Como exemplo, pode-se citar a corrida de revezamento no atletismo. Neste esporte, os/as atletas se revezam, de forma que apresentem suas melhores performances e possam, ao final, chegar à vitória. Este esporte mostra com total nitidez a importância da capacitação individual e do coletivo para se alcançar a meta desejada. O apóstolo Paulo, em Romanos 12 e em I Coríntios 12, procura nos transmitir esse fundamento: No corpo de Cristo, a igreja, tanto os membros individuais devem se aperfeiçoar em seus dons, bem como todo o corpo deve se ajustar para se tornar um só povo e buscar um só Reino. Neste sentido, Paulo usa o esporte como analogia para demonstrar a necessidade da devida preparação do membro do corpo, visando à vitória do Reino, da Igreja. Ele faz muitas referências a respeito da atividade esportiva, dando o seguinte destaque: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis” (1 Coríntios 9.24). Há um objetivo para a corrida, o prêmio. Somente o vencedor pode recebê-lo. Há um desafio para alcançá-lo: a preparação. Paulo nos ensina a “tal maneira” para alcançarmos a vitória. Quais maneiras são essas? - Ser diligente: “Todo atleta em tudo se domina” (I Coríntios 9.25), ou seja, estabelece prioridades, dedica-se ao objetivo de sua vida, que é uma coroa, no nosso caso, incorruptível. - Planejar: Paulo se dá como exemplo ao dizer – “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar” (I Coríntios 9.26). Se há um alvo a ser alcançado, precisamos ter uma tática para alcançá-lo. - Ser aprovado: “...para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Coríntios 9.27). Há também uma forma de atingir esse alvo. Ele não é a qualquer preço e tem um alcance muito maior, o respaldo e a coerência da própria vida.
  • 6. 6 - Viver pela Palavra de Deus: Paulo nos ensina ainda que “o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas” (II Timóteo 2.5). A vida desse atleta tem que ser vivida de acordo com a Palavra de Deus. Os atalhos o impedirão de ser coroado, ainda que alcance o alvo. Não podemos correr a carreira cristã de qualquer maneira, como muitos tentam fazer e vivem vidas infelizes, são infrutíferos ou caem cansados pelo caminho. Como ser um atleta vitorioso? É preciso treinamento. Por isso, o Centro de Treinamento Ministerial planejou e elaborou este material para propiciar aos membros da Igreja Metodista em Cataguases e congregações mais uma ferramenta que poderá ajudá-los a alcançar os seus objetivos pessoais e os objetivos de nossa igreja, numa visão de serviço e submissão, cumprindo a Grande Comissão dada por Jesus. Ainda há uma compreensão que se faz necessária, perceber que o Senhor Jesus nos mostrou que o nosso preparo adequado se fará sob o discipulado bíblico. Somente assim, treinados/as e capacitados/as poderemos juntos correr a carreira que nos está proposta. Equipe de Pastores Igreja Metodista em Cataguases
  • 7. 7 INTRODUÇÃO O objetivo do CTM - Centro de Treinamento Ministerial é capacitar líderes de Grupos Pequenos que possam ser discipuladores de vidas. Os Grupos Pequenos – GPs formam uma estratégia missionária do discipulado cristão alcançando vidas para o Reino de Deus. A nova metodologia de trabalho do CTM segue o princípio do progresso na fé e vida cristã, começando com o NOVO NASCIMENTO, a CONVERSÃO, a SANTIFICAÇÃO e a MISSÃO. Portanto, a apostila está dividida nestas quatro unidades, facilitando a compreensão e fortalecendo a visão da necessidade um crescimento na vida cristã. Um grande engano é pensar que por estar na Igreja você já está salvo. O crente deve crescer espiritualmente (Filipenses 2.12). Ninguém nasce pronto, precisa se alimentar e crescer. A vida espiritual precisa de desenvolvimento. Você tem crescido espiritualmente? Podemos compreender este crescimento espiritual em quatro etapas: 1) NOVO NASCIMENTO: O Novo Nascimento acontece quando a pessoa aceita a Jesus como seu Senhor e Salvador (João 3.3) e se torna uma “Nova Criatura, as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17). Neste encontro com Deus, sua vida é transformada. 2) CONVERSÃO: A Conversão é uma mudança de direção. Antes estava voltado para o mundo e de costas para Deus (Isaías 55.6,7). Agora se volta para Deus e foge do mundo, da carne e do pecado. A conversão é um processo que exige perseverança até que aconteça uma completa Libertação (João 8.32). 3) SANTIFICAÇÃO: A santificação é uma busca constante por fazer a vontade de Deus (João 17.17). A Santificação acontece quando o cristão perde o prazer pelo pecado e mesmo sendo
  • 8. 8 pecador, deseja ansiosamente viver em santidade. O jejum, a oração, leitura da Palavra e exercícios como amor e perdão são imprescindíveis para a santificação. 4) MISSÃO: A Missão é a continuidade desta escada do crescimento espiritual. Todo cristão tem a missão de levar outras almas a Cristo (Mateus 28.18-20). A missão acontece através da Evangelização e do Discipulado. Quem se converte e busca a santificação, mas não se ocupa com a obra missionária, sua vida espiritual tende a se estagnar e decrescer com o tempo. Uma diferença entre uma criança e um adulto é que a criança brinca e o adulto deve trabalhar. Do mesmo modo deve ser a vida cristã. Uma pessoa madura espiritualmente se ocupa em serviço missionário. Concluindo, é preciso desenvolver a salvação (Filipenses 2.12) procurando amadurecer espiritualmente com objetivo de atingir a “estatura de Cristo” (Efésios 4.13). João Wesley dizia aos metodistas que “não temos outro negócio nesta terra a não ser ganhar almas”. A razão de ser da Igreja é pregar o evangelho.
  • 9. 9 Unidade 1 – NOVO NASCIMENTO O novo nascimento marca o início da vida cristã (João 3.1-8), quando entregamos nossa vida a Jesus e nos tornamos “nova criatura” (II Coríntios 5.17), pois a partir de então cremos que nos tornamos “filhos de Deus” (João 1.12). Este primeiro momento da vida cristã não pode ser esquecido, mas deve ser revivido de forma que nunca abandonemos o “primeiro amor” (Apocalipse 2.4). Infelizmente, muitas vidas que passam por esta primeira experiência de fé, não conseguem permanecer porque não foram discipuladas como um recém-nascido que precisa de cuidado. Nesta unidade vamos falar tanto da base da fé necessária para nascer de novo, como também do Evangelismo, que é a transmissão desta fé, o que deve ser algo natural a partir do momento que se crê. Por isso, vamos estudar assuntos que fortalecem o Novo Nascimento e ajudam a alcançar vidas que precisam nascer de novo através do Evangelismo. 1. Fundamentos da fé De acordo com o Dicionário Aurélio, fé é uma firme convicção de que algo seja verdadeiro, sem nenhuma prova absoluta desta verdade (Hebreus 11.1). Como? Pela total confiança e crença que depositamos neste algo ou alguém. De fato, a fé não é baseada em evidências físicas reconhecidas pela comunidade científica (I Coríntios 2.14). Em geral, é associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros por meio de relatos (I Coríntios 3.19). Pode-se dizer, portanto, que a fé é o alimento que nutre e fortalece o nosso espírito. Por isso, ela é reconhecida como um dom ou um fruto espiritual (I Coríntios 12.9 - Gálatas 5.22). Nossos sentidos humanos são muito dependentes de evidências: o que vemos, sentimos, tocamos, degustamos e cheiramos. Mas o nosso aspecto espiritual depende da fé, a qual não está diretamente relacionada com o que vemos ou sentimos, “visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (II Coríntios 5.7). Há vários tipos de fé. Toda pessoa, seja ela salva ou não, tem uma fé natural, humana. A Bíblia, porém, fala a respeito de uma fé sobrenatural, uma fé que crê mais com o coração do que com aquilo que nossos sentidos físicos nos dizem (Marcos 11.20-24). Crer (em termos de reconhecer a existência de Deus, por exemplo) é importante, mas precisamos alcançar o nível de confiar no Senhor (Salmos 37.3-5). Podemos dizer, assim, que a confiança é um estado avançado da fé (Hebreus 11.6). Confiar é se entregar, pela fé.
  • 10. 10 2. Fé e superstição O dicionário Aurélio, da língua portuguesa, define superstição como “sentimento (...) que se funda no temor ou na ignorância e que leva ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice”. Portanto, ser supersticioso implica algumas coisas, segundo a definição do dicionário: 1º) O fundamento da superstição é o sentimento humano de temor ou ignorância. Por exemplo, nos filmes de terror, sabe-se que o que está assistindo é invenção humana, mas mesmo assim, a pessoa é tomada de temor e se sente tocada pelas impressões do que aparece na tela. Superstição, neste contexto, exerce um poder falso sobre as pessoas, a ponto de fazê-las acreditar que deve fazer certas coisas para evitar que o pior lhes aconteça. Por exemplo, não passar em baixo de escada, para não dar azar; usar colar de pé de coelho para dar sorte; e até mesmo abrir a Bíblia, geralmente, no Salmo 91, como se isso fosse o suficiente para afastar maus espíritos e garantir uma vida abençoada. Isso explica também o sentimento de ignorância, ou seja, falta de conhecimento, que leva as pessoas a acreditarem nessas coisas. 2º) A definição afirma ainda que a superstição leva as pessoas ao conhecimento de falsos deveres: isso significa que não se pode provar a validade dos objetos da superstição e, pior que isso, a superstição conduz as pessoas a falsos conhecimentos da realidade. Geralmente, quem é supersticioso sempre tem uma explicação misteriosa para acontecimentos, que à primeira vista, parecem não ter respostas plausíveis. Já a fé, por sua vez, não nega a razão das coisas, mas é capaz de ir além. Por isso é que a Bíblia tem aquele versículo que diz que “...a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17). A fé é adquirida e aperfeiçoada inteligivelmente. A superstição, porém, leva ao receio de coisas fantásticas, ou seja, acreditar naquilo que não existe. Assim, a pessoa supersticiosa passa a confundir fantasia com realidade, principalmente devido ao medo e à dúvida. 3) Por fim, a superstição leva as pessoas à confiança em coisas ineficazes. Isso significa que a pessoa supersticiosa vai ter muitas dificuldades em chegar a algum lugar. É ineficaz qualquer ação que tome por causa da sua crendice. Infelizmente, isso não se refere apenas a religiões outras que não o Cristianismo ou a coisas do dia-a-dia. Muita gente se encontra neste nível, em sua vida cristã. Tem medo do que pode acontecer se não cumprir certos deveres, quer fazer trocas com Deus para receber bênçãos e acredita que
  • 11. 11 que cumprir rituais é o suficiente para sua vida espiritual estar em ordem. Porém, isso não é fé, pois a fé não surge do medo, mas de um profundo sentimento humano da existência de Deus e de sua ação em relação à sua criação e do estabelecimento de um relacionamento profundo com ele. Tampouco, a fé é fruto de ignorância ou é inoperante. Ao contrário, a fé é capaz de curar as pessoas, levantar pessoas que se sentem deprimidas, cabisbaixas, derrotadas (Hebreus 11.35-40). A fé é capaz de salvar as pessoas (Efésios 2.8). Portanto, a fé não é produzida pelo próprio ser humano, mas é dádiva, dom de Deus. 3. A fé cristã Na Carta aos Hebreus, capítulo 11, versículo 1, aprendemos a definição da fé cristã: “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a convicção de fatos que se não veem”. Na Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), a palavra usada para fé é emuah – ‫ֱא‬‫מ‬‫נּו‬ָ‫ה‬ (dicionário STRONG, verbete 530) e leva-nos primeiramente ao sentido de confiança, certeza. No Novo Testamento, a palavra traduzida por fé vem do grego pi’stis – πίστις (STRONG, 4102), que transmite a ideia de confiança, firme convicção. Sendo a fé a convicção das coisas não vistas, podemos ter, ao menos, duas conclusões preliminares: a) A fé é dom de Deus: Significa dizer que a fé é um bem sobrenatural de Deus, concedido a nós pela nossa disposição em aceitar a sua graça (Efésios 2.8). A fé nos revela o mundo de Deus e nos faz ir ao encontro dele. Antes do dom da fé, o ser humano não é capaz de agradar a Deus, nem buscá-lo (Hebreus 11.6: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”). Como a graça, a fé é uma dádiva de Deus para com o Ser humano. Mas a fé pode crescer como uma semente que brota e frutifica (Marcos 11.20-24). Para isso é necessário aprender sobre as Escrituras porque “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17). b) A fé nos faz ver além da capacidade natural do ser humano: Portanto, a fé é a única condição necessária para a justificação em Jesus Cristo, “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10.4). A justificação (ser perdoado dos pecados e consolidado na vida com Deus) vem pela fé.
  • 12. 12 A fé aproxima o ser humano de Deus, traz comunhão e paz com o Senhor Jesus. É aceitação da doutrina revelada por Deus e a confiança na obra salvadora de Cristo. O objeto da fé que salva (como explicado em Efésios 2.8) é toda a revelação da palavra de Deus. 4. Como obtemos fé A fé, conforme já estudamos, brota da Palavra de Deus (Romanos 10.17). Por ter origem do coração de Deus para nós e não em nós mesmos, a fé diz a mesma coisa que a Palavra de Deus diz. E por que, às vezes, é tão difícil termos fé? Porque simplesmente não acreditamos na Palavra de Deus. É a incredulidade que reduz a nossa fé. Devemos estar no centro da vontade de Deus, em tudo, e não apenas no que nos convém ou interessa. A fé tem vigor para pronunciar a cura, mas também para suportar o espinho na carne, se Deus lhe disser que “a graça basta” (II Coríntios 12.9). A fé caminha independente do terreno, pois seu alvo é Cristo e seu reino e não a autossatisfação. Por isso, é preciso o autoexame que nos leva a perceber se andamos por fé ou por desejo. Observe que não há na Bíblia nenhum texto que diz que quando orarmos receberemos aquilo que desejamos. O que a Palavra de Deus diz é: “tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11.24). Ou seja, a ação que precisamos realizar não é o ato de desejar, mas sim o ato de crer. Portanto, para obter fé, é preciso: 1. Confiar na Palavra de Deus; 2. Fazer autoexame se andamos por fé ou por desejo; 3. Praticar a fé. 5. Os fortes e os fracos em fracos na fé (Romanos 14-15) A fé deve levar ao desenvolvimento da salvação, tornando os cristãos fortes para poder suportar os fracos deste mundo. Mas como se definem os fortes e os fracos na fé? O apóstolo Paulo apresenta, em Romanos 14 e 15, a atitude dos fortes na fé: a) Os fortes são livres em Cristo. Sua consciência é capaz de distinguir a obra de Cristo (Romanos 14.6-9). Sua fé não depende de circunstâncias deste mundo para se manter. Está alicerçada somente na obra de Cristo (Romanos 14.22-23).
  • 13. 13 b) Os fortes acolhem os fracos, que se escandalizam e perdem a sua liberdade, por causa das coisas do mundo. No contexto da Carta aos Romanos, os fracos podem ser caracterizados em três grupos: os judeu-cristãos, que continuavam presos às regras alimentares da Lei (não comer carne que não seja de procedência judia – pureza; nem tomar vinho); os heleno-cristãos (gentios convertidos), que se deixavam judaizar e frequentavam as sinagogas dos judeus; e os que se convertiam do cristianismo para o judaísmo (confira o esboço da carta aos Romanos: http://www.bibliaonline.net/esboco/colecao.cgi?45). Com esse texto, podemos definir o fraco como aquele que, de alguma maneira, desvia o seu olhar do centro da sua salvação, que é Cristo, e se deixa contaminar por pensamentos e práticas que o afastam da presença de Deus. É aquele que se escandaliza e tropeça, seja pela sua falta de busca pessoal e comunitária; seja porque volta o seu olhar para o mundo ou outra religião; seja porque não aprova a liberdade ou o estilo de vida do irmão ou irmã que está na sua comunidade. Por sua vez, o forte é o que acolhe, é aquele que é capaz de priorizar a salvação do fraco, mesmo diante da sua liberdade. c) Os fortes não julgam, mas são capazes de ceder ao julgamento do fraco por causa do amor fraternal (Romanos 14.15). d) Finalmente, os fortes servem (Romanos 14.18). Aqui aparece claramente a lógica invertida do Reino de Deus. Servir uns aos outros agrada a Deus. Os fortes servem ao próximo para a sua edificação e não procuram agradar a si mesmos (Romanos 15.1). Desta forma precisamos ser fortes para servir ao próximo e alcançar vidas através do discipulado cristão. 6. Fé de Tomé versus fé de Abraão A fé verdadeira, de acordo com o que nos ensina a Bíblia, não deve gerar em nós um espírito preocupado ou ansioso. Se estamos assim, devemos avaliar se é porque não estamos crendo ou estamos distantes de um relacionamento íntimo com Deus. Nosso coração se anima à medida que lemos a Palavra. Ao meditarmos sobre essa Palavra, nossa certeza e crença tornam-se mais profundas. Essa certeza, essa segurança, essa crença que passa a habitar em nosso espírito não depende do raciocínio ou conhecimento humano e, em alguns momentos, pode até mesmo contradizê-lo ou à evidência física. Mas crer em Deus de todo o nosso coração significa crer além daquilo que nos é evidente. Tomé era um homem que baseava sua fé em seus sentimentos. Disse que não creria até que pudesse ver com os próprios olhos e tocar com as próprias mãos os sinais
  • 14. 14 dos cravos marcados nas mãos de Jesus. Confiava naquilo que podia ver e tocar, e não naquilo que Deus dizia. Infelizmente, ainda existe hoje muitos “cristãos tipo Tomé” - aqueles que creem somente naquilo que sentem, veem ou tocam. É uma pena! Porque essas pessoas não experimentam a fé genuína em Deus que está baseada na Sua Palavra. Crer em Deus é crer na Sua Palavra. Se a Palavra de Deus diz que ele me ouve, sei que ele me ouve, porque a sua Palavra é a verdade e a Palavra não mente. Se a nossa fé se baseia nos sentimentos, estamos usando simplesmente o que é denominado como fé humana natural. E a fé humana natural não produz resultados espirituais. Precisamos usar a fé bíblica - segundo as Escrituras - crendo na Palavra de Deus, se quisermos experiências e respostas espirituais. Qualquer um pode crer naquilo que sente, ouve ou vê. Durante a maior parte do tempo, vivemos e agimos na dimensão física, e obviamente, em muitos casos, precisamos andar segundo aquilo que vemos. Porém, quando se trata de coisas bíblicas - coisas espirituais - não devemos andar pelo que vemos e sim, andarmos pela fé (II Coríntios 5.7). Muitos cristãos que têm uma “fé tipo Tomé” deveriam fazer uma grande troca. Qual? Trocar a pouca fé deles por uma grande fé, uma “fé tipo Abraão”. Abraão, ao contrário de Tomé, não duvidou da promessa de Deus. Ele fortaleceu-se pela fé. Observe atentamente as passagens bíblicas destacadas abaixo: João 20.24-29 24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Disseram-lhe então os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos os sinais dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei. 26 Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! 27 E logo disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram, e creram. Por que Tomé achava difícil crer que Jesus estava vivo? Tomé sabia a respeito dos cravos que transpassaram as mãos de Jesus, e da lança que penetrou no seu lado. Seus sentimentos físicos lhe diziam que Jesus estava morto. Tomé estava empregando o conhecimento da mente em vez da fé no coração. Compare, agora, a fé de Abraão:
  • 15. 15 Romanos 4.17-21 17 Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí [Abraão], perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem. 18 Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência. 19 E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, 20 Não duvidou da promessa de Deus, por incredulidade, mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, 21 Estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera. Observa-se claramente a diferença entre os dois tipos de fé desses homens. Tomé tinha apenas uma fé natural e humana que dizia: “Não vou crer a não ser que possa ver e tocar”. Abraão, porém, não considerou seu próprio corpo, nem considerou a vista ou as sensações físicas. O que, pois, Abraão levou em conta? A Palavra de Deus. Precisamos andar pela fé, e não por vista. É claro que isso não significa negar a existência das dores, doenças e problemas, pois são muito reais. Entretanto, quando olhamos para a vida a partir da perspectiva de Deus, começamos a entender que a vida da fé é a única maneira razoável de viver. Lembre-se: “Sem fé e impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe” (Hebreus 11.6). 7. A fé para salvação O Apóstolo Paulo diz que somos salvos pela fé: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Mas como recebemos a fé para sermos salvos? Leia: Romanos 10.8-10, 13.14,17 8 Porém, que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. 9 Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para Justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação. 13 Porque Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo. 14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
  • 16. 16 naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Agora, pense e responda:  Depois de estudar o trecho bíblico citado acima, quais os três passos que a pessoa deve dar para receber a salvação?  Para quem essa salvação está disponível, segundo o v.13?  Segundo o v.17, de onde provém a fé? Deus ordenou que Cornélio mandasse buscar Pedro, a fim de ficar conhecendo o plano da salvação. Na Grande Comissão, registrada em Marcos 15.15-18, Jesus disse aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. Cornélio ainda não ouvira esse evangelho glorioso. Não encontrara a salvação em Cristo. Deus ordenou que Cornélio mandasse buscar Pedro a fim de ficar conhecendo o plano da salvação. Por que Cornélio tinha de mandar buscar Pedro? Porque o anjo não poderia ter explicado a Cornélio o plano da salvação, com igual perfeição? Porque anjos não podem pregar o Evangelho. Deus confiou aos seres humanos essa tarefa (I Pedro 1.12)! Atos 11.13.14 13 Ele nos contou como (Cornélio) vira o anjo em pé em sua casa, e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, 14 o qual te dirá palavra mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa. O versículo “O qual te dirá palavras mediante as quais serás salvo” demonstra que as pessoas são salvas por ouvirem palavras! A razão disso é porque “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17). Atos 14.6-10 6 E em Listra e Derbe... [Paulo e Barnabé] 7 Onde anunciavam o evangelho. 8 Em Listra costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. 9 Esse homem ouviu falar de PauIo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, 10 Disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés. Ele saltou e andava.
  • 17. 17 Um leitor ocasional da Palavra poderia dizer a respeito desse trecho bíblico: “É maravilhoso como Paulo curou aquele homem”. Mas não foi Paulo quem curou o homem. Paulo fez três coisas: a) Pregou o evangelho (v. 7); b) Percebeu que o homem tinha fé para ser curado (v. 9); c) Mandou o homem levantar-se e andar (v. 10). Veja: O homem não foi curado devido a algum poder que Paulo possuía. O próprio homem tinha fé para ser curado. E como obteve a fé para ser curado? E o que é que Paulo falou? Paulo pregava um evangelho de salvação e de cura: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro o judeu e também o grego” (Romanos 1.16). As palavras hebraicas e gregas para “salvação” dão ideia de libertação, segurança, preservação, cura e perfeição. Hebraico yeshuah (‫ה‬‫ע‬ָ‫ׁשּו‬‫י‬ ְ - Dicionário STRONG, verbete 3444) e grego sōtēría (σωτηρίας - Dicionário STRONG, verbete 4991). Paulo estava dizendo, portanto que a salvação nos leva a uma obra completa de Cristo na cruz concedendo vida abundante (João 10.10). Paulo pregava o evangelho pleno, que não parte dele mesmo. É a Palavra que cura o ser humano! Atos 8.5-8 5. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. 6. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. 7. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. 8. E houve grande alegria naquela cidade. Os grandes milagres registrados nos versículos citados foram realizados como resultado da pregação de Filipe. O Novo Testamento não conhece nenhum Cristo que não seja também o Médico dos Médicos. A cura física - a cura divina - faz parte do Evangelho. O mesmo evangelho que salva também opera cura e milagres na vida cristã. 8. A fé em ação Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo vemos exemplos de como o povo de Deus, pondo em prática a sua fé, conseguiu realizar façanhas poderosas. Grandes milagres foram operados por homens humildes que punham em prática a Palavra de Deus, com fé simples e confiante. Pois a verdadeira fé é operante, mas a “fé sem obras é morta” (Tiago 2.26).
  • 18. 18 Medite nos versículos das Escrituras em Tiago 5.14-15: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor, e a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. Agora compartilhe uma experiência onde a fé entrou em ação trazendo cura e salvação. a) A fé em ação no Antigo Testamento: Leia o texto de Josué 6.2-5,16,20 2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes. 3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez: assim fareis por seis dias. 4 Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca; no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. 5 E será que, tocando-se longamente a trombeta de carneiro, ouvindo vós o sonido dela, todo o povo gritara com grande grito: o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si. 16 E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai; porque o Senhor vos entregou a cidade! 20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas. Tendo ouvido o povo o sonido da trombeta e levantando grande grito, ruíram as muralhas, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si e a tomaram. Lemos, no versículo 2, que Deus disse a Josué que Ele dera a cidade de Jericó “na tua mão”. Isso não significava, no entanto, que Josué e os filhos de Israel podiam ficar acomodados e distraídos enquanto a cidade automaticamente se tornaria deles. Não! Eles tinham de fazer alguma coisa, uma ação seria necessária para a realização da promessa. Vamos relembrar o que aconteceu? Deus lhes deu instruções claras quanto a tomarem posse da terra que Ele já lhes dera, mas era preciso crer naquela Palavra e praticá-la. A prática da Palavra de Deus por parte deles era a sua fé em ação. Deviam marchar em derredor dos muros da cidade uma vez por dia, durante seis dias. No sétimo dia, deviam fazer isso sete vezes. Então, ao soarem os instrumentos musicais, deviam gritar. Note que eles gritavam enquanto os muros ainda estavam em pé. Qualquer um pode gritar depois de os muros caírem – isso não exige fé nenhuma. Eles, porém, punham em prática a sua fé: “Levantaram grande grito” e as muralhas ruíram! Ou seja, foi preciso
  • 19. 19 que eles exercitassem a fé deles para que aquilo que Deus prometeu se cumprisse. Infelizmente, o que percebemos em nosso meio, é que um grande número de pessoas está acomodado esperando que algo venha até elas. Encontram-se em diferentes graus de inércia, com uma fé passiva ao invés de uma fé ativa, esperando que algo aconteça, sem tomarem nenhuma atitude (Hebreus 11.20). b) A fé em ação no Novo Testamento Lucas 5.18-20,24,25 18 Vieram então uns homens trazendo em um leito um paralítico; e procuravam introduzi-lo e pô-lo diante de Jesus. 19 E não achando por onde introduzi-lo por causa da multidão, subindo ao eirado, o desceram no leito, por entre os ladrilhos, para o meio, diante de Jesus. 20 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, estão perdoados os teus pecados. 24 Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para casa. 25 Imediatamente se levantou diante deles, tomando o leito em que permanecera deitado, voltou para casa, glorificando a Deus. Esta passagem bíblica nos relata um momento maravilhoso de exercício de fé. Enquanto Jesus ensinava numa casa, alguns homens trouxeram-lhe o amigo deles para ser curado. O homem era paralítico e estava confinado ao leito. A multidão era tão grande que esses amigos do paralítico não conseguiam chegar até Jesus, mas, em vez de desistirem, resolveram que descobririam alguma maneira de alcançar seu objetivo. Subiram ao telhado e, através de uma abertura entre os ladrilhos, desceram o enfermo no leito, diante do Senhor. Vamos pensar? De quem era a fé que levou a esse milagre? Do homem no leito ou dos amigos que o trouxeram até o Senhor? As Escrituras dizem: Vendo-lhes a fé – o pronome demonstrativo “lhes” está no plural. Era a fé de todos eles. Teria sido fácil para os amigos do homem, ao verem a grande multidão que cercava a Jesus, terem sacudido os ombros, desistido, e voltado para casa, dizendo: “Pois bem, pelo menos tentamos. Fizemos o melhor possível”. Mas eles não desistiram tão facilmente. Descobriram uma maneira de levar o amigo até Jesus. O enfermo também demonstrava muita fé, pois confiou em subir pelo telhado para encontrar com Jesus. Além disso, quando Jesus o mandou levantar-se e andar, ainda não se sentia melhor. Jazia ali, tão desamparado quanto sempre. Ele poderia ter dito: “Levantar-me e andar? Mas você não viu esses homens me carregando para cá? Não tenho a mínima possibilidade de levantar-me. Você terá que me curar primeiro”. Mas não
  • 20. 20 respondeu assim; quando Jesus ordenou que se levantasse, começou a fazer algum movimento, e a cura veio como resultado. Se tivesse se recusado a pôr em prática a palavra do Mestre, não teria recebido a cura. Mas, como ele creu e agiu, recebeu. 9. Fé X Desejo E como diferenciar a fé do desejo? O desejo parte de nós mesmos, de nossas ansiedades e concupiscências (palavra bíblica que significa inclinação, tendência). Não é o desejar que realiza a tarefa; é o crer. Em uma tradução moderna do Novo Testamento em inglês, o conhecido versículo em Hebreus 11.1 diz: “a fé é a certeza de coisas que se esperam”. O ponto de partida da fé é Deus e não o ser humano, por isso o desejo é corrompido, enquanto a fé é firme. O desejo nunca se sacia, está sempre ansioso, de um lado para o outro, à busca de novidades. A fé caminha a passos firmes, pois seu alvo final já está no seu horizonte, não se perdendo por novidades ou vãs doutrinas. Por isso, Tiago disse que há pessoas que pedem e não recebem, porque não pedem por fé, mas para satisfazer seus desejos (Tiago 4.3). Leia novamente os versículos abaixo: Efésios 2.8-9 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 Não de obras, para que ninguém se glorie. Romanos 10.9-10,13 9 Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para Justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo. Os versículos acima indicam ao ser humano o plano da salvação. Vemos que é pela fé – e não pelo desejo – que somos salvos. Jesus prometeu que não lançará fora ninguém que vem a Ele, mas que salvará todo aquele que invocar o nome do Senhor. Ele nos prometeu que assim fará. O que temos que fazer é crer. É possível que a pessoa tenha certa convicção pessoal, que não produz temor ou é inoperante, mas ainda não pode ser definida como fé. Certa vez, John Wesley (no Sermão 14: O arrependimento nos crentes) disse que o diabo deu à Igreja um substituto da fé; parece e soa tão semelhante à fé, que poucos percebem a diferença. Ele chamou-o de “assentimento mental”, ou seja: uma afirmação da mente. Como isso se aplica? Às vezes, as pessoas leem a Bíblia e concordam que o que está escrito é verdade, mas esta concordância acontece somente na mente, pois, no coração, ainda há dúvidas ou mesmo
  • 21. 21 descrença. E isso não basta, não é suficiente, pois é a fé no coração que recebe algo da parte de Deus. Para Wesley, a fé é a convicção plena na soberania de Cristo: “Essa é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I João 5.4-5). Quem crê no filho de Deus “tem a vida; não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). Mas não qualquer tipo de fé. Os demônios também creem e estremecem (Tiago 2.19), mas o que adianta a eles? Falta arrependimento. A fé que não produz arrependimento não é viva. Essa fé implica sentir que estamos salvos por Cristo. Wesley conclui que quem possui essa fé purifica o seu coração do orgulho, da ira, da cobiça, da injustiça (Sermão 1 – A Salvação pela fé: (http://www.metodista.org.br/sermoes-de-john-wesley-disponiveis-para-download). 10. A fé e a esperança A esperança cristã sustenta e motiva a fé. Podemos dizer que, enquanto a fé tem a ver com nosso momento atual, a esperança cristã está relacionada com a plenitude que aguardamos no futuro com Cristo. Temos a bendita esperança da próxima vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, da ressurreição dos justos, do arrebatamento dos santos vivos; temos a esperança do céu, e a esperança de no céu vermos nossos entes queridos e amigos. Damos graças a Deus por aquela esperança. Paulo disse que se a nossa esperança em Cristo se reduzir apenas a este mundo, somos os mais infelizes de todos os seres humanos (I Coríntios 15.19). Jesus está chegando. Ele está chegando porque a Palavra diz assim. A ressurreição ocorrerá. Os mortos em Cristo subirão para se encontrar com Ele nos ares (I Tessalonicenses 4.15-17). Nossa fé ou a falta dela não afetará esses eventos (Mateus 24.27). Jesus está voltando, porque a Palavra diz que ele voltará (Hebreus 10.37). Essa é a bendita esperança que todos os cristãos antegozam. Mas, embora a esperança nos sustente nos momentos de maior aflição (Salmos 40.1), é a fé que mobiliza para a ação. É preciso cuidar para que a verdadeira esperança não se transforme em passividade, sendo prejudicial ao nosso crescimento na fé. O resultado da fé em nossa vida vem quando agimos de acordo com a fé ensinada nas Escritas – uma fé que atua. No sermão 17 de John Wesley “A circuncisão do coração”, ele afirma a necessidade de fé e de esperança na vida do crente (http://www.metodista.org.br/sermoes-de-john-wesley-disponiveis-para-download). Ele explica os dois termos:
  • 22. 22 a) Ter fé: uma fé capaz de derrubar “os preconceitos da razão corrompida, todos os maus costumes e hábitos, toda aquela ‘sabedoria do mundo’, que ‘é loucura diante de Deus’ (I Coríntios 3.19). Wesley afirma que essa fé possibilita ao cristão perceber sua vocação que é glorificar a Deus na totalidade de seu ser. Significa não apenas a aceitação intelectual (na mente) do sacrifício de Cristo, mas a revelação Dele em nosso coração: uma convicção do seu amor — lembrando aqui a experiência do coração aquecido! — Uma confiança em sua misericórdia. Uma fé operante, que torna o poder de Deus evidente. b) Ter esperança: A convicção interior de que são “filhos de Deus” (João 1.12), testificada pelo próprio Espírito Santo (Romanos 8.16). Wesley afirma que tal esperança é obra do Espírito, que inspira a confiança nos cristãos, de que todas as coisas serão recebidas por eles das mãos de Deus, uma “feliz antevisão daquela ‘coroa da glória’” que Deus lhes reserva nos céus. Essa mesma esperança lhe possibilita atravessar os sofrimentos do tempo presente na convicção da vitória final. Ele ressalta o valor da esperança na vida cristã, pois a esperança leva as pessoas a verem o prêmio e a coroa diante delas. Para Wesley, erram, portanto, os que ensinam que, “servindo a Deus, não devíamos ter em vista nossa própria felicidade. Pelo contrário, somos frequente e explicitamente ensinados por Deus para ‘ter os olhos fixos na recompensa’, contrabalançar o labor pela ‘alegria que nos está proposta’, nossa “leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória” (II Coríntios 4.17)”. Wesley afirma que, por não levar em conta esse fator, muitas pessoas acabam achando extremamente pesados os desígnios de Deus, já que não se alegram em cumpri-los, tomando-os simplesmente como fardos. Ao mesmo tempo, alerta sobre os que pensam que podem cumprir a vontade de Deus sem nenhum esforço. Ele lembra os sofrimentos exemplares de Paulo, que por tudo passou a fim de alcançar a coroa. Além dos sofrimentos impostos pelos opositores do evangelho, ele ainda enfrentou a constante negação de si mesmo! É a esperança que coloca nossos olhos no prêmio, sem ignorar os espinhos do caminho, mas vencendo-os com perseverança e disciplina firmados em Cristo. 11. Seis inimigos da fé Aqui trataremos de seis inimigos da fé. Consideraremos o “bom combate da fé” do cristão, conforme é mencionado em I Timóteo 6.12, que é a única luta que o crente é conclamado a travar. O “bom combate da fé” é resistir aos inimigos da fé ou impedimentos para a fé (pois se não houvesse inimigos da fé, não haveria nenhum combate envolvido).
  • 23. 23 Inimigo N° 1: Falta de compreensão sobre o que significa ser nova criatura em Cristo: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas Já passaram; eis que se fizeram novas” (II Coríntios 5.17). Não compreender o que significa ser uma nova criatura dificulta nossa vida de fé. Muitas pessoas não se dão conta de que realmente são outras pessoas. Acham que quando foram salvas, Deus simplesmente perdoou os seus pecados. Isso seria pouco proveitoso se fosse somente o que o crente tivesse recebido. Precisa nascer de novo (João 3.7). Precisa tornar-se nova criatura, e despojar-se dos velhos modos pecaminosos. Somos novas criaturas, criadas por Deus em Cristo Jesus com a própria vida e natureza de Deus em nosso espírito. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, e coerdeiros com Cristo Jesus. Inimigo N° 2: Não compreender a nossa situação. Uma boa atividade a ser feita é ler todo o Novo Testamento - especialmente as Epístolas - e anotar as expressões “em Cristo”, “em que”, e “Nele”. Registrá-las por escrito nos ajudará a memorizá-las. Há aproximadamente 140 expressões dessas no Novo Testamento. Se conseguirmos ler esses textos meditando sobre eles até se tornarem parte de nós, teremos uma vida diferente. À medida que ler esses versículos, pode-se declarar: “É isso que somos”, “É isso que possuímos em Cristo Jesus”. Esta é uma disposição de vida, um estado de alma como “disposição habitual da alma que, nos Escritos Sagrados, se chama ‘santidade’, e que diretamente implica ser purificado do pecado, ‘de toda impureza, tanto da carne, como do espírito’, e, consequentemente, ser dotado com aquelas virtudes que havia em Jesus Cristo, no ser ‘renovado no espírito do nosso entendimento’, de modo a ser ‘perfeitos, como perfeito é nosso Pai Celeste’” (John Wesley). Inimigo N° 3: Falta de compreender a justiça Divina: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos Justiça de Deus” (II Coríntios 5.21). O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado (I João 1.7). Logo, pelo Novo Nascimento, ficamos sendo novas criaturas justas. Sabemos que Deus não criou novas criaturas iníquas. Fomos criados por Deus em Cristo Jesus, e ele nos fez novas criaturas justas. Somos filhos e filhas de Deus e podemos ficar na sua presença sem nenhum temor
  • 24. 24 gerado pela má-consciência do pecado; sem sentimento de culpa nem vergonha. Não precisamos ficar paralisados de medo (I João 4.18). Podemos entrar na presença de Deus porque é o lugar certo para nós (Hebreus 10.19). Quando nascemos de novo, nossos pecados foram perdoados, porque a nossa vida pregressa cessou. Deus disse que não se lembraria das nossas transgressões (Jeremias 31.34). E se ele não se lembra delas, por que nós nos lembraríamos? Alguns podem perguntar: “Mas cometi pecados depois de tornar-me cristão. Como posso ser justo?”. A resposta a esta pergunta acha-se em I João 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Quando pecamos, sentimo-nos culpados e com sensação de injustiça. Sentimo-nos indignos de chegar à presença de Deus (Isaías 59.2). Quando, porém, confessamos os nossos pecados, ele nos perdoa e purifica. Recuperamos a nossa condição diante de Deus. Cabe destacar que essa renovação é um processo decorrente da presença do arrependimento. O primeiro arrependimento de pecados, aquele que aconteceu quando nos convertemos, significa uma mudança interna, uma transformação da mente do pecado para a santidade. Mas, depois que nos convertemos, há arrependimento como sendo uma espécie de conhecimento de nós mesmos, de saber que somos pecadores; sim, pecadores culpados, embora saibamos que somos filhos de Deus por adoção. Muitos supõem que, pela redenção pelo sangue de Cristo, não mais somos pecadores, que todos os nossos pecados não só foram cobertos, mas apagados (Colossenses 2.14). Todavia, embora não sejamos imputados por Cristo, que nos perdoa, não podemos deixar de exercer a vigilância espiritual e o crescimento em santidade. Podemos confiar no poder remidor do sangue de Cristo, mas não podemos correr o risco de, por não mais sentirmos o mal no nosso coração, prontamente pensamos que não há mais mal ali (I João 3.20-21). Embora reconheçamos prontamente que “todo o que crê é nascido de Deus” e que “aquele que é nascido de Deus não vive em pecado” (I João 3.9; 5.18), não podemos ignorar que podemos praticar o pecado, mas sua existência reside em nós, por causa de nosso caráter mortal e humano. Podemos dizer que o pecado, embora permaneça, não reina mais em nós, não nos domina (Romanos 6.14). E por isso, experimentamos a liberdade que Cristo nos proporciona, sendo tornados justos novamente, por seu sangue!
  • 25. 25 Inimigo N° 4: Não compreender nosso direito de usar o nome de Jesus: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (João 16.23- 24). Quando temos plena consciência do poder do nome de Jesus - quando compreendemos o que aquele nome fará - poderemos derrotar Satanás e desfrutar da vitória. Por isso, Jesus disse aos seus discípulos: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal: se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados” (Marcos 16.17-18). Esses sinais seguirão aqueles que creem no Evangelho - não somente a Igreja Primitiva, não somente os apóstolos, não somente os pregadores. Todos os crentes devem expulsar demônios em seu nome. Todos os crentes têm autoridade sobre os espíritos malignos em Nome de Jesus (Lucas 10.19). Em seu nome, falarão em línguas. Em seu nome imporão as mãos sobre os enfermos, e estes sararão. Em nome de Jesus temos autoridade e poder hoje, e este nome nos pertence! É claro que sempre é bom ressaltar que não se trata de misticismo ou mágica, mas de fé. Persiste o mandamento que diz que o nome de Deus e, por extensão, de Cristo, não pode ser tomado em vão impunemente. Este é um nome diante do qual terra e céu se prostram, portanto, digno de toda a reverência e adoração. Inimigo N° 5: Não pôr em prática a Palavra. Se sabemos que a Palavra de Deus é a verdade, e se agimos à altura dessa verdade, isso se torna uma realidade em nossa vida. Por isso precisamos praticar a Palavra de Deus e não somente ouvir (Tiago 1.22). A Bíblia diz: “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento” (Provérbios 3.5). Tudo quanto é necessário perguntar é: “O que diz a Palavra de Deus?”. As pessoas frequentemente perguntam por que não recebem a cura. Citam as Escrituras, textos tais como: “ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mateus 8.17); e: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (I Pedro 2.24). Elas dizem que creem nesses textos bíblicos. Perguntamos então: “Mas você já agiu à altura da veracidade dessas Escrituras?”.
  • 26. 26 Inimigo N° 6: Não manter firme a nossa confissão de fé: “Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Romanos 10.10). “Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11.23-24). A razão por que tantos cristãos são derrotados é porque têm uma visão predominantemente negativa. Sempre estão falando das suas fraquezas e falhas, vivem conforme aquilo que falam: como derrotados e sem fé, mas a Palavra de Deus nos ensina “guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10.23). Manter firme a confissão significa não abandonar a fé nem retroceder (Hebreus 10.39). Quando combatemos “o bom combate” (II Timóteo 4.7) da fé, conforme o Apóstolo Paulo nos admoesta, podemos sair do lugar estreito do fracasso e da fraqueza para o poder iluminado de Deus. Assim, devemos ter fé em quê? Naquilo que é promessa de Deus para nossa vida! E como saber quais são estas promessas? Elas estão escritas na Palavra de Deus. Essa Palavra precisa ser suprema, acima de todas as outras coisas. E, à medida que confiamos em Deus de todo nosso coração, a quietude e a paz vêm ao nosso espírito. 12. Evangelismo Evangelizar é compartilhar a fé. A partir do momento que alguém nasce de novo, já começa a compartilhar sua nova fé. Por isso é importante firmar bem os princípios de fé que serão transmitidos para outras pessoas. Então, junto com o Novo Nascimento também é oportuno aprender sobre ganhar vidas para Deus e ter uma vida cristã frutífera desde os primeiros passos da caminhada. A primeira ênfase da Igreja Metodista para o trabalho é “estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista e de cada igreja local” de forma que cada metodista seja um evangelista em potencial para ganhar vidas (Plano Nacional Missionário 2017-2021, página 61). Podemos definir, singelamente, evangelismo como o testemunho que damos às outras pessoas acerca de nossa experiência pessoal com Jesus. Não se trata apenas de falar sobre Cristo, mas sobre o que temos vivido pessoalmente com ele (I João 1.1-4).
  • 27. 27 Pense: Como tem sido a prática do evangelismo em sua vida, desde que você aceitou a Jesus? Quantas pessoas conheceram o Salvador por meio de seu testemunho? Muitos de nós já tivemos frustrações em experiências de evangelismo. E elas podem nos levar a dizer que não sabemos evangelizar. É preciso saber que há mitos que envolvem o evangelismo. Talvez você ainda acredite em algum deles. Leia-os calmamente. Em seguida, observe a realidade sobre o evangelismo, seguida pelas suas implicações: MITO: Evangelismo significa alcançar estranhos; REALIDADE: A maioria das pessoas é alcançada por amigos; IMPLICAÇÃO: Os membros dos GP’s focalizarão seu amor e suas orações nas pessoas mais próximas a eles. MITO: A maioria das pessoas é alcançada por pregadores profissionais; REALIDADE: A maioria das pessoas é alcançada por cristãos comuns; IMPLICAÇÃO: Treinaremos cada pessoa para compartilhar Jesus com palavras e ações MITO: A conversão normalmente é instantânea; REALIDADE: A conversão geralmente é um processo; IMPLICAÇÃO: Ofereceremos muitas oportunidades para as pessoas ouvirem o Evangelho. MITO: Evangelismo significa apenas dizer as palavras corretas; REALIDADE: As pessoas são ganhas para Jesus por meio do amor prático e palavras; IMPLICAÇÃO: Encorajaremos os membros dos GP’s a atenderem as necessidades das pessoas com ações e palavras. MITO: As pessoas são levadas a Jesus por meio da influência de apenas uma pessoas; REALIDADE: Quanto mais cristãos um incrédulo conhecer. Mais facilmente ele virá para Jesus; IMPLICAÇÃO: Apresentaremos os incrédulos a tantos cristãos quanto for possível. Então, o que devemos fazer para evangelizar de forma bem sucedida? • Devemos evangelizar principalmente as pessoas que conhecemos. Tudo passa pelos relacionamentos que temos;
  • 28. 28 • Devemos incentivar-nos mutuamente a falar de Jesus; não devemos pensar que as pessoas só se converterão se o pastor ou a pastora fizer o apelo; • Devemos promover muitas oportunidades para que as pessoas ouçam o evangelho; • Devemos identificar a necessidade das pessoas para ajudá-las. O princípio do serviço não está em dar o que meramente desejam, mas servir com aquilo de que necessitam; • Devemos apresentar às pessoas que ainda não tiveram uma experiência com Jesus tantos cristãos e cristãs quanto possível. Quanto mais pessoas cristãs comprometidas com o Reino estiverem ao redor da pessoa que desejamos ganhar para Cristo, mais influência haverá. Perguntas de reflexão: • Você está feliz por ter sido evangelizado/a? • O que “funcionou” com você nessas ocasiões? a) Aprofundando a compreensão sobre o evangelismo A palavra evangelho, em português, vem do termo latino evangeliu, que, por sua vez, vem da palavra grega euangélion (εὐαγγέλιον – Dicionário STRONG, verbete 2098) que significa “boa nova, boa notícia”. Portanto, evangelização ou evangelismo referem-se ao anúncio, à proclamação do evangelho, isto é, da boa-nova de Deus: a ressurreição de Jesus dentre os mortos para a remissão dos pecados e salvação de toda pessoa que crê. b) O que compartilhar? Como compartilhar? O texto de Atos 2.11 nos dá essa direção: “ouvimos falar... as grandezas de Deus”. Evangelismo é o compartilhar das grandezas de Deus em nossa vida. Evangelismo é o anúncio, a partir de nossa experiência de salvação, do evangelho que cura e liberta. O primeiro apelo do Evangelho é que os seres humanos reconheçam e confessem que são pecadores e que, por isso, estão desconectados de Deus e mortos espiritualmente (Romanos 3.23). O segundo apelo do Evangelho é que Cristo é a solução para esse problema, pois
  • 29. 29 por Ele nossos pecados são perdoados e somos pessoas reconectadas com Deus e resgatadas da morte espiritual. A boa notícia do Evangelho, então, só se aplica a quem se reconhece como um ser humano pecador e necessitado de salvação. Jesus disse, em Lucas 5.31-32: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento”. Assim, as vidas que recebem a morte e ressurreição de Cristo pelos seus pecados, ou seja, creem no Evangelho de Cristo, são salvas! Em I Coríntios 15.1-4, Paulo também fala a respeito da importância da integridade e pureza da mensagem. Ele diz para os coríntios se lembrarem e se apegarem firme e exatamente ao Evangelho que ele havia pregado, pois por meio desse evangelho é que eles seriam salvos. Qualquer desvio disso poderia conduzi-los a uma fé inútil. O apóstolo repete essa ideia em Gálatas 1.6-9, ao escrever: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema”. Evangelizar é proclamar às pessoas que elas são pecadoras, estando, por isso, desconectadas de Deus e mortas espiritualmente, e que, na morte e ressurreição de Cristo, está a boa notícia de Deus a elas, podendo, assim, serem reconciliadas com Ele. 13. Outros conceitos de evangelizar “É a empolgante tarefa de levar a mensagem de liberdade a pessoas escravizadas” (Tom Stebbins); “É a proclamação do Cristo bíblico como Senhor e Salvador, com a perspectiva de persuadir pessoas a ir até ele pessoalmente e então se reconciliarem com Deus” (Billy Graham); “É a proclamação do Evangelho do Cristo crucificado e ressurreto, o único redentor do ser humano, de acordo com as Escrituras, com o propósito de persuadir pessoas pecadoras, condenadas e perdidas a pôr sua confiança em Deus, recebendo e aceitando a Cristo como Senhor em todos os aspectos da vida e na comunhão de sua igreja, aguardando o dia de sua volta gloriosa” (Congresso de Evangelização, Berlim, 1966).
  • 30. 30 14. As razões: por que evangelizar? a) A ordem de Jesus Há dois textos bíblicos que nos mostram explicitamente que o evangelismo é uma ordem de Jesus. O primeiro deles é Marcos 16.15, que diz: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. O segundo é o texto de Mateus 28.19-20, que diz: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Nesse segundo texto, ao contrário do que se pode pensar, a ordem não é apenas evangelizar, mas, sim, fazer discípulos, o que tem a evangelização – o anúncio da boa nova – por primeiro passo. Além desses dois textos, outros dois ainda podem ser citados. O primeiro é Atos 1.8 que também registra palavras de Jesus. Ele diz: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. A ênfase temática deste texto é a evangelização. Jesus está dizendo que essa é uma tarefa que deve ser realizada pelos seus discípulos em todo o mundo, mediante o poder do Espírito Santo. O segundo texto é II Coríntios 5.18-20, que diz: “tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus”. Esse texto diz que Deus nos reconciliou consigo nos deu e confiou a mensagem e o ministério da reconciliação, ou seja, a evangelização é uma incumbência dada por Deus às pessoas que foram salvas. b) A necessidade humana A carta do apóstolo Paulo à igreja de Roma nos apresenta excelentes descrições quanto à necessidade que o ser humano tem do Evangelho. Veja Romanos 1.18-32. Por se tratar de um texto grande, vamos destacar três trechos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (v.18), ou seja, a pessoa sem Cristo está debaixo da ira de Deus; “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se- lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (versos 21-22), ou seja,
  • 31. 31 ou seja, a pessoa sem Cristo é fútil, insensata, obscura e louca em seu coração; “Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si” (v.24); ou seja, o ser humano sem Cristo é escravo do pecado. Além desse texto, outros dois devem ser citados para descrever a necessidade humana: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23); “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23). Tendo em vista que a humanidade está desconectada de Deus por causa do pecado e que o Evangelho é uma mensagem de reconciliação, aí está uma ótima razão para a Igreja evangelizar, não acha? c) A exclusividade do Evangelho Há três textos bíblicos que falam sobre a exclusividade do Evangelho, o qual tem Jesus Cristo como elemento central e principal. Em João 14.6, diz: “Respondeu Jesus: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim’”. O segundo é Atos 4.12, que diz: “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. O terceiro é I Timóteo 2.5-6, que diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos”. Quanto à reconexão com Deus, Jesus é único, exclusivo e absoluto, ou seja, apenas “do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Tendo em vista a exclusividade do Evangelho, Paulo escreve à igreja de Roma: “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Romanos 10.13-15). Se a salvação é exclusividade do Evangelho, a Igreja deve se engajar na evangelização, pois o Evangelho está em suas mãos! d) A glória de Deus Uma quarta e última razão que apresentamos para o evangelismo é a glória de Deus. Segundo o Dr. Russell Shedd: “a razão principal da ordem evangelizadora deve ser
  • 32. 32 teocêntrica. Quando a motivação para evangelizar torna-se antropocêntrica, ela se deteriora rapidamente e se torna egocêntrica, isto é, voltada para o a realização pessoal e para a satisfação de ambições vãs”. Isso quer dizer que a razão principal da evangelização deve ser Deus e a sua glória. Paulo assim escreveu para a igreja de Roma: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36). Todas as coisas têm sua origem, razão e propósito em Deus e em sua glória. Sendo assim, o ser humano foi criado para a glória de Deus e é, também, salvo para a sua glória. Quando a humanidade foi criada, boa e perfeita, sua vida rendia glória e dava prazer a Deus. Entretanto, com o pecado, ela foi expulsa de sua presença, ou seja, deixou de lhe render glória e de lhe dar prazer. Com a salvação promovida pela pregação do Evangelho do Reino, Deus quer perdoar os pecados humanos e reconectar-nos consigo, de modo que voltemos a lhe render glória e a lhe dar prazer. Isso é confirmado pela seguinte conjectura: a Bíblia diz em Romanos 8.29 que Deus quer ter muitos filhos semelhantes a Jesus. Sabemos que uma pessoa se torna filha de Deus pela fé em Cristo (João 1.12). Por pelo menos duas vezes, Deus disse que Jesus era um filho amado que lhe dava muito prazer (Mateus 3.17; 17.5). Deus quer ter muitos filhos e filhas que lhe deem prazer, o que é alcançado por meio da evangelização, do evangelismo. Além de sua glória e prazer, há outra razão, em Deus, para a evangelização. A Bíblia diz em I Timóteo 2.4 que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. A evangelização é um desejo do coração de Deus, pois apenas assim as pessoas serão salvas e conhecerão a verdade. Sendo assim, quando evangelizamos:  Somos obedientes à ordem de Jesus;  Somos sensíveis à necessidade humana;  Somos conscientes da exclusividade do Evangelho;  Somos promotores e promotoras da glória de Deus.
  • 33. 33 Entretanto, quando não evangelizamos:  Desprezamos a ordem de Jesus, sendo desobedientes;  Desprezamos a necessidade humana, sendo insensíveis;  Desprezamos a exclusividade do Evangelho, sendo inconscientes;  Desprezamos a glória de Deus, sendo indiferentes. JÁ PENSOU NISSO? ISSO LHE FAZ TER SENTIDO NO CORPO DE CRISTO? 15. Alguns exemplos bíblicos a respeito de ganhar almas: Em João 4.37, a Bíblia fala da semeadura e da colheita. O que podemos aprender com este exemplo? • Podemos aprender que o evangelismo leva tempo. Quando falamos em semear e colher, sabemos que temos de semear e esperar meses para obter frutos; • Podemos aprender que além de levar tempo para a sua efetiva realização, o evangelismo envolve várias pessoas. Por quê? Porque Jesus disse: um é o que semeia e outro é o que colhe. Em Marcos 1.17, “Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”. Este texto é muito interessante. Vejamos juntos: é o primeiro relato, em todos os evangelhos sinóticos, do chamado dos apóstolos. No mais, dentre esses relatos, é o único em que Jesus traz a clareza da evangelização: “ser pescadores de gente”. Portanto, isso nos mostra de maneira clara o propósito da evangelização: ganharmos homens e mulheres para o Seu Reino. Outro aspecto muito interessante que aprendemos com esta passagem bíblica que trabalhar em unidade na evangelização produz mais resultado do que trabalhar de modo solitário. 16. Como evangelizar O evangelismo deve ocorrer de maneira natural, clara e concisa. O evangelismo ocorrerá, como já vimos, no anúncio da salvação em Jesus. Veremos algumas técnicas que nos ajudarão a organizar esta exposição da boa nova aos amigos e às amigas. Nesse aspecto, são formas de como podemos compartilhar da Graça de Deus. Formas para darmos
  • 34. 34 darmos os primeiros passos no processo de evangelização. Mas não se esqueça, de como vimos anteriormente, a evangelização é um processo. Essas técnicas serão os primeiros passos a serem dados individualmente, mas a evangelização se dará no contexto dos Grupos Pequenos – nos quais as pessoas serão consolidadas na fé em Cristo e tornarão discípulas. Algumas formas de anunciar o Evangelho são:  Testemunho pessoal  Plano de Salvação  Quatro Leis Espirituais  Os Quatro Pontos (The 4 points)  Duas Religiões (Fazer x Feito)  Ponte  Gráfico João 3.16  Pesquisa Religiosa  Evento de Colheita  Outras dinâmicas Vantagens de se preparar um testemunho de 5 minutos • O testemunho curto e bem organizado é mais eficiente do o que inclui muita informação e tira a atenção do principal: compromisso com Cristo; • Apresenta Cristo de uma forma empírica (a partir da experiência), pessoal e convincente; • É uma ferramenta igualmente eficiente em grandes e pequenos grupos. • É simples e completo; • Serve para começar a conversa. Abrir portas para o relacionamento, base para conversão; • Dá confiança, pois você sabe o que vai dizer e como vai dizer; • Permite-lhe ser breve; • É uma forma transferível para treinar outros a compartilhar Cristo. Escreva seu testemunho. De que forma? 1. Pedir a Deus unção e orientação; a) Testemunho Pessoal A mais simples pesquisa em nossas igrejas locais demonstra que a maior porcentagem de pessoas consolidadas na fé em Cristo são frutos do testemunho pessoal de amigos, parentes ou colegas de trabalho. Frutos a partir dos relacionamentos. Características do testemunho pessoal >Breve (5 minutos); >Objetivo, simples e claro; >Com início, meio e fim; >Com o antes, a conversão e o depois.
  • 35. 35 2. Prepará-lo tendo em mente compartilhá-lo em grupo ou individualmente; 3. Ater-se ao tempo determinado; 4. Ser sincero, não dando a entender que Jesus remove todos os problemas; 5. Considerar o tipo de audiência. O que NÃO fazer: • Opinar sobre igrejas, organizações e pessoas; • Mencionar denominações; • Pregar; • Usar termos vagos (alegre, transformado) sem explicar; • Usar termos bíblicos (salvo, pecado) sem explicar. Perguntas orientadoras para escrever seu testemunho: Como era a sua vida antes de confiar em Jesus Cristo? • Falar das atitudes, problemas, prioridades; o que dava prazer, felicidade, paz; • Ser o mais transparente possível, mencionando o pecado pelo nome; • Evitar um enfoque religioso. Como que estas situações levaram você à conversão? • Quando você ouviu o evangelho pela primeira vez, sua reação, barreiras mentais e sociais; • Quando você começou a reagir positivamente; • O que lhe levou a mudar em relação a Cristo. O que tem acontecido desde a sua conversão a Cristo? • Relatar as mudanças na sua vida pessoal, atitudes, problemas de modo específico; • Quanto tempo levou para notar as mudanças; • O que Jesus significa para você hoje. Prática: • Escreva em uma folha a parte, a partir das orientações dadas, o seu testemunho pessoal.
  • 36. 36 • WORKSHOP: em duplas, simulem esse testemunho pessoal em voz audível para treinarem a abordagem pessoal. Será bom que todas as pessoas possam exercitar essa abordagem como treinamento; • Nesta semana, busque pelo menos uma oportunidade para compartilhar o seu testemunho com uma pessoa que não conhece o Evangelho de Cristo. a) Plano de Salvação O Plano da Salvação, parecido com Os Quatro Pontos, é a exposição da Palavra, abordando o tema de acordo com o texto bíblico que o fundamenta. De forma criativa, os dedos da mão são usados para lembrar cada parte do Plano de Salvação. Veja: Polegar: Deus me ama! E aponte para você mesmo. Indicador: Sou pecador. O pecado me separa de Deus. Dedo Médio: Jesus morreu e ressuscitou por mim. Ele apagou meu pecado. Anelar: Recebo o Senhor Jesus. Creio que Ele morreu por mim. Mindinho: Sou salvo. Sei que sou filho de Deus. WORKSHOP: em dupla, simulem a exposição do Plano da Salvação para treinamento e para gravar os textos bíblicos sugeridos.
  • 37. 37 b) Quatro Leis Espirituais Primeira Lei: Amor de Deus Deus ama você e tem um plano maravilhoso para sua vida. a) O AMOR DE DEUS: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Segunda Lei: Pecado humano O ser humano é pecador e está separado de Deus; por isso não pode conhecer nem experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida. a) O SER HUMANO É PECADOR: “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3.23). A humanidade foi criada para ter um relacionamento perfeito com Deus, mas por causa de sua desobediência e rebeldia, seguiu um caminho próprio e seu relacionamento com Deus desfez-se. Esse estado de independência de Deus, caracterizado por uma atitude de rebelião ou indiferença, é evidência do que a Bíblia chama de pecado. b) O SER HUMANO ESTÁ SEPARADO DE DEUS: “Pois o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23). Morte, nesse texto, significa separação espiritual de Deus. Deus é santo e a humanidade é pecadora. Um grande abismo separa os dois. A humanidade está continuamente procurando alcançar a Deus e a vida abundante através dos seus próprios esforços: vida reta, boas obras, religião, filosofias, etc. A terceira lei nos mostra a única resposta para o problema dessa separação. Terceira Lei: Morte e ressurreição de Jesus Jesus Cristo é a única solução de Deus para o ser pecador. Por meio dele você pode conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus para sua vida. a) ELE MORREU EM NOSSO LUGAR: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). b) ELE RESSUSCITOU DENTRE OS MORTOS: “Cristo morreu pelos nossos pecados (...) foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras (...) e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos” (I Coríntios 15.3-6). c) ELE É O ÚNICO CAMINHO: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6). Deus tomou a iniciativa de ligar o abismo que nos separa Dele ao enviar seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar, pagando o preço dos nossos pecados. Mas apenas conhecer essas três leis não é suficiente.
  • 38. 38 Quarta Lei: Decisão Precisamos receber a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um convite pessoal. Só então poderemos conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus para nossa vida. a) PRECISAMOS RECEBER A CRISTO: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (João 1.12). b) RECEBEMOS A CRISTO PELA FÉ: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). c) RECEBEMOS A CRISTO POR MEIO DE UM CONVITE PESSOAL: Cristo afirma: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei” (Apocalipse 3.20). Receber a Cristo implica arrependimento, significa deixar de confiar em nossa capacidade para nos salvar, crendo que Cristo é o único que pode fazê-Lo. Não é suficiente crer intelectualmente que Jesus é o Filho de Deus e morreu na cruz pelos nossos pecados, ou ter uma experiência emocional. Recebemos a Cristo pela fé, numa decisão pessoal. Conclusão a) VOCÊ PODE RECEBER A CRISTO AGORA MESMO EM ORAÇÃO Para isso, faça a seguinte oração: “Senhor Jesus, eu preciso de ti. Eu te agradeço por ter morrido na cruz pelos meus pecados. Abro a porta da minha vida e te recebo como meu Salvador e Senhor. Obrigado por perdoar os meus pecados e me dar a vida eterna. Toma conta da minha vida e faça de mim o tipo de pessoa que desejas que eu seja”. Esta oração expressa o desejo do seu coração? Se assim for, algumas coisas aconteceram na sua vida. b) AGORA QUE RECEBEU CRISTO No momento em que, num ato de fé, você recebeu a Cristo, as seguintes coisas aconteceram com você: • Cristo entrou na sua vida (Apocalipse 3.20 e Colossenses 1.27); • Os seus pecados foram perdoados (Colossenses 1.14); • Você se tornou filho ou filha de Deus (João 1.12);
  • 39. 39 • Você começou a viver a nova vida para a qual Deus o/a criou (João 10.10; II Coríntios 5.17 e I Tessalonicenses 5.18). Pode pensar em algo mais maravilhoso que lhe pudesse acontecer do que receber a Cristo? Gostaria de agradecer a Deus agora mesmo, em oração, aquilo que Jesus fez por você? O próprio ato de agradecer a Deus revela a sua fé em Deus. c) Os Quatro Pontos Os Quatro Pontos são uma estratégia de evangelismo que pode ser feita a partir de uma pulseira, camiseta ou de um desenho feito por você em qualquer folha. É uma forma simples e concisa de compartilhar quatro verdades da vida com seu amigo, sua amiga, colega de trabalho. Um modelo simples conhecido como 4points ou ‘quatro pontos’ que pode ser resumido na figura abaixo: Os quatro pontos são uma ideia geral ou um resumo de toda a Bíblia e a primeira coisa que você precisa saber ou compreender que Deus lhe ama. O amor de Deus por você é ilimitado e não há nada que possa impedi-lo. Não há nada que Deus queira mais do que amar você e ser amado por você. Infelizmente, a outra verdade é que fomos separados e separadas do amor de Deus. Isso que trouxe a separação nossa para com Deus, a Bíblia chama de pecado. Pecado, de maneira mais simples, é escolher viver para nós mesmos em vez de viver para Deus. Pecamos quando ignoramos a Deus, seus ensinamentos, seus preceitos, e fazemos conforme o que achamos ser bom. Além de trazer separação entre nós e Deus, o pecado também destrói relacionamentos com amigos, família, pessoas que amamos e com a criação. A Bíblia fala que a consequência natural do pecado na vida do homem é a morte. O terceiro ponto é uma verdade de um fato talvez dos mais conhecidos da história da humanidade, mas mal compreendido. Como consequência do pecado, há a realidade
  • 40. 40 da morte, o fim de tudo. Esse ponto traz a verdade do grande amor de Deus por você. A imensa misericórdia e amor de Deus são demonstrados no envio de Jesus para vir e morrer em seu lugar. Jesus morreu, mas ressuscitou, e a fé Nele como Senhor e Salvador é o modo de obter a vitória sobre a morte, recebendo de Deus a vida eterna. Deus fez tudo que é possível para demonstrar como você é importante para Ele. Agora, é com você decidir o que vai fazer. Deus está oferecendo-lhe vida plena para toda a eternidade. Tudo que você precisa fazer é aceitar esse amor demonstrado em Jesus: reconhecer que é pecador, pedir perdão confessando sua dependência Dele, e mudar o rumo da sua vida, vivendo o resto de sua vida somente para Ele. A escolha é sua. VOCÊ precisa tomar essa decisão. d) Duas Religiões • A religião humana = FAZER O que eu tenho que fazer para chegar até Deus? • A religião de Deus = FEITO O que Deus fez para que eu possa chegar até Ele? e) Ponte Figura 1
  • 41. 41 Figura 2 Figura 3 f) Gráfico João 3.16 • Peça de 10 a 15 minutos; • Com papel e caneta na mão, desenhe como a seguir:
  • 42. 42 Gráfico João 3.16 g) Evento de Colheita / Dia do Amigo O Evento da Colheita será uma atividade realizada por cada GP ou podendo, no máximo, envolver três GPs. Lembre-se: o evento não é um culto, uma celebração, etc. Mas um momento para confraternizar com as pessoas, ao mesmo tempo em que desejamos compartilhar a Graça de Deus. É um momento do ser “sal”. Dar uma “pitada” da Graça de Deus para que a pessoa encontre o gosto por Jesus. O Evento da Colheita é uma atividade a ser feita ao menos uma vez durante cada período dos Quatro Grandes Prêmios que percorreremos. É uma atividade que poderá ser usada como estratégia de crescimento do GP. Portanto, salientamos que poderá ser realizado por até três GPs, mas será muito significativo se cada GP realizar o seu.
  • 43. 43 Como fazer? • Planejar quando e onde será o evento; • Desafiar cada membro do GP (Grupo Pequeno) a orar por três pessoas nas duas semanas anteriores ao evento; • Fazer contato e convidar pessoas; • Planejar a programação: Dinâmica de quebra-gelo Realizar algo para que ocorra um entrosamento das pessoas na atividade. Fazer algo para que não se sintam um “peixe fora d’água”. Músicas evangelísticas (2 ou 3 músicas) Não deverá ser longo e, preferencialmente, músicas que compartilham o amor de Deus. Insira uma música de adoração. Testemunhos de conversão (2 ou 3 pessoas, de 3 a 5 min) Um momento de compartilhar a conversão em Cristo. Não enfatizar o momento longe de Deus, mas como foi o encontro com Deus. Palavra evangelística (de no máximo 20 minutos) Uma palavra direta do amor de Deus à humanidade. Lembre-se de ser claro na exposição deste amor. Apelo e oração pelas pessoas decididas Todo tempo é tempo de comunicar o amor de Deus. Portanto, sempre ao final da palavra evangelística, perguntar diretamente, por exemplo: “Amigo/a que nos alegra com sua visita/presença nesta festa. Você, hoje, deseja tomar a decisão de conhecer mais a Cristo e seu amor por você? Deseja receber a Cristo como Senhor e Salvador? Se você hoje desejar tomar essa decisão, gostaríamos de orar por você!” Assim, chame as pessoas que desejam tomar essa decisão a chegar próximo de quem estará orando por elas. Demais membros do GP devem estar em oração, de preferência, de mãos estendidas a elas. Convite para a próxima semana Após a oração, faça o convite para que possam visitar na próxima semana o GP. Será interessante, talvez, o GP fazer um cartão-convite com o endereço, horário, “Seja bem-vindo”, algo parecido. Use a criatividade.
  • 44. 44 Anotação dos dados dos convidados O/A líder do GP deverá organizar com antecedência as fichas e as pessoas responsáveis para anotarem os dados dos convidados (Kit Decisão). Lanche especial Um momento de confraternização. O lanche é preparado pelos membros do GP. Momento para estreitar relacionamentos. Jamais deixar os visitantes de lado. Procure entrosá-los no GP. O dia do amigo (ou outro nome que preferir) trata-se de um encontro social, preparado previamente pelo GP, com a finalidade de convidar novas pessoas para se integrarem ao grupo. Não há uma agenda evangelística previamente preparada como no caso do evento de colheita. O dia do amigo é uma estratégia de amizade que facilita a adesão de uma pessoa que, a princípio, tenha dificuldade em se reunir com um grupo para o estudo da Palavra de Deus. Por isso, ela participa, anteriormente, deste encontro social (almoço, piquenique, lazer, etc), com o objetivo inicial de “quebrar o gelo” e aproximar essa pessoa do grupo, estando desejosa de fazer parte do mesmo, a partir de um convite realizado durante o encontro, de forma espontânea e informal. h) Outros eventos Há diversos recursos disponíveis a quem deseja investir na missão de salvar vidas. Basta disposição. Vocês podem promover teatro, vídeos, luau, etc.
  • 45. 45 Unidade 2 – CONVERSÃO A Conversão é a continuação da caminhada cristã após o Novo Nascimento. A obra da conversão é contínua na vida cristã. Converter tem o sentido de mudar de direção, trocar o rumo. Então todos os dias fazemos isso ao negar as propostas do pecado para nos voltar em direção a Deus buscando seu perdão. A palavra do grego bíblico para Conversão é metanoia (μετάνοια – dicionário STRONG, verbete 3341), que significa mudança de mentalidade. Esta transformação acontece por meio da obra do arrependimento dos pecados através do convencimento do Espírito Santo (João 16.8-11). Quando conhecemos a Jesus e nos deixamos ser transformados por Deus, logo nos tornamos uma “nova criatura” (II Coríntios 5.17). A este processo de Conversão, vamos tratar como a consolidação do novo convertido. O objetivo dos Grupos Pequenos é alcançar vidas com o Evangelho e cuidar destas pessoas para que continuem sua caminhada cristã. Então a consolidação é uma forma de ajudar as pessoas a buscarem Conversão. 1. Consolidação: um processo eficaz para formar discípulos Esta é a ordem de Jesus para todo crente: "IDE, portanto, FAZEI discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ENSINANDO-OS A GUARDAR todas as coisas que vos tenho ordenado..." (Mateus 28.19-20). Objetivo:  IR e FAZER discípulos  Modo de FAZER: ENSINANDO-LHES A GUARDAR tudo que Jesus ordenou. O IR tem a ver, basicamente, com a atividade que a igreja realiza para buscar as vidas que não conhecem a Cristo; buscar quem não ouviu ou entendeu a mensagem da cruz e, portanto, não pode tomar uma decisão a favor ou contra seguir a Cristo. Este é o primeiro passo da igreja em seu propósito de obedecer à Grande Comissão.
  • 46. 46 O FAZER discípulos é mais que pregar o Evangelho; é cuidar do recém-nascido espiritual. É conseguir que se afirme em sua decisão por Jesus, de tal maneira que experimente uma mudança de vida e se envolva na Igreja, Corpo Vivo de Cristo. Deste modo, receberá ensino básico sobre como levar seu novo estilo de vida, aprenderá a amadurecer e terá se convertido em uma testemunha eficaz. Nisto consiste a consolidação! 2. O que é consolidação? A consolidação pode ser definida como o cuidado e a atenção que devemos dispensar ao novo crente para reproduzir nele o caráter de Cristo, de maneira que sua vida cumpra o propósito de Deus: dar fruto que permaneça (João 15.16). É ser capaz de reproduzir-se em outras pessoas. Paulo é um exemplo real do que significa cuidar das almas: " o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim" (Colossenses 1.28-29). Neste texto, "trabalho" significa "cair rendido de cansaço" e, "lutando" refere-se a "dar tudo no esforço". CONSOLIDAR, PORTANTO, REQUER TRABALHO E ESFORÇO! Para que ocorra uma multiplicação eficaz, é necessária a consolidação. Ao final desta etapa, buscamos prestar contas ao Pai com a mesma afirmação vitoriosa de Jesus: nenhum deles se perdeu (João 17.12). Este passo acontece no instante seguinte à decisão pessoal por Jesus, seja nos cultos de celebração ou no contexto da vida do grupo pequeno. Começa-se um período de consolidação quando o GP investe no crescimento das pessoas novas na fé. Cabe sempre lembrar que não adianta termos um crescimento numérico se a qualidade não for trabalhada de maneira adequada na vida do novo convertido. Trata-se de um processo de integração do convertido à sua nova vida em Cristo e ao contexto da igreja local. 3. O perfil de quem consolida O consolidador é importante? Quem deve ser consolidador? Que características devem ser encontradas na vida de um discípulo consolidador? Diversos são os personagens
  • 47. 47 personagens bíblicos que nos ajudariam a responder a estas perguntas - Barnabé, Paulo, Priscila e Áquila, etc. Mas o faremos a partir de um personagem não muito mencionado, no entanto, importantíssimo na história da Igreja Primitiva: Ananias, que consolidou Paulo (Atos 9.9-25). Estava Paulo em Damasco, na casa de Judas, havia três dias, ainda impactado pela experiência extraordinária que tivera com Jesus no caminho. Judas o havia acolhido, comprometendo-se com ele, apesar da má-fama de perseguidor. Você hospedaria em sua casa alguém assim? Isto mostra que cada atitude do crente é importante para o novo convertido. a) A instrução de Deus para Ananias foi clara (At 9.11-12) Deus revelou a Ananias toda a visão; não apenas aquilo que se referia ao próprio Ananias, mas também aquilo que ele estava revelando a Paulo. De igual modo, revelou a Paulo a chegada de Ananias, preparando o seu coração para receber a bênção. A primeira reação de Ananias foi resistir ao chamado. O seu argumento era coerente do ponto de vista humano. Ele ouvira falar de Paulo e sabia da perseguição feroz que liderava contra os cristãos, assolando as igrejas. Era uma ameaça, alguém a ser evitado a todo custo. As implicações de um envolvimento com ele poderiam ser muitas. Essa reação é natural em qualquer pessoa que se sente intimidada com a fama, nome, posição social, condição financeira, etc. da pessoa a ser consolidada. Ao ser desafiado a consolidar, você deve saber duas coisas que são determinantes para permanecer confiante: (1) O Espírito Santo já impactou aquela vida e (2) Deus é quem opera o querer e o efetuar. O consolidador/consolidadora não pode perder de vista aquilo que só se enxerga pela fé. O seu coração precisa estar alinhado com o coração de Deus para sentir o que Ele sente e mover-se na direção do Seu propósito. O chamado de Deus é uma etapa de um projeto perfeito, pleno de sabedoria e amor. Ele amou Paulo, morreu por ele, perdoou seu passado, tinha um propósito extraordinário para sua vida e sabia do impacto que ele representaria para o mundo. Ele via não o que Saulo era, mas o Paulo que viria a ser. Para termos o privilégio de consolidar homens e mulheres que podem vir a ser como Paulo em nossa geração, precisamos:  Obedecer ao chamado;  Valorizar o chamado de Deus;
  • 48. 48  Ter a visão de um propósito maior: ver o potencial do novo convertido, ou seja, aquilo que ele pode vir a ser. b) Características do consolidador e consolidadora Ananias vivia em Damasco; um judeu, homem comum dentre o povo, que desenvolveu características pessoais que deveriam estar presentes em todo homem que segue a Cristo. Quais são as características de Ananias que podemos ver no relato do livro de Atos? Paulo escreve sobre ele: "Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Saulo, irmão..." (Atos 22.12-16). Ananias não vivia nos palcos, sob holofotes ou aplausos. Todavia, sua vida e influência eram notórias em sua comunidade. Havia um testemunho que corroborava o seu maior título: Ele era um discípulo de Jesus (Atos 9.10), ou seja, reproduzia-se nele a vida de Jesus. Ele aprendeu a ouvir a voz de Deus. Ele também tinha a visão do propósito maior, acolhendo aquele que Deus escolheu, sem discutir seu passado, preferências, preconceitos, raça, cor, religião etc. Resumindo, Ananias era:  Discípulo;  Piedoso;  Coerente no testemunho cristão;  Obediente (obedeceu imediatamente);  Ousado na fé. c) Atitudes do consolidador Ananias, em obediência a Deus, foi procurar Paulo, apesar da reação que essa atitude poderia gerar na comunidade judaica. O discurso de Paulo na escadaria do templo em Jerusalém (Atos 22.12-16) revela que Ananias teve atitudes de consolidador, quais sejam:  Diligência: procurou por Paulo;  Aceitação: colocou-se junto a ele;  Identificação: chamou-o de irmão;  Edificação: Ministrou a palavra de Deus;
  • 49. 49  Oração: Orou por ele;  Propósito: Compartilhou a visão ministerial;  Consolidação: levou-o ao batismo. Ananias foi objetivo em sua missão, como deve ser o trabalho de todo consolidador. Precisamos, como discípulos de Jesus, desenvolver as características e as atitudes de Ananias para sermos consolidadores e consolidadoras eficazes. d) Resultados da consolidação A consolidação feita por Ananias teve resultado completo. Provavelmente, nem ele mesmo imaginaria como seriam grandes os seus frutos e qual seria a dimensão do trabalho apostólico daquele homem que por um momento ele temeu consolidar. Nós, de igual modo, não sabemos que impacto terá a vida daquelas pessoas que Deus nos dá o privilégio de consolidar. Quais foram os resultados na vida de Paulo?  Imediatamente recuperou a visão;  Levantou-se;  Foi batizado;  Alimentou-se;  Fortaleceu-se;  Permaneceu na comunhão com os discípulos;  Passou a pregar o Evangelho;  Cresceu;  Gerou discípulos. A partir daí, não se fala mais em Ananias. A consolidação estava feita e outro discipularia Paulo, tendo importante papel em sua vida: Barnabé. Responda de acordo com o texto lido:  A consolidação é importante? Por quê?  Você reconhece que é sua a responsabilidade da consolidação? Justifique.  Você já consolidou alguém? Em caso positivo, relate como foi. Em caso negativo, explique o por que.  O que você precisa fazer para ser um consolidador eficaz?