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O Gênero Lírico
(A POESIA)
METRIFICAÇÃO DE VERSOS
Prof. Thiago Benitez
 Pertence ao gênero Lírico o poema que extravasa as
emoções íntimas pela expressão verbal rítmica e
melodiosa;
 Originalmente destinada ao canto e acompanhada do
som de uma lira, essa forma literária encontrava
inspiração nos sentimentos reais ou imaginários e na
própria musicalidade
 HORÁCIO
 Elementos da Poesia Lírica:
 EU LÍRICO: voz que expressa as emoções no poema,
um eu poético simulado, inventado pelo poeta e que
não pode ser confundido como próprio poeta;
 A SUBJETIVIDADE: é a marca do lirismo.
 Se a poesia épica é da terceira pessoa, a lírica é da
primeira;
 EU POÉTICO DIFERENTE DO AUTOR DO POEMA
Métrica: É o número de sílabas poéticas do verso.
• Na contagem das sílabas métricas (escansão),
observam-se, geralmente, as seguintes normas:
• A leitura de um verso deve ser caracterizada pelo
ritmo;
• Faz-se a contagem de sílabas até a sílaba tônica da
última palavra;
• Os ditongos, em geral, equivalem a apenas uma
sílaba métrica
SONETO DE FIDELIDADE
(Vinicius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
POESIA:
MÉTRICA
RIMA
EU-LÍRICO
SUBJETIVIDADE
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões
INCÊNCIO EM ROMA
(Olavo Bilac)
Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas,
As muralhas de pedra, o espaço adormecido
De eco em eco acordando ao medonho estampido,
Como a um sopro fatal, rolam esfaceladas.
E os templos, os museus, o Capitólio erguido
Em mármore frígio, o Foro, as eretas arcadas
Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas
Do incêndio cingem, tudo esboroa-se partido.
Longe, reverberando o clarão purpurino,
Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte...
- Impassível, porém, no alto Palatino,
Nero, com o manto negro ondeando ao ombro, assoma
Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,
Lira em punho, celebra a destruição de Roma.
Leia o texto de Aristóteles a seguir:
“Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens, imita
sempre necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou
como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução em que há
palavras raras, metáforas e muitas modificações da linguagem: na verdade, essa é uma concessão
que fazemos aos poetas”.
(ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles, considere as afirmativas a
seguir:
I) O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de metáforas e
priorizar o acesso às ideias inteligíveis.
II) O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa se ater
a esses fatos apenas.
III) O poeta pode imitar as coisas considerando seus sentimentos e o que ele já viveu, mas pode
também elaborar fatos usando várias formas de linguagem.
IV) O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo que
não haja certeza e objetividade sobre eles.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Leia e faça a escansão do poema abaixo de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) para responder à questão:
“Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre”.
Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis sílabas se sucedem nas oito estrofes do poema:
a) 10, 6, 10, 10, 6, 6
b) 6, 10, 6, 6, 10, 10
c) 10, 6, 6, 10, 6, 6
d) 10, 6, 10, 6, 10, 6
e) 6, 10, 6, 10, 6, 6
(UECE 2017) Os poemas podem variar no
número de sílabas métricas. Os versos que têm
de 1 a 12 sílabas recebem nomes diferentes. A
partir de 13 sílabas, deixam de receber nomes
específicos. Em relação ao poema O Grito é
correto afirmar que
a) foi feito com versos de 5 sílabas métricas
chamados pentassílabos ou redondilhas
menores.
b) apresenta versos de 7 sílabas métricas, a
medida ou o metro das quadras e da poesia
popular de maneira geral como ocorre em
cantigas de roda e desafios.
c) tem versos de 8 sílabas métricas,
denominados octossílabos, usados nas baladas
(composições poéticas populares antigas,
acompanhadas ou não de música).
d) foi estruturado em versos de 10 sílabas
métricas, decassílabos, que são versos longos,
de difícil feitura, adequados aos poemas
heroicos e épicos.
O GRITO
Um tranquilo riacho suburbano,
Uma choupana embaixo de um
coqueiro,
Uma junta de bois e um carreteiro:
Eis o pano de fundo e, contra o pano,
Figurantes – cavalos cavaleiros,
Ressaltando o motivo soberano,
A quem foi reservado o meio plano
Onde avulta solene e sobranceiro.
Complete-se a figura mentalmente
Com o grito famoso, postergando
Qualquer simbologia irreverente.
Nem se indague do artista, casto
obreiro,
Fiel ao mecenato e seu comando,
Quem o povo, se os bois, se o
carreteiro.
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
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Fez-se do amigo próximo o distante
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De repente, não mais que de repente.

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Gênero Lírico - Conceito, exemplificação e exercícios resolvidos

  • 1. O Gênero Lírico (A POESIA) METRIFICAÇÃO DE VERSOS Prof. Thiago Benitez
  • 2.
  • 3.  Pertence ao gênero Lírico o poema que extravasa as emoções íntimas pela expressão verbal rítmica e melodiosa;  Originalmente destinada ao canto e acompanhada do som de uma lira, essa forma literária encontrava inspiração nos sentimentos reais ou imaginários e na própria musicalidade
  • 5.  Elementos da Poesia Lírica:  EU LÍRICO: voz que expressa as emoções no poema, um eu poético simulado, inventado pelo poeta e que não pode ser confundido como próprio poeta;  A SUBJETIVIDADE: é a marca do lirismo.  Se a poesia épica é da terceira pessoa, a lírica é da primeira;
  • 6.  EU POÉTICO DIFERENTE DO AUTOR DO POEMA
  • 7.
  • 8. Métrica: É o número de sílabas poéticas do verso. • Na contagem das sílabas métricas (escansão), observam-se, geralmente, as seguintes normas: • A leitura de um verso deve ser caracterizada pelo ritmo; • Faz-se a contagem de sílabas até a sílaba tônica da última palavra; • Os ditongos, em geral, equivalem a apenas uma sílaba métrica
  • 9.
  • 10. SONETO DE FIDELIDADE (Vinicius de Moraes) De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. POESIA: MÉTRICA RIMA EU-LÍRICO SUBJETIVIDADE
  • 11.
  • 12.
  • 13. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade É servir a quem vence o vencedor, É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade; Se tão contrário a si é o mesmo amor? Luís de Camões
  • 14. INCÊNCIO EM ROMA (Olavo Bilac) Raiva o incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas, As muralhas de pedra, o espaço adormecido De eco em eco acordando ao medonho estampido, Como a um sopro fatal, rolam esfaceladas. E os templos, os museus, o Capitólio erguido Em mármore frígio, o Foro, as eretas arcadas Dos aquedutos, tudo as garras inflamadas Do incêndio cingem, tudo esboroa-se partido. Longe, reverberando o clarão purpurino, Arde em chamas o Tibre e acende-se o horizonte... - Impassível, porém, no alto Palatino, Nero, com o manto negro ondeando ao ombro, assoma Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte, Lira em punho, celebra a destruição de Roma.
  • 15. Leia o texto de Aristóteles a seguir: “Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens, imita sempre necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução em que há palavras raras, metáforas e muitas modificações da linguagem: na verdade, essa é uma concessão que fazemos aos poetas”. (ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir: I) O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis. II) O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa se ater a esses fatos apenas. III) O poeta pode imitar as coisas considerando seus sentimentos e o que ele já viveu, mas pode também elaborar fatos usando várias formas de linguagem. IV) O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo que não haja certeza e objetividade sobre eles. Assinale a alternativa CORRETA: a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
  • 16. Leia e faça a escansão do poema abaixo de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) para responder à questão: “Não vês aquele velho respeitável, que à muleta encostado, apenas mal se move e mal se arrasta? Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo, o tempo arrebatado, que o mesmo bronze gasta! Enrugaram-se as faces e perderam seus olhos a viveza: voltou-se o seu cabelo em branca neve; já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, nem tem uma beleza das belezas que teve. Assim também serei, minha Marília, daqui a poucos anos, que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão e os meus cabelos. Ah! sentirei os danos, que evita só quem morre”. Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos de dez e de seis sílabas se sucedem nas oito estrofes do poema: a) 10, 6, 10, 10, 6, 6 b) 6, 10, 6, 6, 10, 10 c) 10, 6, 6, 10, 6, 6 d) 10, 6, 10, 6, 10, 6 e) 6, 10, 6, 10, 6, 6
  • 17. (UECE 2017) Os poemas podem variar no número de sílabas métricas. Os versos que têm de 1 a 12 sílabas recebem nomes diferentes. A partir de 13 sílabas, deixam de receber nomes específicos. Em relação ao poema O Grito é correto afirmar que a) foi feito com versos de 5 sílabas métricas chamados pentassílabos ou redondilhas menores. b) apresenta versos de 7 sílabas métricas, a medida ou o metro das quadras e da poesia popular de maneira geral como ocorre em cantigas de roda e desafios. c) tem versos de 8 sílabas métricas, denominados octossílabos, usados nas baladas (composições poéticas populares antigas, acompanhadas ou não de música). d) foi estruturado em versos de 10 sílabas métricas, decassílabos, que são versos longos, de difícil feitura, adequados aos poemas heroicos e épicos. O GRITO Um tranquilo riacho suburbano, Uma choupana embaixo de um coqueiro, Uma junta de bois e um carreteiro: Eis o pano de fundo e, contra o pano, Figurantes – cavalos cavaleiros, Ressaltando o motivo soberano, A quem foi reservado o meio plano Onde avulta solene e sobranceiro. Complete-se a figura mentalmente Com o grito famoso, postergando Qualquer simbologia irreverente. Nem se indague do artista, casto obreiro, Fiel ao mecenato e seu comando, Quem o povo, se os bois, se o carreteiro.
  • 18. De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.