2. Convite para participar
leitura: A Caligrafia de Dona Sofia”, de
Concepção de criança e cultura escrita
André Neves. A obra é um convite a poesia
3.
4.
5. O que é ler? Onde começa a leitura?
No inicio da vida todos nós somos retalhos. Ao nascermos, somos feitos de retalhos: as
sensações corporais, as primeiras tentativas de ligar os fatos percebidos a um significado, a voz a
um rosto, as representações dos pais sobre o filho que chegou...Essa roupagem, ainda
desmembrada, é um conjunto de retalhos que, para ser devidamente costurado, exigirá a
construção de uma MANTA PROTETORA DE LINGUAGEM, FEITA DE PALAVRAS. Retalhos de
sentido, retalhos de experiência e uma envoltura narrativa que é gestada na situação dialógica e
comunicativa que os acompanhantes da criança começam a tecer.
O acesso a leitura e a literatura são direitos culturais: isto implica um movimento
em direção ao início da vida
Ler é atribuir sentidos às experiências vivenciadas
6. • COMO AS CRIANÇAS APRENDEM?
• COMO SE APROPRIAM DA LINGUAGEM ESCRITA?
LER E ESCREVER COMO UM DIREITO DA CRIANÇA. Como aproximar as
crianças, desde bebês, da cultura escrita, sem incorrer em problemas que
ferem os modos de enxergar a criança pequena e o próprio papel da
Educação Infantil instituído pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (DCNEI) (BRASIL, 2009)?
Tornar simples, o que é complexo.
Apresentação da escrita pela fragmentação (exercícios com letras e sílabas
soltas);
Aprender é sinônimo de repetir (treinos → repetição de letras, sílabas,
palavras
7. • Na Psicologia Genética Piagetiana: a criança aprende por “assimilação
e construção”.
• NaTeoria Social Cognitiva: a criança aprende com foco na
“aprendizagem e modelagem”.
• NaTeoria histórico-cultural: a criança se apropria das práticas culturais
e culturas do escrito
• O individuo PENETRA NA CORRENTE DA COMUNICAÇÃOVERBAL.
Não recebe a linguagem pronta para ser usada.
8. • Pesquisas desenvolvidas nas últimas décadas em relação à apropriação da língua escrita
pelas crianças DESLOCARAM O FOCO DO MÉTODO E CENTRARAM-SE NO SUJEITO. A
antiga pergunta sobre qual seria o melhor momento e melhor forma de ensinar a ler e a
escrever é substituída por outra: como as crianças aprendem a ler e a escrever
Considerar que as crianças, com suas produções singulares, criativas e imprevisíveis,
podem apresentar diferentes processos tanto individuais quanto culturais, já que são
sujeitos situados sócio-historicamente, com traços culturais de seu grupo, gênero, etnia,
religião
9. CRIANÇAS E INFÂNCIAS: DISCUTINDO CONCEPÇÕES
Necessidade de romper com a visão linear de desenvolvimento, com
etapas universais a serem percorridas;
Perceber as crianças pela lente da competência→faz das crianças agentes
sociais plenos(Castro,2013);
Considerar que as crianças, com suas produções singulares, criativas e
imprevisíveis, podem apresentar diferentes processos tanto individuais
quanto culturais,já que são sujeitos situados sócio-historicamente, com
traços culturais de seu grupo,gênero,etnia,religião
Tais concepções deslocam a exclusividade do olhar sobre as crianças
segundo uma perspectiva da falta, da incompletude, da dependência e da
10. • Que implicações teria para a prática docente se fôssemos
capazes de nos aproximar das crianças tendo como ponto de
partida sua competência e suas possibilidades de
coconstruçãodo mundo e da própria infância?
11. OS PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
• Leitura e escrita são processos complementares, porém distintos, pois
exigem diferentes habilidades
• Como as crianças pequenas leem e escrevem ?
• “Leituras” → Leitura de mundo (Paulo Freire, 1997) → a experiência do
sujeito na produção de sentidos
• A leitura de mundo que se espera que a Educação Infantil ofereça às
crianças é uma ampliação das suas referências culturais de tal maneira
que sejam capazes de dar continuidade com a leitura da palavra e de
outras linguagens
12. • As crianças contemporâneas estão expostas a inúmeros textos e
imagens, e muitos deles, como os desenhos animados e os filmes,
estão associados à música, ao movimento, a falas, a sequências
narrativas, aos enredos
• A complexidade é grande, e as crianças respondem à sua maneira a
tudo de que participam. Essa participação ativa e criativa favorece
sucessivas tentativas de ensaio e erro, ações e apropriações diversas,
análises e deduções, levantamento de hipóteses, e tudo isso amplia a
formação de conceitos e as experiências com o universo simbólico
OS PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
13. OS PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
• Ora atrás das palavras, ora à frente delas, as crianças vão
acompanhando a leitura pela voz, geralmente, de um adulto .
Vão seguindo o texto guiadas pelos olhares, gestos, entonações
e pausas do leitor intérprete E é essa leitura de ouvido, a partir
da performance do outro que empresta sua voz ao texto, que
possibilita às crianças pequenas entrarem no texto escrito
Entretanto, entrar é mais que acompanhar, é compreender,
pensar, imaginar e até mesmo ser capturado pelo texto A
atividade do leitor ouvinte é intensa, seja diante do texto
ficcional, seja do não ficcional .
14. OS PROCESSOS DE APROPRIAÇÃO DA
LEITURA E DA ESCRITA
• As crianças e a escrita
• A criança começa a produzir texto/discurso nas marcas que imprime
com o próprio corpo, nos gestos indicativos, nas expressões corporais
e dramatizações, no traçado dos desenhos, símbolos e letras, no
trabalho com as artes visuais pinturas, colagens e modelagens na
criação de textos orais a partir de imagens e situações vividas,
observadas ou imaginadas e na possibilidade de ditar esses textos,
buscando a melhor forma de articular o discurso que pretende
proferir, para um escriba transcrever ou para ela própria tentar fazê
lo, ainda que de forma não convencional .
15. • A criança acostumada a narrar, a dramatizar, a desenhar, a ilustrar a
vida usando diferentes recursos e materiais pode se arriscar a
escrever espontaneamente, descobrindo que se desenha também a
fala
• Pesquisas desenvolvidas nas últimas décadas em relação à
apropriação da língua escrita pelas crianças deslocaram o foco do
método e centraram se no sujeito A antiga pergunta sobre qual seria
o melhor momento e melhor forma de ensinar a ler e a escrever é
substituída por outra como as crianças aprendem a ler e a escrever
As crianças e a escrita
16. Reflexões sobre a escrita da criança
• Vygotsky(1991) Focalizou as suas investigações no que chamou de pré história da
linguagem escrita indicando alguns pontos importantes no processo de
simbolização da criança
• Os gestos como escrita no ar
• A brincadeira das crianças unem os gestos à linguagem escrita
• Segundo o autor, a brincadeira e o desenho são aspectos fundamentais para a
apropriação da linguagem escrita pela criança
17. • Cena 1
• Mostra vários gravetos que estavam na
mão.
• Ad: É um monte de sorvete?
• S2: É!
• Ad: Ai, que delícia!Você gosta de
sorvete?
• S2: É!
• Ad: Eu também.
• S2: Minha mãe compô um sovete do
moço.
Cena 2
Logo em seguida, L2, S2, I2 e J2
formam uma rodinha entre eles.
S2 passa em sua boca um graveto
que estava em sua mão direita,
dizendo:
S2: É batom, tia! É batom!
E passa novamente o graveto em
seu lábio inferior.
18. Poema do Manoel de barros:A namorada
•
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
• Quais os diferentes lugares, materiais e símbolos que o escrito
ocupa?
Articular com a leitura caligrafia de sofia
19. 1. Relação verticalidade/horizontalidade ética p. 17
2. Construir na criança necessidades, significação e relevância da
escrita
As crianças contemporâneas estão expostas a inúmeros textos e imagens, e muitos
deles, como os desenhos animados e os filmes, estão associados à música, ao
movimento, a falas, a sequências narrativas, aos enredos. A complexidade é
grande, e as crianças respondem à sua maneira a tudo de que participam. Essa
participação ativa e criativa favorece sucessivas tentativas de ensaio e erro, ações e
apropriações diversas, análises e deduções, levantamento de hipóteses, e tudo isso
amplia a formação de conceitos e as experiências como universo simbólico.(p.22)
O leitor iniciante vai se formando na diversidade de formas de ler, intenções e
usos dos textos e seus suportes, observando e participando de situações
diversas de leitura.
20. • A criança acostumada a narrar, a dramatizar, a desenhar, a ilustrar a vida
usando diferentes recursos e materiais pode se arriscar a escrever
espontaneamente, descobrindo que se desenha também a fala
3. A PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS CRIANÇAS EM PRÁTICAS DE LEITURA: LER COM E PARA ELAS
4. Manusear e refletir sobre textos e palavras escritos em suportes variados (jornais,
livros, revistas, correspondências)
5. Observarem experiências práticas de leitura e escrita: ver alguém escrever uma
lista de compras, ler jornal, deixar um bilhete fixado, procurar uma anotação, etc.
Situações de leitura de revistas, jornais e outros materiais , enquanto experiências sociais
legitimas são integrantes do currículo. Essas situações geram a produção de diversos gêneros
discursivos: perguntas-respostas, relatos, solicitações, histórias, etc.
21. É necessário planejar atividades diversas que:
• as conversas envolvam gêneros diversos para que elas ampliem suas possibilidades de viver
e de falar sobre a vida;
• Envolvam leitura de textos escritos de diferentes gêneros: fábulas, histórias, piadas,
adivinhações, bilhetes, instruções, etc.
• Produzir textos de diferentes genêros com as crianças ditando para a professora.
Ora atrás das palavras, ora à frente delas, as crianças vão acompanhando a leitura pela voz,
geralmente, de um adulto. Vão seguindo o texto guiadas pelos olhares, gestos, entonações
e pausas do leitor intérprete. E é essa leitura de ouvido, a partir da performance do outro
que empresta sua voz ao texto, que possibilita às crianças pequenas entrarem no texto
escrito. Entretanto, entrar é mais que acompanhar, é compreender, pensar, imaginar e até
mesmo ser capturado pelo texto. A atividade do leitor ouvinte é intensa, seja diante do
texto ficcional, seja do não ficcional.
As especificidades da leitura do texto escrito (p. 25 e 26)
22. • Para Vygotsky, a brincadeira e o desenho são aspectos fundamentais para a apropriação da
linguagem escrita pela criança -Situação de escrita pela criança: p. 30 a 32
A linguagem do adulto é um modelo a ser imitado, e são os adultos que repetem, reformulam e
expandem o que as crianças dizem. Mas as crianças não aprendem somente escutando, elas
precisam participar de situações comunicativas significativas e ter oportunidades frequentes de
usar e produzir linguagem.
Adultos com estilos colaborativos de linguagem promovem o desenvolvimento linguístico infantil.
A responsividade verbal e emocional acompanha o estilo colaborativo - Adultos responsivos são
sensíveis às necessidades de compreensão e expressão das crianças, que prestam atenção ao que
elas dizem–ao conteúdo e à forma daquilo que dizem–e lhes respondem sintonizando a sua
expressão com a delas, falando sobre o que as crianças falam. Para que isso seja possível é
necessário que o adulto seja sensível e compartilhe o foco de atenção e de interesse da criança
23. EXPERIENCIAS DE APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA
Ouvir e apreciar textos literários;
Presenciar situações significativas de leitura e escrita;
Manusear diversos suportes textuais;
Ter acesso a bibliotecas;
Recontar, reescrever e produzir histórias;
Brincar com a sonoridade das palavras;
Ouvir e dramatizar histórias;
Participar de rodas de histórias, de conversas, de leitura, de trabalhos,
Ler, interpretar e/ou produzir diversos tipos de textos com diferentes estruturas, tramas, funções (placas, rótulos,
bilhetes, cartas; listas, notícias etc...)
Vivenciar jogos e brincadeiras que envolvam a escrita ( forca; bingo, cruzadinhas...)
Construir/criar jogos e brincadeiras;
Brincar com jogos de computador;
Ler e escrever o próprio nome e dos colegas
24. O PAPEL MEDIADOR DO/A DOCENTE:
Assume inicialmente o papel de escriba e leitor para as crianças;
Possibilita o acesso da criança as diversas funções sociais da linguagem
escrita;
Explora a sonoridade das palavras por meio de jogos e brincadeiras;
Cria oportunidades de as crianças produzirem escritas á sua maneira e
lerem , apontando o que escrevem.
Disponibiliza suportes de escrita nas brincadeiras de faz de conta em
que esses materiais se torne necessários;
Propicia atividades de produção de textos pessoal e coletiva;
Cria oportunidades para que as crianças percebam diferenças entre
linguagem oral e escrita;
Favorece o estabelecimento de uma relação prazerosa das crianças
com a linguagem escrita.