SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 45
Baixar para ler offline
Dinâmica fisiológica de herbicidas
Prof. Leonardo Bianco de Carvalho
leonardo.carvalho@unesp.br
www.fcav.unesp.br/lbcarvalho
Disciplina: Controle Químico de Plantas Daninhas
Cronograma da Aula
• Contextualização
• Absorção e translocação de herbicidas
• Fatores que afetam
• Metabolização de herbicidas
Dinâmica Fisiológica
• Depende do local de aplicação e absorção:
- Solo
- Folhas
- Tronco/caule
Absorção
• Conceitos:
# Penetração = entrada do herbicida na planta
em espaços extracelulares, sem atravessar a
plasmalema da primeira camada de células da
epiderme
# Absorção = entrada do herbicida na planta
atravessando a plasmalema da primeira camada
de células da epiderme
Absorção do Solo
• Raízes
• Outros órgãos subterrâneos (tubérculos, bulbos
e rizomas)
• Radícula e/ou caulículo durante a emergência
Absorção radicular
Difusão ou Fluxo de massa
Modificado de Aldrich (1984)
Absorção radicular
Modificado de Aldrich (1984) e Oliveira Jr & Baccarin (2011)
Absorção por órgãos subterrâneos
www.mtagricola.com.br
tubérculo
rizoma
bulbo
Absorção durante a emergência
www.dc300.4shared.com
- Sementes em germinação
- Pequenas plântulas
- Cutícula pouco desenvolvida
- Não há estrias de Caspary
Emergência hipógea (gramíneas)
Absorção Foliar
• Cutícula
• Estômatos
Absorção através da cutícula
Modificado de Klingman & Ashton (1982)
Absorção pelos estômatos
Adaptado de Harr et al. (1991)
100 mm
Pouco importante
Absorção pelo Caule/Tronco
• Penetração direta através da casca
• Lenticelas
Oliveira Jr et al. (2011)
Aplicação na casca
Injeção no caule
Aplicação no toco
Entrada na Célula
• O processo de absorção termina quando o
herbicida atravessa a plasmalema no sentido
do interior celular (citoplasma, organelas e
núcleo)
• Basicamente é um processo de difusão passiva
(para muitos herbicidas), mas é influenciado
por propriedades do herbicida
• Importância da plasmalema (permeabilidade
seletiva e absorção ativa)
Transporte através da Plasmalema
Adaptado de
Taiz & Zeiger (2006)
Transporte passivo
Transporte
ativo
Propriedades dos Herbicidas que Influenciam
no Transporte através da Plasmalema
• Lipofilicidade (log Kow)
• Solubilidade em água (S)
• Caráter químico (ácido, básico ou não-iônico)
• Dissociação (pKa)
Mobilidade através da Plasmalema
Herbicidas não iônizáveis ou na forma não-iônica
Bromilow et al. (1990)
Fatores que afetam a Absorção
Planta
(fisiologia)
Ambiente
(solo e clima)
Herbicidas
(propriedades)
Tecnologia
de
Aplicação
Fatores que afetam a eficiência/absorção
• Herbicidas aplicados no solo:
- Solo (tipo, umidade, pH)
- Clima (temperatura, UR)
- Herbicida (pKa, Koc, PV, S)
- Planta (idade, estádio de crescimento,
ecofisiologia, metabolismo etc.)
Fatores que afetam a eficiência/absorção
• Herbicidas aplicados nas folhas (além dos
anteriores):
- Interceptação (orientação das folhas, efeito
guarda-chuva)
- Retenção (cerosidade, pilosidade, intervalo
de chuvas)
- Concentração da gota (gotas menores e
baixos volumes > absorção)
- Ambiente (orvalho, umidade do solo e do ar,
temperatura e luminosidade)
- Adjuvantes (organosilicones)
Translocação
• Conceitos:
- Apoplástica (xilema)
- Simplástica (floema)
- Apossimplástica (xilema e floema)
Translocação pelo xilema
Roman et al. (2007)
Translocação pelo xilema
Accbarros60.wordpress.com
Translocação pelo floema
Roman et al. (2007)
Translocação pelo floema
Taiz & Zeiger (2006)
Translocação
• Em geral:
- Aplicação no solo = xilema
- Aplicação nas folhas = floema
No entanto, há herbicidas capazes de se
translocar no xilema e no floema devido a
determinadas propriedades (Kow e pKa)
Fatores que afetam a Translocação
Planta
(fisiologia)
Ambiente
(solo e clima)
Herbicidas
(propriedades)
Tecnologia
de
Aplicação
Fatores que afetam a translocação
• Herbicida (pKa, Kow, S)
• Planta (idade, estádio de crescimento,
ecofisiologia, metabolismo etc.)
• Clima (temperatura, UR)
• Solo (tipo, umidade, pH)
• Tecnologia de aplicação (adjuvantes,
formulações)
Mobilidade através da Plasmalema
Bromilow et al. (1990)
Herbicidas não iônizáveis e na forma não-iônica
Mobilidade na planta
Adaptado de Bromilow et al. (1990)
pKa
log Kow
Herbicidas não-iônicos e ácidos fracos
Metabolização de herbicidas
• Envolve processos de detoxificação e ativação
de herbicidas pelas plantas:
- Detoxificação = degradação/inativação do
herbicida formulado a compostos menos tóxicos
ou atóxicos para a planta (seletividade)
- Ativação = degradação parcial de um produto
formulado como herbicida, mas sem
propriedade herbicida, a um composto tóxico
para a planta (“seletividade inversa”)
Metabolização de herbicidas
• Diversas reações químicas
- oxidação ou redução
- hidrólise
- hidroxilação
- descarboxilação, desalquilação, desalogenação,
desulfonação, desaminação
- rompimento do anel aromático
- conjugação
Hidrólise
Material didático UFSM
cyanazine
propanil
Hidroxilação
Material didático UFSM
Conjugação
Material didático UFSM e www.passel.unl.edu
atrazine
GST = enzima glutationa S-transferase
Oxidação
www.passel.unl.edu
Cyt P450 mfo = enzima cytocromo p450 monooxigenases
Enzimas de Detoxificação
• cytP450m (citocromo-P450-mooxigenases)
• SOD (superóxido dismutase)
• GST (glutationa-S-transferase)
• GT (glicosil transferases)
• MT (malonil transferases)
• Outras esterases e amilases
Fases da Detoxificação
FASE I – DESESTRUTURAÇÃO DA MOLÉCULA FASE II – CONJUGAÇÃO DOS METABÓLITOS
FASE III – COMPARTIMENTALIZAÇÃO
FASE IV – DEGRADAÇÃO DOS CONJUGADOS
- Alteração na estrutura química
- Oxidação, redução e/ou hidrólise
- Enzimas cytP450m ou SOD
- Produção de sítios ativos (nem sempre
degrada a compostos menos tóxicos)
- Ligação com metabólitos da planta
(glicose, malonato ou glutationa
- GT, MT e GST
- Produtos menos tóxicos
- Sequestro no vacúolo mediado por
proteínas na plasmalema ou tonoplasto
- Quebra dos metabólitos no vacúolo
- Enzimas Cpase (carboxipeptidase) e
g-Gtase (g-glutamil transpeptidase)
Metabolização e seletividade
Cultura Herbicida Reação química
trigo metsulfuron-methyl hidroxilação do anel benzênico e
híbridos de milho nicosulfuron conjugação com glicose
soja chlorimuron-ethyl conjugação com homoglutationa (75%)
deesterificação - ácido inativo (25%)
milho triazinas conjugação
sorgo
trigo diclofop-methyl aril-hidroxilação
várias culturas Inibidores ALS hidroxilação do anel aromático,
hidroxilação alifática, desalquilação,
deesterificação e conjugação
Adaptado de Vidal & Meroto Jr (2001) e Oliveira Jr et al. (2011)
Imazethapyr em soja e milho
Material didático UFSM
Hidroxilação do grupo
alquil
Conjugação com glicose
Metabolização e ativação
• 2,4-DB ~ beta-oxidação a 2,4-D (caruru)
• Herbicidas FOPs são formulados como pró-
herbicidas (diclofop e fenoxaprop)
• Alguns inibidores de ALS
• Isoxaflutole (inibidor de HPPD)
Bibliografia
• Carvalho LB. 2013. Herbicidas
• Monaco TJ. 2002. Weed Science: principles
and practices
• Silva AA, Silva JF. 2007. Tópicos em manejo de
planta daninhas
• Vidal RA, Merotto Jr. A. 2001. Herbicidologia
• Zimdahl RL. 2013. Fundamentals of Weed
Science
Leonardo Bianco de Carvalho
leonardo.carvalho@unesp.br
www.fcav.unesp.br/lbcarvalho

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a aula dinamica_fisiologica.pdf

Decomposição biológica (plátano e carvalho)
Decomposição biológica (plátano e carvalho)Decomposição biológica (plátano e carvalho)
Decomposição biológica (plátano e carvalho)
Luís Filipe Marinho
 
Aula 05 ciclos biogeoquimicos
Aula 05  ciclos biogeoquimicosAula 05  ciclos biogeoquimicos
Aula 05 ciclos biogeoquimicos
mikerondon
 
Misc soil attributes as quality indicators
Misc soil attributes as quality indicatorsMisc soil attributes as quality indicators
Misc soil attributes as quality indicators
Rhuanito1
 
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_20123 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
Ionara Urrutia Moura
 
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_20123 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
Ionara Urrutia Moura
 
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
selma do nascimento silva
 

Semelhante a aula dinamica_fisiologica.pdf (20)

Decomposição biológica (plátano e carvalho)
Decomposição biológica (plátano e carvalho)Decomposição biológica (plátano e carvalho)
Decomposição biológica (plátano e carvalho)
 
Farmacocinética básica
Farmacocinética básicaFarmacocinética básica
Farmacocinética básica
 
Riscos Geológicos de áreas degradadas - Geologia
Riscos Geológicos de áreas degradadas - GeologiaRiscos Geológicos de áreas degradadas - Geologia
Riscos Geológicos de áreas degradadas - Geologia
 
Aula 05 ciclos biogeoquimicos
Aula 05  ciclos biogeoquimicosAula 05  ciclos biogeoquimicos
Aula 05 ciclos biogeoquimicos
 
Cinética de absorção farmacologia
Cinética de absorção farmacologiaCinética de absorção farmacologia
Cinética de absorção farmacologia
 
Ambiente das plantas
Ambiente das plantasAmbiente das plantas
Ambiente das plantas
 
Misc soil attributes as quality indicators
Misc soil attributes as quality indicatorsMisc soil attributes as quality indicators
Misc soil attributes as quality indicators
 
tratamento chorume
tratamento chorumetratamento chorume
tratamento chorume
 
Uso de Bioindicadores de Qualidade Ambiental
Uso de Bioindicadores de Qualidade AmbientalUso de Bioindicadores de Qualidade Ambiental
Uso de Bioindicadores de Qualidade Ambiental
 
Fisiologia dos Estômatos
Fisiologia dos EstômatosFisiologia dos Estômatos
Fisiologia dos Estômatos
 
Fotossíntese
FotossínteseFotossíntese
Fotossíntese
 
Microbiologia aplicada aula10 água
Microbiologia aplicada aula10 águaMicrobiologia aplicada aula10 água
Microbiologia aplicada aula10 água
 
Taxonomia, sistemática e principais grupos de algas e vegetais
Taxonomia, sistemática e principais grupos de algas e vegetaisTaxonomia, sistemática e principais grupos de algas e vegetais
Taxonomia, sistemática e principais grupos de algas e vegetais
 
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_20123 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
 
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_20123 s sucessão ecológica__21_11_2012
3 s sucessão ecológica__21_11_2012
 
Apres a1 abes-es
Apres a1  abes-esApres a1  abes-es
Apres a1 abes-es
 
1 basica1
1 basica11 basica1
1 basica1
 
Microbiologia Geral - Caracterização da Estrutura e Função Celular dos Micror...
Microbiologia Geral - Caracterização da Estrutura e Função Celular dos Micror...Microbiologia Geral - Caracterização da Estrutura e Função Celular dos Micror...
Microbiologia Geral - Caracterização da Estrutura e Função Celular dos Micror...
 
Reino Plantae - Briófitas e Pteridófitas
Reino Plantae - Briófitas e PteridófitasReino Plantae - Briófitas e Pteridófitas
Reino Plantae - Briófitas e Pteridófitas
 
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
7 bioquímica-metabolismo dos nutrientes e de xenobióticos-selma
 

Mais de GilsonRibeiroNachtig

aula inteferencia. de plantas daninhaspdf
aula inteferencia. de plantas daninhaspdfaula inteferencia. de plantas daninhaspdf
aula inteferencia. de plantas daninhaspdf
GilsonRibeiroNachtig
 
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhasManejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
GilsonRibeiroNachtig
 
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdfplantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
GilsonRibeiroNachtig
 
Aula agrotóxicos , noções básicas sobre pesticidas
Aula  agrotóxicos , noções básicas sobre  pesticidasAula  agrotóxicos , noções básicas sobre  pesticidas
Aula agrotóxicos , noções básicas sobre pesticidas
GilsonRibeiroNachtig
 
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.pptaula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
GilsonRibeiroNachtig
 
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdfaulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
GilsonRibeiroNachtig
 
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas pdf (1).pdf
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas  pdf (1).pdfAula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas  pdf (1).pdf
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas pdf (1).pdf
GilsonRibeiroNachtig
 
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdfAPRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
GilsonRibeiroNachtig
 

Mais de GilsonRibeiroNachtig (20)

aula inteferencia. de plantas daninhaspdf
aula inteferencia. de plantas daninhaspdfaula inteferencia. de plantas daninhaspdf
aula inteferencia. de plantas daninhaspdf
 
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhasManejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
Manejo-integrado-de-Malezas, como manejar plantas daninhas
 
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdfplantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
plantas daninhas, manejo e métodos de controlepdf
 
Aula agrotóxicos , noções básicas sobre pesticidas
Aula  agrotóxicos , noções básicas sobre  pesticidasAula  agrotóxicos , noções básicas sobre  pesticidas
Aula agrotóxicos , noções básicas sobre pesticidas
 
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.pptaula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
aula Implantação Pomar. como implantar um pomar de frutíferas2021.ppt
 
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdfaulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
aulapropagacao de plantas frutíferas.pdf
 
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas pdf (1).pdf
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas  pdf (1).pdfAula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas  pdf (1).pdf
Aula 01 - Importancia e biologia de plantas daninhas pdf (1).pdf
 
Plantas daninhas importantes e seu controle
Plantas daninhas importantes e seu controlePlantas daninhas importantes e seu controle
Plantas daninhas importantes e seu controle
 
Aula pratica - semana 2 Sistematica dico 2018.pdf
Aula pratica - semana 2 Sistematica dico 2018.pdfAula pratica - semana 2 Sistematica dico 2018.pdf
Aula pratica - semana 2 Sistematica dico 2018.pdf
 
Aula Nativas do Brasil frutas naturais do pais
Aula Nativas do Brasil frutas naturais do paisAula Nativas do Brasil frutas naturais do pais
Aula Nativas do Brasil frutas naturais do pais
 
apresentaÇÃO FRUTAS DO PARANÁ, dados do estado
apresentaÇÃO FRUTAS DO PARANÁ, dados do estadoapresentaÇÃO FRUTAS DO PARANÁ, dados do estado
apresentaÇÃO FRUTAS DO PARANÁ, dados do estado
 
Manejo-integrado-de-plantas (1).pdf
Manejo-integrado-de-plantas (1).pdfManejo-integrado-de-plantas (1).pdf
Manejo-integrado-de-plantas (1).pdf
 
Fisiologia-Do-Estresse-Cleice-Fatima.pptx
Fisiologia-Do-Estresse-Cleice-Fatima.pptxFisiologia-Do-Estresse-Cleice-Fatima.pptx
Fisiologia-Do-Estresse-Cleice-Fatima.pptx
 
7 MOVIMENTOS VEGETAIS.pdf
7 MOVIMENTOS VEGETAIS.pdf7 MOVIMENTOS VEGETAIS.pdf
7 MOVIMENTOS VEGETAIS.pdf
 
Aula 04 - USO DE HERBICIDAS.pdf
Aula 04 - USO DE HERBICIDAS.pdfAula 04 - USO DE HERBICIDAS.pdf
Aula 04 - USO DE HERBICIDAS.pdf
 
AulaHerbárioDaninhas.ppt
AulaHerbárioDaninhas.pptAulaHerbárioDaninhas.ppt
AulaHerbárioDaninhas.ppt
 
aula-18-5-dsv.pdf
aula-18-5-dsv.pdfaula-18-5-dsv.pdf
aula-18-5-dsv.pdf
 
Slides Aula 11 frutificação.pdf
Slides Aula 11 frutificação.pdfSlides Aula 11 frutificação.pdf
Slides Aula 11 frutificação.pdf
 
Aula maturação e germinação.pdf
Aula maturação e germinação.pdfAula maturação e germinação.pdf
Aula maturação e germinação.pdf
 
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdfAPRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
APRESENTAÇÃO FINAL DO 1º Curso Morangueiro on line da EEITU 28-04-20 pdf.pdf
 

Último

FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF LazzeriniFATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
fabiolazzerini1
 
Biotecnologias e manejos de cultivares .
Biotecnologias e manejos de cultivares .Biotecnologias e manejos de cultivares .
Biotecnologias e manejos de cultivares .
Geagra UFG
 
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdfCOMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
Faga1939
 

Último (7)

Apresentacao-Novo-Marco-do-Saneamento.pdf
Apresentacao-Novo-Marco-do-Saneamento.pdfApresentacao-Novo-Marco-do-Saneamento.pdf
Apresentacao-Novo-Marco-do-Saneamento.pdf
 
FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF LazzeriniFATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
 
608802261-Europa-Asia-Oceania-dominios-morfoclimaticos.pptx
608802261-Europa-Asia-Oceania-dominios-morfoclimaticos.pptx608802261-Europa-Asia-Oceania-dominios-morfoclimaticos.pptx
608802261-Europa-Asia-Oceania-dominios-morfoclimaticos.pptx
 
Biotecnologias e manejos de cultivares .
Biotecnologias e manejos de cultivares .Biotecnologias e manejos de cultivares .
Biotecnologias e manejos de cultivares .
 
PUBERDADE E TIPOS DE REPRODUÇÃO EM CÃES.
PUBERDADE E TIPOS DE REPRODUÇÃO EM CÃES.PUBERDADE E TIPOS DE REPRODUÇÃO EM CÃES.
PUBERDADE E TIPOS DE REPRODUÇÃO EM CÃES.
 
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdfCOMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
COMO PLANEJAR AS CIDADES PARA ENFRENTAR EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.pdf
 
70mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm7367.pptx
70mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm7367.pptx70mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm7367.pptx
70mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm7367.pptx
 

aula dinamica_fisiologica.pdf

  • 1. Dinâmica fisiológica de herbicidas Prof. Leonardo Bianco de Carvalho leonardo.carvalho@unesp.br www.fcav.unesp.br/lbcarvalho Disciplina: Controle Químico de Plantas Daninhas
  • 2. Cronograma da Aula • Contextualização • Absorção e translocação de herbicidas • Fatores que afetam • Metabolização de herbicidas
  • 3.
  • 4. Dinâmica Fisiológica • Depende do local de aplicação e absorção: - Solo - Folhas - Tronco/caule
  • 5. Absorção • Conceitos: # Penetração = entrada do herbicida na planta em espaços extracelulares, sem atravessar a plasmalema da primeira camada de células da epiderme # Absorção = entrada do herbicida na planta atravessando a plasmalema da primeira camada de células da epiderme
  • 6. Absorção do Solo • Raízes • Outros órgãos subterrâneos (tubérculos, bulbos e rizomas) • Radícula e/ou caulículo durante a emergência
  • 7. Absorção radicular Difusão ou Fluxo de massa Modificado de Aldrich (1984)
  • 8. Absorção radicular Modificado de Aldrich (1984) e Oliveira Jr & Baccarin (2011)
  • 9. Absorção por órgãos subterrâneos www.mtagricola.com.br tubérculo rizoma bulbo
  • 10. Absorção durante a emergência www.dc300.4shared.com - Sementes em germinação - Pequenas plântulas - Cutícula pouco desenvolvida - Não há estrias de Caspary Emergência hipógea (gramíneas)
  • 12. Absorção através da cutícula Modificado de Klingman & Ashton (1982)
  • 13. Absorção pelos estômatos Adaptado de Harr et al. (1991) 100 mm Pouco importante
  • 14. Absorção pelo Caule/Tronco • Penetração direta através da casca • Lenticelas
  • 15. Oliveira Jr et al. (2011) Aplicação na casca Injeção no caule Aplicação no toco
  • 16. Entrada na Célula • O processo de absorção termina quando o herbicida atravessa a plasmalema no sentido do interior celular (citoplasma, organelas e núcleo) • Basicamente é um processo de difusão passiva (para muitos herbicidas), mas é influenciado por propriedades do herbicida • Importância da plasmalema (permeabilidade seletiva e absorção ativa)
  • 17. Transporte através da Plasmalema Adaptado de Taiz & Zeiger (2006) Transporte passivo Transporte ativo
  • 18. Propriedades dos Herbicidas que Influenciam no Transporte através da Plasmalema • Lipofilicidade (log Kow) • Solubilidade em água (S) • Caráter químico (ácido, básico ou não-iônico) • Dissociação (pKa)
  • 19. Mobilidade através da Plasmalema Herbicidas não iônizáveis ou na forma não-iônica Bromilow et al. (1990)
  • 20. Fatores que afetam a Absorção Planta (fisiologia) Ambiente (solo e clima) Herbicidas (propriedades) Tecnologia de Aplicação
  • 21. Fatores que afetam a eficiência/absorção • Herbicidas aplicados no solo: - Solo (tipo, umidade, pH) - Clima (temperatura, UR) - Herbicida (pKa, Koc, PV, S) - Planta (idade, estádio de crescimento, ecofisiologia, metabolismo etc.)
  • 22. Fatores que afetam a eficiência/absorção • Herbicidas aplicados nas folhas (além dos anteriores): - Interceptação (orientação das folhas, efeito guarda-chuva) - Retenção (cerosidade, pilosidade, intervalo de chuvas) - Concentração da gota (gotas menores e baixos volumes > absorção) - Ambiente (orvalho, umidade do solo e do ar, temperatura e luminosidade) - Adjuvantes (organosilicones)
  • 23. Translocação • Conceitos: - Apoplástica (xilema) - Simplástica (floema) - Apossimplástica (xilema e floema)
  • 28. Translocação • Em geral: - Aplicação no solo = xilema - Aplicação nas folhas = floema No entanto, há herbicidas capazes de se translocar no xilema e no floema devido a determinadas propriedades (Kow e pKa)
  • 29. Fatores que afetam a Translocação Planta (fisiologia) Ambiente (solo e clima) Herbicidas (propriedades) Tecnologia de Aplicação
  • 30. Fatores que afetam a translocação • Herbicida (pKa, Kow, S) • Planta (idade, estádio de crescimento, ecofisiologia, metabolismo etc.) • Clima (temperatura, UR) • Solo (tipo, umidade, pH) • Tecnologia de aplicação (adjuvantes, formulações)
  • 31. Mobilidade através da Plasmalema Bromilow et al. (1990) Herbicidas não iônizáveis e na forma não-iônica
  • 32. Mobilidade na planta Adaptado de Bromilow et al. (1990) pKa log Kow Herbicidas não-iônicos e ácidos fracos
  • 33. Metabolização de herbicidas • Envolve processos de detoxificação e ativação de herbicidas pelas plantas: - Detoxificação = degradação/inativação do herbicida formulado a compostos menos tóxicos ou atóxicos para a planta (seletividade) - Ativação = degradação parcial de um produto formulado como herbicida, mas sem propriedade herbicida, a um composto tóxico para a planta (“seletividade inversa”)
  • 34. Metabolização de herbicidas • Diversas reações químicas - oxidação ou redução - hidrólise - hidroxilação - descarboxilação, desalquilação, desalogenação, desulfonação, desaminação - rompimento do anel aromático - conjugação
  • 37. Conjugação Material didático UFSM e www.passel.unl.edu atrazine GST = enzima glutationa S-transferase
  • 38. Oxidação www.passel.unl.edu Cyt P450 mfo = enzima cytocromo p450 monooxigenases
  • 39. Enzimas de Detoxificação • cytP450m (citocromo-P450-mooxigenases) • SOD (superóxido dismutase) • GST (glutationa-S-transferase) • GT (glicosil transferases) • MT (malonil transferases) • Outras esterases e amilases
  • 40. Fases da Detoxificação FASE I – DESESTRUTURAÇÃO DA MOLÉCULA FASE II – CONJUGAÇÃO DOS METABÓLITOS FASE III – COMPARTIMENTALIZAÇÃO FASE IV – DEGRADAÇÃO DOS CONJUGADOS - Alteração na estrutura química - Oxidação, redução e/ou hidrólise - Enzimas cytP450m ou SOD - Produção de sítios ativos (nem sempre degrada a compostos menos tóxicos) - Ligação com metabólitos da planta (glicose, malonato ou glutationa - GT, MT e GST - Produtos menos tóxicos - Sequestro no vacúolo mediado por proteínas na plasmalema ou tonoplasto - Quebra dos metabólitos no vacúolo - Enzimas Cpase (carboxipeptidase) e g-Gtase (g-glutamil transpeptidase)
  • 41. Metabolização e seletividade Cultura Herbicida Reação química trigo metsulfuron-methyl hidroxilação do anel benzênico e híbridos de milho nicosulfuron conjugação com glicose soja chlorimuron-ethyl conjugação com homoglutationa (75%) deesterificação - ácido inativo (25%) milho triazinas conjugação sorgo trigo diclofop-methyl aril-hidroxilação várias culturas Inibidores ALS hidroxilação do anel aromático, hidroxilação alifática, desalquilação, deesterificação e conjugação Adaptado de Vidal & Meroto Jr (2001) e Oliveira Jr et al. (2011)
  • 42. Imazethapyr em soja e milho Material didático UFSM Hidroxilação do grupo alquil Conjugação com glicose
  • 43. Metabolização e ativação • 2,4-DB ~ beta-oxidação a 2,4-D (caruru) • Herbicidas FOPs são formulados como pró- herbicidas (diclofop e fenoxaprop) • Alguns inibidores de ALS • Isoxaflutole (inibidor de HPPD)
  • 44. Bibliografia • Carvalho LB. 2013. Herbicidas • Monaco TJ. 2002. Weed Science: principles and practices • Silva AA, Silva JF. 2007. Tópicos em manejo de planta daninhas • Vidal RA, Merotto Jr. A. 2001. Herbicidologia • Zimdahl RL. 2013. Fundamentals of Weed Science
  • 45. Leonardo Bianco de Carvalho leonardo.carvalho@unesp.br www.fcav.unesp.br/lbcarvalho