6. OBJETIVOS E METODOLOGIA
Objetivo geral:
Analisar o conceito de uberização, discorrendo sobre como ele é estruturado, e a sua conexão e impacto nas
relações de trabalho.
Objetivo específico:
Indicar as principais modificações que a uberização trouxe que afetam diretamente as relações trabalhistas.
Para nossa pesquisa utilizamos a pesquisa bibliográfica por meio de revisão de revisão de literatura
narrativa.
8. Utilizamos como base a definição de Abílio (2019), que diz que a
Uberização pode ser considerada como “uma nova forma de gestão e
organização, focada num novo formato da utilização da força de
trabalho”. (ABÍLIO, 2017 e 2018)
A CONSTRUÇÃO DA UBERIZAÇÃO
9. É importante salientar que a Uberização não é um processo novo – segundo
(Abilio,2019) ela é resultado de processos globais, em curso há décadas, que
envolvem transformações no controle, gerenciamento e organização do trabalho,
tendo como base ideais neoliberais sobre o mercado.
Tais ideias neoliberais, segundo Chesnais (1996) são resultados de dois movimentos
interligados mas distintos: o primeiro é a mais longa fase existente de acumulação
de capital, e o segundo diz respeito às politicas de liberalização.
A CONSTRUÇÃO DA UBERIZAÇÃO
10. Então, com os ideais neoliberais, (Antunes,2020) analisa que a Uberização ocorre
com todo um segmento de mercado, centrado no uso de tecnologias de informação
e a flexibilização de leis trabalhistas.
Dessa forma, esse modelo de gestão não se limita à empresa Uber, sendo uma nova
forma de se enxergar a gestão. segundo (Antunes,2020) essa nova forma de gestão
se concretiza por meio de plataformas digitais.
A CONSTRUÇÃO DA UBERIZAÇÃO
11. Tais plataformas criam uma nova dinâmica nas relações interpessoais que,
Segundo (Couldry e Hepp, 2007; apud Grohmann, 2020, p.109) chamam de
dataficação da sociedade, envolvendo a crescente centralidade do uso de dados
na vida cotidiana e sendo, ao mesmo tempo, um novo modo de inteiração
midiatizada entre a sociedade e empresas.
A CONSTRUÇÃO DA UBERIZAÇÃO
12. Então, com as plataformas digitais e a coleta de dados, associadas ao mercado
financeiro, cria-se um cenário aonde é possível coletar dados de pessoas em escala
global através da dataficação da sociedade.
Assim, surgem as chamadas empresas-aplicativo, termo criado por (Abilio, 2017) que
são empresas coordenados por aplicativos, esses que funcionam com as plataformas
digitais, utilizando as mesmas para coleta de dados em escalas inimagináveis.
A CONSTRUÇÃO DA UBERIZAÇÃO
13. Desta maneira, a Uberização também se refere aos meios técnico-políticos para a
consolidação do trabalhador just-in-time, que segundo Abílio (2017) podemos definir
como gerenciamento algorítmico do trabalho, aonde o trabalhador fica à demanda da
empresa, porém só é utilizados quando necessário.
Assim, o processo de Uberização conta com meios técnicos-políticos, que aparecem
como neutros, mas são politicamente determinados e possibilitam o gerenciamento
racionalizado de uma multidão de trabalhadores através de plataformas digitais.
MAS, COMO A UBERIZAÇÃO IMPACTA O
TRABALHADOR?
14. Dessa forma, segundo Abilio (2019) a Uberização cria um novo processo, o qual
dispersa o trabalho, mas ao mesmo tempo mantém controle dele. Dessa forma, o
trabalhador passa a ser um auto gerente subordinado, que não é mais contratado,
mas pode se aderir à empresa.
O mundo todo esta cada vez mais ligado e também conectado a Uberização , as
pessoas estão cada vez mais pedindo serviços e também produtos.
MAS, COMO A UBERIZAÇÃO IMPACTA O
TRABALHADOR?
15. As plataformas digitais oferecem uma infinidade de serviços e, para prestá-los, o
interessado não passa mais obrigatoriamente por entrevista de emprego, não tem sua
carteira de trabalho assinada e, muitas vezes, sequer mantém alguma relação com superior
hierárquico. Trata-se basicamente de um contrato de adesão, no qual basta o preenchimento
dos requisitos estabelecidos pela empresa para se tornar “parceiro”.
Em reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, publicada no último dia 28 de abril,
afirma-se que quase quatro milhões de brasileiros utilizam plataformas como Uber e Ifood
como fontes de renda, o que representa significativa alteração nas relações de trabalho.
Caso esses “empregados” trabalhassem para uma única empresa, sua folha de pagamento
equivaleria a 35 vezes à dos Correios, maior empresa estatal brasileira.
MAS, COMO A UBERIZAÇÃO IMPACTA O
TRABALHADOR?
16. Segundo o doutorando da Universidade Federal do UFABC ( Guilherme Nunes
Pires ), Karl Marx já havia antecipado essa tendência da economia capitalista e
traçou as principais consequências da Uberização do trabalho:
● Remuneração Baixa;
● Intensificação do trabalho;
● Ausência dos direitos laborais;
● Ausência dos planos de saúde.
Carta Capital de Marx
17.
18.
19. São coletadas as informações de movimento e tempo dos trabalhadores gerando
registros detalhados pelos algoritmos, e de acordo com Uchôa-de-Oliveira (2020, p.3)
“A avaliação dos consumidores também será fonte de dados para este controle do
tempo e do movimento e, igualmente, para certificar a qualidade do serviço
realizado.”
Agora, com dados de uma multidão de pessoas conectadas em um nível global às
empresas-aplicativo, e o trabalhador just-in-time, entra-se em um novo estágio do
processo de uberização, que segundo (Abilio,2019) são catalisados pelas plataformas
digitais, e criam uma forma de dispersar o trabalho, mas ao mesmo tempo mantendo
controle dele.
IMPACTOS AO TRABALHADOR
20. E segundo Uchôa-de-Oliveira (2020, p.3):
“Como complemento ou como fonte principal de renda, as plataformas digitais
fornecem a possibilidade de dispersar o trabalho, ao mesmo tempo que mantêm o
controle sobre ele. Entre o novo e o arcaico, a uberização atualiza as formas de
controle e as desigualdades sociais. Pode ser compreendida como um “resultado”
do que se acumulou há ao menos cinco décadas: cadeias de produção fragmentadas
com massivos processos de terceirização e de subcontratações, além da progressiva
perda de direitos sociais e trabalhistas”
IMPACTOS AO TRABALHADOR
21. Assim, as empresas-aplicativo conseguem ter uma grande força de trabalho
dispersa pelo mundo e controlá-la sem ter que realizar o processo de contratação,
gerando uma profunda mudança nas relações de trabalho.
Sendo assim, se a empresa não contrata, ela não demite e se ela não demite, ela não
possui nenhuma obrigação com o trabalhador, pois ele nunca foi contratado e dessa
forma, perde-se garantias conquistadas por séculos de lutas sociais.
IMPACTOS AO TRABALHADOR
22. Logo, as plataformas de aplicativos podem desligar esses trabalhadores sem
qualquer justificativa ou aviso prévio, trazendo um medo real da perca de renda de
um dia para o outro. Além disso, outros fatores como a distribuição de entregas e
os custos operacionais não são repassados aos trabalhadores de maneira clara e
concisa o que acaba minimizando o total do valor referente ao serviço realizado.
IMPACTOS AO TRABALHADOR
23. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, foi possível analisar que a uberização vem criando um processo
na qual as relações de trabalho estão se deteriorando, em que já não existem
garantias trabalhistas, mas apenas uma prestação de serviço. É importante que não
se perca anos de lutas por direitos sociais e trabalhistas para que as empresas não se
apropriem do mais-valor do trabalhador de forma desvantajosa.
24. Referenciais bibliograficas
ABILIO, Ludmila Costhek. Uberização: Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado. Psicoperspectivas, Valparaíso, v. 18, n. 3, p. 41-
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jun. 2021.
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CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/download/8910/6406/. Acesso em: 17 jun. 2021.
GROHMANN, Rafael. Plataformização do trabalho: entre dataficação, financeirização e racionalidade neoliberal. Revista Eptic, [s. l.], v. 22, ed. 1, 6 jan.
2020. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/eptic/article/view/12188/10214. Acesso em: 16 jun. 2021.SILVEIRA, C. B. O que é a Indústria 4.0 e
como ela vai impactar o mundo. Citisystems. 2017. Disponível em:< https://www.citisystems.com.br/industria-4-0/>. Acesso em: 10 jun. 2021.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum: notas sobre o método comunicacional. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. Disponível em:
https://www.skoob.com.br/livro/pdf/a-ciencia-do-comum/livro:425819/edicao:482276. Acesso em: 15 jun. 2021.
UCHÔA-DE-OLIVEIRA, Flávia Manuella. Saúde do trabalhador e o aprofundamento da uberização do trabalho em tempos de pandemia. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional [online]. 2020, v. 45 [Acessado 23 Junho 2021], e22. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/2317-6369000012520>.
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