TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
Análise das patologias em canais de saneamento de Marabá
1. FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
MEMORIAL DESCRITIVO
PRÁTICA SUPERVISIONADA INTEGRADA
PATOLOGIAS EM OBRAS DE SANEAMENTO BÁSICO
ANÁLISE DAS GROTAS DO AEROPORTO E CRIMINOSA
Anderson de Carvalho Silva
Clarindo Rodrigues da Silva Jr
Leticia Nunes Carvalho
Vagner dos Santos Santana
Paulo Guilherme Santos
TURMA: ENC 71
MARABÁ
3. 1 - RESUMO
Com base nos estudos sobre o artigo “Patologias em estruturas hidráulicas de
macrodrenagem revestidas em concreto”, observa-se que a pesquisa de campo
realizada pelos engenheiros Valquíria Silvia, Hersília de Andrade e Adriano de
Paula, na cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais, apresenta características
de patologias similares as que ocorrem em algumas galerias revestidas em
concreto, que foram construídas no espaço urbano da cidade de Marabá, no
Pará.
Assim como, Belo Horizonte que está localizado próximo a dois ribeirões, o
Arruda e o Onça. A cidade de Marabá foi construída entre dois rios, Tocantins e
Itacaíunas que são responsáveis pelo abastecimento de água da cidade. E se
tratando de uma cidade no interior do Pará, com aproximadamente 233 mil
habitantes, existem problemas com infraestrutura e falta de saneamento básico.
O presente artigo (2009), cita os seguintes exemplos de patologias encontradas
nas galerias de Belo Horizonte, “ocorrência de eflorescência, fissuras,
armaduras expostas pela ação química, desgaste do concreto por abrasão,
bolor, perda de parte de seção, desagregação de concreto, infiltração”. A maioria
das patologias citadas foram identificadas em algumas galerias, localizadas na
cidade de Marabá. As galerias que apresentaram essas patologias são
comumente chamadas de “Grota do Aeroporto” e “Grota Criminosa”, estes
córregos percorrem os principais bairros da cidade. Trata-se de canais aberto
que recebem as águas pluviais, e de esgotos.
Com base nas análises feitas a partir da pesquisa de campo, foram levantadas
informações através de observações “in loco” e fotografias, que comprovam a
presença das patologias citadas, e destacam a necessidade de manutenção
periódica, para a conservação destes canais e a importância de um tratamento
de esgoto adequado.
Palavras-chave: patologias, concreto, canais, galerias.
4. 2 - INTRODUÇÃO
Considerada como uma das maiores cidades do estado do Pará, Marabá,
se desenvolveu econômica e socialmente através dos investimentos nos pólos
siderúrgicos da região. Com os investimentos econômicos, houve
consequentemente o crescimento populacional, que gerou a necessidade de
mudanças na sua infraestrutura urbana, a partir de construções de estradas,
pontes, viadutos, canalização de córregos, entre outras.
O Município de Marabá apresenta uma área territorial de
aproximadamente, 15.128,41 km2, e tem como referência, o ponto de encontro
entre dois grandes rios, Tocantins e Itacaiúnas, formando uma espécie de "y" no
centro da cidade, vista de cima. Estes dois rios são responsáveis pelo
abastecimento e drenagem da cidade.
Geralmente no período das chuvas, alguns bairros nas áreas baixas ficam
inundados. Para solucionar os problemas das enchentes e o escoamento das
águas pluviais e esgotos, devido à falta de saneamento básico, os canais foram
retificados e construídos estruturas de canalização em alguns trechos das grotas
“Do Aeroporto”, no Bairro Cidade Nova e a “Criminosa” no Bairro Nova Marabá.
Como se tratavam de córregos a céu aberto, e com o passar dos anos
foram circundados por diversas casas, houve a necessidade de canalizar e
revestir com concreto esses córregos para evitar a erosão das paredes dos
canais e proporcionar maior velocidade de escoamento das áreas urbanas.
Segundo o artigo sobre Patologias em estruturas hidráulicas (2009), “os
canais hidráulicos são estruturas para transporte e adução de água, bem como
para a compatibilização com outras obras de infraestrutura. Quando revestidos
ou consolidados, são construídos com materiais não erodíveis.”
A retificação dos canais e revestimento em concreto possibilita maior
velocidade no escoamento e na capacidade de vazão. Mas apresenta custos
elevados de implantação, inserção ambiental e a necessidade constante de
manutenção para a prevenção no surgimento das diversas patologias que
ocorrem com a utilização do concreto nas construções hidráulicas
O objetivo da PSI (Pratica Supervisionada Integrada) “Análise das grotas
do Aeroporto e Criminosa” é apresentar os diferentes tipos de patologias
observadas nas grotas, a partir da pesquisa de campo. Com intuito de mostrar a
necessidade da manutenção periódica dos canais revestidos em concreto, para
que as patologias encontradas não ocasionem desgastes, desmoronamentos,
obstruções, entre outros. E também, sobre a importância de um tratamento
adequado para as águas de esgotos, evitando as construções desses canais.
5. 3 - METODOLOGIAS UTILIZADAS NA REALIZAÇÃO
A metodologia consistiu na realização de vistorias em diversos pontos do
canal da Grota do Aeroporto e Grota Criminosa, e foram feitas as considerações
com relação às causas e possíveis soluções. Com as informações obtidas,
juntamente com as fotos, para embasamento do estudo das patologias
encontradas. Foram definidas as prováveis soluções para cada caso.
4 - RESULTADOS
4.1 - CANAIS ABERTOS
A) Grota do Aeroporto
Na figura 1, observa-se a presença de fissuras e armaduras expostas na
saída da galeria, o que ocorreu foi a incidência da erosão na saída dos tubos de
concreto da galeria, removendo o material do aterro ao ponto da seção entrar
em colapso causando fissuras, uma vez que, como a saída de água trazia para
o canal, tanto as águas de drenagem, como as águas servidas, também eram
trazidos sedimentos oriundos do esgoto, além de substâncias tóxicas.
Com a análise da figura 1, concluímos que ocorreu desagregação do
concreto, juntamente ao problema de durabilidade da estrutura, fissuramento da
seção gerando corrosão das armaduras. Além disso, por ser uma região próxima
à saída das águas servidas, também sofre ataque químico.
Figura 1 - Detalhe da erosão, armaduras expostas e fissuras.
6. Fonte: Grupo PSI – Enc. 71 (2014)
Figura 2 - Detalhe da erosão e desagregação do solo na saída da tubulação secundária.
Fonte: Grupo PSI – Enc. 71 (2014)
A figura 2, retrata uma travessia construída em concreto armado no
formato de calha e uma laje sobre o canal, no detalhe verificou-se a ocorrência
de erosão, trincas, bem como exposição de armaduras, o mesmo acontecendo
com a saída da tubulação secundária no lado esquerdo e ausência de
impermeabilização do canal em concreto ou outro material não erodível.
B) Grota Criminosa
No córrego analisado nota-se em alguns trechos de sua estrutura, a
utilização de placas de concreto pré-moldadas como revestimento lateral, e em
outros revestidos em concreto moldados in loco. Conforme a figura 3,
identificamos as patologias que comprovam a desagregação do concreto
causado pela erosão e ou por baixa resistência do material aplicado, e
consequentemente, a corrosão das armaduras, além de eflorescência, e
surgimento de vegetação. Tais ocorrências são influenciadas pela presença de
águas servidas (esgoto) no interior do córrego.
Conforme o artigo (2009), “as construções de concreto estão sujeitas a
esforços provenientes de condições climáticas, como as variações de
temperatura. Sendo assim, é importante deixar juntas de dilatação que propiciem
o movimento da estrutura. Tais juntas devem ser bem executadas, de forma a
não deixar vazios para entrada de água ou outras substâncias.”
7. Figura 3 – Surgimento de vegetação em junta de dilatação e descarte inadequado de esgoto.
Fonte: Grupo PSI – Enc. 71 (2014)
4.2 - GALERIAS
As galerias por serem locais fechados, a concentração de gases tóxicos
são elevadas, favorecendo o ataque ao concreto pela ação química. As
patologias encontradas possuem um grau de comprometimento da estrutura
muito maior do que aquelas encontradas nos canais abertos, comprovando a
atuação mais significativa de substâncias nocivas.
8. Figura 4 – Perda de seção e falta de tampa Figura 5 – Erosão surgimento de
de proteção. vegetação e perda de seção.
Fonte: Grupo PSI – Enc. 71 (2014) Fonte: Grupo PSI – Enc. 71 (2014)
Nas figuras 4 e 5, demonstra-se uma grande perda da área de concreto
que compromete a estabilidade da estrutura. Na figura 4, a perda da seção da
caixa coletora da galeria pela erosão onde deslocou partes da seção para o
interior da galeria obstruindo parcialmente a passagem de água e servindo como
barreira para depósitos de sedimentos. Já a figura 5, mostra a presença de
vegetação, perda de seção da lateral direita que foi deslocada para o canal, bem
como a remoção do concreto da calha da galeria. Em ambas as situações, o
grau da patologia é elevado, o que compromete significativamente o
funcionamento da estrutura e possibilita a ocorrência de acidentes.
5 - SOLUÇÕES PROPOSTAS
Serão apresentadas algumas soluções de reparo e recuperação para os
casos descritos anteriormente.
Nos canais abertos deve haver a execução de um tratamento adequado
das superfícies de concreto e aço, através da retirada do material deteriorado, a
9. partir da recuperação e reforço nas armaduras das paredes de contenção dos
canais.
Para as situações em que há armadura exposta, seja pelo desgaste por
abrasão, seja por desagregação do concreto, o tratamento do substrato é de
extrema importância. Primeiramente, realizar uma escarificação manual, a fim
de se retirar o concreto deteriorado. Em seguida, segue-se pela limpeza da
armadura, retirando-se os produtos de corrosão. Caso a armadura tenha sido
comprometida, deve-se optar pela retirada da região danificada, acrescentando-
se em torno de 20 cm para cada extremidade, substituindo-a por uma nova
armadura de mesmo diâmetro, se a mesma não estiver comprometida. Após a
limpeza do local, aplica-se uma argamassa de resistência adequada e adensável
na área afetada para o preenchimento das fissuras. Recomenda-se aplicar
inibidores de corrosão nas barras, para se evitar a continuidade ou o início do
processo de corrosão.
A vegetação presente nas juntas de dilatação deve ser removida, e
recompor as juntas, pois podem danificar partes internas, além de criar tensões
que propiciam a abertura de fissuras existentes. O material a ser colocado na
junta deve ser flexível, com características elastoméricas, a fim de não impedir
a movimentação das lajes de fundo devido à dilatação térmica.
Nos casos de eflorescências deve-se realizar a limpeza do local, por
lixamento manual ou com auxílio de produtos que facilitem sua remoção, como
o ácido muriático.
As galerias, por serem estruturas de difícil acesso, apresentam patologias
em níveis mais avançados, dessa forma, as soluções propostas envolvem
praticamente a reconstrução das áreas danificadas. Em situações de perda da
seção de concreto e de solo, optar pela complementação com alvenaria e
concreto para a recuperação e tratamento das paredes e tubos danificados.
6 - CONSIDERAÇÕES
Considerando os estudos feitos sobre o artigo “Patologias em estruturas
hidráulicas”, observamos, a partir das análises das grotas, a importância da
manutenção periódica nas estruturas de drenagem, para que as patologias
identificadas possam ser recuperadas antes de comprometerem o
funcionamento dos canais. Há a necessidade de um tratamento adequado de
10. esgoto, de forma que, as grotas não recebam águas servidas, trazendo consigo
compostos químicos que agravam o surgimento dessas anomalias.
Para o artigo (2009), “a existência de águas servidas junto às águas
pluviais é responsável pela aceleração do processo natural de desgaste dos
dispositivos construídos em concreto.”
Importante salientar, o elevado custo de reparo de patologias em estágio
avançado, e que a necessidade de manutenção e inspeção constante viabiliza o
bom uso e a vida útil do sistema de saneamento.
A cidade de Marabá está num processo constante de crescimento urbano,
com isso, necessita de projetos hidráulicos para solucionar as questões
patológicas identificadas não somente nas grotas do Aeroporto e Criminosa, mas
em todas as estruturas de saneamento básico do município.
7 - BIBLIOGRAFIA
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Manual de hidráulica. 8. ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda, 1998. 669p.
BAPTISTA, Márcio Benedito e COELHO, Márcia Maria Lara Pinto. Fundamentos
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