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Rastreamento por ECG e
EEG em trabalhadores
Eduardo Myung
Médico do Trabalho
Secretário do Núcleo Diretrizes da ANAMT
RESOLUÇÃO CFM nº 1.595/2000
RESOLUÇÃO-RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008
DECLARO QUE NÃO CONFLITO DE INTERESSES NESSA APRESENTAÇÃO
Os autores
Núcleo
Diretrizes e
Grupo
Temático
 Dr. José Domingos Neto
 Dr. Eduardo Myung
 Dr. Guilherme Augusto Murta
 Dra. Anielle Vieira
 Dr. Paulo Rogério Gomes Lima
 Dr. Leandro Lessa
 Dra. Eveline Covre Camocardi
 Dr. Diego Nozaki
 Dra. Vania Sanches
 Dr. Augusto Arrebola de Moraes Presoto
Metodologia
da diretriz
 Segue os critérios PRISMA de revisão sistemática.
 Busca e seleção de literatura de forma reprodutível,
transparente e imparcial.
 Promove respostas generalizáveis e consensuais.
 Atualizável, não dogmática e aberta ao debate e novos
estudos primários.
 Pergunta de pesquisa: O rastreamento com ECG de repouso
em população adulta e assintomática promove a prevenção
de morte súbita, acidentes, síncope devido a doença
coronariana ou arritmias cardíacas?
 Formato PICO:
P – trabalhadores, assintomáticos, atletas, militares
I – ECG de repouso
C – não rastreamento com ECG de repouso
O – morte súbita, síncope, acidentes, arritmias cardíacas, doença
coronariana
Metodologia
da diretriz
 Medline e Cochrane Library: (Workers OR Worker OR
Athletes OR Military OR Asymptomatic) AND
(electrocardiography OR ECG OR EKG OR
electrocardiogram OR electrocardiograms OR
electrocardiograph OR electrocardiography) AND
((Sudden Death) OR Syncope OR Fainting OR
Arrhythmia OR Accidents OR (Coronary Disease))
 Lilacs: (trabalhadores OR trabalhador OR adulto OR
atletas OR militar OR assintomático OR
assintomáticos) AND (ECG OR eletrocardiograma)
AND (morte OR síncope OR desmaio OR arritmia OR
cardiopatias OR (doença das coronárias) OR
(doença coronariana))
Seleção das evidências
O que é exame de rastreamento?
Muda a
história natural
da doença ou
desfecho
Intervenções
de redução
de risco
Aplicado em
assintomáticos
de maior risco
Geramos saúde e/ou malefício?
O racional do rastreamento com ECG
População de
interesse
assintomática
ECG de
repouso
Avaliação
especializada e
estratificação
de risco
Intervenções de
redução de
risco
Mudança da
história natural
da doença
Geramos saúde e/ou malefício?
Características de um bom exame de rastreamento1,2
Atuar em uma doença de importância na saúde pública ou na população de interesse.
População de maior chance de benefício ou de maior risco determinada.
Acurácia adequada com boa sensibilidade e especificidade.
Custo e dificuldade de implementação aceitável.
Toda demanda de novos serviços acionada pelo exame deve estar disponível.
Benefício em magnitude aceitável.
Não gerar malefícios.
Evidências epidemiológicas
 Trabalhadores: 1,3-23,8 eventos CV/1.000.000 pessoas-ano3
 Militares: 13 mortes súbitas/100.000 pessoas-ano4
 Atletas: 0,5-2 mortes súbitas/100.000 pessoas-ano5
Mortalidade entre jovens6,7 (população geral)
Brasil (2012) – 1.9 / 1000 habitantes – 15 a 29 anos EUA (2006) - < 25 anos
Causas externas 71.4% Automobilistico 11015 / ano
Doenças do sistema circulatório 4.2% Homicidios 5717 / ano
Neoplasias 4.7% Câncer 1644 / ano
Infecções 3.8% Causas cardiovasculares 1376 / ano
Evidências epidemiológicas
 Causas cardiovasculares em militares jovens EUA (6,3 milhões de recrutas,
1977 a 2011)8
 277 mortes total, 148 mortes não traumáticas com relatório de autópsia, 126
mortes súbitas registradas selecionadas no estudo. 0 causas toxicológicas, 0
doença cardiovascular pré existente.
 44 / 126 idiopáticas, 64 / 126 de causa cardiovascular, 18 / 126 não cardíaca.
 18 não cardíacas: 6 (coagulopatia, anemia falciforme, embolia pulmonar, hemorragia
interna), 5 hemorragias intracranianas, 4 (crises de asma, sarcoidose, hemorragia
alveolar).
 64 cardiovasculares: 8 cardiomiopatia hipertrófica, 13 miocardite, 39 patologia artéria
coronariana (21 casos de artérias coronarianas anômalas).
Evidências
epidemiológicas
Causas
cardiovasculares
em atletas
menores de 35
anos, nos EUA, de
1985 a 19959
Literatura recomendada sobre interpretação clínica dos
achados do ECG e sobre cardiopatias raras.
Evidências epidemiológicas
 Pontos a debater das evidências epidemiológicas:
 Raridade do evento em meio ocupacional.
 Raridade do evento em população jovem.
 A morte súbita também ocorre:
 Por causas não cardiovasculares
 Indetectáveis pelo ECG (má formação de artéria coronariana).
 Proporção importante com causa indefinida mesmo com autópsia.
 Possível variação regional e populacional das causas.
 Dificuldade técnica e científica de mensurar o desfecho e causa.
Heterogeneidade de implementação
do rastreamento com ECG
 A escolha da população a ser rastreada com ECG é controversa:
 Em atletas10:
 Universal em alguns grupos populacionais: Itália, Japão, Israel.
 Não obrigatório: EUA.
 Parcial (atletas profissionais): França, Espanha, Portugal, Grécia, Alemanha, Suécia.
 Não rastreamento: Dinamarca.
 Em aviadores e mergulhadores: obrigatório por lei ou decisão institucional.
 Em população geral11:
 Baixo risco cardiovascular: Opção pelo não rastreamento devido a baixa chance de benefício.
 Alto risco cardiovascular: Inconclusivo.
Acurácia do ECG de repouso
 Comparado com exame físico e história o ECG, estudos em atletas sugerem maior
acurácia com ECG12:
 Atletas: sensibilidade / especificidade de 94/93%, exame físico 9/97%, história 20/24%.
 É válido agrupar sensibilidade e especificidade de várias cardiopatias?
 De 47137 atletas: 160 casos de achados potencialmente letais com ECG / anamnese (0,3%)
 Principais achados: 67 WPW, 18 síndrome do QT longo, 18 cardiomiopatia hipertrófica, 11
cardiomiopatia dilatada, 9 doença coronariana, 4 cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo
direito.
 Fatores de incerteza acerca da acurácia:
 Exame operador dependente na aplicação e interpretação.
 Heterogeneidade de critérios de interpretação do ECG (atletas).
 Ausência de seguimento de atletas com resultados negativos.
 Achados ECG transientes / normais (sd. Brugada, QT longo, WPW, HCM, ARVC)
 Estratificação de risco e significado clínico incertos em assintomáticos.
Custo efetividade do rastreamento
com ECG10,11,13-16
 Não há estudos consistentes e generalizáveis de custo-efetividade.
 Em atletas, estimativas de custo por evento de morte súbita evitado: 900.000 ou 14.000.000 USD.
 Em aviadores, estimou-se custo por acidente evitado: 100.000.000 euros17.
 A mensuração do benefício por ensaios clínicos precede a avaliação de custo-efetividade.
 Em atletas vários estudos de custo efetividade costumam utilizar como base o estudo
observacional italiano (não generalizável) com resultados divergentes.
 O rastreamento não termina no ECG de repouso: ecocardiograma, ressonância magnética
do coração, estudo eletrofisiológico, acompanhamento especializado e procedimentos
invasivos são potencialmente prescritos a depender dos achados.
Magnitude de benefício do
rastreamento com ECG11,13-16.
 Benefício e malefício em magnitude aceitável.
 Não há ensaios clínicos ou outros estudos que comprovem presença de benefício na
redução de mortalidade ou acidentes ou eventos cardiovasculares pelo rastreamento de
forma consistente. Malefício não foi mensurado pelos estudos envolvendo ECG e
intervenções de controle de risco incluindo inaptidão.
 Não há estudos que acompanhem a saúde e desfecho de atletas ou outros
trabalhadores considerados inaptos.
Passo a passo da aplicação de um
exame de rastreamento
Qual a
epidemiologia dos
problemas na
empresa e no
mundo?
O exame escolhido
é coerente com a
epidemiologia da
empresa e no
mundo?
O exame e todos os
demais serviços e
ações estão
implementados
adequadamente?
O exame gera os
benefícios de
interesse?
Quais os malefícios
gerados?
Valeu a pena?
Qual foi o custo
efetividade do
exame?
Trabalho e quedas de altura e ECG
Baseado em evidências científicas
Quedas: problema
mundialmente sério de alta
morbidade e mortalidade e
prevalência.
População com perfil de risco
cardiovascular diversificado.
ECG para encontrar risco de um
problema raro (morte súbita no
trabalho) não relacionado a
questões de segurança do
trabalho.
Implementação incompleta
sem acesso a estratificação de
risco e tratamento. Conduta
não definida para vários
achados.
Não há evidências que
comprovem benefício de
interesse
Acidentes ocorrem por fatores
de segurança do trabalho
Não sabemos malefícios da
inaptidão e outras intervenções
ocupacionais
Critérios mal definidos de
inaptidão / aptidão,
estratificação de risco mal
definida
Fatores de risco modificáveis
(has, obesidade, dm2) não são
tratados ou prevenidos
Fatores de segurança do posto
de trabalho não são alterados
Individuais Local de trabalho Agentes diretos Climáticos Organizacional
Álcool e drogas Iluminação Escadas Chuva Overworking
Comorbidades Pisos escorregadio Andaimes Calor Overtime
Impulsividade Risco desprotegido Tetos Frio Trabalho noturno
Conhecimento Atividade de risco Barulho Terceirização
Fadiga Poeira Treinamento
Turno noturno Empresa pequena
Fatores causais de quedas na
construção civil18
Evidências científicas de eficácia na
prevenção de acidentes
 Não há evidências fortes de intervenções eficazes para prevenção de acidentes na
construção civil. Há evidências fracas sugerindo benefício em programas
multifacetados de segurança e de álcool e drogas19.
 Não há evidências suficientes para atestar eficácia de rastreamento de álcool e
drogas em trabalhadores para prevenção de acidentes20,21.
 Evidências insuficientes no uso cafeína com relação a acidentes e trabalho noturno22.
 As evidências acerca da efetividade de programas de promoção de saúde (Total
Worker Health) para prevenção de lesões são inconclusivas23.
Atletas e militares e ECG
Baseado em evidências científicas
Morte súbita: problema raro
potencialmente mortal e
de grande comoção social
População: jovem,
fisicamente ativa e com
baixo risco cardiovascular
ECG obrigatório por lei ou
decisão institucional.
Grande esforço físico
associado positivamente a
casos de morte súbita.
Condutas definidas por
evidências científicas e
opinião de especialista e
decretadas
institucionalmente.
Implementação
organizada.
Não há evidências que
comprovem eficácia.
Exames extras e
estratificação de risco e
tratamento disponíveis.
Critérios de inaptidão e
aptidão definidos
institucionalmente com
clareza e consistentes com
o posto de trabalho.
Mensuração do benefício e
custo efetividade continua
incerta.
Questionamentos sobre rastreamento
publicados em população de
aviadores17,24,25
 Em aviadores também há questionamentos acerca da avaliação cardiológica
dos trabalhadores.
 Rigidez dos critérios de aptidão ou inaptidão.
 A presença de mais de um piloto como medida de segurança suficiente.
 Custo-benefício do rastreamento. Desvio de recursos para treinamento e
manutenção de equipamentos?
 Há dificuldades em obter os seguintes tipos de informação:
 Mensuração acurada da prevalência dos eventos cardiovasculares.
 Mensuração do benefício do rastreamento associado a intervenções diversas.
 Mensuração do malefício e do custo.
Estudo retrospectivo - 2017 – aviadores
Mensuração de risco e de qualidade de
implementação26
1.2 milhões de ECG
desde 1957 em
aviadores
840 casos de padrão
WPW, 0.298% da
população do estudo
638 aviadores foram
adequadamente
seguidos em média por
10.5 anos
64 obtiveram padrão de
alto risco em estudo
eletrofisiológico ou
evolução para arritmias
ou sintomas
Estima-se risco anual de
0.95% de incapacidade
súbita para população
assintomática com
padrão WPW.
2 casos de morte
Fatores de risco cardiovasculares
modificáveis27-30
Epidemiologia
importante de
tabagismo, diabetes,
has e obesidade
Mensuração de
pressão, glicemia de
jejum, cintura
abdominal, IMC
validados
cientificamente
Conduta de redução
de risco e tratamento
com eficácia definida
por revisões sistemáticas
e meta análise
Implementação testada
em meio ocupacional
Benefício e malefícios
mensurados a nível de
ensaio clínico
Estudos de custo
efetividade em meio
ocupacional ou
população geral já
presentes34,35
US Preventive Task Force 2018
Cardiovascular Disease Risk: Screening With Electrocardiography
US Preventive Task Force 2018
Cardiovascular Disease Risk: Screening With Electrocardiography
 Em população assintomática os achados do ECG não promovem
satisfatoriamente nova estratificação de risco além da realizada pelo
escore de Framingham e da Pooled Cohort Equations associadas a novas
condutas de controle de risco.
 Observando a prevalência de morte e chance de benefício o grupo
optou pela não recomendação do ECG em grupos de baixo risco e
inconclusivo para grupos de alto risco.
 Revisão sistemática acerca da eficácia de rastreamento com ECG de
esforço em portadores de diabetes (a diretriz tratou apenas de ECG de
repouso).
 5 ensaios clínicos randomizados com 3314 pacientes assintomáticos com
diabetes, seguimento de 3-5 anos, média de idade entre 58-64 anos,
rastreamento com ECG de esforço, ecocardiografia com stress
farmacológico, cintilografia, angiografia por tomografia.
 Não foi observado benefício estatisticamente significativo. Terapêutica
medicamentosa não foi modificada.
 OR 1.00 [0.67-1.50] mortalidade para todas as causas
 OR 0.72 [0.33-1.57] morte cardiovascular
 OR 0.71 [0.40-1.27] infarto não fatal do miocárdio
 OR 0.60 [0.23-1.52] morte cardiovascular + infarto não fatal do miocárdio
Faglia 2005 Diad 2009 Dynamit 2011 Factor 2014 Daddy 2015
Método ETT, ECO Cintilo ETT, Cintilo CTTA ETT
Tratamento Cateterismo Avaliação Avaliação Cateterismo Cateterismo
N intervenção 71 561 316 452 262
Suspeitos 15 113 68 76 20
Positivos 15 83 - 76 20
Angiografia 14 (20%) 25 (4%) 38 (12%) 36 (8%) 17 (6%)
D. Coronariana 9 9 - - 12
Angioplastia 6% 0,5% 2% 4% 3%
P. Safena 6% 1% 1% 1.5% 2%
ETT – ECG de esforço, ECO – ecocardiograma com stress farmacológico, Cintilo – cintilografia do
miocárdio com stress farmacológico (nuclear test), CTTA – angiografia coronariana por tomografia
Quantificando risco cardiovascular e prevalência de
doenças. Exemplos...
Para reflexão: Qual dos riscos abaixo merecem maior prioridade considerando recursos limitados?
Fator de risco
(assintomático)
Risco de incapacitação/ morte súbita
(assintomáticos)
Prevalência
(população geral)
Wolff-Parkinson-White 0,86% por 1000 pessoas ano31
TSV - 16 eventos por 1000 pessoas ano31
0,1 a 0,3%32
Padrão de Brugada OR 3,51 (CI 95% 1,60 – 7,67) de morte33 0,05%34
HCM < 1% morte anual em população não selecionada36 0,2%35
Diabetes tipo 2 Activities of daily living RR1.82 95% CI (1.40-2.36)37
Tendinopatias OR 3.67 95% (CI 2.71-4.97) 38
10,3% (2012)39 BR
Tabagismo Evento cardiovascular RR 2.07 (95% CI 1.82-2.36)40 14.7% (2013)41 BR
Sd. Metabólica Morte cardiovascular RR 2.40 (95% CI: 1.87-3.08)42 34,2% 2008-1043 BR
TSV – taquicardia supra ventricular, OR – odds ratio, HCM – cardiomiopatia hipertrófica, BR – Brasil,
ADL - Habilidades relacionadas a tomar banho, higiene pessoal, sanitário, mobilidade e comer.
Tratando o risco modificável cardiovascular
Protocolos brasileiros baseados em evidências
científicas
Conclusão e recomendação
 Não há evidências científicas que atestem a eficácia ou efetividade do
ECG como exame de rastreamento na prevenção de desfechos
cardiovasculares ou ocupacionais.
 A raridade do evento de morte súbita em meio ocupacional, incerteza de
conduta em cardiopatias raras e dificuldades de implementação tornam
improváveis a presença de benefício à saúde no rastreamento de
cardiopatias com ECG em meio ocupacional em população
assintomática.
 A inaptidão é instrumento de redução de risco pouco estudado
cientificamente.
 As evidências científicas de promoção de saúde na redução de fatores
de risco cardiovasculares modificáveis são mais bem definidas.
 Portanto não recomendamos cientificamente o uso do ECG na prática da
medicina do trabalho.
Vamos publicar!
Exemplos...
 Qual a prevalência de acidentes de trabalho relacionadas a
incapacitação súbita e quais as causas identificadas?
 Qual é a qualidade de implementação do ECG nos serviços
ocupacionais? Há seguimento adequado dos achados positivos?
 Qual o valor preditivo do ECG acerca dos acidentes de trabalho?
 Prevalência de acidentes antes e após introdução do ECG.
 Custo e efetividade do PCMSO na redução de acidentes e mortes com
o ECG.
Perguntas frequentes!
Risco jurídico Vs Conduta científica
 Questão: Vários médicos do trabalho e profissionais administrativos questionam a questão
do exame complementar como um instrumento de segurança jurídica para o profissional e
para a empresa.
 Respostas:
 O exame ou intervenção mal implementados com embasamento científico pobre não resolvem o
problema gerador de questões jurídicas.
 Há desperdício de recursos humanos e financeiros que poderiam ser realocados para soluções
mais coerentes.
 Custo efetividade é mensurado por ferramentas epidemiológicas.
 O papel primordial do médico é a geração de saúde com embasamento científico.
 Valor preditivo negativo do exame sempre será alto em doenças raras.
 Evidências científicas podem ser usadas como defesa de responsabilidade civil profissional.
Perguntas frequentes!
O que fazer diante do achado X do ECG?
 Questão: Solicitei um exame de ECG a um trabalhador assintomático e encontrei um
achado preocupante no ECG. Dou apto ou inapto?
 Resposta:
 Aptidão e inaptidão são avaliados além do exame complementar: avaliação do posto de
trabalho e seus riscos e possibilidade de adaptação da segurança e possibilidade de resgate.
 Inaptidão é um instrumento pouco avaliado cientificamente na eficácia e malefícios. Ela é
potencialmente iatrogênica por impedir o acesso ao trabalho devendo ser usado com muito
cuidado e bom senso e com diálogo e decisão conjunta com trabalhador e evidências científicas.
 A avaliação cardiológica não se limita a um achado do ECG.
 Lembrar que redução de risco cardiovascular modificável não envolve inaptidão. Avaliar medicação,
exercício, perda de peso, mudança de dieta como alternativas.
 Os critérios de aptidão e inaptidão e conduta médica devem ser decididos previamente na
elaboração do PCMSO de preferência alicerçado por evidências científicas da mesma forma que
ocorre institucionalmente com populações de atletas e militares.
Perguntas frequentes!
Alternativas ao uso universal do ECG?
 Escore de Framingham e avaliação dos riscos cardiovasculares
modificáveis (obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo, dislipidemia)
 The 14-Element AHA Recommendations for Preparticipation Cardiovascular
Screening of Competitive Athletes
 Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q)
 Investigação especializada com ECG e outros exames de acordo com o
achados da história, exame físico e perfil de saúde em substituição ao
modelo universal.
 Geração de saúde pelo controle de riscos cardiovasculares modificáveis
(obesidade, tabagismo, diabetes, dislipidemia etc).
 Mensurar qualidade de implementação e benefícios à saúde gerados
pelo programa.
The 14-Element AHA Recommendations for Preparticipation Cardiovascular Screening of
Competitive Athletes
1. precordialgia/desconforto/tensão/pressão relacionadas ao esforço
2. síncope inexplicável ou quase síncope
3. fadiga ou palpitações excessivas e inexplicáveis, associadas ao exercício
4. reconhecimento prévio de um sopro do coração
5. pressão sanguínea elevada sistêmica
6. restrição prévia da participação em esportes
7. teste prévio para o coração, ordenado por um médico
8. morte prematura antes de 50 anos de idade atribuível a doenças cardíacas em ≥ 1
parente
9. incapacidade por doença cardíaca em parente próximo < 50 y de idade
10. cardiomiopatia hipertrófica ou dilatada, síndrome do QT longo, ou outras
canelopatias, síndrome de Marfan, ou arritmias clinicamente significativas;
conhecimento específico de condições cardíacas genéticas nos membros da família
11. sopro do coração
12. pulsos femorais para excluir coarctação de aorta
13. sinais físicos de síndrome de Marfan
14. pressão arterial da artéria braquial (posição sentada)
Eletroencefalograma é um bom
exame de rastreamento44,45,46?
 Dados epidemiológicos:
 A associação e magnitude de risco de epilepsia e acidentes ocupacionais ou
automobilísticos é inconclusiva. Estudos de coorte em população europeia
mensuraram quantidade muita baixa de acidentes em trabalhadores
portadores de epilepsia.
 Estima-se prevalência 0.5 a 1% da população mundial
 Dados acerca da acurácia:
 Um exame: sensibilidade 20 a 55%.
 Exames seriados: sensibilidade 80 a 90%.
Eletroencefalograma é um bom
exame de rastreamento44,45,46?
 Custo e dificuldade de implementação:
 EEG para rastreamento poderia evitar um acidente aéreo a cada 8000 anos.
 Custo estimado do rastreamento em aviadores por acidente evitado de
€ 2.400.000.000.
 Desvio de recursos para treinamento e manutenção de equipamentos.
 Benefícios e malefícios mensurados:
 Não há estudos que mensuraram a eficácia do rastreamento em população
geral assintomática ou trabalhadores.
Hospital do RS com 6000 funcionários 47
2464 cats emitidas
2000 a 2014
236 trabalho em
altura
175 com EEG
realizado
171 normal
4 inespecíficas
0 epileptogênica
0 mal súbito
13 relatos sugestivos
de quedas com EEG
normal
Perguntas
frequentes!
Alternativas
ao EEG?
Questionário da OMS para epilepsia
Questionário da OMS para epilepsia
 Havendo demanda jurídica do médico do trabalho em rastrear epilepsia
em trabalhadores em atividades críticas de trabalho, a aplicação do
questionário da OMS para epilepsia pode ser um substituto ao EEG, sendo
um documento assinado tanto pelo médico como pelo trabalhador e de
menor custo.
 Entretanto não há garantia de benefícios à saúde do trabalhador ou
mudanças de desfechos ocupacionais, cumprindo apenas uma demanda
jurídica.
 A ANAMT não defende seu uso na prática da medicina do trabalho.
 Sensibilidade 95.8 a 100% (resultado positivo entre doentes)
 Especificidade 80 a 97% (resultado negativo entre não doentes)
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  • 2. RESOLUÇÃO CFM nº 1.595/2000 RESOLUÇÃO-RDC Nº 96, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008 DECLARO QUE NÃO CONFLITO DE INTERESSES NESSA APRESENTAÇÃO
  • 3. Os autores Núcleo Diretrizes e Grupo Temático  Dr. José Domingos Neto  Dr. Eduardo Myung  Dr. Guilherme Augusto Murta  Dra. Anielle Vieira  Dr. Paulo Rogério Gomes Lima  Dr. Leandro Lessa  Dra. Eveline Covre Camocardi  Dr. Diego Nozaki  Dra. Vania Sanches  Dr. Augusto Arrebola de Moraes Presoto
  • 4. Metodologia da diretriz  Segue os critérios PRISMA de revisão sistemática.  Busca e seleção de literatura de forma reprodutível, transparente e imparcial.  Promove respostas generalizáveis e consensuais.  Atualizável, não dogmática e aberta ao debate e novos estudos primários.  Pergunta de pesquisa: O rastreamento com ECG de repouso em população adulta e assintomática promove a prevenção de morte súbita, acidentes, síncope devido a doença coronariana ou arritmias cardíacas?  Formato PICO: P – trabalhadores, assintomáticos, atletas, militares I – ECG de repouso C – não rastreamento com ECG de repouso O – morte súbita, síncope, acidentes, arritmias cardíacas, doença coronariana
  • 5. Metodologia da diretriz  Medline e Cochrane Library: (Workers OR Worker OR Athletes OR Military OR Asymptomatic) AND (electrocardiography OR ECG OR EKG OR electrocardiogram OR electrocardiograms OR electrocardiograph OR electrocardiography) AND ((Sudden Death) OR Syncope OR Fainting OR Arrhythmia OR Accidents OR (Coronary Disease))  Lilacs: (trabalhadores OR trabalhador OR adulto OR atletas OR militar OR assintomático OR assintomáticos) AND (ECG OR eletrocardiograma) AND (morte OR síncope OR desmaio OR arritmia OR cardiopatias OR (doença das coronárias) OR (doença coronariana))
  • 7. O que é exame de rastreamento? Muda a história natural da doença ou desfecho Intervenções de redução de risco Aplicado em assintomáticos de maior risco Geramos saúde e/ou malefício?
  • 8. O racional do rastreamento com ECG População de interesse assintomática ECG de repouso Avaliação especializada e estratificação de risco Intervenções de redução de risco Mudança da história natural da doença Geramos saúde e/ou malefício?
  • 9. Características de um bom exame de rastreamento1,2 Atuar em uma doença de importância na saúde pública ou na população de interesse. População de maior chance de benefício ou de maior risco determinada. Acurácia adequada com boa sensibilidade e especificidade. Custo e dificuldade de implementação aceitável. Toda demanda de novos serviços acionada pelo exame deve estar disponível. Benefício em magnitude aceitável. Não gerar malefícios.
  • 10. Evidências epidemiológicas  Trabalhadores: 1,3-23,8 eventos CV/1.000.000 pessoas-ano3  Militares: 13 mortes súbitas/100.000 pessoas-ano4  Atletas: 0,5-2 mortes súbitas/100.000 pessoas-ano5 Mortalidade entre jovens6,7 (população geral) Brasil (2012) – 1.9 / 1000 habitantes – 15 a 29 anos EUA (2006) - < 25 anos Causas externas 71.4% Automobilistico 11015 / ano Doenças do sistema circulatório 4.2% Homicidios 5717 / ano Neoplasias 4.7% Câncer 1644 / ano Infecções 3.8% Causas cardiovasculares 1376 / ano
  • 11.
  • 12. Evidências epidemiológicas  Causas cardiovasculares em militares jovens EUA (6,3 milhões de recrutas, 1977 a 2011)8  277 mortes total, 148 mortes não traumáticas com relatório de autópsia, 126 mortes súbitas registradas selecionadas no estudo. 0 causas toxicológicas, 0 doença cardiovascular pré existente.  44 / 126 idiopáticas, 64 / 126 de causa cardiovascular, 18 / 126 não cardíaca.  18 não cardíacas: 6 (coagulopatia, anemia falciforme, embolia pulmonar, hemorragia interna), 5 hemorragias intracranianas, 4 (crises de asma, sarcoidose, hemorragia alveolar).  64 cardiovasculares: 8 cardiomiopatia hipertrófica, 13 miocardite, 39 patologia artéria coronariana (21 casos de artérias coronarianas anômalas).
  • 14. Literatura recomendada sobre interpretação clínica dos achados do ECG e sobre cardiopatias raras.
  • 15. Evidências epidemiológicas  Pontos a debater das evidências epidemiológicas:  Raridade do evento em meio ocupacional.  Raridade do evento em população jovem.  A morte súbita também ocorre:  Por causas não cardiovasculares  Indetectáveis pelo ECG (má formação de artéria coronariana).  Proporção importante com causa indefinida mesmo com autópsia.  Possível variação regional e populacional das causas.  Dificuldade técnica e científica de mensurar o desfecho e causa.
  • 16. Heterogeneidade de implementação do rastreamento com ECG  A escolha da população a ser rastreada com ECG é controversa:  Em atletas10:  Universal em alguns grupos populacionais: Itália, Japão, Israel.  Não obrigatório: EUA.  Parcial (atletas profissionais): França, Espanha, Portugal, Grécia, Alemanha, Suécia.  Não rastreamento: Dinamarca.  Em aviadores e mergulhadores: obrigatório por lei ou decisão institucional.  Em população geral11:  Baixo risco cardiovascular: Opção pelo não rastreamento devido a baixa chance de benefício.  Alto risco cardiovascular: Inconclusivo.
  • 17. Acurácia do ECG de repouso  Comparado com exame físico e história o ECG, estudos em atletas sugerem maior acurácia com ECG12:  Atletas: sensibilidade / especificidade de 94/93%, exame físico 9/97%, história 20/24%.  É válido agrupar sensibilidade e especificidade de várias cardiopatias?  De 47137 atletas: 160 casos de achados potencialmente letais com ECG / anamnese (0,3%)  Principais achados: 67 WPW, 18 síndrome do QT longo, 18 cardiomiopatia hipertrófica, 11 cardiomiopatia dilatada, 9 doença coronariana, 4 cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito.  Fatores de incerteza acerca da acurácia:  Exame operador dependente na aplicação e interpretação.  Heterogeneidade de critérios de interpretação do ECG (atletas).  Ausência de seguimento de atletas com resultados negativos.  Achados ECG transientes / normais (sd. Brugada, QT longo, WPW, HCM, ARVC)  Estratificação de risco e significado clínico incertos em assintomáticos.
  • 18. Custo efetividade do rastreamento com ECG10,11,13-16  Não há estudos consistentes e generalizáveis de custo-efetividade.  Em atletas, estimativas de custo por evento de morte súbita evitado: 900.000 ou 14.000.000 USD.  Em aviadores, estimou-se custo por acidente evitado: 100.000.000 euros17.  A mensuração do benefício por ensaios clínicos precede a avaliação de custo-efetividade.  Em atletas vários estudos de custo efetividade costumam utilizar como base o estudo observacional italiano (não generalizável) com resultados divergentes.  O rastreamento não termina no ECG de repouso: ecocardiograma, ressonância magnética do coração, estudo eletrofisiológico, acompanhamento especializado e procedimentos invasivos são potencialmente prescritos a depender dos achados.
  • 19.
  • 20.
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  • 24. Magnitude de benefício do rastreamento com ECG11,13-16.  Benefício e malefício em magnitude aceitável.  Não há ensaios clínicos ou outros estudos que comprovem presença de benefício na redução de mortalidade ou acidentes ou eventos cardiovasculares pelo rastreamento de forma consistente. Malefício não foi mensurado pelos estudos envolvendo ECG e intervenções de controle de risco incluindo inaptidão.  Não há estudos que acompanhem a saúde e desfecho de atletas ou outros trabalhadores considerados inaptos.
  • 25. Passo a passo da aplicação de um exame de rastreamento Qual a epidemiologia dos problemas na empresa e no mundo? O exame escolhido é coerente com a epidemiologia da empresa e no mundo? O exame e todos os demais serviços e ações estão implementados adequadamente? O exame gera os benefícios de interesse? Quais os malefícios gerados? Valeu a pena? Qual foi o custo efetividade do exame?
  • 26. Trabalho e quedas de altura e ECG Baseado em evidências científicas Quedas: problema mundialmente sério de alta morbidade e mortalidade e prevalência. População com perfil de risco cardiovascular diversificado. ECG para encontrar risco de um problema raro (morte súbita no trabalho) não relacionado a questões de segurança do trabalho. Implementação incompleta sem acesso a estratificação de risco e tratamento. Conduta não definida para vários achados. Não há evidências que comprovem benefício de interesse Acidentes ocorrem por fatores de segurança do trabalho Não sabemos malefícios da inaptidão e outras intervenções ocupacionais Critérios mal definidos de inaptidão / aptidão, estratificação de risco mal definida Fatores de risco modificáveis (has, obesidade, dm2) não são tratados ou prevenidos Fatores de segurança do posto de trabalho não são alterados
  • 27. Individuais Local de trabalho Agentes diretos Climáticos Organizacional Álcool e drogas Iluminação Escadas Chuva Overworking Comorbidades Pisos escorregadio Andaimes Calor Overtime Impulsividade Risco desprotegido Tetos Frio Trabalho noturno Conhecimento Atividade de risco Barulho Terceirização Fadiga Poeira Treinamento Turno noturno Empresa pequena Fatores causais de quedas na construção civil18
  • 28. Evidências científicas de eficácia na prevenção de acidentes  Não há evidências fortes de intervenções eficazes para prevenção de acidentes na construção civil. Há evidências fracas sugerindo benefício em programas multifacetados de segurança e de álcool e drogas19.  Não há evidências suficientes para atestar eficácia de rastreamento de álcool e drogas em trabalhadores para prevenção de acidentes20,21.  Evidências insuficientes no uso cafeína com relação a acidentes e trabalho noturno22.  As evidências acerca da efetividade de programas de promoção de saúde (Total Worker Health) para prevenção de lesões são inconclusivas23.
  • 29. Atletas e militares e ECG Baseado em evidências científicas Morte súbita: problema raro potencialmente mortal e de grande comoção social População: jovem, fisicamente ativa e com baixo risco cardiovascular ECG obrigatório por lei ou decisão institucional. Grande esforço físico associado positivamente a casos de morte súbita. Condutas definidas por evidências científicas e opinião de especialista e decretadas institucionalmente. Implementação organizada. Não há evidências que comprovem eficácia. Exames extras e estratificação de risco e tratamento disponíveis. Critérios de inaptidão e aptidão definidos institucionalmente com clareza e consistentes com o posto de trabalho. Mensuração do benefício e custo efetividade continua incerta.
  • 30. Questionamentos sobre rastreamento publicados em população de aviadores17,24,25  Em aviadores também há questionamentos acerca da avaliação cardiológica dos trabalhadores.  Rigidez dos critérios de aptidão ou inaptidão.  A presença de mais de um piloto como medida de segurança suficiente.  Custo-benefício do rastreamento. Desvio de recursos para treinamento e manutenção de equipamentos?  Há dificuldades em obter os seguintes tipos de informação:  Mensuração acurada da prevalência dos eventos cardiovasculares.  Mensuração do benefício do rastreamento associado a intervenções diversas.  Mensuração do malefício e do custo.
  • 31. Estudo retrospectivo - 2017 – aviadores Mensuração de risco e de qualidade de implementação26 1.2 milhões de ECG desde 1957 em aviadores 840 casos de padrão WPW, 0.298% da população do estudo 638 aviadores foram adequadamente seguidos em média por 10.5 anos 64 obtiveram padrão de alto risco em estudo eletrofisiológico ou evolução para arritmias ou sintomas Estima-se risco anual de 0.95% de incapacidade súbita para população assintomática com padrão WPW. 2 casos de morte
  • 32. Fatores de risco cardiovasculares modificáveis27-30 Epidemiologia importante de tabagismo, diabetes, has e obesidade Mensuração de pressão, glicemia de jejum, cintura abdominal, IMC validados cientificamente Conduta de redução de risco e tratamento com eficácia definida por revisões sistemáticas e meta análise Implementação testada em meio ocupacional Benefício e malefícios mensurados a nível de ensaio clínico Estudos de custo efetividade em meio ocupacional ou população geral já presentes34,35
  • 33. US Preventive Task Force 2018 Cardiovascular Disease Risk: Screening With Electrocardiography
  • 34. US Preventive Task Force 2018 Cardiovascular Disease Risk: Screening With Electrocardiography  Em população assintomática os achados do ECG não promovem satisfatoriamente nova estratificação de risco além da realizada pelo escore de Framingham e da Pooled Cohort Equations associadas a novas condutas de controle de risco.  Observando a prevalência de morte e chance de benefício o grupo optou pela não recomendação do ECG em grupos de baixo risco e inconclusivo para grupos de alto risco.
  • 35.  Revisão sistemática acerca da eficácia de rastreamento com ECG de esforço em portadores de diabetes (a diretriz tratou apenas de ECG de repouso).  5 ensaios clínicos randomizados com 3314 pacientes assintomáticos com diabetes, seguimento de 3-5 anos, média de idade entre 58-64 anos, rastreamento com ECG de esforço, ecocardiografia com stress farmacológico, cintilografia, angiografia por tomografia.  Não foi observado benefício estatisticamente significativo. Terapêutica medicamentosa não foi modificada.  OR 1.00 [0.67-1.50] mortalidade para todas as causas  OR 0.72 [0.33-1.57] morte cardiovascular  OR 0.71 [0.40-1.27] infarto não fatal do miocárdio  OR 0.60 [0.23-1.52] morte cardiovascular + infarto não fatal do miocárdio
  • 36. Faglia 2005 Diad 2009 Dynamit 2011 Factor 2014 Daddy 2015 Método ETT, ECO Cintilo ETT, Cintilo CTTA ETT Tratamento Cateterismo Avaliação Avaliação Cateterismo Cateterismo N intervenção 71 561 316 452 262 Suspeitos 15 113 68 76 20 Positivos 15 83 - 76 20 Angiografia 14 (20%) 25 (4%) 38 (12%) 36 (8%) 17 (6%) D. Coronariana 9 9 - - 12 Angioplastia 6% 0,5% 2% 4% 3% P. Safena 6% 1% 1% 1.5% 2% ETT – ECG de esforço, ECO – ecocardiograma com stress farmacológico, Cintilo – cintilografia do miocárdio com stress farmacológico (nuclear test), CTTA – angiografia coronariana por tomografia
  • 37.
  • 38. Quantificando risco cardiovascular e prevalência de doenças. Exemplos... Para reflexão: Qual dos riscos abaixo merecem maior prioridade considerando recursos limitados? Fator de risco (assintomático) Risco de incapacitação/ morte súbita (assintomáticos) Prevalência (população geral) Wolff-Parkinson-White 0,86% por 1000 pessoas ano31 TSV - 16 eventos por 1000 pessoas ano31 0,1 a 0,3%32 Padrão de Brugada OR 3,51 (CI 95% 1,60 – 7,67) de morte33 0,05%34 HCM < 1% morte anual em população não selecionada36 0,2%35 Diabetes tipo 2 Activities of daily living RR1.82 95% CI (1.40-2.36)37 Tendinopatias OR 3.67 95% (CI 2.71-4.97) 38 10,3% (2012)39 BR Tabagismo Evento cardiovascular RR 2.07 (95% CI 1.82-2.36)40 14.7% (2013)41 BR Sd. Metabólica Morte cardiovascular RR 2.40 (95% CI: 1.87-3.08)42 34,2% 2008-1043 BR TSV – taquicardia supra ventricular, OR – odds ratio, HCM – cardiomiopatia hipertrófica, BR – Brasil, ADL - Habilidades relacionadas a tomar banho, higiene pessoal, sanitário, mobilidade e comer.
  • 39. Tratando o risco modificável cardiovascular Protocolos brasileiros baseados em evidências científicas
  • 40. Conclusão e recomendação  Não há evidências científicas que atestem a eficácia ou efetividade do ECG como exame de rastreamento na prevenção de desfechos cardiovasculares ou ocupacionais.  A raridade do evento de morte súbita em meio ocupacional, incerteza de conduta em cardiopatias raras e dificuldades de implementação tornam improváveis a presença de benefício à saúde no rastreamento de cardiopatias com ECG em meio ocupacional em população assintomática.  A inaptidão é instrumento de redução de risco pouco estudado cientificamente.  As evidências científicas de promoção de saúde na redução de fatores de risco cardiovasculares modificáveis são mais bem definidas.  Portanto não recomendamos cientificamente o uso do ECG na prática da medicina do trabalho.
  • 41. Vamos publicar! Exemplos...  Qual a prevalência de acidentes de trabalho relacionadas a incapacitação súbita e quais as causas identificadas?  Qual é a qualidade de implementação do ECG nos serviços ocupacionais? Há seguimento adequado dos achados positivos?  Qual o valor preditivo do ECG acerca dos acidentes de trabalho?  Prevalência de acidentes antes e após introdução do ECG.  Custo e efetividade do PCMSO na redução de acidentes e mortes com o ECG.
  • 42. Perguntas frequentes! Risco jurídico Vs Conduta científica  Questão: Vários médicos do trabalho e profissionais administrativos questionam a questão do exame complementar como um instrumento de segurança jurídica para o profissional e para a empresa.  Respostas:  O exame ou intervenção mal implementados com embasamento científico pobre não resolvem o problema gerador de questões jurídicas.  Há desperdício de recursos humanos e financeiros que poderiam ser realocados para soluções mais coerentes.  Custo efetividade é mensurado por ferramentas epidemiológicas.  O papel primordial do médico é a geração de saúde com embasamento científico.  Valor preditivo negativo do exame sempre será alto em doenças raras.  Evidências científicas podem ser usadas como defesa de responsabilidade civil profissional.
  • 43. Perguntas frequentes! O que fazer diante do achado X do ECG?  Questão: Solicitei um exame de ECG a um trabalhador assintomático e encontrei um achado preocupante no ECG. Dou apto ou inapto?  Resposta:  Aptidão e inaptidão são avaliados além do exame complementar: avaliação do posto de trabalho e seus riscos e possibilidade de adaptação da segurança e possibilidade de resgate.  Inaptidão é um instrumento pouco avaliado cientificamente na eficácia e malefícios. Ela é potencialmente iatrogênica por impedir o acesso ao trabalho devendo ser usado com muito cuidado e bom senso e com diálogo e decisão conjunta com trabalhador e evidências científicas.  A avaliação cardiológica não se limita a um achado do ECG.  Lembrar que redução de risco cardiovascular modificável não envolve inaptidão. Avaliar medicação, exercício, perda de peso, mudança de dieta como alternativas.  Os critérios de aptidão e inaptidão e conduta médica devem ser decididos previamente na elaboração do PCMSO de preferência alicerçado por evidências científicas da mesma forma que ocorre institucionalmente com populações de atletas e militares.
  • 44. Perguntas frequentes! Alternativas ao uso universal do ECG?  Escore de Framingham e avaliação dos riscos cardiovasculares modificáveis (obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo, dislipidemia)  The 14-Element AHA Recommendations for Preparticipation Cardiovascular Screening of Competitive Athletes  Questionário de Prontidão para Atividade Física (PAR-Q)  Investigação especializada com ECG e outros exames de acordo com o achados da história, exame físico e perfil de saúde em substituição ao modelo universal.  Geração de saúde pelo controle de riscos cardiovasculares modificáveis (obesidade, tabagismo, diabetes, dislipidemia etc).  Mensurar qualidade de implementação e benefícios à saúde gerados pelo programa.
  • 45.
  • 46. The 14-Element AHA Recommendations for Preparticipation Cardiovascular Screening of Competitive Athletes 1. precordialgia/desconforto/tensão/pressão relacionadas ao esforço 2. síncope inexplicável ou quase síncope 3. fadiga ou palpitações excessivas e inexplicáveis, associadas ao exercício 4. reconhecimento prévio de um sopro do coração 5. pressão sanguínea elevada sistêmica 6. restrição prévia da participação em esportes 7. teste prévio para o coração, ordenado por um médico 8. morte prematura antes de 50 anos de idade atribuível a doenças cardíacas em ≥ 1 parente 9. incapacidade por doença cardíaca em parente próximo < 50 y de idade 10. cardiomiopatia hipertrófica ou dilatada, síndrome do QT longo, ou outras canelopatias, síndrome de Marfan, ou arritmias clinicamente significativas; conhecimento específico de condições cardíacas genéticas nos membros da família 11. sopro do coração 12. pulsos femorais para excluir coarctação de aorta 13. sinais físicos de síndrome de Marfan 14. pressão arterial da artéria braquial (posição sentada)
  • 47.
  • 48. Eletroencefalograma é um bom exame de rastreamento44,45,46?  Dados epidemiológicos:  A associação e magnitude de risco de epilepsia e acidentes ocupacionais ou automobilísticos é inconclusiva. Estudos de coorte em população europeia mensuraram quantidade muita baixa de acidentes em trabalhadores portadores de epilepsia.  Estima-se prevalência 0.5 a 1% da população mundial  Dados acerca da acurácia:  Um exame: sensibilidade 20 a 55%.  Exames seriados: sensibilidade 80 a 90%.
  • 49. Eletroencefalograma é um bom exame de rastreamento44,45,46?  Custo e dificuldade de implementação:  EEG para rastreamento poderia evitar um acidente aéreo a cada 8000 anos.  Custo estimado do rastreamento em aviadores por acidente evitado de € 2.400.000.000.  Desvio de recursos para treinamento e manutenção de equipamentos.  Benefícios e malefícios mensurados:  Não há estudos que mensuraram a eficácia do rastreamento em população geral assintomática ou trabalhadores.
  • 50. Hospital do RS com 6000 funcionários 47 2464 cats emitidas 2000 a 2014 236 trabalho em altura 175 com EEG realizado 171 normal 4 inespecíficas 0 epileptogênica 0 mal súbito 13 relatos sugestivos de quedas com EEG normal
  • 52. Questionário da OMS para epilepsia  Havendo demanda jurídica do médico do trabalho em rastrear epilepsia em trabalhadores em atividades críticas de trabalho, a aplicação do questionário da OMS para epilepsia pode ser um substituto ao EEG, sendo um documento assinado tanto pelo médico como pelo trabalhador e de menor custo.  Entretanto não há garantia de benefícios à saúde do trabalhador ou mudanças de desfechos ocupacionais, cumprindo apenas uma demanda jurídica.  A ANAMT não defende seu uso na prática da medicina do trabalho.  Sensibilidade 95.8 a 100% (resultado positivo entre doentes)  Especificidade 80 a 97% (resultado negativo entre não doentes)
  • 53. Referências bibliográficas 1. Herman CR, Gill HK, Eng J, Fajardo LL. Screening for preclinical disease: test and disease characteristics. AJR Am J Roentgenol. 2002 Oct;179(4):825-31. 2. Barratt A, Irwig L, Glasziou P, Cumming RG, Raffle A, Hicks N, Gray JA, Guyatt GH. User guides to the medical literature: XVII. How to use guidelines and recommendations about screening. Evidence-Based Medicine Working Group. JAMA. 1999 Jun 2;281(21):2029-34. 3. Descatha, A., Dagrenat, C., Cassan, P., Jost, D., Loeb, T., & Baer, M. (2015). Cardiac arrest in the workplace and its outcome: a systematic review and meta-analysis. Resuscitation, 96, 30-36. 4. Eckart RE, Scoville SL, Campbell CL, et al. Sudden death in young adults: a 25-year review of autopsies in military recruits. Ann Intern Med 2004;141(11):829-34. 5. Alattar, A., & Maffulli, N. (2015). The validity of adding ecg to the preparticipation screening of athletes an evidence based literature review. Translational medicine@ UniSa, 11, 2. 6. Neves, A. C. M. D., & Garcia, L. P. (2015). Youth mortality in Brazil: profile and trends in the period 2000-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(4), 595-606. 7. Heron M, Hoyert DL, Murphy SL, et al. Deaths: final data for 2006. Natl Vital Stat Rep. 2009;57:1–134 8. Eckart RE, Scoville SL, Campbell CL, et al. Sudden death in young adults: a 25-year review of autopsies in military recruits. Ann Intern Med 2004;141(11):829-34. 9. Maron, B. J., Shirani, J., Poliac, L. C., Mathenge, R., Roberts, W. C., & Mueller, F. O. (1996). Sudden death in young competitive athletes: clinical, demographic, and pathological profiles. Jama, 276(3), 199-204. 10. Maron, B. J., Friedman, R. A., Kligfield, P., Levine, B. D., Viskin, S., Chaitman, B. R., ... & Soliman, E. Z. (2014). Assessment of the 12-lead electrocardiogram as a screening test for detection of cardiovascular disease in healthy general populations of young people (12–25 years of age): a scientific statement from the American Heart Association and the American College of Cardiology. Journal of the American College of Cardiology, 64(14), 1479-1514.
  • 54. Referências bibliográficas 11. Chou, R., Arora, B., Dana, T., Fu, R., Walker, M., & Humphrey, L. (2011). Screening asymptomatic adults with resting or exercise electrocardiography: a review of the evidence for the US Preventive Services Task Force. Annals of internal medicine, 155(6), 375- 385. 12. Harmon, K. G., Zigman, M., & Drezner, J. A. (2015). The effectiveness of screening history, physical exam, and ECG to detect potentially lethal cardiac disorders in athletes: a systematic review/meta-analysis. Journal of electrocardiology, 48(3), 329-338. 13. Alattar, A., & Maffulli, N. (2015). The validity of adding ecg to the preparticipation screening of athletes an evidence based literature review. Translational medicine@ UniSa, 11, 2. 14. Wingfield, K., Matheson, G. O., & Meeuwisse, W. H. (2004). Preparticipation evaluation: an evidence-based review. Clinical Journal of Sport Medicine, 14(3), 109-122. 15. Perez, M., Fonda, H., Le, V. V., Mitiku, T., Ray, J., Freeman, J. V., ... & Froelicher, V. F. (2009). Adding an electrocardiogram to the preparticipation examination in competitive athletes: a systematic review. Current problems in cardiology, 34(12), 586-662. 16. Chandra, N., Papadakis, M., & Sharma, S. (2010). Preparticipation screening of young competitive athletes for cardiovascular disorders. The Physician and sportsmedicine, 38(1), 54-63. 17. Saundby, P. (2000). Pilots' fitness, a time for questions. Occupational and environmental medicine, 57(1), 69-71. 18. Nadhim, E. A., Hon, C., Xia, B., Stewart, I., & Fang, D. (2016). Falls from Height in the Construction Industry: A Critical Review of the Scientific Literature. International Journal of Environmental Research and Public Health, 13(7). 19 van der Molen HF, Lehtola MM, Lappalainen J, Hoonakker PLT, Hsiao H, Haslam R, Hale AR, Frings-Dresen 12. MHW, Verbeek JH. Interventions to prevent injuries in construction workers. Cochrane Database of Systematic Reviews 2012, Issue 12. Art. No.: CD006251. DOI: 10.1002/14651858.CD006251.pub3. 20. Cashman, C. M., Ruotsalainen, J. H., Greiner, B. A., Beirne, P. V., & Verbeek, J. H. (2009). Alcohol and drug screening of occupational drivers for preventing injury. The Cochrane database of systematic reviews, (2), CD006566.
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