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TeoriasdoConhecimento
MestrandaEdivandaGambinAlbarello
Platão & aEducação- JaymePaviani (2008).
Jayme Paviani (2008), apresenta o texto articulando o pensamento educacional
de Platão, um dos filósofos mais importantes do Ocidente, através de uma crítica, da
história geral da filosofia, da ciência e mesmo das artes e das religiões que são
escritas de modo compartimentado e raramente fornecem uma visão de conjunto.
A VIRTUDE OU EXCELÊNCIA HUMANA EM EDUCAÇÃO
No texto, Paviani ( 2008) aponta que a filosofia de Sócrates e a de Platão se
apresenta como uma verdadeira proposta educacional, se coloca contrária aos
ensinamentos dos sofista trazendo a importância da maiêutica socrática, em seus
textos de Fédon, Fedro, Teeteto, Ménon e na República.
Paviani(2008), em sua fala aborda que
“O objetivo fundamental da educação e do conhecimento filosófico platônico
consiste em alcançar a excelência humana, os valores morais e políticos,
próprios do aperfeiçoamento humano”. (Paviani, 2008, p. 36)
O diálogo socrático é entendido como uma forma de diálogo pedagógico rico,
dialético, que tem como meta final alcançar a virtude ou a excelência humana (arete)
que possuem relação direta com a episteme, ou seja, o mais alto grau de
conhecimento possível. Neste sentido, Paviani enfatiza a relação e a influência direta
de Sócrates sobre Platão onde o aprendizado se dá com relação à educação moral e
completa “Há um paralelismo entre o desenvolvimento do indivíduo e o da sociedade”
(Paviani,2008. P. 37).
Quando Paviani fala: “As virtudes ou os valores de cada um são as virtudes e
os valores da coletividade” (PAVIANI,2008, p. 37), deixa claro que para Platão a
“educação tem como meta atingir a virtude e a busca da melhoria dos cidadãos, bem
como a construção de um Estado ideal, cujos governantes necessitam da educação
filosófica”.
O texto destaca também que, antes de Platão a “educação não era
problematizada e com seus estudos o sistema é posto sob suspeita, principalmente
com a introdução das atividades didáticas e pedagógicas, na dimensão ética”.
A VIRTUDE PODE SER ENSINADA? É POSSÍVEL A EDUCAÇÃO?
Virtude é palavra conhecida ainda hoje, mas é o termo valor que,
aproximadamente, toma a forma do antigo sentido ético da arete dos gregos.
Neste texto, Paviani (2008) aborda a questão da possibilidade de a virtude ser
ensinada – esta questão também foi trabalhada no diálogo Protágoras. Porém,
Protágoras não abre mão da possibilidade de ensinar a arete e como já não tem
convicção que a mesma seja conhecimento, entendemos que a possibilidade de
ensino da arete possibilita a própria educação alcançada pelo estudo, pela busca do
conhecimento, pela desacomodação.
“Todos acreditam na possibilidade de educar o gênero humano, mas somente
Platão questiona a natureza e a finalidade das virtudes[...] (PAVIANI,2008, p. 54).
Neste sentido, muitas coisas podem ser ensinadas, através de exemplos, vivência,
não só pela teoria. A discussão e o diálogo formam o pensamento traz para a prática
a teoria, faz com que possamos compreender.
“As duas dimensões, a do ensino da virtude e a da natureza da virtude ou
excelência, estão intimamente entrelaçadas. Na articulação desses dois
aspectos, estão presentes a reflexão filosófica e a prática pedagógica. Nem
todos os professores, pais e profissionais conseguem que seus estudantes,
filhos e liderados alcancem a qualidade ou a excelência de resultados talvez
porque essa lição de unidade e de justificação de Platão tenha sido
esquecida.” (PAVIANI,2008, p. 55).
A REFORMA EDUCACIONAL E OS VALORES DA SOCIEDADE
A formação de valores pessoais e de valores sociais parece não ser um tema
relevante nos estudos pedagógicos atuais. Entretanto, por diversos motivos sociais e
históricos, a questão é relevante e precisa ser examinada especialmente quando se
trata da necessidade de os professores realizarem nas “escolas um novo projeto
educacional que pratique a ginástica para o corpo e a música para a alma, conforme
as exigências da episteme”. (PAVIANI,2008, p. 76).
Platão apresenta, juntamente com o seu projeto de uma Cidade ou Estado
ideal, uma reforma educativa. Neste sentido Paviani (2008) destaca que, se
na República, Platão idealizava a figura do rei-filósofo, modelo do aprendizado moral
e digno de governar, nas Leis, “abandona a ideia de que os filósofos devem governar
a cidade e assume um projeto político-pedagógico mais realista”. (PAVIANI,2008, p.
76). Paviani ao analisar diversos aspectos percebe que
“a educação implica etapas” (PAVIANI,2008, p. 77), Platão deixa claro que a
educação, desde a infância, é treinamento na virtude. Para ele, formar um
indivíduo simplesmente para a conquista de dinheiro e de vigor físico é
sinônimo de má-educação. Também não se emprega adequadamente o
termo educação, quando se procura apenas a habilidade mental e não a
sabedoria e a justiça. A educação verdadeira consiste, primordialmente, na
aquisição que a criança faz da virtude, da excelência humana”.
(PAVIANI,2008).
Platão traz a ideia de educação verdadeira dizendo que “consiste
primordialmente na aquisição que a criança faz da virtude, da excelência humana”.
(PAVIANI,2008, p. 78). Hoje, quando referimos "educação como um todo", nos
referimos a escola, o Professor, não só do ensino técnico, como da formação ética ou
"preparação para a vida". Paviani em seu texto, afirma que Platão sabia bem da
importância destes dois aspectos, mas o peso que colocava na educação moral faz
com que separe o instrutor do educador. O pedagogo, desde a antiguidade era quem
acompanhava a criança em suas diversas atividades cotidianas, é alguém que
transmitia princípios, valores. Os mais velhos, no contato com os mais novos, ensinam
com os exemplos. Ambos são, informalmente, educadores de arete (PAVIANI,2008,
p. 78).
A escola atual, mesmo com toda a crise do emprego, continua a defender um
trabalho digno com justiça em suas relações; os legisladores de hoje, mesmo que
distantes dos da antiguidade, são os responsáveis por nossas leis escritas.
Platão já dizia que o verdadeiro ensino deve separar o agradável do justo. O
legislador e professor têm a função de conduzir o homem a uma vida justa e
virtuosa. (PAVIANI,2008, p. 78).
Observando os aspectos analisados por Paviani, ele sugere que a escola não
mais pregará a insubordinação às normas aos seus alunos (por mais problemas que
tenham), pois isso seria o caos. As nossas instituições devem ensinar valores que
proporcionam às juventudes viverem bem, defendendo seus direitos ao lazer e à
felicidade. Conclui que, não apenas a escola, mas a sociedade adulta de todos os
tempos recorre ao conselho de afastar-se das "más companhias".
Em vista dos argumentos apresentados o aluno só irá constituir-se como
cidadão responsável, no momento em que compreender que a vida é feita de alegrias
e tristezas, enaltecimentos e vicissitudes.
A EDUCAÇÃO E A ALEGORIA DA CAVERNA
Paviani (PAVIANI,2008, p. 91). aponta que “Os diálogos de Platão combinam,
com clareza, argumentos racionais, exposições dialéticas e narrativas de mitos e
alegorias”.
Ao examinar a obra República, do filósofo Platão onde podemos mencionar a
famosa Alegoria da Caverna, apresenta em suas páginas o que se poderia chamar de
projeto político-educativo. Ao utilizar-se de metáforas, Platão explica o processo de
saída do homem da caverna da ilusão do mundo sensível para o mundo inteligível
corresponde a todo um processo pedagógico e de aprendizado e que não está livre
de obstáculos. Sem contar que o filósofo ao sair da caverna verifica a realidade do
mundo inteligível. Percebe preocupado em virtude do que foi mencionado, pois vivia
acorrentado em sua própria ignorância, em um mundo de ilusões, que era falso e se
dá conta que existe outra realidade além daquela escuridão.
Ao fazer uma análise da sociedade, a alegoria da caverna é uma metáfora em
que Platão usa para justificar a necessidade da educação na criação de um novo
cidadão, com o qual será possível construir um mundo melhor e mais justo,
ressaltando a importância da educação no processo para aquisição de novos
conhecimentos, “entretanto, aos poucos o prisioneiro que aprendeu a contemplar as
maravilhas do mundo não aceita mais retornar à caverna” (Paviani, 2008, p. 93).
Por outro lado, o processo é lento e doloroso, pois os indivíduos vão se expondo
aos obstáculos da vida em busca da verdade, neste sentido, Paviani, complementa
dizendo que “as consequências desse pensamento platônico para a educação são
fundamentais” (Paviani, 2008, p. 94).
Em consequência disto, o que dizer do indivíduo que se liberta da caverna,
contempla a verdadeira realidade e sente o impulso de voltar a caverna para ajudar
os seus amigos que lá permaneceram presos? Poderíamos comparar com aqueles
que, após assumir a função de pedagogos, ajudam seus alunos a despertar o seu
conhecimento para uma realidade maior e mais ampla?
De qualquer modo, trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar
da condição de escuridão que nos aprisiona e através da luz da verdade atingir novas
formas de conhecimento. Desta forma possamos entender a importância de perguntar
o que devemos ensinar, buscando qual o melhor processo de aprendizagem que a
educação pode nos oferecer para atingirmos um nível mais elevado de conhecimento.
Analisamos assim que os prisioneiros da caverna são, na verdade, uma clara
alusão de Platão à condição humana, pois os homens encontram-se absorvidos por
suas crenças e opiniões, mas, muito longe do verdadeiro conhecimento e da
sabedoria. Precisam libertar-se para atingir uma condição humana perante o mundo,
no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação.
Mais do que nunca, vivemos numa sociedade que pratica a total inversão de
valores, especialmente se tivermos em nossa presença o passado. Há uma espécie
de luta entre a tradição e a renovação. É necessário retomar a questão dos valores,
sejam econômicos, sociais, políticos, morais, estéticos e religiosos, no sentido
sociológico e ou filosófico, este processo exige coragem de enfrentar, num mundo
veloz, questões esquecidas ou ignoradas no amplo horizonte das preocupações
atuais.
Por isso tudo não será Platão mais "moderno" que nós, ao propor seu conteúdo
de ensino em forma de diálogo? Apesar das diferenças e dificuldades, já bastante
abordadas no tratamento das virtudes, volto a Platão para concluir: "As cidades, para
serem felizes, não precisam de muralhas, navios, arsenais, tropas nem grandeza. Só
precisam de virtude".
PAVIANI, Jayme. Platão & a Educação, Belo Horizonte: Autentica. 2008.

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Platão e a Educação - Paviani.docx

  • 1. TeoriasdoConhecimento MestrandaEdivandaGambinAlbarello Platão & aEducação- JaymePaviani (2008). Jayme Paviani (2008), apresenta o texto articulando o pensamento educacional de Platão, um dos filósofos mais importantes do Ocidente, através de uma crítica, da história geral da filosofia, da ciência e mesmo das artes e das religiões que são escritas de modo compartimentado e raramente fornecem uma visão de conjunto. A VIRTUDE OU EXCELÊNCIA HUMANA EM EDUCAÇÃO No texto, Paviani ( 2008) aponta que a filosofia de Sócrates e a de Platão se apresenta como uma verdadeira proposta educacional, se coloca contrária aos ensinamentos dos sofista trazendo a importância da maiêutica socrática, em seus textos de Fédon, Fedro, Teeteto, Ménon e na República. Paviani(2008), em sua fala aborda que “O objetivo fundamental da educação e do conhecimento filosófico platônico consiste em alcançar a excelência humana, os valores morais e políticos, próprios do aperfeiçoamento humano”. (Paviani, 2008, p. 36) O diálogo socrático é entendido como uma forma de diálogo pedagógico rico, dialético, que tem como meta final alcançar a virtude ou a excelência humana (arete) que possuem relação direta com a episteme, ou seja, o mais alto grau de conhecimento possível. Neste sentido, Paviani enfatiza a relação e a influência direta de Sócrates sobre Platão onde o aprendizado se dá com relação à educação moral e completa “Há um paralelismo entre o desenvolvimento do indivíduo e o da sociedade” (Paviani,2008. P. 37). Quando Paviani fala: “As virtudes ou os valores de cada um são as virtudes e os valores da coletividade” (PAVIANI,2008, p. 37), deixa claro que para Platão a “educação tem como meta atingir a virtude e a busca da melhoria dos cidadãos, bem como a construção de um Estado ideal, cujos governantes necessitam da educação filosófica”.
  • 2. O texto destaca também que, antes de Platão a “educação não era problematizada e com seus estudos o sistema é posto sob suspeita, principalmente com a introdução das atividades didáticas e pedagógicas, na dimensão ética”. A VIRTUDE PODE SER ENSINADA? É POSSÍVEL A EDUCAÇÃO? Virtude é palavra conhecida ainda hoje, mas é o termo valor que, aproximadamente, toma a forma do antigo sentido ético da arete dos gregos. Neste texto, Paviani (2008) aborda a questão da possibilidade de a virtude ser ensinada – esta questão também foi trabalhada no diálogo Protágoras. Porém, Protágoras não abre mão da possibilidade de ensinar a arete e como já não tem convicção que a mesma seja conhecimento, entendemos que a possibilidade de ensino da arete possibilita a própria educação alcançada pelo estudo, pela busca do conhecimento, pela desacomodação. “Todos acreditam na possibilidade de educar o gênero humano, mas somente Platão questiona a natureza e a finalidade das virtudes[...] (PAVIANI,2008, p. 54). Neste sentido, muitas coisas podem ser ensinadas, através de exemplos, vivência, não só pela teoria. A discussão e o diálogo formam o pensamento traz para a prática a teoria, faz com que possamos compreender. “As duas dimensões, a do ensino da virtude e a da natureza da virtude ou excelência, estão intimamente entrelaçadas. Na articulação desses dois aspectos, estão presentes a reflexão filosófica e a prática pedagógica. Nem todos os professores, pais e profissionais conseguem que seus estudantes, filhos e liderados alcancem a qualidade ou a excelência de resultados talvez porque essa lição de unidade e de justificação de Platão tenha sido esquecida.” (PAVIANI,2008, p. 55). A REFORMA EDUCACIONAL E OS VALORES DA SOCIEDADE A formação de valores pessoais e de valores sociais parece não ser um tema relevante nos estudos pedagógicos atuais. Entretanto, por diversos motivos sociais e históricos, a questão é relevante e precisa ser examinada especialmente quando se trata da necessidade de os professores realizarem nas “escolas um novo projeto
  • 3. educacional que pratique a ginástica para o corpo e a música para a alma, conforme as exigências da episteme”. (PAVIANI,2008, p. 76). Platão apresenta, juntamente com o seu projeto de uma Cidade ou Estado ideal, uma reforma educativa. Neste sentido Paviani (2008) destaca que, se na República, Platão idealizava a figura do rei-filósofo, modelo do aprendizado moral e digno de governar, nas Leis, “abandona a ideia de que os filósofos devem governar a cidade e assume um projeto político-pedagógico mais realista”. (PAVIANI,2008, p. 76). Paviani ao analisar diversos aspectos percebe que “a educação implica etapas” (PAVIANI,2008, p. 77), Platão deixa claro que a educação, desde a infância, é treinamento na virtude. Para ele, formar um indivíduo simplesmente para a conquista de dinheiro e de vigor físico é sinônimo de má-educação. Também não se emprega adequadamente o termo educação, quando se procura apenas a habilidade mental e não a sabedoria e a justiça. A educação verdadeira consiste, primordialmente, na aquisição que a criança faz da virtude, da excelência humana”. (PAVIANI,2008). Platão traz a ideia de educação verdadeira dizendo que “consiste primordialmente na aquisição que a criança faz da virtude, da excelência humana”. (PAVIANI,2008, p. 78). Hoje, quando referimos "educação como um todo", nos referimos a escola, o Professor, não só do ensino técnico, como da formação ética ou "preparação para a vida". Paviani em seu texto, afirma que Platão sabia bem da importância destes dois aspectos, mas o peso que colocava na educação moral faz com que separe o instrutor do educador. O pedagogo, desde a antiguidade era quem acompanhava a criança em suas diversas atividades cotidianas, é alguém que transmitia princípios, valores. Os mais velhos, no contato com os mais novos, ensinam com os exemplos. Ambos são, informalmente, educadores de arete (PAVIANI,2008, p. 78). A escola atual, mesmo com toda a crise do emprego, continua a defender um trabalho digno com justiça em suas relações; os legisladores de hoje, mesmo que distantes dos da antiguidade, são os responsáveis por nossas leis escritas. Platão já dizia que o verdadeiro ensino deve separar o agradável do justo. O legislador e professor têm a função de conduzir o homem a uma vida justa e virtuosa. (PAVIANI,2008, p. 78). Observando os aspectos analisados por Paviani, ele sugere que a escola não mais pregará a insubordinação às normas aos seus alunos (por mais problemas que tenham), pois isso seria o caos. As nossas instituições devem ensinar valores que
  • 4. proporcionam às juventudes viverem bem, defendendo seus direitos ao lazer e à felicidade. Conclui que, não apenas a escola, mas a sociedade adulta de todos os tempos recorre ao conselho de afastar-se das "más companhias". Em vista dos argumentos apresentados o aluno só irá constituir-se como cidadão responsável, no momento em que compreender que a vida é feita de alegrias e tristezas, enaltecimentos e vicissitudes. A EDUCAÇÃO E A ALEGORIA DA CAVERNA Paviani (PAVIANI,2008, p. 91). aponta que “Os diálogos de Platão combinam, com clareza, argumentos racionais, exposições dialéticas e narrativas de mitos e alegorias”. Ao examinar a obra República, do filósofo Platão onde podemos mencionar a famosa Alegoria da Caverna, apresenta em suas páginas o que se poderia chamar de projeto político-educativo. Ao utilizar-se de metáforas, Platão explica o processo de saída do homem da caverna da ilusão do mundo sensível para o mundo inteligível corresponde a todo um processo pedagógico e de aprendizado e que não está livre de obstáculos. Sem contar que o filósofo ao sair da caverna verifica a realidade do mundo inteligível. Percebe preocupado em virtude do que foi mencionado, pois vivia acorrentado em sua própria ignorância, em um mundo de ilusões, que era falso e se dá conta que existe outra realidade além daquela escuridão. Ao fazer uma análise da sociedade, a alegoria da caverna é uma metáfora em que Platão usa para justificar a necessidade da educação na criação de um novo cidadão, com o qual será possível construir um mundo melhor e mais justo, ressaltando a importância da educação no processo para aquisição de novos conhecimentos, “entretanto, aos poucos o prisioneiro que aprendeu a contemplar as maravilhas do mundo não aceita mais retornar à caverna” (Paviani, 2008, p. 93). Por outro lado, o processo é lento e doloroso, pois os indivíduos vão se expondo aos obstáculos da vida em busca da verdade, neste sentido, Paviani, complementa dizendo que “as consequências desse pensamento platônico para a educação são fundamentais” (Paviani, 2008, p. 94).
  • 5. Em consequência disto, o que dizer do indivíduo que se liberta da caverna, contempla a verdadeira realidade e sente o impulso de voltar a caverna para ajudar os seus amigos que lá permaneceram presos? Poderíamos comparar com aqueles que, após assumir a função de pedagogos, ajudam seus alunos a despertar o seu conhecimento para uma realidade maior e mais ampla? De qualquer modo, trata-se da exemplificação de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona e através da luz da verdade atingir novas formas de conhecimento. Desta forma possamos entender a importância de perguntar o que devemos ensinar, buscando qual o melhor processo de aprendizagem que a educação pode nos oferecer para atingirmos um nível mais elevado de conhecimento. Analisamos assim que os prisioneiros da caverna são, na verdade, uma clara alusão de Platão à condição humana, pois os homens encontram-se absorvidos por suas crenças e opiniões, mas, muito longe do verdadeiro conhecimento e da sabedoria. Precisam libertar-se para atingir uma condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação. Mais do que nunca, vivemos numa sociedade que pratica a total inversão de valores, especialmente se tivermos em nossa presença o passado. Há uma espécie de luta entre a tradição e a renovação. É necessário retomar a questão dos valores, sejam econômicos, sociais, políticos, morais, estéticos e religiosos, no sentido sociológico e ou filosófico, este processo exige coragem de enfrentar, num mundo veloz, questões esquecidas ou ignoradas no amplo horizonte das preocupações atuais. Por isso tudo não será Platão mais "moderno" que nós, ao propor seu conteúdo de ensino em forma de diálogo? Apesar das diferenças e dificuldades, já bastante abordadas no tratamento das virtudes, volto a Platão para concluir: "As cidades, para serem felizes, não precisam de muralhas, navios, arsenais, tropas nem grandeza. Só precisam de virtude". PAVIANI, Jayme. Platão & a Educação, Belo Horizonte: Autentica. 2008.