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Sentir Pensando: Convergências Textuais entre Fernando Pessoa e
Álvaro de Campos

                                                Diógenes Afonso de Oliveira
                                      Aluno do 8 Período de Letras - FAFIRE

Ao estabelecer as possíveis convergências entre Fernando Pessoa "Ele mesmo"
e Álvaro de Campos, um traço peculiar a ambos se evidencia: o fato/fado de
não conseguirem escapar das vicissitudes do sentimento pensado ou estarem
"condenados" a sentir pensando.

Não sendo extremamente negativo como possa parecer, sentir sem isentar-se
do pensar (atitude reflexiva) se afigura como um projeto doloroso e, por
assim dizer, prenhe da visão agônica da vida. A turbulência existencial
derivada desta situação (sentir pensando) aponta para a impotência diante da
constatação de que toda tentativa de conhecer(-se) e de felicitar-se com isto
é nula e despojada de qualquer possibilidade concreta.

Fernando Pessoa "Ele mesmo" nos traduz esta angústia quando, na esteira da
proposta de sentir apenas o que sente, constata a impossibilidade de anular a
interferência da razão, da inteligência. Esta, longe de plasmar a nomeação do
homem em sua plenitude, instaura uma crescente des/ordem. Desta maneira,
há no ortônimo uma ânsia de "capturar" o sentir sem pensar e fugir do cansaço
(impotência) que a busca do conhecer(-se) pelas vias do exercício reflexivo
(pensar) demanda: "Gato que brincas na rua / Como se fosse na cama, /
Invejo a sorte que é tua / Porque nem sorte se chama. / Bom servo das leis
fatais / Que regem pedras e gentes, / Que tens instintos gerais / E sentes só
o que sentes. / És feliz porque és assim / Todo o nada que és é teu. / Eu
vejo-me e estou sem mim, / Conheço-me e não sou eu." (1).

Ao trilhar o mesmo percurso, Campos nos coloca diante da mesma realidade a
partir de outros passos: "O cansaço de pensar, indo até o fundo do existir, /
Faz-me velho deste antes de ontem com um frio até no corpo." (2) Por mais
que se tenha desdobrado em viver "sem saber nada, e morrer sem ir saber
nada", o heterônimo pessoano esbarra no preço da "razão de haver ser, a
razão de haver seres, de haver tudo" pertinente à atitude reflexiva. E a
moeda com a qual se paga este projeto "deve trazer uma loucura maior que
os espaços / Entre as almas e entre as estrelas", isto é, traz um vácuo
existencial, uma sensação de inexistir, e por conseguinte, aquela mesma
des/ordem presente na proposta ortonímica.

O estatuto humano de sentir pensando, assim entrevisto, é apenas a
radiografia superficial do labirinto. Percorrendo seus espaços interiores nos
deparamos com trilhas pungentes, reveladoras de mágoas, desespero,
desencanto com a vida, evasão... Como a confirmar isto basta constatarmos -
para ficarmos apenas com um desses aspectos - a presença do niilismo em
Fernando Pessoa "Ele mesmo" ("Dorme, que a vida é nada!") e em Álvaro de
Campos ("Pensar na vida de nada serve... / Pensar de pensar na vida de nada
serve") (3)
Muito embora um estudo comparativo entre Fernando Pessoa "Ele mesmo" e
Álvaro de Campos exija que percorramos suas respectivas produções poéticas
de ponta a ponta, tetamos esboçar o que nos pareceu mais comum a ambos,
qual seja, a "condenação" de sentir pensando. É óbvio que, mesmo
manifestando a condição referida, estas duas personalidades poéticas vão
apresentar nuanças no modus vivendi próprio a cada uma. Por um lado, o
ortônimo solicita a inconsistência quase utópica da ceifeira que sente sem o
saber: "Ah, canta, canta sem razão! / O que em mim sente ´stá pensando.
(...) Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsistência..." (4). Já
Álvaro de Campos chega ao esgotamento quando tenta mudar o curso de tal
"condenação": "Pára, meu coração! / Não penses! Deixa o pensar na cabeça!"
(5).

Revelando as sutilezas próprias de cada projeto poético, ainda que
pertencentes a um mesmo tronco, concluímos que tal "condenação" se
manifesta de duas maneiras distintas: em Fernando Pessoa "Ele mesmo" a
mundividência alicerçada no sentir pensando se dará de modo mais "contido",
enquanto em Campos iremos surpreender o escapulir de um grito
dilacerante... para quem quiser ouvir.

REFERÊNCIAS:

(1) PESSOA, Fernando. O Guardador de Rebanhos e Outros Poemas. Seleção e
introdução de Massaud Moisés, São Paulo: Cultrix, 1989, p. 75-76.

(2) .... Ficções de Interlúdio/4: poesias de Álvaro de Campos. Anotações
Maria Aliete Galhoz, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983, p. 103.

(3) Dada a exiguidade de espaço não procederemos à discussão minuciosa
destes aspectos presentes nas duas produções poéticas.

(4) PESSOA, Fernando. opus cit. (1), p. 71.

(5) Idem, opus cit. (2), p. 136.


Trabalho orientado pela professora Sônia Prieto, Mestre em Teoria da
Literatura e professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia do
Recife.

LUMEN, Recife, v. 6, N. 2, p. 49-51, 1992.

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Sentir pensando convergências textuais entre fernando pessoa e álvaro de campos

  • 1. Sentir Pensando: Convergências Textuais entre Fernando Pessoa e Álvaro de Campos Diógenes Afonso de Oliveira Aluno do 8 Período de Letras - FAFIRE Ao estabelecer as possíveis convergências entre Fernando Pessoa "Ele mesmo" e Álvaro de Campos, um traço peculiar a ambos se evidencia: o fato/fado de não conseguirem escapar das vicissitudes do sentimento pensado ou estarem "condenados" a sentir pensando. Não sendo extremamente negativo como possa parecer, sentir sem isentar-se do pensar (atitude reflexiva) se afigura como um projeto doloroso e, por assim dizer, prenhe da visão agônica da vida. A turbulência existencial derivada desta situação (sentir pensando) aponta para a impotência diante da constatação de que toda tentativa de conhecer(-se) e de felicitar-se com isto é nula e despojada de qualquer possibilidade concreta. Fernando Pessoa "Ele mesmo" nos traduz esta angústia quando, na esteira da proposta de sentir apenas o que sente, constata a impossibilidade de anular a interferência da razão, da inteligência. Esta, longe de plasmar a nomeação do homem em sua plenitude, instaura uma crescente des/ordem. Desta maneira, há no ortônimo uma ânsia de "capturar" o sentir sem pensar e fugir do cansaço (impotência) que a busca do conhecer(-se) pelas vias do exercício reflexivo (pensar) demanda: "Gato que brincas na rua / Como se fosse na cama, / Invejo a sorte que é tua / Porque nem sorte se chama. / Bom servo das leis fatais / Que regem pedras e gentes, / Que tens instintos gerais / E sentes só o que sentes. / És feliz porque és assim / Todo o nada que és é teu. / Eu vejo-me e estou sem mim, / Conheço-me e não sou eu." (1). Ao trilhar o mesmo percurso, Campos nos coloca diante da mesma realidade a partir de outros passos: "O cansaço de pensar, indo até o fundo do existir, / Faz-me velho deste antes de ontem com um frio até no corpo." (2) Por mais que se tenha desdobrado em viver "sem saber nada, e morrer sem ir saber nada", o heterônimo pessoano esbarra no preço da "razão de haver ser, a razão de haver seres, de haver tudo" pertinente à atitude reflexiva. E a moeda com a qual se paga este projeto "deve trazer uma loucura maior que os espaços / Entre as almas e entre as estrelas", isto é, traz um vácuo existencial, uma sensação de inexistir, e por conseguinte, aquela mesma des/ordem presente na proposta ortonímica. O estatuto humano de sentir pensando, assim entrevisto, é apenas a radiografia superficial do labirinto. Percorrendo seus espaços interiores nos deparamos com trilhas pungentes, reveladoras de mágoas, desespero, desencanto com a vida, evasão... Como a confirmar isto basta constatarmos - para ficarmos apenas com um desses aspectos - a presença do niilismo em Fernando Pessoa "Ele mesmo" ("Dorme, que a vida é nada!") e em Álvaro de Campos ("Pensar na vida de nada serve... / Pensar de pensar na vida de nada serve") (3)
  • 2. Muito embora um estudo comparativo entre Fernando Pessoa "Ele mesmo" e Álvaro de Campos exija que percorramos suas respectivas produções poéticas de ponta a ponta, tetamos esboçar o que nos pareceu mais comum a ambos, qual seja, a "condenação" de sentir pensando. É óbvio que, mesmo manifestando a condição referida, estas duas personalidades poéticas vão apresentar nuanças no modus vivendi próprio a cada uma. Por um lado, o ortônimo solicita a inconsistência quase utópica da ceifeira que sente sem o saber: "Ah, canta, canta sem razão! / O que em mim sente ´stá pensando. (...) Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsistência..." (4). Já Álvaro de Campos chega ao esgotamento quando tenta mudar o curso de tal "condenação": "Pára, meu coração! / Não penses! Deixa o pensar na cabeça!" (5). Revelando as sutilezas próprias de cada projeto poético, ainda que pertencentes a um mesmo tronco, concluímos que tal "condenação" se manifesta de duas maneiras distintas: em Fernando Pessoa "Ele mesmo" a mundividência alicerçada no sentir pensando se dará de modo mais "contido", enquanto em Campos iremos surpreender o escapulir de um grito dilacerante... para quem quiser ouvir. REFERÊNCIAS: (1) PESSOA, Fernando. O Guardador de Rebanhos e Outros Poemas. Seleção e introdução de Massaud Moisés, São Paulo: Cultrix, 1989, p. 75-76. (2) .... Ficções de Interlúdio/4: poesias de Álvaro de Campos. Anotações Maria Aliete Galhoz, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983, p. 103. (3) Dada a exiguidade de espaço não procederemos à discussão minuciosa destes aspectos presentes nas duas produções poéticas. (4) PESSOA, Fernando. opus cit. (1), p. 71. (5) Idem, opus cit. (2), p. 136. Trabalho orientado pela professora Sônia Prieto, Mestre em Teoria da Literatura e professora de Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia do Recife. LUMEN, Recife, v. 6, N. 2, p. 49-51, 1992.