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Índice de Escassez de Médicos no Brasil:
estudo exploratório no âmbito da
Atenção Primária
Sábado Nicolau Girardi
Cristiana Leite Carvalho
Jackson Freire Araújo
Jaqueline Medeiros Farah
Lucas Wan Der Maas
Luis Antônio Bonolo de Campos
Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado em Saúde (EPSM)
Conferência Internacional sobre Pesquisas em
Recursos Humanos em Saúde
Rio de Janeiro – 9 a 11 de Junho de 2010
Introdução
A implementação de uma política nacional para promover a
segurança dos cuidados de saúde para o Sistema Único de Saúde
(SUS) pelo Governo Federal exige a identificação de áreas geográficas
e de populações que sofrem de grave escassez de profissionais de
saúde, especialmente no que se refere aos médicos em Atenção
Primária. Combinada com outras necessidades socioeconômicas e de
saúde, a escassez de médicos agrava o estado de privação que afeta
essas populações. Este estudo pretende identificar os municípios com
escassez de médicos, a fim de apoiar a alocação dos recursos federais
em território nacional.
Objetivos
* Identificar os municípios brasileiros segundo a existência de escassez
de médicos em Atenção Primária;
* Criar um índice (ou escala) para mensurar a intensidade da escassez
de médicos em Atenção Primária – enfrentada pelos municípios;
* Analisar a relação entre a oferta de médicos em Atenção Primária com
características demográficas e socioeconômicas dos municípios, oferta de
outros profissionais de saúde e distribuição geográfica.
Identificação e mensuração da
escassez de médicos em Atenção
Primária
Metodologia
A definição de carência/escassez adotada levou em consideração três
dimensões:
(i) disponibilidade/oferta de recursos humanos em Atenção Primária,
(ii) necessidades de saúde,
(iii) carências socioeconômicas e
(iv) barreiras de acesso a serviços de saúde.
O pressuposto é o de que altas necessidades de saúde, carências
socioeconômicas e dificuldades de acesso se refletem em maior demanda de
serviços médicos, agravando a situação de escassez destes.
Para cada uma dessas dimensões foi selecionado 1 (um) único indicador:
* Número de habitantes por médico em Atenção Primária – número de
habitantes no município por médico, ajustado por tempo equivalente a 40
horas ambulatoriais – FTE – nas especialidades de Clínica Médica,
Pediatria e Saúde da Família, em dezembro de 2008. Fonte: Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde (CNES-
MS);
* Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) – mortalidade infantil por mil
nascidos vivos em 2007. Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade
(SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC);
* Proporção de domicílios pobres – número de domicílios no município que
eram elegíveis ao Programa Bolsa Família (PBF) em 2006, isto é, com
renda per capita inferior a R$137,00, em relação ao total de domicílios.
Fonte: IPEA em estudo encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome – MDS;
Justificativa para o não uso de indicadores de barreiras de acesso:
Embora seja possível estabelecer a distância entre diferentes municípios e
perímetros de escassez de médicos através da Malha Municipal Digital do
Brasil do IBGE, a mesma não reflete as reais barreiras de acesso, a que os
municípios se submetem, pois não leva em consideração o tempo de
deslocamento, o tipo de transporte e o perfil do município, entre outros fatores.
Diante da inexistência de outra fonte de dados com informações que sirvam
aos propósitos analíticos deste estudo, procedeu-se a conjugação da construção
do índice de escassez de médicos com seu geoprocessamento, na tentativa de
refinar a análise. Além disso, optou-se por excluir os municípios das principais
regiões metropolitanas do país, entendendo que a utilização de serviços de
saúde no município núcleo da região pela população residente nos demais
municípios ocorre de forma diferenciada daquela observada para o restante do
país, requerendo uma metodologia também diferenciada, o que será feito em
um próximo estudo.
Critérios de classificação dos municípios não metropolitanos segundo
escassez de médicos em AP:
* Municípios com razão de um médico para mais de 3.000 habitantes ou
com ausência de médico;
* Municípios com um médico para 1.500 até menos de 3.000 habitantes e
TMI de mais de 100% acima da média nacional;
* Municípios com um médico para 1.500 até menos de 3.000 habitantes e
mais de 50% dos domicílios na pobreza;
No total, 1.280 municípios foram selecionados segundo os critérios
supracitados e estes tiveram o índice de escassez de profissionais de saúde
calculado. Os indicadores foram classificados num gradiente de 0 a 5 de acordo
com a intensidade da ocorrência do evento conforme o quadro 1.
Nome do indicador Graus Nome das categorias
Número de habitantes por
médico em Atenção Primária
equivalente a tempo integral
(40 horas) - Full Time
Equivalent
0 1 médico 40 horas para até 3.000 hab.
1 1 médico 40 horas para mais de 3.000 até 4.000 hab.
2 1 médico 40 horas para mais de 4.000 até 5.000 hab.
3 1 médico 40 horas para mais de 5.000 até 10.000 hab.
4 1 médico 40 horas para mais de 10.000 até 15.000 hab.
5 1 médico 40 horas para mais de 15.000 hab.
Taxa de Mortalidade Infantil
(TMI)
0 TMI abaixo da média nacional
1 TMI até 10% acima da média
2 TMI mais de 10% até 25% acima da média
3 TMI mais de 25% até 50% acima da média
4 TMI mais de 50% até 100% acima da média
5 TMI mais de 100% acima da média
Proporção de domicílios
pobres
0 Menos de 10% de domicílios pobres
1 De 10% a menos de 20% de domicílios pobres
2 De 20% a menos de 30% de domicílios pobres
3 De 30% a menos de 40% de domicílios pobres
4 De 40% a menos de 50% de domicílios pobres
5 50% ou mais de domicílios pobres
Quadro 1 - Classificação dos indicadores selecionados
Gráfico 1 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos
segundo critério de definição da escassez de médicos em Atenção Primária
Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
Resultados
Mapa 1 – Distribuição
dos municípios
brasileiros segundo
critério de definição da
condição de escassez
de médicos em Atenção
Primária
Gráfico 2 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos
com escassez de médicos em Atenção Primária, segundo Região
Geográfica
Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
Tabela 1 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos
com escassez de médicos em Atenção Primária e da população residente
nestes municípios, segundo Região Geográfica
Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
Região
Municípios População residente % da pop.
residente em
relação à pop.
não-
metropolitana
N % N %
Norte 220 17,2 5.965.141 21,3 47,6
Nordeste 663 51,8 13.814.353 49,3 33,8
Sudeste 148 11,6 2.057.205 7,3 4,9
Sul 161 12,6 1.879.962 6,7 9,6
Centro-oeste 88 6,9 4.313.954 15,4 32,6
Brasil 1.280 100 28.030.615 100 21,8
Gráfico 3 – Percentual da população residente em municípios com
escassez de médicos em Atenção Primária, em relação à população dos
municípios não-metropolitanos – Brasil e Regiões Geográficas
Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
Gráfico 4 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos
com escassez de médicos em Atenção Primária, segundo graus do índice
Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
Mapa 2 – Distribuição
dos municípios
brasileiros segundo
graus do Índice de
Escassez de Médicos
em Atenção Primária
Análise da oferta de médicos em
Atenção Primária segundo
características dos municípios
Metodologia
Buscando complementar o estudo de identificação e mensuração da
escassez de médicos em Atenção Primária, procedeu-se a uma análise de
regressão linear buscando identificar a relação entre oferta de médicos
(razão de número de profissionais por habitante) e características dos
municípios, sendo elas:
* TMI e proporção de domicílios pobres, utilizados na construção do
índice;
* Composição da população: proporção de crianças, idosos e mulheres em
idade fértil;
* Oferta de profissionais de saúde de apoio ao serviço médico,
notadamente enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem (TAE) e
agentes comunitários de saúde (ACS);
* Região geográfica, porte populacional e região metropolitana.
Variáveis
Modelo 1
(R2=0,253)
Modelo 2
(R2=0,259)
Modelo 3
(R2=0,410)
Modelo 4
(R2=0,474)
Constant 1,4423* 1,4313* ,7789* ,8734*
Taxa de Mortalidade Infantil ,0027 ,0028 -,0004 ,0350*
Proporção de domicílios pobres -,5036* -,4882* -,3709* -,4106*
Prop. de crianças com até 5 anos - -,5940* -,1168 -,5279*
Prop. de idosos com mais de 60 anos - -,0393 -,0198 -,0300
Prop. de mulheres em idade fértil - ,6891* ,1575 ,5300*
Nº de enfermeiros por 1000 hab. - - ,2918* ,2702*
Nº de TAE por 1000 hab. - - ,1849* ,1767*
Nº de ACS por 1000 hab. - - -,0306* -,0124
Região Norte - - - -,1521*
Região Nordeste - - - -,0490*
Região Sul - - - -,1839*
Região Centro-oeste - - - -,1738*
Porte populacional - - - ,0706*
Dummy de região metropolitana - - - ,0710*
Var. dependente = Nº de médicos por 1000 hab.
*Significante a 1%.
Resultados
Aumento da oferta de médicos Diminuição da oferta de médicos
Aumento da proporção de mulheres em idade
fértil
Aumento da pobreza
Aumento do número de enfermeiros e TAE por
mil habitantes
Aumento da proporção de crianças com até 5
anos
Aumento do porte populacional Aumento do nº de ACS por mil habitantes
Municípios metropolitanos Todas as regiões geográficas, em relação à
Região Sudeste
* A proporção de idosos não está relacionada à oferta de médicos em Atenção
Primária;
* As variáveis que estão mais relacionadas à oferta de médicos são a proporção
de mulheres em idade fértil, de crianças com até 5 anos e de domicílios pobres;
* A variável de TMI só é estatisticamente significante no último modelo,
incluindo as variáveis de região, porte e região metropolitana. Neste modelo, o
aumento da TMI está relacionado ao aumento da oferta de médicos;
* Em um modelo alternativo, utilizando como ajuste da oferta de médicos o
equivalente a 40 horas ambulatoriais, as relações com as variáveis explicativas
não se alteram, entretanto, os valores dos coeficientes das variáveis que estão
mais relacionadas à oferta de médicos aumentam.
Considerações Finais
* A incorporação de outras variáveis no dimensionamento da oferta de serviços
médicos em Atenção Primária como as horas de trabalho de pessoal de
enfermagem e ACS deve ser considerada uma vez que sua utilização de forma
ponderada pode aliviar estados identificados de carência e escassez e os
resultados comparados com os do presente estudo;
* Da mesma forma, com relação à população potencialmente usuária dos serviços
e deles carente é necessário que pesos diferenciados sejam estabelecidos de
acordo com sua estrutura etária e sexual, mais particularmente em relação a
mulheres em idade fértil e crianças com até 5 anos de idade, como visto acima;
* Outros indicadores de alta necessidade também devem ser contemplados nas
medidas da carência assistencial em saúde, a exemplo das variáveis utilizadas
pelo Programa Territórios de Cidadania, como a concentração de agricultores
familiares e assentamentos da Reforma Agrária, proporção de populações
quilombolas e indígenas, pescadores etc., no sentido de permitir uma ação mais
coordenada de governo no combate aos estados de privação severa que acometem
a população brasileira.
* Da mesma forma, definições mais refinadas de acessibilidade espacial mais
relacionadas com a organização da entrega dos serviços de atenção primária em
saúde devem ser incorporadas no sentido da identificação de áreas e medição
mais acurada dos estados de privação de serviços de saúde – a exemplo das
microrregiões de saúde, definidas segundo a rede de serviços de saúde entre
municípios;
* Finalmente, acreditamos que os resultados preliminares obtidos sinalizam para
sua utilidade no estabelecimento de prioridades para o enfrentamento dos
problemas de insegurança assistencial em saúde no âmbito do SUS no território
nacional.
ESTAÇÃO DE PESQUISA DE SINAIS DE MERCADO
http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br
epsm@medicina.ufmg.br

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Índice de Escassez de Médicos no Brasil - RJ 2010.pdf

  • 1. Índice de Escassez de Médicos no Brasil: estudo exploratório no âmbito da Atenção Primária Sábado Nicolau Girardi Cristiana Leite Carvalho Jackson Freire Araújo Jaqueline Medeiros Farah Lucas Wan Der Maas Luis Antônio Bonolo de Campos Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado em Saúde (EPSM) Conferência Internacional sobre Pesquisas em Recursos Humanos em Saúde Rio de Janeiro – 9 a 11 de Junho de 2010
  • 2. Introdução A implementação de uma política nacional para promover a segurança dos cuidados de saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Governo Federal exige a identificação de áreas geográficas e de populações que sofrem de grave escassez de profissionais de saúde, especialmente no que se refere aos médicos em Atenção Primária. Combinada com outras necessidades socioeconômicas e de saúde, a escassez de médicos agrava o estado de privação que afeta essas populações. Este estudo pretende identificar os municípios com escassez de médicos, a fim de apoiar a alocação dos recursos federais em território nacional.
  • 3. Objetivos * Identificar os municípios brasileiros segundo a existência de escassez de médicos em Atenção Primária; * Criar um índice (ou escala) para mensurar a intensidade da escassez de médicos em Atenção Primária – enfrentada pelos municípios; * Analisar a relação entre a oferta de médicos em Atenção Primária com características demográficas e socioeconômicas dos municípios, oferta de outros profissionais de saúde e distribuição geográfica.
  • 4. Identificação e mensuração da escassez de médicos em Atenção Primária
  • 5. Metodologia A definição de carência/escassez adotada levou em consideração três dimensões: (i) disponibilidade/oferta de recursos humanos em Atenção Primária, (ii) necessidades de saúde, (iii) carências socioeconômicas e (iv) barreiras de acesso a serviços de saúde. O pressuposto é o de que altas necessidades de saúde, carências socioeconômicas e dificuldades de acesso se refletem em maior demanda de serviços médicos, agravando a situação de escassez destes.
  • 6. Para cada uma dessas dimensões foi selecionado 1 (um) único indicador: * Número de habitantes por médico em Atenção Primária – número de habitantes no município por médico, ajustado por tempo equivalente a 40 horas ambulatoriais – FTE – nas especialidades de Clínica Médica, Pediatria e Saúde da Família, em dezembro de 2008. Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde (CNES- MS); * Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) – mortalidade infantil por mil nascidos vivos em 2007. Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC); * Proporção de domicílios pobres – número de domicílios no município que eram elegíveis ao Programa Bolsa Família (PBF) em 2006, isto é, com renda per capita inferior a R$137,00, em relação ao total de domicílios. Fonte: IPEA em estudo encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS;
  • 7. Justificativa para o não uso de indicadores de barreiras de acesso: Embora seja possível estabelecer a distância entre diferentes municípios e perímetros de escassez de médicos através da Malha Municipal Digital do Brasil do IBGE, a mesma não reflete as reais barreiras de acesso, a que os municípios se submetem, pois não leva em consideração o tempo de deslocamento, o tipo de transporte e o perfil do município, entre outros fatores. Diante da inexistência de outra fonte de dados com informações que sirvam aos propósitos analíticos deste estudo, procedeu-se a conjugação da construção do índice de escassez de médicos com seu geoprocessamento, na tentativa de refinar a análise. Além disso, optou-se por excluir os municípios das principais regiões metropolitanas do país, entendendo que a utilização de serviços de saúde no município núcleo da região pela população residente nos demais municípios ocorre de forma diferenciada daquela observada para o restante do país, requerendo uma metodologia também diferenciada, o que será feito em um próximo estudo.
  • 8. Critérios de classificação dos municípios não metropolitanos segundo escassez de médicos em AP: * Municípios com razão de um médico para mais de 3.000 habitantes ou com ausência de médico; * Municípios com um médico para 1.500 até menos de 3.000 habitantes e TMI de mais de 100% acima da média nacional; * Municípios com um médico para 1.500 até menos de 3.000 habitantes e mais de 50% dos domicílios na pobreza; No total, 1.280 municípios foram selecionados segundo os critérios supracitados e estes tiveram o índice de escassez de profissionais de saúde calculado. Os indicadores foram classificados num gradiente de 0 a 5 de acordo com a intensidade da ocorrência do evento conforme o quadro 1.
  • 9. Nome do indicador Graus Nome das categorias Número de habitantes por médico em Atenção Primária equivalente a tempo integral (40 horas) - Full Time Equivalent 0 1 médico 40 horas para até 3.000 hab. 1 1 médico 40 horas para mais de 3.000 até 4.000 hab. 2 1 médico 40 horas para mais de 4.000 até 5.000 hab. 3 1 médico 40 horas para mais de 5.000 até 10.000 hab. 4 1 médico 40 horas para mais de 10.000 até 15.000 hab. 5 1 médico 40 horas para mais de 15.000 hab. Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) 0 TMI abaixo da média nacional 1 TMI até 10% acima da média 2 TMI mais de 10% até 25% acima da média 3 TMI mais de 25% até 50% acima da média 4 TMI mais de 50% até 100% acima da média 5 TMI mais de 100% acima da média Proporção de domicílios pobres 0 Menos de 10% de domicílios pobres 1 De 10% a menos de 20% de domicílios pobres 2 De 20% a menos de 30% de domicílios pobres 3 De 30% a menos de 40% de domicílios pobres 4 De 40% a menos de 50% de domicílios pobres 5 50% ou mais de domicílios pobres Quadro 1 - Classificação dos indicadores selecionados
  • 10. Gráfico 1 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos segundo critério de definição da escassez de médicos em Atenção Primária Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007. Resultados
  • 11. Mapa 1 – Distribuição dos municípios brasileiros segundo critério de definição da condição de escassez de médicos em Atenção Primária
  • 12. Gráfico 2 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos com escassez de médicos em Atenção Primária, segundo Região Geográfica Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
  • 13. Tabela 1 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos com escassez de médicos em Atenção Primária e da população residente nestes municípios, segundo Região Geográfica Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007. Região Municípios População residente % da pop. residente em relação à pop. não- metropolitana N % N % Norte 220 17,2 5.965.141 21,3 47,6 Nordeste 663 51,8 13.814.353 49,3 33,8 Sudeste 148 11,6 2.057.205 7,3 4,9 Sul 161 12,6 1.879.962 6,7 9,6 Centro-oeste 88 6,9 4.313.954 15,4 32,6 Brasil 1.280 100 28.030.615 100 21,8
  • 14. Gráfico 3 – Percentual da população residente em municípios com escassez de médicos em Atenção Primária, em relação à população dos municípios não-metropolitanos – Brasil e Regiões Geográficas Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
  • 15. Gráfico 4 – Distribuição dos municípios brasileiros não metropolitanos com escassez de médicos em Atenção Primária, segundo graus do índice Fontes: CNES, SIM, SNASC, MDS e Contagem 2007.
  • 16. Mapa 2 – Distribuição dos municípios brasileiros segundo graus do Índice de Escassez de Médicos em Atenção Primária
  • 17. Análise da oferta de médicos em Atenção Primária segundo características dos municípios
  • 18. Metodologia Buscando complementar o estudo de identificação e mensuração da escassez de médicos em Atenção Primária, procedeu-se a uma análise de regressão linear buscando identificar a relação entre oferta de médicos (razão de número de profissionais por habitante) e características dos municípios, sendo elas: * TMI e proporção de domicílios pobres, utilizados na construção do índice; * Composição da população: proporção de crianças, idosos e mulheres em idade fértil; * Oferta de profissionais de saúde de apoio ao serviço médico, notadamente enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem (TAE) e agentes comunitários de saúde (ACS); * Região geográfica, porte populacional e região metropolitana.
  • 19. Variáveis Modelo 1 (R2=0,253) Modelo 2 (R2=0,259) Modelo 3 (R2=0,410) Modelo 4 (R2=0,474) Constant 1,4423* 1,4313* ,7789* ,8734* Taxa de Mortalidade Infantil ,0027 ,0028 -,0004 ,0350* Proporção de domicílios pobres -,5036* -,4882* -,3709* -,4106* Prop. de crianças com até 5 anos - -,5940* -,1168 -,5279* Prop. de idosos com mais de 60 anos - -,0393 -,0198 -,0300 Prop. de mulheres em idade fértil - ,6891* ,1575 ,5300* Nº de enfermeiros por 1000 hab. - - ,2918* ,2702* Nº de TAE por 1000 hab. - - ,1849* ,1767* Nº de ACS por 1000 hab. - - -,0306* -,0124 Região Norte - - - -,1521* Região Nordeste - - - -,0490* Região Sul - - - -,1839* Região Centro-oeste - - - -,1738* Porte populacional - - - ,0706* Dummy de região metropolitana - - - ,0710* Var. dependente = Nº de médicos por 1000 hab. *Significante a 1%. Resultados
  • 20. Aumento da oferta de médicos Diminuição da oferta de médicos Aumento da proporção de mulheres em idade fértil Aumento da pobreza Aumento do número de enfermeiros e TAE por mil habitantes Aumento da proporção de crianças com até 5 anos Aumento do porte populacional Aumento do nº de ACS por mil habitantes Municípios metropolitanos Todas as regiões geográficas, em relação à Região Sudeste * A proporção de idosos não está relacionada à oferta de médicos em Atenção Primária; * As variáveis que estão mais relacionadas à oferta de médicos são a proporção de mulheres em idade fértil, de crianças com até 5 anos e de domicílios pobres; * A variável de TMI só é estatisticamente significante no último modelo, incluindo as variáveis de região, porte e região metropolitana. Neste modelo, o aumento da TMI está relacionado ao aumento da oferta de médicos; * Em um modelo alternativo, utilizando como ajuste da oferta de médicos o equivalente a 40 horas ambulatoriais, as relações com as variáveis explicativas não se alteram, entretanto, os valores dos coeficientes das variáveis que estão mais relacionadas à oferta de médicos aumentam.
  • 21. Considerações Finais * A incorporação de outras variáveis no dimensionamento da oferta de serviços médicos em Atenção Primária como as horas de trabalho de pessoal de enfermagem e ACS deve ser considerada uma vez que sua utilização de forma ponderada pode aliviar estados identificados de carência e escassez e os resultados comparados com os do presente estudo; * Da mesma forma, com relação à população potencialmente usuária dos serviços e deles carente é necessário que pesos diferenciados sejam estabelecidos de acordo com sua estrutura etária e sexual, mais particularmente em relação a mulheres em idade fértil e crianças com até 5 anos de idade, como visto acima; * Outros indicadores de alta necessidade também devem ser contemplados nas medidas da carência assistencial em saúde, a exemplo das variáveis utilizadas pelo Programa Territórios de Cidadania, como a concentração de agricultores familiares e assentamentos da Reforma Agrária, proporção de populações quilombolas e indígenas, pescadores etc., no sentido de permitir uma ação mais coordenada de governo no combate aos estados de privação severa que acometem a população brasileira.
  • 22. * Da mesma forma, definições mais refinadas de acessibilidade espacial mais relacionadas com a organização da entrega dos serviços de atenção primária em saúde devem ser incorporadas no sentido da identificação de áreas e medição mais acurada dos estados de privação de serviços de saúde – a exemplo das microrregiões de saúde, definidas segundo a rede de serviços de saúde entre municípios; * Finalmente, acreditamos que os resultados preliminares obtidos sinalizam para sua utilidade no estabelecimento de prioridades para o enfrentamento dos problemas de insegurança assistencial em saúde no âmbito do SUS no território nacional.
  • 23. ESTAÇÃO DE PESQUISA DE SINAIS DE MERCADO http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br epsm@medicina.ufmg.br