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Meyre da Silva
Temperatura da superfície do mar (o C) para o mês de dezembro de
acordo com o modelo da circulação oceânica da Plataforma Leste do
Brasil acoplado ao modelo biogeoquímico PISCES.
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Fapes apoia projeto que estuda a ressurgência na costa do Espírito Santo
31/10/2014 - 16:36
A costa capixaba é conhecida por apresentar a água do
mar mais gelada em vários pontos, mesmo na época do
verão. Longe de espantar os banhistas que lotam as
praias, essa água fria pode significar mais
produtividade de vida marinha nesses locais. É o que
sugere uma pesquisa de pós-doutoramento realizada
com apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa e
Inovação do Espírito Santo (Fapes).
O projeto é desenvolvido pela pesquisadora Meyre da
Silva e recebeu o nome de “Estudo Numérico da
Interação entre a Corrente do Brasil e Águas da
Plataforma Continental do Espírito Santo: Variabilidade
Sazonal e Interanual”. Segundo a pesquisadora, as
águas frias vêm de camadas mais profundas, são ricas
em nutrientes e permitem uma produção biológica até três vezes maior do que em locais que não
recebem esse fenômeno. O melhor conhecimento dessa dinâmica é fundamental na construção e
manutenção de estruturas “offshore” associadas com a exploração de petróleo, uma atividade em
expansão na costa capixaba.
O estudo tem como principal objetivo compreender os mecanismos que controlam o processo de
ressurgência na costa do Espírito Santo. A ressurgência é o movimento ascendente das águas frias
oceânicas de camadas mais profundas para a superfície, e é a principal responsável pela presença
de águas frias no verão e na primavera em alguns pontos da costa capixaba.
Meyre da Silva explica que a região costeira centro-norte do Espírito Santo possui uma rica
importância biológica em comparação com outros estados e conta com a presença de bancos
submarinos e o banco de Abrolhos. “Esta região serve como rota migratória para a baleia Jubarte
e a tartaruga-marinha. O aprimoramento do conhecimento físico-oceanográfico da região
permitirá uma melhor compreensão da influência da circulação oceânica nos aspectos biológicos,
além de ajudar na exploração sustentável dos recursos pesqueiros”, afirma.
Depois de quase uma década trabalhando na Europa, a pesquisadora conta que, com o apoio da
Fapes, pode voltar ao Brasil e hoje trabalha no Departamento de Oceanografia e Ecologia da
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “O apoio da Fapes e do CNPq foi fundamental para
o desenvolvimento deste projeto. Além de fornecer apoio logístico na compra de computadores
para análise e armazenamento dos resultados dos modelos numéricos, possibilitou o meu retorno
à pesquisa e ao Brasil”.
Resultados Positivos
Um dos principais resultados obtidos neste estudo foi a verificação de que o vento local não é o
único mecanismo responsável pelo processo de ressurgência na costa do Espírito Santo. Outras
variáveis são importantes para determinar a posição e a intensidade do processo de ressurgência,
tais como intensidade e posição da Corrente do Brasil e a sua interação com a região de quebra de
plataforma.
Em termos de produtividade biológica, os resultados iniciais obtidos por meio de simulações
numéricas indicam que as produções biológicas nas regiões de ressurgência podem apresentar
uma produção biológica até três vezes maior do que áreas ou períodos onde este processo não
ocorre.
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