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interdependência competitiva em
escolas paulistanas
Interdependência competitiva em escolas
paulistanas
Objetivos
gerais

Analisar a hipótese elaborada em pesquisa anterior a
respeito da existência de concorrência entre escolas no
contexto brasileiro;
Verificar possíveis relações entre concorrência e
desigualdades socioespaciais

Objetivos
específicos

Estudo I: Analisar o processo de concorrência de
professores por escolas, buscando desvendar se e como
as desigualdades socioespaciais e a composição
sociocultural do corpo discente das escolas influenciam as
escolhas docentes.
Estudo II: Analisar as relações de concorrência entre
escolas por estudantes, manifestada por processos
seletivos ocultos, bem como apreender os fatores que
motivam esses processos e seus mecanismos de
efetivação.
Estudo I: concorrência de professores por escolas

Por que investigar o fenômeno?
• O modelo de alocação de docentes nas escolas enseja a
distribuição desigual de profissionais em regiões marcadas
pela segregação socioespacial (HANUSHEK, 2005)
• Estudos indicam que a rotatividade docente impacta a
qualidade de ensino ofertada pelas escolas (BONDI;
FELÍCIO, 2007);
• Conhecer melhor os critérios que balizam as escolhas dos
professores possibilita o delineamento de políticas públicas
que visem a estabilidade do corpo docente;
Desigualdades socioespaciais e concorrência de
professores por escolas

Campo
teórico

A pesquisa
busca
relacionar
dois
campos de
estudos:

aqueles que se dedicam
ao entendimento de
como as desigualdades
socioespaciais afetam a
oferta educacional em
grandes centros
urbanos e
os que investigam as
maneiras como escolas
estabelecem relações
de interdependência,
competitiva afetando o
cotidiano umas das
outras.
A carreira docente e seus mecanismos de ascensão
(BECKER, 1952)

Ascensão
vertical

• Movimento para cima ou para baixo entre
posições diferenciadas em termos de
hierarquia, prestígio e rendimentos. (Ex.
concurso de acesso para coordenador
pedagógico)

Ascensão
horizontal

• Cargos de um mesmo nível hierárquico não
são idênticos entre si, se diferenciam em
função dos locais de trabalho, tanto em
termos espaciais, quanto em se tratando
das relações que se estabelecem. Mover-se
nesse eixo objetiva a melhoria das
condições de trabalho.
Eixos de ascensão horizontal

Espacial

Econômico cultural

Diz respeito à localização
da escola e diferencia
aquelas situadas no centro
das situadas na periferia

Se refere à composição
socioeconômica e cultural
do alunado da escola

A ascensão horizontal se dá pela combinação dos dois
eixos, pois se fosse ponderada apenas a localização, o
professor poderia ser levado a avaliações errôneas sobre
a composição do alunado e, portanto, a escolhas
equivocadas, como uma escola com alunos de classe
baixa em um bairro de classe social mais elevada
Escolhas metodológicas de nosso estudo
Construção de um banco de dados a partir das publicações em Diário Oficial
referentes à remoção de professores efetivadas entre os anos de 2005 e 2011;

Recortes metodológicos
• Professores removidos de ou para uma das 23 escolas municipais de
ensino fundamental da subprefeitura de São Miguel Paulista;
• Foram consideradas as remoções de professores do ensino
fundamental I e, a partir de 2007, professores de educação infantil e
ensino fundamental I;

Variáveis de análise
• Eixo território: IPVS do entorno da escola
• Eixo composição cultural: índice de heterogeneidade calculado a partir
dos recursos culturais dos alunos
Escolhas metodológicas de nosso estudo
Divisão dos professores por quartil
Escolhas metodológicas de nosso estudo


Capital profissional, posição na carreira e remoção
Conclusão I: Desvantagem na atração e
manutenção de professores em SMP
Enquanto157 professores chegaram a SMP vindos de outras regiões de São Paulo,
229 saíram de SMP rumo a outras subprefeituras paulistanas: déficit de 72 docentes;
Proporcionalmente, as áreas mais vulneráveis de SMP são aquelas que mais perdem
docentes

Entrada e saída de professores de SMP por área de IPVS

Saíram

Saldo

Baixa

11

23

12

Média

152

89

-63

Alta
Começar
daqui

Entraram

66

42

-24

Total

229

157

-72
Capital profissional e remoção SMP-SP

SMP “perde” professores que acumularam maior capital profissional e
“ganha” aqueles com menor capital;

Dos 154 professores de primeiro quartil que se removem entre a
subprefeitura de SMP e o restante da cidade de São Paulo, 33% chegam à
subprefeitura e 67% a deixam.

Em contrapartida, a análise do último quartil mostra que dos 74 que
transitam entre SMP e São Paulo, 60% chegam em SMP e 40% saem.
As escolhas docentes e as hierarquias
sociespaciais e socioeconômicas
Os professores pior classificados no concurso ingressam, em sua grande
maioria, em escolas situadas em áreas mais vulneráveis e que concentram
alunos com baixos recursos culturais
Conclusão II: Remoção e ascensão socioespacial


A análise de
remoções de
escolas
agrupadas em
três categorias
de acordo com
IPVS e IH revela
que a maioria
dos professores
que atuam em
áreas mais
vulneráveis se
transfere para
áreas menos
vulneráveis
Ascensão socioespacial
Pontos para discussão

Que políticas públicas garantiriam a atração e manutenção de professores
nas áreas vulneráveis?

Que aspectos podem ser abordados/aprofundados em pesquisas futuras?
Estudo II: Processos velados de seleção de alunos

Questões norteadoras
• Como se organizam processos de seleção de alunos
realizados pelas escolas?
• O que motiva esses processos?
Estudo II: Processos velados de seleção de alunos

Principais
referências

• Van Zanten (2005)
• a concorrência entre estabelecimentos de ensino nem
sempre é impulsionada por políticas deliberadas de
quase-mercado.
• pode decorrer de situações contextuais, tais como a
presença de pais mais ambiciosos, que adotam
estratégias em busca de escolas que lhes interessam ou
de escolas com alunos predominantemente de nível
socioeconômico mais baixo, as quais tendem a por em
prática estratégias competitivas para não ter que lidar
com alunos que, na sua avaliação, afetam seu
ambiente escolar.
• Costa e Koslinski (2012)
• apresentaram evidências de seleção de alunos na rede
municipal do Rio de Janeiro, mas em escolas de
reputação diferenciada: “há forte seletividade por
parte de alguns estabelecimentos mais conceituados, o
que ocorre de forma velada”.
Metodologia
Entrevistas semi-estruturadas com:
• Oito funcionários públicos responsáveis pela realização da matrícula,
escolhidos mediante a técnica “bola de neve”
• Entrevistas com técnicos das secretarias municipal e estadual de
educação
Pesquisa documental

Trabalho de campo: outubro de 2011/março de 2012
Regras de matrícula em São Paulo

Setorização tem como critério o endereço de referência do aluno
• Indicativo
• Residência
• Escola

Escola designada para matrícula: no máximo 2km do endereço de referência

A partir de 2012: Cadastro de intenção de transferência

Expressiva diminuição da autonomia da escola para efetivar seleção de alunos no acesso ao
ensino fundamental
Setorização de matrícula: limite à escolha



Limite não é um impeditivo
Tentativa de escolha se revela por meio de:




Efetivação do cadastro na escola pleiteada
Deslocamento de matrícula e transferência
Uso de comprovantes de terceiros

Lógica da família
versus lógica da Sec.
de ed.
Dois modelos de seleção Ativa e Reativa
Seleção reativa: reage à tentativa de escolha das famílias

Objetivo:



Evitar alunos menos conformes
à lógica escolar: aqueles
supostamente indisciplinados

Porém, os argumentos parecem se fundar em
justificativas pouco claras que se confundem com
estigmas sociais:



Famílias mais vulneráveis / Local de moradia
Estereótipo de masculinidade pobre violenta
Critérios de seleção reativa
justificativas para a transferência
período letivo em que esta é demandada
idade
comportamento manifesto no momento da solicitação
notas

número de faltas
sobrenome
relações com funcionários da escola fora da instituição
escola de origem
morador de favela
Procedimentos de averiguação da adequação do
candidato à vaga:

Entrevista com pais/responsáveis e alunos

Análise dos prontuários
Ligação para a escola de origem
Negativa de vaga nos casos de suspeita de mau
comportamento
Seleção ativa

EXPULSÃO

COOPERATIVA

ACORDOS
PRÉVIOS COM
OUTRAS ESCOLAS

TROCA DE
ALUNOS
PROBLEMAS

COMPETITIVA

“PASSA A BOLA
PARA OUTRO”
Critérios de expulsão

Gerência de
conflitos já
existentes

• Uso de drogas na escola
• Agressões a professores
• Agressões a colegas
• Ameaça de morte
Conclusões I

Os processos seletivos, para o grupo investigado,
não visam a formação de um corpo discente cujo
desempenho possibilite melhores condições de
competição por resultados acadêmicos

Escolas procuram assegurar melhores condições
de funcionamento em termos disciplinares
Conclusões I

A pesquisa evidencia que a seleção de alunos não ocorre
necessariamente somente em escolas públicas com
reputação diferenciada.

Ratifica a visão de Van Zanten (2005) para quem escolas
cujos alunos são predominantemente de NSE mais baixos
tendem a práticas competitivas para evitar turbulências em
seus ambientes escolas.
Cabe ressaltar que a pesquisa denota que as práticas de
seleção veladas de alunos identificadas são baseadas em
pré-noções e não em evidências empíricas de associação
entre indisciplina e perfil do aluno.

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Interdependência competitiva entre escolas paulistanas

  • 2. Interdependência competitiva em escolas paulistanas Objetivos gerais Analisar a hipótese elaborada em pesquisa anterior a respeito da existência de concorrência entre escolas no contexto brasileiro; Verificar possíveis relações entre concorrência e desigualdades socioespaciais Objetivos específicos Estudo I: Analisar o processo de concorrência de professores por escolas, buscando desvendar se e como as desigualdades socioespaciais e a composição sociocultural do corpo discente das escolas influenciam as escolhas docentes. Estudo II: Analisar as relações de concorrência entre escolas por estudantes, manifestada por processos seletivos ocultos, bem como apreender os fatores que motivam esses processos e seus mecanismos de efetivação.
  • 3. Estudo I: concorrência de professores por escolas Por que investigar o fenômeno? • O modelo de alocação de docentes nas escolas enseja a distribuição desigual de profissionais em regiões marcadas pela segregação socioespacial (HANUSHEK, 2005) • Estudos indicam que a rotatividade docente impacta a qualidade de ensino ofertada pelas escolas (BONDI; FELÍCIO, 2007); • Conhecer melhor os critérios que balizam as escolhas dos professores possibilita o delineamento de políticas públicas que visem a estabilidade do corpo docente;
  • 4. Desigualdades socioespaciais e concorrência de professores por escolas Campo teórico A pesquisa busca relacionar dois campos de estudos: aqueles que se dedicam ao entendimento de como as desigualdades socioespaciais afetam a oferta educacional em grandes centros urbanos e os que investigam as maneiras como escolas estabelecem relações de interdependência, competitiva afetando o cotidiano umas das outras.
  • 5. A carreira docente e seus mecanismos de ascensão (BECKER, 1952) Ascensão vertical • Movimento para cima ou para baixo entre posições diferenciadas em termos de hierarquia, prestígio e rendimentos. (Ex. concurso de acesso para coordenador pedagógico) Ascensão horizontal • Cargos de um mesmo nível hierárquico não são idênticos entre si, se diferenciam em função dos locais de trabalho, tanto em termos espaciais, quanto em se tratando das relações que se estabelecem. Mover-se nesse eixo objetiva a melhoria das condições de trabalho.
  • 6. Eixos de ascensão horizontal Espacial Econômico cultural Diz respeito à localização da escola e diferencia aquelas situadas no centro das situadas na periferia Se refere à composição socioeconômica e cultural do alunado da escola A ascensão horizontal se dá pela combinação dos dois eixos, pois se fosse ponderada apenas a localização, o professor poderia ser levado a avaliações errôneas sobre a composição do alunado e, portanto, a escolhas equivocadas, como uma escola com alunos de classe baixa em um bairro de classe social mais elevada
  • 7. Escolhas metodológicas de nosso estudo Construção de um banco de dados a partir das publicações em Diário Oficial referentes à remoção de professores efetivadas entre os anos de 2005 e 2011; Recortes metodológicos • Professores removidos de ou para uma das 23 escolas municipais de ensino fundamental da subprefeitura de São Miguel Paulista; • Foram consideradas as remoções de professores do ensino fundamental I e, a partir de 2007, professores de educação infantil e ensino fundamental I; Variáveis de análise • Eixo território: IPVS do entorno da escola • Eixo composição cultural: índice de heterogeneidade calculado a partir dos recursos culturais dos alunos
  • 10. Escolhas metodológicas de nosso estudo  Capital profissional, posição na carreira e remoção
  • 11. Conclusão I: Desvantagem na atração e manutenção de professores em SMP Enquanto157 professores chegaram a SMP vindos de outras regiões de São Paulo, 229 saíram de SMP rumo a outras subprefeituras paulistanas: déficit de 72 docentes; Proporcionalmente, as áreas mais vulneráveis de SMP são aquelas que mais perdem docentes Entrada e saída de professores de SMP por área de IPVS Saíram Saldo Baixa 11 23 12 Média 152 89 -63 Alta Começar daqui Entraram 66 42 -24 Total 229 157 -72
  • 12. Capital profissional e remoção SMP-SP SMP “perde” professores que acumularam maior capital profissional e “ganha” aqueles com menor capital; Dos 154 professores de primeiro quartil que se removem entre a subprefeitura de SMP e o restante da cidade de São Paulo, 33% chegam à subprefeitura e 67% a deixam. Em contrapartida, a análise do último quartil mostra que dos 74 que transitam entre SMP e São Paulo, 60% chegam em SMP e 40% saem.
  • 13. As escolhas docentes e as hierarquias sociespaciais e socioeconômicas Os professores pior classificados no concurso ingressam, em sua grande maioria, em escolas situadas em áreas mais vulneráveis e que concentram alunos com baixos recursos culturais
  • 14. Conclusão II: Remoção e ascensão socioespacial  A análise de remoções de escolas agrupadas em três categorias de acordo com IPVS e IH revela que a maioria dos professores que atuam em áreas mais vulneráveis se transfere para áreas menos vulneráveis
  • 16. Pontos para discussão Que políticas públicas garantiriam a atração e manutenção de professores nas áreas vulneráveis? Que aspectos podem ser abordados/aprofundados em pesquisas futuras?
  • 17. Estudo II: Processos velados de seleção de alunos Questões norteadoras • Como se organizam processos de seleção de alunos realizados pelas escolas? • O que motiva esses processos?
  • 18. Estudo II: Processos velados de seleção de alunos Principais referências • Van Zanten (2005) • a concorrência entre estabelecimentos de ensino nem sempre é impulsionada por políticas deliberadas de quase-mercado. • pode decorrer de situações contextuais, tais como a presença de pais mais ambiciosos, que adotam estratégias em busca de escolas que lhes interessam ou de escolas com alunos predominantemente de nível socioeconômico mais baixo, as quais tendem a por em prática estratégias competitivas para não ter que lidar com alunos que, na sua avaliação, afetam seu ambiente escolar. • Costa e Koslinski (2012) • apresentaram evidências de seleção de alunos na rede municipal do Rio de Janeiro, mas em escolas de reputação diferenciada: “há forte seletividade por parte de alguns estabelecimentos mais conceituados, o que ocorre de forma velada”.
  • 19. Metodologia Entrevistas semi-estruturadas com: • Oito funcionários públicos responsáveis pela realização da matrícula, escolhidos mediante a técnica “bola de neve” • Entrevistas com técnicos das secretarias municipal e estadual de educação Pesquisa documental Trabalho de campo: outubro de 2011/março de 2012
  • 20. Regras de matrícula em São Paulo Setorização tem como critério o endereço de referência do aluno • Indicativo • Residência • Escola Escola designada para matrícula: no máximo 2km do endereço de referência A partir de 2012: Cadastro de intenção de transferência Expressiva diminuição da autonomia da escola para efetivar seleção de alunos no acesso ao ensino fundamental
  • 21. Setorização de matrícula: limite à escolha   Limite não é um impeditivo Tentativa de escolha se revela por meio de:    Efetivação do cadastro na escola pleiteada Deslocamento de matrícula e transferência Uso de comprovantes de terceiros Lógica da família versus lógica da Sec. de ed.
  • 22. Dois modelos de seleção Ativa e Reativa Seleção reativa: reage à tentativa de escolha das famílias Objetivo:  Evitar alunos menos conformes à lógica escolar: aqueles supostamente indisciplinados Porém, os argumentos parecem se fundar em justificativas pouco claras que se confundem com estigmas sociais:   Famílias mais vulneráveis / Local de moradia Estereótipo de masculinidade pobre violenta
  • 23. Critérios de seleção reativa justificativas para a transferência período letivo em que esta é demandada idade comportamento manifesto no momento da solicitação notas número de faltas sobrenome relações com funcionários da escola fora da instituição escola de origem morador de favela
  • 24. Procedimentos de averiguação da adequação do candidato à vaga: Entrevista com pais/responsáveis e alunos Análise dos prontuários Ligação para a escola de origem Negativa de vaga nos casos de suspeita de mau comportamento
  • 25. Seleção ativa EXPULSÃO COOPERATIVA ACORDOS PRÉVIOS COM OUTRAS ESCOLAS TROCA DE ALUNOS PROBLEMAS COMPETITIVA “PASSA A BOLA PARA OUTRO”
  • 26. Critérios de expulsão Gerência de conflitos já existentes • Uso de drogas na escola • Agressões a professores • Agressões a colegas • Ameaça de morte
  • 27. Conclusões I Os processos seletivos, para o grupo investigado, não visam a formação de um corpo discente cujo desempenho possibilite melhores condições de competição por resultados acadêmicos Escolas procuram assegurar melhores condições de funcionamento em termos disciplinares
  • 28. Conclusões I A pesquisa evidencia que a seleção de alunos não ocorre necessariamente somente em escolas públicas com reputação diferenciada. Ratifica a visão de Van Zanten (2005) para quem escolas cujos alunos são predominantemente de NSE mais baixos tendem a práticas competitivas para evitar turbulências em seus ambientes escolas. Cabe ressaltar que a pesquisa denota que as práticas de seleção veladas de alunos identificadas são baseadas em pré-noções e não em evidências empíricas de associação entre indisciplina e perfil do aluno.