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O Corregedor e o Procurador
1-Adereços/símbolos cénicos que os caracterizam
- Corregedor: vara e processos / Procurador: livros jurídicos
2- Personagem tipo:
- Corregedor: Juiz corrupto / Procurador: “advogado”, funcionário judicial
corrupto.
3- Argumentos de acusação do Procurador:
- não se ter confessado
Argumentos de acusação do Corregedor (o Diabo acusa-o de):
- Aceitar subornos (ser corrupto)
- Aceitar subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tempo)
- Confessar-se, mas mentir
4- Argumentos de defesa
Corregedor: Estatuto profissional, julgou com justiça e imparcialidade, a
mulher é que aceitou os subornos…
Procurador: Não se confessou antes de morrer, foi apanhado de surpresa
O Parvo acusa-os de roubo, corrupção e de cumplicidade com os Judeus (compravam a
justiça com o dinheiro)
5- Crítica/objectivo de Gil Vicente nesta cena:
Corregedor: Denúncia da justiça corrompida (parcialidade e corrupção)
Procurador: Falsa religião, corrupção, extensão da crítica aos judeus e escrivães (outros
funcionários da justiça)
6- A movimentação das personagens em cena:
Cais - Barca do Inferno - Barca da Glória - Barca do Inferno – Embarca
7- Recursos de estilo:
Cómico: Linguagem: o Diabo, ao chamar-lhe “Santo descorregedor”, utiliza a ironia ao
empregar a palavra santo e o sarcasmo ao utilizar a palavra descorregedor, tornando a
linguagem cómica.
8- Outras notas:
O Diabo cumprimenta o Corregedor com “Oh amador de perdiz” porque:
- era uma pessoa corrupta e a “perdiz” simbolizava e funcionava como elemento de corrupção.
O Corregedor usa o Latim porque era a língua usada no Direito (Justiça). O Diabo responde-lhe em Latim
Macarrónico para ridicularizar a linguagem utilizada na justiça, mostrar que essa linguagem não permitia que os
cidadãos percebessem as leis. O Corregedor poderia saber falar bem Latim mas não sabia aplicar as leis.
O Corregedor pergunta “Há’ q-ui meirinho do mar?” porque estava habituado a ser servido por ajudantes
O Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do próprio Rei porque na Terra
tinha um grande poder, não admitia que mandassem nele.
“Irês ao lago dos danados / e verês os escrivães / como estão tão prosperados” quer dizer que:
- o Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens ligados à justiça)
Gil Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque ambos trocavam informação e eram
responsáveis pelo estado da justiça (havia cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, tratados pelo
Procurador, ambos eram corruptos)
A confissão para eles não era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade
Quando o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele reage mal e fica irritado, manda-lhes uma
praga (atitude nada normal para um Anjo)
No Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque já se conheceriam da vida terrena (Brizída Vaz
praticava uma profissão ilegal)
9- Desenlace: - Inferno
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8.corregedor procurador sintese

  • 1. O Corregedor e o Procurador 1-Adereços/símbolos cénicos que os caracterizam - Corregedor: vara e processos / Procurador: livros jurídicos 2- Personagem tipo: - Corregedor: Juiz corrupto / Procurador: “advogado”, funcionário judicial corrupto. 3- Argumentos de acusação do Procurador: - não se ter confessado Argumentos de acusação do Corregedor (o Diabo acusa-o de): - Aceitar subornos (ser corrupto) - Aceitar subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tempo) - Confessar-se, mas mentir 4- Argumentos de defesa Corregedor: Estatuto profissional, julgou com justiça e imparcialidade, a mulher é que aceitou os subornos… Procurador: Não se confessou antes de morrer, foi apanhado de surpresa O Parvo acusa-os de roubo, corrupção e de cumplicidade com os Judeus (compravam a justiça com o dinheiro) 5- Crítica/objectivo de Gil Vicente nesta cena: Corregedor: Denúncia da justiça corrompida (parcialidade e corrupção) Procurador: Falsa religião, corrupção, extensão da crítica aos judeus e escrivães (outros funcionários da justiça) 6- A movimentação das personagens em cena: Cais - Barca do Inferno - Barca da Glória - Barca do Inferno – Embarca 7- Recursos de estilo: Cómico: Linguagem: o Diabo, ao chamar-lhe “Santo descorregedor”, utiliza a ironia ao empregar a palavra santo e o sarcasmo ao utilizar a palavra descorregedor, tornando a linguagem cómica. 8- Outras notas: O Diabo cumprimenta o Corregedor com “Oh amador de perdiz” porque: - era uma pessoa corrupta e a “perdiz” simbolizava e funcionava como elemento de corrupção. O Corregedor usa o Latim porque era a língua usada no Direito (Justiça). O Diabo responde-lhe em Latim Macarrónico para ridicularizar a linguagem utilizada na justiça, mostrar que essa linguagem não permitia que os cidadãos percebessem as leis. O Corregedor poderia saber falar bem Latim mas não sabia aplicar as leis. O Corregedor pergunta “Há’ q-ui meirinho do mar?” porque estava habituado a ser servido por ajudantes O Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do próprio Rei porque na Terra tinha um grande poder, não admitia que mandassem nele. “Irês ao lago dos danados / e verês os escrivães / como estão tão prosperados” quer dizer que: - o Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens ligados à justiça) Gil Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque ambos trocavam informação e eram responsáveis pelo estado da justiça (havia cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, tratados pelo Procurador, ambos eram corruptos) A confissão para eles não era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade Quando o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele reage mal e fica irritado, manda-lhes uma praga (atitude nada normal para um Anjo) No Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque já se conheceriam da vida terrena (Brizída Vaz praticava uma profissão ilegal) 9- Desenlace: - Inferno ac-nunes@