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Sumário
DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................. 3
1 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO..................................................... 3
2 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................... 5
3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................... 12
4 ATOS ADMINISTRATIVOS....................................................................... 20
5 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.......................................................... 24
6 BENS PÚBLICOS ..................................................................................... 29
7 SERVIÇOS PÚBLICOS............................................................................. 31
8 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ................................. 37
9 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ............................................. 43
10 AGENTES PÚBLICOS E LEI 8.112 DE 1990 ......................................... 49
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................... 63
1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO................................................................... 63
2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA .................................... 68
3 TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............................................. 69
4 DIREITOS INDIVIDUAIS E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS.................. 70
5 DIREITOS DA NACIONALIDADE............................................................. 78
6 DIREITOS POLÍTICOS.............................................................................. 83
7 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO................ 86
8 PODER LEGISLATIVO ............................................................................. 91
9 PROCESSO LEGISLATIVO...................................................................... 95
10 PODER EXECUTIVO .............................................................................. 99
11 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.......................................... 101
12 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE......................................... 102
DIREITO PENAL............................................................................................ 107
1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................... 107
2
QUERIDOS SEGUIDORES!
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BONS ESTUDOS!
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
QUESTÃO 01
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017
João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para
o cargo de analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na
classe inicial da respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa
proativa e teve, como gestor, excelentes experiências na iniciativa privada.
Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos
determinados por agentes superiores na estrutura administrativa, porque
ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, apesar de serem
ordens legais.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos
superiores, em decorrência do princípio da eficiência.
B) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da
legalidade, considerando que não existe escalonamento de competência
no âmbito da Administração Pública.
C) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em
razão da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico.
D) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico
das atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida
com os superiores hierárquicos.
COMENTÁRIOS
Agente público não possui total liberdade de atuação, pois ocupa cargos públicos
e é considerado órgão da Administração Pública, de modo que deve observância
ao princípio da legalidade (só pode atuar quando houver previsão legal
permitindo a atuação).
Vale ressaltar que há hierarquia dentro da Administração Pública (poder
hierárquico), de modo que o agente público deve, sim, submeter-se a essa
hierarquia, desde que os comandos sejam legais e respeite o escalonamento de
competências.
4
Por fim, ressalta-se que a relação entre agentes públicos e órgãos é chamada
subordinação (hierarquia), não havendo que se falar em controle finalístico
(controle da administração direta para a indireta, a exemplo da União para uma
autarquia federal).
GABARITO: C
QUESTÃO 02
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016
Determinada empresa apresenta impugnação ao edital de concessão do
serviço público metroviário em determinado Estado, sob a alegação de que
a estipulação do retorno ao poder concedente de todos os bens reversíveis
já amortizados, quando do advento do termo final do contrato, ensejaria
enriquecimento sem causa do Estado.
Assinale a opção que indica o princípio que justifica tal previsão editalícia.
A) Desconcentração.
B) Imperatividade.
C) Continuidade dos Serviços Públicos.
D) Subsidiariedade.
COMENTÁRIOS
A reversão de bens públicos é quando a Administração Pública pega para si os
bens da empresa concessionária para que a Administração Pública execute
diretamente o serviço público até que nova licitação e outra empresa passe a
exercer esses serviços.
A razão da reversão de bens públicos é lógica, uma vez que o serviço público
não pode parar (ficar estagnado), respeitando-se o princípio da continuidade dos
serviços públicos.
Lei 8.987/95, art. 36:
A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos
investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados,
que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do
serviço concedido.
GABARITO: C
5
QUESTÃO 03
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015
O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o
cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma
primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com
questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem
classificados na primeira fase avançariam para a realização da segunda
fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é
publicado um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos)
candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e prevendo
uma nova forma de composição da pontuação global.
Nesse caso,
A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade,
advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do
número de candidatos na segunda fase.
B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira
fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais
interessados realizem a prova de segunda fase.
C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não
pode conter cláusulas ambíguas.
D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos
cargos mediante concurso público de provas e títulos.
COMENTÁRIOS
A partir do momento em que a Administração Pública toma ciência dos 100
candidatos aprovados, vincula-se a estes, razão pela qual não pode modificar
certame aumentando para os 200 mais bem classificados após a divulgação dos
resultados da primeira fase, por flagrante violação ao princípio da
impessoalidade.
Some-se a isso o fato de só se admitir alteração do certame quando ocorrer
superveniência de lei modificadora na legislação que disciplina a respectiva
carreira (MS 27.160/DF, rel. Ministro Joaquim Barbosa, 18.12.2008),
entendimento elencado pelo STF.
GABARITO: A
2 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
6
QUESTÃO 04
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018
No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a
realização de atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez
editar a respectiva lei autorizativa e promoveu a inscrição dos respectivos
atos constitutivos no registro competente. Após a devida estruturação, tal
entidade administrativa está em vias de iniciar suas atividades.
Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a), assinale a
afirmativa correta.
A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na
constituição do capital social da entidade administrativa, é permitida,
desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União.
B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos
no registro competente, na medida em que a criação de tal entidade
administrativa decorre diretamente da lei.
C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de
direito público, que não poderá contar com privilégios fiscais e
trabalhistas.
D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a
entidade administrativa, em regra, não precisam ser precedidos de
licitação.
COMENTÁRIOS
A D está errada porque, via de regra, as empresas públicas submetem-se à
licitação, nos termos do art. 37, XXI, CF/88 c/c art. 1º, pár. 1º, Lei 8.666/93, in
verbis:
"Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas,as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios."
Nessa linha de raciocínio, ressalta-se que essas entidades administrativas
possuem personalidade jurídica de direito privado e a lei é mera autorizadora de
7
sua criação, pressupondo de inscrição dos atos constitutivos no registro público
competente. Com essas considerações, eliminamos as letras C e B.
O item A está correto, confira:
Lei 13.303/2016
"Art. 3o Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será
admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios."
GABARITO: A
QUESTÃO 05
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018
A organização religiosa Tenhafé, além dos fins exclusivamente religiosos,
também se dedica a atividades de interesse público, notadamente à
educação e à socialização de crianças em situação de risco. Ela não está
qualificada como Organização Social (OS), nem como Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), mas pretende obter verbas
da União para a promoção de projetos incluídos no plano de Governo
Federal, propostos pela própria Administração Pública.
Sobre a pretensão da organização religiosa Tenhafé, assinale a afirmativa
correta.
A) Por ser uma organização religiosa, Tenhafé não poderá receber verbas
da União.
B) A transferência de verbas da União para a organização religiosa Tenhafé
somente poderá ser formalizada por meio de contrato administrativo,
mediante a realização de licitação na modalidade concorrência.
C) Para receber verbas da União para a finalidade em apreço, a organização
religiosa Tenhafé deverá qualificar-se como OS ou OSCIP.
D) Uma vez selecionada por meio de chamamento público, a organização
religiosa Tenhafé poderá obter a transferência de recursos da União por
meio de termo de colaboração.
8
COMENTÁRIOS
Lei nº 13.019/2014.
Art. 2 XII - chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da
sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento,
no qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhes são correlatos; Uma vez selecionada mediante o citado processo poderá firmar
termo de colaboração com o escopo de receber transferência de recursos da União.
Art. 2 VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
Resta claro, portanto, que a entidade TenhaFé pode receber recursos
provenientes da União, através do termo de colaboração (item A incorreto).
A forma de transferência de verba pública será feita por termo de colaboração,
e não contrato administrativo (item B incorreto).
É possível que a entidade seja uma Organização da Sociedade Civil, e não
necessariamente OS ou OSCIP (item C incorreto).
A letra D, por sua vez, nos termos do art. 2º da Le 13.019/14, está correta.
GABARITO: D
QUESTÃO 06
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXII – Primeira Fase – 2017
A Associação Delta se dedica à promoção do voluntariado e foi qualificada
como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP, após o
que formalizou termo de parceria com a União, por meio do qual recebeu
recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades,
inclusive na aquisição de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade.
Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
A) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP,
considerando que o seu objeto é a promoção do voluntariado.
B) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração
Pública, que poderia indeferi-lo, mesmo que preenchidos os requisitos
legais.
9
C) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos
financeiros por meio de termo de parceria, mas somente mediante contrato
de gestão.
D) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens
adquiridos com recursos públicos provenientes de termo de parceria.
COMENTÁRIOS
Lei nº 9.790/99:
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio
da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações,
somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
VII - promoção do voluntariado;
Por esta razão acima, a letra A está errada.
Art. 1º, § 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao
cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
Por esta razão acima, a letra B também está errada.
Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível
de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de
cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse
público previstas no art. 3o desta Lei.
Por esta razão acima, a letra C também está errada, visto que as OSCIPs
instituem termos de parcerias, e não contrato de gestão (típico das Organizações
Sociais).
Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP → termo de
parceria;
Organização social – OS → contrato de gestão
A letra D está correta, conforme veremos abaixo:
Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da
celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de
inalienabilidade.
GABARITO: D
10
QUESTÃO 07
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXI – Primeira Fase – 2016
A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual destinada à
prestação de serviços públicos de competência do respectivo ente
federativo. Tal entidade administrativa foi condenada em vultosa quantia
em dinheiro, por sentença transitada em julgado, em fase de cumprimento
de sentença.
Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da
empresa pública são
A) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o
ordenamento jurídico pátrio.
B) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora.
C) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não
podem ser penhorados.
D) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao
regime de precatórios.
COMENTÁRIOS
As empresas públicas e sociedades de economia mista possuem personalidade
jurídica de direito privado integrantes da Administração Pública indireta.
São bens públicos todos aqueles pertencentes à pessoa jurídica de direito
público (União, Estados, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas). Pela
redação do dispositivo legal, a princípio, os bens de empresas públicas seriam
privados, mas a doutrina e jurisprudência seguem o entendimento de que caso
aqueles bem privados estejam afetos (afetação) à serviços públicos, estes
serão considerados bens públicos (impenhoráveis, imprescritíveis e não
usucapidos).
É por esta razão que a letra B está errada, pois não é “em qualquer caso”, mas
somente nos casos de afetação do bem privado ao serviço público.
GABARITO: C
QUESTÃO 08
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016
11
O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram protocolo de intenções
para a constituição de um consórcio com personalidade jurídica de direito
privado para atuação na coleta, descarte e reciclagem de lixo produzido no
limite territorial daqueles municípios.
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de hierarquias
diversas, a saber, Estado e Municípios, é obrigatória a participação da
União.
B) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e pelos
Municípios não está alcançado pela exigência de prévia licitação para os
contratos que vier a celebrar.
C) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por
contrato e adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento dos
requisitos da legislação civil.
D) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante interesse
coletivo, não se admite que seja constituído com personalidade de direito
privado.
COMENTÁRIOS
L11107/2005: Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá
outras providências.
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de
interesse comum e dá outras providências.
§ 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam
parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios
consorciados.
→ Letra A, incorreta.
Art. 6º, § 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o
consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à
realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de
pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
→ Letra B, incorreta.
Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da
prévia subscrição de protocolo de intenções.
Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
12
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das
leis de ratificação do protocolo de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
→ Letra C, correta.
Art. 1º, § 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica
de direito privado.
→ Letra D, incorreta.
GABARITO: C
3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
QUESTÃO 09
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018
Maria solicitou ao Município Alfa licença de localização e funcionamento
para exercer determinada atividade empresarial, apresentando todos os
documentos necessários para tanto. Contudo, transcorrido mais de ano do
mencionado pedido, não houve qualquer manifestação por parte da
autoridade competente para sua apreciação.
Diante dessa situação, na qualidade de advogado, assinale a afirmativa que
indica o procedimento correto.
A) Não se pode adotar qualquer medida contra a inércia da autoridade
competente, considerando que o princípio da razoável duração do
processo não se aplica à via administrativa.
B) Deve-se ajuizar uma ação popular contra a omissão da autoridade
competente, diante do preenchimento dos respectivos requisitos e da
violação ao princípio da impessoalidade.
C) Deve-se impetrar mandado de segurança, uma vez que a omissão da
autoridade competente para a expedição do ato de licença constitui abuso
de poder.
D) Deve-se impetrar habeas data diante da inércia administrativa,
considerando que a omissão da autoridade competente viola o direito à
informação
COMENTÁRIOS
A letra A está errada, senão vejamos:
13
Art. 5º (...)
“LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação."
A letra B também está errada porque não se propõe combater ato lesivo ao
patrimônio público por intermédio de ação popular (art. 1º da Lei 4.717/65), mas
de omissão administrativa.
A letra D também está falsa, pois não cabe o habeas data (art. 5º, LXXII, CF/88),
remédio utilizado nos casos de negativa de acesso a informações constantes de
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público 9ou
retificação desses dados).
Por eliminação, a assertiva correta é a letra C, senão vejamos:
"Art. 5º (...)
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;"
Portanto, é o MS o instrumento processual correto para corrigir omissão ilícita do
Poder Público, visto que restou configurado ABUSO DE PODER.
GABARITO: C
QUESTÃO 10
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017
Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que um restaurante
continua colocando, de forma irregular, mesas para os seus clientes na
calçada. Depois de lavrar autos de infração com aplicação de multa por
duas vezes, sem que a sociedade empresária tenha interposto recurso
administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita o estabelecimento
e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma irregular, com base na
lei que regula o exercício do poder de polícia correspondente.
A partir da situação acima, assinale a afirmativa correta.
A) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade
empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade
constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimento
jurisdicional.
B) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não
homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir
14
à sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir,
em processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor.
C) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício
da polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas,
dentro dos limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma
autoexecutória.
D) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos
autoexecutórios, como mencionado acima, exigem, necessariamente,
autorização judicial prévia.
COMENTÁRIOS
→ DE OLHO NO MNEMÔNICO:
Atributos do poder de polícia: DACO
Discricionário → o agente possui margem de liberdade de atuação;
Autoexecutoriedade → o ato de poder de polícia dispensa confirmação do
poder judiciário
Coercibilidade → é a possibilidade de as medidas administrativas serem
impostas de forma coativa aos administrativos, não se expedindo meras
recomendações, mas ordens.
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/materiais-de-
apoio/poderes-da-administracao-poder-de-policia-21
https://www.youtube.com/watch?v=PSKTV2CL7vQ
GABARITO: C
QUESTÃO 11
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015
Determinado município resolve aumentar a eficiência na aplicação das
multas de trânsito. Após procedimento licitatório, contrata a sociedade
empresária Cobra Tudo para instalar câmeras do tipo “radar que
fotografam infrações de trânsito, bem como disponibilizar agentes de
trânsito para orientar os cidadãos e aplicar multas. A mesma sociedade
empresária ainda ficará encarregada de criar um Conselho de Apreciação
das multas, com o objetivo de analisar todas as infrações e julgar os
recursos administrativos.
15
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) É possível a contratação de equipamentos eletrônicos de fiscalização,
mas o poder decisório não pode ser transferido à empresa.
B) Não é cabível a terceirização de qualquer dessas atividades, por se tratar
de atividade, por se tratar de atividade-fim da Administração.
C) A contratação é, a princípio, legal, mas somente permanecerá válida se
o município comprovar que a terceirização aumentou a eficiência da
atividade.
D) Não é possível delegar a instalação e gestão de câmeras do tipo “radar”
à empresa contratada, mas é possível delegar a criação e gestão do
Conselho de Apreciação de multas.
COMENTÁRIOS
“Daí não se segue, entretanto, que certos atos materiais que precedem atos jurídicos
de polícia não possam ser praticados por particulares, mediante delegação,
propriamente dita, ou em decorrência de um simples contrato de prestação. (...) É o que
sucede, por exemplo, na fiscalização do cumprimento de normas de trânsito,
mediante equipamentos fotossensores, pertencentes e operados por empresas
privadas contratadas pelo Poder Público, que acusam a velocidade do veículo ao
ultrapassar determinado ponto e lhe captam eletronicamente a imagem, registrando dia
e momento da ocorrência. Para execução desta atividade material, objetiva, precisa por
excelência, e desde que retentora de dados para controle governamental e dos
interessados, nada importa que os equipamentos pertençam ou sejam geridos pelo
Poder Público ou que pertençam e sejam geridos por particulares, aos quais tenha sido
delegada ou com os quais tenha sido meramente contratada. É que as constatações
efetuadas por tal meio caracterizam-se pela impessoalidade (daí por que não interfere
o tema do sujeito, da pessoa) e asseguram, além de exatidão, uma igualdade completa
no tratamento dos administrados(...)"
(Celso Antônio Bandeira de Mello.Curso de Direito Administrativo, 17ª edição,
2004, p. 735-736)
Resta correto afirmar que os atos de fiscalização e consentimento são passíveis
de delegação a pessoas jurídicas de direito privado. Nessa seara, colaciona-se
o precedente do STJ:
“ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA
APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE.
1. omissis...
2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia
pode ser conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e
da liberdade em favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade
16
de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de
trânsito por sociedade de economia mista).
3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser
sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii)
fiscalização e (iv) sanção.
4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses
grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira
corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala
equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei
(fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que não guarda observância
ao CTB (sanção).
5. Somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis,
pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do
Poder Público.
6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria,
inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a
arrecadação.
7. Recurso especial provido."(REsp. 817.537/MG, Segunda Turma, rel. Ministro Mauro
Campbell, DJe de 10.12.2009)
GABARITO: A
QUESTÃO 12
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIV – Primeira Fase – 2014
A Secretaria de Defesa do Meio Ambiente do Estado X lavrou auto de
infração, cominando multa no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à
empresa Explora, em razão da instalação de uma saída de esgoto
clandestina em uma lagoa naquele Estado.
A empresa não impugnou o auto de infração lavrado e não pagou a multa
aplicada.
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar e
autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da
executoriedade do ato.
B) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia e
autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da
executoriedade do ato.
17
C) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar,
mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida.
D) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia, mas
não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida.
COMENTÁRIOS
Não se trata de poder disciplinar pois este refere-se à imposição de sanções a
servidores públicos como também a particulares que possuam vínculo jurídico
específico com a Administração Pública, a exemplo de concessionários de
serviços públicos e alunos de escola pública. Portanto, já podemos descartar as
alternativas A e C.
Trata-se verdadeiramente do poder de polícia (dirigido à coletividade geral,
condicionando as pessoas ao cumprimento da lei), uma vez que houve a
imposição de multa (sanção de polícia). No entanto, algumas considerações
devem ser feitas. A multa não paga no dia de seu vencimento não legitima a
Administração para, de maneira unilateral e autoexecutória, cobrar do patrimônio
do particular. Deverá o poder público, então, esgotar as vias judiciais cabíveis ou
inscrever o crédito em dívida ativa para posterior execução fiscal.
GABARITO: D
QUESTÃO 13
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIII – Primeira Fase – 2014
José da Silva é o chefe do Departamento de Pessoal de uma Secretaria de
Estado. Recentemente, José da Silva avocou a análise de determinada
matéria, constante de processo administrativo inicialmente distribuído a
João de Souza, seu subordinado, ao perceber que a questão era por demais
complexa e não vinha sendo tratada com prioridade por aquele servidor.
Ao assim agir, José da Silva fez uso
A) do poder hierárquico.
B) do poder disciplinar.
C) do poder discricionário.
D) da teoria dos motivos determinantes.
COMENTÁRIOS
18
"Diante de motivos relevantes devidamente justificados, o art. 15 da Lei 9.784/99
permite que a autoridade hierarquicamente superior chame para si a competência de
um órgão ou agente subordinado."
(MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014, p.313).
Portanto, a avocação (conceituada acima pelo professor Mazza) é característica
inerente ao exercício do poder hierárquico.
Lei 9.784: "Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior."
GABARITO: A
QUESTÃO 14
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XI – Primeira Fase – 2013
Atendendo a uma série de denúncias feitas por particulares, a Delegacia de
Defesa do Consumidor (DECON) deflagra uma operação, visando a apurar
as condições dos alimentos fornecidos em restaurantes da região central
da capital. Logo na primeira inspeção, os fiscais constataram que o
estoque de um restaurante tinha produtos com a validade vencida. Na
inspeção das instalações da cozinha, apuraram que o espaço não tinha
condições sanitárias mínimas para o manejo de alimentos e o preparo de
refeições. Os produtos vencidos foram apreendidos e o estabelecimento
foi interditado, sem qualquer decisão prévia do Poder Judiciário.
Assinale a alternativa que indica o atributo do poder de polícia que justifica
as medidas tomadas pela DECON.
A) Coercibilidade.
B) Inexigibilidade.
C) Autoexecutoriedade.
D) Discricionariedade.
COMENTÁRIOS
Dentre os atributos do poder de polícia, temos que:
→ Discricionariedade: consiste na livre escolha, pela Administração Pública,
dos meios adequados para exercer o poder de polícia.
19
→ Autoexecutoriedade: possibilidade efetiva que a Administração tem de
proceder ao exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer
previamente ao Poder Judiciário.
→ Coercibilidade: é a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário,
admitindo-se até o emprego da força pública para seu normal cumprimento,
quando houver resistência por parte do particular/administrado.
Portanto, se as providências foram tomadas sem prévia anuência do Judiciário,
a banca referia-se ao atributo da autoexecutoriedade.
GABARITO: C
QUESTÃO 15
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – X – Primeira Fase – 2013
Oscar é titular da propriedade de um terreno adjacente a uma creche
particular. Aproveitando a expansão econômica da localidade, decidiu
construir em seu terreno um grande galpão. Oscar iniciou as obras, sem
solicitar à prefeitura do município “X” a necessária licença para
construir, usando material de baixa qualidade. Ainda durante a construção,
a diretora da creche notou que a estrutura não apresentava solidez e corria
o risco de desabar sobre as crianças. Ao tomar conhecimento do fato, a
prefeitura do município “X” inspecionou o imóvel e constatou a
gravidade da situação. Após a devida notificação de Oscar, a estrutura foi
demolida.
Assinale a afirmativa que indica o instituto do direito administrativo que
autoriza a atitude do município “X”.
A) Tombamento.
B) Poder de polícia.
C) Ocupação temporária.
D) Desapropriação.
COMENTÁRIOS
→ Tombamento: é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o
transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de
propriedade, levando em conta sua função social.
→ Ocupação temporária: tipo de intervenção do Estado na propriedade
privada, consistindo na utilização, pela Administração Pública, de bens imóveis
privados, para a realização de serviços públicos.
20
→ Desapropriação: é um ato imperativo que tem por objetivo transferir a
propriedade privada ao patrimônio público, visando atender o interesse público
mediante prévia e justa indenização em dinheiro.
→ Poder de polícia (art. 78 do CTN):
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
GABARITO: B
4 ATOS ADMINISTRATIVOS
QUESTÃO 16
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017
Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no
exercício da autotutela, verificou a existência de um ato administrativo
portador de vício insanável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade
Tudo beleza S/A, a qual estava de boa-fé. O ato foi praticado em 10 de
fevereiro de 2012. Em razão disso, em 17 de setembro de 2016, a entidade
instaurou processo administrativo, que, após o exercício da ampla defesa
e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de junho de 2017.
Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética,
assinale a afirmativa correta.
A) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício,
considerando que o processo que resultou na invalidação foi instaurado
dentro do prazo de 5 (cinco) anos.
B) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício
do poder de polícia por parte da Administração Pública federal.
C) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão,
considerando que a Administração pode anular seus atos viciados a
qualquer tempo.
D) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a
prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos.
21
COMENTÁRIOS
Lei nº 9.784/99, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida (inclusive
instauração de processo administrativo) de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.
Portanto, não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício,
considerando que o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro
do prazo de 5 anos (art. 54, Lei 9.784/99).
Não pode ser a letra B porque NÃO consumou-se o prazo de 5 anos para o
exercício do poder de polícia porque a Administração começou a tomar as
medidas para a anulação desse ato ANTES do prazo de 5 anos.
→ É prazo DECADENCIAL, e não prescricional.
→ Em havendo MÁ-FÉ: não haverá prazo, a Administração Pública poderá
anular o ato a qualquer tempo.
GABARITO: A
QUESTÃO 17
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016
A associação de moradores do Município F solicitou ao Poder Público
municipal autorização para o fechamento da “rua de trás”, por uma noite,
para a realização de uma festa junina aberta ao público. O Município,
entretanto, negou o pedido, ao fundamento de que aquela rua seria
utilizada para sediar o encontro anual dos produtores de abóbora, a ser
realizado no mesmo dia.
Considerando que tal fundamentação não está correta, pois, antes da
negativa do pedido da associação de moradores, o encontro dos
produtores de abóbora havia sido transferido para o mês seguinte,
conforme publicado na imprensa oficial, assinale a afirmativa correta.
A) Mesmo diante do erro na fundamentação, o ato é válido, pois a
autorização pleiteada é ato discricionário da Administração.
22
B) Independentemente do erro na fundamentação, o ato é inválido, pois a
autorização pleiteada é ato vinculado, não podendo a Administração
indeferi-lo.
C) Diante do erro na fundamentação, o ato é inválido, uma vez que, pela
teoria dos motivos determinantes, a validade do ato está ligada aos
motivos indicados como seu fundamento.
D) A despeito do erro na fundamentação, o ato é válido, pois a autorização
pleiteada é ato vinculado, não tendo a associação de moradores
demonstrado o preenchimento dos requisitos.
COMENTÁRIOS
→ Teoria dos motivos determinantes: quando a Administração Pública
justifica seus próprios atos, deverá cumprir com a sua palavra. Ainda que ela não
tenha obrigação de motivar, mas mesmo assim o faz, terá de cumprir com suas
palavras, respeitando o motivo anteriormente proferido por ela. Quando a
Administração Pública “descumpre” sua palavra, a consequência será a
invalidade daquele ato administrativo.
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.youtube.com/watch?v=TS9sSGLj78I
GABARITO: C
QUESTÃO 18
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015
Manoel da Silva é comerciante, proprietário de uma padaria e confeitaria de
grande movimento na cidade ABCD. A fim de oferecer ao público um
serviço diferenciado, Manoel formulou pedido administrativo de
autorização de uso de bem público (calçada), para a colocação de mesas e
cadeiras. Com a autorização concedida pelo Município, Manoel comprou
mobiliário de alto padrão para colocá-lo na calçada, em frente ao seu
estabelecimento. Uma semana depois, entretanto, a Prefeitura revogou a
autorização, sem apresentar fundamentação.
A respeito do ato da prefeitura, que revogou a autorização, assinale a
afirmativa correta.
A) Por se tratar de ato administrativo discricionário, a autorização e sua
revogação não podem ser investigadas na via judicial.
B) A despeito de se tratar de ato administrativo discricionário, é admissível
o controle judicial do ato.
23
C) A autorização de uso de bem público é ato vinculado, de modo que, uma
vez preenchidos os pressupostos, não poderia ser negado ao particular o
direito ao seu uso, por meio da revogação do ato.
D) A autorização de uso de bem público é ato discricionário, mas, uma vez
deferido o uso ao particular, passa-se a estar diante de ato vinculado, que
não admite revogação.
COMENTÁRIOS
Para responder essa questão, é necessário que saibamos que atos
discricionários podem ser passíveis de controle jurisdicional, bastando que
viole ou ameace direitos, em observância ao princípio do amplo acesso à justiça
(art. 5º, XXXV, CF/88). Além disso, mister salientar que autorização de uso de
bem público é ato discricionário (bem como unilateral e precário), e não
vinculado.
GABARITO: B
QUESTÃO 19
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XII – Primeira Fase – 2013
O Estado X concedeu a Fulano autorização para a prática de determinada
atividade. Posteriormente, é editada lei vedando a realização daquela
atividade. Diante do exposto, e considerando as formas de extinção dos
atos administrativos, assinale a afirmativa correta.
A) Deve ser declarada a nulidade do ato em questão.
B) Deve ser declarada a caducidade do ato em questão.
C) O ato em questão deve ser cassado.
D) O ato em questão deve ser revogado.
COMENTÁRIOS
→ Caducidade: a caducidade é a retirada do ato administrativo em virtude de
norma superveniente.
→ Cassação: é a retirada do ato administrativo em virtude do descumprimento,
por parte do beneficiário do ato, de algum de seus requisitos previamente
estabelecidos por lei.
→ Contraposição: ou “derrubada”, é a retirada do ato administrativo em virtude
da edição de outro ato com efeitos contrapostos.
24
→ Anulação: é a retirada do ato administrativo com base em critérios de
legalidade.
→ Revogação: é a retirada do ato administrativo com base em critérios de
oportunidade e conveniência.
GABARITO: B
5 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
QUESTÃO 20
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018
Após a contratação, sob o regime de empreitada por preço unitário, da
sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. para a construção do novo
edifício-sede de uma agência reguladora, a Administração verifica que os
quantitativos constantes da planilha orçamentária da licitação – e
replicados pela contratada – são insuficientes para executar o
empreendimento tal como projetado. Por isso, será necessário aumentar
as quantidades de alguns serviços. Em termos financeiros, o acréscimo
será de 20% – que corresponde a R$ 2.000.000,00 – em relação ao valor
inicial atualizado do contrato.
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) O acréscimo de serviços poderá ser combinado apenas verbalmente,
não sendo necessária sua redução a termo.
B) Por se tratar de cláusula exorbitante, mesmo que a sociedade
empresária Faz de Tudo Ltda. não concorde com o acréscimo, a alteração
poderá ser determinada unilateralmente pela Administração.
C) O contratado só está obrigado a aceitar os acréscimos de até 15%
(quinze por cento) em relação ao valor inicial atualizado do contrato;
superado esse limite, a alteração só pode ocorrer com o consentimento da
sociedade empresária Faz de Tudo Ltda.
D) Diante da deficiência do projeto básico, a Administração deve
obrigatoriamente anular o contrato após serem oportunizados o
contraditório e a ampla defesa à sociedade empresária Faz de Tudo Ltda.
COMENTÁRIOS
25
Para respondermos a essa questão, devemos ter em mente noções do art. 65
da Lei 8.666/93, que preconiza:
"Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,
os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até
25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por
cento) para os seus acréscimos."
Diante do exposto acima, seria plenamente possível o acréscimo, pois encontra-
se enquadrado nos limites estabelecidos pelo texto legal.
Vamos analisar os erros das alternativas.
→ Letra “A”: não se admite trato verbal, nos termos do art. 60 da Lei 8.666/93:
"Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas,
as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que
lhe deu origem."
→ Letra “C”: o limite disposto em lei não é de 15%, mas de 25% do valor inicial
do contrato, conforme dispositivo acima citado.
→ Letra “D”: o termo “obrigatoriamente” torna a assertiva errada, pois é possível
reajustar eventuais deficiências diante da previsão legal do art. 57 da referida
Lei:
"Art. 57 (...)
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem
prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de
seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;"
GABARITO: B
26
QUESTÃO 20
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018
Uma sociedade empresária, contratada pelo Estado para a construção de
um prédio público, atrasa a entrega de uma fase do projeto prevista no
edital de licitação e no contrato. Apesar disso, tendo em vista a situação
financeira precária da sociedade empresária, causada pelo aumento dos
custos dos insumos da construção, consoante peticionado por ela à
Administração, o gestor público competente promove o pagamento
integral da parcela não adimplida à sociedade empresária.
Tendo em vista a situação acima, assinale a afirmativa correta.
A) O pagamento feito pelo gestor é plenamente justificável em face da
incidência na hipótese da teoria da imprevisão, que impõe ao Estado o
ônus de recompor o equilíbrio econômico financeiro do contrato diante de
fatos imprevisíveis.
B) O gestor deveria ter instaurado processo administrativo para analisar a
possibilidade de aplicação de sanção por inadimplemento e também a
alegação da sociedade empresária de rompimento do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, sendo vedado a ele determinar o
pagamento da despesa sem a devida liquidação.
C) O pagamento da parcela inadimplida seria justificável ainda que a
sociedade empresária não comprovasse a imprevisibilidade do aumento de
custos alegado, uma vez que o Estado assume o chamado risco ordinário
derivado do aumento do custo dos insumos em decorrência das oscilações
naturais do mercado.
D) O pagamento incontinente da parcela inadimplida, tal como realizado
pelo gestor, necessitaria ter sido feito com o abatimento da multa que
deveria ter sido aplicada à sociedade empresária em razão do
descumprimento contratual.
COMENTÁRIOS
Para respondermos a essa questão, temos que ter em mente o art. 65 da
importantíssima Lei 8.666/93, in verbis:
"Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:
(...)
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a
27
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra
ou serviço;"
Ou seja, expressamente a lei veda a antecipação de pagamento realizada pelo
gestor público, estando ela em desacordo com a previsão legal vigente.
Na letra C, além de o pagamento antecipado ser proibido pela Lei 8.666/93, é o
particular-contratado quem assume o risco ordinário, e não o Poder Público.
Na letra D, segue-se o raciocínio de que o pagamento antecipado não era devido
por expressa determinação legal.
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.youtube.com/watch?v=QBZ60uGMNWs
GABARITO: B
QUESTÃO 21
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018
A União celebrou com a empresa Gama contrato de concessão de serviço
público precedida de obra pública. O negócio jurídico tinha por objeto a
exploração, incluindo a duplicação, de determinada rodovia federal. Algum
tempo após o início do contrato, o poder concedente identificou a
inexecução de diversas obrigações por parte da concessionária, o que
motivou a notificação da contratada. Foi autuado processo administrativo,
ao fim do qual o poder concedente concluiu estar prejudicada a prestação
do serviço por culpa da contratada.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) O contrato é nulo desde a origem, eis que a concessão de serviços
públicos não pode ser precedida da execução de obras públicas.
B) O poder concedente pode declarar a caducidade do contrato de
concessão, tendo em vista a inexecução parcial do negócio jurídico por
parte da concessionária.
C) O poder concedente deve, necessariamente, aplicar todas as sanções
contratuais antes de decidir pelo encerramento do contrato.
D) O processo administrativo tem natureza de inquérito e visa coletar
informações precisas dos fatos; por isso, não há necessidade de observar
o contraditório e a ampla defesa da concessionária.
28
COMENTÁRIOS
Vejamos o art. 38 da Lei 8.987/95:
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder
concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas
convencionadas entre as partes.
→ Caducidade: a culpa é da concessionária, motivada pela inexecução total ou
parcial do contrato e, havendo indenização, será posterior.
→ Encampação: não há culpa da concessionária, existem razões de interesse
público, exige-se lei autorizativa específica e a indenização é prévia.
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.youtube.com/watch?v=0HboClnpfUQ
GABARITO: B
QUESTÃO 22
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVIII – Primeira Fase – 2015
O Município C está elaborando edital de licitação para a contratação de
serviço de limpeza predial.
A respeito do prazo de duração desse contrato, assinale a afirmativa
correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo
crédito orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de
até 48 meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se
vigente enquanto não houver melhor preço do que o da proposta
vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a administração, limitada a sessenta meses.
COMENTÁRIOS
A questão requer do candidato conhecimentos acerca do art. 57 da Lei 8.666/93:
29
"Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
(...)
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
É fundamental que você saiba que é vedado o contrato com prazo de vigência
indeterminado, por expressa previsão do art. 57, §3º da Lei 8.666/93.
GABARITO: D
6 BENS PÚBLICOS
QUESTÃO 23
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017
Determinado município é proprietário de um extenso lote localizado em
área urbana, mas que não vem sendo utilizado pela Administração há anos.
Em consequência do abandono, o imóvel foi ocupado por uma família de
desempregados, que deu à área uma função social.
O poder público teve ciência do fato, mas, como se tratava do final da
gestão do então prefeito, não tomou qualquer medida para que o bem fosse
desocupado. A situação perdurou mais de trinta anos, até que o município
ajuizou a reintegração de posse.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) O terreno não estava afetado a um fim público, razão pela qual pode ser
adquirido por usucapião.
B) O terreno é insuscetível de aquisição por meio de usucapião, mesmo
sendo um bem dominical.
C) O poder público municipal não poderá alienar a área em questão, dado
que todos os bens públicos são inalienáveis.
D) O bem será classificado como de uso especial, caso haja a reintegração
de posse e o município decida construir uma grande praça no local
anteriormente ocupado pela família.
30
COMENTÁRIOS
O instituto da usucapião não se aplica aos bens públicos (sejam eles comuns,
especiais ou dominicais). Ainda que se trate de terreno abandonado, não se
pode usucapir terrenos de bens públicos.
→ Regra geral: os bens públicos não podem ser alienados. Porém, se forem
desafetados (retirar a função pública do bem) poderão ser alienados, seguindo
os trâmites legais para tanto.
→ Grande praça, como diz a letra D, não seria bem de uso especial (a exemplo
de repartições públicas), mas sim de uso comum, pois qualquer um poderia
usufrui-la.
Súmula 340 do STF: "Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião."
Art. 102, do CC. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.trilhante.com.br/curso/revisao-de-direito-administrativo-para-
oab/aula/bens-publicos
GABARITO: B
QUESTÃO 24
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015
O prédio que abrigava a Biblioteca Pública do Município de Molhadinho foi
parcialmente destruído em um incêndio, que arruinou quase metade do
acervo e prejudicou gravemente a estrutura do prédio. Os livros restantes
já foram transferidos para uma nova sede. O Prefeito de Molhadinho
pretende alienar o prédio antigo, ainda cheio de entulho e escombros.
Sobre o caso descrito, assinale a afirmativa correta.
A) Não é possível, no ordenamento jurídico atual, a alienação de bens
públicos.
B) O antigo prédio da biblioteca, bem público de uso especial, somente
pode ser alienado após ato formal de desafetação.
C) É possível a alienação do antigo prédio da biblioteca, por se tratar de
bem público dominical.
D) Por se tratar de um prédio com livre acesso do público em geral, trata-
se de bem público de uso comum, insuscetível de alienação.
31
COMENTÁRIOS
A Biblioteca Pública de Molhadinho era considerada bem público de uso
especial, pois era afetado a um dado serviço público lato senso (art. 99 do
CC/02). Porém, com o advento do incêndio que destruiu parte de seu acervo,
bem como havendo a retirada de livros para outro local, operou-se a
DESAFETAÇÃO TÁCITA do bem público, isto porque ele deixou de ter qualquer
destinação pública, tornando-o, portanto, suscetível de alienação.
“Não há uniformidade de pensamento entre os doutrinadores a respeito da possibilidade
de a desafetação decorrer de um fato (desafetação tácita) e não de uma manifestação
de vontade (desafetação expressa); por exemplo, um rio que seca ou tem seu curso
alterado; um incêndio que provoca a destruição dos livros de uma biblioteca ou das
obras de um museu. Alguns acham que mesmo nesses casos seria necessário um ato
de desafetação. Isto, no entanto, constitui excesso de formalismo se se levar em
consideração o fato que o bem se tornou materialmente inaproveitável para o fim ao
qual estava afetado."
(PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 20ª edição, 2007, p. 619)
GABARITO: C
7 SERVIÇOS PÚBLICOS
QUESTÃO 25
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019
O Governo do Estado Alfa, para impulsionar o potencial turístico de uma
região cercada de belíssimas cachoeiras, pretende asfaltar uma pequena
estrada que liga a cidade mais próxima ao local turístico. Com vistas à
melhoria do serviço público e sem dinheiro em caixa para arcar com as
despesas, o Estado decide publicar edital para a concessão da estrada,
com fundamento na Lei nº 8.987/95, cabendo ao futuro concessionário a
execução das obras.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) O edital poderá prever, em favor da concessionária, outras fontes de
receita além daquela oriunda do pedágio; a renda adicional deve favorecer
a modicidade tarifária, reduzindo a tarifa paga pelos usuários.
B) Um grande investidor (pessoa física) pode ser contratado pelo poder
concedente, caso demonstre capacidade de realização das obras.
32
C) A concessão pode ser feita mediante licitação na modalidade tomada
de preços, caso as obras necessárias estejam orçadas em até R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).
D) O poder concedente não poderá exigir no edital garantias do
concessionário de que realizará as obras a contento, dado que a essência
do contrato de concessão é a delegação de serviço público.
COMENTÁRIOS
O art. 2º, III, da Lei 8.987/95 esclarece que a execução de obra pública não pode
ser delegada a pessoa física, mas sim a pessoa jurídica ou consórcio de
empresa:
"Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
(...)
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção,
total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras
de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração
do serviço ou da obra por prazo determinado;"
Ressalta-se que a tomada de preços não é viável para a concessão de serviço
público precedida de obra pública (como sugere a alternativa C), de modo que a
mais viável seja a concorrência, como visto no dispositivo acima.
Sobre a letra D, confira a violação ao art. 23 da mesma lei:
"Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:
(...)
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da
execução de obra pública deverão, adicionalmente:
(...)
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações
relativas às obras vinculadas à concessão."
Letra A, portanto, está correta, nos termos do art. 11 da Lei 8.987/95:
"Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou
de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade
das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei."
GABARITO: A
33
QUESTÃO 26
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018
A sociedade empresária Beta assinou, na década de 1990, contrato de
concessão de serviço de transporte público. Desde então, vem utilizando
os mesmos ônibus no transporte de passageiros, não se preocupando com
a renovação da frota, tampouco com o conforto dos usuários ou com o
nível de emissão de poluentes. Em paralelo, com a natural evolução
tecnológica, sabe-se que os veículos atualmente estão mais bem
equipados, são mais seguros e, naturalmente, emitem menos poluentes.
Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) A renovação da frota visa a atender ao princípio da atualidade, que
exige das concessionárias o emprego de equipamentos modernos.
B) Constitui interesse público a utilização de ônibus novos, mais
econômicos, eficientes e confortáveis; por isso, independentemente de lei
autorizativa, pode o poder concedente encampar o contrato de concessão,
retomando o serviço público.
C) Se a concessionária desrespeitar os parâmetros de qualidade do
serviço estabelecidos no contrato, a concessão poderá ser extinta
unilateralmente pelo poder concedente, aplicando-se o instituto da
rescisão.
D) Ao fim da concessão, os veículos utilizados retornam ao poder
concedente, independentemente de expressa previsão no edital e no
contrato.
COMENTÁRIOS
"Art. 6º, Lei 8.987/95 Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas
normas pertinentes e no respectivo contrato.
(...)
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e
das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do
serviço."
34
"O princípio da mutabilidade ou atualidade leva em consideração o fato de que os
serviços públicos devem se adaptar à evolução social e tecnológica. As necessidades
da população variam no tempo e as tecnologias evoluem rapidamente, havendo a
necessidade constante de adaptação das atividades administrativas."
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed. São
Paulo: Método, 2017.
GABARITO: A
QUESTÃO 27
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017
O Estado Alfa, com o objetivo de articular a prestação dos serviços de
saneamento básico entre municípios limítrofes, instituiu uma região
metropolitana, de modo a promover a organização, o planejamento e a
execução de tais atividades de interesse comum.
Acerca da criação de regiões metropolitanas para a realização de serviços
públicos, assinale a afirmativa correta.
A) A instituição de região metropolitana para a organização, o
planejamento e a execução dos serviços públicos são de competência do
Estado Alfa, por meio de lei complementar.
B) A organização, o planejamento e a execução dos serviços de
saneamento básico entre municípios limítrofes deveriam,
necessariamente, ser promovida por meio de consórcio público.
C) A competência para a criação de regiões metropolitanas é exclusiva da
União, sob pena de violar a autonomia dos municípios que seriam por elas
alcançados.
D) A criação da região metropolitana pretendida pelo Estado Alfa não é
possível, diante da ausência de previsão para tanto no nosso ordenamento
jurídico.
COMENTÁRIOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
(...)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
35
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
GABARITO: A
QUESTÃO 28
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVIII – Primeira Fase – 2015
Após dezenas de reclamações dos usuários do serviço de transporte
metroviário, o Estado Y determinou a abertura de processo administrativo
para verificar a prestação inadequada e ineficiente do serviço por parte da
empresa concessionária.
Caso se demonstre a inadimplência, como deverá proceder o poder público
concedente?
A) Declarar, por decreto, a caducidade da concessão.
B) Declarar, por decreto, a encampação do serviço.
C) Declarar, por decreto, após lei autorizativa, a revogação da concessão.
D) Declarar, por lei, a anulação do contrato de concessão.
COMENTÁRIOS
LEI Nº 8987/95.
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder
concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas
convencionadas entre as partes.
§ 1 A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por
base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do
serviço;
Trata-se, portanto, da caducidade, que se difere da encampação, nos termos do
art. 37, senão vejamos:
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente
durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo
anterior.
GABARITO: A
36
QUESTÃO 29
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015
Após fortes chuvas, devido ao enorme volume de água, parte de uma
rodovia federal sofreu rachaduras e cedeu, tornando necessária a
interdição da pista e o desvio do fluxo de tráfego até a conclusão das obras
de reparo. A exploração da rodovia havia sido concedida, mediante
licitação, à sociedade empresária “Traffega", e esta não foi capaz de lidar
com a situação, razão pela qual foi decretada a intervenção na concessão.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) A intervenção somente pode ser decretada após a conclusão de
processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa.
B) A administração do serviço será devolvida à concessionária, cessada a
intervenção, se não for extinta a concessão.
C) A intervenção decorre da supremacia do interesse público sobre o
privado e dispensa a instauração de processo administrativo.
D) A intervenção é causa obrigatória de extinção da concessão e assunção
do serviço pelo poder concedente.
COMENTÁRIOS
LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos
previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.
Art. 34, Lei 8987/1995 - Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a
administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de
prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
durante a sua gestão.
É importante ressaltar que
→ A instauração de procedimento administrativo, com exercício da ampla
defesa, é requisito legal para haver a intervenção.
GABARITO: B
QUESTÃO 30
37
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – VI – Primeira Fase – 2012
São princípios próprios ou específicos dos serviços públicos, previstos na
Lei 8.987/95,
A) moralidade, publicidade e legalidade.
B) especificidade, publicidade e moralidade.
C) continuidade, atualidade e cortesia.
D) atratividade, mutualismo e comutatividade.
COMENTÁRIOS
" Lei 8.987/95, Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas
normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas."
GABARITO: C
8 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
QUESTÃO 31
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019
Determinado Município fez publicar decreto de desapropriação por
utilidade pública de determinada área, com o objetivo de construir um
hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor
oferecido pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se
consumou na via administrativa.
Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência,
da instalação de uma creche na mesma localidade, de modo que o
Município alterou a destinação a ser conferida à edificação que estava
sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público.
Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana,
assinale a afirmativa correta.
A) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o
Município não possui competência para atuar na educação infantil, de
38
modo que não poderia alterar a destinação do bem expropriado para esta
finalidade.
B) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que
deveria ter ajuizado a indispensável ação de desapropriação para
consumar tal modalidade de intervenção do estado na propriedade.
C) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação
amigável acordada com o Município, porque a nova destinação conferida
ao imóvel atende ao interesse público, a caracterizar a chamada
tredestinação lícita.
D) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com
base na desapropriação indireta, considerando que o Município não pode
conferir finalidade diversa da constante no decreto expropriatório.
COMENTÁRIOS
Trata-se de verdadeira hipótese de tredestinação lícita, ocorrendo quando o
poder público realiza destinação diferente ao bem que anteriormente estava
previsto, mantendo a sua finalidade pública. Em outras palavras, é dar ao bem
expropriado uma destinação diferente da prevista no ato expropriatório.
Nesse sentido, tem o seguinte precedente do STJ:
"PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE
PÚBLICA. AÇÃO DE RETROCESSÃO. DESTINAÇÃO DIVERSA DO IMÓVEL.
PRESERVAÇÃO DA FINALIDADE PÚBLICA. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.
1. Não há falar em retrocessão se ao bem expropriado for dada destinação que atende
ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto
expropriatório.
2. A Primeira Turma desta Corte, no julgamento do REsp 710.065/SP (Rel. Min. José
Delgado, DJ de 6.6.2005), firmou a orientação de que a afetação da área poligonal da
extinta "Vila Parisi" e áreas contíguas (localizadas no Município de Cubatão/SP) - cuja
destinação inicial era a implantação de um parque ecológico -, para a instalação de um
pólo industrial metal-mecânico, um terminal intermodal de cargas rodoviário, um centro
de pesquisas ambientais, um posto de abastecimento de combustíveis, um centro
comercial com 32 módulos de 32 metros cada, um estacionamento, e um
restaurante/lanchonete, atingiu, de qualquer modo, a finalidade pública inerente às
desapropriações.
3. Recurso especial desprovido."
(RESP - RECURSO ESPECIAL - 847092 2006.01.24261-5, rel. Ministra DENISE
ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJ DATA:18/09/2006)
→ DE OLHO NO VÍDEO:
https://www.youtube.com/watch?v=H8kcolsY83k
39
GABARITO: C
QUESTÃO 32
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018
Em novembro de 2014, Josué decidiu gozar um período sabático e passou,
a partir de então, quatro anos viajando pelo mundo. Ao retornar ao Brasil,
foi surpreendido pelo fato de que um terreno de sua propriedade havia sido
invadido, em setembro de 2015, pelo Município Beta, que nele construiu
uma estação de tratamento de água e esgoto.
Em razão disso, Josué procurou você para, na qualidade de advogado(a),
traçar a orientação jurídica adequada, em consonância com o ordenamento
vigente.
A) Deve ser ajuizada uma ação possessória, diante do esbulho cometido
pelo Poder Público municipal.
B) Não cabe qualquer providência em Juízo, considerando que a pretensão
de Josué está prescrita.
C) Impõe-se que Josué aguarde que o bem venha a ser destinado pelo
Município a uma finalidade alheia ao interesse público, para que, somente
então, possa pleitear uma indenização em Juízo.
D) É pertinente o ajuizamento de uma ação indenizatória, com base na
desapropriação indireta, diante da incorporação do bem ao patrimônio
público pela afetação.
COMENTÁRIOS
No caso em comento, deu-se a desapropriação indireta, que consiste no
apossamento de bem de particular pelo poder público sem a correta observância
dos requisitos da declaração e indenização prévia.
Sobre a letra B, não há que se falar em prescrição, posto que a pretensão de
Josué só prescreve após 5 anos.
Nesses casos, não poderá o particular ajuizar ação possessória em virtude da
supremacia do interesse público sobre o interesse particular, porém, poderá
pleitear indenização pela perda de sua propriedade.
Art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41: “Os bens expropriados, uma vez incorporados à
Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente,
resolver-se-á em perdas e danos.”
40
GABARITO: D
QUESTÃO 33
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017
O Estado “X” pretende fazer uma reforma administrativa para cortar
gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secretarias estaduais
em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área
necessária. Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador
decidiu desapropriar, por utilidade pública, um enorme terreno de
propriedade da União para construir o edifício desejado.
Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os
requisitos previstos em lei, mas os Estados não podem desapropriar
imóveis da União.
B) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que
este ente federado demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse
público.
C) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização
legislativa dada pela Assembleia Legislativa.
D) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização
legislativa dada pelo Congresso Nacional.
COMENTÁRIOS
Há uma hierarquia de escalonamentos que deve ser respeitada em relação às
desapropriações territoriais. Isto quer dizer que a União pode desapropriar
imóveis dos Estados e estes podem desapropriar imóveis dos Municípios, mas
o inverso não é verdade, ou seja, um Município não pode desapropriar imóveis
do Estado.
Decreto-lei nº 3.365/41: dispõe sobre desapropriações por utilidade pública.
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser
desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios
poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em
qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
41
GABARITO: A
QUESTÃO 34
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXII – Primeira Fase – 2017
O Município Beta foi assolado por chuvas que provocaram o desabamento
de várias encostas, que abalaram a estrutura de diversos imóveis, os quais
ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos terrenos
comprometidos. Diante do iminente perigo público a residências e à vida
de pessoas, o Poder Público deve, prontamente, utilizar maquinário, que
não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas de contenção
pertinentes. Assinale a opção que indica a adequada modalidade de
intervenção na propriedade privada para a utilização do maquinário
necessário.
A) Requisição administrativa.
B) Tombamento.
C) Desapropriação.
D) Servidão administrativa.
COMENTÁRIOS
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
→ Utilização transitória, onerosa, compulsória, pessoal (não real), discricionária
e autoexecutável de um bem privado pelo Estado em situações de iminente
perigo público.
→ Indenização ulterior, se houver dano.
Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
TOMBAMENTO
→ Instrumento específico de intervenção na propriedade instituído com a
finalidade de preservação histórica, cultural, arqueológica, artística, turística ou
paisagística do próprio bem tombado.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
→ Direito real público que autoriza o Poder Público a usar da propriedade
IMÓVEL para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo.
GABARITO: A
42
QUESTÃO 35
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016
(Reaplicação Salvador/BA)
O Estado Beta pretende estabelecer ligação viária entre dois municípios
contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se necessária a
desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos
municípios beneficiários da obra.
Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público,
assinale a afirmativa correta.
A) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade
pública, bem municipal.
B) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos.
C) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência
preliminar.
D) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização
legislativa.
COMENTÁRIOS
Art. 2º [...]. Decreto-lei 3365/1941
§ 2º. Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios
poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em
qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
→ UNIÃO: pode desapropriar imóveis de Estados, DF e Municípios
→ ESTADOS: pode desapropriar imóveis dos Municípios
OBS: o inverso não é possível. “Peixe pequeno” não pode comer “peixe grande”.
GABARITO: D
QUESTÃO 36
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015
O Município W, durante a construção de avenida importante, ligando a
região residencial ao centro comercial da cidade, verifica a necessidade de
ampliação da área a ser construída, mediante a incorporação de terrenos
contíguos à área já desapropriada, a fim de permitir o prosseguimento das
43
obras. Assim, expede novo decreto de desapropriação, declarando a
utilidade pública dos imóveis indicados, adjacentes ao plano da pista.
Diante deste caso, assinale a opção correta.
A) É válida a desapropriação, pelo Município W, de imóveis a serem
demolidos para a construção da obra pública, mas não a dos terrenos
contíguos à obra.
B) Não é válida a desapropriação, durante a realização da obra, pelo
Município W, de novos imóveis, qualquer que seja a finalidade.
C) É válida, no curso da obra, a desapropriação, pelo Município W, de
novos imóveis em área contígua necessária ao desenvolvimento da obra.
D) Em relação às áreas contíguas à obra, a única forma de intervenção
estatal da qual pode se valer o Município W é a ocupação temporária.
COMENTÁRIOS
Art. 4º, caput, do Decreto-lei 3.365/41, in verbis:
"Art. 4º A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem
extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a
declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as
indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda."
GABARITO: C
9 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
QUESTÃO 37
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018
Em uma movimentada rodovia concedida pela União a uma empresa
privada, um veículo particular colidiu com outro, deixando diversos
destroços espalhados pela faixa de rolamento. Um dos objetos deixados
sobre a pista cortou o pneu de um terceiro automóvel, causando a colisão
deste em uma mureta de proteção.
Com base no fragmento acima, assinale a afirmativa correta.
A) A concessionária deve responder objetivamente pelos danos causados,
com fundamento na teoria do risco administrativo.
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B) Em nenhuma hipótese a concessionária poderá ser responsabilizada
pelo evento danoso.
C) A concessionária responde pelos danos materiais causados ao terceiro
veículo, com fundamento na teoria do risco integral, isto é, ficou
comprovado que o dano foi causado por culpa exclusiva de terceiro ou por
força maior.
D) O proprietário do terceiro automóvel só será reparado pelos danos
materiais caso demonstre a culpa da concessionária, caracterizada, por
exemplo, pela demora excessiva em promover a limpeza da rodovia.
COMENTÁRIOS
Às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como
o são as concessionárias que administram rodovias, são aplicadas a elas o art.
37, §6º da Constituição Federal, determinando a responsabilidade OBJETIVA
(independe de comprovação de dolo ou culpa), nos termos da teoria do risco
administrativo. Vejamos a previsão legal:
"Art. 37 (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa."
Ressalta-se o posicionamento do Supremo acerca do tema:
"Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Acidente de
trânsito. Rodovia pedagiada. Concessionária de serviço público. Responsabilidade
objetiva. Possibilidade. Elementos da responsabilidade civil demonstrados na origem.
Dever de indenizar. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas.
Reexame. Impossibilidade. Precedentes.
1. A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que as pessoas jurídicas de direito
público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público
respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com fundamento no
art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto por atos comissivos quanto por atos
omissivos, em situações como a ora em exame, desde que demonstrado o nexo
causal entre o dano e a omissão.
2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e
o reexame do conjunto fático-probatório da causa. Incidência das Súmulas nºs 636 e
279/STF.
3. Agravo regimental não provido.
4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que, na origem, os honorários
advocatícios já foram fixados no limite máximo previsto no § 2º do mesmo artigo."
(ARE-AgR 951552, 2ª Turma, rel. Ministro Dias toffoli, em 2.8.2016)
45
GABARITO: A
QUESTÃO 38
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXI – Primeira Fase – 2016
José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em
decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo
após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi
assassinado por um colega de cela.
Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no
estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta.
A) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade
civil do Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que
rompe o nexo de causalidade, independentemente da possibilidade de o
Estado atuar para evitar o dano.
B) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade
civil do Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta
de agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal.
C) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil
do Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a
teoria do risco integral.
D) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil
do Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as
pessoas submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos.
COMENTÁRIOS
Em recente julgado do STF com repercussão geral, entendeu-se que quando a
omissão estatal envolver relação de custódia (situações em que o Estado é
garantidor, velando pela vida de administrados), embora seja caso de omissão,
a responsabilidade do Estado será objetiva, a exemplo de presos custodiados,
internados em hospitais públicos, escolas públicas.
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso
XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão
geral) (Info 819).
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GABARITO: D
QUESTÃO 39
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016
(Reaplicação Salvador/BA)
Caio, policial militar do Estado X, abalroou, com sua viatura, um veículo
particular estacionado em local permitido, durante uma perseguição. Júlio,
proprietário do veículo atingido, ingressou com demanda indenizatória em
face do Estado. A sentença de procedência reconheceu a responsabilidade
civil objetiva do Estado, independentemente de se perquirir a culpa do
agente.
Nesse caso,
A) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial
militar, eis que atuava, no momento do acidente, na condição de agente
público.
B) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial
militar, devendo o ente público demonstrar a existência de dolo do agente.
C) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial
militar, devendo o ente público demonstrar a existência de culpa ou dolo
do agente.
D) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do agente
público, uma vez que o Estado não foi condenado com base na culpa ou
dolo do agente.
COMENTÁRIOS
Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.
GABARITO: C
QUESTÃO 40
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016
A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, Maria atravessa
uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada pelo
Município para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um
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dos funcionários que trabalhava no local naquele momento, um bloco de
concreto se desprendeu da estrutura principal e atingiu o pé de Maria.
Nesse caso,
A) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com
base na teoria do risco integral.
B) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de
causalidade entre a obra e o dano, afastando a responsabilidade da
empresa e do Município.
C) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada
pelos danos causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima.
D) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a
responsabilidade do Município demanda comprovação de culpa na
ausência de fiscalização da obra.
COMENTÁRIOS
Depreende-se da questão que a culpa foi parcialmente de cada um. Da leitura
do item A, concluímos pelo seu erro tendo em vista que a regra é a adoção da
teoria do risco administrativo, e não do risco integral, que é aquela em que o
Estado sempre é responsabilizado, ainda que em culpa exclusiva da vítima e
caso fortuito ou força maior, sendo utilizada em casos extremamente pontuais
(atentados terroristas em aeronaves, danos nucleares e danos ambientais).
Ocorreu, na verdade, culpa recíproca, que ocorre quando há culpa
concomitante tanto do Poder Público quanto do particular, que foi exatamente o
caso da questão. Nesse caso, a responsabilidade é compartilhada, de modo que
o Estado e município serão responsabilizados atenuadamente, pois Maria
também teve parcela de culpa no acidente.
GABARITO: C
QUESTÃO 41
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016
Um paciente de um hospital psiquiátrico estadual conseguiu fugir da
instituição em que estava internado, ao aproveitar um momento em que os
servidores de plantão largaram seus postos para acompanhar um jogo de
futebol na televisão. Na fuga, ao pular de um viaduto próximo ao hospital,
sofreu uma queda e, em razão dos ferimentos, veio a falecer.
Nesse caso,
48
A) o Estado não responde pela morte do paciente, uma vez que não
configurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o
dano.
B) o Estado responde de forma subjetiva, uma vez que não configurado o
nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano.
C) o Estado não responde pela morte do paciente, mas, caso comprovada
a negligência dos servidores, estes respondem de forma subjetiva.
D) o Estado responde pela morte do paciente, garantido o direito de
regresso contra os servidores no caso de dolo ou culpa.
COMENTÁRIOS
Estamos diante de mais um caso de custódia do Estado em relação aos seus
administrados. Nesses casos, o Estado responde pela morte do paciente, mas
nada impede direito de regresso contra os servidores se evidenciado dolo ou
culpa.
A título de ilustre doutrina, temos que:
“Nessas vinculações diferenciadas, a responsabilidade do Estado é mais acentuada do
que nas relações de sujeição geral, à medida que o ente público tem o dever de garantir
a integridade das pessoas e bens custodiados. Por isso, a responsabilidade estatal é
objetiva inclusive quanto a atos de terceiros. Os exemplos mais comuns são: o preso
morto na cadeia por outro detento; a criança vítima de briga dentro de escola pública;
bens privados danificados em galpão da Receita Federal. Cabe, porém, advertir que a
responsabilidade estatal é objetiva na modalidade do risco administrativo, razão pela
qual a culpa exclusiva da vítima e a força maior excluem o dever de indenizar.
A ação regressiva é proposta pelo Estado contra o agente público causador do dano,
nos casos de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF). Sua finalidade é a apuração da
responsabilidade pessoal do agente público. Tem como pressuposto já ter sido o Estado
condenado na ação indenizatória proposta pela vítima. Como a Constituição Federal
determina que a ação regressiva é cabível nos casos de culpa ou dolo, impõe-se a
conclusão de que a ação regressiva é baseada na teoria subjetiva.”
(Alexandre Mazza, Manual de Direito Administrativo, 8ª edição, Saraiva Jur).
Confira um julgado para reforçar o que fora dito acima:
"RESPONSABILIDADE CIVIL. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO (ESTADO
DE SANTA CATARINA). FUGA E MORTE, POR AFOGAMENTO, DE PESSOA QUE
FORA INTERNADA EM HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO.
DEVER DE COMPENSAR O DANO MORAL SUPORTADO POR SEUS FAMILIARES.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
01.A "responsabilidade objetiva prevista no art. 37, § 6o, da Constituição Federal
abrange também os atos omissivos do Poder Público" (AgRgAI n. 766.051, Min. Gilmar
49
Mendes; AgRgRE n. 607.771, Min. Eros Grau; AgRgRE n. 697.396, Min. Dias Toffoli;
AgRgRE n. 594.902, Min. Cármen Lúcia).
02.Cumpre ao Estado assegurar "aos presos o respeito à integridade física e morai"
(CR, art. 5o, XLIX). Essa obrigação se estende às pessoas internadas em hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico. Se em razão da falta de vigilância o interno se
evadiu e veio a ser encontrado morto, asfixiado por afogamento, em riacho existente
nas proximidades do instituto psiquiátrico, responde o Estado pela reparação do dano
moral suportado pelos familiares da vitima (TJSC, AC n. 2006.009090-4, Des. Ricardo
Roesler; AC n. 2012.012798-7, Des. Júlio César Knoll; TJDF, AC n. 2007.011028788-
8,Des. Waldir Leoncio C. Lopes Júnior). [...]"
GABARITO: D
10 AGENTES PÚBLICOS E LEI 8.112 DE 1990
QUESTÃO 42
FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019
Os analistas de infraestrutura de determinado Ministério, ocupantes de
cargo efetivo, pleiteiam há algum tempo uma completa reestruturação da
carreira, com o aumento de cargos e de remunerações. Recentemente, a
negociação com o Governo Federal esfriou dado o cenário de crise fiscal
severa. Para forçar a retomada das negociações, a categoria profissional
decidiu entrar em greve, mantendo em funcionamento apenas os serviços
essenciais. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa
correta.
A) Compete à Justiça Federal – e não à Justiça do Trabalho – julgar a
abusividade do direito de greve dos analistas de infraestrutura.
B) A Administração Pública não poderá, em nenhuma hipótese, fazer o
desconto dos dias não trabalhados em decorrência do exercício do direito
de greve pelos servidores públicos civis.
C) O direito de greve dos servidores públicos civis não está regulamentado
em lei, o que impede o exercício de tal direito.
D) O direito de greve é constitucionalmente assegurado a todas as
categorias profissionais, incluindo os militares das Forças Armadas, os
policiais militares e os bombeiros militares.
COMENTÁRIOS
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93 questões OAB (constitucional e administrativo) (1).pdf

  • 1. 1 Sumário DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................. 3 1 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO..................................................... 3 2 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................... 5 3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................... 12 4 ATOS ADMINISTRATIVOS....................................................................... 20 5 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.......................................................... 24 6 BENS PÚBLICOS ..................................................................................... 29 7 SERVIÇOS PÚBLICOS............................................................................. 31 8 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ................................. 37 9 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ............................................. 43 10 AGENTES PÚBLICOS E LEI 8.112 DE 1990 ......................................... 49 DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................... 63 1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO................................................................... 63 2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA .................................... 68 3 TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS............................................. 69 4 DIREITOS INDIVIDUAIS E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS.................. 70 5 DIREITOS DA NACIONALIDADE............................................................. 78 6 DIREITOS POLÍTICOS.............................................................................. 83 7 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO................ 86 8 PODER LEGISLATIVO ............................................................................. 91 9 PROCESSO LEGISLATIVO...................................................................... 95 10 PODER EXECUTIVO .............................................................................. 99 11 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.......................................... 101 12 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE......................................... 102 DIREITO PENAL............................................................................................ 107 1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS.................................................................... 107
  • 2. 2 QUERIDOS SEGUIDORES! Este e-book de questões é um presente a você que sempre me acompanhou aqui nas redes sociais. Você encontrará dezenas de questões da OAB comentadas sobre direito administrativo e direito constitucional, além de algumas questões de noções introdutórias de direito penal. Espero que ajude na sua preparação para concursos públicos e prova do Exame de Ordem. Novidade bacana para quem gosta/precisa de Direito Administrativo: @simplificandodireitoadm Conheça os e-books do Simplificando Direito Penal! → POLÍCIA NA VEIA: 235 questões comentadas de carreiras policiais. Contém questões CESPE das disciplinas de dir. penal, dir. proc. penal, dir. constitucional, dir. administrativo e legislação penal extravagante. Link de acesso: https://pay.hotmart.com/X15034019H?checkoutMode=10&bid=1566313160477 → SIMPLIFICANDO ÉTICA: 105 questões OAB voltadas para ética. Gabarito comentado em todas elas, divididas por assuntos: Link de acesso: https://go.hotmart.com/J16811769T?dp=1 BONS ESTUDOS!
  • 3. 3 DIREITO ADMINISTRATIVO 1 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO QUESTÃO 01 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017 João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para o cargo de analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, excelentes experiências na iniciativa privada. Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos determinados por agentes superiores na estrutura administrativa, porque ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, apesar de serem ordens legais. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos superiores, em decorrência do princípio da eficiência. B) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da legalidade, considerando que não existe escalonamento de competência no âmbito da Administração Pública. C) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. D) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os superiores hierárquicos. COMENTÁRIOS Agente público não possui total liberdade de atuação, pois ocupa cargos públicos e é considerado órgão da Administração Pública, de modo que deve observância ao princípio da legalidade (só pode atuar quando houver previsão legal permitindo a atuação). Vale ressaltar que há hierarquia dentro da Administração Pública (poder hierárquico), de modo que o agente público deve, sim, submeter-se a essa hierarquia, desde que os comandos sejam legais e respeite o escalonamento de competências.
  • 4. 4 Por fim, ressalta-se que a relação entre agentes públicos e órgãos é chamada subordinação (hierarquia), não havendo que se falar em controle finalístico (controle da administração direta para a indireta, a exemplo da União para uma autarquia federal). GABARITO: C QUESTÃO 02 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016 Determinada empresa apresenta impugnação ao edital de concessão do serviço público metroviário em determinado Estado, sob a alegação de que a estipulação do retorno ao poder concedente de todos os bens reversíveis já amortizados, quando do advento do termo final do contrato, ensejaria enriquecimento sem causa do Estado. Assinale a opção que indica o princípio que justifica tal previsão editalícia. A) Desconcentração. B) Imperatividade. C) Continuidade dos Serviços Públicos. D) Subsidiariedade. COMENTÁRIOS A reversão de bens públicos é quando a Administração Pública pega para si os bens da empresa concessionária para que a Administração Pública execute diretamente o serviço público até que nova licitação e outra empresa passe a exercer esses serviços. A razão da reversão de bens públicos é lógica, uma vez que o serviço público não pode parar (ficar estagnado), respeitando-se o princípio da continuidade dos serviços públicos. Lei 8.987/95, art. 36: A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. GABARITO: C
  • 5. 5 QUESTÃO 03 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015 O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da pontuação global. Nesse caso, A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na segunda fase. B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a prova de segunda fase. C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter cláusulas ambíguas. D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos mediante concurso público de provas e títulos. COMENTÁRIOS A partir do momento em que a Administração Pública toma ciência dos 100 candidatos aprovados, vincula-se a estes, razão pela qual não pode modificar certame aumentando para os 200 mais bem classificados após a divulgação dos resultados da primeira fase, por flagrante violação ao princípio da impessoalidade. Some-se a isso o fato de só se admitir alteração do certame quando ocorrer superveniência de lei modificadora na legislação que disciplina a respectiva carreira (MS 27.160/DF, rel. Ministro Joaquim Barbosa, 18.12.2008), entendimento elencado pelo STF. GABARITO: A 2 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
  • 6. 6 QUESTÃO 04 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018 No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei autorizativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos constitutivos no registro competente. Após a devida estruturação, tal entidade administrativa está em vias de iniciar suas atividades. Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa correta. A) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do capital social da entidade administrativa, é permitida, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União. B) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no registro competente, na medida em que a criação de tal entidade administrativa decorre diretamente da lei. C) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito público, que não poderá contar com privilégios fiscais e trabalhistas. D) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade administrativa, em regra, não precisam ser precedidos de licitação. COMENTÁRIOS A D está errada porque, via de regra, as empresas públicas submetem-se à licitação, nos termos do art. 37, XXI, CF/88 c/c art. 1º, pár. 1º, Lei 8.666/93, in verbis: "Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas,as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios." Nessa linha de raciocínio, ressalta-se que essas entidades administrativas possuem personalidade jurídica de direito privado e a lei é mera autorizadora de
  • 7. 7 sua criação, pressupondo de inscrição dos atos constitutivos no registro público competente. Com essas considerações, eliminamos as letras C e B. O item A está correto, confira: Lei 13.303/2016 "Art. 3o Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios." GABARITO: A QUESTÃO 05 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018 A organização religiosa Tenhafé, além dos fins exclusivamente religiosos, também se dedica a atividades de interesse público, notadamente à educação e à socialização de crianças em situação de risco. Ela não está qualificada como Organização Social (OS), nem como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), mas pretende obter verbas da União para a promoção de projetos incluídos no plano de Governo Federal, propostos pela própria Administração Pública. Sobre a pretensão da organização religiosa Tenhafé, assinale a afirmativa correta. A) Por ser uma organização religiosa, Tenhafé não poderá receber verbas da União. B) A transferência de verbas da União para a organização religiosa Tenhafé somente poderá ser formalizada por meio de contrato administrativo, mediante a realização de licitação na modalidade concorrência. C) Para receber verbas da União para a finalidade em apreço, a organização religiosa Tenhafé deverá qualificar-se como OS ou OSCIP. D) Uma vez selecionada por meio de chamamento público, a organização religiosa Tenhafé poderá obter a transferência de recursos da União por meio de termo de colaboração.
  • 8. 8 COMENTÁRIOS Lei nº 13.019/2014. Art. 2 XII - chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos; Uma vez selecionada mediante o citado processo poderá firmar termo de colaboração com o escopo de receber transferência de recursos da União. Art. 2 VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros; Resta claro, portanto, que a entidade TenhaFé pode receber recursos provenientes da União, através do termo de colaboração (item A incorreto). A forma de transferência de verba pública será feita por termo de colaboração, e não contrato administrativo (item B incorreto). É possível que a entidade seja uma Organização da Sociedade Civil, e não necessariamente OS ou OSCIP (item C incorreto). A letra D, por sua vez, nos termos do art. 2º da Le 13.019/14, está correta. GABARITO: D QUESTÃO 06 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXII – Primeira Fase – 2017 A Associação Delta se dedica à promoção do voluntariado e foi qualificada como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP, após o que formalizou termo de parceria com a União, por meio do qual recebeu recursos que aplicou integralmente na realização de suas atividades, inclusive na aquisição de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade. Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando que o seu objeto é a promoção do voluntariado. B) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, que poderia indeferi-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais.
  • 9. 9 C) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos financeiros por meio de termo de parceria, mas somente mediante contrato de gestão. D) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos públicos provenientes de termo de parceria. COMENTÁRIOS Lei nº 9.790/99: Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: VII - promoção do voluntariado; Por esta razão acima, a letra A está errada. Art. 1º, § 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. Por esta razão acima, a letra B também está errada. Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei. Por esta razão acima, a letra C também está errada, visto que as OSCIPs instituem termos de parcerias, e não contrato de gestão (típico das Organizações Sociais). Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP → termo de parceria; Organização social – OS → contrato de gestão A letra D está correta, conforme veremos abaixo: Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade. GABARITO: D
  • 10. 10 QUESTÃO 07 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXI – Primeira Fase – 2016 A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual destinada à prestação de serviços públicos de competência do respectivo ente federativo. Tal entidade administrativa foi condenada em vultosa quantia em dinheiro, por sentença transitada em julgado, em fase de cumprimento de sentença. Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da empresa pública são A) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o ordenamento jurídico pátrio. B) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora. C) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não podem ser penhorados. D) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao regime de precatórios. COMENTÁRIOS As empresas públicas e sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito privado integrantes da Administração Pública indireta. São bens públicos todos aqueles pertencentes à pessoa jurídica de direito público (União, Estados, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas). Pela redação do dispositivo legal, a princípio, os bens de empresas públicas seriam privados, mas a doutrina e jurisprudência seguem o entendimento de que caso aqueles bem privados estejam afetos (afetação) à serviços públicos, estes serão considerados bens públicos (impenhoráveis, imprescritíveis e não usucapidos). É por esta razão que a letra B está errada, pois não é “em qualquer caso”, mas somente nos casos de afetação do bem privado ao serviço público. GABARITO: C QUESTÃO 08 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016
  • 11. 11 O Estado X e os Municípios A, B e C subscreveram protocolo de intenções para a constituição de um consórcio com personalidade jurídica de direito privado para atuação na coleta, descarte e reciclagem de lixo produzido no limite territorial daqueles municípios. Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) Por se tratar de consórcio a ser constituído entre entes de hierarquias diversas, a saber, Estado e Municípios, é obrigatória a participação da União. B) O consórcio de direito privado a ser constituído pelo Estado e pelos Municípios não está alcançado pela exigência de prévia licitação para os contratos que vier a celebrar. C) O consórcio entre o Estado e os Municípios será constituído por contrato e adquirirá personalidade jurídica mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. D) Por se tratar de consórcio para atuação em área de relevante interesse coletivo, não se admite que seja constituído com personalidade de direito privado. COMENTÁRIOS L11107/2005: Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. § 2o A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. → Letra A, incorreta. Art. 6º, § 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. → Letra B, incorreta. Art. 3o O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções. Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
  • 12. 12 I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. → Letra C, correta. Art. 1º, § 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. → Letra D, incorreta. GABARITO: C 3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA QUESTÃO 09 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018 Maria solicitou ao Município Alfa licença de localização e funcionamento para exercer determinada atividade empresarial, apresentando todos os documentos necessários para tanto. Contudo, transcorrido mais de ano do mencionado pedido, não houve qualquer manifestação por parte da autoridade competente para sua apreciação. Diante dessa situação, na qualidade de advogado, assinale a afirmativa que indica o procedimento correto. A) Não se pode adotar qualquer medida contra a inércia da autoridade competente, considerando que o princípio da razoável duração do processo não se aplica à via administrativa. B) Deve-se ajuizar uma ação popular contra a omissão da autoridade competente, diante do preenchimento dos respectivos requisitos e da violação ao princípio da impessoalidade. C) Deve-se impetrar mandado de segurança, uma vez que a omissão da autoridade competente para a expedição do ato de licença constitui abuso de poder. D) Deve-se impetrar habeas data diante da inércia administrativa, considerando que a omissão da autoridade competente viola o direito à informação COMENTÁRIOS A letra A está errada, senão vejamos:
  • 13. 13 Art. 5º (...) “LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação." A letra B também está errada porque não se propõe combater ato lesivo ao patrimônio público por intermédio de ação popular (art. 1º da Lei 4.717/65), mas de omissão administrativa. A letra D também está falsa, pois não cabe o habeas data (art. 5º, LXXII, CF/88), remédio utilizado nos casos de negativa de acesso a informações constantes de banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público 9ou retificação desses dados). Por eliminação, a assertiva correta é a letra C, senão vejamos: "Art. 5º (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;" Portanto, é o MS o instrumento processual correto para corrigir omissão ilícita do Poder Público, visto que restou configurado ABUSO DE PODER. GABARITO: C QUESTÃO 10 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017 Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que um restaurante continua colocando, de forma irregular, mesas para os seus clientes na calçada. Depois de lavrar autos de infração com aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade empresária tenha interposto recurso administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita o estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma irregular, com base na lei que regula o exercício do poder de polícia correspondente. A partir da situação acima, assinale a afirmativa correta. A) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade empresária de continuar funcionando é emanação do direito de liberdade constitucional, que só pode ser contrastado a partir de um provimento jurisdicional. B) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não homenageou o princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir
  • 14. 14 à sociedade empresária, antes da apreensão, a possibilidade de produzir, em processo administrativo específico, fatos e provas em seu favor. C) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício da polícia administrativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, dentro dos limites da razoabilidade e da proporcionalidade, atuar de forma autoexecutória. D) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos autoexecutórios, como mencionado acima, exigem, necessariamente, autorização judicial prévia. COMENTÁRIOS → DE OLHO NO MNEMÔNICO: Atributos do poder de polícia: DACO Discricionário → o agente possui margem de liberdade de atuação; Autoexecutoriedade → o ato de poder de polícia dispensa confirmação do poder judiciário Coercibilidade → é a possibilidade de as medidas administrativas serem impostas de forma coativa aos administrativos, não se expedindo meras recomendações, mas ordens. → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/materiais-de- apoio/poderes-da-administracao-poder-de-policia-21 https://www.youtube.com/watch?v=PSKTV2CL7vQ GABARITO: C QUESTÃO 11 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015 Determinado município resolve aumentar a eficiência na aplicação das multas de trânsito. Após procedimento licitatório, contrata a sociedade empresária Cobra Tudo para instalar câmeras do tipo “radar que fotografam infrações de trânsito, bem como disponibilizar agentes de trânsito para orientar os cidadãos e aplicar multas. A mesma sociedade empresária ainda ficará encarregada de criar um Conselho de Apreciação das multas, com o objetivo de analisar todas as infrações e julgar os recursos administrativos.
  • 15. 15 Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) É possível a contratação de equipamentos eletrônicos de fiscalização, mas o poder decisório não pode ser transferido à empresa. B) Não é cabível a terceirização de qualquer dessas atividades, por se tratar de atividade, por se tratar de atividade-fim da Administração. C) A contratação é, a princípio, legal, mas somente permanecerá válida se o município comprovar que a terceirização aumentou a eficiência da atividade. D) Não é possível delegar a instalação e gestão de câmeras do tipo “radar” à empresa contratada, mas é possível delegar a criação e gestão do Conselho de Apreciação de multas. COMENTÁRIOS “Daí não se segue, entretanto, que certos atos materiais que precedem atos jurídicos de polícia não possam ser praticados por particulares, mediante delegação, propriamente dita, ou em decorrência de um simples contrato de prestação. (...) É o que sucede, por exemplo, na fiscalização do cumprimento de normas de trânsito, mediante equipamentos fotossensores, pertencentes e operados por empresas privadas contratadas pelo Poder Público, que acusam a velocidade do veículo ao ultrapassar determinado ponto e lhe captam eletronicamente a imagem, registrando dia e momento da ocorrência. Para execução desta atividade material, objetiva, precisa por excelência, e desde que retentora de dados para controle governamental e dos interessados, nada importa que os equipamentos pertençam ou sejam geridos pelo Poder Público ou que pertençam e sejam geridos por particulares, aos quais tenha sido delegada ou com os quais tenha sido meramente contratada. É que as constatações efetuadas por tal meio caracterizam-se pela impessoalidade (daí por que não interfere o tema do sujeito, da pessoa) e asseguram, além de exatidão, uma igualdade completa no tratamento dos administrados(...)" (Celso Antônio Bandeira de Mello.Curso de Direito Administrativo, 17ª edição, 2004, p. 735-736) Resta correto afirmar que os atos de fiscalização e consentimento são passíveis de delegação a pessoas jurídicas de direito privado. Nessa seara, colaciona-se o precedente do STJ: “ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. 1. omissis... 2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade
  • 16. 16 de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. 4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção). 5. Somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a arrecadação. 7. Recurso especial provido."(REsp. 817.537/MG, Segunda Turma, rel. Ministro Mauro Campbell, DJe de 10.12.2009) GABARITO: A QUESTÃO 12 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIV – Primeira Fase – 2014 A Secretaria de Defesa do Meio Ambiente do Estado X lavrou auto de infração, cominando multa no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à empresa Explora, em razão da instalação de uma saída de esgoto clandestina em uma lagoa naquele Estado. A empresa não impugnou o auto de infração lavrado e não pagou a multa aplicada. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta. A) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato. B) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato.
  • 17. 17 C) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida. D) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida. COMENTÁRIOS Não se trata de poder disciplinar pois este refere-se à imposição de sanções a servidores públicos como também a particulares que possuam vínculo jurídico específico com a Administração Pública, a exemplo de concessionários de serviços públicos e alunos de escola pública. Portanto, já podemos descartar as alternativas A e C. Trata-se verdadeiramente do poder de polícia (dirigido à coletividade geral, condicionando as pessoas ao cumprimento da lei), uma vez que houve a imposição de multa (sanção de polícia). No entanto, algumas considerações devem ser feitas. A multa não paga no dia de seu vencimento não legitima a Administração para, de maneira unilateral e autoexecutória, cobrar do patrimônio do particular. Deverá o poder público, então, esgotar as vias judiciais cabíveis ou inscrever o crédito em dívida ativa para posterior execução fiscal. GABARITO: D QUESTÃO 13 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIII – Primeira Fase – 2014 José da Silva é o chefe do Departamento de Pessoal de uma Secretaria de Estado. Recentemente, José da Silva avocou a análise de determinada matéria, constante de processo administrativo inicialmente distribuído a João de Souza, seu subordinado, ao perceber que a questão era por demais complexa e não vinha sendo tratada com prioridade por aquele servidor. Ao assim agir, José da Silva fez uso A) do poder hierárquico. B) do poder disciplinar. C) do poder discricionário. D) da teoria dos motivos determinantes. COMENTÁRIOS
  • 18. 18 "Diante de motivos relevantes devidamente justificados, o art. 15 da Lei 9.784/99 permite que a autoridade hierarquicamente superior chame para si a competência de um órgão ou agente subordinado." (MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014, p.313). Portanto, a avocação (conceituada acima pelo professor Mazza) é característica inerente ao exercício do poder hierárquico. Lei 9.784: "Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior." GABARITO: A QUESTÃO 14 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XI – Primeira Fase – 2013 Atendendo a uma série de denúncias feitas por particulares, a Delegacia de Defesa do Consumidor (DECON) deflagra uma operação, visando a apurar as condições dos alimentos fornecidos em restaurantes da região central da capital. Logo na primeira inspeção, os fiscais constataram que o estoque de um restaurante tinha produtos com a validade vencida. Na inspeção das instalações da cozinha, apuraram que o espaço não tinha condições sanitárias mínimas para o manejo de alimentos e o preparo de refeições. Os produtos vencidos foram apreendidos e o estabelecimento foi interditado, sem qualquer decisão prévia do Poder Judiciário. Assinale a alternativa que indica o atributo do poder de polícia que justifica as medidas tomadas pela DECON. A) Coercibilidade. B) Inexigibilidade. C) Autoexecutoriedade. D) Discricionariedade. COMENTÁRIOS Dentre os atributos do poder de polícia, temos que: → Discricionariedade: consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para exercer o poder de polícia.
  • 19. 19 → Autoexecutoriedade: possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. → Coercibilidade: é a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, admitindo-se até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do particular/administrado. Portanto, se as providências foram tomadas sem prévia anuência do Judiciário, a banca referia-se ao atributo da autoexecutoriedade. GABARITO: C QUESTÃO 15 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – X – Primeira Fase – 2013 Oscar é titular da propriedade de um terreno adjacente a uma creche particular. Aproveitando a expansão econômica da localidade, decidiu construir em seu terreno um grande galpão. Oscar iniciou as obras, sem solicitar à prefeitura do município “X” a necessária licença para construir, usando material de baixa qualidade. Ainda durante a construção, a diretora da creche notou que a estrutura não apresentava solidez e corria o risco de desabar sobre as crianças. Ao tomar conhecimento do fato, a prefeitura do município “X” inspecionou o imóvel e constatou a gravidade da situação. Após a devida notificação de Oscar, a estrutura foi demolida. Assinale a afirmativa que indica o instituto do direito administrativo que autoriza a atitude do município “X”. A) Tombamento. B) Poder de polícia. C) Ocupação temporária. D) Desapropriação. COMENTÁRIOS → Tombamento: é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social. → Ocupação temporária: tipo de intervenção do Estado na propriedade privada, consistindo na utilização, pela Administração Pública, de bens imóveis privados, para a realização de serviços públicos.
  • 20. 20 → Desapropriação: é um ato imperativo que tem por objetivo transferir a propriedade privada ao patrimônio público, visando atender o interesse público mediante prévia e justa indenização em dinheiro. → Poder de polícia (art. 78 do CTN): Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. GABARITO: B 4 ATOS ADMINISTRATIVOS QUESTÃO 16 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017 Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no exercício da autotutela, verificou a existência de um ato administrativo portador de vício insanável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudo beleza S/A, a qual estava de boa-fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em 17 de setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, após o exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de junho de 2017. Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5 (cinco) anos. B) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do poder de polícia por parte da Administração Pública federal. C) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando que a Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo. D) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a prática do ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos.
  • 21. 21 COMENTÁRIOS Lei nº 9.784/99, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida (inclusive instauração de processo administrativo) de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Portanto, não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que o processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5 anos (art. 54, Lei 9.784/99). Não pode ser a letra B porque NÃO consumou-se o prazo de 5 anos para o exercício do poder de polícia porque a Administração começou a tomar as medidas para a anulação desse ato ANTES do prazo de 5 anos. → É prazo DECADENCIAL, e não prescricional. → Em havendo MÁ-FÉ: não haverá prazo, a Administração Pública poderá anular o ato a qualquer tempo. GABARITO: A QUESTÃO 17 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016 A associação de moradores do Município F solicitou ao Poder Público municipal autorização para o fechamento da “rua de trás”, por uma noite, para a realização de uma festa junina aberta ao público. O Município, entretanto, negou o pedido, ao fundamento de que aquela rua seria utilizada para sediar o encontro anual dos produtores de abóbora, a ser realizado no mesmo dia. Considerando que tal fundamentação não está correta, pois, antes da negativa do pedido da associação de moradores, o encontro dos produtores de abóbora havia sido transferido para o mês seguinte, conforme publicado na imprensa oficial, assinale a afirmativa correta. A) Mesmo diante do erro na fundamentação, o ato é válido, pois a autorização pleiteada é ato discricionário da Administração.
  • 22. 22 B) Independentemente do erro na fundamentação, o ato é inválido, pois a autorização pleiteada é ato vinculado, não podendo a Administração indeferi-lo. C) Diante do erro na fundamentação, o ato é inválido, uma vez que, pela teoria dos motivos determinantes, a validade do ato está ligada aos motivos indicados como seu fundamento. D) A despeito do erro na fundamentação, o ato é válido, pois a autorização pleiteada é ato vinculado, não tendo a associação de moradores demonstrado o preenchimento dos requisitos. COMENTÁRIOS → Teoria dos motivos determinantes: quando a Administração Pública justifica seus próprios atos, deverá cumprir com a sua palavra. Ainda que ela não tenha obrigação de motivar, mas mesmo assim o faz, terá de cumprir com suas palavras, respeitando o motivo anteriormente proferido por ela. Quando a Administração Pública “descumpre” sua palavra, a consequência será a invalidade daquele ato administrativo. → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=TS9sSGLj78I GABARITO: C QUESTÃO 18 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015 Manoel da Silva é comerciante, proprietário de uma padaria e confeitaria de grande movimento na cidade ABCD. A fim de oferecer ao público um serviço diferenciado, Manoel formulou pedido administrativo de autorização de uso de bem público (calçada), para a colocação de mesas e cadeiras. Com a autorização concedida pelo Município, Manoel comprou mobiliário de alto padrão para colocá-lo na calçada, em frente ao seu estabelecimento. Uma semana depois, entretanto, a Prefeitura revogou a autorização, sem apresentar fundamentação. A respeito do ato da prefeitura, que revogou a autorização, assinale a afirmativa correta. A) Por se tratar de ato administrativo discricionário, a autorização e sua revogação não podem ser investigadas na via judicial. B) A despeito de se tratar de ato administrativo discricionário, é admissível o controle judicial do ato.
  • 23. 23 C) A autorização de uso de bem público é ato vinculado, de modo que, uma vez preenchidos os pressupostos, não poderia ser negado ao particular o direito ao seu uso, por meio da revogação do ato. D) A autorização de uso de bem público é ato discricionário, mas, uma vez deferido o uso ao particular, passa-se a estar diante de ato vinculado, que não admite revogação. COMENTÁRIOS Para responder essa questão, é necessário que saibamos que atos discricionários podem ser passíveis de controle jurisdicional, bastando que viole ou ameace direitos, em observância ao princípio do amplo acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF/88). Além disso, mister salientar que autorização de uso de bem público é ato discricionário (bem como unilateral e precário), e não vinculado. GABARITO: B QUESTÃO 19 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XII – Primeira Fase – 2013 O Estado X concedeu a Fulano autorização para a prática de determinada atividade. Posteriormente, é editada lei vedando a realização daquela atividade. Diante do exposto, e considerando as formas de extinção dos atos administrativos, assinale a afirmativa correta. A) Deve ser declarada a nulidade do ato em questão. B) Deve ser declarada a caducidade do ato em questão. C) O ato em questão deve ser cassado. D) O ato em questão deve ser revogado. COMENTÁRIOS → Caducidade: a caducidade é a retirada do ato administrativo em virtude de norma superveniente. → Cassação: é a retirada do ato administrativo em virtude do descumprimento, por parte do beneficiário do ato, de algum de seus requisitos previamente estabelecidos por lei. → Contraposição: ou “derrubada”, é a retirada do ato administrativo em virtude da edição de outro ato com efeitos contrapostos.
  • 24. 24 → Anulação: é a retirada do ato administrativo com base em critérios de legalidade. → Revogação: é a retirada do ato administrativo com base em critérios de oportunidade e conveniência. GABARITO: B 5 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS QUESTÃO 20 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018 Após a contratação, sob o regime de empreitada por preço unitário, da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. para a construção do novo edifício-sede de uma agência reguladora, a Administração verifica que os quantitativos constantes da planilha orçamentária da licitação – e replicados pela contratada – são insuficientes para executar o empreendimento tal como projetado. Por isso, será necessário aumentar as quantidades de alguns serviços. Em termos financeiros, o acréscimo será de 20% – que corresponde a R$ 2.000.000,00 – em relação ao valor inicial atualizado do contrato. Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) O acréscimo de serviços poderá ser combinado apenas verbalmente, não sendo necessária sua redução a termo. B) Por se tratar de cláusula exorbitante, mesmo que a sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. não concorde com o acréscimo, a alteração poderá ser determinada unilateralmente pela Administração. C) O contratado só está obrigado a aceitar os acréscimos de até 15% (quinze por cento) em relação ao valor inicial atualizado do contrato; superado esse limite, a alteração só pode ocorrer com o consentimento da sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. D) Diante da deficiência do projeto básico, a Administração deve obrigatoriamente anular o contrato após serem oportunizados o contraditório e a ampla defesa à sociedade empresária Faz de Tudo Ltda. COMENTÁRIOS
  • 25. 25 Para respondermos a essa questão, devemos ter em mente noções do art. 65 da Lei 8.666/93, que preconiza: "Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: (...) § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos." Diante do exposto acima, seria plenamente possível o acréscimo, pois encontra- se enquadrado nos limites estabelecidos pelo texto legal. Vamos analisar os erros das alternativas. → Letra “A”: não se admite trato verbal, nos termos do art. 60 da Lei 8.666/93: "Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem." → Letra “C”: o limite disposto em lei não é de 15%, mas de 25% do valor inicial do contrato, conforme dispositivo acima citado. → Letra “D”: o termo “obrigatoriamente” torna a assertiva errada, pois é possível reajustar eventuais deficiências diante da previsão legal do art. 57 da referida Lei: "Art. 57 (...) § 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;" GABARITO: B
  • 26. 26 QUESTÃO 20 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018 Uma sociedade empresária, contratada pelo Estado para a construção de um prédio público, atrasa a entrega de uma fase do projeto prevista no edital de licitação e no contrato. Apesar disso, tendo em vista a situação financeira precária da sociedade empresária, causada pelo aumento dos custos dos insumos da construção, consoante peticionado por ela à Administração, o gestor público competente promove o pagamento integral da parcela não adimplida à sociedade empresária. Tendo em vista a situação acima, assinale a afirmativa correta. A) O pagamento feito pelo gestor é plenamente justificável em face da incidência na hipótese da teoria da imprevisão, que impõe ao Estado o ônus de recompor o equilíbrio econômico financeiro do contrato diante de fatos imprevisíveis. B) O gestor deveria ter instaurado processo administrativo para analisar a possibilidade de aplicação de sanção por inadimplemento e também a alegação da sociedade empresária de rompimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, sendo vedado a ele determinar o pagamento da despesa sem a devida liquidação. C) O pagamento da parcela inadimplida seria justificável ainda que a sociedade empresária não comprovasse a imprevisibilidade do aumento de custos alegado, uma vez que o Estado assume o chamado risco ordinário derivado do aumento do custo dos insumos em decorrência das oscilações naturais do mercado. D) O pagamento incontinente da parcela inadimplida, tal como realizado pelo gestor, necessitaria ter sido feito com o abatimento da multa que deveria ter sido aplicada à sociedade empresária em razão do descumprimento contratual. COMENTÁRIOS Para respondermos a essa questão, temos que ter em mente o art. 65 da importantíssima Lei 8.666/93, in verbis: "Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: (...) II - por acordo das partes: (...) c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a
  • 27. 27 antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;" Ou seja, expressamente a lei veda a antecipação de pagamento realizada pelo gestor público, estando ela em desacordo com a previsão legal vigente. Na letra C, além de o pagamento antecipado ser proibido pela Lei 8.666/93, é o particular-contratado quem assume o risco ordinário, e não o Poder Público. Na letra D, segue-se o raciocínio de que o pagamento antecipado não era devido por expressa determinação legal. → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=QBZ60uGMNWs GABARITO: B QUESTÃO 21 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018 A União celebrou com a empresa Gama contrato de concessão de serviço público precedida de obra pública. O negócio jurídico tinha por objeto a exploração, incluindo a duplicação, de determinada rodovia federal. Algum tempo após o início do contrato, o poder concedente identificou a inexecução de diversas obrigações por parte da concessionária, o que motivou a notificação da contratada. Foi autuado processo administrativo, ao fim do qual o poder concedente concluiu estar prejudicada a prestação do serviço por culpa da contratada. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O contrato é nulo desde a origem, eis que a concessão de serviços públicos não pode ser precedida da execução de obras públicas. B) O poder concedente pode declarar a caducidade do contrato de concessão, tendo em vista a inexecução parcial do negócio jurídico por parte da concessionária. C) O poder concedente deve, necessariamente, aplicar todas as sanções contratuais antes de decidir pelo encerramento do contrato. D) O processo administrativo tem natureza de inquérito e visa coletar informações precisas dos fatos; por isso, não há necessidade de observar o contraditório e a ampla defesa da concessionária.
  • 28. 28 COMENTÁRIOS Vejamos o art. 38 da Lei 8.987/95: Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. → Caducidade: a culpa é da concessionária, motivada pela inexecução total ou parcial do contrato e, havendo indenização, será posterior. → Encampação: não há culpa da concessionária, existem razões de interesse público, exige-se lei autorizativa específica e a indenização é prévia. → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=0HboClnpfUQ GABARITO: B QUESTÃO 22 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVIII – Primeira Fase – 2015 O Município C está elaborando edital de licitação para a contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse contrato, assinale a afirmativa correta. A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito orçamentário, sem possibilidade de prorrogação. B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48 meses. C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente enquanto não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação. D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses. COMENTÁRIOS A questão requer do candidato conhecimentos acerca do art. 57 da Lei 8.666/93:
  • 29. 29 "Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: (...) II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; É fundamental que você saiba que é vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado, por expressa previsão do art. 57, §3º da Lei 8.666/93. GABARITO: D 6 BENS PÚBLICOS QUESTÃO 23 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV – Primeira Fase – 2017 Determinado município é proprietário de um extenso lote localizado em área urbana, mas que não vem sendo utilizado pela Administração há anos. Em consequência do abandono, o imóvel foi ocupado por uma família de desempregados, que deu à área uma função social. O poder público teve ciência do fato, mas, como se tratava do final da gestão do então prefeito, não tomou qualquer medida para que o bem fosse desocupado. A situação perdurou mais de trinta anos, até que o município ajuizou a reintegração de posse. Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O terreno não estava afetado a um fim público, razão pela qual pode ser adquirido por usucapião. B) O terreno é insuscetível de aquisição por meio de usucapião, mesmo sendo um bem dominical. C) O poder público municipal não poderá alienar a área em questão, dado que todos os bens públicos são inalienáveis. D) O bem será classificado como de uso especial, caso haja a reintegração de posse e o município decida construir uma grande praça no local anteriormente ocupado pela família.
  • 30. 30 COMENTÁRIOS O instituto da usucapião não se aplica aos bens públicos (sejam eles comuns, especiais ou dominicais). Ainda que se trate de terreno abandonado, não se pode usucapir terrenos de bens públicos. → Regra geral: os bens públicos não podem ser alienados. Porém, se forem desafetados (retirar a função pública do bem) poderão ser alienados, seguindo os trâmites legais para tanto. → Grande praça, como diz a letra D, não seria bem de uso especial (a exemplo de repartições públicas), mas sim de uso comum, pois qualquer um poderia usufrui-la. Súmula 340 do STF: "Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião." Art. 102, do CC. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.trilhante.com.br/curso/revisao-de-direito-administrativo-para- oab/aula/bens-publicos GABARITO: B QUESTÃO 24 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015 O prédio que abrigava a Biblioteca Pública do Município de Molhadinho foi parcialmente destruído em um incêndio, que arruinou quase metade do acervo e prejudicou gravemente a estrutura do prédio. Os livros restantes já foram transferidos para uma nova sede. O Prefeito de Molhadinho pretende alienar o prédio antigo, ainda cheio de entulho e escombros. Sobre o caso descrito, assinale a afirmativa correta. A) Não é possível, no ordenamento jurídico atual, a alienação de bens públicos. B) O antigo prédio da biblioteca, bem público de uso especial, somente pode ser alienado após ato formal de desafetação. C) É possível a alienação do antigo prédio da biblioteca, por se tratar de bem público dominical. D) Por se tratar de um prédio com livre acesso do público em geral, trata- se de bem público de uso comum, insuscetível de alienação.
  • 31. 31 COMENTÁRIOS A Biblioteca Pública de Molhadinho era considerada bem público de uso especial, pois era afetado a um dado serviço público lato senso (art. 99 do CC/02). Porém, com o advento do incêndio que destruiu parte de seu acervo, bem como havendo a retirada de livros para outro local, operou-se a DESAFETAÇÃO TÁCITA do bem público, isto porque ele deixou de ter qualquer destinação pública, tornando-o, portanto, suscetível de alienação. “Não há uniformidade de pensamento entre os doutrinadores a respeito da possibilidade de a desafetação decorrer de um fato (desafetação tácita) e não de uma manifestação de vontade (desafetação expressa); por exemplo, um rio que seca ou tem seu curso alterado; um incêndio que provoca a destruição dos livros de uma biblioteca ou das obras de um museu. Alguns acham que mesmo nesses casos seria necessário um ato de desafetação. Isto, no entanto, constitui excesso de formalismo se se levar em consideração o fato que o bem se tornou materialmente inaproveitável para o fim ao qual estava afetado." (PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, 20ª edição, 2007, p. 619) GABARITO: C 7 SERVIÇOS PÚBLICOS QUESTÃO 25 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019 O Governo do Estado Alfa, para impulsionar o potencial turístico de uma região cercada de belíssimas cachoeiras, pretende asfaltar uma pequena estrada que liga a cidade mais próxima ao local turístico. Com vistas à melhoria do serviço público e sem dinheiro em caixa para arcar com as despesas, o Estado decide publicar edital para a concessão da estrada, com fundamento na Lei nº 8.987/95, cabendo ao futuro concessionário a execução das obras. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O edital poderá prever, em favor da concessionária, outras fontes de receita além daquela oriunda do pedágio; a renda adicional deve favorecer a modicidade tarifária, reduzindo a tarifa paga pelos usuários. B) Um grande investidor (pessoa física) pode ser contratado pelo poder concedente, caso demonstre capacidade de realização das obras.
  • 32. 32 C) A concessão pode ser feita mediante licitação na modalidade tomada de preços, caso as obras necessárias estejam orçadas em até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). D) O poder concedente não poderá exigir no edital garantias do concessionário de que realizará as obras a contento, dado que a essência do contrato de concessão é a delegação de serviço público. COMENTÁRIOS O art. 2º, III, da Lei 8.987/95 esclarece que a execução de obra pública não pode ser delegada a pessoa física, mas sim a pessoa jurídica ou consórcio de empresa: "Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: (...) III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;" Ressalta-se que a tomada de preços não é viável para a concessão de serviço público precedida de obra pública (como sugere a alternativa C), de modo que a mais viável seja a concorrência, como visto no dispositivo acima. Sobre a letra D, confira a violação ao art. 23 da mesma lei: "Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: (...) Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente: (...) II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão." Letra A, portanto, está correta, nos termos do art. 11 da Lei 8.987/95: "Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei." GABARITO: A
  • 33. 33 QUESTÃO 26 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII – Primeira Fase – 2018 A sociedade empresária Beta assinou, na década de 1990, contrato de concessão de serviço de transporte público. Desde então, vem utilizando os mesmos ônibus no transporte de passageiros, não se preocupando com a renovação da frota, tampouco com o conforto dos usuários ou com o nível de emissão de poluentes. Em paralelo, com a natural evolução tecnológica, sabe-se que os veículos atualmente estão mais bem equipados, são mais seguros e, naturalmente, emitem menos poluentes. Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) A renovação da frota visa a atender ao princípio da atualidade, que exige das concessionárias o emprego de equipamentos modernos. B) Constitui interesse público a utilização de ônibus novos, mais econômicos, eficientes e confortáveis; por isso, independentemente de lei autorizativa, pode o poder concedente encampar o contrato de concessão, retomando o serviço público. C) Se a concessionária desrespeitar os parâmetros de qualidade do serviço estabelecidos no contrato, a concessão poderá ser extinta unilateralmente pelo poder concedente, aplicando-se o instituto da rescisão. D) Ao fim da concessão, os veículos utilizados retornam ao poder concedente, independentemente de expressa previsão no edital e no contrato. COMENTÁRIOS "Art. 6º, Lei 8.987/95 Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. (...) § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço."
  • 34. 34 "O princípio da mutabilidade ou atualidade leva em consideração o fato de que os serviços públicos devem se adaptar à evolução social e tecnológica. As necessidades da população variam no tempo e as tecnologias evoluem rapidamente, havendo a necessidade constante de adaptação das atividades administrativas." OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed. São Paulo: Método, 2017. GABARITO: A QUESTÃO 27 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017 O Estado Alfa, com o objetivo de articular a prestação dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes, instituiu uma região metropolitana, de modo a promover a organização, o planejamento e a execução de tais atividades de interesse comum. Acerca da criação de regiões metropolitanas para a realização de serviços públicos, assinale a afirmativa correta. A) A instituição de região metropolitana para a organização, o planejamento e a execução dos serviços públicos são de competência do Estado Alfa, por meio de lei complementar. B) A organização, o planejamento e a execução dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes deveriam, necessariamente, ser promovida por meio de consórcio público. C) A competência para a criação de regiões metropolitanas é exclusiva da União, sob pena de violar a autonomia dos municípios que seriam por elas alcançados. D) A criação da região metropolitana pretendida pelo Estado Alfa não é possível, diante da ausência de previsão para tanto no nosso ordenamento jurídico. COMENTÁRIOS Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (...) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
  • 35. 35 agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. GABARITO: A QUESTÃO 28 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVIII – Primeira Fase – 2015 Após dezenas de reclamações dos usuários do serviço de transporte metroviário, o Estado Y determinou a abertura de processo administrativo para verificar a prestação inadequada e ineficiente do serviço por parte da empresa concessionária. Caso se demonstre a inadimplência, como deverá proceder o poder público concedente? A) Declarar, por decreto, a caducidade da concessão. B) Declarar, por decreto, a encampação do serviço. C) Declarar, por decreto, após lei autorizativa, a revogação da concessão. D) Declarar, por lei, a anulação do contrato de concessão. COMENTÁRIOS LEI Nº 8987/95. Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. § 1 A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando: I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço; Trata-se, portanto, da caducidade, que se difere da encampação, nos termos do art. 37, senão vejamos: Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. GABARITO: A
  • 36. 36 QUESTÃO 29 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVI – Primeira Fase – 2015 Após fortes chuvas, devido ao enorme volume de água, parte de uma rodovia federal sofreu rachaduras e cedeu, tornando necessária a interdição da pista e o desvio do fluxo de tráfego até a conclusão das obras de reparo. A exploração da rodovia havia sido concedida, mediante licitação, à sociedade empresária “Traffega", e esta não foi capaz de lidar com a situação, razão pela qual foi decretada a intervenção na concessão. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A intervenção somente pode ser decretada após a conclusão de processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa. B) A administração do serviço será devolvida à concessionária, cessada a intervenção, se não for extinta a concessão. C) A intervenção decorre da supremacia do interesse público sobre o privado e dispensa a instauração de processo administrativo. D) A intervenção é causa obrigatória de extinção da concessão e assunção do serviço pelo poder concedente. COMENTÁRIOS LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Art. 34, Lei 8987/1995 - Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. É importante ressaltar que → A instauração de procedimento administrativo, com exercício da ampla defesa, é requisito legal para haver a intervenção. GABARITO: B QUESTÃO 30
  • 37. 37 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – VI – Primeira Fase – 2012 São princípios próprios ou específicos dos serviços públicos, previstos na Lei 8.987/95, A) moralidade, publicidade e legalidade. B) especificidade, publicidade e moralidade. C) continuidade, atualidade e cortesia. D) atratividade, mutualismo e comutatividade. COMENTÁRIOS " Lei 8.987/95, Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas." GABARITO: C 8 INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE QUESTÃO 31 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019 Determinado Município fez publicar decreto de desapropriação por utilidade pública de determinada área, com o objetivo de construir um hospital, o que incluiu o imóvel de Ana. A proprietária aceitou o valor oferecido pelo ente federativo, de modo que a desapropriação se consumou na via administrativa. Após o início das obras, foi constatada a necessidade, de maior urgência, da instalação de uma creche na mesma localidade, de modo que o Município alterou a destinação a ser conferida à edificação que estava sendo erigida. Ana se arrependeu do acordo firmado com o poder público. Diante dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) de Ana, assinale a afirmativa correta. A) Ana deverá ajuizar ação de retrocessão do imóvel, considerando que o Município não possui competência para atuar na educação infantil, de
  • 38. 38 modo que não poderia alterar a destinação do bem expropriado para esta finalidade. B) Cabe a Ana buscar a anulação do acordo firmado com o Município, que deveria ter ajuizado a indispensável ação de desapropriação para consumar tal modalidade de intervenção do estado na propriedade. C) O ordenamento jurídico não autoriza que Ana impugne a desapropriação amigável acordada com o Município, porque a nova destinação conferida ao imóvel atende ao interesse público, a caracterizar a chamada tredestinação lícita. D) Ana deverá ajuizar ação indenizatória em face do ente federativo, com base na desapropriação indireta, considerando que o Município não pode conferir finalidade diversa da constante no decreto expropriatório. COMENTÁRIOS Trata-se de verdadeira hipótese de tredestinação lícita, ocorrendo quando o poder público realiza destinação diferente ao bem que anteriormente estava previsto, mantendo a sua finalidade pública. Em outras palavras, é dar ao bem expropriado uma destinação diferente da prevista no ato expropriatório. Nesse sentido, tem o seguinte precedente do STJ: "PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. AÇÃO DE RETROCESSÃO. DESTINAÇÃO DIVERSA DO IMÓVEL. PRESERVAÇÃO DA FINALIDADE PÚBLICA. TREDESTINAÇÃO LÍCITA. 1. Não há falar em retrocessão se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. 2. A Primeira Turma desta Corte, no julgamento do REsp 710.065/SP (Rel. Min. José Delgado, DJ de 6.6.2005), firmou a orientação de que a afetação da área poligonal da extinta "Vila Parisi" e áreas contíguas (localizadas no Município de Cubatão/SP) - cuja destinação inicial era a implantação de um parque ecológico -, para a instalação de um pólo industrial metal-mecânico, um terminal intermodal de cargas rodoviário, um centro de pesquisas ambientais, um posto de abastecimento de combustíveis, um centro comercial com 32 módulos de 32 metros cada, um estacionamento, e um restaurante/lanchonete, atingiu, de qualquer modo, a finalidade pública inerente às desapropriações. 3. Recurso especial desprovido." (RESP - RECURSO ESPECIAL - 847092 2006.01.24261-5, rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJ DATA:18/09/2006) → DE OLHO NO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=H8kcolsY83k
  • 39. 39 GABARITO: C QUESTÃO 32 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV – Primeira Fase – 2018 Em novembro de 2014, Josué decidiu gozar um período sabático e passou, a partir de então, quatro anos viajando pelo mundo. Ao retornar ao Brasil, foi surpreendido pelo fato de que um terreno de sua propriedade havia sido invadido, em setembro de 2015, pelo Município Beta, que nele construiu uma estação de tratamento de água e esgoto. Em razão disso, Josué procurou você para, na qualidade de advogado(a), traçar a orientação jurídica adequada, em consonância com o ordenamento vigente. A) Deve ser ajuizada uma ação possessória, diante do esbulho cometido pelo Poder Público municipal. B) Não cabe qualquer providência em Juízo, considerando que a pretensão de Josué está prescrita. C) Impõe-se que Josué aguarde que o bem venha a ser destinado pelo Município a uma finalidade alheia ao interesse público, para que, somente então, possa pleitear uma indenização em Juízo. D) É pertinente o ajuizamento de uma ação indenizatória, com base na desapropriação indireta, diante da incorporação do bem ao patrimônio público pela afetação. COMENTÁRIOS No caso em comento, deu-se a desapropriação indireta, que consiste no apossamento de bem de particular pelo poder público sem a correta observância dos requisitos da declaração e indenização prévia. Sobre a letra B, não há que se falar em prescrição, posto que a pretensão de Josué só prescreve após 5 anos. Nesses casos, não poderá o particular ajuizar ação possessória em virtude da supremacia do interesse público sobre o interesse particular, porém, poderá pleitear indenização pela perda de sua propriedade. Art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41: “Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.”
  • 40. 40 GABARITO: D QUESTÃO 33 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII – Primeira Fase – 2017 O Estado “X” pretende fazer uma reforma administrativa para cortar gastos. Com esse intuito, espera concentrar diversas secretarias estaduais em um mesmo prédio, mas não dispõe de um imóvel com a área necessária. Após várias reuniões com a equipe de governo, o governador decidiu desapropriar, por utilidade pública, um enorme terreno de propriedade da União para construir o edifício desejado. Sobre a questão apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A União pode desapropriar imóveis dos Estados, atendidos os requisitos previstos em lei, mas os Estados não podem desapropriar imóveis da União. B) Para que haja a desapropriação pelo Estado “X”, é imprescindível que este ente federado demonstre, em ação judicial, estar presente o interesse público. C) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pela Assembleia Legislativa. D) A desapropriação é possível, mas deve ser precedida de autorização legislativa dada pelo Congresso Nacional. COMENTÁRIOS Há uma hierarquia de escalonamentos que deve ser respeitada em relação às desapropriações territoriais. Isto quer dizer que a União pode desapropriar imóveis dos Estados e estes podem desapropriar imóveis dos Municípios, mas o inverso não é verdade, ou seja, um Município não pode desapropriar imóveis do Estado. Decreto-lei nº 3.365/41: dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. § 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
  • 41. 41 GABARITO: A QUESTÃO 34 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXII – Primeira Fase – 2017 O Município Beta foi assolado por chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de diversos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos terrenos comprometidos. Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve, prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas de contenção pertinentes. Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada para a utilização do maquinário necessário. A) Requisição administrativa. B) Tombamento. C) Desapropriação. D) Servidão administrativa. COMENTÁRIOS REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA → Utilização transitória, onerosa, compulsória, pessoal (não real), discricionária e autoexecutável de um bem privado pelo Estado em situações de iminente perigo público. → Indenização ulterior, se houver dano. Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; TOMBAMENTO → Instrumento específico de intervenção na propriedade instituído com a finalidade de preservação histórica, cultural, arqueológica, artística, turística ou paisagística do próprio bem tombado. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA → Direito real público que autoriza o Poder Público a usar da propriedade IMÓVEL para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. GABARITO: A
  • 42. 42 QUESTÃO 35 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016 (Reaplicação Salvador/BA) O Estado Beta pretende estabelecer ligação viária entre dois municípios contíguos em seu território. Para tanto, mostra-se necessária a desapropriação, por utilidade pública, de bem de propriedade de um dos municípios beneficiários da obra. Quanto à competência do Estado Beta para desapropriar bem público, assinale a afirmativa correta. A) O Estado Beta não tem competência para desapropriar, por utilidade pública, bem municipal. B) O Estado Beta não tem competência para desapropriar bens públicos. C) O Estado Beta poderá desapropriar sem qualquer providência preliminar. D) O Estado Beta poderá desapropriar mediante a respectiva autorização legislativa. COMENTÁRIOS Art. 2º [...]. Decreto-lei 3365/1941 § 2º. Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. → UNIÃO: pode desapropriar imóveis de Estados, DF e Municípios → ESTADOS: pode desapropriar imóveis dos Municípios OBS: o inverso não é possível. “Peixe pequeno” não pode comer “peixe grande”. GABARITO: D QUESTÃO 36 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XVII – Primeira Fase – 2015 O Município W, durante a construção de avenida importante, ligando a região residencial ao centro comercial da cidade, verifica a necessidade de ampliação da área a ser construída, mediante a incorporação de terrenos contíguos à área já desapropriada, a fim de permitir o prosseguimento das
  • 43. 43 obras. Assim, expede novo decreto de desapropriação, declarando a utilidade pública dos imóveis indicados, adjacentes ao plano da pista. Diante deste caso, assinale a opção correta. A) É válida a desapropriação, pelo Município W, de imóveis a serem demolidos para a construção da obra pública, mas não a dos terrenos contíguos à obra. B) Não é válida a desapropriação, durante a realização da obra, pelo Município W, de novos imóveis, qualquer que seja a finalidade. C) É válida, no curso da obra, a desapropriação, pelo Município W, de novos imóveis em área contígua necessária ao desenvolvimento da obra. D) Em relação às áreas contíguas à obra, a única forma de intervenção estatal da qual pode se valer o Município W é a ocupação temporária. COMENTÁRIOS Art. 4º, caput, do Decreto-lei 3.365/41, in verbis: "Art. 4º A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda." GABARITO: C 9 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO QUESTÃO 37 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI – Primeira Fase – 2018 Em uma movimentada rodovia concedida pela União a uma empresa privada, um veículo particular colidiu com outro, deixando diversos destroços espalhados pela faixa de rolamento. Um dos objetos deixados sobre a pista cortou o pneu de um terceiro automóvel, causando a colisão deste em uma mureta de proteção. Com base no fragmento acima, assinale a afirmativa correta. A) A concessionária deve responder objetivamente pelos danos causados, com fundamento na teoria do risco administrativo.
  • 44. 44 B) Em nenhuma hipótese a concessionária poderá ser responsabilizada pelo evento danoso. C) A concessionária responde pelos danos materiais causados ao terceiro veículo, com fundamento na teoria do risco integral, isto é, ficou comprovado que o dano foi causado por culpa exclusiva de terceiro ou por força maior. D) O proprietário do terceiro automóvel só será reparado pelos danos materiais caso demonstre a culpa da concessionária, caracterizada, por exemplo, pela demora excessiva em promover a limpeza da rodovia. COMENTÁRIOS Às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como o são as concessionárias que administram rodovias, são aplicadas a elas o art. 37, §6º da Constituição Federal, determinando a responsabilidade OBJETIVA (independe de comprovação de dolo ou culpa), nos termos da teoria do risco administrativo. Vejamos a previsão legal: "Art. 37 (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa." Ressalta-se o posicionamento do Supremo acerca do tema: "Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Acidente de trânsito. Rodovia pedagiada. Concessionária de serviço público. Responsabilidade objetiva. Possibilidade. Elementos da responsabilidade civil demonstrados na origem. Dever de indenizar. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com fundamento no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto por atos comissivos quanto por atos omissivos, em situações como a ora em exame, desde que demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise de legislação infraconstitucional e o reexame do conjunto fático-probatório da causa. Incidência das Súmulas nºs 636 e 279/STF. 3. Agravo regimental não provido. 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, tendo em vista que, na origem, os honorários advocatícios já foram fixados no limite máximo previsto no § 2º do mesmo artigo." (ARE-AgR 951552, 2ª Turma, rel. Ministro Dias toffoli, em 2.8.2016)
  • 45. 45 GABARITO: A QUESTÃO 38 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXI – Primeira Fase – 2016 José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um colega de cela. Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta. A) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o dano. B) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal. C) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco integral. D) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos. COMENTÁRIOS Em recente julgado do STF com repercussão geral, entendeu-se que quando a omissão estatal envolver relação de custódia (situações em que o Estado é garantidor, velando pela vida de administrados), embora seja caso de omissão, a responsabilidade do Estado será objetiva, a exemplo de presos custodiados, internados em hospitais públicos, escolas públicas. Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).
  • 46. 46 GABARITO: D QUESTÃO 39 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016 (Reaplicação Salvador/BA) Caio, policial militar do Estado X, abalroou, com sua viatura, um veículo particular estacionado em local permitido, durante uma perseguição. Júlio, proprietário do veículo atingido, ingressou com demanda indenizatória em face do Estado. A sentença de procedência reconheceu a responsabilidade civil objetiva do Estado, independentemente de se perquirir a culpa do agente. Nesse caso, A) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, eis que atuava, no momento do acidente, na condição de agente público. B) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de dolo do agente. C) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de culpa ou dolo do agente. D) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do agente público, uma vez que o Estado não foi condenado com base na culpa ou dolo do agente. COMENTÁRIOS Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. GABARITO: C QUESTÃO 40 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX – Primeira Fase – 2016 A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, Maria atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada pelo Município para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um
  • 47. 47 dos funcionários que trabalhava no local naquele momento, um bloco de concreto se desprendeu da estrutura principal e atingiu o pé de Maria. Nesse caso, A) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com base na teoria do risco integral. B) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de causalidade entre a obra e o dano, afastando a responsabilidade da empresa e do Município. C) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada pelos danos causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima. D) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a responsabilidade do Município demanda comprovação de culpa na ausência de fiscalização da obra. COMENTÁRIOS Depreende-se da questão que a culpa foi parcialmente de cada um. Da leitura do item A, concluímos pelo seu erro tendo em vista que a regra é a adoção da teoria do risco administrativo, e não do risco integral, que é aquela em que o Estado sempre é responsabilizado, ainda que em culpa exclusiva da vítima e caso fortuito ou força maior, sendo utilizada em casos extremamente pontuais (atentados terroristas em aeronaves, danos nucleares e danos ambientais). Ocorreu, na verdade, culpa recíproca, que ocorre quando há culpa concomitante tanto do Poder Público quanto do particular, que foi exatamente o caso da questão. Nesse caso, a responsabilidade é compartilhada, de modo que o Estado e município serão responsabilizados atenuadamente, pois Maria também teve parcela de culpa no acidente. GABARITO: C QUESTÃO 41 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX – Primeira Fase – 2016 Um paciente de um hospital psiquiátrico estadual conseguiu fugir da instituição em que estava internado, ao aproveitar um momento em que os servidores de plantão largaram seus postos para acompanhar um jogo de futebol na televisão. Na fuga, ao pular de um viaduto próximo ao hospital, sofreu uma queda e, em razão dos ferimentos, veio a falecer. Nesse caso,
  • 48. 48 A) o Estado não responde pela morte do paciente, uma vez que não configurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano. B) o Estado responde de forma subjetiva, uma vez que não configurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano. C) o Estado não responde pela morte do paciente, mas, caso comprovada a negligência dos servidores, estes respondem de forma subjetiva. D) o Estado responde pela morte do paciente, garantido o direito de regresso contra os servidores no caso de dolo ou culpa. COMENTÁRIOS Estamos diante de mais um caso de custódia do Estado em relação aos seus administrados. Nesses casos, o Estado responde pela morte do paciente, mas nada impede direito de regresso contra os servidores se evidenciado dolo ou culpa. A título de ilustre doutrina, temos que: “Nessas vinculações diferenciadas, a responsabilidade do Estado é mais acentuada do que nas relações de sujeição geral, à medida que o ente público tem o dever de garantir a integridade das pessoas e bens custodiados. Por isso, a responsabilidade estatal é objetiva inclusive quanto a atos de terceiros. Os exemplos mais comuns são: o preso morto na cadeia por outro detento; a criança vítima de briga dentro de escola pública; bens privados danificados em galpão da Receita Federal. Cabe, porém, advertir que a responsabilidade estatal é objetiva na modalidade do risco administrativo, razão pela qual a culpa exclusiva da vítima e a força maior excluem o dever de indenizar. A ação regressiva é proposta pelo Estado contra o agente público causador do dano, nos casos de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF). Sua finalidade é a apuração da responsabilidade pessoal do agente público. Tem como pressuposto já ter sido o Estado condenado na ação indenizatória proposta pela vítima. Como a Constituição Federal determina que a ação regressiva é cabível nos casos de culpa ou dolo, impõe-se a conclusão de que a ação regressiva é baseada na teoria subjetiva.” (Alexandre Mazza, Manual de Direito Administrativo, 8ª edição, Saraiva Jur). Confira um julgado para reforçar o que fora dito acima: "RESPONSABILIDADE CIVIL. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO (ESTADO DE SANTA CATARINA). FUGA E MORTE, POR AFOGAMENTO, DE PESSOA QUE FORA INTERNADA EM HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO. DEVER DE COMPENSAR O DANO MORAL SUPORTADO POR SEUS FAMILIARES. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 01.A "responsabilidade objetiva prevista no art. 37, § 6o, da Constituição Federal abrange também os atos omissivos do Poder Público" (AgRgAI n. 766.051, Min. Gilmar
  • 49. 49 Mendes; AgRgRE n. 607.771, Min. Eros Grau; AgRgRE n. 697.396, Min. Dias Toffoli; AgRgRE n. 594.902, Min. Cármen Lúcia). 02.Cumpre ao Estado assegurar "aos presos o respeito à integridade física e morai" (CR, art. 5o, XLIX). Essa obrigação se estende às pessoas internadas em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Se em razão da falta de vigilância o interno se evadiu e veio a ser encontrado morto, asfixiado por afogamento, em riacho existente nas proximidades do instituto psiquiátrico, responde o Estado pela reparação do dano moral suportado pelos familiares da vitima (TJSC, AC n. 2006.009090-4, Des. Ricardo Roesler; AC n. 2012.012798-7, Des. Júlio César Knoll; TJDF, AC n. 2007.011028788- 8,Des. Waldir Leoncio C. Lopes Júnior). [...]" GABARITO: D 10 AGENTES PÚBLICOS E LEI 8.112 DE 1990 QUESTÃO 42 FGV – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVIII – Primeira Fase – 2019 Os analistas de infraestrutura de determinado Ministério, ocupantes de cargo efetivo, pleiteiam há algum tempo uma completa reestruturação da carreira, com o aumento de cargos e de remunerações. Recentemente, a negociação com o Governo Federal esfriou dado o cenário de crise fiscal severa. Para forçar a retomada das negociações, a categoria profissional decidiu entrar em greve, mantendo em funcionamento apenas os serviços essenciais. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Compete à Justiça Federal – e não à Justiça do Trabalho – julgar a abusividade do direito de greve dos analistas de infraestrutura. B) A Administração Pública não poderá, em nenhuma hipótese, fazer o desconto dos dias não trabalhados em decorrência do exercício do direito de greve pelos servidores públicos civis. C) O direito de greve dos servidores públicos civis não está regulamentado em lei, o que impede o exercício de tal direito. D) O direito de greve é constitucionalmente assegurado a todas as categorias profissionais, incluindo os militares das Forças Armadas, os policiais militares e os bombeiros militares. COMENTÁRIOS