Climate reality Mudanças Globais e Crise da Água e do Clima
1. MUDANÇAS GLOBAIS
A CRISE DA ÁGUA E DO CLIMA NO BRASIL
Dr. Carlos Germano F. Costa
Doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente – Especialista em Gestão de Riscos de Desastres
The Inter-American Institute for Cooperation on Agriculture (IICA) – Brazil
Universidade Federal do Ceará/Estácio
Fortaleza, CE, Brasil
4. http://climaterealityproject.org/
UNFCCC
Created
Kyoto Protocol
adopted;
Annex I vs.
Non-Annex I
put into
practice
Copenhagen
fails to
replace Kyoto
Protocol
New mandate
to write
agreement by
2015 for 2020
(ADP)
Parties decide
to submit
their own
contributions
during 2015
(INDCs)
Rio 1992 COP3 1997 COP15 2009
HOW WE GOT HERE
COP17 2011 COP19 2013
WHERE WE’RE GOING IN 2015
Climate
Reality
Leadership
Corps training
in India
Live Earth:
Road to
Paris
concerts
Climate
Reality
Leadership
Corps training
in Canada
Climate
Reality
Leadership
Corps training
in Miami
24 Hours
of Reality
February June September DecemberJuly
5. Objetivos de aprendizagem: Ao final deste
módulo, você terá:
Informações sobre a relação do Brasil e temas
globais:
Conscientização sobre os riscos de desastres
naturais ampliados em uma situação de crise
climática e seus impactos sobre as perspectivas
de desenvolvimento.
Compreensão dos conceitos básicos em temas
como água, energia, segurança alimentar,
crescimento populacional, amazônia e mudança
do clima com bases nos prognósticos do IPCC.
Compreensão da importância da formulação e
implementação de estratégias de mitigação
global.
Roteiro da apresentação
6. Temos como objetivo
debater e refletir sobre os
desafios e oportunidades
que se colocam para o Brasil
frente às questões de
manejo d'água, segurança
energética, segurança
alimentar e mudança do
clima.
Durante a discussão, os
participantes analisarão a
correlação entre os quatro
temas propostos, de modo
a contribuir para
aprofundamento sobre a
temática abordada, futuro
tratamento e
encaminhamento dessas
questões.
Introdução
7. A presente apresentação constitui uma
revisão do estado da arte do
conhecimento sobre mudanças de
clima e água com foco no Brasil e na
América do Sul.
Discutem-se alguns dos resultados dos
estudos do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC) e do
Relatório de Clima do INPE em relação
a estudos observacionais de
variabilidade de clima e projeções de
clima e das componentes do ciclo
hidrológico até finais do século XXI,
para as principais bacias hidrográficas
no continente.
Um dos aspectos importantes
discutidos refere-se aos aspectos
econômico e gerencial do recurso água
nas diferentes regiões do Brasil, e
como isso pode mudar num cenário de
mudanças de clima.
9. O Brasil tem posição privilegiada no
mundo, em relação à disponibilidade
de recursos hídricos.
A vazão média anual dos rios em
território brasileiro é de cerca de 180
mil m3/s. Esse valor corresponde a
aproximadamente 12% da
disponibilidade mundial de recursos
hídricos, que é de 1,5 milhão de m3/s
(Shiklomanov et al., 2000).
Se forem levadas em conta as vazões
oriundas em território estrangeiro e
que ingressam no país (Amazônica:
86.321 mil m3/s; Uruguai: 878 m3/s e
Paraguai: 595 m3/s), a vazão média
total atinge valores da ordem de 267
mil m3/s (18% da disponibilidade
mundial).
14. A Amazônia detém 74% dos
recursos hídricos superficiais e é
habitada por menos de 5% da
população brasileira.
Adicionalmente, os riscos derivados
das mudanças climáticas, sejam
naturais sejam de origem
antropogênica, têm levantado
grande preocupação entre os
círculos científicos, políticos, na
mídia e também na população em
geral.
15. A disponibilidade de água no Brasil
depende em grande parte do clima. O
ciclo anual das chuvas e de vazões no
país varia entre bacias, e de fato a
variabilidade interanual do clima,
associada aos fenômenos de El Niño,
La Niña, ou à variabilidade na
temperatura da superfície do mar do
Atlântico Tropical e Sul podem gerar
anomalias climáticas, que produzem
grandes secas, como em 1877, 1915,
1983 e 1998 no Nordeste, 2004-2006
no Sul do Brasil, 2001 no Centro-Oeste
e Sudeste, e em 1926, 1983, 1998 e
2005 na Amazônia (Marengo & Silva
Dias, 2006; Marengo, 2007; Marengo
et al., 2008 a, b).
16. Desde a década de 1980, evidências científicas
sobre a possibilidade de mudança do clima em
nível mundial vêm despertando interesses
crescentes no público e na comunidade
científica em geral. Em 1988, a Organização
Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma) estabeleceram o Intergovernamental
Panel on Climate Change [Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas]
(IPCC).
O processo utilizado para produzir essas avaliações
é criado para assegurar alta credibilidade tanto na
comunidade científica como na política. Avaliações
prévias foram publicadas em 1990, 1996, 2001,
2007 e 2013. Existem três "grupos de trabalho": O
Grupo 1 avalia os aspectos científicos do sistema
climático e de mudança do clima; o Grupo 2 avalia
os efeitos das mudanças climáticas sobre a
natureza e a sociedade; e o Grupo 3 discute os
métodos de adaptação e mitigação das mudanças
climáticas.
Os últimos Relatórios Científico do IPCC
AR4/AR5 apresentam evidências de mudanças
de clima que podem afetar significativamente o
planeta, especialmente nos extremos
climáticos, com maior rigor nos países menos
desenvolvidos na região tropical. As principais
conclusões desse relatório sugerem, com
confiança acima de 95%, que o aquecimento
global dos últimos cinqüenta anos é causado
pelas atividades humanas.
19. Projeções
Com ação rápida, as mudanças climáticas podem ser mantidas sob
controle com custos gerenciáveis - meta da ONU é de limitar o aumento
da temperatura média em 2 graus Celsius (3,6 graus Fahrenheit) acima
tempos pré- industriais.
A temperatura média já subiu 0,85°C (1.4f). Para ter uma boa chance de
ficar abaixo de 2°C, os cenários do relatório mostram que as emissões
mundiais teriam de cair entre 40 e 70% até 2050 em relação aos níveis
atuais e para " perto de zero ou abaixo em 2100 “.
Abaixo de zero significaria extrair dióxido de carbono da atmosfera - por
exemplo, com o plantio de florestas que absorvem carbono enquanto
crescem ou por enterrar as emissões das usinas de energia que queimam
madeira ou outra biomassa.
RISCO - Profundos cortes nas emissões reduziriam o crescimento mundial
do consumo de bens e serviços.
20. Cenários utilizados pelo IPCC.
A radiação solar fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5 x 1018 kWh de
energia - A densidade média do fluxo energético proveniente da radiação solar é de
1395 W/m2
Cada projeção foi nomeada de acordo com a quantidade de força radioativa entre os
anos de 1750 e 2100. Cada cor representa diferentes aumentos nas concentrações
de GEE (efeito de aquecimento ) e estimativas de aerosol (efeito de resfriamento).
(Ex.: RCP8.5 está associado a um aumento de +8,5 Watts/m2 desde 1750 e assim por
diante.
Com um aumento aproximado de
2,3 Watts/m2, a projeção RCP2.6
(otimistamente) assume um
controle precoce e um consistente
decréscimo das emissões.
RCP4.5 representa o cenário da
estabilização, que assume um
aumento gradual nas emissões até
a metade do século, seguido de
um decréscimo que se acentua.
RCP6.0 assume um maior
aumento gradual nas emissões
seguido de um decréscimo no
último quarto do século XXI.
RCP8.5 é o cenário conhecido
como “busines-as-usual”, ou seja,
nada muda. Há um aumento
contínuo nas emissões
acompanhado de uma aumento
na população global.
22. Emissões antrópicas de GEE precisam cair para zero até 2100 e serem estabilizadas no máximo em 550
ppm até 2030 para evitar que a temperatura média global crescente dos níveis atuais para mais de 3°C
até o final deste século.
Isso vai exigir ação colaborativa entre economias desenvolvidas, em desenvolvimento e mercados
emergentes para reduzir as emissões globais anuais a partir de 60 GtCO2e para menos de 30 GtCO2e nas
próximas décadas. À luz destes acontecimentos, a solução mais aceita para lidar com a ameaça da
mudança climática, representada pelo aumento de CO2 e outros gases de efeito estufa na atmosfera , é
mover-se ao longo do tempo para uma economia de baixo carbono.
23. A quantidade de aquecimento do mundo irá experimentar está relacionada com a proporção de
gases de efeito estufa na atmosfera, conhecida como a concentração das emissões.
Há uma chance de 66% de manter o aquecimento a 2 °C, se a concentração das emissões ficar
entre 430 e 480 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono equivalente em 2100, conforme as
estimativas do IPCC - a faixa de luz azul no gráfico acima.
Se a concentração de emissões subir para mais de 580 ppm em 2100, torna-se " pouco provável "
para o mundo manter a meta de 2°C, conforme sugere o IPCC – faixas laranja, roxo, cinza no gráfico
acima.
24. O relatório do IPCC sugere que, se as emissões dos países continuarem a
aumentar, maiores cortes no meio do século serão necessários para
manter a promessa de dois graus, como este gráfico mostra. Para evitar o
aquecimento de mais de 2°C, o IPCC calcula que o mundo precisa limitar
as emissões de gases em no máximo 50 gigatoneladas até 2030. Isso
significa manter as emissões do mundo dentro da faixa azul na figura. O
problema é que as promessas de redução de emissões atuais dos países
estão mais propensas a estar em algum lugar nas faixas mais elevadas.
25. A quantidade de aquecimento do mundo irá experimentar está relacionada com a
proporção de gases de efeito estufa na atmosfera, conhecida como a concentração das
emissões. Há uma chance de 66% de manter o aquecimento a 2°C, se a concentração das
emissões ficar entre 430 e 480 partes por milhão (ppm) de dióxido de carbono
equivalente em 2100 , segundo as estimativas do IPCC.
26. Analistas estimam que as economias globais precisam reduzir suas emissões de carbono relacionadas com
emissão de GEE para cada US$ do PIB em 6,2% a cada ano a partir de agora até 2100.
As emissões relacionadas com a energia anuais totais atuais são pouco mais de 30Gt de CO2 e tem aumentado em
3,1% para cada US$ do PIB. No mesmo período, a intensidade de carbono foi reduzida em apenas 1,2%, uma
fração do que era necessário.
No Brasil, quase um terço da energia do país vem da energia hidrelétrica, mas a seca trouxe desafios maiores.
Cinco países aumentaram a sua intensidade de carbono ao longo de 2013: França, EUA ,Índia, Alemanha e Brasil.
Os fatores que contribuem incluíram aumento do consumo de carvão para atender às demandas de energia; um
ritmo mais lento de mudança para energias renováveis em comparação com outras nações ; e os desafios de curto
prazo na produção de energia .
Fonte: The PwC Low Carbon Economy Index 2014 on www.pwc.lu