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Workshop de Capacitação dos Dirigentes e Técnicos Municipais em:
Integração da Redução do Risco de Desastres ao Desenvolvimento em Cabo
Verde: Preparação para a Recuperação Resiliente
LIÇÕES APRENDIDAS DOS PROCESSOS
DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE EM CABO VERDE
Project: Preparedness for Resilient Recovery
Dr. Carlos G.F. Costa
Post-Doctor, PhD, MSc
Environment and Disaster Risk Reduction Management
Project: Preparedness for Resilient Recovery
 O estudo de lições aprendidas
 Contexto: o desastre e seus
efeitos
 Leis e políticas para a
recuperação
 Conclusões e recomendações
 Objetivo
 Contexto/ Enquadramento
 Preparação para a Recuperação
em Cabo Verde
 Relevância da Preparação pós-
desastres em CV
 Recuperação pós-desastre e
redução de riscos em CV
Conteúdos
Project: Preparedness for Resilient Recovery
 O objetivo ultimo deste workshop é compartilhar
conhecimentos sobre a preparação para a recuperação, de
forma a facilitar uma tomada de decisão responsável e
possibilitar uma ação rápida.
 No entanto informada! No difícil contexto do pós-desastre, e
por tanto assegurar que os processos de recuperação sejam
mais eficientes e efetivos e contribuam a redução de riscos e
vulnerabilidades necessários para criar uma sociedade mais
resiliente em Cabo Verde.
Objetivo
 Neste sentido, esta ação busca informar o desenvolvimento
participativo de um quadro (pré-evento) de recuperação pós-desastre
que desenvolve a visão e os objetivos partilhados para uma
recuperação sustentável e identifica a título indicativo e adaptável em
função da natureza e dimensão dos eventos, os arranjos e os
mecanismos chave para sua gestão.
 O quadro de recuperação também orienta, com propostas detalhadas
de ações setoriais por marco temporal, as abordagens e sistemas para
um planeamento e gestão eficiente e eficaz dos processos de
recuperação futuros.
 E na ausência de avaliações de processo e de impacto
sistemáticas dos processos e programas de recuperação, se
propõe uma revisão de um estudo de caso que permita
identificar algumas lições aprendidas e destilar recomendações
para o quadro de recuperação pós-desastre, cujo objetivo
último é orientar ao governo na sua tarefa de organizar de
forma sistemática o processo de recuperação com base em um
enfoque de redução de riscos de desastres e de acordo aos
danos, perdas e necessidades de recuperação após um evento
de desastre.
 Para além de informar o quadro de recuperação, se espera que
as recomendações de este estudo inspirem a prática da
recuperação presente e futura nos seus estágios de planificação,
implementação e avaliação dos programas, cujo desenho e
operacionalização o referido quadro de recuperação pretende
orientar.
 A implementação de todo processo de recuperação pós-desastre
exige um trabalho de base que requer um mínimo de tempo de
preparação durante o qual os progressos são invisíveis para o público.
 Estas duas exigências por vezes contraditórias:
 de um lado a necessidade de um trabalho preparativo para sentar
bases sustentáveis nas quais assentar os sucessos do futuro;
 e de um outro lado, a urgência em atender as necessidades e gerir as
expectativas, revelam a importância e o valor das abordagens de
preparação para a recuperação.
Contexto/ Enquadramento
 O Quadro de Ação de Sendai (SFA ou
QAS) representa o quadro de
concertação e cooperação global para a
Redução de Riscos de Desastres.
Aprovado em 2015, este Quadro
reconhece na prioridade de ação 5 o
reforço da Preparação para a resposta e
para uma recuperação, reabilitação e
reconstrução que integrem o princípio de
reconstruir melhor “ build-back-better”),
como uma linha estratégica de ação,
fundamental para criar comunidades e
nações mais resilientes e diminuir os
efeitos dos desastres na sociedade.
Novo Paradigma
 Tradicionalmente, o foco dos
esforços de preparação tem-se
concentrado na fase de resposta ou
na gestão do desastre durante a fase
de emergência ou fase humanitária.
Só nas últimas décadas e a partir das
experiências de vários países na
gestão de processos de recuperação
após grandes desastres, começa-se a
dar mais atenção e dedicar mais
esforços na análise dos desafios e
necessidades para a gestão do pós-
desastre.
Desafios da fase de
recuperação pós-desastre
Projeto Preparação para a Recuperação resiliente
 o enfoque de preparação para a
recuperação visa melhorar os
resultados da recuperação através da
identificação e desenvolvimento, antes
da ocorrência de qualquer evento, dos
arranjos institucionais, do quadro de
política e dos mecanismos financeiros
necessários para a gestão desta fase.
Preparação para a Recuperação: que
vantagens?
Fonte: EM-DAT
 Conforme a este enfoque
estar preparados para a
recuperação pós-desastres
implica também trabalhar ex-
ante no desenvolvimento das
capacidades técnicas e
funcionais, das instituições e
dos indivíduos, necessárias
para planear e gerir a
recuperação
Preparação para a Recuperação: que
vantagens?
 Este processo e abordagem de
preparação pretende identificar com
antecedência a qualquer desastre as
lacunas e necessidades para uma
implementação efetiva e eficiente da
recuperação assim como apontar as
medidas para reforçar as capacidades
de implementação aos níveis nacional
e local.
Preparação para a Recuperação: que vantagens?
Fonte: Proteção Civil, 2014.
Cada desastre aporta subsídios para melhorar o nível de preparação e
prontidão para a recuperação: o que funcionou bem e quais os fatores
do sucesso, quais foram as lacunas e constrangimentos e o que pode-se
aprender do processo.
Fonte: Marcellino, 2008.
Preparação para a Recuperação em Cabo Verde
Fonte: Ministério da Saúde do Brasil.
Fases da Gestão de Risco de Desastres. Fonte: Freitas e Rocha, 2014.
 A recuperação pós-desastre constitui
em Cabo Verde como no mundo, uma
fase essencial do ciclo de gestão dos
riscos de desastres. Os desafios e
necessidades para uma gestão
eficiente e sustentável da fase pós-
desastre só têm recebido atenção nas
últimas décadas.
 Independentemente da escala dos
desastres, a complexidade mas
também as oportunidades desta fase
para avançar nos objetivos de redução
de riscos não devem ser
menosprezadas.
Relevância da Preparação pós-desastres em Cabo
Verde
Fonte: Freitas e Rocha, 2014.
Características principais:
 A preparação para a uma recuperação resiliente está a ser
abordada em Cabo Verde em paralelo como o processo de
reforço do sistema de governação dos riscos de desastres;
 A Resolução do Conselho de Ministros nº 4 de 2017, de 27 de
Janeiro de 2017, cria o grupo de trabalho para a elaboração da
Estratégia Nacional de Redução de Riscos de Desastres;
Recuperação pós-desastre e redução de riscos
em Cabo Verde
 No quadro da Estratégia Nacional de Redução de Riscos de
desastres (ENRRD) se prevê como linha de ação prioritária o
reforço das capacidades das instituições nacionais para o
planeamento e a gestão dos processos de recuperação pós-
desastre. A preparação para a recuperação, constitui por tanto
uma área de intervenção prioritária no quadro do plano de ação
previsto para 2017-2021;
 Tem o objetivo de responder as necessidades urgente, e precisa
ser conciliado com as exigências de equidade, justiça social,
eficiência, celeridade e qualidade;
Quadro de recuperação pós-desastre
 Conforme a metodologia proposta pelo escritório regional do PNUD, no quadro do
projeto Japão/Luxemburgo de “Preparação para uma recuperação resiliente”, o processo
de estudo seguiu as seguintes fases:
 Identificação dos desastres em foco e discussão geral da relevância dessa seleção;
 Revisão de documentação existente;
 Entrevistas semiestruturadas em profundidade com atores chave;
 Visita de terreno, confirmação das informações em falta e os resultados preliminares;
 Revisão dos resultados preliminares;
 Apresentação, recolha de subsídios e validação final dos resultados do estudo;
 Edição e publicação dos resultados do estúdio e resumo e tradução para uma publicação
regional;
O estudo de lições aprendidas
Questões-chave:
 Os arranjos institucionais;
 As leis e políticas para a recuperação;
 A avaliação das necessidades pós-desastre;
 Os mecanismos financeiros para a recuperação;
 O Seguimento e avaliação dos processos de recuperação;
 Os sistemas de informação e comunicação;
O estudo de lições aprendidas
 O que foi constatado?
 A falta de coordenação e duplicação de esforços abundaram
gestão dos processos de recuperação;
 A falta de decisão ou a tomada de decisões pouco informadas
conduzida sob condições de stresse não garantiu resultados
eficientes, sustentáveis e equitativos da recuperação;
 Medidas de recuperação decididas sob pressão não
contribuíram para diminuir o risco pré-existente e podem
mesmo conduzir a uma replicação ou aumento do risco;
Lições aprendidas: apresentação geral
Preparação para uma recuperação resiliente: Garantir que a recuperação pós-desastre contribui para reforçar a
resiliência requer uma abordagem de preparação para esta fase
 O que foi a prendido?
 Independente da escala dos desastres…
 …A imagem da preparação necessária para dar resposta e
a emergência, a fase pós-desastre na qual se gere a
reconstrução, reabilitação e recuperação é complexa…
 …E requer uma coordenação interinstitucional a muitos níveis
exigindo uma preparação prévia que facilite sua
e permita otimizar seus resultados;
Lições aprendidas: apresentação geral
 Em que tudo isso implica?
 Necessitamos desenvolver políticas sobre a recuperação
(definindo papeis e responsabilidades por setor e ator);
 Pré-identificar critérios e procedimentos;
 Estabelecer mecanismos de coordenação e gestão da
recuperação;
 Reforçar as capacidades a todos os níveis para operacionalizar
todos os mecanismos e medidas previstas nas políticas e nos
planos.
Lições aprendidas: apresentação geral
 O que foi constatado?
 A mudança de paradigma da gestão dos desastres para a gestão dos riscos
de desastres ainda não está consolidada em Cabo Verde.
 Os riscos de desastres não têm sido até agora abordados como um
problema de desenvolvimento, como consequência os setores não
a análise de riscos no seu diagnóstico estratégico nem refletem de forma
sistemática e organizada sobre como suas políticas e ações contribuem ou
não para a redução de riscos.
 O foco, em especial ao nível local continua na gestão do desastre
(preparação para a resposta, resposta humanitária) e pelo tanto se
ainda que os riscos de desastres são uma fatalidade da natureza e um
problema dos serviços de proteção civil cuja solução praticamente se
a preparação de planos de emergência, sensibilização das comunidades e a
dotação de meios físicos e capacidades técnicas para a resposta.
Lições aprendidas: apresentação geral
A transição de um paradigma de gestão de desastres para uma abordagem de redução de riscos de
desastres ainda precisa ser consolidada em Cabo Verde
 O que foi a prendido?
 A questão da preparação para a da recuperação quanto à
abordagem de redução de riscos não está ainda consolidada
país e integrada de forma transversal no planeamento e
do desenvolvimento sustentável;
 Não obstante, para aproveitar das oportunidades da fase de
recuperação para “ reconstruir-melhor” devemos continuar a
consolidar a abordagem de redução de riscos e desenhar um
verdadeiro sistema integrado de gestão de riscos.
Lições aprendidas: apresentação geral
 Em que tudo isso implica?
 Em continuar a insistir na sensibilização e reforço de capacidades.
 A sensibilização será muito mais efetiva quando utiliza exemplos
concretos e se baseia em evidências, por isso a avaliação e análise
riscos de desastres continua a ser chave neste processo.
 A quantificação do risco, entendido como perdas potenciais poderá
conseguir um alto impacto na sensibilização dos decisores: visualizar
o risco em termos de Escudos que potencialmente serão perdidos
apela a linguagem comum dos decisores: custo, orçamentos e
alocação de recursos.
Lições aprendidas: apresentação geral
Contexto: o desastre e seus efeitos em Cabo
Verde – A erupção da Ilha de Fogo em 2014
Contexto: o desastre e seus efeitos – Erupção na
Ilha do Fogo (2014)
Fonte: PDNA.
Valores em ECV.
Discriminação por setor dos danos e das perdas de
produção causados pela erupção
Fonte: PDNA Fogo
Atualmente, Cabo Verde dispõe de um sistema nacional de proteção
civil cujas estruturas e responsabilidades estão reguladas conforme a Lei
de Bases Proteção Civil nº 12 /VIII de 07 de Março 2012;
Conforme o quadro institucional vigente, este sistema conta com dois
órgãos fundamentais:
 O Conselho Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (CNPCB),
responsável pela aprovação da política de proteção civil, assim como
dos instrumentos de planeamento, especialmente os planos de
contingência;
 O Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, entidade
especializada que presta assistência técnica e coordenação
operacional das ações de proteção civil ao nível nacional.
Leis e Políticas para a Recuperação em Cabo
Verde
 Lei de Bases da Proteção Civil (Lei n. 12/VIII/2012)
 Na lei que regula os princípios e mecanismos básicos do Sistema de
Proteção Civil de Cabo Verde se refere que o apoio na reposição da
normalidade de vida das pessoas nas áreas afetadas por acidente grave ou
catástrofe constitui um dos objetivos da Proteção Civil.
 O Ministro da Administração interna no exercício de funções de
nacional da política de proteção civil, tem atribuído por lei a
responsabilidade de desencadear as ações de proteção civil, prevenção,
socorro, assistência e reabilitação.
 Esta mesma responsabilidade recai no âmbito local sob o presidente da
Câmara como o responsável municipal pela política de proteção civil.
Quadro 1: A recuperação na legislação nacional
sobre Gestão de desastres
 No plano Nacional de Contingência (aprovado por Resolução
do Conselho de Ministros nº11/2010 B.O do 15 Março 2010) as
referências ao processo de recuperação pós-desastre se limitam
a uma indicação de que na fase “ apos emergência”
corresponde ao Primeiro-Ministro, no âmbito da Coordenação e
Direção das ações de Proteção civil, “promover medidas
adequadas ao desenvolvimento de planos gerais de reabilitação
estrutural e infraestrutural, nas áreas humana, social, económica,
de serviços e outras, de modo a reestabelecer as condições de
vida normal das populações afetadas”.
Quadro 2: A recuperação nos instrumentos de planeamento
para a gestão de riscos de desastres
As Leis e Políticas para a recuperação apresentam:
 Limitadas referencias diretas a recuperação na legislação e nas políticas
estratégicas e setoriais;
 Ausência de critérios pré-definidos para a gestão da fase de recuperação;
 Limitadas orientações em relação a recuperação dos meios de vida e
emprego;
 Escassas orientações para determinar a responsabilidade do Estado e guiar
os esquemas de compensação e assistência;
 Falta de definição de mecanismos de apresentação de queixas e reparação
extrajudiciais;
….Entretanto!
 Politização do processo de recuperação;
 Difícil transição da fase de assistência humanitária a recuperação;
 Fraca Coordenação interinstitucional;
 Fraca valorização experiência e mecanismos de engajamento público pré-desastre no
planeamento e gestão da recuperação;
 Falta de clarificação sobre os papéis, responsabilidades e expectativas sobre os
diferentes atores engajados na recuperação;
 Excessiva centralização na planificação e gestão da recuperação;
 Falta de liderança e empoderamento tardio e parcial do poder local para liderar a
recuperação;
 Participação comunitária limitada;
Conclusões
 Desenvolver e aprovar um quadro de recuperação, como guião chave para
orientar a planificação e implementação de estratégias de recuperação a ser
formuladas no momento necessário;
 Reforçar as capacidades para a gestão da recuperação com base nas
avaliações de capacidades e nas avaliações das necessidades pós-desastre;
 Assegurar a existência e funcionamento de mecanismos de coordenação
(pré-identificados conforme as orientações do quadro de recuperação e com
seus elementos integrantes devidamente organizados, informados e
capacitados) e de participação pública funcionais durante todas as fases do
processo. Neste sentido, se recomenda o reforço das capacidades do grupo
temático sobre a recuperação pós-desastre no seio da Plataforma Nacional
de Redução de Riscos de Desastres;
Recomendações
 Desenvolver as capacidades para a preparação e gestão da recuperação em
paralelo com as capacidades para a gestão dos riscos de desastres;
 Aprofundar o conhecimento dos riscos e utilizar as avaliações de riscos e
informações sobre desastres para a identificação de cenários plausíveis de
desastres que informem a preparação tanto para o planeamento de contingência
como para a preparação para a recuperação;
 Reforçar as capacidades para a avaliação das necessidades pós-desastre,
adaptando as metodologias de PDNA as especificidades do perfil de desastres e
contexto nacional e assegurar que as avaliações pós-desastre aprofundam na
análise dos fatores causantes do desastre e pelo tanto contribuem a identificar
curvas de vulnerabilidade uteis para futuras avaliações de risco. Em concreto a
analise das causas dos danos e perdas observadas deverão informar a
compreensão de que fatores de vulnerabilidade e exposição determinam que
efeitos nas estruturas ou sistemas em questão
Recomendações
 Deveríamos estabelecer Sistemas de Gestão de reclamações e
Sugestões para melhorar a transparência, satisfação da
população e reforçar a participação comunitária;
 A responsabilidade de cada ente do Estado e seus limites
precisam ser detalhados nas políticas e legislação concernentes
a recuperação pós-desastre, também em Nível Municipal;
O que é possível fazer em Nível Municipal?
Quadro de referência: tipos de participação
comunitária
Níveis de participação pública e seu impacto na
recuperação
Impacto na Recuperação
Rapidez
Acelera o processo de tomada de decisão e
permite um caminho acelerado para todas
as ações partes interessadas
Deliberação
Requer tempo compreender e empoderar a todas as
partes para particpar
Fonte: APA Recovery Guidelines
 WORKSHOP DE CAPACITAÇÃO: LIÇÕES APRENDIDAS DOS PROCESSOS
DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE EM CABO VERDE
Obrigado
Dr. Carlos G.F. Costa
Post-Doctor, PhD, MSc
Environment and Disaster Risk Reduction Management
Specialist
E-mail: carlos.costa@cv.jo.un.org
E-mail: carloscostainspira@gmail.com
Telefone: +238.5225.042
Project: Preparedness for Resilient Recovery

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LIÇÕES APRENDIDAS DOS PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE EM CABO VERDE

  • 1. Workshop de Capacitação dos Dirigentes e Técnicos Municipais em: Integração da Redução do Risco de Desastres ao Desenvolvimento em Cabo Verde: Preparação para a Recuperação Resiliente LIÇÕES APRENDIDAS DOS PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE EM CABO VERDE Project: Preparedness for Resilient Recovery
  • 2. Dr. Carlos G.F. Costa Post-Doctor, PhD, MSc Environment and Disaster Risk Reduction Management Project: Preparedness for Resilient Recovery
  • 3.  O estudo de lições aprendidas  Contexto: o desastre e seus efeitos  Leis e políticas para a recuperação  Conclusões e recomendações  Objetivo  Contexto/ Enquadramento  Preparação para a Recuperação em Cabo Verde  Relevância da Preparação pós- desastres em CV  Recuperação pós-desastre e redução de riscos em CV Conteúdos Project: Preparedness for Resilient Recovery
  • 4.  O objetivo ultimo deste workshop é compartilhar conhecimentos sobre a preparação para a recuperação, de forma a facilitar uma tomada de decisão responsável e possibilitar uma ação rápida.  No entanto informada! No difícil contexto do pós-desastre, e por tanto assegurar que os processos de recuperação sejam mais eficientes e efetivos e contribuam a redução de riscos e vulnerabilidades necessários para criar uma sociedade mais resiliente em Cabo Verde. Objetivo
  • 5.  Neste sentido, esta ação busca informar o desenvolvimento participativo de um quadro (pré-evento) de recuperação pós-desastre que desenvolve a visão e os objetivos partilhados para uma recuperação sustentável e identifica a título indicativo e adaptável em função da natureza e dimensão dos eventos, os arranjos e os mecanismos chave para sua gestão.  O quadro de recuperação também orienta, com propostas detalhadas de ações setoriais por marco temporal, as abordagens e sistemas para um planeamento e gestão eficiente e eficaz dos processos de recuperação futuros.
  • 6.  E na ausência de avaliações de processo e de impacto sistemáticas dos processos e programas de recuperação, se propõe uma revisão de um estudo de caso que permita identificar algumas lições aprendidas e destilar recomendações para o quadro de recuperação pós-desastre, cujo objetivo último é orientar ao governo na sua tarefa de organizar de forma sistemática o processo de recuperação com base em um enfoque de redução de riscos de desastres e de acordo aos danos, perdas e necessidades de recuperação após um evento de desastre.
  • 7.  Para além de informar o quadro de recuperação, se espera que as recomendações de este estudo inspirem a prática da recuperação presente e futura nos seus estágios de planificação, implementação e avaliação dos programas, cujo desenho e operacionalização o referido quadro de recuperação pretende orientar.
  • 8.  A implementação de todo processo de recuperação pós-desastre exige um trabalho de base que requer um mínimo de tempo de preparação durante o qual os progressos são invisíveis para o público.  Estas duas exigências por vezes contraditórias:  de um lado a necessidade de um trabalho preparativo para sentar bases sustentáveis nas quais assentar os sucessos do futuro;  e de um outro lado, a urgência em atender as necessidades e gerir as expectativas, revelam a importância e o valor das abordagens de preparação para a recuperação. Contexto/ Enquadramento
  • 9.  O Quadro de Ação de Sendai (SFA ou QAS) representa o quadro de concertação e cooperação global para a Redução de Riscos de Desastres. Aprovado em 2015, este Quadro reconhece na prioridade de ação 5 o reforço da Preparação para a resposta e para uma recuperação, reabilitação e reconstrução que integrem o princípio de reconstruir melhor “ build-back-better”), como uma linha estratégica de ação, fundamental para criar comunidades e nações mais resilientes e diminuir os efeitos dos desastres na sociedade. Novo Paradigma  Tradicionalmente, o foco dos esforços de preparação tem-se concentrado na fase de resposta ou na gestão do desastre durante a fase de emergência ou fase humanitária. Só nas últimas décadas e a partir das experiências de vários países na gestão de processos de recuperação após grandes desastres, começa-se a dar mais atenção e dedicar mais esforços na análise dos desafios e necessidades para a gestão do pós- desastre. Desafios da fase de recuperação pós-desastre Projeto Preparação para a Recuperação resiliente
  • 10.  o enfoque de preparação para a recuperação visa melhorar os resultados da recuperação através da identificação e desenvolvimento, antes da ocorrência de qualquer evento, dos arranjos institucionais, do quadro de política e dos mecanismos financeiros necessários para a gestão desta fase. Preparação para a Recuperação: que vantagens? Fonte: EM-DAT
  • 11.  Conforme a este enfoque estar preparados para a recuperação pós-desastres implica também trabalhar ex- ante no desenvolvimento das capacidades técnicas e funcionais, das instituições e dos indivíduos, necessárias para planear e gerir a recuperação Preparação para a Recuperação: que vantagens?
  • 12.  Este processo e abordagem de preparação pretende identificar com antecedência a qualquer desastre as lacunas e necessidades para uma implementação efetiva e eficiente da recuperação assim como apontar as medidas para reforçar as capacidades de implementação aos níveis nacional e local. Preparação para a Recuperação: que vantagens? Fonte: Proteção Civil, 2014.
  • 13. Cada desastre aporta subsídios para melhorar o nível de preparação e prontidão para a recuperação: o que funcionou bem e quais os fatores do sucesso, quais foram as lacunas e constrangimentos e o que pode-se aprender do processo. Fonte: Marcellino, 2008.
  • 14. Preparação para a Recuperação em Cabo Verde Fonte: Ministério da Saúde do Brasil. Fases da Gestão de Risco de Desastres. Fonte: Freitas e Rocha, 2014.
  • 15.  A recuperação pós-desastre constitui em Cabo Verde como no mundo, uma fase essencial do ciclo de gestão dos riscos de desastres. Os desafios e necessidades para uma gestão eficiente e sustentável da fase pós- desastre só têm recebido atenção nas últimas décadas.  Independentemente da escala dos desastres, a complexidade mas também as oportunidades desta fase para avançar nos objetivos de redução de riscos não devem ser menosprezadas. Relevância da Preparação pós-desastres em Cabo Verde Fonte: Freitas e Rocha, 2014. Características principais:
  • 16.  A preparação para a uma recuperação resiliente está a ser abordada em Cabo Verde em paralelo como o processo de reforço do sistema de governação dos riscos de desastres;  A Resolução do Conselho de Ministros nº 4 de 2017, de 27 de Janeiro de 2017, cria o grupo de trabalho para a elaboração da Estratégia Nacional de Redução de Riscos de Desastres; Recuperação pós-desastre e redução de riscos em Cabo Verde
  • 17.  No quadro da Estratégia Nacional de Redução de Riscos de desastres (ENRRD) se prevê como linha de ação prioritária o reforço das capacidades das instituições nacionais para o planeamento e a gestão dos processos de recuperação pós- desastre. A preparação para a recuperação, constitui por tanto uma área de intervenção prioritária no quadro do plano de ação previsto para 2017-2021;  Tem o objetivo de responder as necessidades urgente, e precisa ser conciliado com as exigências de equidade, justiça social, eficiência, celeridade e qualidade; Quadro de recuperação pós-desastre
  • 18.  Conforme a metodologia proposta pelo escritório regional do PNUD, no quadro do projeto Japão/Luxemburgo de “Preparação para uma recuperação resiliente”, o processo de estudo seguiu as seguintes fases:  Identificação dos desastres em foco e discussão geral da relevância dessa seleção;  Revisão de documentação existente;  Entrevistas semiestruturadas em profundidade com atores chave;  Visita de terreno, confirmação das informações em falta e os resultados preliminares;  Revisão dos resultados preliminares;  Apresentação, recolha de subsídios e validação final dos resultados do estudo;  Edição e publicação dos resultados do estúdio e resumo e tradução para uma publicação regional; O estudo de lições aprendidas
  • 19. Questões-chave:  Os arranjos institucionais;  As leis e políticas para a recuperação;  A avaliação das necessidades pós-desastre;  Os mecanismos financeiros para a recuperação;  O Seguimento e avaliação dos processos de recuperação;  Os sistemas de informação e comunicação; O estudo de lições aprendidas
  • 20.  O que foi constatado?  A falta de coordenação e duplicação de esforços abundaram gestão dos processos de recuperação;  A falta de decisão ou a tomada de decisões pouco informadas conduzida sob condições de stresse não garantiu resultados eficientes, sustentáveis e equitativos da recuperação;  Medidas de recuperação decididas sob pressão não contribuíram para diminuir o risco pré-existente e podem mesmo conduzir a uma replicação ou aumento do risco; Lições aprendidas: apresentação geral Preparação para uma recuperação resiliente: Garantir que a recuperação pós-desastre contribui para reforçar a resiliência requer uma abordagem de preparação para esta fase
  • 21.  O que foi a prendido?  Independente da escala dos desastres…  …A imagem da preparação necessária para dar resposta e a emergência, a fase pós-desastre na qual se gere a reconstrução, reabilitação e recuperação é complexa…  …E requer uma coordenação interinstitucional a muitos níveis exigindo uma preparação prévia que facilite sua e permita otimizar seus resultados; Lições aprendidas: apresentação geral
  • 22.  Em que tudo isso implica?  Necessitamos desenvolver políticas sobre a recuperação (definindo papeis e responsabilidades por setor e ator);  Pré-identificar critérios e procedimentos;  Estabelecer mecanismos de coordenação e gestão da recuperação;  Reforçar as capacidades a todos os níveis para operacionalizar todos os mecanismos e medidas previstas nas políticas e nos planos. Lições aprendidas: apresentação geral
  • 23.  O que foi constatado?  A mudança de paradigma da gestão dos desastres para a gestão dos riscos de desastres ainda não está consolidada em Cabo Verde.  Os riscos de desastres não têm sido até agora abordados como um problema de desenvolvimento, como consequência os setores não a análise de riscos no seu diagnóstico estratégico nem refletem de forma sistemática e organizada sobre como suas políticas e ações contribuem ou não para a redução de riscos.  O foco, em especial ao nível local continua na gestão do desastre (preparação para a resposta, resposta humanitária) e pelo tanto se ainda que os riscos de desastres são uma fatalidade da natureza e um problema dos serviços de proteção civil cuja solução praticamente se a preparação de planos de emergência, sensibilização das comunidades e a dotação de meios físicos e capacidades técnicas para a resposta. Lições aprendidas: apresentação geral A transição de um paradigma de gestão de desastres para uma abordagem de redução de riscos de desastres ainda precisa ser consolidada em Cabo Verde
  • 24.  O que foi a prendido?  A questão da preparação para a da recuperação quanto à abordagem de redução de riscos não está ainda consolidada país e integrada de forma transversal no planeamento e do desenvolvimento sustentável;  Não obstante, para aproveitar das oportunidades da fase de recuperação para “ reconstruir-melhor” devemos continuar a consolidar a abordagem de redução de riscos e desenhar um verdadeiro sistema integrado de gestão de riscos. Lições aprendidas: apresentação geral
  • 25.  Em que tudo isso implica?  Em continuar a insistir na sensibilização e reforço de capacidades.  A sensibilização será muito mais efetiva quando utiliza exemplos concretos e se baseia em evidências, por isso a avaliação e análise riscos de desastres continua a ser chave neste processo.  A quantificação do risco, entendido como perdas potenciais poderá conseguir um alto impacto na sensibilização dos decisores: visualizar o risco em termos de Escudos que potencialmente serão perdidos apela a linguagem comum dos decisores: custo, orçamentos e alocação de recursos. Lições aprendidas: apresentação geral
  • 26. Contexto: o desastre e seus efeitos em Cabo Verde – A erupção da Ilha de Fogo em 2014
  • 27. Contexto: o desastre e seus efeitos – Erupção na Ilha do Fogo (2014) Fonte: PDNA. Valores em ECV.
  • 28. Discriminação por setor dos danos e das perdas de produção causados pela erupção Fonte: PDNA Fogo
  • 29. Atualmente, Cabo Verde dispõe de um sistema nacional de proteção civil cujas estruturas e responsabilidades estão reguladas conforme a Lei de Bases Proteção Civil nº 12 /VIII de 07 de Março 2012; Conforme o quadro institucional vigente, este sistema conta com dois órgãos fundamentais:  O Conselho Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (CNPCB), responsável pela aprovação da política de proteção civil, assim como dos instrumentos de planeamento, especialmente os planos de contingência;  O Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, entidade especializada que presta assistência técnica e coordenação operacional das ações de proteção civil ao nível nacional. Leis e Políticas para a Recuperação em Cabo Verde
  • 30.  Lei de Bases da Proteção Civil (Lei n. 12/VIII/2012)  Na lei que regula os princípios e mecanismos básicos do Sistema de Proteção Civil de Cabo Verde se refere que o apoio na reposição da normalidade de vida das pessoas nas áreas afetadas por acidente grave ou catástrofe constitui um dos objetivos da Proteção Civil.  O Ministro da Administração interna no exercício de funções de nacional da política de proteção civil, tem atribuído por lei a responsabilidade de desencadear as ações de proteção civil, prevenção, socorro, assistência e reabilitação.  Esta mesma responsabilidade recai no âmbito local sob o presidente da Câmara como o responsável municipal pela política de proteção civil. Quadro 1: A recuperação na legislação nacional sobre Gestão de desastres
  • 31.  No plano Nacional de Contingência (aprovado por Resolução do Conselho de Ministros nº11/2010 B.O do 15 Março 2010) as referências ao processo de recuperação pós-desastre se limitam a uma indicação de que na fase “ apos emergência” corresponde ao Primeiro-Ministro, no âmbito da Coordenação e Direção das ações de Proteção civil, “promover medidas adequadas ao desenvolvimento de planos gerais de reabilitação estrutural e infraestrutural, nas áreas humana, social, económica, de serviços e outras, de modo a reestabelecer as condições de vida normal das populações afetadas”. Quadro 2: A recuperação nos instrumentos de planeamento para a gestão de riscos de desastres
  • 32. As Leis e Políticas para a recuperação apresentam:  Limitadas referencias diretas a recuperação na legislação e nas políticas estratégicas e setoriais;  Ausência de critérios pré-definidos para a gestão da fase de recuperação;  Limitadas orientações em relação a recuperação dos meios de vida e emprego;  Escassas orientações para determinar a responsabilidade do Estado e guiar os esquemas de compensação e assistência;  Falta de definição de mecanismos de apresentação de queixas e reparação extrajudiciais; ….Entretanto!
  • 33.  Politização do processo de recuperação;  Difícil transição da fase de assistência humanitária a recuperação;  Fraca Coordenação interinstitucional;  Fraca valorização experiência e mecanismos de engajamento público pré-desastre no planeamento e gestão da recuperação;  Falta de clarificação sobre os papéis, responsabilidades e expectativas sobre os diferentes atores engajados na recuperação;  Excessiva centralização na planificação e gestão da recuperação;  Falta de liderança e empoderamento tardio e parcial do poder local para liderar a recuperação;  Participação comunitária limitada; Conclusões
  • 34.  Desenvolver e aprovar um quadro de recuperação, como guião chave para orientar a planificação e implementação de estratégias de recuperação a ser formuladas no momento necessário;  Reforçar as capacidades para a gestão da recuperação com base nas avaliações de capacidades e nas avaliações das necessidades pós-desastre;  Assegurar a existência e funcionamento de mecanismos de coordenação (pré-identificados conforme as orientações do quadro de recuperação e com seus elementos integrantes devidamente organizados, informados e capacitados) e de participação pública funcionais durante todas as fases do processo. Neste sentido, se recomenda o reforço das capacidades do grupo temático sobre a recuperação pós-desastre no seio da Plataforma Nacional de Redução de Riscos de Desastres; Recomendações
  • 35.  Desenvolver as capacidades para a preparação e gestão da recuperação em paralelo com as capacidades para a gestão dos riscos de desastres;  Aprofundar o conhecimento dos riscos e utilizar as avaliações de riscos e informações sobre desastres para a identificação de cenários plausíveis de desastres que informem a preparação tanto para o planeamento de contingência como para a preparação para a recuperação;  Reforçar as capacidades para a avaliação das necessidades pós-desastre, adaptando as metodologias de PDNA as especificidades do perfil de desastres e contexto nacional e assegurar que as avaliações pós-desastre aprofundam na análise dos fatores causantes do desastre e pelo tanto contribuem a identificar curvas de vulnerabilidade uteis para futuras avaliações de risco. Em concreto a analise das causas dos danos e perdas observadas deverão informar a compreensão de que fatores de vulnerabilidade e exposição determinam que efeitos nas estruturas ou sistemas em questão Recomendações
  • 36.  Deveríamos estabelecer Sistemas de Gestão de reclamações e Sugestões para melhorar a transparência, satisfação da população e reforçar a participação comunitária;  A responsabilidade de cada ente do Estado e seus limites precisam ser detalhados nas políticas e legislação concernentes a recuperação pós-desastre, também em Nível Municipal; O que é possível fazer em Nível Municipal?
  • 37. Quadro de referência: tipos de participação comunitária
  • 38. Níveis de participação pública e seu impacto na recuperação
  • 39. Impacto na Recuperação Rapidez Acelera o processo de tomada de decisão e permite um caminho acelerado para todas as ações partes interessadas Deliberação Requer tempo compreender e empoderar a todas as partes para particpar Fonte: APA Recovery Guidelines
  • 40.  WORKSHOP DE CAPACITAÇÃO: LIÇÕES APRENDIDAS DOS PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO PÓS-DESASTRE EM CABO VERDE Obrigado Dr. Carlos G.F. Costa Post-Doctor, PhD, MSc Environment and Disaster Risk Reduction Management Specialist E-mail: carlos.costa@cv.jo.un.org E-mail: carloscostainspira@gmail.com Telefone: +238.5225.042 Project: Preparedness for Resilient Recovery

Notas do Editor

  1. Por conseguinte, esta revisão e análise em profundidade do processo pretende contribuir para informar e melhorar os resultados dos processos futuros de recuperação pós-desastre. Identificar as principais lições aprendidas dos processos passados e presentes e recomendar como integra-las na prática futura resulta especialmente relevante na ausência de um mecanismo sistemático e integrado de seguimento, avaliação e aprendizagem dos diferentes programas de recuperação. Assim mesmo, em um contexto no que a memória institucional é dispersa e efémera, promover a revisão sistemática de experiências contribui para a sensibilização dos decisores públicos sobre a necessidade de reforçar seus mecanismos de gestão de conhecimento e os instrumentos para identificar e integrar a aprendizagem no processo de planeamento e execução.
  2. A decisão pública requer evidências e ferramentas de apoio a decisão, para isto outras propostas no quadro da Estratégia Nacional de Redução de Riscos de Desastres, como o desenvolvimento do sistema nacional de informação sobre os riscos (SNIR) e a instalação do observatório nacional de desastres (OND) pretendem contribuir para dotar aos decisores públicos de mecanismos sistemáticos de recolha e análise das evidências sobre as quais basear suas análises e tomada de decisões estratégicas e operacionais.