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Trabalho realizado na Disciplina de Cirurgia Plástica
do Departamento de Cirurgia da Universidade Fede-
ral. de São Paulo (UNIFESP / EPM)
Padronização da Ficha Clínica em
Cirurgia Plástica
Lydia Masako Ferreira 1
Bernardo Hochman?
1] Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Professora Livre Docente, Titular e Chefe da
Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universi-
dade Federal de São Paulo (UNIFESP).
2] Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Pós-Graduando do Curso de Pós-Graduação em
Cimrgia Plástica Reparadora da UNIFESP / EPM.
Endereço para correspondência:
Lydia Masako Ferreira
R. Napoleão de Barros, 715 - 4° andar
São Paulo - SP
04024-900
Fone: (11) 5576-4118
e-mail: lydia.dcir@epm.br
Descritores: Ficha clínica; registros médicos; sistemas automatizados de
registros médicos; legislação médica; consentimento esclarecido.
RESUMO
o objetivo deste trabalho épropor uma padronização deficha clínica para ser utilizada na especialidade de
Cirurgia Plástica. O modelo de ficha proposto atenderia a maioria dos cirurqiões plásticos) podendo ser
preenchida pelo médico de forma dirigida e automatizada e apresentando a possibilidade de adaptações
pessoais conforme a necessidade. Os dados de Identificação) Queixa e Duração) História Pregressa da Molés-
tia Atual) Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos) Antecedentes Pessoais e Antecedentes Familiares po-
dem também ser preenchidos alternativamente pelo próprio paciente) com a utilização de linguagem e ex-
pressões acessíveis ao público leigo) respaldando de forma mais eficaz o médico em eventuais ações legais.
Apresenta uma visualização rápida e objetiva pelo uso defiguras e esquemas. Contém um simples sistema de
catalogação e arquivamento de documentação fotográfica e os dados registrados são numerados para serem
passíveis de informatização) com afinalidade defacilitar pesquisas científicas e minimizar erros na coleta de
informações. Esse modelo de ficha pode ser utilizado em hospitais) ambulatórios e consultórios. Também são
abordadas as resoluçõesdas entidades médicas que legislam sobre a utilização do Registro Clínico ou Prontu-
ário Médico.
56 Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 maijago. 2003
Padronização da Ficha Clínica em Cirurgia Plástica
A anamnese na Cirurgia Plástica estética tem uma ca-
racterística diferente em relação às outras especialida-
des médicas: em geral, o paciente já traz o próprio
diagnóstico e tratamento. Cabe ao especialista confir-
mar ou não a "hipótese diagnóstica", orientar a me-
lhor conduta, fazer uma avaliação clínica ou contra-
indicar a cirurgia. Portanto, o fator psicológico pre-
sente nesses pacientes e a relação médico-paciente são
muito singulares.
Outra particularidade da especialidade é que um re-
sultado que o cirurgião possa considerar como
satisfatório não o será necessariamente para o pacien-
te, e vice-versa.
Também o resultado de uma cirurgia pode depender
de fatores que não seriam significativos em outras es-
pecialidades. Existem variáveis que podem influenci-
ar na qualidade do resultado, como exposição prévia
prolongada aos efeitos solares, obesidade, alterações
exageradas e periódicas de peso, desnutrição pós-re-
gime forçado para submeter-se a uma cirurgia plásti-
ca, uso de contraceptivos, tabagismo, fatores raciais e
etários que interferem na cicatrização e distúrbios psi-
cológicos importantes de personalidade, geralmente
em relação à auto-estima e auto-imagem.
A Cirurgia Plástica, e mais especificamente a cirurgia
estética, dentro das várias especialidades médicas, é
uma das que mais freqüentemente deixa o profissio-
nal vulnerável em relação a processos legais. Todas
essas peculiaridades da especialidade tornam interes-
sante a existência de uma "Ficha Clínica" ou "Obser-
vação Clínica" abrangente e padronizada, que atenda
às necessidades da maioria dos cirurgiões plásticos.
A integração de uma ficha clínica com uma documen-
tação fotográfica padronizada beneficiaria o cirurgião
plástico com um maior aproveitamento do seu traba-
lho diário. O Prontuário Médico do paciente da espe-
cialidade de Cirurgia Plástica apresenta como parti-
cularidade a associação da Ficha Clínica à documen-
tação fotográfica, sendo assim denominado Registro
Clínico- Fotográfico ou Conjunto Foto-Documental.
"O prontuário deve conter, de forma legível, identifi-
cação do paciente; evolução médica diária (no caso
de internação); evoluções de enfermagem e de outros
profissionais assistentes; exames laboratoriais, radio-
lógicos e outros; raciocínio médico, hipóteses
diagnósticas e diagnóstico definitivo; conduta tera-
pêutica, prescrições médicas, descrições cirúrgicas, fi-
chas anestésicas, resumo de alta, fichas de atendimen-
to ambulatorial e/ou atendimento de urgência, folhas
de observação médica e boletins médicos."(1)
O Conselho Federal de Medicina decretou em 1O de
Julho de 2002 a Resolução n? 1639, aprovando as
"Normas Técnicas para o Uso de Sistemas
Informatizados para a Guarda e Manuseio do Pron-
tuário Médico'V'. Estabeleceu o prazo mínimo de 20
(vinte) anos, a partir do último registro, para a pre-
servação dos prontuários médicos em suporte de pa-
pel. Após esse prazo, o prontuário poderá ser armaze-
nado em qualquer meio eletrônico óptico ou magné-
tico e microfilmado, que possibilite sua reconstituição,
conforme normas da Sociedade Brasileira de
Informática em Saúde (SBIS), em associação especí-
fica com o Conselho Federal de Medicina, previstas
pela Legislação Arq uivística Brasileira (2) .
"Os dados que compõem o prontuário pertencem ao
paciente e devem estar permanentemente disponíveis,
de modo que, quando solicitado por ele ou seu repre-
sentante legal, permitam o fornecimento de cópias
autênticas das informações a ele pertinentes."(2) O
Conselho Regional de Medicina reforça os direitos
do paciente: "Ter acesso, a qualquer momento, ao seu
prontuário médico, recebendo por escrito o diagnós-
tico e o tratamento indicado, com a identificação do
nome do profissional e o número de registro no ór-
gão de regulamentação e controle da profissão'"!',
Ainda, "O médico não poderá revelar o conteúdo de
prontuário ou ficha médica sem o consentimento do
paciente, a não ser por dever legal. Se o pedido for
feito pelos familiares, será necessária a autorização
expressa do paciente'?'!'.
A qualidade do atendimento médico é dependente da
qualidade das informações contidas no prontuáriov".
Uma Ficha Clínica padrão deve ordenar a parte refe-
rente à anamnese, exame físico geral e especial e exa-
mes subsidiários. A visualização dos dados registrados
deve ser simples, rápida e objetiva. O acompanhamen-
to dessa ficha facilitaria pesquisas científicas, pela pos-
sibilidade de informatizá-la em virtude dos campos
para o registro dos dados serem numeradosw=". Essa
ficha poderia ser adaptada para uso em consultório,
ambulatório e hospital. O emprego hospitalar dessa
ficha onde existe um fluxo intenso de operações
minimizaria a alta probabilidade de erro existente
quando da realização de estudos estatísticos'" 8).
O modelo de Ficha Clínica padronizada aqui propos-
to permite uma uniformidade de uso entre os cirurgi-
Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 11.2p. 51-60 maijago. 2003 57
Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Fig. 2 - Ficha clínica (página 2).
Fig. 1 - Ficha clínica (página 1).
Fig. 3 - Ficha clínica (página 3). Fig. 4 - Ficha clínica (página 4).
58 Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 mai/ago. 2003
Padronização da Ficha Clínica em Cirurgia Plástica
ões plásticos, atendendo às necessidades da maioria
dos profissionais e apresentando flexibilidade para se-
rem realizadas adaptações pessoais. Os campos foram
ordenados visando seguir o andamento do raciocínio
clínico e de distribuição de espaço adequado para o
conteúdo de cada quesito a ser preenchido. Permite
uma visualização rápida e global das informações pelo
emprego de figuras ou esquemas, sendo também de
preenchimento fácil e dirigido (Figs. 1-6).
Como o item "Queixa e Duração" (QD) tem como
característica ser curto e objetivo para a maior parte
dos pacientes de Cirurgia Plástica e com o intuito de
otimizar o questionário da ficha, foi dada menos ên-
fase aos itens "História Pregressa da Moléstia Atual"
(HPMA) e '1ntecedentes Familiares" (AF) e mais
ênfase aos itens "Interrogatório Sobre os Diversos
Aparelhos" (ISDA) e "Antecedentes Pessoais" (AP)(9).
Dentro de uma abordagem antroposófica ainda
incipiente na Cirurgia Plástica, porém com crescente
demanda pela necessidade que esta especialidade re-
quer, foi incluído o questionário psiquiátrico SRQ-
20 (Self Report Questionnaire) (lO, ll). Trata-se de um
instrumento de avaliação de distúrbios
psicoemocionais não psicóticos'!". Nessa avaliação, a
Fig. 5 - Ficha clínica (página 5).
presença de 8 ou mais quesitos afirmativos ("Sim")
indica que o paciente apresenta um perfil significati-
vo de depressão e ansiedade.
Existe uma tendência em automatizar o atendimento
em centros de atendimento com grande fluxo de pa-
cientes. O modelo descrito de Ficha Clínica permite,
ainda, que ela possa ser preenchida pelo próprio paci-
ente nos campos pertinentes às informações presta-
das por ele mesmo, enquanto aguarda ser chamado à
consulta. Nesse caso, é entregue ao paciente somente
a primeira parte da ficha ["Ficha N° _- 1 (Paciente)"],
em que o questionário é formatado com termos e ex-
pressões ao alcance de sua compreensão.
As informações e antecedentes médicos pessoais de-
vem ser datados e reconhecidos pelo paciente por meio
da sua assinatura na própria Ficha Clínica, visto que
muitos deles, na ansiedade de ver sua cirurgia plástica
concretizada, podem proposital ou despercebidamente
distorcer ou ocultar informações importantes. O pre-
enchimento dos campos com a caligrafia do paciente
tem a vantagem de poder constituir-se, futuramente,
num auxílio ao médico em caso de processo legal.
Obviamente, o questionário precisa ser conferido item
a item pelo médico, o qual deverá fazer as correções e
Fig. 6 - Ficha clínica (página 6).
Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 maijago. 2003
59
Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
anotações que julgar necessárias em campos livres
opcionais.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pode
ser considerado atualmente como parte do Prontuá-
rio Médico ou Registro Clínicov'". Por isso, são ne-
cessários uma Ficha Clínica padronizada e o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido para garantir
uma boa relação médico--paciente.
BIBLIOGRAFIA
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Paulo. Guia da relação médico-paciente. [on line]
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7. Gibson N, Bridgman SA. A novel method for the
assessment of the accuracy of diagnostic codes in
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80:293-6.
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Historia Clínica. In: Registros Médicos y de Salud.
Módulos de Aprendizaje - Módulo N° 1 Unidad
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Científica Serie PALTEX na 17; 1991. p.86-90.
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13. Parecer-Consulta do Conselho Federal de Medicina
N° 24/97. [on line] 1997; [citado 2002 Jan 25];
[1 tela]. Disponível em URL: http://
www.cfm.org.br/Parecereslnt/1997/24-1997.htm
60 Rev. Soe. Bras. Ciro Plást. São Paulo v.18 11.2p. 51-60 maijago. 2003

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  • 1. Trabalho realizado na Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Universidade Fede- ral. de São Paulo (UNIFESP / EPM) Padronização da Ficha Clínica em Cirurgia Plástica Lydia Masako Ferreira 1 Bernardo Hochman? 1] Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Professora Livre Docente, Titular e Chefe da Disciplina de Cirurgia Plástica do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universi- dade Federal de São Paulo (UNIFESP). 2] Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Pós-Graduando do Curso de Pós-Graduação em Cimrgia Plástica Reparadora da UNIFESP / EPM. Endereço para correspondência: Lydia Masako Ferreira R. Napoleão de Barros, 715 - 4° andar São Paulo - SP 04024-900 Fone: (11) 5576-4118 e-mail: lydia.dcir@epm.br Descritores: Ficha clínica; registros médicos; sistemas automatizados de registros médicos; legislação médica; consentimento esclarecido. RESUMO o objetivo deste trabalho épropor uma padronização deficha clínica para ser utilizada na especialidade de Cirurgia Plástica. O modelo de ficha proposto atenderia a maioria dos cirurqiões plásticos) podendo ser preenchida pelo médico de forma dirigida e automatizada e apresentando a possibilidade de adaptações pessoais conforme a necessidade. Os dados de Identificação) Queixa e Duração) História Pregressa da Molés- tia Atual) Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos) Antecedentes Pessoais e Antecedentes Familiares po- dem também ser preenchidos alternativamente pelo próprio paciente) com a utilização de linguagem e ex- pressões acessíveis ao público leigo) respaldando de forma mais eficaz o médico em eventuais ações legais. Apresenta uma visualização rápida e objetiva pelo uso defiguras e esquemas. Contém um simples sistema de catalogação e arquivamento de documentação fotográfica e os dados registrados são numerados para serem passíveis de informatização) com afinalidade defacilitar pesquisas científicas e minimizar erros na coleta de informações. Esse modelo de ficha pode ser utilizado em hospitais) ambulatórios e consultórios. Também são abordadas as resoluçõesdas entidades médicas que legislam sobre a utilização do Registro Clínico ou Prontu- ário Médico. 56 Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 maijago. 2003
  • 2. Padronização da Ficha Clínica em Cirurgia Plástica A anamnese na Cirurgia Plástica estética tem uma ca- racterística diferente em relação às outras especialida- des médicas: em geral, o paciente já traz o próprio diagnóstico e tratamento. Cabe ao especialista confir- mar ou não a "hipótese diagnóstica", orientar a me- lhor conduta, fazer uma avaliação clínica ou contra- indicar a cirurgia. Portanto, o fator psicológico pre- sente nesses pacientes e a relação médico-paciente são muito singulares. Outra particularidade da especialidade é que um re- sultado que o cirurgião possa considerar como satisfatório não o será necessariamente para o pacien- te, e vice-versa. Também o resultado de uma cirurgia pode depender de fatores que não seriam significativos em outras es- pecialidades. Existem variáveis que podem influenci- ar na qualidade do resultado, como exposição prévia prolongada aos efeitos solares, obesidade, alterações exageradas e periódicas de peso, desnutrição pós-re- gime forçado para submeter-se a uma cirurgia plásti- ca, uso de contraceptivos, tabagismo, fatores raciais e etários que interferem na cicatrização e distúrbios psi- cológicos importantes de personalidade, geralmente em relação à auto-estima e auto-imagem. A Cirurgia Plástica, e mais especificamente a cirurgia estética, dentro das várias especialidades médicas, é uma das que mais freqüentemente deixa o profissio- nal vulnerável em relação a processos legais. Todas essas peculiaridades da especialidade tornam interes- sante a existência de uma "Ficha Clínica" ou "Obser- vação Clínica" abrangente e padronizada, que atenda às necessidades da maioria dos cirurgiões plásticos. A integração de uma ficha clínica com uma documen- tação fotográfica padronizada beneficiaria o cirurgião plástico com um maior aproveitamento do seu traba- lho diário. O Prontuário Médico do paciente da espe- cialidade de Cirurgia Plástica apresenta como parti- cularidade a associação da Ficha Clínica à documen- tação fotográfica, sendo assim denominado Registro Clínico- Fotográfico ou Conjunto Foto-Documental. "O prontuário deve conter, de forma legível, identifi- cação do paciente; evolução médica diária (no caso de internação); evoluções de enfermagem e de outros profissionais assistentes; exames laboratoriais, radio- lógicos e outros; raciocínio médico, hipóteses diagnósticas e diagnóstico definitivo; conduta tera- pêutica, prescrições médicas, descrições cirúrgicas, fi- chas anestésicas, resumo de alta, fichas de atendimen- to ambulatorial e/ou atendimento de urgência, folhas de observação médica e boletins médicos."(1) O Conselho Federal de Medicina decretou em 1O de Julho de 2002 a Resolução n? 1639, aprovando as "Normas Técnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio do Pron- tuário Médico'V'. Estabeleceu o prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a pre- servação dos prontuários médicos em suporte de pa- pel. Após esse prazo, o prontuário poderá ser armaze- nado em qualquer meio eletrônico óptico ou magné- tico e microfilmado, que possibilite sua reconstituição, conforme normas da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), em associação especí- fica com o Conselho Federal de Medicina, previstas pela Legislação Arq uivística Brasileira (2) . "Os dados que compõem o prontuário pertencem ao paciente e devem estar permanentemente disponíveis, de modo que, quando solicitado por ele ou seu repre- sentante legal, permitam o fornecimento de cópias autênticas das informações a ele pertinentes."(2) O Conselho Regional de Medicina reforça os direitos do paciente: "Ter acesso, a qualquer momento, ao seu prontuário médico, recebendo por escrito o diagnós- tico e o tratamento indicado, com a identificação do nome do profissional e o número de registro no ór- gão de regulamentação e controle da profissão'"!', Ainda, "O médico não poderá revelar o conteúdo de prontuário ou ficha médica sem o consentimento do paciente, a não ser por dever legal. Se o pedido for feito pelos familiares, será necessária a autorização expressa do paciente'?'!'. A qualidade do atendimento médico é dependente da qualidade das informações contidas no prontuáriov". Uma Ficha Clínica padrão deve ordenar a parte refe- rente à anamnese, exame físico geral e especial e exa- mes subsidiários. A visualização dos dados registrados deve ser simples, rápida e objetiva. O acompanhamen- to dessa ficha facilitaria pesquisas científicas, pela pos- sibilidade de informatizá-la em virtude dos campos para o registro dos dados serem numeradosw=". Essa ficha poderia ser adaptada para uso em consultório, ambulatório e hospital. O emprego hospitalar dessa ficha onde existe um fluxo intenso de operações minimizaria a alta probabilidade de erro existente quando da realização de estudos estatísticos'" 8). O modelo de Ficha Clínica padronizada aqui propos- to permite uma uniformidade de uso entre os cirurgi- Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 11.2p. 51-60 maijago. 2003 57
  • 3. Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Fig. 2 - Ficha clínica (página 2). Fig. 1 - Ficha clínica (página 1). Fig. 3 - Ficha clínica (página 3). Fig. 4 - Ficha clínica (página 4). 58 Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 mai/ago. 2003
  • 4. Padronização da Ficha Clínica em Cirurgia Plástica ões plásticos, atendendo às necessidades da maioria dos profissionais e apresentando flexibilidade para se- rem realizadas adaptações pessoais. Os campos foram ordenados visando seguir o andamento do raciocínio clínico e de distribuição de espaço adequado para o conteúdo de cada quesito a ser preenchido. Permite uma visualização rápida e global das informações pelo emprego de figuras ou esquemas, sendo também de preenchimento fácil e dirigido (Figs. 1-6). Como o item "Queixa e Duração" (QD) tem como característica ser curto e objetivo para a maior parte dos pacientes de Cirurgia Plástica e com o intuito de otimizar o questionário da ficha, foi dada menos ên- fase aos itens "História Pregressa da Moléstia Atual" (HPMA) e '1ntecedentes Familiares" (AF) e mais ênfase aos itens "Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos" (ISDA) e "Antecedentes Pessoais" (AP)(9). Dentro de uma abordagem antroposófica ainda incipiente na Cirurgia Plástica, porém com crescente demanda pela necessidade que esta especialidade re- quer, foi incluído o questionário psiquiátrico SRQ- 20 (Self Report Questionnaire) (lO, ll). Trata-se de um instrumento de avaliação de distúrbios psicoemocionais não psicóticos'!". Nessa avaliação, a Fig. 5 - Ficha clínica (página 5). presença de 8 ou mais quesitos afirmativos ("Sim") indica que o paciente apresenta um perfil significati- vo de depressão e ansiedade. Existe uma tendência em automatizar o atendimento em centros de atendimento com grande fluxo de pa- cientes. O modelo descrito de Ficha Clínica permite, ainda, que ela possa ser preenchida pelo próprio paci- ente nos campos pertinentes às informações presta- das por ele mesmo, enquanto aguarda ser chamado à consulta. Nesse caso, é entregue ao paciente somente a primeira parte da ficha ["Ficha N° _- 1 (Paciente)"], em que o questionário é formatado com termos e ex- pressões ao alcance de sua compreensão. As informações e antecedentes médicos pessoais de- vem ser datados e reconhecidos pelo paciente por meio da sua assinatura na própria Ficha Clínica, visto que muitos deles, na ansiedade de ver sua cirurgia plástica concretizada, podem proposital ou despercebidamente distorcer ou ocultar informações importantes. O pre- enchimento dos campos com a caligrafia do paciente tem a vantagem de poder constituir-se, futuramente, num auxílio ao médico em caso de processo legal. Obviamente, o questionário precisa ser conferido item a item pelo médico, o qual deverá fazer as correções e Fig. 6 - Ficha clínica (página 6). Rev. Soe. Bras. CiroPlást. São Paulo v.18 n.2 p. 51-60 maijago. 2003 59
  • 5. Revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica anotações que julgar necessárias em campos livres opcionais. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pode ser considerado atualmente como parte do Prontuá- rio Médico ou Registro Clínicov'". Por isso, são ne- cessários uma Ficha Clínica padronizada e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para garantir uma boa relação médico--paciente. BIBLIOGRAFIA 1. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Guia da relação médico-paciente. [on line] 2002 [18 telas]. Disponível em: URL: http:// www.cremesp.org.br/revistasermedico/ medicopaciente.htm. 2. Resolução do Conselho Federal de Medicina N° 1639/02. Aprovação das ''Normas Técnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio do Prontuário Médico". [on line] 2002; [citado 2002 Ago 25]; [1 tela]. Disponível em URL:http://www.cremesp.org.br/clippings/ legislacao _anteriores. php# 35 3. Araújo TBC, Malaspina D Jr., Lisbôa AMJ, Pacheco NC, Campos LG, Córdoba JCM. Prontuário Orientado para o Problema. Jornal Pediatria. 1986; 61(4):277-86. 4. Eimerl TS. Curiosidad Organizada: método práctico de resolución dei problema dei mantenimiento de registros con fines de investigación en el ejercicio general de la Medicina. In: Investigaciones sobre Servi cios de Salud: uma antologia. OPS: Oficina Sanitaria Panamericana. Publicación Científica na 534; 1992. p.207-11. 5. Flowers RS, Flowers SS. Precision planning in blepharoplasty. Clin Plast Surg. 1993; 20(2) :303- 10. 6. Souza MSL, Nehmy RMQ, Mendonça, MCLG, Santos AF, Postali VH. Modelo de prontuário ambulatorial pediátrico para informatização - Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Rev Méd Minas Gerais. 1992; 2(1): 11-4. 7. Gibson N, Bridgman SA. A novel method for the assessment of the accuracy of diagnostic codes in general surgery. Ann R Col Surg Engl. 1998; 80:293-6. 8. Segarra MM, Sola no AC. Registros de Salud y Historia Clínica. In: Registros Médicos y de Salud. Módulos de Aprendizaje - Módulo N° 1 Unidad IV Normas gene rales para la historia clínica. OPS: Oficina Sanitaria Panamericana. Publicación Científica Serie PALTEX na 17; 1991. p.86-90. 9. Sustovich DR, Elias WH, Gebara MS. Observação Clínica. In: Clínica Médica - Propedêutica e Fisiopatologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan; 1979. p. 3-6. 10. Harding Tw, Arango MV, Baltazar J, Climent CE, Ibrahim HHA, Ignácio LL, Murthy RS, Wig NN. Mental disorders in primary health care: a study of their frequency and diagnosis in four develop- ing countries. Psychol Med. 1980; 10:231-41. 11. Mari JJ, Williams P. A comparison of the validity of rwo psychiatric screening questionnaires (GHQ- 12 and SRQ-20) in Brazil, using relative operat- ing characteristic (ROC) analysis. Psychol Med. 1985; 15:615-59. 12. Mari JJ, Williams P. A validity study of a psychiat- ric screening questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. Br J Psychiatry. 1986; 148:23-6. 13. Parecer-Consulta do Conselho Federal de Medicina N° 24/97. [on line] 1997; [citado 2002 Jan 25]; [1 tela]. Disponível em URL: http:// www.cfm.org.br/Parecereslnt/1997/24-1997.htm 60 Rev. Soe. Bras. Ciro Plást. São Paulo v.18 11.2p. 51-60 maijago. 2003