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Estúdio Aszmann

Pastor e sociólogo Jonas Rezende

Barcarola — A morte sem
charme nem disfarces
Pelo dicionário, a idéia de morte
remete-nos à “cessação da vida de um
organismo vivo”. Desde os tempos
mais remotos, ela continua sendo
um tema que desperta o interesse de
muitos estudiosos.

Revista bemeditada!

Olá! Li a Revista
BOA VONTADE e
agradeço a referência
a meu livro. A publicação é excelente,
muito bem-editada
e variada. Parabéns!
Estou à disposição
para colaborar no que for possível.
Um abraço. (Guilherme Fiuza,
jornalista)

A respeito do assunto é que também versa a mais recente obra literária do pastor e sociólogo Jonas
Rezende: Barcarola — a morte sem
charme nem disfarces.
Durante a noite de autógrafos, em
21 de março, no Rio de Janeiro/RJ,
o escritor, cercado pelo carinho de
amigos, recebeu também os cumprimentos fraternos do Diretor-Presidente da LBV, na pessoa de seus
representantes, e relembrou os laços
antigos que os unem. “Que saudade
do meu mestre Paiva Netto, eu sou
seu discípulo! Muito aprendi com ele,
prezo a nossa amizade. Mande um
grande abraço para ele”, afirmou. O
pastor enviou um exemplar autografado para o dirigente da LBV: “Para o
mestre Paiva Netto, com minha reverência e toda a admiração. Discípulo
Jonas Rezende”.

Tenho acompanhado a BOA
VONTADE e é sempre um prazer
a leitura desta nobre revista que, por
ser muito instrutiva, renova-nos as
idéias. Relativamente à edição nº
209, de janeiro de 2006, destaco as
excelentes matérias sobre educação
“Material Escolar para crianças pobres”, “Supercreche Jesus, da LBV”
e “Alfabetizando a Terceira Idade”.
(...) Parabenizo toda a equipe desta
revista maravilhosa, pela excelente
qualidade. (Paulo César Silva, vicePrefeito de Poços de Caldas/MG)

Clayton Ferreira

Cartas e e-mails

Fernanda Young e Dores
do Amor Romântico
Quem folhear essa nova obra da
extrovertida Fernanda Young vai
deparar-se com um novo estilo da
autora, bem diferente do observado
nos seis romances já publicados por
ela. Dores do Amor Romântico é o
primeiro livro de poesia da escritora e
apresenta textos cujos assuntos giram
em torno de suas próprias paixões,
descobertas e desilusões.
Fernanda Young promoveu uma
sessão de autógrafos aos leitores
paulistas, durante a Bienal Internacional do Livro. Na oportunidade,
enviou um exemplar da obra ao Líder da LBV com as palavras: “Para
Paiva Netto, obrigada pelo apoio
fiel. Beijo”, assinou a escritora.

Entrevista com
Sidney Rezende

Fiquei feliz de ler
mais um exemplar
da publicação BOA
VONTADE. A LBV
é uma Instituição
muito séria. Li toda a
revista e adorei! Destaco a matéria com o

João Miguel

“Com grande satisfação li um exemplar da Revista BOA VONTADE,
contendo a matéria “Uma causa que honra o Brasil”(edição no 209).
Na oportunidade, apresento os cumprimentos deste Executivo
Municipal pelo significante trabalho realizado pela LBV em Ribeirão
Preto, que contribui para a melhoria da qualidade de vida de nossa
população.” (Welson Gasparini, Prefeito de Ribeirão Preto/SP)


BOA VONTADE
Arquivo pessoal

Parabéns!

Paiva Netto,
mais um ano que
se passa e muitas
coisas boas aconteceram: conquistas,
vitórias, alegrias
e, como faz parte
também, algumas
tristezas. Desejolhe muitas felicidades. Hoje em dia, ser e estar feliz
é qualidade de vida e saúde, o que
é essencial. Sem isso, como vamos
viver? Também desejo-lhe muito
Amor porque é algo fundamental,
rega todas as nossas artérias física
e espiritualmente; alegria para dar o
tom a mais e fazer com que os traços
de nossa face possam sempre sorrir,
pois como já se diz: rir faz bem ao
coração e rejuvenesce; e o primordial:
DEUS no coração. Sem ELE, como
viver?! ELE É TUDO! Essas são
palavras ditas na mais simples expressão, entretanto, contêm extrema
sinceridade, carinho e gratidão pelo
que Você foi e o que é: UM AMIGO!
FELIZ ANIVERSÁRIO! Beijos em
seu coração! Com carinho e amizade,
sua amiga. (Lucí Andréa, graduada
em Comércio Exterior, de Jundiaí/
SP, via e-mail)

Dinâmica e
diversificada

A Revista BOA
VONTADE é tudo
de bom. Objetividade, clareza e informação de qualidade.
No jornalismo falase muito em responsabilidade social, e o

Clayton Ferreira
Divulgação

jornalista Sidney Rezende, é muito
boa (...). Parabéns pela revista! (Marquinhos Maracanã, apresentador do
programa policial Chumbo Grosso,
da TV Vitoriosa, repetidora do SBT
na região de Uberlândia/MG)

Para não dizer
Adeus, por Lya Luft

Içami Tiba relança Disciplina,
limite na medida certa:
Novos Paradigmas

A respeitada romancista e cronista
Lya Luft apresentou aos leitores
mais uma obra de sua lavra. É nas
páginas de Para não dizer Adeus que
a escritora marca seu retorno à poesia,
publicando textos antigos e outros
mais recentes, mas quase todos bem
atuais e inéditos.
Na obra, Lya convoca-nos a refletir sobre questões do cotidiano, tais
como a relação entre pais e filhos, o
medo da morte, as dificuldades em
aceitar as perdas que, muitas vezes,
nos impedem de ousar e amadurecer.
Representantes da Legião da
Boa Vontade prestigiaram a sessão
de autógrafos que a escritora promoveu na Bienal Internacional do
Livro em São Paulo, ocasião em
que dedicou um exemplar do livro
ao Líder da LBV, com a mensagem:
“Para José de Paiva Netto, com
afetuosa admiração”.

O mundo de dez anos não é
o mesmo de hoje; todos concordamos com isso. E é partindo
desta premissa que o Dr. Içami
Tiba, psiquiatra há 38 anos,
publica uma versão atualizada
e revisada da obra Disciplina,
limite na medida certa: Novos
Paradigmas. Nela, o escritor
analisa o que há de novo no universo educacional e, com isso,
pretende ajudar pais e professores a exercer sua autoridade
sem culpas, com segurança e
bom senso.
Durante o relançamento da
obra, o autor enviou um autógrafo ao dirigente da Legião da
Boa Vontade, escrevendo: “Ao
Mestre e Guru Paiva Netto, o
meu maior carinho no abraço
de amizade e admiração. Içami
Tiba”.

Paiva Netto, como grande profissional que é, tem seguido à risca esse
mandamento. A BOA VONTADE
é referência de qualidade. (Roberto
Gomes, apresentador da TV Imigrantes e graduando em Jornalismo
no Instituto de Educação Superior
São Francisco de Assis, de Teófilo
Otoni/MG)

50 anos de Legião da Boa
Vontade.

Paiva Netto agradece
milhares de manifestações
que chegam do Brasil e do
Exterior, pela passagem de
seu aniversário e por seus

Paraguai — Assunção: Alisson
Bello e família; Luis Carlos Marquiza
de Paula. Argentina — Buenos Aires:
Andres Pablo Carvalho Gaspar; Angelina, Daniel e Agustina Franchi; Cecilia

Na impossibilidade de publicar
todos os e-mails e cartões, relacionamos, nesta edição, nomes
daqueles que encaminharam seus
votos ao nosso Presidente. Os
demais serão contemplados nos
próximos números da Revista
BOA VONTADE.

BOA VONTADE
Moacyr Scliar, consagrado
médico e escritor gaúcho,
membro da Academia
Brasileira de Letras e colunista
dos jornais Folha de S. Paulo
e Zero Hora, durante a Bienal
do Livro na capital paulista.
Cava; Florencia Maria Carvalho Gaspar;
Graciela Gavilan; Elizabeth Myriam
Buhanna; Fabio Paz; Laura Leone; Luci,
Edson e Juliana Teixeira; Moises Franchi
e Roseli Garcia; Renato Antonio Franchi;
Shirley Gaspar de Alvarenga. Estados
Unidos da América — Hyannis/Massachusetts: Jacqueline Barbosa Pereira;
Nova Jersey: Amanda Vieira; Bruna
de Jesus; Claudius Emanuel Malaman;
Deborah de Jesus; Helena Vieira; Joana
Felisbina; Maria da Conceição, Mariana e
Sâmara de Albuquerque Malaman; Vieira
Filho. Bolívia — La Paz: Jusceram
Alves da Silva. Inglaterra — Londres:
Ellen Cristina Silva. Uruguai — Montevidéu: Maciel Ferreira Neto. Portugal
— Porto: Antonio Haroldo Franco da
Rocha e Noys Maria Barcellos da Rocha;
Eduarda Alexandra da Silva Almeida
Pereira; Gabriela Beatriz Soares Marques
da Costa; Luisa Maria; Laura e Elena
Bautista; Maria Manuela Cunha Alves
da Silva Marinho Filipe; Maria Manuela
Raposo Perninha de Melo; Maria Helena
Dias Landeiro de Campos Monteiro; Ma-



BOA VONTADE

Simone Barreto

A Magia
da Educação, de

Arnaldo Niskier
______________
Simone Barreto

O pedagogo, jornalista, acadêmico e escritor, Arnaldo Niskier,
apresenta o seu mais novo trabalho
literário A Magia da Educação,
lançado no último 23 de março,
na Sede da ABL, na capital fluminense. O livro reúne uma série de
crônicas que foram dispostas em
ordem cronológica e por assunto:
Educação, Cultura, Língua Portuguesa, meio ambiente, personalidades e outros.
Na noite de autógrafos, o professor Niskier contou com a
presença de amigos, colegas
acadêmicos e representantes da
Legião da Boa Vontade. A família igualmente se fez presente,
representada pela esposa, dona
Ruth, e a filha Andréia, a qual
relembrou, com carinho, a época
em que ajudou, como psicóloga,
crianças atendidas pela LBV no
Rio de Janeiro.
ria Raquel Ferreira Pereira Simões; Luís
Manuel da Silveira Vieira dos Mártires;
Marco Antonio Carvalho Amaral Semblano; Orlanda Perestrelo; Paulo Daniel
Teixeira de Souza; Paulo Jorge Lopes
Oliveira; Sofia Maria Gomes Organista;
Toni Ricardo Ribeiro.
Brasil — Altinópolis/SP: Leonor
Sachetto Reis. Americana/SP: Izabela
Caroline Lobianco. Araçatuba/SP:
Família Legionária. Araraquara/SP:
Ataíde Alves. Belo Horizonte/MG:
Antonio Fernandes de Almeida; Elvira
Trindade; Equipe de CCVD Guerreiros
de Jesus de Belo Horizonte; Sabrina Damasceno; Isabel da Conceição; Rafael,
Estevão, Wilson Balestra e Marineide
Mendes; Wilma Nery. Biguaçu/SC:
Divino João Dias. Blumenau/SC:
Estevão Duarte Nicolini. Brasília/DF:
Adriana e Danilo Parmegiani; Alexandre

O ilustre acadêmico Arnaldo Niskier na noite
de autógrafos na Sede da ABL

Simone Barreto

Reprodução RMTV

“Paiva Netto é
uma figura
realmente
lendária
nesse
País pelo
trabalho
que tem feito.
Esse trabalho de
divulgação que vocês
estão fazendo se encaixa
perfeitamente no propósito
de melhorar o conhecimento
e a vida das pessoas em
geral.”

Na foto, a simpática esposa do escritor, dona
Ruth Niskier (D), ao lado da filha Andréia.

O autor agradeceu a presença
da equipe da BOA VONTADE e
destacou que sempre lê a revista,
encaminhando ao Líder da Obra
um exemplar do seu título, com a
seguinte dedicatória: “Ao amigo
José de Paiva Netto, com o grande
abraço do Arnaldo Niskier”.
Herculano Cruzeiro Rueda; Amarildo
Clariano Silva; Andreia Aparecida
Carvalho Rossi; Euripidina, Leonardo,
Rafael e Fhanoel; Hideraldo, Irene, Josué
e Rafaela Custódio Fernandes; Jaqueline
Dutra de Carvalho Rodrigues; Kárita
e Enaildo Viana; Lindelma Moreira
Mariano; Marcia Regina Correia Dutra
de Carvalho; Ozaina Barros Cruzeiro;
Paulo Medeiros; Viana Filho; Zenilda
Carvalho Moreira. Cabo Frio/RJ:
Maria das Graças Gonzaga Barbosa.
Campinas/SP: Azarias Carvalho Bento; Antonieta Gadotti Baccari; Juliano
Carvalho Bento; Luiz Rogério Franco
da Silva; Milena Carvalho Bento; Ronei
Ribeiro e família; Rosa Maria Zaganin
Carvalho Bento. Campos Altos/MG:
Joaquina Maria da Cruz. Catalão/GO:
Joaquim José, Luciana e Thiago Viana.
Cuiabá/MT: José Maurício Vitro.
Super RBV é escutada
na Finlândia

registrou Makelainen em um e-mail,
ao qual anexou um trecho da gravação
do sinal que recebeu naquela data.
Ao término da mensagem, escreveu:
“Desejo à Super Rede Boa Vontade
de Rádio os maiores êxitos e espero
ter brevemente notícias”.

Curitiba/PR: Alexandrina Tobias Castilho Francisco; Denise Dreyer. Duque
de Caxias/RJ: Balbina Luiz Amorim e
família. Feira de Santana/BA: Ana Cerqueira. Florianópolis/SC: Cenira Marquiza Moreno; Sergio Antenor Morello;
Thiago Felipe Morello; Walter, Maria do
Carmo, Rosiane e Daiane Bigas. Foz do
Iguaçu/PR: Aparecida e Célio Bianchi.
Franca/SP: Nilza Aparecida Goulart
Tardivo. Goiânia/GO: Ângela Maria
Oliveira Sussai e família; Cesar Divino de
Santana; Joílson Aparecido Nogueira de
Oliveira; José Natalino Lahr; Mauro Rodrigues Lima; Nilda Lacerda de Santana.
Ipatinga/MG: Álida Cristina Alves dos
Santos; José Justino de Souza e Leonor
Melquíades de Souza. João Pessoa/PB:
Luis Edy Merlino. Joinville/SC: Ivair
Gomes. Jundiaí/SP: Lucélia, Gabriele
Elisa, Giovanna Victoria e Alvino Barros.
Juiz de Fora/MG: Equipe Legionária.
Maringá/PR: Fernando Antonio Sales;
Genésio Braga; Lorival Soares e família;
Vilma da Silva Araújo. Mesquita/RJ:
Guilherme Cardozo. Montes Claros/
MG: Elionai Ferreira Mendes. Morrinhos/GO: Anderson Sussai. Natal/RN:
Adriana Marques de Paula; Ana Paina da
Silveira; Anyelle Silva Pereira; Arivaldo
Silva de Oliveira; Eliel Verber da Silveira;
Francineide Moreira de Lima; Francisca
Oderlania Leite Galdino; Francisca
Paula Santiago; Francisca Silvana de
Lima; Francisco Elias Melo; Gislaine

Leite Galdino; Hydelan Karppegiane
Silva de Souza; Janaína Batista Silva de
Lima; Janete Aires da Costa Paiva; José
Josemar Galdino; José Wellington do
Nascimento Lopes; Lidiane Ribeiro da
Silva; Luciana Alves Rocha; Luís Carlos
Mendes; Maria Eliane da Silva; Maria
Núbia da Silva; Mary Rady; Melícia
Pereira do Nascimento Medeiros; Paulo
Radi; Silvaneide dos Santos Silva; Suely
de Souza Pereira; Washington Vitoriano
Fonseca; Wendy Wronski Radi; William
Wronski Radi. Niterói/RJ: Simone
Barreto, Marlete, Joaquim Barreto,
William e Gabriel Barreto; Palmas/TO:
Fátima Alves; Donizeti José Alves;
Aline Francisca Alves; Alziro Valério
Borges Alves. Patos de Minas/MG:
Simonia Mendes; Vanessa Severino;
Cleusa Maria; Cleonice Dias; Eneuma
Marisa. Pelotas/RS: Equipe Legionária.
Petrópolis/RJ: Cláudia Isabel de Paula;
Equipe Legionária. Piracicaba/SP:
Cláudia Fernanda Oliveira; Soldadinhos
de Deus. Poços de Caldas/MG: Josué
Augusto, Zora Neusa, Carlos Augusto
e Lucas Paulo Gimenes Álvares; Lucia Helena Paulino; Terezinha Carrijá
e família. Ponta Grossa/PR: Diva
Francisco Gregório Maricato. Porto
Alegre/RS: Helena Maria Figueiredo
Caetano; Humberto Cassuriaga Costa;
Maria Isabel Borges; Solange Cassuriaga Costa; Família Legionária do Rio
Grande do Sul.

Arquivo pessoal

Daniel Trevisan

O jornalista da Companhia de
Radiodifusão Finlandesa, a maior do
país, Mika Makelainen (na foto com
a esposa e seus filhos) empenha-se,
desde 1980, em escutar emissoras de
rádio estrangeiras e, para isso, utiliza
um receptor com antena de fio simples. Em suas experiências, já captou
o sinal de programações de 202 países.
Há pouco, iniciou sua procura por
estações da América do Sul e, no dia
1º de janeiro, teve a grata satisfação
de acompanhar em Vantaa (próximo
a Helsinque, capital da Finlândia), a
Super Rede Boa Vontade de Rádio AM
1230 de São Paulo/SP. “Fiquei muitíssimo contente ao ouvir a emissora”,

Registro
Leci Brandão agradece à
BOA VONTADE.
Estávamos finalizando esta
edição quando tivemos o prazer de
tomar conhecimento do carinhoso
recado enviado pela cantora Leci
Brandão, cuja foto e destaque
sobre sua entrevista estamparam
a última capa. Disse a estimada
Leci: “Recebi a revista e simplesmente adorei, porque está fiel
ao que falei. Vocês não mudaram
absolutamente nada. Fizeram o
trabalho com a maior dignidade.
Isso me emocionou. A  revista está
muito bonita”.
A intérprete comentou as palavras do dirigente da LBV sobre
sua pessoa, que entre outras coisas
enaltece o fato de ela“saber defender seus pontos de vista e interesses
com classe. É o tipo de mulher que
o Brasil precisa exaltar”. Ao que
a artista retribuiu: “Paiva Netto,
eu achei muito carinhoso o seu
recado e agradeço. (...) Estou encaminhando a revista para todos
os meus amigos. Outro dia, uma
amiga minha que mora em Toronto,
no Canadá, viu o clipe da música
Se Deus deu tudo, que gravei no
Instituto de Educação da LBV (pela
Rede Mundial de Televisão). (...)
Ela assistiu e me ligou para falar.
Um beijo, Paiva Netto, obrigada!”,
finaliza a sambista.

BOA VONTADE
Índice

Ao Leitor
O futebol que encanta os pensamentos desde a mais tenra idade
torna-se, com o passar do tempo, de
brincadeira inocente a uma paixão.
Aliás, neste ano de Copa do Mundo
na Alemanha, esse amor está à flor da
pele. Afinal, é com a bola que surgem
todas as jogadas, das mais simples até
a virtuosa, a verdadeira arte. Pensando
nisso, os anfitriões da festa capricharam. Na final, em 9 de julho, em
Berlim, a bola de futebol terá gomos
dourados e nome: “Teamgeist Berlim
(o espírito do time, uma alma só)”.
A nossa Seleção (e conte aí também
quase todos os brasileiros) sonha em
domar esses gomos de ouro, a fim de
alcançar a mais fabulosa conquista do
futebol mundial: o hexacampeonato.
Mesmo antes da data tão aguardada, nossos esportistas, além da ficha
técnica invejável, alçaram vôo maior
e já conquistaram o coração do Povo,
abraçando com a classe artística a
Campanha LBV — Fiz um Gol pela
infância brasileira. A iniciativa é o
tema de capa da Revista BOA VONTADE e está a pleno vapor, como se
pode ver em “Especial”. É bom dizer
que, graças a este trabalho, feito há
tanto tempo, muitas crianças e adolescentes puderam ser amparados,
educados e cresceram sabendo que o
Esporte, quando praticado com Amor
e respeito ao Ser Humano, pode tornar
homens e mulheres verdadeiros cidadãos ecumênicos.
Da magia do futebol, viajamos para

o campo da literatura, mais precisamente dos craques da letra, a exemplo do
escritor e jornalista Paiva Netto, que
teve a obra As Profecias sem Mistério
lançada pela Editora Elevação em
formato pocket. Aliás, o dirigente da
Legião da Boa Vontade fez outros gols
de placa, como a construção do Centro
Educacional, Cultural e Comunitário,
na cidade do Rio de Janeiro/RJ, que
completou 10 anos no último 2 de
março (Leia matéria na editoria “Educação”). Esta ocasião também é marcada por celebrar o aniversário do Líder
da LBV, que, neste 2006, completou
65 anos de vida e, em junho próximo,
festejará meio século de trabalho na
Instituição. Pelos ensejos dessas datas,
registramos, aqui na BOAVONTADE,
demonstrações de carinho, do Brasil e
Exterior, endereçadas a ele.
Para fechar esta edição, recheada
do espírito desportivo, nada melhor
que conferir a entrevista do lendário
apresentador do Apito Final, da Rede
Bandeirantes de Televisão, Luciano
do Valle (“Perfil”), responsável pela
cobertura de Oito Copas.
Boa leitura!
Da Redação

Reflexão do mês

“Não se constrói uma Pátria
cuidando apenas dos corpos
dos seus cidadãos. É preciso
não esquecer o Espírito, porque
o corpo sem ele é o cadáver.”
(Paiva Netto)

BOA VONTADE
ANO XXIV • Nº 211 • março de 2006

BOA VONTADE é uma publicação mensal das
IBVs, editada pela Editora Elevação.
Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no
livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e
Documentos de São Paulo.

Diretor e Editor responsável

Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenador de equipe
Gerdeilson Botelho

Revisão
Equipe Elevação

Arte
Projeto Gráfico: Alziro Braga

Capa
Fotomontagem: Alziro Braga
Fotos: Daniel Trevisan
Foto do Luciano do Valle: João Periotto

Produção
Endereço para correspondência:
Av. Rudge, 938 — Bom Retiro
CEP 01134-000 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9
CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com
E-mail: info@boavontade.com
Impressão: Editora Parma
A Revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos
assinados.

Edição nº 211
4 Cartas
8 Ao Leitor
10 Literatura
11 Coluna do Garotinho
12 Responsabilidade
Social
14 Cultura — Arte na Tela
16 Saúde

20 Entrevista
24 Samba e História
26 Balanço Social
28 Capa
35 Ecumenismo
38 Educação
43 Melhor Idade
45 Ação Jovem LBV

48 Soldadinhos de
Deus
50 Bienal do Livro
56 Opinião
60 Acontece
62 In memoriam

Fr
28

Capa

Brasil busca o hexa na Alemanha

11

Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Coluna de Esportes
Os donos do futebol

12

Responsabilidade
Social
Parceiros
empreendedores

56

38

Opinião
Lágrimas do
silêncio

20

Educação
Qualidade
no Ensino

14

Cultura — Arte
na Tela
Museu Vale do Rio
Doce

16

Saúde
Desnutrição na
infância pode provocar obesidade

Portal BOA VONTADE: www.boavontade.com

50

Entrevista
Oito Copas e oito
Olimpíadas: fala,
Luciano do Valle!

Bienal do Livro
Cresce a procura
por livros
Literatura

Erico Verissimo

— histórias e curiosidades

Leonardo Posich

O ensejo do centenário de nascimento do
escritor Erico Verissimo
(1905-1975), em 17 de
dezembro de 2005, fez
com que o escritor Aimberê Araken Machado
concluísse o projeto de
homenagear o consagrado romancista gaúcho e,
de certa forma, poder se
redimir de seu passado, pois quando
estudante simplesmente ignorou os
escritos de Verissimo por ideologia.
Tudo porque o autor de O Tempo e
o Vento foi chamado de reacionário
pelas esquerdas da época, por ter viajado duas vezes aos Estados Unidos
na década de 1950.
Em Erico Verissimo — Cruzando
os Caminhos do Tibicuera, Machado
traz histórias e curiosidades de seu
biografado, além de farta e substanciosa produção literária de Erico.
Durante o lançamento, em Florianópolis/SC, no fim de fevereiro,
Aimberê autografou a obra ao dirigente da Legião da Boa Vontade,
com as seguintes palavras: “Ao Dr.
Paiva Netto — Presidente da LBV,
com um abraço cordial do autor”.
[L.S.M.]
10

BOA VONTADE

A psicóloga Lídia Weber, que
palestrou durante a terceira edição do
Fórum Internacional Permanente dos
Soldadinhos de Deus, da LBV, no
Terceiro Milênio (Veja reportagem
fotográfica na p. 58), realizado em 4
de março, é a autora de Eduque com
carinho — Para pais e filhos. A obra
apresenta — por meio de reflexões,
histórias, exercícios, humor e poesia
— o que há de mais recente em pesquisas científicas sobre educação de
filhos e uma nova abordagem chamada disciplina positiva. Vale ressaltar
o currículo de Lídia, que é professora
e pesquisadora do Departamento de
Psicologia da Universidade Federal
do Paraná (UFPR); especialista

em Antropologia Filosófica  e em
Origens Filosóficas e Científicas da
Psicologia; mestra e doutora em Psicologia Experimental pelo Instituto
de Psicologia da Universidade de
São Paulo (USP).
A autora deixou um recado carinhoso ao Diretor-Presidente da LBV
e ao Soldadinho de Deus Emmanuel
Adolfo Rueda de Paiva. Registrou
nas dedicatórias: “Caro Paiva Netto,
afeto é fundamental em nossa existência. Um abraço com admiração pelo
seu trabalho”. E “Para Emmanuel,
com um beijo! Lídia”. [L.S.M.]

Exercícios rítmicos para
piano, de Almeida Prado
Para ajudar a vida de muitos
professores e estudantes da música de concerto contemporânea,
foi elaborada a Cartilha rítmica
para piano, de Almeida Prado. O
lançamento, em 14 de fevereiro,
na Modern Sound, em Copacabana, Rio de Janeiro, contou com
uma bela apresentação musical
do maestro Almeida Prado e da
pianista Sara Cohen.
O livro, acompanhado com um
CD, foi organizado pelas professoras Salomea Gandelman, de
Práticas Interpretativas da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UniRio), e Sara
Cohen, da Escola de Música da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
Na ocasião, representantes do
compositor Paiva Netto levaram
seu abraço ao ilustre maestro que,

Simone Barreto

Leonid Streliaev

Livro incentiva
parceria entre pais
e filhos

Hosana Sessic

Literatura

além de agradecer a gentil lembrança, relembrou trabalhos que
fizeram juntos, a exemplo do CD
Sinfonia Apocalypse, que Paiva
Netto compôs com ele. A obra, que
contou com a interpretação do Coro
e Orquestra da Rádio Nacional da
Bulgária, obteve reconhecimento
internacional.
Almeida Prado registrou em um
exemplar de sua cartilha: “Ao grande
amigo José de Paiva Netto, em Jesus,
a nossa perene amizade”. [S.B.]
Felipe Freitas

Coluna do Garotinho

Os donos do

M

futebol

uitos me perguntam
sobre a renovação do
futebol brasileiro. São
pessoas habituadas a
ver o Santos vender um Robinho e
imediatamente lançar outro; acostumadas com o Flamengo negociando
seus craques para escalar atletas do
mesmo nível (ou melhores ainda),
feitos em casa.
Entretanto, ao que parece, vivemos um momento de entressafra.
Nossos craques ainda são os mesmos e jogam no Exterior. Na falta
de novos Ronaldinhos (Gaúcho ou
Fenômeno) e Kakás, a solução tem
sido importar dos países vizinhos.
Não que jogadores do quilate de
Tevez, Petckovic, Mascherano e
outros não sejam bem-aceitos, mas a
nossa cultura futebolística não possui
esse hábito. É certo que, na história,
houve um ou outro estrangeiro brilhando nos gramados do Brasil, mas
sempre foram exceções. Hoje, estão
virando regra.
Os clubes não mostram mais a
mesma velocidade para repor as
peças perdidas. Mesmo tradicionais
formadores de craques, como São
Paulo, Fluminense e Cruzeiro, não
conseguem acompanhar a rotina das
negociações.
Tão logo aparece num clube para
treinar, o candidato a jogador — menino ainda — já tem seu empresário.
Se não tem, aparece um. E basta
marcar um bonito gol no treino, fazer
uma jogada mais vistosa e lá se vai
o garoto ser apresentado aos clubes

do Exterior como uma mercadoria
valiosa, que só dará lucros ao próprio
empresário.
Muitas vezes, o menino nem
chega a vestir a camisa de seu clube.
Ainda nas divisões de base é levado a
pegar um atalho, saindo do caminho
tradicional. Sequer dá ao time que
o recebeu algum retorno, seja em
produção ou financeiro.
E o clube? Bem, aquele que o
amparou, que teve gastos com ele,
que o alimentou, que lhe deu acompanhamento médico, psicológico e
o fez crescer como atleta, esse não
leva nada. Quando muito, o chamado
cala-boca, uns minguados trocados.
Esse tem sido o dia-a-dia dos
clubes brasileiros. Investir, formar e
entregar seus candidatos a craque de

mão beijada para o enriquecimento
de empresários e equipes internacionais.
Quando se falou em profissionalismo no futebol, em clube-empresa, o torcedor pensou que seu
time do coração fosse se fortalecer,
se tornar pelo menos competitivo.
Mas, na verdade, o que aconteceu
foi o crescimento dos empresários,
que se tornam cada vez mais poderosos, enquanto os clubes vão
minguando.
A continuar esse panorama, não
vai demorar muito para o desaparecimento de algumas equipes. É preciso
estar atento a isso. Ou protegemos
mais nossos times ou estaremos
matando a galinha dos ovos de ouro
dos esportes.

fotomontagem

José Carlos Araújo é locutor
esportivo da Rádio Globo do
Rio de Janeiro/RJ

BOA VONTADE

11
Responsabilidade Social

Parceiros empreendedores
A nobre empresária
Milú Villela entrega
Selo de Organização
Parceira
ao Instituto de
Educação José de Paiva
Netto, que atende mais
de 1.200 crianças,
jovens e adultos, em
situação de risco social
e é mantido pela Legião
da Boa Vontade.

O

Instituto de Educação
José de Paiva Netto
(IEJPN), na capital paulista, recebeu o Selo de
Organização Parceira 2006 do Centro de Voluntariado de São Paulo
(CVSP). A cerimônia ocorreu no Itaú
Cultural, em 9 de março, e foi conduzida pela nobre empresária Milú
Villela, Presidente do CVSP, do
Faça Parte (Instituto Brasil Voluntário), do Museu de Arte Moderna
(MAM) de São Paulo e da Associação Comunitária Despertar.
Ela também é Embaixadora da
Boa Vontade da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).

________________
Danilo Parmegiani
Fotos: Daniel Trevisan

Com validade de dois anos,
a honraria é conferida apenas a
organizações cadastradas e que
mantêm uma parceria ativa com o
CVSP. Para Milú Villela, “o Selo
de Organização Parceira é uma
oportunidade única de destacar a
atuação e os resultados do envolvimento de milhares de pessoas
que formam a grande rede da ação
voluntária”.
O IEJPN foi qualificado dentro
dos critérios da homenagem, a qual
é direcionada às organizações sociais
que desenvolvem programas de voluntariado estruturados, consistentes
e transformadores. Uma das mais
expressivas unidades educativas criaInstituto de Educação da LBV
Av. Rudge, 700, Bom Retiro
São Paulo/SP.

12

BOA VONTADE
Danilo Parmegiani

A pedagoga Suelí Periotto (E),
representante do Instituto de
Educação da LBV, ao lado da
empresária Milú Villela.

das pela Legião da Boa Vontade, o
estabelecimento de ensino destaca-se
pela efetiva ação modificadora da
vida de milhares de crianças e de
adolescentes em situação de risco
pessoal e social, além de desenvolver uma proposta pedagógica
inovadora de formação do Cidadão Ecumênico. “Aqui se estuda.
Formam-se Cérebro e Coração”
é um pensamento do Diretor-Presidente da LBV, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, e serve
de lema a este e outros centros de
ensino que a Instituição mantém
pelo Brasil.
A homenagem foi entregue a
outras valorosas entidades, que
igualmente demonstram comprometimento com o exercício consciente da Solidariedade e da cidadania, por meio do voluntariado.

Atendimento — A modelar unidade de ensino dispõe de três salas
para cada série do ensino fundamen-

“O Selo de Organização
Parceira é uma
oportunidade única
de destacar a atuação
e os resultados do
envolvimento de milhares
de pessoas que formam
a grande rede da ação
voluntária.”
Milú Villela
tal e duas para cada série do ensino
médio. Oferece também, no período
noturno, alfabetização para jovens
e adultos, além do curso Normal

(antigo Magistério). Os alunos têm
acesso a laboratórios (de química,
física, biologia e informática) bemequipados e infra-estrutura de ponta,
com quadras poliesportivas; biblioteca; brinquedoteca e ambientes para
artes, inglês e expressão corporal.
Eles desfrutam de ampla praça,
com jardins bem-cuidados e árvores
frondosas.
Há de se ressaltar a integração de
crianças e jovens em diversos setores, como pedagógico, nutricional,
psicológico, de serviço social, de
saúde e de comunicação. Isso contribui efetivamente para a melhoria
da qualidade de vida dos estudantes.
Há treinamentos na área de esportes;
excursões culturais; atividades extracurriculares; atendimento ambulatorial médico e odontológico, sempre
orientados por profissionais.

BOA VONTADE

13
Cultura — Arte na Tela

Museu Vale do

Rio Doce

Divulgação

Marta Jabuonski, curadora da Galeria
de Arte do Templo da Boa Vontade.

Imagem da exposição de
Eduardo Frota

14

BOA VONTADE

M

aria-Fumaça, trolley,
telégrafo, vagão de madeira, fotos, documentos, equipamentos e ferramentas de trabalho. Uma maquete
com locomotiva em movimento,
reproduzindo o ambiente natural das
ferrovias. Por onde quer que se olhe,
tudo nos faz lembrar as estradas de
ferro e trilhos que, no início do século passado, ajudaram a desbravar
sertões e estimular o nascimento
de vilas e municípios, construindo
sonhos e realidades. Atualmente permite que por eles passem milhares de
passageiros com diferentes histórias
de vida.
A antiga estação Pedro Nolasco
era a porta de entrada da cidade de
Vila Velha/ES. Hoje é a sede do Museu Vale do Rio Doce, inaugurado em
15 de outubro de 1998, resgatando a
memória centenária da Estrada de
Ferro Vitória a Minas. O projeto museológico é de Maria Clara Medeiros Santos Neves e reflete a relação
da ferrovia e o desenvolvimento
socioeconômico de Minas Gerais e Espírito
Santo.
A construção imponente em estilo
neoclássico
e art nouveau está
localizada
na margem da
baía de

Vitória, no município de Vila Velha/ES. Ocupa uma área de 1.183
metros quadrados distribuídos em
três pavimentos.
O designer
Ronaldo Barbosa é responsável
pelo projeto museográfico da exposição permanente e também atual
diretor, e recebeu a
equipe de reportagem da revista BOA VONTADE.
Além de responder com entusiasmo
e simpatia às perguntas, falou da
importância da preservação histórica
do lugar e da produção artística contemporânea.

Revista BOA VONTADE —
Desde que foi fundado, qual é
o objetivo do museu?

Ronaldo Barbosa — O Museu
Vale do Rio Doce foi concebido
com o objetivo de unir a história
do passado ao contemporâneo. A
composição do espaço conta com o
museu histórico, exposição permanente e retrata a trajetória da Estrada
de Ferro Vitória a Minas e o núcleo
de arte contemporânea, que ocupa
uma sala da estação; um galpão que
anteriormente guardava sacas de
café em grãos, que eram colocadas
em navios, espaço que permite abrigar qualquer tipo de intervenção,
um local específico em que o artista
é convidado a produzir seu trabalho
em função do espaço, o que nos tem

Reprodução RMTV

João Preda

Retratos do Tempo
Divulgação

Antiga estação
Pedro Nolasco

possibilitado significativas exposições, como a do Eduardo Frota,
cuja proposta se inclui nos nossos
objetivos, ou seja, o trabalho com a
comunidade que nos cerca.

contexto, produzindo trabalhos e
sentindo-se cidadãs.

BV — Qual é a contribuição
social do museu?

Ronaldo Barbosa — Existia
uma demanda legítima da cidade.
As grandes exposições itinerantes
não passavam por aqui. Ficavam no
Rio de Janeiro, São Paulo e depois
Salvador, Recife, enfim. Nós não tínhamos um lugar que pudesse abrigar
tais exposições. Hoje estamos criando
eventos próprios que podem se tornar
itinerantes para outros Estados. É
importante frisar que não estamos
ligados diretamente ao eixo Rio-São
Paulo, mas em uma realidade diferente, uma conversa entre Brasis, ou
seja, trazer artistas de todas as regiões
brasileiras.

BV — Como é o envolvimento
da comunidade com as
montagens das exposições?
Serviço
Museu Vale do Rio Doce

Fachada do museu

Pátio da Antiga Estação Pedro
Nolasco, Vila Velha/ES.
Telefone: (27) 3246-1443.
Horário de funcionamento: de
terça a quinta-feira, das 10 às
18 horas; às sextas-feiras, das
12 às 20 horas; e nos fins de
semana, das 10 às 18 horas.

Divulgação

Ronaldo Barbosa — Recebemos, em média, 3.500 crianças para
visitas monitoradas e organizamos
um programa de arte e educação,
oferecendo workshops sobre todas
as exposições do museu. Ele está
inserido em um bairro periférico da
Grande Vitória e os seus freqüentadores são de classes B, C e D. Existe
também uma participação muito
grande dos alunos da Universidade
Federal do Espírito Santo e das particulares, dos cursos de Design, Arte e
Arquitetura. A contribuição do museu
como função estética para a cidade,
reflexão e diálogo é muito grande,
pois permite que o passado e o presente se encontrem no mesmo espaço
físico. E isso, com certeza, vai gerar
mudanças. Exemplo: a exposição da
Lígia Clark refletiu positivamente
nos trabalhos dos alunos das universidades. Ficamos muito felizes com
isso porque desmistifica essa questão
de que a arte contemporânea é um
tema de elite. Estamos mostrando
o contrário. As crianças das escolas
públicas sentem-se inseridas neste

BV — Por que a arte
contemporânea foi
contemplada nesse museu?

Ronaldo Barbosa — É uma
atividade bastante interessante e
faz parte do nosso projeto social,
como falamos anteriormente. A
montagem da exposição do Eduardo Frota, por exemplo, durou
um mês e absorveu o empenho de
15 funcionários; ele trouxe cinco
e o restante nós chamamos da
comunidade para participar. Vieram jovens de Cariacica, Campo
Grande, Rio Marinho e Argolas,
jovens da Casa do Menino, que
fica aproximadamente a 60 metros daqui, e estudantes das nossas
universidades. O trabalho não se
limitou apenas à montagem, mas
à concepção, elaboração, design e
carpintaria (a arte de Eduardo Frota
é em madeira). Isso é muito interessante porque estamos gerando
mão-de-obra especializada, que,
além de trabalhar no museu, presta
serviços para particulares e estende
conhecimentos específicos para os
moradores locais.

BOA VONTADE

15
Saúde

Desnutrição
na infância pode provocar

obesidade
Estudos mostram que a doença aumenta cada vez mais entre as populações de menor renda.
Distúrbios orgânicos e má alimentação são alguns dos fatores responsáveis.

_______________________
Fonte: Ministério da Saúde

O

desnutrido de hoje poderá
ser o obeso de amanhã. É
o que dizem especialistas.
Eles garantem que obesidade não é só doença de rico. Famílias de baixo poder aquisitivo estão
expostas ao problema, que também é
de natureza social e pode ter relação
com a desnutrição na infância. De
acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) no período de julho
de 2002 a junho de 2003, com o apoio
do Ministério da Saúde, em adultos
acima dos 20 anos, 38,6 milhões de
brasileiros estão acima do peso. Desses, 10 milhões são obesos.
Para a coordenadora da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Maria
de Fátima Carvalho, o estudo é
relevante e não pode ser interpretado equivocadamente: “A pesquisa
publicou dados sobre a população
adulta. Esses dados trazem médias
nacionais que podem encobrir dife16

BOA VONTADE

renças importantes de gênero, raça e
estado fisiológico. Essas tendências
precisam ser investigadas”.
A coordenadora destaca estatísticas do estudo que mostram que as
mulheres mais pobres, em idade fértil,
têm maior prevalência de desnutrição
e, portanto, podem gerar crianças
de baixo peso, com maior risco de
morrer no primeiro ano de vida. Segundo ela, esse quadro indica que a
deficiência na alimentação continua
a ser problema no Brasil. Somado a
isso, informações de pesquisas ante-

riores ainda revelam prevalência alta
de desnutrição crônica em crianças
menores de 5 anos, resultado de exposições freqüentes à fome e às doenças
infantis desde o nascimento.
A diminuição da desnutrição na
idade adulta e o aumento do número
de obesos é uma tendência no Brasil
desde meados da década de 1980
e caracteriza o que os especialistas
chamam de transição nutricional.
“Isso é conseqüência do aumento
da expectativa de vida, associado às
mudanças nos padrões tecnológicos,
culturais e sociais e no estilo de vida,
mas não significa que o País resolveu
o problema da fome”, ressalta Maria
de Fátima. “Em um domicílio onde
moram obesos podem existir crianças desnutridas. É necessário acabar
com a concepção de que o problema
da obesidade é da classe rica. Hoje
ela acomete todas as classes sociais”,
reforça.
Na opinião de Maria de Fátima, a
coexistência entre o peso excessivo e
insegurança alimentar e nutricional
Alamy Images

em uma mesma família desperta
perguntas sobre a associação entre
fome e obesidade. “Como explicar
que indivíduos que não possuem
dinheiro necessário para a alimentação podem apresentar excesso de
peso?”, questiona. A coordenadora
lembra que em outros países estudos
demonstraram essa relação e apontaram que, entre as mulheres, altas
taxas de obesidade associam-se à
desnutrição, à pobreza e ao baixo
nível de escolaridade.
“No Brasil ainda não temos estudos que expliquem com clareza esse
paradoxo. Precisamos compreender
a situação e assegurar intervenções
governamentais que incluam a prevenção e o declínio da obesidade”.
A opinião de Maria de Fátima é
compartilhada pelo coordenador do
Comitê Permanente de Nutrição das
Organizações das Nações Unidas

(ONU) no Brasil, Flavio Valente,
que encara a pesquisa do IBGE como
um alerta às conseqüências da fome.
“A pesquisa não trouxe novidades
positivas, como muitos alardearam.
Hoje, cerca de 40% das mulheres em
idade fértil sofrem de anemia”, explica. Valente recorda que o combate à
desnutrição infantil começa desde a

“É necessário acabar com
a concepção de que o
problema da obesidade
é da classe rica. Hoje ela
acomete todas as classes
sociais.”
Maria de Fátima,
coordenadora da Política
Nacional de Alimentação e
Nutrição do Ministério da
Saúde.

gravidez. Por isso, as mulheres necessitam de atenção especial. Estudos
científicos demonstram que a criança
que sofre de desnutrição até os 2 anos
tem o seu metabolismo afetado. Essa
disfunção faz com que no futuro
ela tenha tendência a desenvolver a
obesidade.
Obesidade: hábitos e custos — Além de distúrbios orgânicos, outros fatores apontados pela
coordenadora do Ministério da
Saúde podem explicar as tendências, como as mudanças no padrão
alimentar e no estilo de vida. Para
famílias de baixo poder aquisitivo,
o custo de compra de alimentos de
baixa qualidade nutricional e elevada densidade energética — encontrados a preços mais acessíveis
em supermercados, lanchonetes e
bares — torna-se a opção possível. Isso dificulta a aquisição de

BOA VONTADE

17
Saúde

produtos mais saudáveis, como
verduras, frutas, legumes e carnes
magras, que têm custo relativamente mais alto. Com a falta de
tempo, de dinheiro e de informação adequada, as pessoas trocam
pratos saudáveis por refrigerantes
ricos em açúcar, alimentos industrializados, sanduíches e salgados.
“Hoje o consumo de açúcar do
brasileiro é muito maior do que
deveria. Assim também é o consumo de outros alimentos com alto
teor de gorduras”, alerta. Nesse
caso, segundo Maria de Fátima,
ricos e pobres são afetados.
Vale sempre lembrar que estar
acima do peso significa expor-se a
uma série de problemas de saúde.

18

BOA VONTADE

Pessoas obesas sobrecarregam a
coluna e os membros inferiores. A
longo prazo, tendem a apresentar
degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos
e tornozelos. Os gordinhos também são mais vulneráveis a uma
série de doenças ou distúrbios,
como hipertensão, alguns tipos de
câncer, diabetes e doenças cardiovasculares.
Segundo Maria de Fátima,
nos últimos dois anos o Governo vem dando enfoque maior à
questão alimentar, ao discutir
e promover uma série de ações
no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS) e entre os diversos
setores do Poder Executivo.

Mais recentemente, esse trabalho
tem se adequado às diretrizes da
Organização Mundial de Saúde
(OMS) que obedece a três eixos
estratégicos. O primeiro é o
incentivo ao consumo regular
e em quantidades apropriadas
de verduras, legumes e frutas,
como elemento da alimentação
saudável, que diminui os riscos
de se adquirir doenças crônicas
não-transmissíveis, entre elas a
obesidade. O segundo é utilizar a
escola como espaço de promoção
desse hábito e, por último, criar
ações que regulem a publicidade
de alimentos infantis e a comercialização deles nos estabelecimentos de ensino.
Entrevista
Ecumenismo

Bate-bola com

Luciano

do Valle
João Periotto

Com um currículo de oito Copas e oito
Olimpíadas, o apresentador do Apito
Final, da Band, fala de sua carreira e
responsabilidade social do Esporte.

“Ganhei todo tipo
de prêmio, o que é
um incentivo, não
só para mim, mas
para a profissão.
O jornalista
esportivo precisa
ter um estímulo,
porque é uma
profissão séria.
Os prêmios são
recompensas para
não deixar o nosso
campo fechar.”

20

BOA VONTADE

J

á no clima que antecede a
Copa do Mundo de Futebol,
que ocorrerá entre 9 de junho
e 9 de julho na Alemanha, a
Revista BOA VONTADE se veste
de verde-e-amarelo e entra na torcida para a nossa Seleção, trazendo
a entrevista de um dos mais conceituados narradores e comentaristas
esportivos do Brasil: Luciano do
Valle, apresentador do Apito Final, da
Rede Bandeirantes de Televisão. Ele
recebeu nossa equipe de reportagem
na redação da TV Band, momentos antes de entrar ao vivo em seu
programa, e falou de sua trajetória
profissional, Copa do Mundo, planos
para este ano e a responsabilidade
social do Esporte.
Dono de uma carreira que se
firmou no esforço e na dedicação, o
empresário iniciou a jornada profissional aos 16 anos, mas o interesse
pelo universo esportivo vem desde

_________________
Juliane Nascimento

cedo. “Com 5 anos de idade eu já
irradiava futebol de botão. Pegava os
botões dos casacos da minha mãe e
formava os times. Imagine, isso é um
dom que Deus me deu e a gente foi
tentando aperfeiçoar com o tempo,
foi assim que comecei”, relembra.
Viver do jornalismo esportivo foi
o resultado de uma brincadeira que
começou na infância, em uma época
considerada de ouro no radialismo
esportivo nacional. Sua primeira experiência foi um teste como locutor
comercial na Rádio Cultura, de Campinas/SP. Uma outra oportunidade
apareceu na Rádio Educadora, filiada
à Rádio Bandeirantes de São Paulo,
e que dava uma atenção especial à
cobertura esportiva.
Conforme foi adquirindo experiência e a confiança da equipe,
passou a cobrir a folga dos locutores
do programa até que, no dia 23 de
janeiro de 1962, ele foi escalado para
Arquivo pessoal

Do mesmo modo que as demais
modalidades conquistaram maior
espaço nas transmissões esportivas, a
exigência do profissional aumentou.
Criatividade, conhecimento e estilo
próprio na hora de passar a informação são essenciais e essas qualidades
estão presentes em Luciano do Valle.
Não foi sem motivo que o narrador
recebeu homenagens por diversas
vezes no decorrer de seu trabalho.
“Fico lisonjeado porque o público foi
muito bom comigo. Ganhei todo tipo
de prêmio, o que é um incentivo, não

“O Brasil tem tudo para
chegar lá e disputar
o título. Não existe
nenhuma Seleção que
tenha esse número de
jogadores, com essa
qualidade.”

só para mim, mas para a profissão. O
jornalista esportivo precisa ter um estímulo, porque é uma profissão séria.
Os prêmios são recompensas para
não deixar o nosso campo fechar”. E
completa com humor: “Eu vou para
45 anos de carreira, em janeiro do
próximo ano. Se qualquer cidadão
pode se aposentar depois de 35 anos,
estou com um plus de quase 10 anos.
Mas o que eu gostaria muito é de
colaborar com a nossa profissão”.
Em todo esse tempo, Luciano
compôs um extenso currículo: como
profissional levou a emoção para
a casa dos brasileiros transmitindo
inúmeros eventos esportivos, além
de Copas do Mundo e Olimpíadas.
Aliás, nessas duas últimas competições, o narrador teve a oportunidade
de trabalhar em oito edições de cada
acontecimento. “Fiz Olimpíadas des-

O veterano jornalista esportivo Silvio Luiz (E)
com seu companheiro Luciano do Valle

de 1972, em Munique, na Alemanha.
Estou indo para a minha 9ª Olimpíada: são 36 anos de Jogos Olímpicos.
Essa é a 9ª Copa do Mundo, também
são 36 anos de Copa, fora os campeonatos mundiais, Pan-americanos,
conquistas individuais, como a do
Emerson Fittipaldi, enfim, acho
que tivemos diversas alegrias juntos,

João Periotto

Apresentador recordista

Dezenas de profissionais da Rede Bandeirantes de TV — entre repórteres, cinegrafistas
e comentaristas esportivos — nos estúdios da Band, durante as Olimpíadas de Atlanta
(EUA) em 1996. À mesa, da esq. p/ a dir., Montanaro, Hélio Rubens, Gérson, Luciano do
Valle, Armando Nogueira, Tostão e Paulo Russo.

Arquivo pessoal

integrar a equipe que gravaria o jogo
entre a Ponte Preta e o São Bento, de
Marília/SP. Com o microfone volante
em punho, de dentro do campo, Luciano do Valle fez a sua estréia na primeira transmissão esportiva no rádio.
Daí em diante aquele jovem repórter
transformou-se em um dos mais renomados locutores esportivos.
Do rádio passou também a apresentar Esporte nas telas. “Dei muita
sorte porque peguei uma fase de
transição na televisão. A TV não
acreditava no Esporte e a gente
acabou trazendo o Esporte, principalmente para a Rede Bandeirantes.
Iniciamos um programa dominical,
das 10 da manhã e encerrando às
22 horas. Eram 12 horas de Esporte!
Isso foi uma grande vitória, em que
não só predominava a monocultura
do futebol, mas também os outros
esportes.”

BOA VONTADE

21
João Periotto

Entrevista

“Paiva Netto sempre nos deu
grandes exemplos. Eu visitei
o Templo da Boa Vontade,
acompanho o trabalho e já
fui a várias creches. Ele é um
batalhador e homem de muita
coragem. Todas as campanhas
que são feitas nesse sentido a
gente tem de apoiá-las e estar
junto.”

Templo da LBV — SGAS 915, Lotes 75/76,
Brasília/DF (Brasil). Tel.: (61) 3245-1070.

Nilton Preda

mundo fala nele até hoje. (...) Que o
Brasil tem muita chance de chegar e
de ganhar a Copa, tem sim”.

Esporte é Solidariedade e
Paz

quem estava do lado de lá e eu que
estava do lado de cá”, ressalta, referindo-se à interação com o público.
Animado, Luciano do Valle revelou os planos da Rede Bandeirantes
para a próxima edição do maior evento de futebol do Planeta. “A Copa
será transmitida pelo BandSports,
que é um canal a cabo, com repercussão no canal aberto. Teremos todos
os dias o programa Apito Final, que
já é tradicional às segundas-feiras
e, durante o acontecimento, ele será
feito diariamente. Eu e o BandSports
vamos transmitir os 67 jogos, isto
é, todos do Mundial. Um timaço de
profissionais. Tenho certeza de que o
pessoal vai gostar muito”.
Sobre o resultado da Copa, o empresário arrisca um palpite. “O Brasil
tem tudo para chegar lá e disputar o
título. Não existe nenhuma Seleção
que tenha esse número de jogadores,
com essa qualidade. Isso já aconteceu em 1982 com a própria Seleção
Brasileira, na Espanha, e também
em 1954 com a Hungria, que era
considerada um terror, chegou à final
e perdeu para a Alemanha, mas não
deixou de ser um grande time, todo
22

BOA VONTADE

Luciano do Valle fez questão de
mencionar o valor das práticas esportivas na formação das gerações.
Para ele, “o Esporte não é só responsabilidade social, é um elo entre
as pessoas de várias classes. Ele é o
único elemento que pode juntar essas
pessoas. O Esporte já foi o reconciliador de duas grandes potências:
a antiga União Soviética e Estados
Unidos. Até se criaram os Jogos da
Amizade, porque uma hora os Estados Unidos estavam boicotando a
Olimpíada de um lado; outra hora, a
União Soviética. E o Esporte acabou

Arquivo pessoal

Velhos amigos, Paiva Netto recebe Luciano
do Valle no Templo da Boa Vontade (TBV),
em 20/10/1994.

Luciano do Valle (E) ao lado do comentarista
esportivo da Rede Globo de Televisão Sérgio
Noronha

juntando”, ressaltou Luciano, para
quem “o Esporte é a única arma que
ainda temos para buscar a Paz”.
Por meio dele se conquistam outras vitórias. Prova disso é a grande
mobilização da Solidariedade
Ecumênica que a LBV promove,
valendo-se de campanhas educativas. Uma das frentes de ação da
Obra é levar aos estádios de futebol
e ginásios a mensagem contra o
desrespeito e a intolerância. Esporte
é Vida, não violência! é o slogan que
encabeça a iniciativa, saudada por esportistas, jornalistas e personalidades,
inclusive por Luciano do Valle.
Na entrevista, o narrador enalteceu outra campanha realizada pela
Organização, tradicionalmente a
cada quatro anos, durante a Copa do
Mundo, intitulada LBV — Fiz um
Gol pela infância brasileira (leia
reportagem sobre essa iniciativa na
página 28). “Paiva Netto sempre nos
deu grandes exemplos. Eu visitei o
Templo da Boa Vontade, acompanho
o trabalho e já fui a várias creches.
Ele é um batalhador e homem de
muita coragem. Todas as campanhas
que são feitas nesse sentido a gente
tem de apoiá-las e estar junto.”
Aos leitores, deixou o recado:
“Continuem, sempre que puderem,
colaborando com Paiva Netto e com
a LBV. A gente tem certeza absoluta
de que estará entregando alguma
coisa muito importante na mão de
pessoas que sabem distribuir e que
sabem levar aonde realmente se
precisa”.
Flores

Tropicais
Exuberância, durabilidade e beleza ornamentam os mais diversos
ambientes criando com elegância
e bom gosto arranjos florais naturais. Estamos falando de Flores
Tropicais Brasileiras, plantadas no
norte e no nordeste do País, onde o
clima é adequado para a produção
e seu cultivo dispensa o uso de
defensivos agrícolas, preservando
os recursos naturais e valorizando
a produção ecologicamente sustentável.
Hoje, o Brasil ocupa um patamar de destaque na produção
mundial. Sua biodiversidade proporciona uma boa colheita e o

Estado de Alagoas se destaca
com números impressionantes, 10
milhões de hastes por ano e um
crescimento de 300% em relação
a 2004. Esse crescente mercado
nacional favorece a criação de
novas tendências, desenhos e enfoques para atrair cada vez mais
pessoas para o consumo de flores
que decoram espaços modernos
e atendem a um público cada vez
mais exigente. As flores brasileiras têm um papel determinante,
pois todas as suas características
favorecem a obtenção de um novo
produto com desenho único.
Helicônias, alpinas, ananás,

antúrios, dracenas, pandanus etc.
integram a decoração de grandes
eventos, proporcionando um aumento de consumo nacional que
agrega mais de 50 mil pessoas
gerando emprego e renda em todo
o Brasil. Elas estão criando um
novo cenário brasileiro e, para
conferir, na sua próxima compra,
experimente levar uma flor brasileira para compor a decoração de
sua casa ou seu escritório.
Orlandio Santos
Florista Profissional
Momenthus – Flores e
Presentes

~
Samba e História

“(...) Sou LBV desde criança,
Portela e Flamengo.”

O jornalista e radialista Hilton
Abi-Rihan apresenta o programa
Samba e História, que entrevista
grandes nomes da cultura
nacional. Na Super Rede Boa
Vontade de Rádio (Super RBV),
você pode acompanhar essas
entrevistas aos domingos, às
5, 14 e 20 horas. Pela Rede
Mundial de Televisão (RMTV) é
exibido aos sábados, às 23 horas.
O telespectador pode assistir
também aos domingos, às 15 ou
às 23 horas.

24

BOA VONTADE

D

iz a sabedoria popular que o meio
faz a pessoa. Claro que para toda
regra há exceção. Mas no caso
do sambista e compositor Luiz
Ayrão, neto de maestro e filho de pais que,
nas horas de lazer, se dedicavam a compor
e cantar, uma inclinação para esta arte se
tornou inevitável. Talvez nem os familiares
mais próximos poderiam imaginar que da
timidez do menino que, aos 7 anos, cantava
escondido atrás da porta, nasceria um dos
grandes nomes do samba. “Eu me lembro
que minha avó ia à minha casa, no bairro
de Lins de Vasconcelos, zona norte do
Rio, cantava e tocava violão. Meu prazer
era fazer uma graça para ela. Minha mãe
me dava algumas músicas e eu, muito envergonhado, cantava atrás da porta”, diz
Ayrão na entrevista ao programa Samba
e História.
Na verdade, a graça que começou ingenuamente em casa não demorou muito
para cair no gosto popular. Na adolescência, a vontade de cantar em um programa
de rádio o aproximou de um vizinho
que era pianista. “O Pedrinho
Bevilaqua foi quem me ensaiou. E, pela primeira vez,
cantei Conceição (de Cauby
Peixoto), no programa de
domingo, no Cineac Trianon”. No colégio, não
faltava incentivo

dos amigos que liam as canções escritas
no caderno.
Apesar do gosto pela música, ainda era
cedo para sobreviver exclusivamente dela.
Por isso, trabalhou por muito tempo como
bancário. Em 1966, conseguiu que a música Nossa Canção, de sua autoria, fosse
gravada por Roberto Carlos. “Eu gravei
primeiro com ele uma música chamada
Só por Amor, mas o grande sucesso foi a
badalada Nossa Canção”.
O expediente no Banco rendeu a Luiz
Ayrão um novo amor e, de quebra, mais um
sucesso nas paradas musicais. “Eu queria
namorar uma colega que atendia o público, mas não era permitido pela agência.
Então, nós nos falávamos pelo telefone.
Às vezes, queria conversar, mas ela estava
atendendo os clientes do Banco e eu ficava
danado da vida! Foi daí que surgiu a idéia
de escrever a canção Ciúme de você”. A
música fez tanto sucesso que foi gravada
por Roberto Carlos, Zizi Possi, Maria
Bethânia e pelo grupo Raça Negra.
Grupos atuais e de época não
perdem a oportunidade de
incluir em seus repertórios
uma canção romântica de
Luiz Ayrão. Um exemplo
forte ocorreu no tempo da
Jovem Guarda. “Eu gravei com Renato, do
Blue Caps, com

Arquivo pessoal

Reprodução RMTV

O carioca Luiz Ayrão supera a expressiva marca de 3.500 shows
Wanderléa, Trio Esperança, Golden
Boys e com todo aquele pessoal da
Jovem Guarda”.
Com tanto sucesso nas rádios e
o reconhecimento do público, ficou
difícil conciliar a vida de advogado,
procurador de Banco e sambista.
Pediu demissão, parou com o escritório e seguiu a carreira de cantor. E
não há ressentimentos pela escolha.
“Graças a Deus dei muita sorte e no
mesmo ano estourei com um disco
em que fiz a gravação de um samba
para a Portela”. Em 1974, lançou
Porta Aberta.
Segundo o artista, “tem coisas
que vêm de infância e a gente não
abre mão. Sou LBV desde criança,
Portela e Flamengo”. Na azul e
branco, Luiz Ayrão participou de importantes ensaios com Clara Nunes,
João Nogueira, Agenor e Paulinho
da Viola.
Outro sucesso do cantor e compositor contou com a presença das vozes
infantis. “Eu tinha vontade de gravar
uma música com crianças, mas pre-

“Eu consegui ter uma fé
inabalável. E o Homem
que tem fé não tem medo
de nada. Hoje eu sou um
homem que não tem medo
de nada, tenho fé, mãos
para trabalhar e um anjo
que me ampara.”
cisava ser uma canção que não fosse
nem muito infantil, nem muito séria.
Aí, eu compus O Lencinho e chamei
os Canarinhos de Petrópolis e eles
deram um banho”.
Como se não bastasse o sucesso
como cantor, no começo do ano
2000, Luiz Ayrão também escreveu
sua primeira obra literária, O País
dos meus anjos. Esse livro não é uma
autobiografia do cantor e compositor.
É uma vivência romanceada do Ser
Humano Luiz Ayrão. “Ao longo da
minha vida, recebi toques e mais
toques da Espiritualidade. Coisas
incríveis que, se não fossem reais,
eu não me atreveria a dizer aqui”.
E a experiência de narrar sua ligação

com Deus, os valores da Espiritualidade e como venceu a depressão
despertou em Ayrão um novo amor.
“Eu me apaixonei por Literatura.
Estou amando três coisas: a música,
a Literatura e minha família”. E
igualmente uma segurança que o artista traz no íntimo. “Eu consegui ter
uma fé inabalável. E o Homem que
tem fé não tem medo de nada. Hoje eu
sou um homem que não tem medo de
nada, tenho fé, mãos para trabalhar
e um anjo que me ampara.”
Acostumado com o palco, Ayrão já ultrapassou a expressiva
marca dos 3.500 shows realizados e
o lançamento de 20 álbuns. Recentemente, o compositor apresentou
ao público um trabalho diferente
de todos que já fez, o CD Luiz
Ayrão — Intérprete, contendo 14
clássicos da MPB entre os anos
de 1930 e 1960, com sucessos de
Ary Barroso, Tom e Vinícius,
Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues,
Cartola, Maysa, Pixinguinha,
dentre outros.

BOA VONTADE

25
Balanço Social

Suplantando

metas socioeducacionais
Com relevantes resultados, a LBV contabiliza mais de
4,1 milhões de atendimentos em 2005

S

eguindo os objetivos prioritários marcados desde a
sua fundação (em 1º de
janeiro de 1950), a Legião
da Boa Vontade encerrou mais
um ano com resultado positivo.
A expressiva estatística de 2005
superou novo recorde, registrando
um total de 4.188.946 atendimentos.
Prestando contas ao Povo brasileiro
do que faz, a LBV foi a primeira
instituição filantrópica no País a ter
seu balanço geral auditado por Auditores Externos Independentes (Walter
Heuer), por iniciativa do dirigente
da Obra, José de Paiva Netto, muito
antes de a legislação, que exige essa
medida, entrar em vigor.
Esses números sintetizam o êxito
das ações promovidas pela Legião
da Boa Vontade por meio de suas
várias frentes de trabalho, das quais
destaca-se o programa LBV: Criança
— Futuro no Presente!, que conta
com a Oficina do Saber, Aulas de
Moral Ecumênica, além de serviços
de prevenção bucal, brinquedoteca,
26

BOA VONTADE

corais infantis, recreação e atividades
externas, como passeios e visitas,
beneficiando diretamente crianças e
jovens em situação de risco social.
Na área da Educação, a LBV mantém, nas cinco regiões brasileiras,
modelares centros de ensino, desde
o berçário até o ensino médio.
Outras fortes iniciativas da Instituição são voltadas aos adultos das
comunidades brasileiras em situação
de carência. No ano passado, a Ronda
da Caridade amparou milhares de
pessoas que tiveram a oportunidade
de reintegrar-se socialmente por meio
de cursos, a exemplo do Alfabetização e Educação Geral para jovens e

A Legião da
Boa Vontade encerrou
mais um ano com
resultado positivo. A
expressiva estatística
de 2005 superou novo
recorde, registrando
um total de 4.188.946
atendimentos.

Fotos: Arquivo BV

__________________
Luiz Carlos Lourenço

adultos, das oficinas para geração de
renda, capacitação profissional, além
de receber atendimento psicológico,
fonoaudiológico, jurídico e odontológico, entre outros, e ser beneficiadas
com a entrega de cestas de alimentos
não-perecíveis, e também socorros
emergenciais e visitas domiciliares.
Há de se ressaltar também a grandiosa ação voltada às mulheres em
situação de pobreza. Nesse particular,
a Legião da Boa Vontade tem um
programa específico de assistência
denominado SER Mulher. Nessa
empreitada, destaca-se o Projeto
Cidadão-Bebê, que, além de entregar
enxovais, oferece orientação e apoio
sociofamiliar.
Para os da Terceira Idade, programas e projetos que visam ajudar as famílias a ampará-los física,
social e moralmente, por meio de
Lares e atividades diferenciadas.
Merece ainda um registro especial
o atendimento do Lar e Parque da
LBV no Rio Grande do Sul, em
regime residencial.
Balanço social
O gráfico abaixo mostra o expressivo
número de atendimentos socioeducacionais
realizados pela Legião da Boa Vontade nos
últimos anos e o resultado alcançado em
2005

4.188.946
3.503.908
2.609.145

seu trabalho de Educação
e de Promoção Humana e
Social.
Todas essas iniciativas da
Legião da Boa Vontade são
pautadas pela Solidariedade
Altruística Ecumênica e vão
ao encontro da implementação dos oito Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODMs), estabelecidos
pelas Nações Unidas.

2002

2003

2004

2005

• A LBV foi a primeira instituição filantrópica no País a
ter seu balanço geral auditado por Auditores Externos
Independentes (Walter Heuer), por iniciativa de Paiva
Netto, muito antes de a legislação, que exige essa medida, entrar em vigor.

Daniel Trevisan

Com total transparência em
suas realizações, a LBV atua sob a
forma de associação civil sem fins
lucrativos, tendo como objetivo
maior a assistência beneficente,
filantrópica, educacional, cultural e filosófica. A Instituição tem
caráter apolítico, apartidário, antisectário, universalista e altruístico,
voltado para a missão primordial
de efetivar a Boa Vontade Mundial, ampliando cada vez mais

2.855.614

BOA VONTADE

27
Capa

hexa
Em busca do

28

BOA VONTADE

Quando essa consciência é
somada à responsabilidade social
do esporte, os resultados são inúmeros. Por isso, a Legião da Boa
Vontade, símbolo de Solidariedade Ecumênica, convida todos a
refletir, dar as mãos e edificar um
futuro melhor para que as nossas
crianças tenham educação com
qualidade, esporte, alimentação, saúde e exerçam a
cidadania plena.
Com o objetivo de
mostrar seu trabalho
humanitário e dar suporte financeiro a
diversas atividades socioeducativas em prol
de crianças e
jovens atendidos pela
Instituição,
a Campanha
LBV — Fiz
um Gol pela
Cafu levanta a
taça do penta,
conquistado na
Copa do Mundo
de 2002, na
Coréia do Sul e
no Japão.
Reprodução BV

E

“

m time que está ganhando
não se mexe.” A frase tática, muito ouvida hoje em
dia, era a filosofia do Brasil
na Copa do Mundo de 1962 (ocorrida
no Chile), na luta pelo bicampeonato.
A Seleção Canarinho ainda estava embalada pelo inédito título conquistado
na Suécia (1958), quando o Brasil
venceu a anfitriã por 5 x 2. E a fórmula
deu certo. Único país que esteve em todas as edições da competição, o Brasil
levantou a taça outras quatro vezes: em
1962, 1970 (no México), 1994 (nos
Estados Unidos) e, o mais recente, em
2002 (na Coréia do Sul e no Japão). E é
como favorito que vai à Alemanha em
busca da sexta estrela, inédita e sonho
distante de outras equipes.
Não é só por causa das chuteiras e
das belas jogadas que a nossa Pátria é
vista pelo mundo. Os 170 milhões de
brasileiros ostentam outras grandezas,
que nos fazem sentir orgulho de ter
nascido neste berço esplêndido. Um
dos motivos é a Solidariedade, que
cada um carrega dentro de si. Esse
sentimento que engrandece o País é
o mesmo que nos faz repensar sobre
nossas atitudes perante os problemas
que estão à vista nas regiões brasileiras, como a fome, a pobreza e a falta
de instrução.

_____________
Marta Trigueiro
LBV —

Investindo no futuro

Os recursos angariados pela
LBV com a venda de kits (camiseta, boné, CD, adesivo e chaveiro) em edições anteriores da
Campanha foram utilizados na
ampliação de obras como a Supercreche Jesus, em São Paulo/SP,
que estendeu seu atendimento ao
inaugurar o Instituto de Educação
José de Paiva Netto (em 1993),
passando a beneficiar mais de
1.200 alunos em situação de pobreza, desde o berçário ao ensino
médio. Graças à colaboração do
Povo, o modelar centro de ensino
também desenvolveu programas
de Alfabetização e Educação
Geral para Jovens e Adultos, os
quais mantém até hoje.
Investiu-se na construção do
Centro Educacional, Cultural e
Comunitário da Instituição, em Del
Castilho, no Rio de Janeiro/RJ, cujas

portas foram abertas às comunidades de baixa renda em 1996. No
local são beneficiadas diariamente
mais de 400 crianças e cerca de
duas mil famílias das comunidades do Guarda, Jacarezinho,
Complexo do Alemão, Parque
Everest, entre outras, além da
Baixada Fluminense (leia reportagem sobre a inauguração dessa
unidade educacional da LBV na
página 38).
As realizações não pararam
por aí. Os recursos foram usados
na ampliação das dependências
do Lar e Parque Alziro Zarur, no
município de Glorinha/RS, que
abriga meninos de 6 a 17 anos.
Outras regiões também tiveram
suas atividades expandidas, a
exemplo dos lares para idosos
nas cidades de Uberlândia e Teófilo Otoni, em Minas Gerais, e Volta
Redonda/RJ.

Igualmente, foram reformados os
Centros Comunitários e Educacionais
da LBV em Belo Horizonte/MG, Recife/PE, Salvador/BA, Fortaleza/CE
e Goiânia/GO. Esses espaços passaram a oferecer para a comunidade
em situação de risco social e pessoal
programas de capacitação e educação profissional voltados a jovens e
adultos. No Norte brasileiro, a Escola
de Educação Infantil em Belém/PA
implantou uma brinquedoteca para
os estudantes da localidade.
Os expressivos resultados das
campanhas anteriores renderam o
crescimento de outras frentes de
trabalho da Legião da Boa Vontade.
É por essas e outras razões que a
Instituição apostou nesta iniciativa
em 2006 e conta, mais uma vez, com
o apoio da população para angariar
recursos em prol da Campanha LBV
— Fiz um Gol pela infância brasileira!.

No placar eletrônico do Maracanã, a homenagem à Legião da Boa Vontade
e o apoio à sua Campanha: LBV — Esporte é Vida, não violência!.

BOA VONTADE

Arquivo BV

infância brasileira! tem recebido
amplo apoio de craques do futebol
brasileiro que autografaram uma
camiseta exclusiva. Essa parceria é
feita com a Seleção de Futebol desde
a Copa de 1990. Quem também se
sensibilizou com a causa foi a classe
artística, que cedeu os direitos da
gravação de um CD com músicas
nos ritmos pop rock, samba e balanço para a tradicional e vitoriosa
Campanha.

29
Capa

Um time de

campeões
56 anos

Classe artística dá o pontapé inicial da Campanha
LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira!.

Roseli Eterovic, Douglas Sampa e Marcelo
Lombardo, ladeados pelas crianças da LBV.

Com direção e produção de Marcelo Lombardo, a LBV conta com
o apoio da classe artística, que soltou
a voz pela Solidariedade Ecumênica.
Lombardo, que já se engajou em outras iniciativas da Obra, relembrou:
“Na última Copa fizemos a trilha e foi
gratificante. E agora, mais uma vez, o
trabalho continua com a LBV nessa
parceria linda. (...) A gente conseguiu
fazer três músicas maravilhosas,
dizendo exatamente qual o espírito
brasileiro para esta Copa. Se depender
da LBV e do nosso trabalho aqui, o
hexa é nosso!”.
Antes da maratona
da produção do CD,
Marcelo Lombardo, o
músico Douglas Sampa
(do Estúdio RE Music)
e o compositor Valtinho
Jota conheceram a Instituição na capital paulista.
Valtinho Jota Na oportunidade, acom30

BOA VONTADE

Fotos: Clayton Ferreira

panhados da artista plástica Roseli
Eterovic, visitaram a Supercreche
Jesus e o Instituto de Educação José
de Paiva Netto e ficaram encantados
com o que viram. “Quem passa pela
LBV não imagina a quantidade de
coisas e o benefício que vocês trazem
para todas essas pessoas que precisam”, assegurou Lombardo.
Douglas Sampa, que, ao lado de
Valtinho Jota, compôs uma das músicas para a Campanha, expressou
sua alegria em estar no local: “Quem
não conhece a LBV precisa conhecer,
porque vai sair daqui de Alma lavada.
Espero colaborar muito com a Legião
da Boa Vontade. (...) Quisera eu ter
conhecido a Instituição há mais tempo, mas tudo acontece na sua época”.
Valtinho Jota concluiu: “Está sendo

“Eu
agradeço
esse
carinho da
LBV, esse
trabalho
lindo que
sempre faz; pessoas
envolvidas em todos
os trabalhos que eu já
fiz pela LBV (...) muitas
vezes indo fazer a Ronda
da Caridade.”
Luciana Mello, cantora.

Banda Domínium S.A.

maravilhoso participar deste projeto
da LBV, tão grande, tão lindo”.
“A melhor maneira de marcar um
gol de placa é ajudando a Legião da
Boa Vontade neste projeto”, definiu
Marcelo Marrom, da banda Domínium S.A. Por isso, a exemplo
dele, outros artistas deram corpo à
Campanha LBV — Fiz
um Gol pela infância brasileira!. Para
Glauco, companheiro
de banda, “a LBV está
agindo no verdadeiro
foco do problema
do País”. Egípcio,
do Tihuana, confir- Egípcio
mou a importância da
empreitada: “É bem
legal participar deste
projeto, ainda mais envolvendo a criançada e
pela LBV, que é uma
grande organização”.
A cantora Adriana
Drê reforçou: “Fico
muito emocionada em Adriana Drê
saber que existem movimentos iguais
ao da LBV, que podem amenizar
muita coisa ruim no mundo”.
Arlindo Filho

Bebeto

Taffarel

Romário

Zagallo

Arquivo BV

Paiva Netto foi, por dois anos consecutivos,
ganhador do troféu “Bola de Ouro” (1997
e 1998). Em 14 de abril de 1997, recebeu a
homenagem das mãos do Dr. João Havelange,
que presidiu, por 24 anos, a FIFA, órgão
máximo do futebol mundial.

Arquivo BV

Arquivo BV

campanhas educativas. É um
trabalho que não tem fronteiras e
empolga outras nações do Planeta.
Atualmente, essa iniciativa solidária é desenvolvida pela Legião
da Boa Vontade da Argentina, do
Paraguai, do Uruguai, da Bolívia,
de Portugal e dos Estados Unidos e
em diversas regiões do mundo.
Grande admirador do esporte, o
Líder da LBV criou um espaço na programação da Super Rede Boa Vontade
de Rádio e da Rede Mundial de Televisão para as notícias e transmissões:
o Momento Esportivo. Desenvolveu
também a Campanha LBV— Esporte
é Vida, não violência!, com o objetivo
de levar Paz aos estádios. A iniciativa
recebeu o respaldo do então Presidente da FIFA, Dr. João Havelange, e
de grandes ícones do esporte, como
Romário, Zagallo, Bebeto, Taffarel,
Dunga e tantos outros.
Arquivo BV

Arquivo BV

Trabalhar pela Cidadania Altruística sempre foi o mote da
Legião da Boa Vontade, fundada,
em 1º de janeiro de 1950, por Alziro Zarur (1914-1979). Antes de
criar a LBV, Zarur já levava ao ar o
famoso Futebol da Caridade, desde
os primórdios das irradiações radiofônicas, nas quais dizia: “Futebol da Caridade, o futebol que
salva vidas e Almas para Deus”,
que prestava não apenas o socorro
material às famílias, mas resgatava
a dignidade de viver e a cidadania
plena de muita gente.
A partir da década de 1970, o
dirigente da LBV, José de Paiva
Netto, multiplicou e expandiu as
ações solidárias da Instituição,
abrindo escolas de Educação Básica; lares para crianças, adolescentes e idosos; Centros Comunitários
e Educacionais; e promovendo

Cida Linares

Futebol e Solidariedade Ecumênica nas raízes da LBV

Dunga

BOA VONTADE

31
Capa

Xanddy, do grupo Harmonia do
Samba.

Douglas, do grupo
Pixote, deu sua contribuição. “Para nós, é importante fazer o Bem.
(...) A gente também está
nesta empreitada com a
Legião da Boa Vontade
para poder ajudar todo
Douglas mundo”, ressaltou.
Lucinha Cintra, do
grupo Axé Blond, já sentiu na pele
as dificuldades e recorda-se do
apoio que recebeu da Instituição.
“Eu gostaria de agradecer à LBV,
sempre fazendo um gol pela nossa
sociedade, nos ajudando e ajudando
as pessoas que precisam. Minha
família já foi auxiliada pela Legião
da Boa Vontade, e eu sou prova
disso.”
Outro que vestiu a camisa foi
Matheus, do grupo KM7Nove. “A
Grupo Axé Blond

32

BOA VONTADE

“Precisou
da gente, eu
tô aí, gente
boa! (...)
Ô, Nossa
Senhora!
LBV na
área. Olha nós aí rumo
ao hexa! Também tô aí
fazendo mais um gol
pelas crianças!”
Alexandre Salles

“Quero
mandar um
grande beijo
a todas as
crianças da
LBV, que
precisam
sempre do nosso apoio, e
desejar muita harmonia e
muita Paz no coração.”

Jair Rodrigues, cantor.

LBV faz um
trabalho em
cima da educação, que é
o que mais a
gente precisa
hoje no Brasil.
(...) Eu estou
Matheus conhecendo
o trabalho da
Instituição e fico feliz em participar”, revela.
Péricles, do Exaltasamba, destacou que “faz questão de, sempre que
possível, estar junto com a LBV”.
Thiaguinho acrescentou: “A criança
é o futuro da nossa nação. Então, o
que a gente puder fazer para ajudar
as crianças, no nosso caso, por meio
da música, é isso que a gente veio trazer para todo mundo (...) a alegria, o
Amor e a nossa maneira de ajudar”.

“A LBV é
uma das
instituições
mais
sérias que
existem
neste país.
Você que não conhece
tem de conhecer. Vá e
visite, para ver de perto o
trabalho que é feito.”
Adryana Ribeiro, cantora.

Péricles e Thiaguinho, do Exaltasamba

O cantor Chico
César também abraçou a causa. “Nós temos a responsabilidade
de tentar retribuir para
o Povo, que nos deu
origem; ajudá-lo, não
só com coisas materiais,
mas a pensar sobre as Chico César
possíveis formas de
melhorar a vida de todos.” Wilson Simoninha, cantor, igualmente
destacou: “Fico muito
feliz em participar da
Campanha da LBV. (...)
Que a gente possa fazer
muitas coisas para as
crianças, porque, enfim, Wilson Simoninha
este é um país que precisa da ajuda de todos nós”.
“É um prazer
cantar para as
crianças da LBV.
(...) É maravilhoso
as pessoas
tirarem um tempo
da sua agenda
para fazer coisas deste tipo,
ainda mais para a LBV, que é
uma causa muito bonita, em
prol das crianças.”
Vanessa Jackson, cantora.
Guto falou em nome de seu
grupo: “(...) O Amizade Verdadeira está aqui para marcar um golaço
para as crianças. Alô, Paiva Netto!
Parabéns pelo projeto! É maravilhoso!”. Para Bruno, do Jeito
Moleque, “fazer do nosso Brasil
um país muito melhor depende da
gente também”.
Claudinho Luiz, da Rádio
Transcontinental, ressaltou: “(...) A
gente sempre colaborou com a LBV.
Se outras pessoas
pensassem dessa
forma, acho que o
Brasil não estaria
do jeito que está,
com tanta gente
passando fome,
Claudinho Luiz sem educação e
sem nada. Estarei
Amizade Verdadeira

“Eu
visitei
a LBV
e fiquei
encantada com todo
o trabalho. Um beijo
muito especial para
todos vocês.”
Duda, cantora.

“Fico
muito
feliz de
participar
deste
projeto
da LBV.
Sinto-me gratificado
pelo convite. Educação
é fundamental; vem da
família, do carinho. A
criança precisa disso para
crescer.”
Carlos Junior, intérprete da Escola
de Samba Império de Casa Verde,
bicampeã do Carnaval paulista.

“(...) É sempre
muito gostoso
e gratificante
participar dos
trabalhos da
LBV. Eu tive a
oportunidade de
ver como são tratadas as
crianças, a qualidade do
trabalho que é feito. Poucas
vezes na minha vida, tanto
aqui no Brasil, como no
Exterior, vi uma coisa de
tanta qualidade, de tanto
Amor, como vi na LBV.”
Tony Mastaler, ator.

Jeito Moleque

BOA VONTADE

33
Capa

“É um prazer
representar o
Clube do Balanço
nesta atitude
elegante com as
crianças brasileiras.
É sempre um prazer. Eu
destaco o altruísmo da
LBV, a vontade de querer
melhorar a situação do Povo
brasileiro.”
Matolli, do Clube do Balanço.

“O Art
Popular
cooperando
sempre
com esta
festa
maravilhosa da LBV,
que é fazer um gol
para todas as
crianças.”
Márcio, do grupo Art Popular.

“A gente fica muito feliz
de marcar um golaço
com a LBV. Educação é
o princípio, a base de
tudo.”

Sebá, vocalista do grupo Inimigos
da HP.

sempre presente com
“(...) Que
vocês”.
O engenheiro de
venha o
som Eduardo Henhexa e que
rique aproveitou
venham
para manifestar o
ótimas
apoio pela iniciativa:
“É muito bom fazer
doações
um gol pela infância
Eduardo Henrique
para a LBV! Com certeza,
brasileira. A gente
o Brasil pode ser o país do
está fazendo o meDo Nosso Jeito
lhor possível para
futuro, num futuro bem
que saia um trabalho
próximo, se as crianças
bem-feito”.
tiverem Educação. (...)
Também vestiram
Eu, como vim de escola
a camisa o cantor
Tony Gordon, os
pública, sempre precisei
rappers Mc Thaíde,
Tony Gordon
de instituições fortes,
Quelynah e Rappin’
assim como a LBV, para
Hood e os grupos
musicais Do Nosso
poder ajudar nos meus
Jeito e Compromisestudos.”
so Certo.
Leandro Learth, cantor.
Quelynah e Mc Thaíde
A LBV agradece a todos os
Quer fazer parte deste time e receber em casa
que doaram
uma camiseta autografada pelos craques do
seu cachê,
Rappin’ Hood imagem, voz
futebol brasileiro? É só atender com o coração:
quando a LBV ligar, diga SIM! A camiseta também
e serviços em
poderá ser adquirida pelo site www.lbv.org.
prol desta causa nobre, especialmente Douglas Sambr. Acompanhe nas próximas edições, com
pa, que cedeu os Estúdios
exclusividade, o autógrafo dos craques do futebol
RE Music para a realiza- Renan, do grupo
brasileiro.
ção desse projeto.
Compromisso Certo.
34

BOA VONTADE
Ecumenismo

Chega de ódio!
Felipe Viana

O apelo à Paz cresce em todos os
segmentos da sociedade

O sociólogo Denizard de Souza

A

intranqüilidade que assola
o coração das pessoas em
qualquer parte do Planeta
— tendo em vista a situação que campeia no mundo,
onde os atos de guerra e violência
(como assaltos, seqüestros) não
estão alheios a ninguém — leva a
uma séria reflexão sobre os rumos a
seguir para o tão almejado equilíbrio,
para uma sociedade mais solidária.
O bombardeio da mídia, com notícias mil a respeito, às vezes nos faz
achar este estado de coisa normal,
mas não o é!, e merece de todos uma
análise séria, que forneça saídas para
o problema.
“O caminho da LBV é a Paz”, assevera o Diretor-Presidente da Legião
da Boa Vontade, José de Paiva Netto,
para quem “a Paz, a verdadeira Paz,
nasce primeiro do coração limpo do
Ser Humano. E só Jesus pode purificar o coração da Humanidade de
todo o ódio, porque Ele é o Senhor
da Paz”. E por pensar assim é que a
BOA VONTADE está sempre aberta

à troca de idéias sobre este tema.
Nesta edição, o convite para o debate
foi feito ao sociólogo Denizard de
Souza, professor universitário, escritor, líder espírita em Brasília/DF
e também Presidente da Associação
dos Divulgadores do Espiritismo no
Distrito Federal (ADE). Ele esteve no
Templo da Boa Vontade (TBV), na
capital do País, para entrevista exclusiva à Rede Mundial de Televisão e a
esta revista, quando conversou com
Enaildo Viana.

Revista BOA VONTADE — De que
forma podemos alcançar a Paz?

nicação, sinto-me muito honrado de
estar em uma mídia que promove a
Paz 24 horas no Brasil e pelo mundo,
e dizer que certamente ela é possível.
É uma das conquistas antropológicas
mais complexas e importantes que
a Humanidade pode alcançar. Para
que a Paz se realize plenamente, exigem-se algumas precondições, uma
dada situação econômica e social,
um contexto cultural e, sobretudo,
preocupação com a realidade interior. A palavra Paz é um ponto de
equilíbrio socioeconômico, cultural,
político e espiritual.

Denizard de Souza — Agradeço
por participar deste programa da
Super Rede Boa Vontade de Comu-

Foto: Financial Times

“A palavra Paz
é um ponto
de equilíbrio
socioeconômico,
cultural, político e
espiritual.”
Denizard de Souza
BOA VONTADE

35
Ecumenismo

BV — Dentro desses pilares
citados por você, de que forma
a Paz pode se instaurar?

Denizard — É impossível, em
qualquer lugar do Planeta, haver Paz
quando os índices de exclusão social
geram necessariamente duas alternativas: apatia e alienação àqueles que
são privados do ensino, do acesso
aos bens culturais, do mercado de
trabalho, portanto, da possibilidade
de exercer a cidadania. Porque a pessoa não resiste ao grau de exclusão e
se aliena, cria um estado inercial no
comportamento que traz prejuízos
psicológicos, desequilíbrio na sociedade, ou, o que é o mais comum,
a questão da revolta, da revolução.
Observe que qualquer um que assiste à televisão está submetido aos
estímulos da publicidade na mídia de
tal forma que, se ela não tiver acesso
aos bens de consumo, a resposta
dela, normalmente, será de violência.
Imagine um país como o nosso que
tem ainda 19 milhões de analfabetos,
de pessoas sem possibilidade de participar da civilização escrita (...). A
gente tem de entender que se paga um
preço por aquilo que está invisível: a
mazela do desempregado, da criança
fora da escola, vai aparecer, sobretudo nos grandes centros urbanos, na
forma da violência e do conflito. A
Paz tem a ver também com o sentido
multicultural. Observe o que está
acontecendo com o mundo hoje:
palestinos e judeus conflitam por
uma questão de identidade cultural,
religiosa e civilizacional. (...) Então,
precisamos que as culturas convivam
pacificamente, com tolerância entre
as etnias, respeito entre os povos.

BV — Retomando a questão
econômica, é válido dizer que
enquanto não houver uma
melhor distribuição de renda é
impossível a harmonia?

Denizard — Eu diria até mais:
somos um país que tem ao mesmo
36

BOA VONTADE

tempo uma Europa e uma África
convivendo. O grande escândalo do
caso brasileiro não é o fato da fome
apenas, porque ela está também na
África, nas nações eminentemente
pobres. O escândalo é que uma cidade como São Paulo tem ilhas de
excelência econômica, tecnológica
e mercadológica com padrões de
vida semelhantes ao da Bélgica, da
Holanda, da Suécia, da Suíça. E tem
outras regiões semelhantes aos países
africanos mais miseráveis. De modo
que esse desequilíbrio é fator preponderante na destruição da Paz no Brasil
e em qualquer lugar do mundo.

“Quando a LBV, por meio
de uma ação operante,
significativa de seu
Presidente (...), assume
o Ecumenismo Irrestrito,
sem dúvida alguma, está
levantando a bandeira
fundamental para o
exercício da Paz entre os
povos.”
Professor Denizard de Souza

BV — A globalização contribui
ou prejudica?

Denizard — O capitalismo global é um caminho com poucas
alternativas. Ele é tecnológico, tem
a capacidade sui generis, única,
em todos os regimes econômicos
na história da Humanidade, sendo
capaz de gerar muita riqueza sem
produzir a quantidade equivalente de
novos postos de trabalho. Só para ter
uma idéia, estive recentemente em
Catalão, no sul de Goiás, e há uma
montadora de um tipo de trator tão
aperfeiçoado para usinas de açúcar
que, ao utilizar-se essas máquinas nas
fazendas, elas desempregam cerca de
300 trabalhadores. Porque o trator
retira a cana, descasca, coloca na

condição para o próximo passo que
seria a produção do açúcar.

BV — São ações anti-sociais...

Denizard — Sim, e contrárias à
Paz. Porque os governos ficam muito
ricos, veja que um país como o Brasil
está chegando a um PIB (Produto Interno Bruto) de quase um trilhão de
reais. É uma economia poderosa,
mas observe que a geração de
novos empregos vem lentamente. Então, temos de começar
a pensar em novos modelos
econômicos.

BV — O jornalista Paiva Netto
tem defendido há décadas
em seus livros, artigos e
pronunciamentos que é
preciso fomentar a Economia
da Solidariedade Humana.
Segundo esta sua tese
— que anteviu o desfecho
do chamado socialismo real
e os limites do capitalismo
globalizado que se ergueria
— o Amor ensinado pelo
Cristo deve ser a base para
criar as condições para vivência
desta Fraternidade. Como
você analisa essa visão, que é
também espiritual?

Denizard — Hoje, grandes
cientistas sociais distinguem a globalização e a mundialização. A primeira
é o nome que se dá à ideologia de ca-
pitalismo global, portanto, é interesse
econômico, de tecnologias, de difusão
do mercado por todo o Planeta. O que
o Presidente José de Paiva Netto fala,
com muita inteligência, da globalização solidária, é a sociedade mundial.
O que é isso? É uma resposta, em
nível planetário, a essa força avassaladora do mercado. Então, o que
a sociedade está fazendo? Cada vez
mais se reconhece, por exemplo, que
existe, sim, uma Economia da Solidariedade, que os governos devem
investir na área de alfabetização de
crianças, jovens e adultos, e colocar
jovens recém-formados, universitários, profissionais de um modo geral
para atuar na alfabetização.

BV — Isso geraria emprego e
desenvolveria a população...

Denizard — Sim, porque envolve
a força de trabalho diretamente humana, a inteligência, e não a tecnologia
de ponta. Sugere inclusão social,
a pessoa se educando. Quer dizer,
quando se promove a área de projetos
sociais das organizações não-governamentais (entidades filantrópicas e
as que lidam com o meio ambiente),
gera-se emprego ao cuidar do Planeta,
e tem a ver com essa ética da Solidariedade na comunidade mundial.
Então, a globalização solidária é
possível, desde que não tenha como
motor propulsor a força econômica.
Porque a Economia é cega e todo
mundo sabe que está para servir ao
capital e não ao Ser Humano, à Humanidade.

BV — Para Paiva Netto, o
centro da Economia tem de ser
deslocado do mercado e do
Estado para o Espírito eterno
do Ser Humano, que, quando
valorizado como o Capital
de Deus, torna-se o ponto de
estabilidade da Economia, a
geratriz do progresso.

Denizard — Eis aí! Desta
maneira tudo se inverte, à medida que a sociedade coloca o
Ser Humano como sujeito e não
como objeto. (...) Numa visão
espiritualista, o Capital de Deus
é o sujeito mais importante, é a
natureza humana.

“Sinto-me extremamente
honrado de fazer parte
desse grupo de amigos,
de pessoas que neste
momento especial
homenageiam Paiva Netto
pelos 50 anos de trabalho
ininterruptos, que serão
comemorados em junho.
Costumo dizer que a Rede
Mundial de Televisão e a
Super Rede Boa Vontade
de Rádio estão 24 horas
no ar porque ele fica 24
horas em favor da Paz.”
Denizard de Souza
BV — A LBV propõe, desde os
seus primórdios na década de
1950, o Ecumenismo Irrestrito
e Total. Isso cria uma cultura de
Paz?

Denizard — Acho que o Ecumenismo é a base fundamental. Afinal de
contas, ele é a integração de todas as
religiões em todos os povos. Quando
a Legião da Boa Vontade, por meio
de uma ação operante, significativa
de seu Presidente (...), assume o
Ecumenismo Irrestrito, sem dúvida
alguma, está levantando a bandeira
fundamental para o exercício da
Paz entre os povos. Observemos
as lideranças religiosas: Francisco
Cândido Xavier (1910-2002), José
de Paiva Netto, Irmã Dulce (19141992), Madre Teresa de Calcutá

(1910-1997) são estes benfeitores
espirituais da Humanidade, pelo
comportamento ecumênico, que é
o Amor colocado na sua plenitude,
na sua dimensão mais fraterna, além
das fronteiras religiosas. (...) Nesse
particular, eu gostaria de parabenizar
a LBV, o Templo da Boa Vontade,
que é o Templo da Paz, construído por
Paiva Netto, e que oportuniza esse
exercício universal. Quero deixar
muito claro que considero o DiretorPresidente da LBV um benfeitor
espiritual da comunidade brasileira,
com Irmã Dulce, Francisco Cândido
Xavier, para citar três grandes representantes do pensamento espiritualista universal. O Templo da LBV faz
esse trabalho de aproximação dos
povos, das religiões e, finalmente, a
superação de um dilema que aí está
e que é um dos maiores problemas
hoje do mundo, que é o conflito (interético, inter-religioso, inter-racial). É
impossível alcançarmos a Paz sem o
fundamento essencial, sem essa base
notável do Ecumenismo. A LBV está
de parabéns por ter assumido, desde
a sua origem, desde a fundação, com
o inesquecível Alziro Zarur (19141979), a bandeira do Ecumenismo
como base para a pacificação. E
quero aproveitar para dizer que me
sinto extremamente honrado de fazer parte desse grupo de amigos, de
pessoas que neste momento especial
homenageiam Paiva Netto pelos
50 anos de trabalho ininterruptos,
que serão comemorados em junho.
Costumo dizer que a Rede Mundial
de Televisão e a Super Rede Boa
Vontade de Rádio estão 24 horas no ar
porque ele fica 24 horas em favor da
Paz. Quero congratular-me com este
benfeitor espiritual, o nosso, como
assim é chamado, carinhosamente,
Irmão Paiva, por este serviço em
favor da confraternização entre os
povos, de uma sociedade mais solidária e, por decorrência, muito mais
feliz.
[L.S.M.]
BOA VONTADE

37
Educação

Qualidade no Ensino
Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, na Cidade
Maravilhosa, completa 10 anos exercitando a Cidadania Ecumênica

H

__________
Leila Marco

á dez anos, o Diretor-Presidente da Legião da Boa
Vontade, José de Paiva
Netto, inaugurava o Centro
Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, na cidade do Rio de
Janeiro/RJ, em 2 de março de 1996.
Com o objetivo de criar uma nova
realidade para as famílias e os alunos
que viriam a ingressar naquele local,
oferecendo a eles bons professores,
condições físicas de alto nível para
o ensino, laboratório de informática,
alimentação balanceada, atendimento médico e psicológico e muito
Amor.
Mesmo a Instituição possuindo no
Estado creches, programas socioeducativos, lares para velhinhos, o Líder
da LBV fez questão de levantar a voz
para fazer ainda mais pela infância

carioca, principalmente quando da
terrível chacina da Candelária, ocorrida em 1993, vitimando menores
moradores de rua.
Afastando-se do campo das discussões e partindo para o da prática,
após a convocação do dirigente da
LBV, logo as primeiras colaborações
foram surgindo e, em pouco mais de
um ano (a contenção das encostas
começou em 10/6/1994 e a construção propriamente dita em 16/2/1995),
nasceria o Centro Educacional.
Naquela data, 2 de março de 1996,
em frente da magnífica edificação,
localizada na Av. Dom Hélder Câmara (antiga Av. Suburbana), 3.059,
Del Castilho, um mar de gente,
mais de 110 mil pessoas chamavam
por Paiva Netto, que, atendendo ao
apelo da multidão, surgiu na grade

do solário, no segundo pavimento,
e falou aos presentes, cercado de diversas personalidades, de artistas que
compareceram ao evento, amigos que
apoiaram desde o início a Campanha
da Instituição para levantar o prédio.
Naquela ambiência de forte sentimento, ele relembrou os óbices que
tiveram de ser vencidos para cumprir
os prazos, como as torrenciais chuvas
que desabaram sobre a cidade no
mês de fevereiro e quase estragaram
a festa. Aliás, quem fosse ao local
alguns dias antes não acreditaria ser
possível terminar a obra. Na noite anterior e na própria madrugada do dia
2, um mutirão de limpeza, que contou
com a ajuda de diversos voluntários,
deixou pronto o local para o início de
suas atividades.
Somente após vinte minutos de

Leila Marco

Conforme noticiaram a revista ISTOÉ e a Rádio Globo, mais de 110 mil pessoas
acompanham o pronunciamento de Paiva Netto, durante a inauguração do Centro
Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, como mostra a
imagem com vista para a Estrada Velha da Pavuna.

38

BOA VONTADE
Leila Marco

Arquivo BV

O Centro Educacional, Cultural e Comunitário, no Rio de Janeiro/RJ (Av.
Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho), com 5.000 m2 de área construída,
atende crianças, jovens, adultos e idosos em situação de risco social e pessoal
provenientes das comunidades em torno das favelas do Guarda, Jacarezinho,
Parque Evereste, Nova Brasília, Manguinhos, Parque União de Del Castilho,
Complexo do Alemão, Águia de Ouro e Comunidade de Escol.

a certeza, muitas genialidades do
Brasil, que estariam esquecidas,
perdidas mesmo, se não houvesse a
Legião da Boa Vontade, que louva
todas as outras entidades que têm
a mesma preocupação de socorrer
os que têm necessidade de urgente
amparo.
“A importância deste Centro Educacional é extraordinária, pois é para
crianças pobres, tratadas da melhor
forma possível. (...) O Brasil é grande
e os seus homens e mulheres têm de
se tornar maiores. Devemos pegar a
nova geração e propiciar a ela o que
as nossas não alcançaram”.

Uma opção de qualidade para
o pobre

Alguns dias após este memorável
acontecimento, durante o programa
da Legião da Boa Vontade*, transmitido pela Rede Bandeirantes de
Televisão, Paiva Netto rememorou
a data ao falar do depoimento do
então Presidente da Organização
Mundial para a Educação Pré-Escolar, o sociólogo Pedro Demo, que
afirmara: “A Legião da Boa Vontade
não oferece uma opção pobre ao pobre. Ela oferece ao pobre uma opção

No trator de terraplanagem, Paiva
Netto dá início, em 1994, à construção
do Centro Educacional, Cultural e
Comunitário, da LBV, no Rio. Como de
costume, o Líder da Instituição, em suas
vistorias ao terreno, acompanhou passo a
passo o desenvolvimento das obras.

de qualidade.
Essa alternativa da LBV é
importante,
porque é de
uma instituição privada,
mas com
toda a sua
proposta de
Sociólogo Pedro Demo
ensino voltada para os carentes, em especial para
a educação infantil comunitária. (...)
A preocupação da LBV é de qualidade, uma coisa extraordinariamente
bem bolada. Nós, que estamos do
Arquivo BV

aclamação e ao som de Parabéns pra
você!, que saudava o aniversário do
dirigente da Instituição (exatamente
no dia, ele completava 55 anos), é
que ele conseguiu extravasar toda a
emoção que tomava seu íntimo e o
da platéia:
“Este Centro Comunitário é a
demonstração de que quando as
pessoas realmente se unem, conseguem fazer. Enfrentam temporais,
coisas inacreditáveis, mas realizam.
(...) Dias parados porque faltou eletricidade para mover as máquinas,
mas nós suplantamos a escassez
da energia elétrica quando temos a
luminosidade de Deus no coração.
Portanto, vencemos! (...) Essas crianças serão educadas para se libertarem da miséria. Aliadas a tantos mais
que a LBV socorre, corresponderão
a quantos outros milhares e milhares
de crianças e de famílias que serão
modificadas pelo comportamento
que seus filhos aprenderão a ter neste
local. (...) Hoje, a LBV levanta aqui,
sob a invocação de Deus, do Cristo e
do Espírito Santo, em nome de todas
as coisas mais elevadas, espirituais
e humanas, um monumento em que
veremos surgir e crescer, com toda

BOA VONTADE

39
outro lado e podemos mobilizar recursos maiores, temos de agir como
a Legião da Boa Vontade: mostrar
às ONGs que é possível realizar o
melhor pelas crianças carentes, até
mesmo implantando brinquedotecas.
Até porque toda a didática da educação infantil só pode ser criativa se
passar pelo lúdico. A criança na LBV
se expressa, fala, pensa e se realiza,
também brincando”.
Ao que o dirigente da Instituição
comentou de improviso: “É justamente o que iremos fazer, como é
tradição na LBV, no Centro Educacional, Cultural e Comunitário
da Legião da Boa Vontade, em Del
Castilho, Rio de Janeiro/RJ (...):
oferecemos uma opção de qualidade
ao pobre, pois na LBV sempre pensamos assim: a elite de um país é o
seu Povo!

Arlindo Filho

Cida Linares

No dia da inauguração do Centro Educacional da LBV, mais de
110 mil pessoas prestigiaram o evento, entre elas, da esq. para a
dir., os atores: Leila Lopes, Nina de Pádua, Stênio Garcia e Isabel
Fillardis.

A foto registra o cordial encontro entre o Líder da LBV, José de Paiva
Netto (ao centro), com o saudoso Fundador da Rede Bandeirantes de
Rádio e Televisão, Dr. João Jorge Saad (esquerda), e com o escritor e
acadêmico Arnaldo Niskier (direita), durante a inauguração do local.

“É uma emoção tremenda, quando a gente vem pela Estrada Velha
da Pavuna e vê o prédio enorme,
com cinco mil metros quadrados,
construídos pela vontade indomável
dos Legionários da Boa Vontade de
Deus, que vão arrastando assim,
nessas obras de erguimento do Povo,
na formação da sua cidadania, multidões e multidões que julgaram a LBV
há muito tempo e a aprovaram como
fiel amiga das gentes”.

Gratidão ao apoio dos artistas

E continuou ele: “Todos os amigos
artistas que, por confiarem na Legião
da Boa Vontade, empenharam o seu
prestígio na televisão, no rádio e na
imprensa, convidando as pessoas a
levantar este monumento de cidadania ecumênica, de solidariedade, de
ética, de respeito à criatura humana,

Arquivo BV

Vista lateral do evento: A multidão tomou conta da
avenida para acompanhar o discurso de Paiva Netto que
ressaltou os valores da Educação Ecumênica em nosso País

40

BOA VONTADE

não se arrependeram como não se
arrependerão jamais, porque esta
Obra é mais uma confirmação daquele dito popular: ‘O Povo ajuda, a
LBV faz!’E faz mesmo! A eles o nosso
agradecimento”.
Paiva Netto ainda falaria de uma
situação que, passada uma década,
continua tão atual que parece que suas
palavras foram proferidas hoje: “(...)
Reclama-se de que crianças e jovens
na rua assaltam, matam, invadem as
casas, aborrecem as outras crianças
e jovens que têm meios mais fartos
de viver. Elas, porém, apenas estão
devolvendo o que se lhes dão. Se lhes
dão lixo, como iriam retribuir? Então
Fac-símile da
reportagem
da revista
ISTOÉ, edição
de 13 de
março de
1996.
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Revista Boa Vontade, edição 211

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. Estúdio Aszmann Pastor e sociólogo Jonas Rezende Barcarola — A morte sem charme nem disfarces Pelo dicionário, a idéia de morte remete-nos à “cessação da vida de um organismo vivo”. Desde os tempos mais remotos, ela continua sendo um tema que desperta o interesse de muitos estudiosos. Revista bemeditada! Olá! Li a Revista BOA VONTADE e agradeço a referência a meu livro. A publicação é excelente, muito bem-editada e variada. Parabéns! Estou à disposição para colaborar no que for possível. Um abraço. (Guilherme Fiuza, jornalista) A respeito do assunto é que também versa a mais recente obra literária do pastor e sociólogo Jonas Rezende: Barcarola — a morte sem charme nem disfarces. Durante a noite de autógrafos, em 21 de março, no Rio de Janeiro/RJ, o escritor, cercado pelo carinho de amigos, recebeu também os cumprimentos fraternos do Diretor-Presidente da LBV, na pessoa de seus representantes, e relembrou os laços antigos que os unem. “Que saudade do meu mestre Paiva Netto, eu sou seu discípulo! Muito aprendi com ele, prezo a nossa amizade. Mande um grande abraço para ele”, afirmou. O pastor enviou um exemplar autografado para o dirigente da LBV: “Para o mestre Paiva Netto, com minha reverência e toda a admiração. Discípulo Jonas Rezende”. Tenho acompanhado a BOA VONTADE e é sempre um prazer a leitura desta nobre revista que, por ser muito instrutiva, renova-nos as idéias. Relativamente à edição nº 209, de janeiro de 2006, destaco as excelentes matérias sobre educação “Material Escolar para crianças pobres”, “Supercreche Jesus, da LBV” e “Alfabetizando a Terceira Idade”. (...) Parabenizo toda a equipe desta revista maravilhosa, pela excelente qualidade. (Paulo César Silva, vicePrefeito de Poços de Caldas/MG) Clayton Ferreira Cartas e e-mails Fernanda Young e Dores do Amor Romântico Quem folhear essa nova obra da extrovertida Fernanda Young vai deparar-se com um novo estilo da autora, bem diferente do observado nos seis romances já publicados por ela. Dores do Amor Romântico é o primeiro livro de poesia da escritora e apresenta textos cujos assuntos giram em torno de suas próprias paixões, descobertas e desilusões. Fernanda Young promoveu uma sessão de autógrafos aos leitores paulistas, durante a Bienal Internacional do Livro. Na oportunidade, enviou um exemplar da obra ao Líder da LBV com as palavras: “Para Paiva Netto, obrigada pelo apoio fiel. Beijo”, assinou a escritora. Entrevista com Sidney Rezende Fiquei feliz de ler mais um exemplar da publicação BOA VONTADE. A LBV é uma Instituição muito séria. Li toda a revista e adorei! Destaco a matéria com o João Miguel “Com grande satisfação li um exemplar da Revista BOA VONTADE, contendo a matéria “Uma causa que honra o Brasil”(edição no 209). Na oportunidade, apresento os cumprimentos deste Executivo Municipal pelo significante trabalho realizado pela LBV em Ribeirão Preto, que contribui para a melhoria da qualidade de vida de nossa população.” (Welson Gasparini, Prefeito de Ribeirão Preto/SP) BOA VONTADE
  • 5. Arquivo pessoal Parabéns! Paiva Netto, mais um ano que se passa e muitas coisas boas aconteceram: conquistas, vitórias, alegrias e, como faz parte também, algumas tristezas. Desejolhe muitas felicidades. Hoje em dia, ser e estar feliz é qualidade de vida e saúde, o que é essencial. Sem isso, como vamos viver? Também desejo-lhe muito Amor porque é algo fundamental, rega todas as nossas artérias física e espiritualmente; alegria para dar o tom a mais e fazer com que os traços de nossa face possam sempre sorrir, pois como já se diz: rir faz bem ao coração e rejuvenesce; e o primordial: DEUS no coração. Sem ELE, como viver?! ELE É TUDO! Essas são palavras ditas na mais simples expressão, entretanto, contêm extrema sinceridade, carinho e gratidão pelo que Você foi e o que é: UM AMIGO! FELIZ ANIVERSÁRIO! Beijos em seu coração! Com carinho e amizade, sua amiga. (Lucí Andréa, graduada em Comércio Exterior, de Jundiaí/ SP, via e-mail) Dinâmica e diversificada A Revista BOA VONTADE é tudo de bom. Objetividade, clareza e informação de qualidade. No jornalismo falase muito em responsabilidade social, e o Clayton Ferreira Divulgação jornalista Sidney Rezende, é muito boa (...). Parabéns pela revista! (Marquinhos Maracanã, apresentador do programa policial Chumbo Grosso, da TV Vitoriosa, repetidora do SBT na região de Uberlândia/MG) Para não dizer Adeus, por Lya Luft Içami Tiba relança Disciplina, limite na medida certa: Novos Paradigmas A respeitada romancista e cronista Lya Luft apresentou aos leitores mais uma obra de sua lavra. É nas páginas de Para não dizer Adeus que a escritora marca seu retorno à poesia, publicando textos antigos e outros mais recentes, mas quase todos bem atuais e inéditos. Na obra, Lya convoca-nos a refletir sobre questões do cotidiano, tais como a relação entre pais e filhos, o medo da morte, as dificuldades em aceitar as perdas que, muitas vezes, nos impedem de ousar e amadurecer. Representantes da Legião da Boa Vontade prestigiaram a sessão de autógrafos que a escritora promoveu na Bienal Internacional do Livro em São Paulo, ocasião em que dedicou um exemplar do livro ao Líder da LBV, com a mensagem: “Para José de Paiva Netto, com afetuosa admiração”. O mundo de dez anos não é o mesmo de hoje; todos concordamos com isso. E é partindo desta premissa que o Dr. Içami Tiba, psiquiatra há 38 anos, publica uma versão atualizada e revisada da obra Disciplina, limite na medida certa: Novos Paradigmas. Nela, o escritor analisa o que há de novo no universo educacional e, com isso, pretende ajudar pais e professores a exercer sua autoridade sem culpas, com segurança e bom senso. Durante o relançamento da obra, o autor enviou um autógrafo ao dirigente da Legião da Boa Vontade, escrevendo: “Ao Mestre e Guru Paiva Netto, o meu maior carinho no abraço de amizade e admiração. Içami Tiba”. Paiva Netto, como grande profissional que é, tem seguido à risca esse mandamento. A BOA VONTADE é referência de qualidade. (Roberto Gomes, apresentador da TV Imigrantes e graduando em Jornalismo no Instituto de Educação Superior São Francisco de Assis, de Teófilo Otoni/MG) 50 anos de Legião da Boa Vontade. Paiva Netto agradece milhares de manifestações que chegam do Brasil e do Exterior, pela passagem de seu aniversário e por seus Paraguai — Assunção: Alisson Bello e família; Luis Carlos Marquiza de Paula. Argentina — Buenos Aires: Andres Pablo Carvalho Gaspar; Angelina, Daniel e Agustina Franchi; Cecilia Na impossibilidade de publicar todos os e-mails e cartões, relacionamos, nesta edição, nomes daqueles que encaminharam seus votos ao nosso Presidente. Os demais serão contemplados nos próximos números da Revista BOA VONTADE. BOA VONTADE
  • 6. Moacyr Scliar, consagrado médico e escritor gaúcho, membro da Academia Brasileira de Letras e colunista dos jornais Folha de S. Paulo e Zero Hora, durante a Bienal do Livro na capital paulista. Cava; Florencia Maria Carvalho Gaspar; Graciela Gavilan; Elizabeth Myriam Buhanna; Fabio Paz; Laura Leone; Luci, Edson e Juliana Teixeira; Moises Franchi e Roseli Garcia; Renato Antonio Franchi; Shirley Gaspar de Alvarenga. Estados Unidos da América — Hyannis/Massachusetts: Jacqueline Barbosa Pereira; Nova Jersey: Amanda Vieira; Bruna de Jesus; Claudius Emanuel Malaman; Deborah de Jesus; Helena Vieira; Joana Felisbina; Maria da Conceição, Mariana e Sâmara de Albuquerque Malaman; Vieira Filho. Bolívia — La Paz: Jusceram Alves da Silva. Inglaterra — Londres: Ellen Cristina Silva. Uruguai — Montevidéu: Maciel Ferreira Neto. Portugal — Porto: Antonio Haroldo Franco da Rocha e Noys Maria Barcellos da Rocha; Eduarda Alexandra da Silva Almeida Pereira; Gabriela Beatriz Soares Marques da Costa; Luisa Maria; Laura e Elena Bautista; Maria Manuela Cunha Alves da Silva Marinho Filipe; Maria Manuela Raposo Perninha de Melo; Maria Helena Dias Landeiro de Campos Monteiro; Ma- BOA VONTADE Simone Barreto A Magia da Educação, de Arnaldo Niskier ______________ Simone Barreto O pedagogo, jornalista, acadêmico e escritor, Arnaldo Niskier, apresenta o seu mais novo trabalho literário A Magia da Educação, lançado no último 23 de março, na Sede da ABL, na capital fluminense. O livro reúne uma série de crônicas que foram dispostas em ordem cronológica e por assunto: Educação, Cultura, Língua Portuguesa, meio ambiente, personalidades e outros. Na noite de autógrafos, o professor Niskier contou com a presença de amigos, colegas acadêmicos e representantes da Legião da Boa Vontade. A família igualmente se fez presente, representada pela esposa, dona Ruth, e a filha Andréia, a qual relembrou, com carinho, a época em que ajudou, como psicóloga, crianças atendidas pela LBV no Rio de Janeiro. ria Raquel Ferreira Pereira Simões; Luís Manuel da Silveira Vieira dos Mártires; Marco Antonio Carvalho Amaral Semblano; Orlanda Perestrelo; Paulo Daniel Teixeira de Souza; Paulo Jorge Lopes Oliveira; Sofia Maria Gomes Organista; Toni Ricardo Ribeiro. Brasil — Altinópolis/SP: Leonor Sachetto Reis. Americana/SP: Izabela Caroline Lobianco. Araçatuba/SP: Família Legionária. Araraquara/SP: Ataíde Alves. Belo Horizonte/MG: Antonio Fernandes de Almeida; Elvira Trindade; Equipe de CCVD Guerreiros de Jesus de Belo Horizonte; Sabrina Damasceno; Isabel da Conceição; Rafael, Estevão, Wilson Balestra e Marineide Mendes; Wilma Nery. Biguaçu/SC: Divino João Dias. Blumenau/SC: Estevão Duarte Nicolini. Brasília/DF: Adriana e Danilo Parmegiani; Alexandre O ilustre acadêmico Arnaldo Niskier na noite de autógrafos na Sede da ABL Simone Barreto Reprodução RMTV “Paiva Netto é uma figura realmente lendária nesse País pelo trabalho que tem feito. Esse trabalho de divulgação que vocês estão fazendo se encaixa perfeitamente no propósito de melhorar o conhecimento e a vida das pessoas em geral.” Na foto, a simpática esposa do escritor, dona Ruth Niskier (D), ao lado da filha Andréia. O autor agradeceu a presença da equipe da BOA VONTADE e destacou que sempre lê a revista, encaminhando ao Líder da Obra um exemplar do seu título, com a seguinte dedicatória: “Ao amigo José de Paiva Netto, com o grande abraço do Arnaldo Niskier”. Herculano Cruzeiro Rueda; Amarildo Clariano Silva; Andreia Aparecida Carvalho Rossi; Euripidina, Leonardo, Rafael e Fhanoel; Hideraldo, Irene, Josué e Rafaela Custódio Fernandes; Jaqueline Dutra de Carvalho Rodrigues; Kárita e Enaildo Viana; Lindelma Moreira Mariano; Marcia Regina Correia Dutra de Carvalho; Ozaina Barros Cruzeiro; Paulo Medeiros; Viana Filho; Zenilda Carvalho Moreira. Cabo Frio/RJ: Maria das Graças Gonzaga Barbosa. Campinas/SP: Azarias Carvalho Bento; Antonieta Gadotti Baccari; Juliano Carvalho Bento; Luiz Rogério Franco da Silva; Milena Carvalho Bento; Ronei Ribeiro e família; Rosa Maria Zaganin Carvalho Bento. Campos Altos/MG: Joaquina Maria da Cruz. Catalão/GO: Joaquim José, Luciana e Thiago Viana. Cuiabá/MT: José Maurício Vitro.
  • 7. Super RBV é escutada na Finlândia registrou Makelainen em um e-mail, ao qual anexou um trecho da gravação do sinal que recebeu naquela data. Ao término da mensagem, escreveu: “Desejo à Super Rede Boa Vontade de Rádio os maiores êxitos e espero ter brevemente notícias”. Curitiba/PR: Alexandrina Tobias Castilho Francisco; Denise Dreyer. Duque de Caxias/RJ: Balbina Luiz Amorim e família. Feira de Santana/BA: Ana Cerqueira. Florianópolis/SC: Cenira Marquiza Moreno; Sergio Antenor Morello; Thiago Felipe Morello; Walter, Maria do Carmo, Rosiane e Daiane Bigas. Foz do Iguaçu/PR: Aparecida e Célio Bianchi. Franca/SP: Nilza Aparecida Goulart Tardivo. Goiânia/GO: Ângela Maria Oliveira Sussai e família; Cesar Divino de Santana; Joílson Aparecido Nogueira de Oliveira; José Natalino Lahr; Mauro Rodrigues Lima; Nilda Lacerda de Santana. Ipatinga/MG: Álida Cristina Alves dos Santos; José Justino de Souza e Leonor Melquíades de Souza. João Pessoa/PB: Luis Edy Merlino. Joinville/SC: Ivair Gomes. Jundiaí/SP: Lucélia, Gabriele Elisa, Giovanna Victoria e Alvino Barros. Juiz de Fora/MG: Equipe Legionária. Maringá/PR: Fernando Antonio Sales; Genésio Braga; Lorival Soares e família; Vilma da Silva Araújo. Mesquita/RJ: Guilherme Cardozo. Montes Claros/ MG: Elionai Ferreira Mendes. Morrinhos/GO: Anderson Sussai. Natal/RN: Adriana Marques de Paula; Ana Paina da Silveira; Anyelle Silva Pereira; Arivaldo Silva de Oliveira; Eliel Verber da Silveira; Francineide Moreira de Lima; Francisca Oderlania Leite Galdino; Francisca Paula Santiago; Francisca Silvana de Lima; Francisco Elias Melo; Gislaine Leite Galdino; Hydelan Karppegiane Silva de Souza; Janaína Batista Silva de Lima; Janete Aires da Costa Paiva; José Josemar Galdino; José Wellington do Nascimento Lopes; Lidiane Ribeiro da Silva; Luciana Alves Rocha; Luís Carlos Mendes; Maria Eliane da Silva; Maria Núbia da Silva; Mary Rady; Melícia Pereira do Nascimento Medeiros; Paulo Radi; Silvaneide dos Santos Silva; Suely de Souza Pereira; Washington Vitoriano Fonseca; Wendy Wronski Radi; William Wronski Radi. Niterói/RJ: Simone Barreto, Marlete, Joaquim Barreto, William e Gabriel Barreto; Palmas/TO: Fátima Alves; Donizeti José Alves; Aline Francisca Alves; Alziro Valério Borges Alves. Patos de Minas/MG: Simonia Mendes; Vanessa Severino; Cleusa Maria; Cleonice Dias; Eneuma Marisa. Pelotas/RS: Equipe Legionária. Petrópolis/RJ: Cláudia Isabel de Paula; Equipe Legionária. Piracicaba/SP: Cláudia Fernanda Oliveira; Soldadinhos de Deus. Poços de Caldas/MG: Josué Augusto, Zora Neusa, Carlos Augusto e Lucas Paulo Gimenes Álvares; Lucia Helena Paulino; Terezinha Carrijá e família. Ponta Grossa/PR: Diva Francisco Gregório Maricato. Porto Alegre/RS: Helena Maria Figueiredo Caetano; Humberto Cassuriaga Costa; Maria Isabel Borges; Solange Cassuriaga Costa; Família Legionária do Rio Grande do Sul. Arquivo pessoal Daniel Trevisan O jornalista da Companhia de Radiodifusão Finlandesa, a maior do país, Mika Makelainen (na foto com a esposa e seus filhos) empenha-se, desde 1980, em escutar emissoras de rádio estrangeiras e, para isso, utiliza um receptor com antena de fio simples. Em suas experiências, já captou o sinal de programações de 202 países. Há pouco, iniciou sua procura por estações da América do Sul e, no dia 1º de janeiro, teve a grata satisfação de acompanhar em Vantaa (próximo a Helsinque, capital da Finlândia), a Super Rede Boa Vontade de Rádio AM 1230 de São Paulo/SP. “Fiquei muitíssimo contente ao ouvir a emissora”, Registro Leci Brandão agradece à BOA VONTADE. Estávamos finalizando esta edição quando tivemos o prazer de tomar conhecimento do carinhoso recado enviado pela cantora Leci Brandão, cuja foto e destaque sobre sua entrevista estamparam a última capa. Disse a estimada Leci: “Recebi a revista e simplesmente adorei, porque está fiel ao que falei. Vocês não mudaram absolutamente nada. Fizeram o trabalho com a maior dignidade. Isso me emocionou. A  revista está muito bonita”. A intérprete comentou as palavras do dirigente da LBV sobre sua pessoa, que entre outras coisas enaltece o fato de ela“saber defender seus pontos de vista e interesses com classe. É o tipo de mulher que o Brasil precisa exaltar”. Ao que a artista retribuiu: “Paiva Netto, eu achei muito carinhoso o seu recado e agradeço. (...) Estou encaminhando a revista para todos os meus amigos. Outro dia, uma amiga minha que mora em Toronto, no Canadá, viu o clipe da música Se Deus deu tudo, que gravei no Instituto de Educação da LBV (pela Rede Mundial de Televisão). (...) Ela assistiu e me ligou para falar. Um beijo, Paiva Netto, obrigada!”, finaliza a sambista. BOA VONTADE
  • 8. Índice Ao Leitor O futebol que encanta os pensamentos desde a mais tenra idade torna-se, com o passar do tempo, de brincadeira inocente a uma paixão. Aliás, neste ano de Copa do Mundo na Alemanha, esse amor está à flor da pele. Afinal, é com a bola que surgem todas as jogadas, das mais simples até a virtuosa, a verdadeira arte. Pensando nisso, os anfitriões da festa capricharam. Na final, em 9 de julho, em Berlim, a bola de futebol terá gomos dourados e nome: “Teamgeist Berlim (o espírito do time, uma alma só)”. A nossa Seleção (e conte aí também quase todos os brasileiros) sonha em domar esses gomos de ouro, a fim de alcançar a mais fabulosa conquista do futebol mundial: o hexacampeonato. Mesmo antes da data tão aguardada, nossos esportistas, além da ficha técnica invejável, alçaram vôo maior e já conquistaram o coração do Povo, abraçando com a classe artística a Campanha LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira. A iniciativa é o tema de capa da Revista BOA VONTADE e está a pleno vapor, como se pode ver em “Especial”. É bom dizer que, graças a este trabalho, feito há tanto tempo, muitas crianças e adolescentes puderam ser amparados, educados e cresceram sabendo que o Esporte, quando praticado com Amor e respeito ao Ser Humano, pode tornar homens e mulheres verdadeiros cidadãos ecumênicos. Da magia do futebol, viajamos para o campo da literatura, mais precisamente dos craques da letra, a exemplo do escritor e jornalista Paiva Netto, que teve a obra As Profecias sem Mistério lançada pela Editora Elevação em formato pocket. Aliás, o dirigente da Legião da Boa Vontade fez outros gols de placa, como a construção do Centro Educacional, Cultural e Comunitário, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, que completou 10 anos no último 2 de março (Leia matéria na editoria “Educação”). Esta ocasião também é marcada por celebrar o aniversário do Líder da LBV, que, neste 2006, completou 65 anos de vida e, em junho próximo, festejará meio século de trabalho na Instituição. Pelos ensejos dessas datas, registramos, aqui na BOAVONTADE, demonstrações de carinho, do Brasil e Exterior, endereçadas a ele. Para fechar esta edição, recheada do espírito desportivo, nada melhor que conferir a entrevista do lendário apresentador do Apito Final, da Rede Bandeirantes de Televisão, Luciano do Valle (“Perfil”), responsável pela cobertura de Oito Copas. Boa leitura! Da Redação Reflexão do mês “Não se constrói uma Pátria cuidando apenas dos corpos dos seus cidadãos. É preciso não esquecer o Espírito, porque o corpo sem ele é o cadáver.” (Paiva Netto) BOA VONTADE ANO XXIV • Nº 211 • março de 2006 BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor responsável Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenador de equipe Gerdeilson Botelho Revisão Equipe Elevação Arte Projeto Gráfico: Alziro Braga Capa Fotomontagem: Alziro Braga Fotos: Daniel Trevisan Foto do Luciano do Valle: João Periotto Produção Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: info@boavontade.com Impressão: Editora Parma A Revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados. Edição nº 211 4 Cartas 8 Ao Leitor 10 Literatura 11 Coluna do Garotinho 12 Responsabilidade Social 14 Cultura — Arte na Tela 16 Saúde 20 Entrevista 24 Samba e História 26 Balanço Social 28 Capa 35 Ecumenismo 38 Educação 43 Melhor Idade 45 Ação Jovem LBV 48 Soldadinhos de Deus 50 Bienal do Livro 56 Opinião 60 Acontece 62 In memoriam Fr
  • 9. 28 Capa Brasil busca o hexa na Alemanha 11 Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coluna de Esportes Os donos do futebol 12 Responsabilidade Social Parceiros empreendedores 56 38 Opinião Lágrimas do silêncio 20 Educação Qualidade no Ensino 14 Cultura — Arte na Tela Museu Vale do Rio Doce 16 Saúde Desnutrição na infância pode provocar obesidade Portal BOA VONTADE: www.boavontade.com 50 Entrevista Oito Copas e oito Olimpíadas: fala, Luciano do Valle! Bienal do Livro Cresce a procura por livros
  • 10. Literatura Erico Verissimo — histórias e curiosidades Leonardo Posich O ensejo do centenário de nascimento do escritor Erico Verissimo (1905-1975), em 17 de dezembro de 2005, fez com que o escritor Aimberê Araken Machado concluísse o projeto de homenagear o consagrado romancista gaúcho e, de certa forma, poder se redimir de seu passado, pois quando estudante simplesmente ignorou os escritos de Verissimo por ideologia. Tudo porque o autor de O Tempo e o Vento foi chamado de reacionário pelas esquerdas da época, por ter viajado duas vezes aos Estados Unidos na década de 1950. Em Erico Verissimo — Cruzando os Caminhos do Tibicuera, Machado traz histórias e curiosidades de seu biografado, além de farta e substanciosa produção literária de Erico. Durante o lançamento, em Florianópolis/SC, no fim de fevereiro, Aimberê autografou a obra ao dirigente da Legião da Boa Vontade, com as seguintes palavras: “Ao Dr. Paiva Netto — Presidente da LBV, com um abraço cordial do autor”. [L.S.M.] 10 BOA VONTADE A psicóloga Lídia Weber, que palestrou durante a terceira edição do Fórum Internacional Permanente dos Soldadinhos de Deus, da LBV, no Terceiro Milênio (Veja reportagem fotográfica na p. 58), realizado em 4 de março, é a autora de Eduque com carinho — Para pais e filhos. A obra apresenta — por meio de reflexões, histórias, exercícios, humor e poesia — o que há de mais recente em pesquisas científicas sobre educação de filhos e uma nova abordagem chamada disciplina positiva. Vale ressaltar o currículo de Lídia, que é professora e pesquisadora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR); especialista em Antropologia Filosófica  e em Origens Filosóficas e Científicas da Psicologia; mestra e doutora em Psicologia Experimental pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). A autora deixou um recado carinhoso ao Diretor-Presidente da LBV e ao Soldadinho de Deus Emmanuel Adolfo Rueda de Paiva. Registrou nas dedicatórias: “Caro Paiva Netto, afeto é fundamental em nossa existência. Um abraço com admiração pelo seu trabalho”. E “Para Emmanuel, com um beijo! Lídia”. [L.S.M.] Exercícios rítmicos para piano, de Almeida Prado Para ajudar a vida de muitos professores e estudantes da música de concerto contemporânea, foi elaborada a Cartilha rítmica para piano, de Almeida Prado. O lançamento, em 14 de fevereiro, na Modern Sound, em Copacabana, Rio de Janeiro, contou com uma bela apresentação musical do maestro Almeida Prado e da pianista Sara Cohen. O livro, acompanhado com um CD, foi organizado pelas professoras Salomea Gandelman, de Práticas Interpretativas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), e Sara Cohen, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião, representantes do compositor Paiva Netto levaram seu abraço ao ilustre maestro que, Simone Barreto Leonid Streliaev Livro incentiva parceria entre pais e filhos Hosana Sessic Literatura além de agradecer a gentil lembrança, relembrou trabalhos que fizeram juntos, a exemplo do CD Sinfonia Apocalypse, que Paiva Netto compôs com ele. A obra, que contou com a interpretação do Coro e Orquestra da Rádio Nacional da Bulgária, obteve reconhecimento internacional. Almeida Prado registrou em um exemplar de sua cartilha: “Ao grande amigo José de Paiva Netto, em Jesus, a nossa perene amizade”. [S.B.]
  • 11. Felipe Freitas Coluna do Garotinho Os donos do M futebol uitos me perguntam sobre a renovação do futebol brasileiro. São pessoas habituadas a ver o Santos vender um Robinho e imediatamente lançar outro; acostumadas com o Flamengo negociando seus craques para escalar atletas do mesmo nível (ou melhores ainda), feitos em casa. Entretanto, ao que parece, vivemos um momento de entressafra. Nossos craques ainda são os mesmos e jogam no Exterior. Na falta de novos Ronaldinhos (Gaúcho ou Fenômeno) e Kakás, a solução tem sido importar dos países vizinhos. Não que jogadores do quilate de Tevez, Petckovic, Mascherano e outros não sejam bem-aceitos, mas a nossa cultura futebolística não possui esse hábito. É certo que, na história, houve um ou outro estrangeiro brilhando nos gramados do Brasil, mas sempre foram exceções. Hoje, estão virando regra. Os clubes não mostram mais a mesma velocidade para repor as peças perdidas. Mesmo tradicionais formadores de craques, como São Paulo, Fluminense e Cruzeiro, não conseguem acompanhar a rotina das negociações. Tão logo aparece num clube para treinar, o candidato a jogador — menino ainda — já tem seu empresário. Se não tem, aparece um. E basta marcar um bonito gol no treino, fazer uma jogada mais vistosa e lá se vai o garoto ser apresentado aos clubes do Exterior como uma mercadoria valiosa, que só dará lucros ao próprio empresário. Muitas vezes, o menino nem chega a vestir a camisa de seu clube. Ainda nas divisões de base é levado a pegar um atalho, saindo do caminho tradicional. Sequer dá ao time que o recebeu algum retorno, seja em produção ou financeiro. E o clube? Bem, aquele que o amparou, que teve gastos com ele, que o alimentou, que lhe deu acompanhamento médico, psicológico e o fez crescer como atleta, esse não leva nada. Quando muito, o chamado cala-boca, uns minguados trocados. Esse tem sido o dia-a-dia dos clubes brasileiros. Investir, formar e entregar seus candidatos a craque de mão beijada para o enriquecimento de empresários e equipes internacionais. Quando se falou em profissionalismo no futebol, em clube-empresa, o torcedor pensou que seu time do coração fosse se fortalecer, se tornar pelo menos competitivo. Mas, na verdade, o que aconteceu foi o crescimento dos empresários, que se tornam cada vez mais poderosos, enquanto os clubes vão minguando. A continuar esse panorama, não vai demorar muito para o desaparecimento de algumas equipes. É preciso estar atento a isso. Ou protegemos mais nossos times ou estaremos matando a galinha dos ovos de ouro dos esportes. fotomontagem José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ BOA VONTADE 11
  • 12. Responsabilidade Social Parceiros empreendedores A nobre empresária Milú Villela entrega Selo de Organização Parceira ao Instituto de Educação José de Paiva Netto, que atende mais de 1.200 crianças, jovens e adultos, em situação de risco social e é mantido pela Legião da Boa Vontade. O Instituto de Educação José de Paiva Netto (IEJPN), na capital paulista, recebeu o Selo de Organização Parceira 2006 do Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP). A cerimônia ocorreu no Itaú Cultural, em 9 de março, e foi conduzida pela nobre empresária Milú Villela, Presidente do CVSP, do Faça Parte (Instituto Brasil Voluntário), do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo e da Associação Comunitária Despertar. Ela também é Embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). ________________ Danilo Parmegiani Fotos: Daniel Trevisan Com validade de dois anos, a honraria é conferida apenas a organizações cadastradas e que mantêm uma parceria ativa com o CVSP. Para Milú Villela, “o Selo de Organização Parceira é uma oportunidade única de destacar a atuação e os resultados do envolvimento de milhares de pessoas que formam a grande rede da ação voluntária”. O IEJPN foi qualificado dentro dos critérios da homenagem, a qual é direcionada às organizações sociais que desenvolvem programas de voluntariado estruturados, consistentes e transformadores. Uma das mais expressivas unidades educativas criaInstituto de Educação da LBV Av. Rudge, 700, Bom Retiro São Paulo/SP. 12 BOA VONTADE
  • 13. Danilo Parmegiani A pedagoga Suelí Periotto (E), representante do Instituto de Educação da LBV, ao lado da empresária Milú Villela. das pela Legião da Boa Vontade, o estabelecimento de ensino destaca-se pela efetiva ação modificadora da vida de milhares de crianças e de adolescentes em situação de risco pessoal e social, além de desenvolver uma proposta pedagógica inovadora de formação do Cidadão Ecumênico. “Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração” é um pensamento do Diretor-Presidente da LBV, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, e serve de lema a este e outros centros de ensino que a Instituição mantém pelo Brasil. A homenagem foi entregue a outras valorosas entidades, que igualmente demonstram comprometimento com o exercício consciente da Solidariedade e da cidadania, por meio do voluntariado. Atendimento — A modelar unidade de ensino dispõe de três salas para cada série do ensino fundamen- “O Selo de Organização Parceira é uma oportunidade única de destacar a atuação e os resultados do envolvimento de milhares de pessoas que formam a grande rede da ação voluntária.” Milú Villela tal e duas para cada série do ensino médio. Oferece também, no período noturno, alfabetização para jovens e adultos, além do curso Normal (antigo Magistério). Os alunos têm acesso a laboratórios (de química, física, biologia e informática) bemequipados e infra-estrutura de ponta, com quadras poliesportivas; biblioteca; brinquedoteca e ambientes para artes, inglês e expressão corporal. Eles desfrutam de ampla praça, com jardins bem-cuidados e árvores frondosas. Há de se ressaltar a integração de crianças e jovens em diversos setores, como pedagógico, nutricional, psicológico, de serviço social, de saúde e de comunicação. Isso contribui efetivamente para a melhoria da qualidade de vida dos estudantes. Há treinamentos na área de esportes; excursões culturais; atividades extracurriculares; atendimento ambulatorial médico e odontológico, sempre orientados por profissionais. BOA VONTADE 13
  • 14. Cultura — Arte na Tela Museu Vale do Rio Doce Divulgação Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade. Imagem da exposição de Eduardo Frota 14 BOA VONTADE M aria-Fumaça, trolley, telégrafo, vagão de madeira, fotos, documentos, equipamentos e ferramentas de trabalho. Uma maquete com locomotiva em movimento, reproduzindo o ambiente natural das ferrovias. Por onde quer que se olhe, tudo nos faz lembrar as estradas de ferro e trilhos que, no início do século passado, ajudaram a desbravar sertões e estimular o nascimento de vilas e municípios, construindo sonhos e realidades. Atualmente permite que por eles passem milhares de passageiros com diferentes histórias de vida. A antiga estação Pedro Nolasco era a porta de entrada da cidade de Vila Velha/ES. Hoje é a sede do Museu Vale do Rio Doce, inaugurado em 15 de outubro de 1998, resgatando a memória centenária da Estrada de Ferro Vitória a Minas. O projeto museológico é de Maria Clara Medeiros Santos Neves e reflete a relação da ferrovia e o desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais e Espírito Santo. A construção imponente em estilo neoclássico e art nouveau está localizada na margem da baía de Vitória, no município de Vila Velha/ES. Ocupa uma área de 1.183 metros quadrados distribuídos em três pavimentos. O designer Ronaldo Barbosa é responsável pelo projeto museográfico da exposição permanente e também atual diretor, e recebeu a equipe de reportagem da revista BOA VONTADE. Além de responder com entusiasmo e simpatia às perguntas, falou da importância da preservação histórica do lugar e da produção artística contemporânea. Revista BOA VONTADE — Desde que foi fundado, qual é o objetivo do museu? Ronaldo Barbosa — O Museu Vale do Rio Doce foi concebido com o objetivo de unir a história do passado ao contemporâneo. A composição do espaço conta com o museu histórico, exposição permanente e retrata a trajetória da Estrada de Ferro Vitória a Minas e o núcleo de arte contemporânea, que ocupa uma sala da estação; um galpão que anteriormente guardava sacas de café em grãos, que eram colocadas em navios, espaço que permite abrigar qualquer tipo de intervenção, um local específico em que o artista é convidado a produzir seu trabalho em função do espaço, o que nos tem Reprodução RMTV João Preda Retratos do Tempo
  • 15. Divulgação Antiga estação Pedro Nolasco possibilitado significativas exposições, como a do Eduardo Frota, cuja proposta se inclui nos nossos objetivos, ou seja, o trabalho com a comunidade que nos cerca. contexto, produzindo trabalhos e sentindo-se cidadãs. BV — Qual é a contribuição social do museu? Ronaldo Barbosa — Existia uma demanda legítima da cidade. As grandes exposições itinerantes não passavam por aqui. Ficavam no Rio de Janeiro, São Paulo e depois Salvador, Recife, enfim. Nós não tínhamos um lugar que pudesse abrigar tais exposições. Hoje estamos criando eventos próprios que podem se tornar itinerantes para outros Estados. É importante frisar que não estamos ligados diretamente ao eixo Rio-São Paulo, mas em uma realidade diferente, uma conversa entre Brasis, ou seja, trazer artistas de todas as regiões brasileiras. BV — Como é o envolvimento da comunidade com as montagens das exposições? Serviço Museu Vale do Rio Doce Fachada do museu Pátio da Antiga Estação Pedro Nolasco, Vila Velha/ES. Telefone: (27) 3246-1443. Horário de funcionamento: de terça a quinta-feira, das 10 às 18 horas; às sextas-feiras, das 12 às 20 horas; e nos fins de semana, das 10 às 18 horas. Divulgação Ronaldo Barbosa — Recebemos, em média, 3.500 crianças para visitas monitoradas e organizamos um programa de arte e educação, oferecendo workshops sobre todas as exposições do museu. Ele está inserido em um bairro periférico da Grande Vitória e os seus freqüentadores são de classes B, C e D. Existe também uma participação muito grande dos alunos da Universidade Federal do Espírito Santo e das particulares, dos cursos de Design, Arte e Arquitetura. A contribuição do museu como função estética para a cidade, reflexão e diálogo é muito grande, pois permite que o passado e o presente se encontrem no mesmo espaço físico. E isso, com certeza, vai gerar mudanças. Exemplo: a exposição da Lígia Clark refletiu positivamente nos trabalhos dos alunos das universidades. Ficamos muito felizes com isso porque desmistifica essa questão de que a arte contemporânea é um tema de elite. Estamos mostrando o contrário. As crianças das escolas públicas sentem-se inseridas neste BV — Por que a arte contemporânea foi contemplada nesse museu? Ronaldo Barbosa — É uma atividade bastante interessante e faz parte do nosso projeto social, como falamos anteriormente. A montagem da exposição do Eduardo Frota, por exemplo, durou um mês e absorveu o empenho de 15 funcionários; ele trouxe cinco e o restante nós chamamos da comunidade para participar. Vieram jovens de Cariacica, Campo Grande, Rio Marinho e Argolas, jovens da Casa do Menino, que fica aproximadamente a 60 metros daqui, e estudantes das nossas universidades. O trabalho não se limitou apenas à montagem, mas à concepção, elaboração, design e carpintaria (a arte de Eduardo Frota é em madeira). Isso é muito interessante porque estamos gerando mão-de-obra especializada, que, além de trabalhar no museu, presta serviços para particulares e estende conhecimentos específicos para os moradores locais. BOA VONTADE 15
  • 16. Saúde Desnutrição na infância pode provocar obesidade Estudos mostram que a doença aumenta cada vez mais entre as populações de menor renda. Distúrbios orgânicos e má alimentação são alguns dos fatores responsáveis. _______________________ Fonte: Ministério da Saúde O desnutrido de hoje poderá ser o obeso de amanhã. É o que dizem especialistas. Eles garantem que obesidade não é só doença de rico. Famílias de baixo poder aquisitivo estão expostas ao problema, que também é de natureza social e pode ter relação com a desnutrição na infância. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no período de julho de 2002 a junho de 2003, com o apoio do Ministério da Saúde, em adultos acima dos 20 anos, 38,6 milhões de brasileiros estão acima do peso. Desses, 10 milhões são obesos. Para a coordenadora da Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Carvalho, o estudo é relevante e não pode ser interpretado equivocadamente: “A pesquisa publicou dados sobre a população adulta. Esses dados trazem médias nacionais que podem encobrir dife16 BOA VONTADE renças importantes de gênero, raça e estado fisiológico. Essas tendências precisam ser investigadas”. A coordenadora destaca estatísticas do estudo que mostram que as mulheres mais pobres, em idade fértil, têm maior prevalência de desnutrição e, portanto, podem gerar crianças de baixo peso, com maior risco de morrer no primeiro ano de vida. Segundo ela, esse quadro indica que a deficiência na alimentação continua a ser problema no Brasil. Somado a isso, informações de pesquisas ante- riores ainda revelam prevalência alta de desnutrição crônica em crianças menores de 5 anos, resultado de exposições freqüentes à fome e às doenças infantis desde o nascimento. A diminuição da desnutrição na idade adulta e o aumento do número de obesos é uma tendência no Brasil desde meados da década de 1980 e caracteriza o que os especialistas chamam de transição nutricional. “Isso é conseqüência do aumento da expectativa de vida, associado às mudanças nos padrões tecnológicos, culturais e sociais e no estilo de vida, mas não significa que o País resolveu o problema da fome”, ressalta Maria de Fátima. “Em um domicílio onde moram obesos podem existir crianças desnutridas. É necessário acabar com a concepção de que o problema da obesidade é da classe rica. Hoje ela acomete todas as classes sociais”, reforça. Na opinião de Maria de Fátima, a coexistência entre o peso excessivo e insegurança alimentar e nutricional
  • 17. Alamy Images em uma mesma família desperta perguntas sobre a associação entre fome e obesidade. “Como explicar que indivíduos que não possuem dinheiro necessário para a alimentação podem apresentar excesso de peso?”, questiona. A coordenadora lembra que em outros países estudos demonstraram essa relação e apontaram que, entre as mulheres, altas taxas de obesidade associam-se à desnutrição, à pobreza e ao baixo nível de escolaridade. “No Brasil ainda não temos estudos que expliquem com clareza esse paradoxo. Precisamos compreender a situação e assegurar intervenções governamentais que incluam a prevenção e o declínio da obesidade”. A opinião de Maria de Fátima é compartilhada pelo coordenador do Comitê Permanente de Nutrição das Organizações das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Flavio Valente, que encara a pesquisa do IBGE como um alerta às conseqüências da fome. “A pesquisa não trouxe novidades positivas, como muitos alardearam. Hoje, cerca de 40% das mulheres em idade fértil sofrem de anemia”, explica. Valente recorda que o combate à desnutrição infantil começa desde a “É necessário acabar com a concepção de que o problema da obesidade é da classe rica. Hoje ela acomete todas as classes sociais.” Maria de Fátima, coordenadora da Política Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. gravidez. Por isso, as mulheres necessitam de atenção especial. Estudos científicos demonstram que a criança que sofre de desnutrição até os 2 anos tem o seu metabolismo afetado. Essa disfunção faz com que no futuro ela tenha tendência a desenvolver a obesidade. Obesidade: hábitos e custos — Além de distúrbios orgânicos, outros fatores apontados pela coordenadora do Ministério da Saúde podem explicar as tendências, como as mudanças no padrão alimentar e no estilo de vida. Para famílias de baixo poder aquisitivo, o custo de compra de alimentos de baixa qualidade nutricional e elevada densidade energética — encontrados a preços mais acessíveis em supermercados, lanchonetes e bares — torna-se a opção possível. Isso dificulta a aquisição de BOA VONTADE 17
  • 18. Saúde produtos mais saudáveis, como verduras, frutas, legumes e carnes magras, que têm custo relativamente mais alto. Com a falta de tempo, de dinheiro e de informação adequada, as pessoas trocam pratos saudáveis por refrigerantes ricos em açúcar, alimentos industrializados, sanduíches e salgados. “Hoje o consumo de açúcar do brasileiro é muito maior do que deveria. Assim também é o consumo de outros alimentos com alto teor de gorduras”, alerta. Nesse caso, segundo Maria de Fátima, ricos e pobres são afetados. Vale sempre lembrar que estar acima do peso significa expor-se a uma série de problemas de saúde. 18 BOA VONTADE Pessoas obesas sobrecarregam a coluna e os membros inferiores. A longo prazo, tendem a apresentar degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos. Os gordinhos também são mais vulneráveis a uma série de doenças ou distúrbios, como hipertensão, alguns tipos de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. Segundo Maria de Fátima, nos últimos dois anos o Governo vem dando enfoque maior à questão alimentar, ao discutir e promover uma série de ações no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e entre os diversos setores do Poder Executivo. Mais recentemente, esse trabalho tem se adequado às diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) que obedece a três eixos estratégicos. O primeiro é o incentivo ao consumo regular e em quantidades apropriadas de verduras, legumes e frutas, como elemento da alimentação saudável, que diminui os riscos de se adquirir doenças crônicas não-transmissíveis, entre elas a obesidade. O segundo é utilizar a escola como espaço de promoção desse hábito e, por último, criar ações que regulem a publicidade de alimentos infantis e a comercialização deles nos estabelecimentos de ensino.
  • 19.
  • 20. Entrevista Ecumenismo Bate-bola com Luciano do Valle João Periotto Com um currículo de oito Copas e oito Olimpíadas, o apresentador do Apito Final, da Band, fala de sua carreira e responsabilidade social do Esporte. “Ganhei todo tipo de prêmio, o que é um incentivo, não só para mim, mas para a profissão. O jornalista esportivo precisa ter um estímulo, porque é uma profissão séria. Os prêmios são recompensas para não deixar o nosso campo fechar.” 20 BOA VONTADE J á no clima que antecede a Copa do Mundo de Futebol, que ocorrerá entre 9 de junho e 9 de julho na Alemanha, a Revista BOA VONTADE se veste de verde-e-amarelo e entra na torcida para a nossa Seleção, trazendo a entrevista de um dos mais conceituados narradores e comentaristas esportivos do Brasil: Luciano do Valle, apresentador do Apito Final, da Rede Bandeirantes de Televisão. Ele recebeu nossa equipe de reportagem na redação da TV Band, momentos antes de entrar ao vivo em seu programa, e falou de sua trajetória profissional, Copa do Mundo, planos para este ano e a responsabilidade social do Esporte. Dono de uma carreira que se firmou no esforço e na dedicação, o empresário iniciou a jornada profissional aos 16 anos, mas o interesse pelo universo esportivo vem desde _________________ Juliane Nascimento cedo. “Com 5 anos de idade eu já irradiava futebol de botão. Pegava os botões dos casacos da minha mãe e formava os times. Imagine, isso é um dom que Deus me deu e a gente foi tentando aperfeiçoar com o tempo, foi assim que comecei”, relembra. Viver do jornalismo esportivo foi o resultado de uma brincadeira que começou na infância, em uma época considerada de ouro no radialismo esportivo nacional. Sua primeira experiência foi um teste como locutor comercial na Rádio Cultura, de Campinas/SP. Uma outra oportunidade apareceu na Rádio Educadora, filiada à Rádio Bandeirantes de São Paulo, e que dava uma atenção especial à cobertura esportiva. Conforme foi adquirindo experiência e a confiança da equipe, passou a cobrir a folga dos locutores do programa até que, no dia 23 de janeiro de 1962, ele foi escalado para
  • 21. Arquivo pessoal Do mesmo modo que as demais modalidades conquistaram maior espaço nas transmissões esportivas, a exigência do profissional aumentou. Criatividade, conhecimento e estilo próprio na hora de passar a informação são essenciais e essas qualidades estão presentes em Luciano do Valle. Não foi sem motivo que o narrador recebeu homenagens por diversas vezes no decorrer de seu trabalho. “Fico lisonjeado porque o público foi muito bom comigo. Ganhei todo tipo de prêmio, o que é um incentivo, não “O Brasil tem tudo para chegar lá e disputar o título. Não existe nenhuma Seleção que tenha esse número de jogadores, com essa qualidade.” só para mim, mas para a profissão. O jornalista esportivo precisa ter um estímulo, porque é uma profissão séria. Os prêmios são recompensas para não deixar o nosso campo fechar”. E completa com humor: “Eu vou para 45 anos de carreira, em janeiro do próximo ano. Se qualquer cidadão pode se aposentar depois de 35 anos, estou com um plus de quase 10 anos. Mas o que eu gostaria muito é de colaborar com a nossa profissão”. Em todo esse tempo, Luciano compôs um extenso currículo: como profissional levou a emoção para a casa dos brasileiros transmitindo inúmeros eventos esportivos, além de Copas do Mundo e Olimpíadas. Aliás, nessas duas últimas competições, o narrador teve a oportunidade de trabalhar em oito edições de cada acontecimento. “Fiz Olimpíadas des- O veterano jornalista esportivo Silvio Luiz (E) com seu companheiro Luciano do Valle de 1972, em Munique, na Alemanha. Estou indo para a minha 9ª Olimpíada: são 36 anos de Jogos Olímpicos. Essa é a 9ª Copa do Mundo, também são 36 anos de Copa, fora os campeonatos mundiais, Pan-americanos, conquistas individuais, como a do Emerson Fittipaldi, enfim, acho que tivemos diversas alegrias juntos, João Periotto Apresentador recordista Dezenas de profissionais da Rede Bandeirantes de TV — entre repórteres, cinegrafistas e comentaristas esportivos — nos estúdios da Band, durante as Olimpíadas de Atlanta (EUA) em 1996. À mesa, da esq. p/ a dir., Montanaro, Hélio Rubens, Gérson, Luciano do Valle, Armando Nogueira, Tostão e Paulo Russo. Arquivo pessoal integrar a equipe que gravaria o jogo entre a Ponte Preta e o São Bento, de Marília/SP. Com o microfone volante em punho, de dentro do campo, Luciano do Valle fez a sua estréia na primeira transmissão esportiva no rádio. Daí em diante aquele jovem repórter transformou-se em um dos mais renomados locutores esportivos. Do rádio passou também a apresentar Esporte nas telas. “Dei muita sorte porque peguei uma fase de transição na televisão. A TV não acreditava no Esporte e a gente acabou trazendo o Esporte, principalmente para a Rede Bandeirantes. Iniciamos um programa dominical, das 10 da manhã e encerrando às 22 horas. Eram 12 horas de Esporte! Isso foi uma grande vitória, em que não só predominava a monocultura do futebol, mas também os outros esportes.” BOA VONTADE 21
  • 22. João Periotto Entrevista “Paiva Netto sempre nos deu grandes exemplos. Eu visitei o Templo da Boa Vontade, acompanho o trabalho e já fui a várias creches. Ele é um batalhador e homem de muita coragem. Todas as campanhas que são feitas nesse sentido a gente tem de apoiá-las e estar junto.” Templo da LBV — SGAS 915, Lotes 75/76, Brasília/DF (Brasil). Tel.: (61) 3245-1070. Nilton Preda mundo fala nele até hoje. (...) Que o Brasil tem muita chance de chegar e de ganhar a Copa, tem sim”. Esporte é Solidariedade e Paz quem estava do lado de lá e eu que estava do lado de cá”, ressalta, referindo-se à interação com o público. Animado, Luciano do Valle revelou os planos da Rede Bandeirantes para a próxima edição do maior evento de futebol do Planeta. “A Copa será transmitida pelo BandSports, que é um canal a cabo, com repercussão no canal aberto. Teremos todos os dias o programa Apito Final, que já é tradicional às segundas-feiras e, durante o acontecimento, ele será feito diariamente. Eu e o BandSports vamos transmitir os 67 jogos, isto é, todos do Mundial. Um timaço de profissionais. Tenho certeza de que o pessoal vai gostar muito”. Sobre o resultado da Copa, o empresário arrisca um palpite. “O Brasil tem tudo para chegar lá e disputar o título. Não existe nenhuma Seleção que tenha esse número de jogadores, com essa qualidade. Isso já aconteceu em 1982 com a própria Seleção Brasileira, na Espanha, e também em 1954 com a Hungria, que era considerada um terror, chegou à final e perdeu para a Alemanha, mas não deixou de ser um grande time, todo 22 BOA VONTADE Luciano do Valle fez questão de mencionar o valor das práticas esportivas na formação das gerações. Para ele, “o Esporte não é só responsabilidade social, é um elo entre as pessoas de várias classes. Ele é o único elemento que pode juntar essas pessoas. O Esporte já foi o reconciliador de duas grandes potências: a antiga União Soviética e Estados Unidos. Até se criaram os Jogos da Amizade, porque uma hora os Estados Unidos estavam boicotando a Olimpíada de um lado; outra hora, a União Soviética. E o Esporte acabou Arquivo pessoal Velhos amigos, Paiva Netto recebe Luciano do Valle no Templo da Boa Vontade (TBV), em 20/10/1994. Luciano do Valle (E) ao lado do comentarista esportivo da Rede Globo de Televisão Sérgio Noronha juntando”, ressaltou Luciano, para quem “o Esporte é a única arma que ainda temos para buscar a Paz”. Por meio dele se conquistam outras vitórias. Prova disso é a grande mobilização da Solidariedade Ecumênica que a LBV promove, valendo-se de campanhas educativas. Uma das frentes de ação da Obra é levar aos estádios de futebol e ginásios a mensagem contra o desrespeito e a intolerância. Esporte é Vida, não violência! é o slogan que encabeça a iniciativa, saudada por esportistas, jornalistas e personalidades, inclusive por Luciano do Valle. Na entrevista, o narrador enalteceu outra campanha realizada pela Organização, tradicionalmente a cada quatro anos, durante a Copa do Mundo, intitulada LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira (leia reportagem sobre essa iniciativa na página 28). “Paiva Netto sempre nos deu grandes exemplos. Eu visitei o Templo da Boa Vontade, acompanho o trabalho e já fui a várias creches. Ele é um batalhador e homem de muita coragem. Todas as campanhas que são feitas nesse sentido a gente tem de apoiá-las e estar junto.” Aos leitores, deixou o recado: “Continuem, sempre que puderem, colaborando com Paiva Netto e com a LBV. A gente tem certeza absoluta de que estará entregando alguma coisa muito importante na mão de pessoas que sabem distribuir e que sabem levar aonde realmente se precisa”.
  • 23. Flores Tropicais Exuberância, durabilidade e beleza ornamentam os mais diversos ambientes criando com elegância e bom gosto arranjos florais naturais. Estamos falando de Flores Tropicais Brasileiras, plantadas no norte e no nordeste do País, onde o clima é adequado para a produção e seu cultivo dispensa o uso de defensivos agrícolas, preservando os recursos naturais e valorizando a produção ecologicamente sustentável. Hoje, o Brasil ocupa um patamar de destaque na produção mundial. Sua biodiversidade proporciona uma boa colheita e o Estado de Alagoas se destaca com números impressionantes, 10 milhões de hastes por ano e um crescimento de 300% em relação a 2004. Esse crescente mercado nacional favorece a criação de novas tendências, desenhos e enfoques para atrair cada vez mais pessoas para o consumo de flores que decoram espaços modernos e atendem a um público cada vez mais exigente. As flores brasileiras têm um papel determinante, pois todas as suas características favorecem a obtenção de um novo produto com desenho único. Helicônias, alpinas, ananás, antúrios, dracenas, pandanus etc. integram a decoração de grandes eventos, proporcionando um aumento de consumo nacional que agrega mais de 50 mil pessoas gerando emprego e renda em todo o Brasil. Elas estão criando um novo cenário brasileiro e, para conferir, na sua próxima compra, experimente levar uma flor brasileira para compor a decoração de sua casa ou seu escritório. Orlandio Santos Florista Profissional Momenthus – Flores e Presentes ~
  • 24. Samba e História “(...) Sou LBV desde criança, Portela e Flamengo.” O jornalista e radialista Hilton Abi-Rihan apresenta o programa Samba e História, que entrevista grandes nomes da cultura nacional. Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 5, 14 e 20 horas. Pela Rede Mundial de Televisão (RMTV) é exibido aos sábados, às 23 horas. O telespectador pode assistir também aos domingos, às 15 ou às 23 horas. 24 BOA VONTADE D iz a sabedoria popular que o meio faz a pessoa. Claro que para toda regra há exceção. Mas no caso do sambista e compositor Luiz Ayrão, neto de maestro e filho de pais que, nas horas de lazer, se dedicavam a compor e cantar, uma inclinação para esta arte se tornou inevitável. Talvez nem os familiares mais próximos poderiam imaginar que da timidez do menino que, aos 7 anos, cantava escondido atrás da porta, nasceria um dos grandes nomes do samba. “Eu me lembro que minha avó ia à minha casa, no bairro de Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio, cantava e tocava violão. Meu prazer era fazer uma graça para ela. Minha mãe me dava algumas músicas e eu, muito envergonhado, cantava atrás da porta”, diz Ayrão na entrevista ao programa Samba e História. Na verdade, a graça que começou ingenuamente em casa não demorou muito para cair no gosto popular. Na adolescência, a vontade de cantar em um programa de rádio o aproximou de um vizinho que era pianista. “O Pedrinho Bevilaqua foi quem me ensaiou. E, pela primeira vez, cantei Conceição (de Cauby Peixoto), no programa de domingo, no Cineac Trianon”. No colégio, não faltava incentivo dos amigos que liam as canções escritas no caderno. Apesar do gosto pela música, ainda era cedo para sobreviver exclusivamente dela. Por isso, trabalhou por muito tempo como bancário. Em 1966, conseguiu que a música Nossa Canção, de sua autoria, fosse gravada por Roberto Carlos. “Eu gravei primeiro com ele uma música chamada Só por Amor, mas o grande sucesso foi a badalada Nossa Canção”. O expediente no Banco rendeu a Luiz Ayrão um novo amor e, de quebra, mais um sucesso nas paradas musicais. “Eu queria namorar uma colega que atendia o público, mas não era permitido pela agência. Então, nós nos falávamos pelo telefone. Às vezes, queria conversar, mas ela estava atendendo os clientes do Banco e eu ficava danado da vida! Foi daí que surgiu a idéia de escrever a canção Ciúme de você”. A música fez tanto sucesso que foi gravada por Roberto Carlos, Zizi Possi, Maria Bethânia e pelo grupo Raça Negra. Grupos atuais e de época não perdem a oportunidade de incluir em seus repertórios uma canção romântica de Luiz Ayrão. Um exemplo forte ocorreu no tempo da Jovem Guarda. “Eu gravei com Renato, do Blue Caps, com Arquivo pessoal Reprodução RMTV O carioca Luiz Ayrão supera a expressiva marca de 3.500 shows
  • 25. Wanderléa, Trio Esperança, Golden Boys e com todo aquele pessoal da Jovem Guarda”. Com tanto sucesso nas rádios e o reconhecimento do público, ficou difícil conciliar a vida de advogado, procurador de Banco e sambista. Pediu demissão, parou com o escritório e seguiu a carreira de cantor. E não há ressentimentos pela escolha. “Graças a Deus dei muita sorte e no mesmo ano estourei com um disco em que fiz a gravação de um samba para a Portela”. Em 1974, lançou Porta Aberta. Segundo o artista, “tem coisas que vêm de infância e a gente não abre mão. Sou LBV desde criança, Portela e Flamengo”. Na azul e branco, Luiz Ayrão participou de importantes ensaios com Clara Nunes, João Nogueira, Agenor e Paulinho da Viola. Outro sucesso do cantor e compositor contou com a presença das vozes infantis. “Eu tinha vontade de gravar uma música com crianças, mas pre- “Eu consegui ter uma fé inabalável. E o Homem que tem fé não tem medo de nada. Hoje eu sou um homem que não tem medo de nada, tenho fé, mãos para trabalhar e um anjo que me ampara.” cisava ser uma canção que não fosse nem muito infantil, nem muito séria. Aí, eu compus O Lencinho e chamei os Canarinhos de Petrópolis e eles deram um banho”. Como se não bastasse o sucesso como cantor, no começo do ano 2000, Luiz Ayrão também escreveu sua primeira obra literária, O País dos meus anjos. Esse livro não é uma autobiografia do cantor e compositor. É uma vivência romanceada do Ser Humano Luiz Ayrão. “Ao longo da minha vida, recebi toques e mais toques da Espiritualidade. Coisas incríveis que, se não fossem reais, eu não me atreveria a dizer aqui”. E a experiência de narrar sua ligação com Deus, os valores da Espiritualidade e como venceu a depressão despertou em Ayrão um novo amor. “Eu me apaixonei por Literatura. Estou amando três coisas: a música, a Literatura e minha família”. E igualmente uma segurança que o artista traz no íntimo. “Eu consegui ter uma fé inabalável. E o Homem que tem fé não tem medo de nada. Hoje eu sou um homem que não tem medo de nada, tenho fé, mãos para trabalhar e um anjo que me ampara.” Acostumado com o palco, Ayrão já ultrapassou a expressiva marca dos 3.500 shows realizados e o lançamento de 20 álbuns. Recentemente, o compositor apresentou ao público um trabalho diferente de todos que já fez, o CD Luiz Ayrão — Intérprete, contendo 14 clássicos da MPB entre os anos de 1930 e 1960, com sucessos de Ary Barroso, Tom e Vinícius, Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, Cartola, Maysa, Pixinguinha, dentre outros. BOA VONTADE 25
  • 26. Balanço Social Suplantando metas socioeducacionais Com relevantes resultados, a LBV contabiliza mais de 4,1 milhões de atendimentos em 2005 S eguindo os objetivos prioritários marcados desde a sua fundação (em 1º de janeiro de 1950), a Legião da Boa Vontade encerrou mais um ano com resultado positivo. A expressiva estatística de 2005 superou novo recorde, registrando um total de 4.188.946 atendimentos. Prestando contas ao Povo brasileiro do que faz, a LBV foi a primeira instituição filantrópica no País a ter seu balanço geral auditado por Auditores Externos Independentes (Walter Heuer), por iniciativa do dirigente da Obra, José de Paiva Netto, muito antes de a legislação, que exige essa medida, entrar em vigor. Esses números sintetizam o êxito das ações promovidas pela Legião da Boa Vontade por meio de suas várias frentes de trabalho, das quais destaca-se o programa LBV: Criança — Futuro no Presente!, que conta com a Oficina do Saber, Aulas de Moral Ecumênica, além de serviços de prevenção bucal, brinquedoteca, 26 BOA VONTADE corais infantis, recreação e atividades externas, como passeios e visitas, beneficiando diretamente crianças e jovens em situação de risco social. Na área da Educação, a LBV mantém, nas cinco regiões brasileiras, modelares centros de ensino, desde o berçário até o ensino médio. Outras fortes iniciativas da Instituição são voltadas aos adultos das comunidades brasileiras em situação de carência. No ano passado, a Ronda da Caridade amparou milhares de pessoas que tiveram a oportunidade de reintegrar-se socialmente por meio de cursos, a exemplo do Alfabetização e Educação Geral para jovens e A Legião da Boa Vontade encerrou mais um ano com resultado positivo. A expressiva estatística de 2005 superou novo recorde, registrando um total de 4.188.946 atendimentos. Fotos: Arquivo BV __________________ Luiz Carlos Lourenço adultos, das oficinas para geração de renda, capacitação profissional, além de receber atendimento psicológico, fonoaudiológico, jurídico e odontológico, entre outros, e ser beneficiadas com a entrega de cestas de alimentos não-perecíveis, e também socorros emergenciais e visitas domiciliares. Há de se ressaltar também a grandiosa ação voltada às mulheres em situação de pobreza. Nesse particular, a Legião da Boa Vontade tem um programa específico de assistência denominado SER Mulher. Nessa empreitada, destaca-se o Projeto Cidadão-Bebê, que, além de entregar enxovais, oferece orientação e apoio sociofamiliar. Para os da Terceira Idade, programas e projetos que visam ajudar as famílias a ampará-los física, social e moralmente, por meio de Lares e atividades diferenciadas. Merece ainda um registro especial o atendimento do Lar e Parque da LBV no Rio Grande do Sul, em regime residencial.
  • 27. Balanço social O gráfico abaixo mostra o expressivo número de atendimentos socioeducacionais realizados pela Legião da Boa Vontade nos últimos anos e o resultado alcançado em 2005 4.188.946 3.503.908 2.609.145 seu trabalho de Educação e de Promoção Humana e Social. Todas essas iniciativas da Legião da Boa Vontade são pautadas pela Solidariedade Altruística Ecumênica e vão ao encontro da implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), estabelecidos pelas Nações Unidas. 2002 2003 2004 2005 • A LBV foi a primeira instituição filantrópica no País a ter seu balanço geral auditado por Auditores Externos Independentes (Walter Heuer), por iniciativa de Paiva Netto, muito antes de a legislação, que exige essa medida, entrar em vigor. Daniel Trevisan Com total transparência em suas realizações, a LBV atua sob a forma de associação civil sem fins lucrativos, tendo como objetivo maior a assistência beneficente, filantrópica, educacional, cultural e filosófica. A Instituição tem caráter apolítico, apartidário, antisectário, universalista e altruístico, voltado para a missão primordial de efetivar a Boa Vontade Mundial, ampliando cada vez mais 2.855.614 BOA VONTADE 27
  • 28. Capa hexa Em busca do 28 BOA VONTADE Quando essa consciência é somada à responsabilidade social do esporte, os resultados são inúmeros. Por isso, a Legião da Boa Vontade, símbolo de Solidariedade Ecumênica, convida todos a refletir, dar as mãos e edificar um futuro melhor para que as nossas crianças tenham educação com qualidade, esporte, alimentação, saúde e exerçam a cidadania plena. Com o objetivo de mostrar seu trabalho humanitário e dar suporte financeiro a diversas atividades socioeducativas em prol de crianças e jovens atendidos pela Instituição, a Campanha LBV — Fiz um Gol pela Cafu levanta a taça do penta, conquistado na Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e no Japão. Reprodução BV E “ m time que está ganhando não se mexe.” A frase tática, muito ouvida hoje em dia, era a filosofia do Brasil na Copa do Mundo de 1962 (ocorrida no Chile), na luta pelo bicampeonato. A Seleção Canarinho ainda estava embalada pelo inédito título conquistado na Suécia (1958), quando o Brasil venceu a anfitriã por 5 x 2. E a fórmula deu certo. Único país que esteve em todas as edições da competição, o Brasil levantou a taça outras quatro vezes: em 1962, 1970 (no México), 1994 (nos Estados Unidos) e, o mais recente, em 2002 (na Coréia do Sul e no Japão). E é como favorito que vai à Alemanha em busca da sexta estrela, inédita e sonho distante de outras equipes. Não é só por causa das chuteiras e das belas jogadas que a nossa Pátria é vista pelo mundo. Os 170 milhões de brasileiros ostentam outras grandezas, que nos fazem sentir orgulho de ter nascido neste berço esplêndido. Um dos motivos é a Solidariedade, que cada um carrega dentro de si. Esse sentimento que engrandece o País é o mesmo que nos faz repensar sobre nossas atitudes perante os problemas que estão à vista nas regiões brasileiras, como a fome, a pobreza e a falta de instrução. _____________ Marta Trigueiro
  • 29. LBV — Investindo no futuro Os recursos angariados pela LBV com a venda de kits (camiseta, boné, CD, adesivo e chaveiro) em edições anteriores da Campanha foram utilizados na ampliação de obras como a Supercreche Jesus, em São Paulo/SP, que estendeu seu atendimento ao inaugurar o Instituto de Educação José de Paiva Netto (em 1993), passando a beneficiar mais de 1.200 alunos em situação de pobreza, desde o berçário ao ensino médio. Graças à colaboração do Povo, o modelar centro de ensino também desenvolveu programas de Alfabetização e Educação Geral para Jovens e Adultos, os quais mantém até hoje. Investiu-se na construção do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Instituição, em Del Castilho, no Rio de Janeiro/RJ, cujas portas foram abertas às comunidades de baixa renda em 1996. No local são beneficiadas diariamente mais de 400 crianças e cerca de duas mil famílias das comunidades do Guarda, Jacarezinho, Complexo do Alemão, Parque Everest, entre outras, além da Baixada Fluminense (leia reportagem sobre a inauguração dessa unidade educacional da LBV na página 38). As realizações não pararam por aí. Os recursos foram usados na ampliação das dependências do Lar e Parque Alziro Zarur, no município de Glorinha/RS, que abriga meninos de 6 a 17 anos. Outras regiões também tiveram suas atividades expandidas, a exemplo dos lares para idosos nas cidades de Uberlândia e Teófilo Otoni, em Minas Gerais, e Volta Redonda/RJ. Igualmente, foram reformados os Centros Comunitários e Educacionais da LBV em Belo Horizonte/MG, Recife/PE, Salvador/BA, Fortaleza/CE e Goiânia/GO. Esses espaços passaram a oferecer para a comunidade em situação de risco social e pessoal programas de capacitação e educação profissional voltados a jovens e adultos. No Norte brasileiro, a Escola de Educação Infantil em Belém/PA implantou uma brinquedoteca para os estudantes da localidade. Os expressivos resultados das campanhas anteriores renderam o crescimento de outras frentes de trabalho da Legião da Boa Vontade. É por essas e outras razões que a Instituição apostou nesta iniciativa em 2006 e conta, mais uma vez, com o apoio da população para angariar recursos em prol da Campanha LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira!. No placar eletrônico do Maracanã, a homenagem à Legião da Boa Vontade e o apoio à sua Campanha: LBV — Esporte é Vida, não violência!. BOA VONTADE Arquivo BV infância brasileira! tem recebido amplo apoio de craques do futebol brasileiro que autografaram uma camiseta exclusiva. Essa parceria é feita com a Seleção de Futebol desde a Copa de 1990. Quem também se sensibilizou com a causa foi a classe artística, que cedeu os direitos da gravação de um CD com músicas nos ritmos pop rock, samba e balanço para a tradicional e vitoriosa Campanha. 29
  • 30. Capa Um time de campeões 56 anos Classe artística dá o pontapé inicial da Campanha LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira!. Roseli Eterovic, Douglas Sampa e Marcelo Lombardo, ladeados pelas crianças da LBV. Com direção e produção de Marcelo Lombardo, a LBV conta com o apoio da classe artística, que soltou a voz pela Solidariedade Ecumênica. Lombardo, que já se engajou em outras iniciativas da Obra, relembrou: “Na última Copa fizemos a trilha e foi gratificante. E agora, mais uma vez, o trabalho continua com a LBV nessa parceria linda. (...) A gente conseguiu fazer três músicas maravilhosas, dizendo exatamente qual o espírito brasileiro para esta Copa. Se depender da LBV e do nosso trabalho aqui, o hexa é nosso!”. Antes da maratona da produção do CD, Marcelo Lombardo, o músico Douglas Sampa (do Estúdio RE Music) e o compositor Valtinho Jota conheceram a Instituição na capital paulista. Valtinho Jota Na oportunidade, acom30 BOA VONTADE Fotos: Clayton Ferreira panhados da artista plástica Roseli Eterovic, visitaram a Supercreche Jesus e o Instituto de Educação José de Paiva Netto e ficaram encantados com o que viram. “Quem passa pela LBV não imagina a quantidade de coisas e o benefício que vocês trazem para todas essas pessoas que precisam”, assegurou Lombardo. Douglas Sampa, que, ao lado de Valtinho Jota, compôs uma das músicas para a Campanha, expressou sua alegria em estar no local: “Quem não conhece a LBV precisa conhecer, porque vai sair daqui de Alma lavada. Espero colaborar muito com a Legião da Boa Vontade. (...) Quisera eu ter conhecido a Instituição há mais tempo, mas tudo acontece na sua época”. Valtinho Jota concluiu: “Está sendo “Eu agradeço esse carinho da LBV, esse trabalho lindo que sempre faz; pessoas envolvidas em todos os trabalhos que eu já fiz pela LBV (...) muitas vezes indo fazer a Ronda da Caridade.” Luciana Mello, cantora. Banda Domínium S.A. maravilhoso participar deste projeto da LBV, tão grande, tão lindo”. “A melhor maneira de marcar um gol de placa é ajudando a Legião da Boa Vontade neste projeto”, definiu Marcelo Marrom, da banda Domínium S.A. Por isso, a exemplo dele, outros artistas deram corpo à Campanha LBV — Fiz um Gol pela infância brasileira!. Para Glauco, companheiro de banda, “a LBV está agindo no verdadeiro foco do problema do País”. Egípcio, do Tihuana, confir- Egípcio mou a importância da empreitada: “É bem legal participar deste projeto, ainda mais envolvendo a criançada e pela LBV, que é uma grande organização”. A cantora Adriana Drê reforçou: “Fico muito emocionada em Adriana Drê saber que existem movimentos iguais ao da LBV, que podem amenizar muita coisa ruim no mundo”.
  • 31. Arlindo Filho Bebeto Taffarel Romário Zagallo Arquivo BV Paiva Netto foi, por dois anos consecutivos, ganhador do troféu “Bola de Ouro” (1997 e 1998). Em 14 de abril de 1997, recebeu a homenagem das mãos do Dr. João Havelange, que presidiu, por 24 anos, a FIFA, órgão máximo do futebol mundial. Arquivo BV Arquivo BV campanhas educativas. É um trabalho que não tem fronteiras e empolga outras nações do Planeta. Atualmente, essa iniciativa solidária é desenvolvida pela Legião da Boa Vontade da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia, de Portugal e dos Estados Unidos e em diversas regiões do mundo. Grande admirador do esporte, o Líder da LBV criou um espaço na programação da Super Rede Boa Vontade de Rádio e da Rede Mundial de Televisão para as notícias e transmissões: o Momento Esportivo. Desenvolveu também a Campanha LBV— Esporte é Vida, não violência!, com o objetivo de levar Paz aos estádios. A iniciativa recebeu o respaldo do então Presidente da FIFA, Dr. João Havelange, e de grandes ícones do esporte, como Romário, Zagallo, Bebeto, Taffarel, Dunga e tantos outros. Arquivo BV Arquivo BV Trabalhar pela Cidadania Altruística sempre foi o mote da Legião da Boa Vontade, fundada, em 1º de janeiro de 1950, por Alziro Zarur (1914-1979). Antes de criar a LBV, Zarur já levava ao ar o famoso Futebol da Caridade, desde os primórdios das irradiações radiofônicas, nas quais dizia: “Futebol da Caridade, o futebol que salva vidas e Almas para Deus”, que prestava não apenas o socorro material às famílias, mas resgatava a dignidade de viver e a cidadania plena de muita gente. A partir da década de 1970, o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, multiplicou e expandiu as ações solidárias da Instituição, abrindo escolas de Educação Básica; lares para crianças, adolescentes e idosos; Centros Comunitários e Educacionais; e promovendo Cida Linares Futebol e Solidariedade Ecumênica nas raízes da LBV Dunga BOA VONTADE 31
  • 32. Capa Xanddy, do grupo Harmonia do Samba. Douglas, do grupo Pixote, deu sua contribuição. “Para nós, é importante fazer o Bem. (...) A gente também está nesta empreitada com a Legião da Boa Vontade para poder ajudar todo Douglas mundo”, ressaltou. Lucinha Cintra, do grupo Axé Blond, já sentiu na pele as dificuldades e recorda-se do apoio que recebeu da Instituição. “Eu gostaria de agradecer à LBV, sempre fazendo um gol pela nossa sociedade, nos ajudando e ajudando as pessoas que precisam. Minha família já foi auxiliada pela Legião da Boa Vontade, e eu sou prova disso.” Outro que vestiu a camisa foi Matheus, do grupo KM7Nove. “A Grupo Axé Blond 32 BOA VONTADE “Precisou da gente, eu tô aí, gente boa! (...) Ô, Nossa Senhora! LBV na área. Olha nós aí rumo ao hexa! Também tô aí fazendo mais um gol pelas crianças!” Alexandre Salles “Quero mandar um grande beijo a todas as crianças da LBV, que precisam sempre do nosso apoio, e desejar muita harmonia e muita Paz no coração.” Jair Rodrigues, cantor. LBV faz um trabalho em cima da educação, que é o que mais a gente precisa hoje no Brasil. (...) Eu estou Matheus conhecendo o trabalho da Instituição e fico feliz em participar”, revela. Péricles, do Exaltasamba, destacou que “faz questão de, sempre que possível, estar junto com a LBV”. Thiaguinho acrescentou: “A criança é o futuro da nossa nação. Então, o que a gente puder fazer para ajudar as crianças, no nosso caso, por meio da música, é isso que a gente veio trazer para todo mundo (...) a alegria, o Amor e a nossa maneira de ajudar”. “A LBV é uma das instituições mais sérias que existem neste país. Você que não conhece tem de conhecer. Vá e visite, para ver de perto o trabalho que é feito.” Adryana Ribeiro, cantora. Péricles e Thiaguinho, do Exaltasamba O cantor Chico César também abraçou a causa. “Nós temos a responsabilidade de tentar retribuir para o Povo, que nos deu origem; ajudá-lo, não só com coisas materiais, mas a pensar sobre as Chico César possíveis formas de melhorar a vida de todos.” Wilson Simoninha, cantor, igualmente destacou: “Fico muito feliz em participar da Campanha da LBV. (...) Que a gente possa fazer muitas coisas para as crianças, porque, enfim, Wilson Simoninha este é um país que precisa da ajuda de todos nós”.
  • 33. “É um prazer cantar para as crianças da LBV. (...) É maravilhoso as pessoas tirarem um tempo da sua agenda para fazer coisas deste tipo, ainda mais para a LBV, que é uma causa muito bonita, em prol das crianças.” Vanessa Jackson, cantora. Guto falou em nome de seu grupo: “(...) O Amizade Verdadeira está aqui para marcar um golaço para as crianças. Alô, Paiva Netto! Parabéns pelo projeto! É maravilhoso!”. Para Bruno, do Jeito Moleque, “fazer do nosso Brasil um país muito melhor depende da gente também”. Claudinho Luiz, da Rádio Transcontinental, ressaltou: “(...) A gente sempre colaborou com a LBV. Se outras pessoas pensassem dessa forma, acho que o Brasil não estaria do jeito que está, com tanta gente passando fome, Claudinho Luiz sem educação e sem nada. Estarei Amizade Verdadeira “Eu visitei a LBV e fiquei encantada com todo o trabalho. Um beijo muito especial para todos vocês.” Duda, cantora. “Fico muito feliz de participar deste projeto da LBV. Sinto-me gratificado pelo convite. Educação é fundamental; vem da família, do carinho. A criança precisa disso para crescer.” Carlos Junior, intérprete da Escola de Samba Império de Casa Verde, bicampeã do Carnaval paulista. “(...) É sempre muito gostoso e gratificante participar dos trabalhos da LBV. Eu tive a oportunidade de ver como são tratadas as crianças, a qualidade do trabalho que é feito. Poucas vezes na minha vida, tanto aqui no Brasil, como no Exterior, vi uma coisa de tanta qualidade, de tanto Amor, como vi na LBV.” Tony Mastaler, ator. Jeito Moleque BOA VONTADE 33
  • 34. Capa “É um prazer representar o Clube do Balanço nesta atitude elegante com as crianças brasileiras. É sempre um prazer. Eu destaco o altruísmo da LBV, a vontade de querer melhorar a situação do Povo brasileiro.” Matolli, do Clube do Balanço. “O Art Popular cooperando sempre com esta festa maravilhosa da LBV, que é fazer um gol para todas as crianças.” Márcio, do grupo Art Popular. “A gente fica muito feliz de marcar um golaço com a LBV. Educação é o princípio, a base de tudo.” Sebá, vocalista do grupo Inimigos da HP. sempre presente com “(...) Que vocês”. O engenheiro de venha o som Eduardo Henhexa e que rique aproveitou venham para manifestar o ótimas apoio pela iniciativa: “É muito bom fazer doações um gol pela infância Eduardo Henrique para a LBV! Com certeza, brasileira. A gente o Brasil pode ser o país do está fazendo o meDo Nosso Jeito lhor possível para futuro, num futuro bem que saia um trabalho próximo, se as crianças bem-feito”. tiverem Educação. (...) Também vestiram Eu, como vim de escola a camisa o cantor Tony Gordon, os pública, sempre precisei rappers Mc Thaíde, Tony Gordon de instituições fortes, Quelynah e Rappin’ assim como a LBV, para Hood e os grupos musicais Do Nosso poder ajudar nos meus Jeito e Compromisestudos.” so Certo. Leandro Learth, cantor. Quelynah e Mc Thaíde A LBV agradece a todos os Quer fazer parte deste time e receber em casa que doaram uma camiseta autografada pelos craques do seu cachê, Rappin’ Hood imagem, voz futebol brasileiro? É só atender com o coração: quando a LBV ligar, diga SIM! A camiseta também e serviços em poderá ser adquirida pelo site www.lbv.org. prol desta causa nobre, especialmente Douglas Sambr. Acompanhe nas próximas edições, com pa, que cedeu os Estúdios exclusividade, o autógrafo dos craques do futebol RE Music para a realiza- Renan, do grupo brasileiro. ção desse projeto. Compromisso Certo. 34 BOA VONTADE
  • 35. Ecumenismo Chega de ódio! Felipe Viana O apelo à Paz cresce em todos os segmentos da sociedade O sociólogo Denizard de Souza A intranqüilidade que assola o coração das pessoas em qualquer parte do Planeta — tendo em vista a situação que campeia no mundo, onde os atos de guerra e violência (como assaltos, seqüestros) não estão alheios a ninguém — leva a uma séria reflexão sobre os rumos a seguir para o tão almejado equilíbrio, para uma sociedade mais solidária. O bombardeio da mídia, com notícias mil a respeito, às vezes nos faz achar este estado de coisa normal, mas não o é!, e merece de todos uma análise séria, que forneça saídas para o problema. “O caminho da LBV é a Paz”, assevera o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, para quem “a Paz, a verdadeira Paz, nasce primeiro do coração limpo do Ser Humano. E só Jesus pode purificar o coração da Humanidade de todo o ódio, porque Ele é o Senhor da Paz”. E por pensar assim é que a BOA VONTADE está sempre aberta à troca de idéias sobre este tema. Nesta edição, o convite para o debate foi feito ao sociólogo Denizard de Souza, professor universitário, escritor, líder espírita em Brasília/DF e também Presidente da Associação dos Divulgadores do Espiritismo no Distrito Federal (ADE). Ele esteve no Templo da Boa Vontade (TBV), na capital do País, para entrevista exclusiva à Rede Mundial de Televisão e a esta revista, quando conversou com Enaildo Viana. Revista BOA VONTADE — De que forma podemos alcançar a Paz? nicação, sinto-me muito honrado de estar em uma mídia que promove a Paz 24 horas no Brasil e pelo mundo, e dizer que certamente ela é possível. É uma das conquistas antropológicas mais complexas e importantes que a Humanidade pode alcançar. Para que a Paz se realize plenamente, exigem-se algumas precondições, uma dada situação econômica e social, um contexto cultural e, sobretudo, preocupação com a realidade interior. A palavra Paz é um ponto de equilíbrio socioeconômico, cultural, político e espiritual. Denizard de Souza — Agradeço por participar deste programa da Super Rede Boa Vontade de Comu- Foto: Financial Times “A palavra Paz é um ponto de equilíbrio socioeconômico, cultural, político e espiritual.” Denizard de Souza BOA VONTADE 35
  • 36. Ecumenismo BV — Dentro desses pilares citados por você, de que forma a Paz pode se instaurar? Denizard — É impossível, em qualquer lugar do Planeta, haver Paz quando os índices de exclusão social geram necessariamente duas alternativas: apatia e alienação àqueles que são privados do ensino, do acesso aos bens culturais, do mercado de trabalho, portanto, da possibilidade de exercer a cidadania. Porque a pessoa não resiste ao grau de exclusão e se aliena, cria um estado inercial no comportamento que traz prejuízos psicológicos, desequilíbrio na sociedade, ou, o que é o mais comum, a questão da revolta, da revolução. Observe que qualquer um que assiste à televisão está submetido aos estímulos da publicidade na mídia de tal forma que, se ela não tiver acesso aos bens de consumo, a resposta dela, normalmente, será de violência. Imagine um país como o nosso que tem ainda 19 milhões de analfabetos, de pessoas sem possibilidade de participar da civilização escrita (...). A gente tem de entender que se paga um preço por aquilo que está invisível: a mazela do desempregado, da criança fora da escola, vai aparecer, sobretudo nos grandes centros urbanos, na forma da violência e do conflito. A Paz tem a ver também com o sentido multicultural. Observe o que está acontecendo com o mundo hoje: palestinos e judeus conflitam por uma questão de identidade cultural, religiosa e civilizacional. (...) Então, precisamos que as culturas convivam pacificamente, com tolerância entre as etnias, respeito entre os povos. BV — Retomando a questão econômica, é válido dizer que enquanto não houver uma melhor distribuição de renda é impossível a harmonia? Denizard — Eu diria até mais: somos um país que tem ao mesmo 36 BOA VONTADE tempo uma Europa e uma África convivendo. O grande escândalo do caso brasileiro não é o fato da fome apenas, porque ela está também na África, nas nações eminentemente pobres. O escândalo é que uma cidade como São Paulo tem ilhas de excelência econômica, tecnológica e mercadológica com padrões de vida semelhantes ao da Bélgica, da Holanda, da Suécia, da Suíça. E tem outras regiões semelhantes aos países africanos mais miseráveis. De modo que esse desequilíbrio é fator preponderante na destruição da Paz no Brasil e em qualquer lugar do mundo. “Quando a LBV, por meio de uma ação operante, significativa de seu Presidente (...), assume o Ecumenismo Irrestrito, sem dúvida alguma, está levantando a bandeira fundamental para o exercício da Paz entre os povos.” Professor Denizard de Souza BV — A globalização contribui ou prejudica? Denizard — O capitalismo global é um caminho com poucas alternativas. Ele é tecnológico, tem a capacidade sui generis, única, em todos os regimes econômicos na história da Humanidade, sendo capaz de gerar muita riqueza sem produzir a quantidade equivalente de novos postos de trabalho. Só para ter uma idéia, estive recentemente em Catalão, no sul de Goiás, e há uma montadora de um tipo de trator tão aperfeiçoado para usinas de açúcar que, ao utilizar-se essas máquinas nas fazendas, elas desempregam cerca de 300 trabalhadores. Porque o trator retira a cana, descasca, coloca na condição para o próximo passo que seria a produção do açúcar. BV — São ações anti-sociais... Denizard — Sim, e contrárias à Paz. Porque os governos ficam muito ricos, veja que um país como o Brasil está chegando a um PIB (Produto Interno Bruto) de quase um trilhão de reais. É uma economia poderosa, mas observe que a geração de novos empregos vem lentamente. Então, temos de começar a pensar em novos modelos econômicos. BV — O jornalista Paiva Netto tem defendido há décadas em seus livros, artigos e pronunciamentos que é preciso fomentar a Economia da Solidariedade Humana. Segundo esta sua tese — que anteviu o desfecho do chamado socialismo real e os limites do capitalismo globalizado que se ergueria — o Amor ensinado pelo Cristo deve ser a base para criar as condições para vivência desta Fraternidade. Como você analisa essa visão, que é também espiritual? Denizard — Hoje, grandes cientistas sociais distinguem a globalização e a mundialização. A primeira é o nome que se dá à ideologia de ca-
  • 37. pitalismo global, portanto, é interesse econômico, de tecnologias, de difusão do mercado por todo o Planeta. O que o Presidente José de Paiva Netto fala, com muita inteligência, da globalização solidária, é a sociedade mundial. O que é isso? É uma resposta, em nível planetário, a essa força avassaladora do mercado. Então, o que a sociedade está fazendo? Cada vez mais se reconhece, por exemplo, que existe, sim, uma Economia da Solidariedade, que os governos devem investir na área de alfabetização de crianças, jovens e adultos, e colocar jovens recém-formados, universitários, profissionais de um modo geral para atuar na alfabetização. BV — Isso geraria emprego e desenvolveria a população... Denizard — Sim, porque envolve a força de trabalho diretamente humana, a inteligência, e não a tecnologia de ponta. Sugere inclusão social, a pessoa se educando. Quer dizer, quando se promove a área de projetos sociais das organizações não-governamentais (entidades filantrópicas e as que lidam com o meio ambiente), gera-se emprego ao cuidar do Planeta, e tem a ver com essa ética da Solidariedade na comunidade mundial. Então, a globalização solidária é possível, desde que não tenha como motor propulsor a força econômica. Porque a Economia é cega e todo mundo sabe que está para servir ao capital e não ao Ser Humano, à Humanidade. BV — Para Paiva Netto, o centro da Economia tem de ser deslocado do mercado e do Estado para o Espírito eterno do Ser Humano, que, quando valorizado como o Capital de Deus, torna-se o ponto de estabilidade da Economia, a geratriz do progresso. Denizard — Eis aí! Desta maneira tudo se inverte, à medida que a sociedade coloca o Ser Humano como sujeito e não como objeto. (...) Numa visão espiritualista, o Capital de Deus é o sujeito mais importante, é a natureza humana. “Sinto-me extremamente honrado de fazer parte desse grupo de amigos, de pessoas que neste momento especial homenageiam Paiva Netto pelos 50 anos de trabalho ininterruptos, que serão comemorados em junho. Costumo dizer que a Rede Mundial de Televisão e a Super Rede Boa Vontade de Rádio estão 24 horas no ar porque ele fica 24 horas em favor da Paz.” Denizard de Souza BV — A LBV propõe, desde os seus primórdios na década de 1950, o Ecumenismo Irrestrito e Total. Isso cria uma cultura de Paz? Denizard — Acho que o Ecumenismo é a base fundamental. Afinal de contas, ele é a integração de todas as religiões em todos os povos. Quando a Legião da Boa Vontade, por meio de uma ação operante, significativa de seu Presidente (...), assume o Ecumenismo Irrestrito, sem dúvida alguma, está levantando a bandeira fundamental para o exercício da Paz entre os povos. Observemos as lideranças religiosas: Francisco Cândido Xavier (1910-2002), José de Paiva Netto, Irmã Dulce (19141992), Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) são estes benfeitores espirituais da Humanidade, pelo comportamento ecumênico, que é o Amor colocado na sua plenitude, na sua dimensão mais fraterna, além das fronteiras religiosas. (...) Nesse particular, eu gostaria de parabenizar a LBV, o Templo da Boa Vontade, que é o Templo da Paz, construído por Paiva Netto, e que oportuniza esse exercício universal. Quero deixar muito claro que considero o DiretorPresidente da LBV um benfeitor espiritual da comunidade brasileira, com Irmã Dulce, Francisco Cândido Xavier, para citar três grandes representantes do pensamento espiritualista universal. O Templo da LBV faz esse trabalho de aproximação dos povos, das religiões e, finalmente, a superação de um dilema que aí está e que é um dos maiores problemas hoje do mundo, que é o conflito (interético, inter-religioso, inter-racial). É impossível alcançarmos a Paz sem o fundamento essencial, sem essa base notável do Ecumenismo. A LBV está de parabéns por ter assumido, desde a sua origem, desde a fundação, com o inesquecível Alziro Zarur (19141979), a bandeira do Ecumenismo como base para a pacificação. E quero aproveitar para dizer que me sinto extremamente honrado de fazer parte desse grupo de amigos, de pessoas que neste momento especial homenageiam Paiva Netto pelos 50 anos de trabalho ininterruptos, que serão comemorados em junho. Costumo dizer que a Rede Mundial de Televisão e a Super Rede Boa Vontade de Rádio estão 24 horas no ar porque ele fica 24 horas em favor da Paz. Quero congratular-me com este benfeitor espiritual, o nosso, como assim é chamado, carinhosamente, Irmão Paiva, por este serviço em favor da confraternização entre os povos, de uma sociedade mais solidária e, por decorrência, muito mais feliz. [L.S.M.] BOA VONTADE 37
  • 38. Educação Qualidade no Ensino Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, na Cidade Maravilhosa, completa 10 anos exercitando a Cidadania Ecumênica H __________ Leila Marco á dez anos, o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, inaugurava o Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em 2 de março de 1996. Com o objetivo de criar uma nova realidade para as famílias e os alunos que viriam a ingressar naquele local, oferecendo a eles bons professores, condições físicas de alto nível para o ensino, laboratório de informática, alimentação balanceada, atendimento médico e psicológico e muito Amor. Mesmo a Instituição possuindo no Estado creches, programas socioeducativos, lares para velhinhos, o Líder da LBV fez questão de levantar a voz para fazer ainda mais pela infância carioca, principalmente quando da terrível chacina da Candelária, ocorrida em 1993, vitimando menores moradores de rua. Afastando-se do campo das discussões e partindo para o da prática, após a convocação do dirigente da LBV, logo as primeiras colaborações foram surgindo e, em pouco mais de um ano (a contenção das encostas começou em 10/6/1994 e a construção propriamente dita em 16/2/1995), nasceria o Centro Educacional. Naquela data, 2 de março de 1996, em frente da magnífica edificação, localizada na Av. Dom Hélder Câmara (antiga Av. Suburbana), 3.059, Del Castilho, um mar de gente, mais de 110 mil pessoas chamavam por Paiva Netto, que, atendendo ao apelo da multidão, surgiu na grade do solário, no segundo pavimento, e falou aos presentes, cercado de diversas personalidades, de artistas que compareceram ao evento, amigos que apoiaram desde o início a Campanha da Instituição para levantar o prédio. Naquela ambiência de forte sentimento, ele relembrou os óbices que tiveram de ser vencidos para cumprir os prazos, como as torrenciais chuvas que desabaram sobre a cidade no mês de fevereiro e quase estragaram a festa. Aliás, quem fosse ao local alguns dias antes não acreditaria ser possível terminar a obra. Na noite anterior e na própria madrugada do dia 2, um mutirão de limpeza, que contou com a ajuda de diversos voluntários, deixou pronto o local para o início de suas atividades. Somente após vinte minutos de Leila Marco Conforme noticiaram a revista ISTOÉ e a Rádio Globo, mais de 110 mil pessoas acompanham o pronunciamento de Paiva Netto, durante a inauguração do Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, como mostra a imagem com vista para a Estrada Velha da Pavuna. 38 BOA VONTADE
  • 39. Leila Marco Arquivo BV O Centro Educacional, Cultural e Comunitário, no Rio de Janeiro/RJ (Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho), com 5.000 m2 de área construída, atende crianças, jovens, adultos e idosos em situação de risco social e pessoal provenientes das comunidades em torno das favelas do Guarda, Jacarezinho, Parque Evereste, Nova Brasília, Manguinhos, Parque União de Del Castilho, Complexo do Alemão, Águia de Ouro e Comunidade de Escol. a certeza, muitas genialidades do Brasil, que estariam esquecidas, perdidas mesmo, se não houvesse a Legião da Boa Vontade, que louva todas as outras entidades que têm a mesma preocupação de socorrer os que têm necessidade de urgente amparo. “A importância deste Centro Educacional é extraordinária, pois é para crianças pobres, tratadas da melhor forma possível. (...) O Brasil é grande e os seus homens e mulheres têm de se tornar maiores. Devemos pegar a nova geração e propiciar a ela o que as nossas não alcançaram”. Uma opção de qualidade para o pobre Alguns dias após este memorável acontecimento, durante o programa da Legião da Boa Vontade*, transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão, Paiva Netto rememorou a data ao falar do depoimento do então Presidente da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar, o sociólogo Pedro Demo, que afirmara: “A Legião da Boa Vontade não oferece uma opção pobre ao pobre. Ela oferece ao pobre uma opção No trator de terraplanagem, Paiva Netto dá início, em 1994, à construção do Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, no Rio. Como de costume, o Líder da Instituição, em suas vistorias ao terreno, acompanhou passo a passo o desenvolvimento das obras. de qualidade. Essa alternativa da LBV é importante, porque é de uma instituição privada, mas com toda a sua proposta de Sociólogo Pedro Demo ensino voltada para os carentes, em especial para a educação infantil comunitária. (...) A preocupação da LBV é de qualidade, uma coisa extraordinariamente bem bolada. Nós, que estamos do Arquivo BV aclamação e ao som de Parabéns pra você!, que saudava o aniversário do dirigente da Instituição (exatamente no dia, ele completava 55 anos), é que ele conseguiu extravasar toda a emoção que tomava seu íntimo e o da platéia: “Este Centro Comunitário é a demonstração de que quando as pessoas realmente se unem, conseguem fazer. Enfrentam temporais, coisas inacreditáveis, mas realizam. (...) Dias parados porque faltou eletricidade para mover as máquinas, mas nós suplantamos a escassez da energia elétrica quando temos a luminosidade de Deus no coração. Portanto, vencemos! (...) Essas crianças serão educadas para se libertarem da miséria. Aliadas a tantos mais que a LBV socorre, corresponderão a quantos outros milhares e milhares de crianças e de famílias que serão modificadas pelo comportamento que seus filhos aprenderão a ter neste local. (...) Hoje, a LBV levanta aqui, sob a invocação de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em nome de todas as coisas mais elevadas, espirituais e humanas, um monumento em que veremos surgir e crescer, com toda BOA VONTADE 39
  • 40. outro lado e podemos mobilizar recursos maiores, temos de agir como a Legião da Boa Vontade: mostrar às ONGs que é possível realizar o melhor pelas crianças carentes, até mesmo implantando brinquedotecas. Até porque toda a didática da educação infantil só pode ser criativa se passar pelo lúdico. A criança na LBV se expressa, fala, pensa e se realiza, também brincando”. Ao que o dirigente da Instituição comentou de improviso: “É justamente o que iremos fazer, como é tradição na LBV, no Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade, em Del Castilho, Rio de Janeiro/RJ (...): oferecemos uma opção de qualidade ao pobre, pois na LBV sempre pensamos assim: a elite de um país é o seu Povo! Arlindo Filho Cida Linares No dia da inauguração do Centro Educacional da LBV, mais de 110 mil pessoas prestigiaram o evento, entre elas, da esq. para a dir., os atores: Leila Lopes, Nina de Pádua, Stênio Garcia e Isabel Fillardis. A foto registra o cordial encontro entre o Líder da LBV, José de Paiva Netto (ao centro), com o saudoso Fundador da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, Dr. João Jorge Saad (esquerda), e com o escritor e acadêmico Arnaldo Niskier (direita), durante a inauguração do local. “É uma emoção tremenda, quando a gente vem pela Estrada Velha da Pavuna e vê o prédio enorme, com cinco mil metros quadrados, construídos pela vontade indomável dos Legionários da Boa Vontade de Deus, que vão arrastando assim, nessas obras de erguimento do Povo, na formação da sua cidadania, multidões e multidões que julgaram a LBV há muito tempo e a aprovaram como fiel amiga das gentes”. Gratidão ao apoio dos artistas E continuou ele: “Todos os amigos artistas que, por confiarem na Legião da Boa Vontade, empenharam o seu prestígio na televisão, no rádio e na imprensa, convidando as pessoas a levantar este monumento de cidadania ecumênica, de solidariedade, de ética, de respeito à criatura humana, Arquivo BV Vista lateral do evento: A multidão tomou conta da avenida para acompanhar o discurso de Paiva Netto que ressaltou os valores da Educação Ecumênica em nosso País 40 BOA VONTADE não se arrependeram como não se arrependerão jamais, porque esta Obra é mais uma confirmação daquele dito popular: ‘O Povo ajuda, a LBV faz!’E faz mesmo! A eles o nosso agradecimento”. Paiva Netto ainda falaria de uma situação que, passada uma década, continua tão atual que parece que suas palavras foram proferidas hoje: “(...) Reclama-se de que crianças e jovens na rua assaltam, matam, invadem as casas, aborrecem as outras crianças e jovens que têm meios mais fartos de viver. Elas, porém, apenas estão devolvendo o que se lhes dão. Se lhes dão lixo, como iriam retribuir? Então Fac-símile da reportagem da revista ISTOÉ, edição de 13 de março de 1996.