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Especial
Revista Boa Vontade
Editorial

Estamos
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e
escritor, é Presidente
das Instituições da Boa
Vontade.

Notícias recentes, que relatam a
sistemática degradação ambiental,
promovida pela sociedade moderna,
e seus trágicos efeitos para a vida no
Planeta, despertaram-me a idéia de
trazer a Vocês, leitores atentos da revista
BOA VONTADE, um trecho de meu livro
Crônicas  Entrevistas, publicado pela
Editora Elevação, em dezembro de
2000, ao qual acrescentei informações
atualizadas sobre o tema. No capítulo
denominado “Cuidado, estamos
respirando a morte”, apresento algumas
reflexões sobre causas e conseqüências
envolvidas nesses fatos.



Revista Boa Vontade
a morte

Viver no presente momento é administrar o perigo

U

m dia desses, alguém dizia que
“o aumento da gasolina”...
Pensei cá com os meus botões: Gasolina?! O que anda por
aí é tudo, menos o veterano derivado do
petróleo. Comparando a de antigamente
aos odores fétidos dos combustíveis de
hoje, chega a lembrar fragrâncias de
perfumaria.
Atualmente, em vastas regiões da
Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos
de origem alérgica e pulmonar crescem
em progressão geométrica. Hospitais e
consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes
impurezas.
Abeirar-se do escapamento de um
veículo é suicídio, tal a adulteração de
combustível vigente por aí. Isso sem citar
os motores desregulados...

da qualidade do meio em que vivem. A
exposição constante aos poluentes, com
freqüência, é letal. A parca vai se instalando, pouco a pouco, em corpos e mais
corpos. Observem o estudo, apresentado
por Rafael Cariello, da Folha de S. Paulo,
direto de Nova York:

nismo que seus efeitos já aparecem na
população, consoante revela a pesquisa
de autoria de Ubiratan de Paula Santos,
do INCOR (Instituto do Coração) do
Hospital das Clínicas de São Paulo,
também publicada pelo mesmo jornal
no dia 2/4/2003:

“Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia do Sul,
autores de ‘Os efeitos da poluição do
ar no desenvolvimento do pulmão’
e que monitoraram 1.759 pessoas
dos 10 aos 18 anos, em 12 cidades, a
incidência de jovens com capacidade
pulmonar abaixo do normal entre as
que cresceram em ambiente poluído
é cinco vezes maior. ‘Déficits ligados
à poluição’, diz o texto, são “grande
fator de risco para complicações e
mortes na vida adulta”.

“Um estudo realizado com 50
marronzinhos — fiscais de trânsito
— na cidade de São Paulo, todos sem
relatos de doenças, mostrou que, em
períodos de maior poluição, eles tinham um aumento da pressão arterial
e alteração de mediadores químicos
(como fatores de coagulação) que podem levar a problemas circulatórios.
As mudanças estavam relacionadas
principalmente aos poluentes gerados
por automóveis”.

Cidades assassinadas

Eis que, dia a dia, de maneira implacável, a saúde de todos vai sendo minada.
A começar pela psíquica, porquanto as
mentes humanas vêm padecendo toda
espécie de pressões. Por isso, pouco
adiantará cercar-se de muros cada vez
mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa.
Tal é a proporção dos riscos ao orga-

Quando Você se aproxima, por estrada ou via aérea, da capital bandeirante,
logo avista paisagem sitiada por oceano
de gases nocivos.
Crianças e idosos vivem lá... Merecem respeito! O desenvolvimento e a sobrevivência deles dependem diretamente

No Rio de Janeiro, a despeito do mar,
o envenenamento atmosférico avança,
sem falar na contaminação das praias... O
que surpreende é constituírem São Paulo
e Rio metrópoles altamente politizadas.
E o problema não se contém nas
fronteiras nacionais. De fato, acentua-se
ainda mais em outros grandes centros, a
exemplo do que publiquei na nova edição
de meu livro As Profecias sem mistério,

Revista Boa Vontade



Fotomontagem BV

respirando
Editorial

da Editora Elevação, no qual transcrevo
algumas recentes notícias que expõem a
gravidade da situação:

65 mil casos de bronquite crônica por
ano nessas cidades. (Deutsche Welle
— 24/3/2005)”.
Despoluir qualquer cidade deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não
se pode esperar

“China admite que 360 milhões bebem água
poluída no país
— (...) O governo
admite também que mais de 70%
dos rios e lagos do país estão contaminados. (...) O governo enfrenta dificuldades para encontrar um equilíbrio
entre o acelerado desenvolvimento
econômico e o impacto ambiental.
(...) O total de pessoas ameaçadas pela
água que consomem representa um
terço da população das áreas rurais.
(BBC Brasil — 23/3/2005)”.
“Poluição do ar mata 310 mil
europeus por ano — (...) O país
europeu mais afetado é a Alemanha,
onde morrem anualmente 65.088
pessoas devido ao problema. Seguem-se a Itália, com 39.436 vítimas
mortais, e a França, com 36.868. (...)
A morte por poluição atmosférica não
é um problema novo nem restrito à
Europa ou à Alemanha. Em 1997,
a Organização Mundial de Saúde já
relacionou 700 mil mortes anuais à
poluição. Uma pesquisa publicada
pela revista Science em 2001 fez
a seguinte projeção para 2020: se
as cidades do México, Nova York,
Santiago e São Paulo baixassem em
10% sua emissão de gases poluentes,
seria possível evitar 64 mil mortes e



Revista Boa Vontade

que isso
apenas ocorra quando se tornar assunto lucrativo.
Ora, nada mais proveitoso do
que cuidar do cidadão, o Capital
de Deus.
As questões são múltiplas, mas esta
é das mais graves: estamos respirando
a morte. Encontramo-nos diante de um
tipo de progresso que, ao mesmo tempo,
espalha ruína. A nossa própria.
Comprova-se a precisão urgente de
ampliar em largo espectro a consciência
ecológica do Povo, antes que a queda
de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio de vários
idealistas.
Entretanto, a ganância ainda tem
sido maior que a Razão. O descuido no
preparo das comunidades, para que não
esterilizem o solo onde habitam, mostrase superior ao instinto de sobrevivência.

A água está acabando
A Tribuna da Imprensa, de 10 de
março de 2000, revelou a conclusão de
um novo estudo divulgado pelo instituto
independente Worldwatch, com sede nos
Estados Unidos, que diz:

“O gelo ártico perde uma área
equivalente à Holanda a cada ano, ou
cerca de 34.300 quilômetros quadrados.
(...) Como o gelo permanente funciona
também como um espelho, refletindo o
calor solar e mantendo a temperatura da
Terra relativamente fria, teme-se que o
atual derretimento multiplique os efeitos
devastadores do aquecimento global da
atmosfera. Antes da catástrofe, porém, o
gelo derretido já vem causando problemas
para cidades que dele dependem para seu
suprimento de água potável. Lima, no
Peru, é um exemplo dramático.

Cada um dos seus dez milhões de habitantes dispõe hoje de apenas três metros
cúbicos da água proveniente da geleira
de Quelccaya, quando, há dez anos, dali
eram tirados 30 metros cúbicos”.
Conseqüência do efeito estufa? Uns
afirmam que sim; outros, que não. A
verdade é que se trata do resultado da
insensatez de gente que “não enxerga
um palmo adiante do nariz”, como cantava na melodia popular de Noel Rosa
(1910-1937) , “Com que roupa” o poeta
Pedrinho Bevilacqua.
Há, ainda, graves resultados indiretos
do aquecimento demasiado da atmosfera
terrestre. O equilíbrio biológico natural
do Planeta está sendo afetado. Sua complexa e delicada harmonia apresenta séria
degradação. Além da extinção em massa
de diversas espécies da fauna e flora, sen-
síveis às alterações
ambientais bruscas, os efeitos do
fenômeno podem
originar epidemias
em latitudes que,
naturalmente, são
de clima quente e
outros problemas
orgânicos em todo o Globo, como
podemos observar nesta outra matéria
publicada pela BBC/Brasil:
“O aumento da temperatura cria
condições ‘propícias’ para o crescimento de casos de malária na Amazônia e de dengue nos centros urbanos,
afirmou à BBC Brasil o cientista
Diarmed Campbell, da Organização
Mundial de Saúde (OMS).
“‘Os países tropicais como o
Brasil são muito mais

conseqüências surgem
na forma de estresse,
que pode levar à ocorrência de infartos, e desidratação, como os 20
mil mortos registrados
no último verão europeu.
“Sinusite, bronquite
e asma são outros sintomas de que o
ar está muito poluído. Já nos países
pobres ou em desenvolvimento e
localizados principalmente na região tropical do Globo, a elevação
da temperatura provoca diarréia,
malária, intoxicação alimentar,
leishmaniose e desnutrição, além de
outras pragas.
“(...) O estudo publicado pela
OMS diz que o aumento da temperatura mundial pode favorecer a
propagação de doenças originadas na
água ou transmitidas por insetos”.

A poluição que chega antes
A infinidade de poluições que
vêm prejudicando a vida

vulneráveis às doenças do que os
países europeus’, disse Campbell.
“O alerta foi dado durante a
apresentação do relatório da OMS
sobre as mudanças climáticas e o
seu impacto na saúde do homem,
durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas,
em Milão.
“Segundo a pesquisa, 2,4% dos
casos de diarréia e 2% das incidências de malária em todo o mundo são
conseqüências diretas do aumento de
temperatura no planeta.
“Nos países industrializados, as

de cada um deriva da falência
moral que, de uma forma ou de
outra, inferniza a todos.
Viver no presente momento é
administrar o perigo.
A jovem Geisa*1, maltratada e morta
na tragédia da Rua Jardim Botânico
(junho de 2000), começou a ser assassinada no dia em que o excluído Sandro*2

foi largado, menino, às feras da rua.
Mas ainda há tempo de acolhermos
a asserção de Antoine de Saint-Exupéry*3 (1900-1944), cujo centenário
(estávamos em 2000) está sendo agora
comemorado:
— É preciso construir estradas
entre os homens.
Realmente, porque cada vez menos nos encontramos nos caminhos
da existência como irmãos.
Longe da Fraternidade, não desfrutaremos a Paz.
_______________
*1 e 2

Geisa Firmo Gonçalves e Sandro do
Nascimento — Artesã e professora, de apenas
20 anos. No dia 12 de junho de 2000, Geisa voltava da favela da Rocinha, onde trabalhava com
crianças carentes, a caminho do Jardim Botânico,
quando seu ônibus foi seqüestrado por Sandro do
Nascimento, um jovem que havia, alguns anos
antes, sobrevivido a uma chacina acontecida na
Candelária. A professora foi feita de escudo humano e acabou baleada e morta durante a operação
de resgate realizada pela polícia.
*2
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)
— Nasceu em Lyon, França. Foi aviador de
profissão e escritor por devoção. Seu livro mais
conhecido O Pequeno Príncipe é um convite à
reflexão para que as pessoas se humanizem. Antoine foi oficialmente contra o governo nazista

e combativo membro
da Resistência Francesa.
Quando O Pequeno Príncipe
foi publicado em 1943, a França estava ocupada pelo exército
germânico. Faleceu quando seu avião
foi abatido por um piloto alemão da
Luftwaffe.

Revista Boa Vontade



Fotomontagem BV

Atualmente, em vastas
regiões da Terra, o
simples ato de respirar
corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem alérgica
e pulmonar crescem em
progressão geométrica.
Cartas
Rui Barbosa, o carvalho e a
couve.

Fotos: Ledilaine Santana

Ademir Reis

Gregório Simão

Os jornalistas Ademir Reis, Carlos Fernandes e Gregório Simão, de
Uberlândia/MG, teceram importantes
comentários a respeito desta publicação. A redação agradece as simpáticas
referências e transcreve, abaixo, essas
manifestações:
“Envio sinceros cumprimentos
pela revista BOA VONTADE. Tenho
lido regularmente todas as edições e
noto que, a cada uma delas, cresce o
número de informações sobre os feitos
da LBV no Brasil e a peregrinação
do grande cidadão Paiva Netto. Parabéns a todos”. (Ademir Reis, da revista
Dystak’s)

Ainda nos preparativos para a inauguração das novas instalações do Espaço Ecumênico da Religião de Deus
— a Religião do Amor Universal, em
Uberlândia, interior mineiro, o leitor
atento Marco Dametto informa que, ao
ser colocada a tradicional estampa de
Jesus na fachada do local, o trânsito da
Av. Marcos de Freitas Costa parou.
Os veículos que passavam pela
via movimentada diminuíram a velocidade para contemplar a inspiradora
imagem.



Revista Boa Vontade

“Ao ler a BOA
VONTADE tive
uma grata surpresa: o conteúdo é
claro e de fácil leitura, assim como o
trabalho realizado
pela LBV; só comCarlos Fernandes
plica quem não entende. Também fiquei conhecendo
a filosofia religiosa da LBV, que até
então desconhecia. Assim, recomendo
às pessoas que visitem e conheçam a
Legião da Boa Vontade”. (Gregório
José Simão, da Gazeta do Setor Oeste
e do Jornal Central Metropolitano)

“Adoro a BOA VONTADE, da
LBV. Eu leio tudo, de capa a capa. Tem
muita variedade e matérias especiais
que falam da Espiritualidade (Ecumênica). É uma maravilha de revista,
e uma Instituição séria que realmente
ajuda o próximo”. (Carlos Fernandes,
apresentador do programa Tarde Legal, da Rádio Globo Cultura AM)

Uberlândia inaugura novo
Espaço Ecumênico
Marco Dametto

Jornalistas mineiros enaltecem a rBV

Belo presente de aniversário o dirigente da LBV
concedeu a todos nós com
a realização do II Fórum
Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no
Terceiro Milênio (Edição
de março da BOA VONTADE). Nada mais apropriada
do que a passagem escolhida: “A pesca
milagrosa”.

(...) Ao dar sempre destaque às
crianças, proporcionando-lhes a educação com a Espiritualidade, que
as direcionará ao entendimento,
mesmo na tenra idade, da cidadania
ecumênica — como ponto fundamental da vivência da Sociedade
Solidária — Paiva Netto vem dar
tratamento de importância ao que
é realmente importante para o
futuro de nossa sociedade. Rui
Barbosa, em sua dialética, veria aí qualificada a prioridade ao carvalho, sem, no

entanto, esquecer a couve. Nada melhor
para caracterizar a visão e o trabalho
dele, como verdadeiramente de Estadista, que não planta para uma geração,
mas para uma civilização. Não age para
colher o aplauso contemporâneo, mas
visa à construção dos alicerces de nova
civilização. As sociedades do porvir
agradecem-no pelo esforço no presente
ao formatar e implantar a Pedagogia de
Deus nas almas humanas. (Rosiel dos
Santos, Administrador de Empresas
— Salvador/BA)

“A Mulher no conSerto das
Nações”

Magnífico e muito oportuno, como
sempre, o artigo intitulado: “A Mulher
no conSerto das Nações”, do DiretorPresidente da LBV, José de Paiva Netto.
Triplo agradecimento: primeiro, pela
aula de português e de cultura geral;
segundo, pela real necessidade de a mulher de todas as idades rever seu papel
de mãe da Humanidade e fazer alguma
coisa para que tudo melhore no mundo,
a partir do conSerto de sua própria alma.
Terceiro, pelo alerta tão atual sobre a
importância da presença feminina no
mundo, ao afirmar: “(...) nenhum homem realiza nada de realmente valioso,
se não tiver, de uma forma ou de outra,
o apoio da Mulher (...)”.
Esta Mensagem é um alerta às
mulheres e aos homens também, particularmente aos profissionais da área
médica e aos que se dedicam a fazer
leis que dirigem os povos. Digo dirigir
sim, pois as Leis que verdadeiramente
os governam são as eternas, imutáveis e
irrevogáveis Leis de Deus. Ninguém escapa às conseqüências de seus atos, bons
ou maus. Recentemente foi publicada
a nota intitulada “Abortos ameaçam a
próxima geração na Índia”, no site www.
an.com.br: “Nova Délhi — O Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef)
e associações de mulheres e de médicos
advertiram em estudo recente que o número crescente de abortos praticados na
Índia quando o feto é do sexo feminino
está criando um grave desequilíbrio
demográfico.
“Na Índia existem 927 mulheres por
Paulo Paim
Senador

“Como todos
os brasileiros,
eu tenho uma
admiração especial pela LBV.
Paiva Netto é uma
unanimidade, um
respeito. Ele tem
pregado o Bem, o
Amor que constrói a filosofia de vida.
Sempre que posso, ouço sua pregação e
leio sua obra. Sem dúvida nenhuma, ele
tem trazido ao Brasil aquilo que é mais
necessário. A sua mensagem leva a Paz
e a Paz leva a Felicidade, que é o desejo
de todos nós. Que essa Instituição, Paiva
Netto, seja como o Sol: brilhe por muitos
e muitos tempos iluminando o Povo do
Brasil.”
Mão Santa
Senador

João Preda

Antonio Cruz — ABr

“Eu acompanho o trabalho da Legião
da Boa Vontade, liderada por Paiva
Netto. É um
trabalho belíssimo, um
exemplo a ser seguido. Conheci
lá em Glorinha/RS o Lar e Parque
Alziro Zarur, da LBV, um trabalho
feito para nossas crianças e adolescentes. (...) Se cada um fizer a
sua parte nós avançaremos muito.
Parabéns, Paiva Netto.”

Arquivo pessoal

De Brasília: congratulações parlamentares.
“Eu tenho
uma profunda
admiração pela
LBV. Eu, quando criança, ouvia muito Alziro
Zarur falar pelo
rádio. Acompanho o trabalho
de Paiva Netto, de toda a Legião da
Boa Vontade. Portanto, fiz com muita
honra e alegria aquela homenagem*,
a voz do povo tocantinense, dividindo
com os brasileiros a alegria de saber
que existe alguém que ainda acredita
na Boa Vontade, na Solidariedade, no
Amor ao próximo. E isso tudo são os
ensinamentos que aprendemos com a
Legião da Boa Vontade.”
Eduardo Siqueira Campos
Senador

_____________
* Eduardo Siqueira Campos refere-se à honraria concedida pelo Senado Federal no dia 21 de outubro de 2004 ao Templo da Boa Vontade,
na ocasião dos festejos do 15º aniversário do monumento da Paz.

mil homens, taxa que cai para 800 por
mil nos quatro Estados do norte menos
desenvolvidos: Uttar Pradesh, Rajastão,
Bihar e Hariana. Em um distrito deste
último, a taxa chega a 600 por mil. ‘Estas
taxas criarão problemas sociais e culturais
na próxima geração’, explicou o representante do Unicef na Índia, Alan Court,
em uma entrevista coletiva concedida em
Nova Délhi”. (...)
É por causa de fatos como estes que
percebemos a importância desta página
que Paiva Netto trouxe à reflexão, não
somente das Mulheres como também dos
Homens. (...) (Irani Maria, engenheira
química — São Paulo/SP)

Sou um leitor apaixonado da BOA
VONTADE. Leio, comento e divulgo a
revista onde estou, e no meu trabalho sempre que faço uma reunião. Mando todas
as edições para os professores dos meus
três filhos. E a matéria do Irmão Paiva, na
edição nº 199, “A Mulher no conSerto das
Nações” está show de bola. Aliás, ele é o
nosso professor, e é o professor que todos,

quando querem falar com propriedade,
param um pouquinho ou muito para
aprender. O Irmão Paiva é realmente o
professor desse Brasil. Agora mesmo
estou ouvindo a Rede Boa Vontade de
Rádio, que nunca desligo, e fico ligando
o que fala (...) e o que vou acrescentar
no meu trabalho, na escola, onde posso
inovar e enriquecer os meus serviços e comentários (...). (João da Rosa Barbosa —
Rio de Janeiro/RJ — via e-mail)

O Bom Samaritano

Quero agradecer pelo especial “A
ideologia do Bom Samaritano” (Editorial da revista BOA VONTADE, edição
197), do jornalista Paiva Netto, que
nos trouxe grandes ensinamentos e nos
mostrou como devemos agir para com o
nosso próximo, não importando sua raça,
condição social, pois todos somos iguais
perante Deus. Que Ele o ilumine sempre e
o recompense muito bem pelo que faz por
nós, abrindo nossa mente para as coisas
espirituais. Obrigado por tudo! (Leomar
Pereira Schwartzhaupt — Itati/RS)

Ação Jovem

A revista BOA VONTADE é de
excelente qualidade, principalmente
no que diz respeito ao conteúdo. O que
mais me chama a atenção é a seção
dedicada à Mocidade. Na edição de nº
199, a Ação Jovem LBV trouxe as várias etapas da comunicação do Bem: o
início da Operação Jesus, em 1995, um
resumo superinteressante dos debates da
juventude no Fórum Permanente Jesus
e a participação de jovens da LBV em
reuniões para elaboração de políticas
públicas para a juventude.
Aproveito para agradecer ao nosso
Líder, José de Paiva Netto, por proporcionar essa gama de atividades
que nos faz crescer moral, material
e espiritualmente. Obrigada! (Nádia
Preda — Brasília/DF)
Escreva para a revista BOA VONTADE
Av. Rudge, 938 • Bom Retiro• São
Paulo/SP — CEP 01134-000 — e-mail:
info@boavontade.com

Revista Boa Vontade
Ao Leitor
O que é preciso para ser atual?
Para tanto, necessário se faz ter a
mente aberta para o novo, autocrítica, vontade de criar e renovar
e, acima de tudo, acreditar que se
pode fazer sempre melhor.
Foi imbuída por esses ideais, de não se satisfazer com as
conquistas já alcançadas, que a
equipe desta revista trabalhou
com afinco na edição de nº 200
para torná-la um marco de crescimento, no trajeto de sucesso que
assinalou décadas de informação
solidária, educativa, cultural,
sempre pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica.
Agora, a publicação, mantendo o dinamismo que sempre a
caracterizou, atualiza seu projeto gráfico. O novo formato que
apresenta mudança de tamanho
e diagramação tornam a leitura
ainda mais fácil e leve. A BOA
VONTADE brinda a edição nº
200 expondo um tema polêmico:
a poluição ambiental. Com base
nas recentes pesquisas que comprovam a queda da qualidade no ar
nos grandes centros urbanos, Paiva

Netto chama a atenção para os atos
humanos e suas conseqüências no
Meio Ambiente.
Para amenizar os problemas
relacionados à emissão de gases
tóxicos na atmosfera, foi firmado
um acordo com 141 nações, que
se comprometeram a reduzir em
5,2% a quantidade de gás carbônico emitida até 2014. O Desembargador do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul,
José Carlos Teixeira Giorgis,
comenta essa medida.
Também na reunião de pauta
desse número da revista, procuramos uma forma de homenagear
a Pátria Amada, pelos seus 505
anos completados no dia 22 de
abril. Por isso, trazemos uma
matéria especial sobre a história
do Brasil e uma das últimas
entrevistas concedidas pelo saudoso Orlando Villas Bôas, em
que fala sobre sua luta em defesa da comunidade indígena e a
relação entre o índio e o homem
branco.
Boa leitura!
Os editores

BOA VONTADE
ANO XXIII • Nº 200 • ABRIL de 2005

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs,
editada pela Editora Elevação.

Diretor responsável
Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Redação
Editor: Gerdeilson Botelho
Subeditora: Débora Verdan
Reportagem fotográfica especial: Amicucci Gallo

Revisão
Adriane Schirmer
Neuza Alves
Walter Periotto

Colaboradores
Alvino Barros, Antonio Paulo
Espeleta, Daniel Rocha,
Elias Paulo, Helen Winkler,
Isabel Paes, Karen Reis
Ribeiro, Maria Aparecida
da Silva, Mônica Mendes,
Nilva Rio, Paulo Azor, Profa
Nádia Lauriti, Rita Silvestre,
Sílvia Bovino, Stella Souza,
Wanderly Albieri Baptista e
William Luz

Arte

Sumário

Projeto Gráfico: João Periotto
Capa: João Periotto e Alziro Braga

Produção
Edição nº 200
4 Editorial
8 Cartas
13 Coluna do Garotinho
14 Biosfera
17 Esporte
18 Ecumenismo
25 Notícias de Brasília
28 História
36 Solidariedade
39 Cultura

40 Atualidades
48 Melhor Idade
50 Ação Jovem LBV
52 Bolo com Pudim
53 Soldadinhos de Deus
54 Acontece
60 Acontece no Mundo
61 In memoriam
62 Pedagogia do Cidadão
Ecumênico

Endereço para correspondência:
Av. Rudge, 938 — Bom Retiro
CEP 01134-000 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal
13.833-9 — CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com
E-mail: info@boavontade.com
Impressão: PROL Editora Gráfica

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza
por conceitos emitidos em seus artigos assinados.
Sumário
Editorial

4

4 Editorial

História

28

Solidariedade

36

Melhor Idade

48

Acontece

54

Numa interessante análise sobre o
comportamento humano no Meio
Ambiente, Paiva Netto alerta: “Estamos respirando a morte”.

13 Esporte
José Carlos Araújo, o Garotinho, comenta o desempenho dos jogadores
titulares na seleção brasileira de
Futebol.

Esporte

13

17 Ginástica Olímpica
Crianças da LBV homenageiam Atletas de Ouro.

18 Ecumenismo

Ginástica Olímpica

17

Em uma das últimas entrevistas
concedidas por Orlando Villas Bôas,
o cacique da Paz, como também era
conhecido, fala sobre sua luta em
defesa da comunidade indígena e
a relação entre o índio e o homem
branco.

28 História
Brasil, da trajetória dos portugueses
pelo Oceano Atlântico até os dias
atuais.

36 Solidariedade

Ecumenismo

18

Balanço social da LBV divulga a
expressiva marca de 3,5 milhões
de atendimentos realizados pelos
programas socioeducacionais da
Instituição.

48 Melhor Idade
Idosos atendidos pela LBV em Uberlândia/MG fazem aula de natação.

54 Acontece
Personalidades visitam o conjunto
educacional da LBV e aplaudem a
prática da Pedagogia do Cidadão
Ecumênico.
Coluna do Garotinho

A Seleção

Reprodução BV

José Carlos Araújo é locutor esportivo da
Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ

Parreira

Reprodução BV

Carlos Alberto

Zagallo

As eliminatórias para a Copa do
Mundo de 2006 têm dado motivos
para certos questionamentos quanto à
Seleção Brasileira. Raras são as partidas
em que o Brasil mostra o futebol pentacampeão. Ao contrário, deixa dúvidas
quanto ao nosso desempenho e possibilidades no Mundial da Alemanha, no
ano que vem.
Não se discute a qualidade do jogador brasileiro. Nenhum outro país tem
poder de renovação como o nosso. Aqui,
sai um e logo surge outro tão bom ou
melhor do que o substituído. Sempre
foi e certamente será assim.
Por isso mesmo, a seleção é cobrada
a cada jogo. Não basta vencer. Tem que
vencer e convencer, apresentando uma
qualidade digna de quem é o número um
do futebol mundial. E não é isso que o
Brasil vem mostrando nas eliminatórias,
com desempenho de baixo nível diante
de adversários muito inferiores.
Zagallo e Parreira podem começar
a pensar em substitutos para os laterais
Cafu e Roberto Carlos, que não mostram
mais o vigor físico que os caracterizaram. Fazem raras jogadas de linhas de
fundo e, quando vão ao ataque, desguarnecem a defesa. Pode ser indício de
que, na Copa da Alemanha, o Brasil vai
precisar de novos nomes para as alas.
Além deles, há outras posições nas
quais os titulares vêm se mantendo
apenas pela fama. Um exemplo é Ronaldinho, o Fenômeno. Não que tenha
desaprendido ou tenha chegado ao fim
de sua carreira, mas está devendo uma
boa atuação. É certo que Ronaldinho
tem vivido situações especiais, com
problemas extracampo, como o seu casamento e conseqüências, mas é preciso
voltar a ser o atacante de antes, porque
ninguém faz gol apenas com a fama.
A sorte é que, como já disse, o nosso

Reprodução BV

Reprodução BV197

repensada
País é uma inesgotável fonte de craques.
A má fase ou mesmo a proximidade do
fim de carreira de alguns titulares não assusta. Há substitutos à altura esperando
por uma oportunidade, se for o caso.
Por enquanto, para as eliminatórias,
o futebol mostrado pela Seleção Brasileira dá para o gasto. É suficiente para
a classificação. Mas é pouco para quem
tem pretensões maiores, no ano que
vem, na Alemanha, como a conquista da
Copa do Mundo pela sexta vez.
___________

Em tempo — Escrevo às vésperas do
Campeonato Brasileiro. Em todos os Estados, temos equipes consideradas pequenas
desbancando os tradicionais papões de
títulos. Isso ocorre no Rio de Janeiro, no
Paraná, no Rio Grande do Sul, em São Paulo
e outros locais.
Claro que a ascensão de clubes de menor expressão sempre é bem-vinda, porque
mostra a evolução deles. Mas fica no ar a
pergunta: seria evolução dos menores ou
decadência dos maiores?
Vale lembrar que o Campeonato Brasileiro mantém o sistema de rebaixamento.
Em 2004, o Grêmio experimentou o amargo
sabor de cair para a segunda divisão, como
já havia sucedido antes com o Palmeiras,
Botafogo e Fluminense.
Tomara que todos tratem de se reforçar,
para que os grandes clubes voltem a se destacar pelas belas exibições e não pela luta
para continuar na primeira divisão, como
vem acontecendo nos últimos tempos.

Revista Boa Vontade

13
Kyoto
e o direito ao
clima saudável

(por José Carlos Teixeira Giorgis , Desembargador do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul)

N

Arquivo pessoal

PhotoDisc

Biosfera

José Carlos Teixeira Giorgis

14 Revista Boa Vontade

enhuma geração é obrigada
a deixar um ambiente sadio
para a que sucedê-la, assim
como a atual não pode condenar a estirpe passada pela poluição que
hoje compromete a vida dos habitantes
do planeta.
Ou seja, ninguém deve responsabilizar quem jogou a primeira lata no
rio, como não cabe aos moradores no
futuro protestar pelo meio comprometido que legou, cabendo a cada
linhagem ou época resolver seus problemas, sem achar culpados ou se
preocupar

com sobrevivência da posteridade.
Não, não são afirmações próprias
do articulista, mas ouvidas de um especialista em economia ambiental, que
friamente as defendeu contra todos os
protestos, para sinalizar a ausência de
obrigações entre as sociedades humanas, deixando à calva que cada uma
solucione suas agruras. O protocolo de
Kyoto, que teve vigência a partir de 16
de fevereiro passado, é um movimento
contra a flagelação mundial decorrente
da emissão de gases tóxicos para a at-
mosfera, onde os 141 países signatários
se obrigam a reduzir em 5,2% a quantidade de gás carbônico emitido, e isso
até 2014, tomadas a relação de valores
de 1990, com o que se obterão níveis
toleráveis. Como se sabe, a radiação
solar age sobre os gases da atmosfera,
sendo a maior parte refletida de volta,
derivando a emissão do dióxido de
carbono da produção de derivados de
petróleo, transporte de combustíveis e
da indústria, que também expele óxido
de nitrogênio e metano.
A exagerada concentração de gases
poluentes potencializa o efeito estufa
e forma uma camada espessa que impede a dissipação do calor no espaço,
aumentando o nível de radiação das camadas mais baixas da atmosfera, o que
afeta a temperatura e degela as bancadas
antárticas que deságuam nos mares, aumentando seu nível e comprometendo a
agenda climática e a vida.
Em regra, há uma sintonia natural
entre a temperatura e as correntes oceânicas que funcionam como moduladores
de distribuição de calor pelos trópicos,
e que são impulsionadas pela formação
do gelo nos pólos, verdadeiro reostato
que pode se desligar caso persista o
aquecimento do planeta.
Os cientistas alinham efeitos trágicos
como a redução da floresta amazônica,
o aquecimento do Alasca, o frio na
Europa ocidental, aumento do buraco
de ozônio sobre o Ártico, o que trará o

degelo no Himalaia, chuvas e monções
intensas, vegetação num Saara agora
surpreendentemente úmido. No caso
brasileiro, onde há expressiva incineração de combustíveis fósseis e agressivas
queimadas, prevê-se a precipitação
de chuvas, aparecimento de ciclones,
desabrigo de populações costeiras pela
elevação dos mares, restrição da água e
de sua qualidade, aumento de doenças
(malária, dengue, cólera), perda da produtividade agrícola e correlata queda do
produto interno bruto.
Tais previsões se ancoram na revelação de satélites que flagraram mudanças
expressivas nas geleiras antárticas, ora
em lento processo de retração, e no fato
de que a emissão de gás carbônico para
a atmosfera subiu, entre 1990 e 1994,
de 979 bilhões de toneladas para 1.030
bilhões de toneladas, com aumentos
significativos das quantidades de óxido
de nitrogênio e de metano: em cada dia,
são despejadas 23 bilhões de toneladas
poluentes na atmosfera e a população
respira 700 toneladas por segundo.
Entidades alertam que a temperatura
média no mundo pode subir entre 1,4°C
a 5,8°C, limite catastrófico para o crescimento da massa aquática e alagamento
das costas, em vista da descongelação.
O Brasil, que responde por 3% dos gases-estufa, representa 1,5% do comprometimento mundial, já que os Estados
Unidos, que não assinaram o protocolo,
e a União Européia, que está longe da
meta traçada e discutem custos, somam,
respectivamente 25%

e 15% do total de emissão de gases
tóxicos no planeta. As organizações nãogovernamentais americanas, sem olhar
para seu quintal e para a China, ambos
responsáveis pela queima de mais de
50% do carvão mundial, criticam os países emergentes como o Brasil, que tem
mais de 60% da energia proveniente de
fontes limpas, como a água e a biomassa.
Embora os Estados Unidos não tenham
participado do foro sob o fundamento
risível de incertezas científicas sobre
o impacto das emissões no clima, suas
leis domésticas manifestam preocupação, como já acontece na Califórnia
e Nova York, que se prontificaram às
mudanças. E como se vive numa globalização, o fator financeiro não podia
deixar de estar presente, aqui através da
cota internacional de carbono. Como
acima sublinhado, os países signatários
do protocolo juraram reduzir os níveis
de carbono da atmosfera. Pois bem. A
nação que cumpre a meta, mesmo em
parte, adquire créditos monetários, que
são vendidos em bolsa para os países
industrializados que não consigam
atender os objetivos, e que têm assim
justificado seu fracasso. Os valores
sedutores destas cotas, que se calcula
movimentar cinco a quinze bilhões de
dólares, serão trocados pelo acesso às
tecnologias de ponta para uso de energia, e recursos para financiar a saúde
e a educação. O protocolo é um passo
para a consciência mundial em relação
ao clima saudável, mas seu sucesso
depende do ingresso e da atuação dos
países e indústrias, que na busca do
lucro sacrificam a sobrevivência
da pessoa humana.

Revista Boa Vontade

15
Esporte

Brasileiros de ouro
(por Rosana Serri)

O

Vinícius Ramão

muito carinho. Quero parabenizar a Legião da
Boa Vontade por esse
importante trabalho,
pois, com certeza,
as crianças são o
futuro do nosso
País”, afirmou.

2

3

Daniel Trevisan

1

Daniel Trevisan

desempenho das
ginastas brasileiras nas
edições da
Copa do Mundo de
Ginástica Olímpica
— em particular os
triunfos obtidos
na etapa realizada recentemente
em São Paulo/SP
— foi o motivo
que levou um grupo de crianças atendidas pela Legião da
Boa Vontade na capital
paranaense ao treino da
seleção brasileira feminina, no dia 14 de abril.
Após os exercícios, acompanhados pela garotada, as ginastas
foram surpreendidas pelas crianças
que as homenagearam entregando
cartões, confeccionados por elas
próprias, e flores, como agradecimento pela forma brilhante com
que elas vêm marcando a história
da Ginástica Olímpica brasileira.
A ginasta Daiane dos Santos, que,
na etapa de São Paulo da Copa do
Mundo de Ginástica, conquistou o
ouro com o incentivo das palmas da
torcida brasileira, desta vez recebeu
o carinho e atenção especial dos
alunos da LBV.
Em entrevista à Rede Boa Vontade de Comunicação, Daiane
demonstrou muita admiração pela
obra que a LBV realiza. “Acho
muito belo o trabalho que a Legião
da Boa Vontade faz cuidando dessas
crianças, já que, infelizmente, não
é toda família que tem renda para
sustentá-las. A gente sabe quanto
é difícil dar um bom estudo a elas,
que, acima de tudo, precisam de

1. Alunos da LBV homenageiam as ginastas da Seleção Brasileira, em Curitiba/PR.
2 e 3. Ginastas durante a etapa brasileira
da Copa do Mundo, em São Paulo/SP.

Pódio de São
Paulo

A etapa brasileira da Copa do Mundo de Ginástica teve
uma participação mais
que especial: a da torcida, que, nos três dias de
competições (8 a 10 de abril),
compareceu em peso ao ginásio
do Ibirapuera, uma prova de que o
esporte tem se expandido cada vez
mais no País.
O resultado dessa vibração pôde
ser visto no pódio: nas competições
de sábado, a jovem ginasta Laís
Souza garantiu a prata no salto sobre o cavalo; Camila Comin ficou
com o bronze nas barras assimétricas e Mosiah Rodrigues faturou a
medalha de bronze no cavalo com
alça.
Nas finais de domingo, mais
dois triunfos: o de Mosiah com a
prata na barra fixa e o ouro com a
Daiane dos Santos, no exercício de
solo, apresentação esta que ficou
marcada pela interrupção na música
Brasileirinho, de autoria do saudoso Waldir Azevedo (1923-1980),
que complementa a coreografia da
ginasta. Mas isso não atrapalhou o
desempenho de Daiane, que finalizou sua participação acompanhada
pelas palmas do público.

Revista Boa Vontade

17
Noel Villas Bôas

Ecumenismo

O caci

18 Revista Boa Vontade
Uma das últimas
entrevistas de
Orlando Villas
Bôas: uma vida de
amor e respeito
aos índios.

Arquivo da Família Villas Bôas

que da PAZ
Orlando Villas Bôas (in memoriam)

(por Leila Marco)

M

uito distante das nossas fronteiras chegaram
as histórias dos irmãos
Cláudio (1916-1998),
Leonardo (1918-1961), Álvaro
(1923-1995) e Orlando Villas Bôas
(1914-2002). E não é por menos: o
grupo liderado por Orlando passou
a escrever a saga heróica da família
em 1943, com a adesão à Expedição
Roncador-Xingu, lançada (em 1937)

pelo então Presidente Getúlio Vargas
(1883-1954), com o propósito de desbravar o Centro-Oeste do País.
O grande cacique branco, como
ficou também conhecido, percorreu
com o seu grupo três mil quilômetros
de sertão, no norte do Mato Grosso e
sul do Pará, entrando em contato com
povos indígenas desconhecidos, compondo cartas geográficas da região,
abrindo vias, diminuindo as distân-

cias para alcançar a Amazônia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, numa época em que o mundo
brigava por espaços territoriais, a
nação brasileira enfrentou o desafio
de conhecer e ocupar o Brasil Central de forma diferenciada. Os Villas
Bôas surpreenderam positivamente
ao aplicarem princípios opostos
aos dos primeiros desbravadores de
nossa terra que quase exterminaram

Revista Boa Vontade

19
Noel Villas Bôas

Ecumenismo

Arquivo da Família Villas Bôas

O sertanista Orlando em visita à Aldeia Kamayurá, em 1998.

Na aldeia Yawalapiti, Orlando aparece ao
lado dos filhos Orlando (em pé) e Noel
(no colo) e índios da tribo (1982).

(...) esse índio mostrou uma
moça e deu a entender que
gostava dela. Eu falei: “Vá
para o rio, que vou mandála buscar água para mim
e você rouba a moça da
tribo e desce o rio que eu
e o Cláudio levamos você e
ela”. (...) Esse casal teve um
filho, eu mandei fazer um
ranchinho perto do nosso e
eles passaram a viver quase
juntos com a gente.

20 Revista Boa Vontade

as tribos litorâneas, quatro séculos
antes. Ao encontrar os índios com
seus hábitos originais e uma ética de
vida bem diferente, se encantaram
com eles e passaram a trabalhar com
imensa garra a fim de preservar sua
cultura, fazendo a pacificação deles
sem derramamento de sangue, dando
um caráter humanitário à política indigenista brasileira.
Nos momentos mais difíceis, ante
as contingências, lembrava a seus
comandados a máxima do Marechal
Cândido Mariano da Silva Rondon
(1865-1958): “Morrer se for preciso,
matar nunca”. Neste campo, Orlando
deu uma grande contribuição ao País
quando criou — com o apoio de seus
irmãos, do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) e do sanitarista Noel
Nutels (1913-1973) —, em 1961, o
Parque Nacional do Xingu (com mais
de 2,8 milhões de hectares, área equivalente à França e Inglaterra juntas),
no qual vivem cerca de 4 mil índios,
de 13 nações. Pela defesa dos direitos
desses povos, foi indicado ao Prêmio
Nobel da Paz em 1971 e 1975.
Mesmo com sua volta a São Paulo,
em 1984, em mais de meio século nas
matas, não se afastou do ideal de preservar a cultura indígena, e dessa maneira
lutou até os últimos dias de sua vida.

“Não se mede a
grandeza de um
País unicamente
pelo nível de renda
per capita nem pelo
PIB. Mas, sobretudo,
pela capacidade de
preservar suas raízes,
de conter a variedade
dentro da unidade, de
atender com justiça os
diferentes grupos que
o constituem.”
Orlando Villas Bôas
(em discurso proferido em 1972)

Bem a propósito da comemoração
do Dia do Índio, em 19 de abril, a
revista BOA VONTADE traz uma das
últimas entrevistas concedidas pelo
sertanista Orlando Villas Bôas, antes
de seu falecimento em 2002, aos 88
anos. O bate-papo ocorreu durante
uma das edições do programa Ecumenismo, da Rede Mundial de Televisão,
apresentado pelo jornalista Paulo
Alziro Schnor. Trata-se de verdadeira aula de história e, acima de tudo,
um roteiro de ação para a sociedade
brasileira no relacionamento com as
nações indígenas.
Em tempo: Duas boas notícias,
recebidas pouco antes do fechamento
desta matéria, de dona Marina, esposa
do saudoso Orlando por mais de 40
anos, mostram que este espírito pacifista e de respeito humano tem feito
escola e perdura apesar de o Brasil
ser ainda um País de pouca memória;
a Assembléia Estadual de São Paulo
realizou nos dias 25, 27 e 28 deste
mês a Semana Orlando Villas Bôas,
e já existe um projeto de lei aprovado
que prevê a criação de um Memorial
em sua homenagem.
BOA VONTADE — Por que
o senhor começou essa trajetória,
interessou-se por esse tema, ao qual
BV — Como foram esses primeiros contatos...
Orlando — O primeiro contato não
foi com o índio, e sim com as populações sertanejas do Brasil central, que
eram chamados homens sem leis, que
vinham para tentar a sorte no garimpo,
um local tumultuado, terrível. Era
difícil de noite ou de manhã chegar
sem que não houvesse dois ou três
jogados no meio da rua; um povo sem
a menor visão, mas era o que tínhamos
para o trabalho braçal. E levamos 14
homens desses e, todas as noites, nós
os púnhamos sentados, fazia-se um
fogo e conversávamos com eles, e
descobrimos que eram indivíduos fabulosos, fantásticos, formidáveis. (...)
Na conversa, enfiávamos na cabeça
deles que estávamos invadindo a terra
do índio, e que ele tinha o direito de
nos expulsar de lá e nós não tínhamos
absolutamente o direito de nos opor a
isso. A nossa expedição era paramilitar.
Cada trabalhador desses levava um
mosquetão do exército com 50 tiros. O
primeiro contato mesmo com o índio
foi muito bom, foi com os Xavantes.
Eram muitos e a região larga. Levamos
11 meses atravessando a região da Serra
do Roncador e nesse percurso tivemos
19 surpresas dos índios, mas felizmente

Noel Villas Bôas

dedicou toda sua existência?
Orlando — Pode-se dizer que
foi uma fuga da cidade grande. Nós
temos uma formação de interior
(nasceu em Botucatu/SP), morávamos em São Paulo, mas quando os
meus pais faleceram, resolvemos ir
para o interior do Brasil. O índio não
era a nossa conjectura, embora não
desconhecêssemos o assunto, mas
participamos de uma expedição que
tinha por objetivo avançar pelo país
desconhecido.
O Rio Araguaia, naquela época,
era chamado pelos intelectuais de a
divisa civilizatória, e a nossa expedição teria de cortar tudo isso e foi
uma surpresa para nós encontrar as
nações indígenas que achamos, não
foram poucas, falando muitas línguas
diferentes.

O som das flautas durante a Cerimônia dos Mortos, o Kuarup.

O Rio Araguaia,
naquela época,
era chamado pelos
intelectuais de a divisa
civilizatória, e a nossa
expedição teria de
cortar tudo isso e foi
uma surpresa para nós
encontrar as nações
indígenas (...).
nem um dos trabalhadores foi machucado e nem um índio recebeu tiro.
BV — O Parque do Xingu é um
capítulo especial da nossa História,
gostaria que falasse dessa grande
aventura!
Orlando — O Xingu estava exatamente na área do Brasil Central,
que nossa expedição teria de passar

para atingir o Rio Tapajós, e
o caminho do Rio Araguaia
ao Rio Tapajós não era menos
de 2 mil quilômetros. Teríamos
de transpor toda a região da Serra do
Roncador, cortada pelo Rio Xingu, a
Floresta Amazônica e chegar ao Rio
Tapajós, num trecho altamente hostil
que era só descida e subida. A gente
atravessava um córrego, quando queria voltar, se desse uma chuvinha, ele
já estava com 10 metros de altura e
nós conseguimos. (...) O Brasil Central foi um local de refúgio dos índios
de leste-oeste, norte-sul, em função
da invasão européia, claro!
No Xingu temos os Tupis, imigrados da Bahia; os Aruakes, que vieram
da divisa setentrional; tínhamos
índios de 18 nações falando nove
línguas diferentes. Claro que no processo de acomodação na mesma área,
eles entraram em conflito.
BV — Em função de serem empurrados para o interior, começaram
a ter conflitos...

Revista Boa Vontade

21
Ecumenismo

Orlando — Por isso nós começamos a fazer a fração de tribo por
tribo. Fomos hostilizados por eles.
Não foi fácil, mas conseguimos.
Primeiro foram os índios Kalapalos; depois os Cuicurus, Matipus,
Suyas, Haipatsi, Nawguá, falando
um dialeto só; em seguida os Tupis,
Kamayurás, Awetis, com a língua
tupi-guarani. Posteriormente, outras
línguas diferentes foram encontradas e até um índio, cujo idioma não
tem semelhança com nenhum outro
vivo no mundo, que desafia todo
especialista. (...) Uma ocasião, o
Embaixador japonês me chamou em
Brasília e disse: “Villas Bôas, quero
mandar para o Xingu um lingüísta e
desejo o seu consentimento”. Respondi: “Pois não, pode mandar”. E
o Embaixador mandou o japonês
mais frágil que conheci na vida.
Tinha 1,55m, dois palmos de peito e
quatro dedos de largura. Passados 20
dias ele foi embora. Quando voltei a
Brasília, o Embaixador mandou me
chamar e disse: “(...) Esse cidadão
que foi para lá é o maior especialista
de línguas asiáticas que o mundo
conhece. É um gênio. (...) Ele ouviu
uma língua que não tem contato com
nenhuma outra asiática, nenhuma
viva no mundo, que é Trumai”. (...)
O mosaico lingüístico do Brasil
Central é considerado pela Unesco
o mais belo e puro da América.
BV — O senhor alcançou um
verdadeiro milagre de pacificação,
que foi conseguir que pessoas de
tribos diferentes se casassem.
Orlando — Sim, hoje o maior
líder do Xingu chama-se Aritana.
Quando fizemos contato com os
Cuicurus apareceu um índio de uns
15, 16 anos e deu a entender que
queria continuar a viagem
conosco e nós passamos numa aldeia Kamayurá. Aí esse índio
mostrou uma moça
e deu a entender
que gostava dela.
Eu falei: “Vá para

22 Revista Boa Vontade

“Um índio que
encontrei em uma
de minhas andanças
pelo Brasil, contoume uma bela história,
em que os espíritos
dos indígenas mortos
vão para a ‘aldeia
das estrelas’ e que lá
existe uma sabedoria
espiritual superior.
Esta sabedoria é a que
ilumina nossa Legião
da Boa Vontade!.”
o rio, que vou mandá-la buscar água
para mim e você rouba a moça da
tribo e desce o rio que eu e o Cláudio levamos você e ela”. Ele fez
direitinho.
Uns quinze dias depois, o pai dela
e cinco índios foram lá para buscar a
filha. Ao que afirmei: “Não!”. Dei a
entender que haviam casado, e que
iríamos dar muita coisa ao genro e
este ia repassar para ele. O pai riu,
agradeceu e foi embora... Esse casal teve um filho, eu mandei fazer
um ranchinho perto do nosso e eles
passaram a viver quase juntos com a
gente. O garoto cresceu, hoje tem 48
anos, chama-se Aritana... E é o nome
do avô. Na linhagem civilizada, a figura principal da família é o homem.
Entre o índio, é a da mãe. O primeiro
menino que nasce num casal é o avô
materno que está voltando e todos
vêem naquela criança as mesmas
prerrogativas que tinha o avô. É fabuloso o respeito que o pequeno
tem com o grande, e esse
respeito passa também
para a natureza.
BV — Como a
criança indígena é educada?

Orlando — Os índios nos deram
uma lição de comportamento. Para
eles, o velho é o dono da história; o
índio é o dono da aldeia; a criança,
a dona do mundo. Nós convivemos
com povos indígenas 49 anos, nunca vimos uma mãe puxar a orelha
do caçulinha, o pai dar um croque
na cabeça do filho (...), uma mãe,
um pai, dizer “não” para a criança.
Nunca vimos dois índios discutirem, em 49 anos, 18 aldeias, índios
falando nove línguas diferentes.
Isso é fantástico! Hoje não se anda
nas ruas das cidades sem encontrar
pelo menos meia dúzia brigando, e
você convive com gente que chama
de selvagem e que, na realidade,
ensina como se comportar em sociedade.
Quando se quer saber alguma
coisa, pergunta-se para o velho;
quer fazer algo na aldeia, fala-se
com o dono da casa, quando você
quer ver uma criança, ela estende
seus bracinhos e você a carrega.
BV — E as comemorações dos
500 anos do Brasil?
Orlando — Houve pouca consideração com os índios, não só
na história, mas também na comemoração dos 500 anos. Segundo
notícias, diziam que tínhamos cinco
milhões de índios. Cabral chegou, os
indígenas nos deram um continente
de presente e pagaram o tributo de
quase um milhão de índios mortos
por século. Hoje nós temos apenas
430 mil nativos.
BV — Para finalizar o nosso
bate-papo, na sua opinião, os índios
devem viver isoladamente sem o
contato do branco? Ou o senhor acha
que isso é uma utopia?
Orlando — Nós defendemos
a política de Rondon. O índio só
sobrevive vivendo sob a sua própria
cultura. Hoje já transita pelo Congresso um processo de integração
do índio à sociedade nacional. Esse
é o primeiro passo que se dá para a
extinção do indígena no Brasil.
Arquivo Família Villas Bôas

Noel Villas Bôas

Arquivo Família Villas Bôas

Na década de 1960, o casal Marina e
Orlando em sua casa no Xingu.

O carinho dos índios Kamayurá com o sertanista (1998)

Na foto histórica, os irmãos Villas Bôas:
Leonardo, Orlando e Cláudio nos idos de
1950.

Orlando Villas Bôas foi homenageado, em 1999, na categoria Solidariedade, com a Comenda da Ordem
do Mérito da Fraternidade Ecumênica,
do ParlaMundi da LBV (SGAS 75/76
– Brasília/DF). A premiação, instituída
pelo Diretor-Presidente da Legião da
Boa Vontade, José de Paiva Netto,
tem por objetivo saudar expoentes da
Fraternidade Ecumênica nas diversas
áreas de atuação do Ser Humano.
Naquela ocasião, emocionado com
a lembrança de seu nome, o ilustre
brasileiro afirmara: “Fiquei muito
sensibilizado em receber a láurea da
Solidariedade.
“Sinto-me muito orgulhoso e
sensibilizado, porque conheço bem a

LBV. Fiquei altamente impressionado
com o que vi ao visitá-la na capital
paulista, principalmente no aspecto do
atendimento à criança. Trata-se de uma
Obra que dá uma lição fantástica de humanidade e de patriotismo com relação à
nossa infância. A Fraternidade é a tônica
do dia-a-dia dos índios, povo com quem
convivi por quarenta e tantos anos”.
Orlando recordou-se ainda: “Um
índio que encontrei, em uma de minhas
andanças pelo Brasil, contou-me uma
bela história, em que os espíritos dos
indígenas mortos vão para a ‘aldeia das
estrelas’ e que lá existe uma sabedoria
espiritual superior. Esta sabedoria é
a que ilumina nossa Legião da Boa
Vontade!”.

Fernando Franco

Prêmio e revelação

Orlando recebe a Comenda da Ordem do
Mérito da Fraternidade Ecumênica, do
ParlaMundi da LBV, em 1999.

Revista Boa Vontade

23
Tribos indígenas são homenageadas no
Templo da LBV
João Preda

(por João Areis Preda)

Índios de sete aldeias foram homenageados no Templo da LBV

Boas notícias — Índios das tribos
Pataxó, Baré, Kariri-Xocó, Fulniô,
Guajajara, Xavante e Tapuia foram
homenageados, na tarde de 19 abril,
pela banda Combatentes do Cristo, no
Templo da Boa Vontade (TBV) — A
Pirâmide dos Espíritos Luminosos
(SGAS 915, lotes 75/76, tel. (61)
245-1070), com a música Guerreiros
de Jesus.
O pajé (líder espiritual da tribo),
Santxiê Tapuya, fez seu ritual de
bênção no TBV, durante uma oração
pela Paz entre as etnias e agradeceu

ao Presidente das Instituições da Boa
Vontade, José de Paiva Netto, pela
riqueza espiritual que encontrou
na Legião da Boa Vontade. Em
seguida, homens, representando
os xavantes, dançaram para reunir
forças para a cura dos doentes e
afastar más influências.
Na Hora do Ângelus, às 18
horas, eles participaram de um
momento especial no TBV, com a
cerimônia de Imposição de Mãos,
na qual receberam as bênçãos divinas.

Mídia dá ampla cobertura

A exposição de objetos indígenas na Galeria de Arte do TBV foi destaque na
1ª edição do Bom Dia DF, da TV Globo, na reportagem de Camila Guimarães.

Na mesma oportunidade, uma
exposição de objetos da cultura
indígena, das sete tribos citadas acima, movimentou a Galeria de Arte
do TBV, desde às 6 horas, atraindo
a atenção de inúmeros visitantes
durante todo o dia.
O fato ganhou destaque na pri-

24 Revista Boa Vontade

meira edição do Bom Dia DF (TV
Globo), ancorado pela jornalista
Liliane Cardoso. A reportagem
ao vivo de Camila Guimarães
apresentou alguns dos artefatos
da mostra, além de informar o
telespectador sobre programação
do Templo da Paz.

João Preda

Noel Villas Bôas

Ecumenismo

Desnutrição leva
crianças indígenas
à morte
A passagem do seu dia, em
abril (19), não trouxe para os
índios muitos motivos para comemorar. No fim deste mês, haviam
sido registradas as mortes de
21 crianças por desnutrição no
Estado de Mato Grosso do Sul,
principalmente no distrito de
Dourados. E em meados de março
passado, a Fundação Nacional
de Saúde (Funasa) divulgou que
entre 2.336 indígenas menores de
cinco anos, examinados em tribos
do MS, 124 estavam desnutridos e
343 em risco nutricional (abaixo
do peso normal para a idade).
O grupo atendido pertence à
etnia guarani-caiuá e representa
31,8% do total de menores, nesta
faixa etária, dessa nação. Alguns
parlamentares, que analisam o
caso, acreditam que a escassez
de terras para a agricultura e pecuária de subsistência e a falta de
água tratada nestes locais, pioram
a situação.
Temendo que o problema se
agrave, 500 índios, de diversas
tribos, pediram no Dia Nacional
do Índio o apoio do governo federal para o problema da saúde
pública nas aldeias. Em encontro
com o Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, no Palácio do Planalto, 70 caciques apresentaram a
ele uma pauta de reivindicações
neste sentido. Lula afirmou que
cumprirá todos os compromissos
assumidos com as populações
indígenas e, em comemoração
à data, homologou cinco novas
áreas de reserva, nos Estados
amazonenses de Roraima, Tocantins, Maranhão, Amazonas e Pará,
num total de 224.881 hectares.
[L.S.M]
Ricardo Stuckert/PR

Notícias de Brasília

Palavra

de

Abuja/Nigéria — Presidente Lula cumprimenta o Presidente da Nigéria,
Olosegum Obasanjo, na chegada ao país.

Brasil e África

O

firmam parcerias

Brasil assinou acordos diversificados com cinco países africanos visitados pelo Presidente
da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, entre 10 e 15 abril. Segundo o
Ministro das Relações Exteriores, Celso
Amorim, em algumas nações a ênfase
maior é comercial; em outras, cultural
ou política — dependendo do potencial
de cada uma. “Procuramos ter uma
relação equilibrada, sem discriminar
países grandes e pequenos”, declarou o
Chanceler. Os países visitados por Lula
foram República de Camarões, Nigéria,
Gana, Guiné-Bissau e Senegal.
O Ministro lembrou que, no discurso
de posse, Lula colocou a África como
prioridade de política externa. Com esta
viagem, o Presidente do Brasil visitou
14 países africanos desde o início de
seu mandato.
Ao fazer uma análise sobre sua viagem às nações africanas, Lula salientou,
em seu programa quinzenal de rádio
Café com o Presidente, o objetivo de
intensificar as relações políticas, comerciais e culturais com o continente. Ele
acredita que, depois de ter dedicado os
dois primeiros anos de seu mandato ao
fortalecimento das relações com países
da América do Sul, chegou a hora de o
Brasil resgatar a dívida histórica que tem
com o povo africano.
“O papel do Brasil é ser solidário,
porque eu acho que é uma dívida que

temos, histórica, com a África. O Brasil
pode ajudá-los porque nós temos história junto deles. Temos mais tecnologia,
somos mais ricos, temos mais indústria,
mais conhecimento científico. Portanto,
podemos ajudar muito mais”, ressaltou.
Lula disse que vai cobrar dos países
desenvolvidos mais atenção sobre a
África quando for participar, em julho
deste ano, de reunião do G-8 na Escócia.
“Acho que será um bom momento de
discutirmos com os países sobre qual
política de desenvolvimento nós poderemos ter para ajudar a África. Um país
sozinho não pode, mas muitos países juntos podem ajudar. Essa é a melhor forma
de combater a pobreza”, destacou.
O Presidente disse que o Brasil pode
oferecer à África parcerias para o combate à aids, assim como exportar tecnologia
e mão-de-obra ao continente africano. “A
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) pode contribuir de
forma extraordinária com a agricultura
africana, já que temos uma agricultura
competitiva como a de qualquer país do
mundo. Na questão da educação, o País
pode ajudar as nações africanas. Pode
formar enfermeiros, médicos, aumentar
o número de bolsas de estudo. Especialistas nossos podem viajar mais para a
África. Podemos ajudar a combater a
aids. O Brasil pode convencer outros
países a ajudá-los”, afirmou. [R.O.]
Fonte: Agência Brasil

A realização
do 30º Congresso Internacional do Jovem
da Boa Vontade de Deus já
mobiliza Minas
Gerais e seus
habitantes mais Senador Hélio Costa
ilustres. O tema do encontro: “O Jovem
na Política de Deus” expressa a vontade
dessa gente moça de colaborar para que
a sociedade civil participe de forma
efetiva da política, recordando que ela
não se restringe aos poderes públicos.
O debate sobre o assunto se baseará
no pensamento do Diretor-Presidente
da Legião da Boa Vontade, José de
Paiva Netto: “Política de Deus, a ética
do Espírito no cotidiano”, ou seja, em
ações responsáveis que respeitem o
Ser Humano e, acima de tudo, a sua
parte eterna.
A respeito da iniciativa, que reunirá
milhares de pessoas de todas as idades, porque “jovem na LBV é aquele
que não perdeu o ideal”, o Senador
mineiro Hélio Costa, conhecido por
seu engajamento na luta em benefício
de seu Estado natal, considerou: “Em
primeiro lugar quero cumprimentar a
Rede Mundial de Televisão e a Rádio
Boa Vontade (RBV) pelo trabalho
que prestam. E cumprimento a Rede
Mundial pela sua liderança espiritual,
que é Paiva Netto, que faz um serviço maravilhoso no Brasil inteiro em
favor dos que não têm privilégios.
Então, vejo esse Congresso com
muito carinho. Todos os jovens que
estão me ouvindo que forem a Uberlândia, vão ser recebidos com o maior
carinho. É uma cidade maravilhosa,
um povo bom, generoso, capaz e
competente; que faz Uberlândia ser
admirada no mundo inteiro. (...) Estarei lá se Deus quiser!”.
[L.S.M.]

Revista Boa Vontade

25

Arquivo pessoal

Senador
Arquivo BV

Notícias de Brasília

Brasília

Capital

da Esperança

Brasilienses comemoram 45 anos da cidade no Templo da LBV

A

(por Rodrigo Oliveira)

semana entre 18 e 22 de abril
é marcada por ser uma época
de comemoração. Além dos
festejos de lembrança a Tiradentes, no dia 21 deste ano os brasilienses saudaram os 45 anos da Capital
da Esperança. A cidade, que nasceu
como capital, teve seu projeto iniciado
a partir de 1956 quando o
então Presidente Juscelino
Kubitscheck (1902-1976)
criou a Novacap e deu a
essa empresa a incumbência de planejar e construir
a nova cidade. A tarefa foi
cumprida com êxito por
30 mil operários que
edificaram Brasília
em 41 meses.

De lá para cá, as belas construções
tornaram-se uma característica no visual
da capital brasileira. Uma, em especial,
chama a atenção de visitantes de todas
as partes do mundo: o Templo da Boa
Vontade, inaugurado em 21 de outubro
de 1989. Por iniciativa do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, o
TBV, como também é conhecido, tornou-se parada obrigatória dos turistas na
cidade, já que atualmente é considerado
pela Setur (Secretaria de Turismo do
Distrito Federal), o local mais visitado de Brasília, recebendo mais de
um milhão de visitantes por ano.
Foi sob as sete faces desse
Templo da Paz que ocorreu uma
das mais bonitas homenagens à
capital brasileira. Na quinta-feira

A obra e seu criador. O Presidente Juscelino
Kubitscheck (1902-1976), que transferiu a capital
do País, do Rio de Janeiro para Brasília, edificando
a cidade no tempo recorde de 41 meses, aparece na
foto diante do Congresso Nacional.

26 Revista Boa Vontade

(21), além da reunião de meditação na
Sala Egípcia, os brasilienses puderam
prestigiar um encontro com diversas
representações religiosas, um evento
organizado pela Legião da Boa Vontade
e pela URI (sigla em inglês de Iniciativa
das Religiões Unidas).
Na opinião do Coronel-Aviador
Weber Luiz Kümmel, o TBV é um local da cura. “Aqui foram feitas muitas
preces em meu
nome. Por todo
esse poder, essa
orientação que
me foi dada, tenho um agradecimento muito
grande a fazer
à Legião da
Nilton Preda

Conjunto Ecumênico da LBV. À direita, o Templo da Boa Vontade; ao centro, a sede administrativa; à esquerda,
o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi). Visitado por mais de 15 milhões de turistas e
peregrinos, é o líder de visitação do Distrito Federal, segundo a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur).
Fotos: Márcio Paraíba

nidade aos jovens, as
tade. (...) Todas
crianças que não têm
as vezes que eu
a mesma oportunidavim aqui saí muito
de, a mesma chance
bem energizado”.
de muitos, de poder
Para Ricardo, seu
ter um futuro, uma
parceiro no esporesperança, uma fé. (...)
te, “se você vier
“Fico muito feliz que te- aqui, você vai ter
Acho que você ten“A LBV é uma obra
Famosos no TBV
nham um local maravi- muitas coisas para muito especial, prin- do um lugar especial,
Na mesma data, diversas lhoso como esse, onde visitar e conhecer cipalmente a ajuda à como o TBV, é muito
a gente pode fazer
personalidades estiveram
o que é a LBV, sociedade, aos neces- bom. Vou querer voltar
no Parlamento Mundial da várias atividades e que o que representa sitados e aos órfãos. aqui com mais tempo
É um trabalho fantás- para poder refletir, penFraternidade Ecumênica da seja dedicado para vá- para o Brasil”.
rios fins. (...) O dinheiro
LBV, a exemplo de Emanuel
E s t e p o n t o tico, exemplar para o sar na vida”.
O jogador de vôlei
Brasil.”
e Ricardo, dupla medalha na LBV é também bem também foi resempregado”.
Emerson Fittipaldi Giovane Gávio, bicamde ouro nas Olimpíadas de
saltado pelo biGiovane Gávio campeão mundial
peão olímpico, também
Atenas. Em entrevista conmanifestou seu apoio
cedida à Rede Boa Vontade
de Fórmula I e campeão
de Comunicação, os atletas destacaram mundial de Fórmula Indy Emerson ao monumento da Paz. “Fico muito feliz
o trabalho ecumênico do Templo da Paz. Fittipaldi. Para ele, “a LBV é uma obra que tenham um local maravilhoso como
Emanuel disse que já esteve no conjunto muito especial, principalmente a ajuda à esse, onde a gente pode fazer várias atiarquitetônico outras vezes para sentir sociedade, aos necessitados e aos órfãos. vidades e que seja dedicado para vários
“a energia e essa Paz que todo mundo É um trabalho fantástico, exemplar para fins. (...) O dinheiro na LBV é também
comenta sobre o Templo da Boa Von- o Brasil. É um trabalho que dá oportu- bem empregado”.
Boa Vontade. Também é
importante agradecer a um
amigo especial que sempre
me atendeu com toda a
orientação e todo o respeito,
o Dr. Paiva Netto”.

Weber Luiz Kümmel

Acelino Popó Freitas

Emanuel e Ricardo (D)

O Comendador Regino Barros (D) é entrevistado pelo repórter Robert, do programa Vips e Famosos, da Rede TV Sul.
Revista Boa Vontade

27
História

Terra

à vista!

Pedro Álvares Cabral

28 Revista Boa Vontade
Daniel Trevisan

“Topamos aves, a que chamam ‘fura-buchas’, e, neste
dia, a horas de véspera, tivemos vista de terras mais baixas,
ao sul dele, e de terra chã, com muitos arvoredos, ao qual
o monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à
terra, Terra de Vera Cruz.”
Pero Vaz de Caminha

Painel “Rotas marítimas e outros
descobrimentos” (680 x 277 cm), de autoria do
artista plástico Gesiel Cagnoni Luz.

D

ia 8 de março de 1500. A
frota de Pedro Álvares Cabral
(Belmonte, 1467 ou 1468
— Santarém ? 1520) está de
partida para as Índias. No porto do
Tejo, em Lisboa, além do próprio rei
D. Manuel I, o Venturoso (Alcochete,
1469 — Lisboa, 1521), estão presentes
as mais importantes figuras da Corte.
Depois da missa, há a entrega de um
estandarte real ao capitão-mor das
13 naus, com 1.500 homens, a maior

armada a enfrentar mar alto até aquela
data. Na esquadra, alguns experientes
navegadores, como Bartolomeu Dias
(Algarve, 1450 — faleceu em 1500,
num naufrágio, ao largo do Cabo da
Boa Esperança), que já havia dobrado
o Cabo das Tormentas, e Nicolau Coelho (data de nascimento desconhecida,
faleceu em janeiro de 1504, também
num naufrágio), religiosos, como frei
Henrique de Coimbra, além de funcionários de diversas categorias, entre eles

por Mário de Moraes
o escrivão Pero Vaz de Caminha (Porto ?
1450 — Calicute ? 1500). Sem esquecer
o cientista João (Faras, dito mestre),
bacharel em artes e medicina, físico e
cirurgião da Corte de D. Manuel. Mestre
João foi o autor da carta em que relata as
observações astronômicas realizadas em
terras brasileiras, no dia da chegada de
Cabral ao nosso País. A carta, escrita em
espanhol, é datada de 1º de maio de 1500
e foi muito importante para a elucidação
da polêmica sobre se o Brasil foi ou não

Revista Boa Vontade

29
30 Revista Boa Vontade

Bahia

Amazonas

Reprodução BV

Reprodução BV

Reprodução BV

Daniel Trevisan

Reprodução BV

São Paulo
Rio de Janeiro
descoberto casualmente.
Num certo trecho das suas anotações, mestre João escreve: “Se tivermos
de guinar, que seja para a banda do
sudoeste e tanto que neles der o Vento
escasso, devem ir na Volta do Mar até
meterem o Cabo da Boa Esperança”. A
“volta do mar” ficou conhecida, mais
tarde, como “volta do Brasil”.
Do pouco que se sabe sobre o itinerário da esquadra, ficou registrado que
ela, no dia 14 de março, passou entre
as Ilhas Canárias, e, no dia 23, a nau de
Vasco de Ataíde se desgarrou, próxima
à Ilha de São Nicolau. Cabral seguiu o
conselho de mestre João e, na manhã do
dia 22 de abril de 1500, uma quarta-feira,
avistaram terra. Assim descreveu Pero
Vaz de Caminha o feliz acontecimento:
“Topamos aves, aqui chamam ‘furabuchas’, e, neste dia, a horas de véspera,
tivemos vista de terras mais baixas, ao
sul dele, e de terra chã, com muitos arvoredos, ao qual o monte alto o capitão
pôs o nome de Monte Pascoal e à terra,
Terra de Vera Cruz”.
Após o desembarque, o contato amigável com os índios, a surpresa de lado
a lado e a troca de presentes. Embora,
através de sinais, os silvícolas tenham
dado a entender que, naquela terra, havia
muito ouro e prata, os navegadores não
lhes deram crédito. Isso fica comprovado na Carta que Caminha enviou a
D. Manuel, comentando que o lugar
poderia apenas servir de escala “para
esta navegação caleante”, sugerindo que
o rei “salve esta gente (os índios) para
acrescentar à nossa fé”.
Dez dias depois, Cabral prosseguiu
viagem, dividindo a frota em dois grupos. Um, sob o comando de Gaspar de
Lemos (séculos XV e XVI), voltou a
Lisboa para levar a notícia do descobrimento ao rei; outro seguiu, com Cabral
no comando, rumo às Índias. O soberano
português não gostou do nome de Vera
Cruz e, a partir de 1510, trocou-o por
Brasil, devido à abundância da madeira
de tingir, palavra de raiz germânica
derivada de brasa, “porque é vermelha
como fogo”.
Surgiu a primeira polêmica envolvendo o nosso País. Onde, afinal, Cabral

Noel Villas Bôas

História

De início, a Coroa
portuguesa não deu
importância à descoberta de Cabral, preferindo concentrar-se
no comércio com as
Índias (...)
desembarcou? Em 1922, com a publicação do livro História da Colonização
Portuguesa no Brasil, do português
Carlos Malheiro, os historiadores concordaram que o desembarque pioneiro
ocorreu na Ilha da Coroa Vermelha,
que fica no município de Santa Cruz
Cabrália, no extremo sul da Bahia, e
não na vizinha cidade de Porto Seguro.
Para não haver discussão, resolveu-se
que Santa Cruz Cabrália ficaria com as
honras da descoberta, mas que Porto
Seguro a comemoraria.
Pouco interesse pelo Brasil
De início, a Coroa portuguesa não
deu importância à descoberta de Cabral,
preferindo concentrar-se no comércio
com as Índias, onde havia civilizações
adiantadas, que produziam diversos
gêneros procurados na Europa. Do
nosso País, economicamente, eles só se
interessaram pela extração do pau-brasil,

a tal ponto que a preciosa madeira pagou
os gastos da viagem do Descobrimento.
De 1501 a 1532, o ciclo econômico que
se abriu no Mundo Novo foi o do paubrasil. Mesmo assim, nem D. Manuel
nem os navegadores tinham idéia do
valor da terra descoberta. Tanto que ela
foi tachada, por muitos anos, como possessão secundária. Só algum tempo mais
tarde, com o interesse de outras nações
pelas riquezas do nosso País, é que o
governo português resolveu implantar
uma colonização definitiva no Brasil,
baseada principalmente na cultura de
cana e na produção de açúcar.
No primeiro século, os colonizadores
portugueses conheciam apenas a faixa
litorânea, onde se concentravam algumas vilas e cidades, como São Vicente
(1532), Porto Seguro (1535), Igaraçu
e Santa Cruz (1536), Olinda (1537),
Santos (1545), Salvador (1549), Espírito Santo e Vitória (1551), São Paulo,
incluindo Santo André (1554), Itanhaém
(1561), Rio de Janeiro (1565), Filipéia
(1585), São Cristóvão (1590), Natal
(1599) e Cananéia (1600). A maior
parte dessas cidades surgiu devido às
expedições militares contra os índios,
que tentaram impedir o avanço dos invasores. Alguns corsários, de outros países,
estabeleceram-se na costa brasileira
e aliaram-se aos silvícolas, em busca,
principalmente, do pau-brasil.
Em 1555, 600 franceses, comandados por Nicolas Durand de Villegaignon
(Provins c., 1510 — Beauvais, 1575),

Revista Boa Vontade

31
História

fixaram-se no Rio de Janeiro com o
objetivo de fundar uma colônia, a França
Antártica, mas acabaram expulsos, em
1567.
Era preciso, no entanto, ganhar o
interior do País. Por isso, o governo
português determinou a realização de
entradas e bandeiras, expedições armadas destinadas a pesquisar a existência
de metais e pedras preciosas. Elas saíram
principalmente de São Paulo, abrindo
muitos e importantes caminhos para
dentro do Brasil. No final do Século
XVII, os bandeirantes encontraram
as primeiras jazidas de ouro, pedras
preciosas e semipreciosas, em Minas
Gerais, Goiás e Mato Grosso. Isso permitiu que surgissem diversos núcleos de
povoamento permanentes. A pecuária
também ajudou na colonização do interior do nosso País. Já no final do século
XVII, a criação de gado estendia-se
desde as margens, do rio São Francisco,
na Bahia, até o Parnaíba, no Piauí. Na
mesma época, consolidou-se o domínio
português na costa leste-oeste, com a
expulsão dos estrangeiros, que ali se
haviam estabelecido.
A expansão territorial do Brasil, no
período colonial, fixou as linhas gerais
que o nosso país tem hoje, aumentando
sua área, até então de 2.500.000 km²
— segundo o Tratado de Tordesilhas —,
para mais de 8.000.000 km². O primeiro
sistema administrativo implantado na
Colônia foi o das capitanias hereditárias,
D. João III (Lisboa, 1502 — id. 1557)
dividindo o território brasileiro em 15
faixas, atribuídas a 13 donatários. Com
isso, o governo português garantia a
posse da terra, com custo mínimo para
o Tesouro real. A maioria das capitanias,
no entanto, fracassou. O sistema de
administração foi, então, centralizado,
formando o Governo-Geral do Brasil,
instalado em 1549. Com a chegada
do primeiro governador-geral, Tomé
de Sousa (Lisboa, 1502 — id. 1579),
foi fundada a cidade de Salvador e
nela erguida a sede da administração
colonial.
As capitanias, porém, duraram até
o governo do Marquês de Pombal (Lisboa, 1699 — Quinta do Pombal, 1782).

32 Revista Boa Vontade

O sistema foi extinto em 1777, a Coroa
adquirindo as capitanias ainda existentes. Em 1640, o cargo de governadorgeral foi substituído pelo de vice-rei,
o primeiro deles sendo o Marquês de
Montalvão (Século XVII), que o ocupou
de 1640 a 1641. Em 1763, a capital do
País mudou-se de Salvador para o Rio
de Janeiro.
Aqui é forçoso abrir um parêntese
para falar em Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O patrono cívico da
nação brasileira nasceu em Pombal, São
João del Rei, Minas Gerais, em 1746, e

No final do Século XVII,
os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas
de ouro, pedras preciosas
e semipreciosas, em Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso. Isso permitiu que
surgissem diversos núcleos
de povoamento permanentes.
foi morto na cidade do Rio de Janeiro, no
dia 21 de abril de 1792. Apontado como
chefe da Conjuração Mineira, inclusive
por alguns dos seus companheiros, que
o traíram, Tiradentes assumiu a responsabilidade pelo movimento de oposição
à Coroa e foi condenado à forca.
D. João foge para o Brasil
Devido à invasão de Portugal pelas
tropas napoleônicas, o príncipe regente
D. João determinou que a Corte portuguesa fosse transferida para o nosso
País. Primeiro, ele passou pela Bahia,
onde, em 28 de janeiro de 1808, assinou Carta-Régia, abrindo “os portos do
Brasil ao comércio de todas as nações
amigas”. Em maio do mesmo ano, a
Corte instalou-se no Rio de Janeiro.
D. João viveu em nosso País de 1808
a 1821. Além da abertura dos portos, o
monarca português criou a Impressão
Régia (1808), que publicou o primeiro
jornal brasileiro; declarou guerra à Fran-

ça e anexou à Guiana Francesa; assinou
tratados de comércio com a Inglaterra
(1810) — que por muito tempo impediram o estabelecimento de indústrias no
Brasil —; elevou o nosso País a Reino
Unido ao de Portugal e Algarves (1815);
assistiu à morte da rainha e ascensão
do regente ao trono, como D. João VI
(Lisboa, 1767 — id. 1826); às lutas para
a anexação da Banda Oriental, efetivada
em 1821, com a criação da Província
Cisplatina; à Revolução Pernambucana
de 1817 e à vinda da Missão Artística
Francesa, da qual faziam parte Debret
(Paris, 1768 — id. 1848), Montigny
(Paris, 1776 — Rio de Janeiro, 1850) e
Taunay (Paris, 1768 — Rio de Janeiro,
1824), responsável pelo primeiro Salão
Nacional de Belas-Artes.
Em abril de 1821, a Revolução
Constitucionalista do Porto, em Portugal, iniciada um ano antes, obrigou D.
João VI a voltar para seu país, deixando
seu filho Pedro no Brasil, como príncipe regente. Deixava, também, nosso
País à beira da falência, com os cofres
esvaziados.
Portugal passou, então, a adotar
uma política das mais austeras e
injustas no Brasil, fazendo com que
crescesse cada vez mais o movimento
separatista, principalmente a partir de
9 de janeiro de 1822, o Dia do Fico.
Nessa data, D. Pedro (primeiro imperador do Brasil e 27o rei de Portugal,
com o título de Pedro IV, nasceu
no Palácio de Queluz, Portugal, em
1798, e faleceu no mesmo local, em
1834), atendendo aos apelos das forças
políticas favoráveis à Independência,
desobedeceu à ordem de voltar para
Portugal. Numa viagem de Santos
para São Paulo, indignado com novas
ordens recebidas de Lisboa, o príncipe,
que se encontrava às margens do riacho lpiranga, dirigiu-se à tropa que o
acompanhava e declarou proclamada
a Independência do Brasil. Era 7 de
Setembro de 1822.
No dia 12 de outubro do mesmo
ano, D. Pedro I foi aclamado Imperador
Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil, e, em 1o de dezembro, realizou-se
a cerimônia de coroação e sagração.
Reprodução BV

Reprodução BV

Recife

Daniel Trevisan

Maranhão

Reprodução BV

Reprodução BV

Quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo.

Revista Boa Vontade

33
O Primeiro Reinado durou de 1822 a
1831. Após diversos e importantes acontecimentos políticos, muitos contrários
à presença de D. Pedro I entre nós, no
dia 7 de abril de 1831, depois de grande
manifestação popular, ocorrida no dia
anterior, no Rio de Janeiro, o imperador
abdicou do trono brasileiro em favor do
seu filho de 5 anos, Pedro de Alcântara
(Rio de Janeiro, 1825 — Paris, 1891).
Ficou acertado que D. Pedro II
reinaria sob regime regencial até completar 18 anos de idade. Essa data, no
entanto, foi antecipada. Em 1840 foi
proclamada, pelo Poder Legislativo, a
maioridade do jovem imperador. Esse
segundo reinado durou de 1840 a 1889.
Em sua primeira fase (1840-1855) é
digna de registro a atuação de Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias
(Vila do Porto da Estrela, RJ, 1803
— Barão de Juparaná, RJ, 1880), que
impôs uma paz imperial severa (a pacificação), vencendo as revoluções que
estouraram ainda no período regencial
e também as Revoluções liberais de São
Paulo e Minas Gerais, em 1842. Foi no
reinado de D. Pedro II que aconteceu
a primeira vitória contra a escravidão
em nosso País, com a Lei Eusébio de
Queirós (4 de setembro de 1850), que
proibiu o tráfico negreiro, completada
pela Lei Nabuco de Araújo (1854), que
estabeleceu severas punições para os
contrabandistas de escravos.
Da segunda fase do reinado de D.
Pedro II, cabe destacar o crescimento
econômico do País, como o desenvolvimento da lavoura cafeeira e a fundação
de empresas industriais, bancos e companhias de navegação e de seguros.
Não deve ser esquecida a figura da
princesa imperial e regente do Brasil,
Isabel Cristina (Rio de Janeiro, 1846
— França, 1921), que assinou a Lei
nº 2040, de 28 de setembro de 1871,
declarando livres os filhos de mulher
escrava, nascidos a partir daquela
data (Lei conhecida como do Ventre Livre). Isso aconteceu durante a
sua Primeira Regência. Na terceira,
a princesa Isabel referendou a Lei
Áurea, de 13 de maio de 1888, que
aboliu a escravidão negra no País.

34 Revista Boa Vontade

Da Monarquia à República
Em 1889, aconteceu a Proclamação
da República. O movimento militar,
desencadeado no dia 15 de novembro
daquele ano, derrubou a Monarquia
quase sem resistência. O Marechal
Deodoro da Fonseca (atual Marechal
Deodoro, AL, 1827 — Rio de Janeiro,
1892) assumiu o poder com o título
de chefe do Governo Provisório. Um
ano depois, instalou-se o Congresso
Constituinte Republicano. E a primeira
Constituição republicana, cujo texto
teve Rui Barbosa (Salvador, 1849
— Petrópolis, 1923) como principal
autor, foi aprovada e promulgada em 24
de fevereiro de 1891, estabelecendo o
presidencialismo e o federalismo.

O que veio depois,
ainda está bem vivo na
memória da maioria dos
brasileiros: a Revolução de 30, que colocou
Getúlio Vargas no poder
e a implantação do
Estado Novo (...)
O Marechal Deodoro da Fonseca,
ao assumir o governo, em novembro
de 1889, estava idoso e bem doente.
Além disso, possuía forte grau de autoritarismo, adquirido na vida militar.
Não demorou muito, ele enfrentava a
dissensão que lavrava entre os republicanos civis e militares. No dia 3 de
novembro de 1891, Deodoro fechou o
Congresso, decretou o estado de sítio
e a censura à imprensa. Para piorar, o
País vivia péssima situação econômica.
No dia 23 daquele mesmo mês, o Marechal Floriano Peixoto (Maceió, 1839
— Divisa, hoje Floriano, RJ, 1895)
lançou um manifesto à Nação. Isso
levou Deodoro a renunciar, segundo
ele, “para evitar uma guerra civil iminente”. Floriano Peixoto, na qualidade
de Vice-Presidente, assumiu o governo,
prometendo a volta à legalidade, reivindicada pela oposição.

Primeira República, etc.
Em 1894, foi eleito Prudente de
Morais, o primeiro Presidente brasileiro a ser escolhido pelo voto direto.
Nos governos seguintes, de Campos
Sales, Rodrigues Alves e Afonso Pena,
a chamada Primeira República assistiu
a um período de progresso econômico.
Afonso Pena morreu antes de completar seu mandato, sendo substituído
pelo líder, Nilo Peçonha. Depois dele,
veio Hermes da Fonseca, que iniciou
seu governo em 1910, enfrentando
algumas revoltas. Em 1914, Venceslau
Braz assumiu a presidência do Brasil e,
em 1918, Rodrigues Alves foi reeleito,
mas morreu antes de tomar posse. O
País passou a ser governado por Delfim
Moreira, até que, em novas eleições, assumisse Epitácio Pessoa, que governou
de 1919 a 1922. Artur Bernardes foi o
próximo Presidente. Nesse período, devido a sérios acontecimentos políticos, o
Brasil viveu em estado de sítio. O último
Presidente da Primeira República foi
Washington Luís, que assumiu o cargo
em 1926, quando a situação do País era
extremamente grave.
O que veio depois, ainda está bem
vivo na memória da maioria dos brasileiros: a Revolução de 30, que colocou
Getúlio Vargas no poder e a implantação
do Estado Novo, que durou de 10 de
novembro de 1937 a 29 de outubro de
1945, quando Getúlio foi derrubado por
um golpe militar. Nesse mesmo ano, na
redemocratização do País, foi eleito o
General Eurico Gaspar Dutra. Em 1950,
Getúlio voltou ao poder pela força do
voto e, em 1954, pressionado por forte
oposição, ele se suicidou em 24 de
agosto do mesmo ano. Seguiram-se, na
presidência do Brasil, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros — que renunciou e
permitiu que o vice, João Goulart, assumisse o posto —, os governos militares
de Castelo Branco, Costa e Silva, Médici
e Geisel, Tancredo Neves (que faleceu
antes de tomar posse, dando lugar a Sarney), Fernando Collor de Melo, Itamar
Franco, Fernando Henrique Cardoso e
Luiz Inácio Lula da Silva.
O futuro, a Deus pertence.
Solidariedade

Crianças e Natureza,

João Preda

numa bela manhã
planaltina, brincam
felizes na Escola de
Educação Infantil, da
LBV, em Taguatinga/DF.

36 Revista Boa Vontade
Amicucci Gallo

LBV

Belo flagrante do premiado repórter fotográfico
Amicucci Gallo, na LBV do Rio de Janeiro/RJ.

O expressivo balanço social de 2004
Amicucci Gallo

Fotos: Arquivo BV

Q

Cenas diversas dos atendimentos prestados pela LBV em dezenas de cidades do Brasil e Exterior

uando olhamos para os desafios de nossa sociedade, como
Educação, saúde, trabalho,
alimentação, inclusão social,
entre outros, percebemos que o Povo
tem sempre pautado sua confiança pelo
esforço e pela ação das pessoas de Boa
Vontade.
Hoje, a LBV conta com um histórico de mais de meio século de serviços
prestados aos que se encontram em
situação de risco social em nosso País,
seja trabalhando em parceria com os
diversos setores (governos, empresas
socialmente responsáveis, organismos
internacionais, escolas, comunidades de
base e outras organizações do Terceiro
Setor), seja propiciando oportunidades
para que cidadãos de Boa Vontade possam colaborar para o desenvolvimento
sustentável de suas comunidades. Tudo
isso contribuiu para que a Obra se
tornasse a primeira instituição do Terceiro Setor genuinamente brasileira a

A LBV prestou, em 2004,
mais de 3,5 milhões
de atendimentos, por
meio de seus diversos
programas e projetos
socioeducativos,
desenvolvidos em dezenas
de cidades brasileiras,
contando sempre com
uma legião que ultrapassa
os 30 mil voluntários.
ser reconhecida em caráter oficial pela
Organização das Nações Unidas (ONU)
e ter status consultivo no Conselho
Econômico e Social dessa entidade
(Ecosoc), o que lhe confere o direito de
participar, com poder de voto, de suas
reuniões decisórias. É ainda mediadora
entre muitas ONGs do Brasil e esse
organismo internacional.

Fundada por Alziro Zarur, a LBV
completou 55 anos de existência em 1o
de janeiro de 2005. Uma de suas inovadoras iniciativas tem sido a difusão do
Ecumenismo Irrestrito, promovendo
a conciliação de todo o conhecimento
humano e espiritual, numa poderosa
força a serviço dos povos.
Sua expansão nacional e no Exterior
deve-se, sobretudo, ao dinamismo de
seu Diretor-Presidente, José de Paiva
Netto, que, com a ajuda da sociedade,
vem modernizando e consolidando a
Organização desde 1979, quando assumiu sua liderança, proporcionando-lhe
um crescimento da ordem de 150.000%
e transformando-a em uma das maiores
expressões mundiais de humanitarismo
e de Solidariedade social.
A LBV prestou, em 2004, mais de
3,5 milhões de atendimentos, por meio
de seus diversos programas e projetos
socioeducativos, desenvolvidos nas
principais cidades brasileiras, contando

Revista Boa Vontade

37
Solidariedade

João Preda

LBV: Criança — Futuro no Presente!
Refeições servidas
Oficina do Saber
Aulas de Moral Ecumênica
Alfabetização Digital
Brinquedoteca
Esporte é Vida
Oficina dos Arteiros
Espaço Cultural
Coral Ecumênico Infantil LBV
Prevenção da saúde bucal
Recreação

Ronda da Caridade, a Ronda da Cidadania
Refeições servidas
Grupo de Convivência da Terceira Idade
Capacitação profissional (informática)
Cursos diversos
Alfabetização e Educação Geral para Adultos
Oficinas de geração de renda
SOS Calamidades (famílias)
Atendimentos em mutirões
Atendimentos emergenciais
Cestas de alimentos
Palestras educativas
Plantão Social
Visitas domiciliares
Atendimento psicológico
Atendimento fonoaudiológico
Atendimento jurídico
Atendimento odontológico
Consultório odontológico na LBV
Odontoteca LBV (itinerante/comunitária)
Consultas médicas
Ambulatório

LBV: Jovem — Futuro no Presente!
Refeições servidas
Estudar e Aprender

SER Mulher

Cidadão-Bebê (curso para gestantes)
Enxoval para bebês
Grupo de Mães
Grupo de Mulheres

Educação Básica

Berçário e educação infantil (de 0 a 6 anos)
Ensino fundamental
Bolsas de estudo
Refeições servidas

Lar e Parque da LBV (regime residencial)

496.206
408.712
13.818
14.090
7.540
19.033
7.289
9.168
11.527
38
4.602
389

1.190.553
479.718
39.680
251.232
16.168
152.640
869
318
16.529
84.952
111.270
1.405
12.554
3.828
2.681
411
568
894
9.028
2.136
1.712
1.960

2.664
1.776
888

65.175
50.616
831
5.088
8.640

1.274.404
173.800
163.400
14.000
923.204

33.580

Refeições servidas

146.602

Refeições servidas

177.879

Lar da Terceira Idade (regime residencial)
Ala dos Estudantes (ParlaMundi da LBV)

41.245
75.600

3.503.908
38 Revista Boa Vontade

Arquivo BV

Em 2004:

Entrega de material escolar feita pela
LBV às crianças da rede escolar de
ensino público em Belém/PA

sempre com uma legião que ultrapassa os
30 mil voluntários.
Suas iniciativas são pautadas pela
Solidariedade e seguem ao encontro da
implementação dos oito Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODMs),
estabelecidos pela ONU: “Erradicar a
extrema pobreza e a fome”, “Atingir o
ensino básico universal”, “Promover a
igualdade entre os sexos e a autonomia
das mulheres”, “Reduzir a mortalidade
infantil”, “Melhorar a saúde materna”,
“Combater o HIV/aids, a malária e
outras doenças”, “Garantir a sustentabilidade ambiental” e “Estabelecer uma
parceria mundial para o desenvolvimento”.
Mais do que oferecer o alimento
material, necessário para a sobrevivência
das pessoas, a Legião da Boa Vontade
trabalha para elevar-lhes a auto-estima,
a esperança, a dignidade, os valores, a
responsabilidade, o respeito, para que os
indivíduos tenham oportunidade de lutar
pelos seus direitos e de exercer melhor
sua cidadania, cooperando para uma estrutura social sólida e auto-sustentável.
Trazemos os números dos milhões
de atendimentos efetivados em toda a
rede social da Legião da Boa Vontade
em 2004, inseridos no balanço geral
da LBV, encerrado em 31 de dezembro, auditado pela conceituada Walter
Heuer Auditores Independentes e publicado no Diário Oficial do Estado de
São Paulo. [L.S.M.]
Cultura

Ivo Pitanguy e Ivan
Junqueira

Destaques dos

séculos XX e XXI, na ABL.
(por Simone Barreto)

João Havelange (D)
recebe o diploma das
mãos de Marcos Vilaça

Chico Anysio e o Dr.
José Roberto Marinho

Ivone Cassu, representando Roberto Carlos, e
Francisco Bilas.

Governador do Ceará,
Lúcio Alcântara.

Roberto Farias

S

Fotos: Jorge Alexandre

audar 21 brasiSantos e Zilda Arns.
leiros vivos que
Na ocasião, a Unise destacaram
versidade Federal do
no século XX
Ceará (UFCE) — ree que continuam venpresentada pelo Reitor
cedores neste período Academia Brasileira de Letras
René Barreira e pelo
que se inicia: com esse objetivo o Diretor Governador do Estado, Lúcio Alcântara
da PPE (promoções e eventos) e autor do — saudou o Dr. Roberto Marinho (in
projeto Destaque Século 20/21, Roberto memoriam) com o título de Doutor HoFarias, realizou no Teatro Raimundo noris Causa da UFCE. Seu filho, o Dr.
Magalhães Júnior, na Academia Brasi- José Roberto Marinho, Vice-Presidente
leira de Letras (ABL), em 14 de abril, das Organizações Globo, recebeu a hona entrega dos diplomas aos agraciados. raria em nome dele, relembrando as paPessoas de amplo reconhecimento nacio- lavras do laureado sobre o compromisso
nal pelas contribuições
que tinha para com
que proporcionam à
Entre os premiados: a sociedade: “Meu
sociedade nos diversos
pai sempre dizia
Abílio Diniz, Adib Jatene,
ramos do saber. É uma
que a vida é curAldemir Martins, Antonio
forma também, segunta e preciosa para
Carlos Magalhães, Antonio
do Roberto, de motivar
ser vivida apenas a
Ermírio de Moraes, Chico
os indivíduos de certa
nossa experiência
Anysio, Dom Paulo Evaristo
idade, “com mais de
pessoal”.
Arns, Emerson Fittipaldi,
50 anos”, para que eles
Os homenagecontinuem a transmitir Fernanda Montenegro, Hebe ados foram felicisuas experiências aos Camargo, Ivo Pitanguy, João tados pela LBV,
Havelange, José Sarney,
mais jovens.
entre eles o Dr.
Oscar Niemeyer, Você
Os nomes foram
João Havelange,
Cidadão/Cidadã, Paulo
escolhidos por meio
o cantor Roberto
Coelho, Pelé (“O Atleta do
de uma pesquisa, numa
Carlos (represenSéculo”), Renato Aragão,
consulta democrática
tado pela assessora
no site (www.roberto- Roberto Carlos, Sílvio Santos de imprensa Ivone
e Zilda Arns.
farias.com.br) do orgaCassu) e o humonizador e também por
rista Chico Anysio,
uma comissão de jurados, formadores que falou para a Rede Boa Vontade
de opinião pública. Entre os premiados, de Comunicação sobre a importância
Abílio Diniz, Adib Jatene, Aldemir do prêmio: “Ele é muito interessante
Martins, Antonio Carlos Magalhães, porque nos coloca junto com pessoas
Antonio Ermírio de Moraes, Chico num padrão muito especial, homens
Anysio, Dom Paulo Evaristo Arns, como João Havelange, Ivo Pitanguy,
Emerson Fittipaldi, Fernanda Monte- Oscar Niemeyer. É coisa absolutamente
negro, Hebe Camargo, Ivo Pitanguy, encantadora para quem recebe. Fiquei
João Havelange, José Sarney, Oscar muito feliz com isso”.
Niemeyer, Você Cidadão/Cidadã, Paulo
Chico foi parabenizado pela pasCoelho, Pelé (“O Atleta do Século”), sagem do seu aniversário no dia 12 de
Renato Aragão, Roberto Carlos, Sílvio abril.

Revista Boa Vontade

39
Atualidades

Em defesa

da dignidade

humana

O

Rosinha Garotinho

Dr. Marcelo Bustamante

Ana Miranda

Fernando William

40 Revista Boa Vontade

Prêmio valoriza Direitos Humanos
Fotos: Simone Barreto

Conselho Estatada pelo Dr. Marcelo
dual de DireiBustamante).
tos Humanos,
A escritora Laura
presidido pela
Austregésilo de AthayGovernadora Rosinha
de Sandroni e Cícero
Garotinho, integrado por
Sandroni, filha e gensecretários de Estado e
ro do ilustre Presidente
representantes de insda ABL, prestigiaram a
tituições da sociedade,
cerimônia. Cícero, que
lançou o Prêmio Estadu- Coronel Jorge Silva
é tesoureiro da Casa
al de Direitos Humanos
de Machado de Assis,
Austregésilo de Athayde
rememorou a atuação
(1898-1993), homenagem
do ilustre acadêmico na
ao sempre lembrado PreAssembléia das Nações
sidente da Academia BraUnidas e o valor de inssileira de Letras (ABL),
tituições como a Legião
que foi um dos redatores
da Boa Vontade nessa
da Declaração Universal
empreitada: “Austredos Direitos Humanos, em
gésilo de Athayde foi
1948, na ONU.
o redator brasileiro da
“O Plano Nacional
A solenidade de enDeclaração Universal
de Direitos Humanos
trega ocorreu no Dia Indos Direitos Humanos,
foi composto o ano
ternacional de Combate à
que foi assinada em Paris
passado, junto com
Discriminação Racial (em
em 10 de dezembro de
o grande apoio da
21 de março), no Salão No1948, numa Assembléia
LBV (...). Esse prêmio
bre do Palácio Guanabara.
Geral da ONU, na qual
só vem a estimular
Entre os agraciados: José
foi apresentado um doessas ações de Boa
Gomes Talarico, jornalista
cumento fundamental
Vontade (...)”.
e Presidente da Comissão
na defesa dos Direitos
César Bastos, da Central de
de Defesa da Liberdade de
Humanos de todo o
Cidadania da Secretaria de
Imprensa e dos Direitos
mundo. O fundamental
Estado de Justiça e Direitos
Humanos da ABI; Dom
disso tudo é a valorizado Cidadão do Rio de
Janeiro.
Mauro Morelli, então Bisção da vida, como um
po de Duque de Caxias;
dos primeiros artigos
Abdias do Nascimento,
desta Declaração fala
ex-Senador e líder do Movimento que todo Ser Humano tem direito à
Negro; o Grupo Tortura Nunca Mais vida. Todos os que trabalham por essa
(representado por Ana Miranda); Qui- valorização tem de ter o nosso respeito
lombo São José da Serra (na pessoa de e a Legião da Boa Vontade tem agido
Antonio Nascimento) e a Defensoria nesse sentido”.
Pública do Estado do Rio (represenVale dizer que o grande home-
O representante da LBV, Eliel Brum, os escritores Laura e Cícero Sandroni, filha e genro
do saudoso Austregésilo de Athayde.

Jornalista José Gomes Talarico recebe a
láurea da Governadora do Rio de Janeiro.

nageado Austregésilo foi o primeiro a intolerância: “O Plano Nacional
Presidente do Conselho de Honra para de Direitos Humanos foi composto
a construção do Parlamento Mundial o ano passado, junto com o grande
da Fraternidade Ecumênica da LBV. apoio da LBV (...). Esse prêmio só
Após seu falecimento, a presidência vem a estimular essas ações de Boa
honorífica foi assumida pelo inesque- Vontade. Reconheço no Irmão Paiva
cível jornalista Barbosa Lima Sobri- essa função de grande catalisador da
nho (1897-2000), Presidente da ABI, diversidade religiosa, que é um ser
iluminado. (...) A igualdade, a diverescritor e membro da ABL.
Para um dos laureados, o jornalis- sidade religiosa, que começou há 55
ta José Gomes Talarico, a Organiza- anos pela iniciativa de Zarur, hoje é
ção foi sempre uma fonte inspiradora feita por Paiva Netto com uma ampliem sua vida: “Muito obrigado pela tude cada vez maior, com ‘a unidade na
diversidade’. Mantendo
presença da Legião da
as diferenças de cada
Boa Vontade. Eu devo ditradição religiosa, a LBV
zer que muita coisa sobre
sempre procurou tratar
Direitos Humanos aprendi
de forma gentil, compaexatamente na LBV, com o
nheira e cidadã todos os
José de Paiva Netto, meu
credos”.
amigo. Por isso, mais uma
Por fim, o registro
vez enalteço a sua Obra,
da palavra do Dr. Celso
na qual me inspirei muito
Peçanha, ex-Governador
para praticar os atos da
do Estado do Rio de
defesa da liberdade e dos
“Sou muito amigo do Janeiro, que, na oporDireitos Humanos. Sem dúPaiva Netto, gosto
tunidade, afirmou: “Covida, a LBV é inigualável,
dele, já o saudei
nheço muito bem esse
não há nenhuma Instituição
na Câmara dos
trabalho que a Legião da
que seja tão grandiosa”.
Deputados. Ele é,
Boa Vontade desenvolve.
Outro amigo da Obra
efetivamente, uma voz Solidarizo-me com todos
que também prestigiou a
entrega dos prêmios foi digna, um homem de esses que ouvem a sua ráCésar Bastos, da Central de bem. Um abraço bem dio (Rede Boa Vontade de
Rádio), que está pregando
forte nele.”
Cidadania da Secretaria de
a liberdade e o direito de
Estado de Justiça e DireiDr. Celso Peçanha, extos do Cidadão do Rio de Governador do Estado do Rio pensar, de agir, de cada
de Janeiro um viver a sua vida digJaneiro. Ele recordou que
namente, e é assim que
a LBV fez parte do grupo
devemos fazer sempre. Sou muito
consultivo que elaborou a Cartilha
Diversidade Religiosa, lançada em amigo do Paiva Netto, gosto dele, já o
novembro de 2004, pela Secreta- saudei na Câmara dos Deputados. Ele
ria Especial de Direitos Humanos é, efetivamente, uma voz digna, um
(SEDH), com objetivo de incentivar homem de bem. Um abraço bem forte
[S.B.]
o diálogo inter-religioso e combater nele”, concluiu.
Atualidades

A luta continua
ABI completa 97 anos na defesa
da Liberdade de Imprensa
Fotos: Waldomiro Manoel

A
Maurício Azêdo

Daniel Trevisan

Joseti Marques

Geraldo Alckmin

Luiz Henrique da Silveira

42 Revista Boa Vontade

Casa do Jornalista festejou,
neste 7 de abril, seu 97o aniversário. A Associação Brasileira
de Imprensa (ABI), patrimônio
da arte de informar com imparcialidade,
justiça social e, acima de tudo, defendendo os interesses nacionais prossegue
cumprindo relevante papel na sociedade.
A cerimônia, realizada na sede da entidade no Rio de Janeiro/RJ, comemorou
também o Dia Nacional do Jornalista
e contou com a presença de diversos
representantes da classe, de políticos,
personalidades e o público em geral.
O ilustre Presidente da ABI, o jornalista Maurício Azêdo, fez um discurso
emocionado sobre os primeiros passos
da Organização, lembrando a figura de
seu idealizador, o jornalista catarinense
Gustavo Lacerda, e o momento histórico
deste nascimento. Agradeceu em sua
palavra as mensagens recebidas dos

“O fundador da LBV, o
jornalista e radialista Alziro
Zarur (1914-1979), foi um dos
mais eminentes membros da ABI
e sua trajetória de dedicação
ao bem comum e de dedicação
à Associação Brasileira de
Imprensa é continuada por esse
eminente companheiro, nosso
consórcio José de Paiva Netto,
a quem transmito o abraço
afetuoso do Corpo Social da
ABI, neste dia de gala para a
nossa entidade.”
Maurício Azêdo

Peças de Chiquinha Gonzaga estiveram
no repertório apresentado pela pianista
Maria Teresa Madeira, durante as comemorações dos 97 anos da ABI.

Governadores de São Paulo (Geraldo
Alckmin), de Santa Catarina (Luiz
Henrique da Silveira) e do Rio Grande
do Norte (Wilma Maria de Faria); e do
Diretor-Presidente da Legião da Boa
Vontade, o jornalista José de Paiva
Netto, entre outros relevantes nomes. Em
seguida, anunciou o recital da pianista
Maria Teresa Madeira, que brindou
os convidados, apresentando peças de
Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Scott Joplin
e Ernesto Nazareth.
A Rede Boa Vontade de Rádio (Super Rádio Brasil AM 940 kHz) e a Rede
Mundial de Televisão fizeram a cobertura do acontecimento e entrevistaram,
para o quadro Personalidades, Maurício
Azêdo, que expôs aspectos de sua gestão: “As nossas prioridades centram-se
na ordenação administrativa da ABI, que
Revista Boa Vontade, edição 200
Revista Boa Vontade, edição 200
Revista Boa Vontade, edição 200
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Revista Boa Vontade, edição 200
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Revista Boa Vontade, edição 200

  • 1.
  • 4. Editorial Estamos José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade. Notícias recentes, que relatam a sistemática degradação ambiental, promovida pela sociedade moderna, e seus trágicos efeitos para a vida no Planeta, despertaram-me a idéia de trazer a Vocês, leitores atentos da revista BOA VONTADE, um trecho de meu livro Crônicas Entrevistas, publicado pela Editora Elevação, em dezembro de 2000, ao qual acrescentei informações atualizadas sobre o tema. No capítulo denominado “Cuidado, estamos respirando a morte”, apresento algumas reflexões sobre causas e conseqüências envolvidas nesses fatos. Revista Boa Vontade
  • 5. a morte Viver no presente momento é administrar o perigo U m dia desses, alguém dizia que “o aumento da gasolina”... Pensei cá com os meus botões: Gasolina?! O que anda por aí é tudo, menos o veterano derivado do petróleo. Comparando a de antigamente aos odores fétidos dos combustíveis de hoje, chega a lembrar fragrâncias de perfumaria. Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem alérgica e pulmonar crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes impurezas. Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados... da qualidade do meio em que vivem. A exposição constante aos poluentes, com freqüência, é letal. A parca vai se instalando, pouco a pouco, em corpos e mais corpos. Observem o estudo, apresentado por Rafael Cariello, da Folha de S. Paulo, direto de Nova York: nismo que seus efeitos já aparecem na população, consoante revela a pesquisa de autoria de Ubiratan de Paula Santos, do INCOR (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas de São Paulo, também publicada pelo mesmo jornal no dia 2/4/2003: “Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia do Sul, autores de ‘Os efeitos da poluição do ar no desenvolvimento do pulmão’ e que monitoraram 1.759 pessoas dos 10 aos 18 anos, em 12 cidades, a incidência de jovens com capacidade pulmonar abaixo do normal entre as que cresceram em ambiente poluído é cinco vezes maior. ‘Déficits ligados à poluição’, diz o texto, são “grande fator de risco para complicações e mortes na vida adulta”. “Um estudo realizado com 50 marronzinhos — fiscais de trânsito — na cidade de São Paulo, todos sem relatos de doenças, mostrou que, em períodos de maior poluição, eles tinham um aumento da pressão arterial e alteração de mediadores químicos (como fatores de coagulação) que podem levar a problemas circulatórios. As mudanças estavam relacionadas principalmente aos poluentes gerados por automóveis”. Cidades assassinadas Eis que, dia a dia, de maneira implacável, a saúde de todos vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa. Tal é a proporção dos riscos ao orga- Quando Você se aproxima, por estrada ou via aérea, da capital bandeirante, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos. Crianças e idosos vivem lá... Merecem respeito! O desenvolvimento e a sobrevivência deles dependem diretamente No Rio de Janeiro, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem falar na contaminação das praias... O que surpreende é constituírem São Paulo e Rio metrópoles altamente politizadas. E o problema não se contém nas fronteiras nacionais. De fato, acentua-se ainda mais em outros grandes centros, a exemplo do que publiquei na nova edição de meu livro As Profecias sem mistério, Revista Boa Vontade Fotomontagem BV respirando
  • 6. Editorial da Editora Elevação, no qual transcrevo algumas recentes notícias que expõem a gravidade da situação: 65 mil casos de bronquite crônica por ano nessas cidades. (Deutsche Welle — 24/3/2005)”. Despoluir qualquer cidade deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não se pode esperar “China admite que 360 milhões bebem água poluída no país — (...) O governo admite também que mais de 70% dos rios e lagos do país estão contaminados. (...) O governo enfrenta dificuldades para encontrar um equilíbrio entre o acelerado desenvolvimento econômico e o impacto ambiental. (...) O total de pessoas ameaçadas pela água que consomem representa um terço da população das áreas rurais. (BBC Brasil — 23/3/2005)”. “Poluição do ar mata 310 mil europeus por ano — (...) O país europeu mais afetado é a Alemanha, onde morrem anualmente 65.088 pessoas devido ao problema. Seguem-se a Itália, com 39.436 vítimas mortais, e a França, com 36.868. (...) A morte por poluição atmosférica não é um problema novo nem restrito à Europa ou à Alemanha. Em 1997, a Organização Mundial de Saúde já relacionou 700 mil mortes anuais à poluição. Uma pesquisa publicada pela revista Science em 2001 fez a seguinte projeção para 2020: se as cidades do México, Nova York, Santiago e São Paulo baixassem em 10% sua emissão de gases poluentes, seria possível evitar 64 mil mortes e Revista Boa Vontade que isso apenas ocorra quando se tornar assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus. As questões são múltiplas, mas esta é das mais graves: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria. Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do Povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio de vários idealistas. Entretanto, a ganância ainda tem sido maior que a Razão. O descuido no preparo das comunidades, para que não esterilizem o solo onde habitam, mostrase superior ao instinto de sobrevivência. A água está acabando A Tribuna da Imprensa, de 10 de março de 2000, revelou a conclusão de um novo estudo divulgado pelo instituto independente Worldwatch, com sede nos Estados Unidos, que diz: “O gelo ártico perde uma área equivalente à Holanda a cada ano, ou cerca de 34.300 quilômetros quadrados. (...) Como o gelo permanente funciona também como um espelho, refletindo o calor solar e mantendo a temperatura da Terra relativamente fria, teme-se que o atual derretimento multiplique os efeitos devastadores do aquecimento global da atmosfera. Antes da catástrofe, porém, o gelo derretido já vem causando problemas para cidades que dele dependem para seu suprimento de água potável. Lima, no Peru, é um exemplo dramático. Cada um dos seus dez milhões de habitantes dispõe hoje de apenas três metros cúbicos da água proveniente da geleira de Quelccaya, quando, há dez anos, dali eram tirados 30 metros cúbicos”. Conseqüência do efeito estufa? Uns afirmam que sim; outros, que não. A verdade é que se trata do resultado da insensatez de gente que “não enxerga um palmo adiante do nariz”, como cantava na melodia popular de Noel Rosa (1910-1937) , “Com que roupa” o poeta Pedrinho Bevilacqua. Há, ainda, graves resultados indiretos do aquecimento demasiado da atmosfera terrestre. O equilíbrio biológico natural do Planeta está sendo afetado. Sua complexa e delicada harmonia apresenta séria degradação. Além da extinção em massa de diversas espécies da fauna e flora, sen-
  • 7. síveis às alterações ambientais bruscas, os efeitos do fenômeno podem originar epidemias em latitudes que, naturalmente, são de clima quente e outros problemas orgânicos em todo o Globo, como podemos observar nesta outra matéria publicada pela BBC/Brasil: “O aumento da temperatura cria condições ‘propícias’ para o crescimento de casos de malária na Amazônia e de dengue nos centros urbanos, afirmou à BBC Brasil o cientista Diarmed Campbell, da Organização Mundial de Saúde (OMS). “‘Os países tropicais como o Brasil são muito mais conseqüências surgem na forma de estresse, que pode levar à ocorrência de infartos, e desidratação, como os 20 mil mortos registrados no último verão europeu. “Sinusite, bronquite e asma são outros sintomas de que o ar está muito poluído. Já nos países pobres ou em desenvolvimento e localizados principalmente na região tropical do Globo, a elevação da temperatura provoca diarréia, malária, intoxicação alimentar, leishmaniose e desnutrição, além de outras pragas. “(...) O estudo publicado pela OMS diz que o aumento da temperatura mundial pode favorecer a propagação de doenças originadas na água ou transmitidas por insetos”. A poluição que chega antes A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida vulneráveis às doenças do que os países europeus’, disse Campbell. “O alerta foi dado durante a apresentação do relatório da OMS sobre as mudanças climáticas e o seu impacto na saúde do homem, durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, em Milão. “Segundo a pesquisa, 2,4% dos casos de diarréia e 2% das incidências de malária em todo o mundo são conseqüências diretas do aumento de temperatura no planeta. “Nos países industrializados, as de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos. Viver no presente momento é administrar o perigo. A jovem Geisa*1, maltratada e morta na tragédia da Rua Jardim Botânico (junho de 2000), começou a ser assassinada no dia em que o excluído Sandro*2 foi largado, menino, às feras da rua. Mas ainda há tempo de acolhermos a asserção de Antoine de Saint-Exupéry*3 (1900-1944), cujo centenário (estávamos em 2000) está sendo agora comemorado: — É preciso construir estradas entre os homens. Realmente, porque cada vez menos nos encontramos nos caminhos da existência como irmãos. Longe da Fraternidade, não desfrutaremos a Paz. _______________ *1 e 2 Geisa Firmo Gonçalves e Sandro do Nascimento — Artesã e professora, de apenas 20 anos. No dia 12 de junho de 2000, Geisa voltava da favela da Rocinha, onde trabalhava com crianças carentes, a caminho do Jardim Botânico, quando seu ônibus foi seqüestrado por Sandro do Nascimento, um jovem que havia, alguns anos antes, sobrevivido a uma chacina acontecida na Candelária. A professora foi feita de escudo humano e acabou baleada e morta durante a operação de resgate realizada pela polícia. *2 Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) — Nasceu em Lyon, França. Foi aviador de profissão e escritor por devoção. Seu livro mais conhecido O Pequeno Príncipe é um convite à reflexão para que as pessoas se humanizem. Antoine foi oficialmente contra o governo nazista e combativo membro da Resistência Francesa. Quando O Pequeno Príncipe foi publicado em 1943, a França estava ocupada pelo exército germânico. Faleceu quando seu avião foi abatido por um piloto alemão da Luftwaffe. Revista Boa Vontade Fotomontagem BV Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem alérgica e pulmonar crescem em progressão geométrica.
  • 8. Cartas Rui Barbosa, o carvalho e a couve. Fotos: Ledilaine Santana Ademir Reis Gregório Simão Os jornalistas Ademir Reis, Carlos Fernandes e Gregório Simão, de Uberlândia/MG, teceram importantes comentários a respeito desta publicação. A redação agradece as simpáticas referências e transcreve, abaixo, essas manifestações: “Envio sinceros cumprimentos pela revista BOA VONTADE. Tenho lido regularmente todas as edições e noto que, a cada uma delas, cresce o número de informações sobre os feitos da LBV no Brasil e a peregrinação do grande cidadão Paiva Netto. Parabéns a todos”. (Ademir Reis, da revista Dystak’s) Ainda nos preparativos para a inauguração das novas instalações do Espaço Ecumênico da Religião de Deus — a Religião do Amor Universal, em Uberlândia, interior mineiro, o leitor atento Marco Dametto informa que, ao ser colocada a tradicional estampa de Jesus na fachada do local, o trânsito da Av. Marcos de Freitas Costa parou. Os veículos que passavam pela via movimentada diminuíram a velocidade para contemplar a inspiradora imagem. Revista Boa Vontade “Ao ler a BOA VONTADE tive uma grata surpresa: o conteúdo é claro e de fácil leitura, assim como o trabalho realizado pela LBV; só comCarlos Fernandes plica quem não entende. Também fiquei conhecendo a filosofia religiosa da LBV, que até então desconhecia. Assim, recomendo às pessoas que visitem e conheçam a Legião da Boa Vontade”. (Gregório José Simão, da Gazeta do Setor Oeste e do Jornal Central Metropolitano) “Adoro a BOA VONTADE, da LBV. Eu leio tudo, de capa a capa. Tem muita variedade e matérias especiais que falam da Espiritualidade (Ecumênica). É uma maravilha de revista, e uma Instituição séria que realmente ajuda o próximo”. (Carlos Fernandes, apresentador do programa Tarde Legal, da Rádio Globo Cultura AM) Uberlândia inaugura novo Espaço Ecumênico Marco Dametto Jornalistas mineiros enaltecem a rBV Belo presente de aniversário o dirigente da LBV concedeu a todos nós com a realização do II Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio (Edição de março da BOA VONTADE). Nada mais apropriada do que a passagem escolhida: “A pesca milagrosa”. (...) Ao dar sempre destaque às crianças, proporcionando-lhes a educação com a Espiritualidade, que as direcionará ao entendimento, mesmo na tenra idade, da cidadania ecumênica — como ponto fundamental da vivência da Sociedade Solidária — Paiva Netto vem dar tratamento de importância ao que é realmente importante para o futuro de nossa sociedade. Rui Barbosa, em sua dialética, veria aí qualificada a prioridade ao carvalho, sem, no entanto, esquecer a couve. Nada melhor para caracterizar a visão e o trabalho dele, como verdadeiramente de Estadista, que não planta para uma geração, mas para uma civilização. Não age para colher o aplauso contemporâneo, mas visa à construção dos alicerces de nova civilização. As sociedades do porvir agradecem-no pelo esforço no presente ao formatar e implantar a Pedagogia de Deus nas almas humanas. (Rosiel dos Santos, Administrador de Empresas — Salvador/BA) “A Mulher no conSerto das Nações” Magnífico e muito oportuno, como sempre, o artigo intitulado: “A Mulher no conSerto das Nações”, do DiretorPresidente da LBV, José de Paiva Netto. Triplo agradecimento: primeiro, pela aula de português e de cultura geral; segundo, pela real necessidade de a mulher de todas as idades rever seu papel de mãe da Humanidade e fazer alguma coisa para que tudo melhore no mundo, a partir do conSerto de sua própria alma. Terceiro, pelo alerta tão atual sobre a importância da presença feminina no mundo, ao afirmar: “(...) nenhum homem realiza nada de realmente valioso, se não tiver, de uma forma ou de outra, o apoio da Mulher (...)”. Esta Mensagem é um alerta às mulheres e aos homens também, particularmente aos profissionais da área médica e aos que se dedicam a fazer leis que dirigem os povos. Digo dirigir sim, pois as Leis que verdadeiramente os governam são as eternas, imutáveis e irrevogáveis Leis de Deus. Ninguém escapa às conseqüências de seus atos, bons ou maus. Recentemente foi publicada a nota intitulada “Abortos ameaçam a próxima geração na Índia”, no site www. an.com.br: “Nova Délhi — O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e associações de mulheres e de médicos advertiram em estudo recente que o número crescente de abortos praticados na Índia quando o feto é do sexo feminino está criando um grave desequilíbrio demográfico. “Na Índia existem 927 mulheres por
  • 9. Paulo Paim Senador “Como todos os brasileiros, eu tenho uma admiração especial pela LBV. Paiva Netto é uma unanimidade, um respeito. Ele tem pregado o Bem, o Amor que constrói a filosofia de vida. Sempre que posso, ouço sua pregação e leio sua obra. Sem dúvida nenhuma, ele tem trazido ao Brasil aquilo que é mais necessário. A sua mensagem leva a Paz e a Paz leva a Felicidade, que é o desejo de todos nós. Que essa Instituição, Paiva Netto, seja como o Sol: brilhe por muitos e muitos tempos iluminando o Povo do Brasil.” Mão Santa Senador João Preda Antonio Cruz — ABr “Eu acompanho o trabalho da Legião da Boa Vontade, liderada por Paiva Netto. É um trabalho belíssimo, um exemplo a ser seguido. Conheci lá em Glorinha/RS o Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV, um trabalho feito para nossas crianças e adolescentes. (...) Se cada um fizer a sua parte nós avançaremos muito. Parabéns, Paiva Netto.” Arquivo pessoal De Brasília: congratulações parlamentares. “Eu tenho uma profunda admiração pela LBV. Eu, quando criança, ouvia muito Alziro Zarur falar pelo rádio. Acompanho o trabalho de Paiva Netto, de toda a Legião da Boa Vontade. Portanto, fiz com muita honra e alegria aquela homenagem*, a voz do povo tocantinense, dividindo com os brasileiros a alegria de saber que existe alguém que ainda acredita na Boa Vontade, na Solidariedade, no Amor ao próximo. E isso tudo são os ensinamentos que aprendemos com a Legião da Boa Vontade.” Eduardo Siqueira Campos Senador _____________ * Eduardo Siqueira Campos refere-se à honraria concedida pelo Senado Federal no dia 21 de outubro de 2004 ao Templo da Boa Vontade, na ocasião dos festejos do 15º aniversário do monumento da Paz. mil homens, taxa que cai para 800 por mil nos quatro Estados do norte menos desenvolvidos: Uttar Pradesh, Rajastão, Bihar e Hariana. Em um distrito deste último, a taxa chega a 600 por mil. ‘Estas taxas criarão problemas sociais e culturais na próxima geração’, explicou o representante do Unicef na Índia, Alan Court, em uma entrevista coletiva concedida em Nova Délhi”. (...) É por causa de fatos como estes que percebemos a importância desta página que Paiva Netto trouxe à reflexão, não somente das Mulheres como também dos Homens. (...) (Irani Maria, engenheira química — São Paulo/SP) Sou um leitor apaixonado da BOA VONTADE. Leio, comento e divulgo a revista onde estou, e no meu trabalho sempre que faço uma reunião. Mando todas as edições para os professores dos meus três filhos. E a matéria do Irmão Paiva, na edição nº 199, “A Mulher no conSerto das Nações” está show de bola. Aliás, ele é o nosso professor, e é o professor que todos, quando querem falar com propriedade, param um pouquinho ou muito para aprender. O Irmão Paiva é realmente o professor desse Brasil. Agora mesmo estou ouvindo a Rede Boa Vontade de Rádio, que nunca desligo, e fico ligando o que fala (...) e o que vou acrescentar no meu trabalho, na escola, onde posso inovar e enriquecer os meus serviços e comentários (...). (João da Rosa Barbosa — Rio de Janeiro/RJ — via e-mail) O Bom Samaritano Quero agradecer pelo especial “A ideologia do Bom Samaritano” (Editorial da revista BOA VONTADE, edição 197), do jornalista Paiva Netto, que nos trouxe grandes ensinamentos e nos mostrou como devemos agir para com o nosso próximo, não importando sua raça, condição social, pois todos somos iguais perante Deus. Que Ele o ilumine sempre e o recompense muito bem pelo que faz por nós, abrindo nossa mente para as coisas espirituais. Obrigado por tudo! (Leomar Pereira Schwartzhaupt — Itati/RS) Ação Jovem A revista BOA VONTADE é de excelente qualidade, principalmente no que diz respeito ao conteúdo. O que mais me chama a atenção é a seção dedicada à Mocidade. Na edição de nº 199, a Ação Jovem LBV trouxe as várias etapas da comunicação do Bem: o início da Operação Jesus, em 1995, um resumo superinteressante dos debates da juventude no Fórum Permanente Jesus e a participação de jovens da LBV em reuniões para elaboração de políticas públicas para a juventude. Aproveito para agradecer ao nosso Líder, José de Paiva Netto, por proporcionar essa gama de atividades que nos faz crescer moral, material e espiritualmente. Obrigada! (Nádia Preda — Brasília/DF) Escreva para a revista BOA VONTADE Av. Rudge, 938 • Bom Retiro• São Paulo/SP — CEP 01134-000 — e-mail: info@boavontade.com Revista Boa Vontade
  • 10. Ao Leitor O que é preciso para ser atual? Para tanto, necessário se faz ter a mente aberta para o novo, autocrítica, vontade de criar e renovar e, acima de tudo, acreditar que se pode fazer sempre melhor. Foi imbuída por esses ideais, de não se satisfazer com as conquistas já alcançadas, que a equipe desta revista trabalhou com afinco na edição de nº 200 para torná-la um marco de crescimento, no trajeto de sucesso que assinalou décadas de informação solidária, educativa, cultural, sempre pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica. Agora, a publicação, mantendo o dinamismo que sempre a caracterizou, atualiza seu projeto gráfico. O novo formato que apresenta mudança de tamanho e diagramação tornam a leitura ainda mais fácil e leve. A BOA VONTADE brinda a edição nº 200 expondo um tema polêmico: a poluição ambiental. Com base nas recentes pesquisas que comprovam a queda da qualidade no ar nos grandes centros urbanos, Paiva Netto chama a atenção para os atos humanos e suas conseqüências no Meio Ambiente. Para amenizar os problemas relacionados à emissão de gases tóxicos na atmosfera, foi firmado um acordo com 141 nações, que se comprometeram a reduzir em 5,2% a quantidade de gás carbônico emitida até 2014. O Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, José Carlos Teixeira Giorgis, comenta essa medida. Também na reunião de pauta desse número da revista, procuramos uma forma de homenagear a Pátria Amada, pelos seus 505 anos completados no dia 22 de abril. Por isso, trazemos uma matéria especial sobre a história do Brasil e uma das últimas entrevistas concedidas pelo saudoso Orlando Villas Bôas, em que fala sobre sua luta em defesa da comunidade indígena e a relação entre o índio e o homem branco. Boa leitura! Os editores BOA VONTADE ANO XXIII • Nº 200 • ABRIL de 2005 BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Diretor responsável Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Redação Editor: Gerdeilson Botelho Subeditora: Débora Verdan Reportagem fotográfica especial: Amicucci Gallo Revisão Adriane Schirmer Neuza Alves Walter Periotto Colaboradores Alvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Daniel Rocha, Elias Paulo, Helen Winkler, Isabel Paes, Karen Reis Ribeiro, Maria Aparecida da Silva, Mônica Mendes, Nilva Rio, Paulo Azor, Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Sílvia Bovino, Stella Souza, Wanderly Albieri Baptista e William Luz Arte Sumário Projeto Gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro Braga Produção Edição nº 200 4 Editorial 8 Cartas 13 Coluna do Garotinho 14 Biosfera 17 Esporte 18 Ecumenismo 25 Notícias de Brasília 28 História 36 Solidariedade 39 Cultura 40 Atualidades 48 Melhor Idade 50 Ação Jovem LBV 52 Bolo com Pudim 53 Soldadinhos de Deus 54 Acontece 60 Acontece no Mundo 61 In memoriam 62 Pedagogia do Cidadão Ecumênico Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: info@boavontade.com Impressão: PROL Editora Gráfica A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.
  • 11. Sumário Editorial 4 4 Editorial História 28 Solidariedade 36 Melhor Idade 48 Acontece 54 Numa interessante análise sobre o comportamento humano no Meio Ambiente, Paiva Netto alerta: “Estamos respirando a morte”. 13 Esporte José Carlos Araújo, o Garotinho, comenta o desempenho dos jogadores titulares na seleção brasileira de Futebol. Esporte 13 17 Ginástica Olímpica Crianças da LBV homenageiam Atletas de Ouro. 18 Ecumenismo Ginástica Olímpica 17 Em uma das últimas entrevistas concedidas por Orlando Villas Bôas, o cacique da Paz, como também era conhecido, fala sobre sua luta em defesa da comunidade indígena e a relação entre o índio e o homem branco. 28 História Brasil, da trajetória dos portugueses pelo Oceano Atlântico até os dias atuais. 36 Solidariedade Ecumenismo 18 Balanço social da LBV divulga a expressiva marca de 3,5 milhões de atendimentos realizados pelos programas socioeducacionais da Instituição. 48 Melhor Idade Idosos atendidos pela LBV em Uberlândia/MG fazem aula de natação. 54 Acontece Personalidades visitam o conjunto educacional da LBV e aplaudem a prática da Pedagogia do Cidadão Ecumênico.
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  • 13. Coluna do Garotinho A Seleção Reprodução BV José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ Parreira Reprodução BV Carlos Alberto Zagallo As eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006 têm dado motivos para certos questionamentos quanto à Seleção Brasileira. Raras são as partidas em que o Brasil mostra o futebol pentacampeão. Ao contrário, deixa dúvidas quanto ao nosso desempenho e possibilidades no Mundial da Alemanha, no ano que vem. Não se discute a qualidade do jogador brasileiro. Nenhum outro país tem poder de renovação como o nosso. Aqui, sai um e logo surge outro tão bom ou melhor do que o substituído. Sempre foi e certamente será assim. Por isso mesmo, a seleção é cobrada a cada jogo. Não basta vencer. Tem que vencer e convencer, apresentando uma qualidade digna de quem é o número um do futebol mundial. E não é isso que o Brasil vem mostrando nas eliminatórias, com desempenho de baixo nível diante de adversários muito inferiores. Zagallo e Parreira podem começar a pensar em substitutos para os laterais Cafu e Roberto Carlos, que não mostram mais o vigor físico que os caracterizaram. Fazem raras jogadas de linhas de fundo e, quando vão ao ataque, desguarnecem a defesa. Pode ser indício de que, na Copa da Alemanha, o Brasil vai precisar de novos nomes para as alas. Além deles, há outras posições nas quais os titulares vêm se mantendo apenas pela fama. Um exemplo é Ronaldinho, o Fenômeno. Não que tenha desaprendido ou tenha chegado ao fim de sua carreira, mas está devendo uma boa atuação. É certo que Ronaldinho tem vivido situações especiais, com problemas extracampo, como o seu casamento e conseqüências, mas é preciso voltar a ser o atacante de antes, porque ninguém faz gol apenas com a fama. A sorte é que, como já disse, o nosso Reprodução BV Reprodução BV197 repensada País é uma inesgotável fonte de craques. A má fase ou mesmo a proximidade do fim de carreira de alguns titulares não assusta. Há substitutos à altura esperando por uma oportunidade, se for o caso. Por enquanto, para as eliminatórias, o futebol mostrado pela Seleção Brasileira dá para o gasto. É suficiente para a classificação. Mas é pouco para quem tem pretensões maiores, no ano que vem, na Alemanha, como a conquista da Copa do Mundo pela sexta vez. ___________ Em tempo — Escrevo às vésperas do Campeonato Brasileiro. Em todos os Estados, temos equipes consideradas pequenas desbancando os tradicionais papões de títulos. Isso ocorre no Rio de Janeiro, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e outros locais. Claro que a ascensão de clubes de menor expressão sempre é bem-vinda, porque mostra a evolução deles. Mas fica no ar a pergunta: seria evolução dos menores ou decadência dos maiores? Vale lembrar que o Campeonato Brasileiro mantém o sistema de rebaixamento. Em 2004, o Grêmio experimentou o amargo sabor de cair para a segunda divisão, como já havia sucedido antes com o Palmeiras, Botafogo e Fluminense. Tomara que todos tratem de se reforçar, para que os grandes clubes voltem a se destacar pelas belas exibições e não pela luta para continuar na primeira divisão, como vem acontecendo nos últimos tempos. Revista Boa Vontade 13
  • 14. Kyoto e o direito ao clima saudável (por José Carlos Teixeira Giorgis , Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul) N Arquivo pessoal PhotoDisc Biosfera José Carlos Teixeira Giorgis 14 Revista Boa Vontade enhuma geração é obrigada a deixar um ambiente sadio para a que sucedê-la, assim como a atual não pode condenar a estirpe passada pela poluição que hoje compromete a vida dos habitantes do planeta. Ou seja, ninguém deve responsabilizar quem jogou a primeira lata no rio, como não cabe aos moradores no futuro protestar pelo meio comprometido que legou, cabendo a cada linhagem ou época resolver seus problemas, sem achar culpados ou se preocupar com sobrevivência da posteridade. Não, não são afirmações próprias do articulista, mas ouvidas de um especialista em economia ambiental, que friamente as defendeu contra todos os protestos, para sinalizar a ausência de obrigações entre as sociedades humanas, deixando à calva que cada uma solucione suas agruras. O protocolo de Kyoto, que teve vigência a partir de 16 de fevereiro passado, é um movimento contra a flagelação mundial decorrente da emissão de gases tóxicos para a at-
  • 15. mosfera, onde os 141 países signatários se obrigam a reduzir em 5,2% a quantidade de gás carbônico emitido, e isso até 2014, tomadas a relação de valores de 1990, com o que se obterão níveis toleráveis. Como se sabe, a radiação solar age sobre os gases da atmosfera, sendo a maior parte refletida de volta, derivando a emissão do dióxido de carbono da produção de derivados de petróleo, transporte de combustíveis e da indústria, que também expele óxido de nitrogênio e metano. A exagerada concentração de gases poluentes potencializa o efeito estufa e forma uma camada espessa que impede a dissipação do calor no espaço, aumentando o nível de radiação das camadas mais baixas da atmosfera, o que afeta a temperatura e degela as bancadas antárticas que deságuam nos mares, aumentando seu nível e comprometendo a agenda climática e a vida. Em regra, há uma sintonia natural entre a temperatura e as correntes oceânicas que funcionam como moduladores de distribuição de calor pelos trópicos, e que são impulsionadas pela formação do gelo nos pólos, verdadeiro reostato que pode se desligar caso persista o aquecimento do planeta. Os cientistas alinham efeitos trágicos como a redução da floresta amazônica, o aquecimento do Alasca, o frio na Europa ocidental, aumento do buraco de ozônio sobre o Ártico, o que trará o degelo no Himalaia, chuvas e monções intensas, vegetação num Saara agora surpreendentemente úmido. No caso brasileiro, onde há expressiva incineração de combustíveis fósseis e agressivas queimadas, prevê-se a precipitação de chuvas, aparecimento de ciclones, desabrigo de populações costeiras pela elevação dos mares, restrição da água e de sua qualidade, aumento de doenças (malária, dengue, cólera), perda da produtividade agrícola e correlata queda do produto interno bruto. Tais previsões se ancoram na revelação de satélites que flagraram mudanças expressivas nas geleiras antárticas, ora em lento processo de retração, e no fato de que a emissão de gás carbônico para a atmosfera subiu, entre 1990 e 1994, de 979 bilhões de toneladas para 1.030 bilhões de toneladas, com aumentos significativos das quantidades de óxido de nitrogênio e de metano: em cada dia, são despejadas 23 bilhões de toneladas poluentes na atmosfera e a população respira 700 toneladas por segundo. Entidades alertam que a temperatura média no mundo pode subir entre 1,4°C a 5,8°C, limite catastrófico para o crescimento da massa aquática e alagamento das costas, em vista da descongelação. O Brasil, que responde por 3% dos gases-estufa, representa 1,5% do comprometimento mundial, já que os Estados Unidos, que não assinaram o protocolo, e a União Européia, que está longe da meta traçada e discutem custos, somam, respectivamente 25% e 15% do total de emissão de gases tóxicos no planeta. As organizações nãogovernamentais americanas, sem olhar para seu quintal e para a China, ambos responsáveis pela queima de mais de 50% do carvão mundial, criticam os países emergentes como o Brasil, que tem mais de 60% da energia proveniente de fontes limpas, como a água e a biomassa. Embora os Estados Unidos não tenham participado do foro sob o fundamento risível de incertezas científicas sobre o impacto das emissões no clima, suas leis domésticas manifestam preocupação, como já acontece na Califórnia e Nova York, que se prontificaram às mudanças. E como se vive numa globalização, o fator financeiro não podia deixar de estar presente, aqui através da cota internacional de carbono. Como acima sublinhado, os países signatários do protocolo juraram reduzir os níveis de carbono da atmosfera. Pois bem. A nação que cumpre a meta, mesmo em parte, adquire créditos monetários, que são vendidos em bolsa para os países industrializados que não consigam atender os objetivos, e que têm assim justificado seu fracasso. Os valores sedutores destas cotas, que se calcula movimentar cinco a quinze bilhões de dólares, serão trocados pelo acesso às tecnologias de ponta para uso de energia, e recursos para financiar a saúde e a educação. O protocolo é um passo para a consciência mundial em relação ao clima saudável, mas seu sucesso depende do ingresso e da atuação dos países e indústrias, que na busca do lucro sacrificam a sobrevivência da pessoa humana. Revista Boa Vontade 15
  • 16.
  • 17. Esporte Brasileiros de ouro (por Rosana Serri) O Vinícius Ramão muito carinho. Quero parabenizar a Legião da Boa Vontade por esse importante trabalho, pois, com certeza, as crianças são o futuro do nosso País”, afirmou. 2 3 Daniel Trevisan 1 Daniel Trevisan desempenho das ginastas brasileiras nas edições da Copa do Mundo de Ginástica Olímpica — em particular os triunfos obtidos na etapa realizada recentemente em São Paulo/SP — foi o motivo que levou um grupo de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade na capital paranaense ao treino da seleção brasileira feminina, no dia 14 de abril. Após os exercícios, acompanhados pela garotada, as ginastas foram surpreendidas pelas crianças que as homenagearam entregando cartões, confeccionados por elas próprias, e flores, como agradecimento pela forma brilhante com que elas vêm marcando a história da Ginástica Olímpica brasileira. A ginasta Daiane dos Santos, que, na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica, conquistou o ouro com o incentivo das palmas da torcida brasileira, desta vez recebeu o carinho e atenção especial dos alunos da LBV. Em entrevista à Rede Boa Vontade de Comunicação, Daiane demonstrou muita admiração pela obra que a LBV realiza. “Acho muito belo o trabalho que a Legião da Boa Vontade faz cuidando dessas crianças, já que, infelizmente, não é toda família que tem renda para sustentá-las. A gente sabe quanto é difícil dar um bom estudo a elas, que, acima de tudo, precisam de 1. Alunos da LBV homenageiam as ginastas da Seleção Brasileira, em Curitiba/PR. 2 e 3. Ginastas durante a etapa brasileira da Copa do Mundo, em São Paulo/SP. Pódio de São Paulo A etapa brasileira da Copa do Mundo de Ginástica teve uma participação mais que especial: a da torcida, que, nos três dias de competições (8 a 10 de abril), compareceu em peso ao ginásio do Ibirapuera, uma prova de que o esporte tem se expandido cada vez mais no País. O resultado dessa vibração pôde ser visto no pódio: nas competições de sábado, a jovem ginasta Laís Souza garantiu a prata no salto sobre o cavalo; Camila Comin ficou com o bronze nas barras assimétricas e Mosiah Rodrigues faturou a medalha de bronze no cavalo com alça. Nas finais de domingo, mais dois triunfos: o de Mosiah com a prata na barra fixa e o ouro com a Daiane dos Santos, no exercício de solo, apresentação esta que ficou marcada pela interrupção na música Brasileirinho, de autoria do saudoso Waldir Azevedo (1923-1980), que complementa a coreografia da ginasta. Mas isso não atrapalhou o desempenho de Daiane, que finalizou sua participação acompanhada pelas palmas do público. Revista Boa Vontade 17
  • 18. Noel Villas Bôas Ecumenismo O caci 18 Revista Boa Vontade
  • 19. Uma das últimas entrevistas de Orlando Villas Bôas: uma vida de amor e respeito aos índios. Arquivo da Família Villas Bôas que da PAZ Orlando Villas Bôas (in memoriam) (por Leila Marco) M uito distante das nossas fronteiras chegaram as histórias dos irmãos Cláudio (1916-1998), Leonardo (1918-1961), Álvaro (1923-1995) e Orlando Villas Bôas (1914-2002). E não é por menos: o grupo liderado por Orlando passou a escrever a saga heróica da família em 1943, com a adesão à Expedição Roncador-Xingu, lançada (em 1937) pelo então Presidente Getúlio Vargas (1883-1954), com o propósito de desbravar o Centro-Oeste do País. O grande cacique branco, como ficou também conhecido, percorreu com o seu grupo três mil quilômetros de sertão, no norte do Mato Grosso e sul do Pará, entrando em contato com povos indígenas desconhecidos, compondo cartas geográficas da região, abrindo vias, diminuindo as distân- cias para alcançar a Amazônia. Durante a Segunda Guerra Mundial, numa época em que o mundo brigava por espaços territoriais, a nação brasileira enfrentou o desafio de conhecer e ocupar o Brasil Central de forma diferenciada. Os Villas Bôas surpreenderam positivamente ao aplicarem princípios opostos aos dos primeiros desbravadores de nossa terra que quase exterminaram Revista Boa Vontade 19
  • 20. Noel Villas Bôas Ecumenismo Arquivo da Família Villas Bôas O sertanista Orlando em visita à Aldeia Kamayurá, em 1998. Na aldeia Yawalapiti, Orlando aparece ao lado dos filhos Orlando (em pé) e Noel (no colo) e índios da tribo (1982). (...) esse índio mostrou uma moça e deu a entender que gostava dela. Eu falei: “Vá para o rio, que vou mandála buscar água para mim e você rouba a moça da tribo e desce o rio que eu e o Cláudio levamos você e ela”. (...) Esse casal teve um filho, eu mandei fazer um ranchinho perto do nosso e eles passaram a viver quase juntos com a gente. 20 Revista Boa Vontade as tribos litorâneas, quatro séculos antes. Ao encontrar os índios com seus hábitos originais e uma ética de vida bem diferente, se encantaram com eles e passaram a trabalhar com imensa garra a fim de preservar sua cultura, fazendo a pacificação deles sem derramamento de sangue, dando um caráter humanitário à política indigenista brasileira. Nos momentos mais difíceis, ante as contingências, lembrava a seus comandados a máxima do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958): “Morrer se for preciso, matar nunca”. Neste campo, Orlando deu uma grande contribuição ao País quando criou — com o apoio de seus irmãos, do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) e do sanitarista Noel Nutels (1913-1973) —, em 1961, o Parque Nacional do Xingu (com mais de 2,8 milhões de hectares, área equivalente à França e Inglaterra juntas), no qual vivem cerca de 4 mil índios, de 13 nações. Pela defesa dos direitos desses povos, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1971 e 1975. Mesmo com sua volta a São Paulo, em 1984, em mais de meio século nas matas, não se afastou do ideal de preservar a cultura indígena, e dessa maneira lutou até os últimos dias de sua vida. “Não se mede a grandeza de um País unicamente pelo nível de renda per capita nem pelo PIB. Mas, sobretudo, pela capacidade de preservar suas raízes, de conter a variedade dentro da unidade, de atender com justiça os diferentes grupos que o constituem.” Orlando Villas Bôas (em discurso proferido em 1972) Bem a propósito da comemoração do Dia do Índio, em 19 de abril, a revista BOA VONTADE traz uma das últimas entrevistas concedidas pelo sertanista Orlando Villas Bôas, antes de seu falecimento em 2002, aos 88 anos. O bate-papo ocorreu durante uma das edições do programa Ecumenismo, da Rede Mundial de Televisão, apresentado pelo jornalista Paulo Alziro Schnor. Trata-se de verdadeira aula de história e, acima de tudo, um roteiro de ação para a sociedade brasileira no relacionamento com as nações indígenas. Em tempo: Duas boas notícias, recebidas pouco antes do fechamento desta matéria, de dona Marina, esposa do saudoso Orlando por mais de 40 anos, mostram que este espírito pacifista e de respeito humano tem feito escola e perdura apesar de o Brasil ser ainda um País de pouca memória; a Assembléia Estadual de São Paulo realizou nos dias 25, 27 e 28 deste mês a Semana Orlando Villas Bôas, e já existe um projeto de lei aprovado que prevê a criação de um Memorial em sua homenagem. BOA VONTADE — Por que o senhor começou essa trajetória, interessou-se por esse tema, ao qual
  • 21. BV — Como foram esses primeiros contatos... Orlando — O primeiro contato não foi com o índio, e sim com as populações sertanejas do Brasil central, que eram chamados homens sem leis, que vinham para tentar a sorte no garimpo, um local tumultuado, terrível. Era difícil de noite ou de manhã chegar sem que não houvesse dois ou três jogados no meio da rua; um povo sem a menor visão, mas era o que tínhamos para o trabalho braçal. E levamos 14 homens desses e, todas as noites, nós os púnhamos sentados, fazia-se um fogo e conversávamos com eles, e descobrimos que eram indivíduos fabulosos, fantásticos, formidáveis. (...) Na conversa, enfiávamos na cabeça deles que estávamos invadindo a terra do índio, e que ele tinha o direito de nos expulsar de lá e nós não tínhamos absolutamente o direito de nos opor a isso. A nossa expedição era paramilitar. Cada trabalhador desses levava um mosquetão do exército com 50 tiros. O primeiro contato mesmo com o índio foi muito bom, foi com os Xavantes. Eram muitos e a região larga. Levamos 11 meses atravessando a região da Serra do Roncador e nesse percurso tivemos 19 surpresas dos índios, mas felizmente Noel Villas Bôas dedicou toda sua existência? Orlando — Pode-se dizer que foi uma fuga da cidade grande. Nós temos uma formação de interior (nasceu em Botucatu/SP), morávamos em São Paulo, mas quando os meus pais faleceram, resolvemos ir para o interior do Brasil. O índio não era a nossa conjectura, embora não desconhecêssemos o assunto, mas participamos de uma expedição que tinha por objetivo avançar pelo país desconhecido. O Rio Araguaia, naquela época, era chamado pelos intelectuais de a divisa civilizatória, e a nossa expedição teria de cortar tudo isso e foi uma surpresa para nós encontrar as nações indígenas que achamos, não foram poucas, falando muitas línguas diferentes. O som das flautas durante a Cerimônia dos Mortos, o Kuarup. O Rio Araguaia, naquela época, era chamado pelos intelectuais de a divisa civilizatória, e a nossa expedição teria de cortar tudo isso e foi uma surpresa para nós encontrar as nações indígenas (...). nem um dos trabalhadores foi machucado e nem um índio recebeu tiro. BV — O Parque do Xingu é um capítulo especial da nossa História, gostaria que falasse dessa grande aventura! Orlando — O Xingu estava exatamente na área do Brasil Central, que nossa expedição teria de passar para atingir o Rio Tapajós, e o caminho do Rio Araguaia ao Rio Tapajós não era menos de 2 mil quilômetros. Teríamos de transpor toda a região da Serra do Roncador, cortada pelo Rio Xingu, a Floresta Amazônica e chegar ao Rio Tapajós, num trecho altamente hostil que era só descida e subida. A gente atravessava um córrego, quando queria voltar, se desse uma chuvinha, ele já estava com 10 metros de altura e nós conseguimos. (...) O Brasil Central foi um local de refúgio dos índios de leste-oeste, norte-sul, em função da invasão européia, claro! No Xingu temos os Tupis, imigrados da Bahia; os Aruakes, que vieram da divisa setentrional; tínhamos índios de 18 nações falando nove línguas diferentes. Claro que no processo de acomodação na mesma área, eles entraram em conflito. BV — Em função de serem empurrados para o interior, começaram a ter conflitos... Revista Boa Vontade 21
  • 22. Ecumenismo Orlando — Por isso nós começamos a fazer a fração de tribo por tribo. Fomos hostilizados por eles. Não foi fácil, mas conseguimos. Primeiro foram os índios Kalapalos; depois os Cuicurus, Matipus, Suyas, Haipatsi, Nawguá, falando um dialeto só; em seguida os Tupis, Kamayurás, Awetis, com a língua tupi-guarani. Posteriormente, outras línguas diferentes foram encontradas e até um índio, cujo idioma não tem semelhança com nenhum outro vivo no mundo, que desafia todo especialista. (...) Uma ocasião, o Embaixador japonês me chamou em Brasília e disse: “Villas Bôas, quero mandar para o Xingu um lingüísta e desejo o seu consentimento”. Respondi: “Pois não, pode mandar”. E o Embaixador mandou o japonês mais frágil que conheci na vida. Tinha 1,55m, dois palmos de peito e quatro dedos de largura. Passados 20 dias ele foi embora. Quando voltei a Brasília, o Embaixador mandou me chamar e disse: “(...) Esse cidadão que foi para lá é o maior especialista de línguas asiáticas que o mundo conhece. É um gênio. (...) Ele ouviu uma língua que não tem contato com nenhuma outra asiática, nenhuma viva no mundo, que é Trumai”. (...) O mosaico lingüístico do Brasil Central é considerado pela Unesco o mais belo e puro da América. BV — O senhor alcançou um verdadeiro milagre de pacificação, que foi conseguir que pessoas de tribos diferentes se casassem. Orlando — Sim, hoje o maior líder do Xingu chama-se Aritana. Quando fizemos contato com os Cuicurus apareceu um índio de uns 15, 16 anos e deu a entender que queria continuar a viagem conosco e nós passamos numa aldeia Kamayurá. Aí esse índio mostrou uma moça e deu a entender que gostava dela. Eu falei: “Vá para 22 Revista Boa Vontade “Um índio que encontrei em uma de minhas andanças pelo Brasil, contoume uma bela história, em que os espíritos dos indígenas mortos vão para a ‘aldeia das estrelas’ e que lá existe uma sabedoria espiritual superior. Esta sabedoria é a que ilumina nossa Legião da Boa Vontade!.” o rio, que vou mandá-la buscar água para mim e você rouba a moça da tribo e desce o rio que eu e o Cláudio levamos você e ela”. Ele fez direitinho. Uns quinze dias depois, o pai dela e cinco índios foram lá para buscar a filha. Ao que afirmei: “Não!”. Dei a entender que haviam casado, e que iríamos dar muita coisa ao genro e este ia repassar para ele. O pai riu, agradeceu e foi embora... Esse casal teve um filho, eu mandei fazer um ranchinho perto do nosso e eles passaram a viver quase juntos com a gente. O garoto cresceu, hoje tem 48 anos, chama-se Aritana... E é o nome do avô. Na linhagem civilizada, a figura principal da família é o homem. Entre o índio, é a da mãe. O primeiro menino que nasce num casal é o avô materno que está voltando e todos vêem naquela criança as mesmas prerrogativas que tinha o avô. É fabuloso o respeito que o pequeno tem com o grande, e esse respeito passa também para a natureza. BV — Como a criança indígena é educada? Orlando — Os índios nos deram uma lição de comportamento. Para eles, o velho é o dono da história; o índio é o dono da aldeia; a criança, a dona do mundo. Nós convivemos com povos indígenas 49 anos, nunca vimos uma mãe puxar a orelha do caçulinha, o pai dar um croque na cabeça do filho (...), uma mãe, um pai, dizer “não” para a criança. Nunca vimos dois índios discutirem, em 49 anos, 18 aldeias, índios falando nove línguas diferentes. Isso é fantástico! Hoje não se anda nas ruas das cidades sem encontrar pelo menos meia dúzia brigando, e você convive com gente que chama de selvagem e que, na realidade, ensina como se comportar em sociedade. Quando se quer saber alguma coisa, pergunta-se para o velho; quer fazer algo na aldeia, fala-se com o dono da casa, quando você quer ver uma criança, ela estende seus bracinhos e você a carrega. BV — E as comemorações dos 500 anos do Brasil? Orlando — Houve pouca consideração com os índios, não só na história, mas também na comemoração dos 500 anos. Segundo notícias, diziam que tínhamos cinco milhões de índios. Cabral chegou, os indígenas nos deram um continente de presente e pagaram o tributo de quase um milhão de índios mortos por século. Hoje nós temos apenas 430 mil nativos. BV — Para finalizar o nosso bate-papo, na sua opinião, os índios devem viver isoladamente sem o contato do branco? Ou o senhor acha que isso é uma utopia? Orlando — Nós defendemos a política de Rondon. O índio só sobrevive vivendo sob a sua própria cultura. Hoje já transita pelo Congresso um processo de integração do índio à sociedade nacional. Esse é o primeiro passo que se dá para a extinção do indígena no Brasil.
  • 23. Arquivo Família Villas Bôas Noel Villas Bôas Arquivo Família Villas Bôas Na década de 1960, o casal Marina e Orlando em sua casa no Xingu. O carinho dos índios Kamayurá com o sertanista (1998) Na foto histórica, os irmãos Villas Bôas: Leonardo, Orlando e Cláudio nos idos de 1950. Orlando Villas Bôas foi homenageado, em 1999, na categoria Solidariedade, com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV (SGAS 75/76 – Brasília/DF). A premiação, instituída pelo Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, tem por objetivo saudar expoentes da Fraternidade Ecumênica nas diversas áreas de atuação do Ser Humano. Naquela ocasião, emocionado com a lembrança de seu nome, o ilustre brasileiro afirmara: “Fiquei muito sensibilizado em receber a láurea da Solidariedade. “Sinto-me muito orgulhoso e sensibilizado, porque conheço bem a LBV. Fiquei altamente impressionado com o que vi ao visitá-la na capital paulista, principalmente no aspecto do atendimento à criança. Trata-se de uma Obra que dá uma lição fantástica de humanidade e de patriotismo com relação à nossa infância. A Fraternidade é a tônica do dia-a-dia dos índios, povo com quem convivi por quarenta e tantos anos”. Orlando recordou-se ainda: “Um índio que encontrei, em uma de minhas andanças pelo Brasil, contou-me uma bela história, em que os espíritos dos indígenas mortos vão para a ‘aldeia das estrelas’ e que lá existe uma sabedoria espiritual superior. Esta sabedoria é a que ilumina nossa Legião da Boa Vontade!”. Fernando Franco Prêmio e revelação Orlando recebe a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV, em 1999. Revista Boa Vontade 23
  • 24. Tribos indígenas são homenageadas no Templo da LBV João Preda (por João Areis Preda) Índios de sete aldeias foram homenageados no Templo da LBV Boas notícias — Índios das tribos Pataxó, Baré, Kariri-Xocó, Fulniô, Guajajara, Xavante e Tapuia foram homenageados, na tarde de 19 abril, pela banda Combatentes do Cristo, no Templo da Boa Vontade (TBV) — A Pirâmide dos Espíritos Luminosos (SGAS 915, lotes 75/76, tel. (61) 245-1070), com a música Guerreiros de Jesus. O pajé (líder espiritual da tribo), Santxiê Tapuya, fez seu ritual de bênção no TBV, durante uma oração pela Paz entre as etnias e agradeceu ao Presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, pela riqueza espiritual que encontrou na Legião da Boa Vontade. Em seguida, homens, representando os xavantes, dançaram para reunir forças para a cura dos doentes e afastar más influências. Na Hora do Ângelus, às 18 horas, eles participaram de um momento especial no TBV, com a cerimônia de Imposição de Mãos, na qual receberam as bênçãos divinas. Mídia dá ampla cobertura A exposição de objetos indígenas na Galeria de Arte do TBV foi destaque na 1ª edição do Bom Dia DF, da TV Globo, na reportagem de Camila Guimarães. Na mesma oportunidade, uma exposição de objetos da cultura indígena, das sete tribos citadas acima, movimentou a Galeria de Arte do TBV, desde às 6 horas, atraindo a atenção de inúmeros visitantes durante todo o dia. O fato ganhou destaque na pri- 24 Revista Boa Vontade meira edição do Bom Dia DF (TV Globo), ancorado pela jornalista Liliane Cardoso. A reportagem ao vivo de Camila Guimarães apresentou alguns dos artefatos da mostra, além de informar o telespectador sobre programação do Templo da Paz. João Preda Noel Villas Bôas Ecumenismo Desnutrição leva crianças indígenas à morte A passagem do seu dia, em abril (19), não trouxe para os índios muitos motivos para comemorar. No fim deste mês, haviam sido registradas as mortes de 21 crianças por desnutrição no Estado de Mato Grosso do Sul, principalmente no distrito de Dourados. E em meados de março passado, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) divulgou que entre 2.336 indígenas menores de cinco anos, examinados em tribos do MS, 124 estavam desnutridos e 343 em risco nutricional (abaixo do peso normal para a idade). O grupo atendido pertence à etnia guarani-caiuá e representa 31,8% do total de menores, nesta faixa etária, dessa nação. Alguns parlamentares, que analisam o caso, acreditam que a escassez de terras para a agricultura e pecuária de subsistência e a falta de água tratada nestes locais, pioram a situação. Temendo que o problema se agrave, 500 índios, de diversas tribos, pediram no Dia Nacional do Índio o apoio do governo federal para o problema da saúde pública nas aldeias. Em encontro com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, 70 caciques apresentaram a ele uma pauta de reivindicações neste sentido. Lula afirmou que cumprirá todos os compromissos assumidos com as populações indígenas e, em comemoração à data, homologou cinco novas áreas de reserva, nos Estados amazonenses de Roraima, Tocantins, Maranhão, Amazonas e Pará, num total de 224.881 hectares. [L.S.M]
  • 25. Ricardo Stuckert/PR Notícias de Brasília Palavra de Abuja/Nigéria — Presidente Lula cumprimenta o Presidente da Nigéria, Olosegum Obasanjo, na chegada ao país. Brasil e África O firmam parcerias Brasil assinou acordos diversificados com cinco países africanos visitados pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, entre 10 e 15 abril. Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em algumas nações a ênfase maior é comercial; em outras, cultural ou política — dependendo do potencial de cada uma. “Procuramos ter uma relação equilibrada, sem discriminar países grandes e pequenos”, declarou o Chanceler. Os países visitados por Lula foram República de Camarões, Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal. O Ministro lembrou que, no discurso de posse, Lula colocou a África como prioridade de política externa. Com esta viagem, o Presidente do Brasil visitou 14 países africanos desde o início de seu mandato. Ao fazer uma análise sobre sua viagem às nações africanas, Lula salientou, em seu programa quinzenal de rádio Café com o Presidente, o objetivo de intensificar as relações políticas, comerciais e culturais com o continente. Ele acredita que, depois de ter dedicado os dois primeiros anos de seu mandato ao fortalecimento das relações com países da América do Sul, chegou a hora de o Brasil resgatar a dívida histórica que tem com o povo africano. “O papel do Brasil é ser solidário, porque eu acho que é uma dívida que temos, histórica, com a África. O Brasil pode ajudá-los porque nós temos história junto deles. Temos mais tecnologia, somos mais ricos, temos mais indústria, mais conhecimento científico. Portanto, podemos ajudar muito mais”, ressaltou. Lula disse que vai cobrar dos países desenvolvidos mais atenção sobre a África quando for participar, em julho deste ano, de reunião do G-8 na Escócia. “Acho que será um bom momento de discutirmos com os países sobre qual política de desenvolvimento nós poderemos ter para ajudar a África. Um país sozinho não pode, mas muitos países juntos podem ajudar. Essa é a melhor forma de combater a pobreza”, destacou. O Presidente disse que o Brasil pode oferecer à África parcerias para o combate à aids, assim como exportar tecnologia e mão-de-obra ao continente africano. “A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) pode contribuir de forma extraordinária com a agricultura africana, já que temos uma agricultura competitiva como a de qualquer país do mundo. Na questão da educação, o País pode ajudar as nações africanas. Pode formar enfermeiros, médicos, aumentar o número de bolsas de estudo. Especialistas nossos podem viajar mais para a África. Podemos ajudar a combater a aids. O Brasil pode convencer outros países a ajudá-los”, afirmou. [R.O.] Fonte: Agência Brasil A realização do 30º Congresso Internacional do Jovem da Boa Vontade de Deus já mobiliza Minas Gerais e seus habitantes mais Senador Hélio Costa ilustres. O tema do encontro: “O Jovem na Política de Deus” expressa a vontade dessa gente moça de colaborar para que a sociedade civil participe de forma efetiva da política, recordando que ela não se restringe aos poderes públicos. O debate sobre o assunto se baseará no pensamento do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto: “Política de Deus, a ética do Espírito no cotidiano”, ou seja, em ações responsáveis que respeitem o Ser Humano e, acima de tudo, a sua parte eterna. A respeito da iniciativa, que reunirá milhares de pessoas de todas as idades, porque “jovem na LBV é aquele que não perdeu o ideal”, o Senador mineiro Hélio Costa, conhecido por seu engajamento na luta em benefício de seu Estado natal, considerou: “Em primeiro lugar quero cumprimentar a Rede Mundial de Televisão e a Rádio Boa Vontade (RBV) pelo trabalho que prestam. E cumprimento a Rede Mundial pela sua liderança espiritual, que é Paiva Netto, que faz um serviço maravilhoso no Brasil inteiro em favor dos que não têm privilégios. Então, vejo esse Congresso com muito carinho. Todos os jovens que estão me ouvindo que forem a Uberlândia, vão ser recebidos com o maior carinho. É uma cidade maravilhosa, um povo bom, generoso, capaz e competente; que faz Uberlândia ser admirada no mundo inteiro. (...) Estarei lá se Deus quiser!”. [L.S.M.] Revista Boa Vontade 25 Arquivo pessoal Senador
  • 26. Arquivo BV Notícias de Brasília Brasília Capital da Esperança Brasilienses comemoram 45 anos da cidade no Templo da LBV A (por Rodrigo Oliveira) semana entre 18 e 22 de abril é marcada por ser uma época de comemoração. Além dos festejos de lembrança a Tiradentes, no dia 21 deste ano os brasilienses saudaram os 45 anos da Capital da Esperança. A cidade, que nasceu como capital, teve seu projeto iniciado a partir de 1956 quando o então Presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976) criou a Novacap e deu a essa empresa a incumbência de planejar e construir a nova cidade. A tarefa foi cumprida com êxito por 30 mil operários que edificaram Brasília em 41 meses. De lá para cá, as belas construções tornaram-se uma característica no visual da capital brasileira. Uma, em especial, chama a atenção de visitantes de todas as partes do mundo: o Templo da Boa Vontade, inaugurado em 21 de outubro de 1989. Por iniciativa do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, o TBV, como também é conhecido, tornou-se parada obrigatória dos turistas na cidade, já que atualmente é considerado pela Setur (Secretaria de Turismo do Distrito Federal), o local mais visitado de Brasília, recebendo mais de um milhão de visitantes por ano. Foi sob as sete faces desse Templo da Paz que ocorreu uma das mais bonitas homenagens à capital brasileira. Na quinta-feira A obra e seu criador. O Presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976), que transferiu a capital do País, do Rio de Janeiro para Brasília, edificando a cidade no tempo recorde de 41 meses, aparece na foto diante do Congresso Nacional. 26 Revista Boa Vontade (21), além da reunião de meditação na Sala Egípcia, os brasilienses puderam prestigiar um encontro com diversas representações religiosas, um evento organizado pela Legião da Boa Vontade e pela URI (sigla em inglês de Iniciativa das Religiões Unidas). Na opinião do Coronel-Aviador Weber Luiz Kümmel, o TBV é um local da cura. “Aqui foram feitas muitas preces em meu nome. Por todo esse poder, essa orientação que me foi dada, tenho um agradecimento muito grande a fazer à Legião da
  • 27. Nilton Preda Conjunto Ecumênico da LBV. À direita, o Templo da Boa Vontade; ao centro, a sede administrativa; à esquerda, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi). Visitado por mais de 15 milhões de turistas e peregrinos, é o líder de visitação do Distrito Federal, segundo a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur). Fotos: Márcio Paraíba nidade aos jovens, as tade. (...) Todas crianças que não têm as vezes que eu a mesma oportunidavim aqui saí muito de, a mesma chance bem energizado”. de muitos, de poder Para Ricardo, seu ter um futuro, uma parceiro no esporesperança, uma fé. (...) te, “se você vier “Fico muito feliz que te- aqui, você vai ter Acho que você ten“A LBV é uma obra Famosos no TBV nham um local maravi- muitas coisas para muito especial, prin- do um lugar especial, Na mesma data, diversas lhoso como esse, onde visitar e conhecer cipalmente a ajuda à como o TBV, é muito a gente pode fazer personalidades estiveram o que é a LBV, sociedade, aos neces- bom. Vou querer voltar no Parlamento Mundial da várias atividades e que o que representa sitados e aos órfãos. aqui com mais tempo É um trabalho fantás- para poder refletir, penFraternidade Ecumênica da seja dedicado para vá- para o Brasil”. rios fins. (...) O dinheiro LBV, a exemplo de Emanuel E s t e p o n t o tico, exemplar para o sar na vida”. O jogador de vôlei Brasil.” e Ricardo, dupla medalha na LBV é também bem também foi resempregado”. Emerson Fittipaldi Giovane Gávio, bicamde ouro nas Olimpíadas de saltado pelo biGiovane Gávio campeão mundial peão olímpico, também Atenas. Em entrevista conmanifestou seu apoio cedida à Rede Boa Vontade de Fórmula I e campeão de Comunicação, os atletas destacaram mundial de Fórmula Indy Emerson ao monumento da Paz. “Fico muito feliz o trabalho ecumênico do Templo da Paz. Fittipaldi. Para ele, “a LBV é uma obra que tenham um local maravilhoso como Emanuel disse que já esteve no conjunto muito especial, principalmente a ajuda à esse, onde a gente pode fazer várias atiarquitetônico outras vezes para sentir sociedade, aos necessitados e aos órfãos. vidades e que seja dedicado para vários “a energia e essa Paz que todo mundo É um trabalho fantástico, exemplar para fins. (...) O dinheiro na LBV é também comenta sobre o Templo da Boa Von- o Brasil. É um trabalho que dá oportu- bem empregado”. Boa Vontade. Também é importante agradecer a um amigo especial que sempre me atendeu com toda a orientação e todo o respeito, o Dr. Paiva Netto”. Weber Luiz Kümmel Acelino Popó Freitas Emanuel e Ricardo (D) O Comendador Regino Barros (D) é entrevistado pelo repórter Robert, do programa Vips e Famosos, da Rede TV Sul. Revista Boa Vontade 27
  • 28. História Terra à vista! Pedro Álvares Cabral 28 Revista Boa Vontade
  • 29. Daniel Trevisan “Topamos aves, a que chamam ‘fura-buchas’, e, neste dia, a horas de véspera, tivemos vista de terras mais baixas, ao sul dele, e de terra chã, com muitos arvoredos, ao qual o monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra, Terra de Vera Cruz.” Pero Vaz de Caminha Painel “Rotas marítimas e outros descobrimentos” (680 x 277 cm), de autoria do artista plástico Gesiel Cagnoni Luz. D ia 8 de março de 1500. A frota de Pedro Álvares Cabral (Belmonte, 1467 ou 1468 — Santarém ? 1520) está de partida para as Índias. No porto do Tejo, em Lisboa, além do próprio rei D. Manuel I, o Venturoso (Alcochete, 1469 — Lisboa, 1521), estão presentes as mais importantes figuras da Corte. Depois da missa, há a entrega de um estandarte real ao capitão-mor das 13 naus, com 1.500 homens, a maior armada a enfrentar mar alto até aquela data. Na esquadra, alguns experientes navegadores, como Bartolomeu Dias (Algarve, 1450 — faleceu em 1500, num naufrágio, ao largo do Cabo da Boa Esperança), que já havia dobrado o Cabo das Tormentas, e Nicolau Coelho (data de nascimento desconhecida, faleceu em janeiro de 1504, também num naufrágio), religiosos, como frei Henrique de Coimbra, além de funcionários de diversas categorias, entre eles por Mário de Moraes o escrivão Pero Vaz de Caminha (Porto ? 1450 — Calicute ? 1500). Sem esquecer o cientista João (Faras, dito mestre), bacharel em artes e medicina, físico e cirurgião da Corte de D. Manuel. Mestre João foi o autor da carta em que relata as observações astronômicas realizadas em terras brasileiras, no dia da chegada de Cabral ao nosso País. A carta, escrita em espanhol, é datada de 1º de maio de 1500 e foi muito importante para a elucidação da polêmica sobre se o Brasil foi ou não Revista Boa Vontade 29
  • 30. 30 Revista Boa Vontade Bahia Amazonas Reprodução BV Reprodução BV Reprodução BV Daniel Trevisan Reprodução BV São Paulo Rio de Janeiro
  • 31. descoberto casualmente. Num certo trecho das suas anotações, mestre João escreve: “Se tivermos de guinar, que seja para a banda do sudoeste e tanto que neles der o Vento escasso, devem ir na Volta do Mar até meterem o Cabo da Boa Esperança”. A “volta do mar” ficou conhecida, mais tarde, como “volta do Brasil”. Do pouco que se sabe sobre o itinerário da esquadra, ficou registrado que ela, no dia 14 de março, passou entre as Ilhas Canárias, e, no dia 23, a nau de Vasco de Ataíde se desgarrou, próxima à Ilha de São Nicolau. Cabral seguiu o conselho de mestre João e, na manhã do dia 22 de abril de 1500, uma quarta-feira, avistaram terra. Assim descreveu Pero Vaz de Caminha o feliz acontecimento: “Topamos aves, aqui chamam ‘furabuchas’, e, neste dia, a horas de véspera, tivemos vista de terras mais baixas, ao sul dele, e de terra chã, com muitos arvoredos, ao qual o monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra, Terra de Vera Cruz”. Após o desembarque, o contato amigável com os índios, a surpresa de lado a lado e a troca de presentes. Embora, através de sinais, os silvícolas tenham dado a entender que, naquela terra, havia muito ouro e prata, os navegadores não lhes deram crédito. Isso fica comprovado na Carta que Caminha enviou a D. Manuel, comentando que o lugar poderia apenas servir de escala “para esta navegação caleante”, sugerindo que o rei “salve esta gente (os índios) para acrescentar à nossa fé”. Dez dias depois, Cabral prosseguiu viagem, dividindo a frota em dois grupos. Um, sob o comando de Gaspar de Lemos (séculos XV e XVI), voltou a Lisboa para levar a notícia do descobrimento ao rei; outro seguiu, com Cabral no comando, rumo às Índias. O soberano português não gostou do nome de Vera Cruz e, a partir de 1510, trocou-o por Brasil, devido à abundância da madeira de tingir, palavra de raiz germânica derivada de brasa, “porque é vermelha como fogo”. Surgiu a primeira polêmica envolvendo o nosso País. Onde, afinal, Cabral Noel Villas Bôas História De início, a Coroa portuguesa não deu importância à descoberta de Cabral, preferindo concentrar-se no comércio com as Índias (...) desembarcou? Em 1922, com a publicação do livro História da Colonização Portuguesa no Brasil, do português Carlos Malheiro, os historiadores concordaram que o desembarque pioneiro ocorreu na Ilha da Coroa Vermelha, que fica no município de Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, e não na vizinha cidade de Porto Seguro. Para não haver discussão, resolveu-se que Santa Cruz Cabrália ficaria com as honras da descoberta, mas que Porto Seguro a comemoraria. Pouco interesse pelo Brasil De início, a Coroa portuguesa não deu importância à descoberta de Cabral, preferindo concentrar-se no comércio com as Índias, onde havia civilizações adiantadas, que produziam diversos gêneros procurados na Europa. Do nosso País, economicamente, eles só se interessaram pela extração do pau-brasil, a tal ponto que a preciosa madeira pagou os gastos da viagem do Descobrimento. De 1501 a 1532, o ciclo econômico que se abriu no Mundo Novo foi o do paubrasil. Mesmo assim, nem D. Manuel nem os navegadores tinham idéia do valor da terra descoberta. Tanto que ela foi tachada, por muitos anos, como possessão secundária. Só algum tempo mais tarde, com o interesse de outras nações pelas riquezas do nosso País, é que o governo português resolveu implantar uma colonização definitiva no Brasil, baseada principalmente na cultura de cana e na produção de açúcar. No primeiro século, os colonizadores portugueses conheciam apenas a faixa litorânea, onde se concentravam algumas vilas e cidades, como São Vicente (1532), Porto Seguro (1535), Igaraçu e Santa Cruz (1536), Olinda (1537), Santos (1545), Salvador (1549), Espírito Santo e Vitória (1551), São Paulo, incluindo Santo André (1554), Itanhaém (1561), Rio de Janeiro (1565), Filipéia (1585), São Cristóvão (1590), Natal (1599) e Cananéia (1600). A maior parte dessas cidades surgiu devido às expedições militares contra os índios, que tentaram impedir o avanço dos invasores. Alguns corsários, de outros países, estabeleceram-se na costa brasileira e aliaram-se aos silvícolas, em busca, principalmente, do pau-brasil. Em 1555, 600 franceses, comandados por Nicolas Durand de Villegaignon (Provins c., 1510 — Beauvais, 1575), Revista Boa Vontade 31
  • 32. História fixaram-se no Rio de Janeiro com o objetivo de fundar uma colônia, a França Antártica, mas acabaram expulsos, em 1567. Era preciso, no entanto, ganhar o interior do País. Por isso, o governo português determinou a realização de entradas e bandeiras, expedições armadas destinadas a pesquisar a existência de metais e pedras preciosas. Elas saíram principalmente de São Paulo, abrindo muitos e importantes caminhos para dentro do Brasil. No final do Século XVII, os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro, pedras preciosas e semipreciosas, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Isso permitiu que surgissem diversos núcleos de povoamento permanentes. A pecuária também ajudou na colonização do interior do nosso País. Já no final do século XVII, a criação de gado estendia-se desde as margens, do rio São Francisco, na Bahia, até o Parnaíba, no Piauí. Na mesma época, consolidou-se o domínio português na costa leste-oeste, com a expulsão dos estrangeiros, que ali se haviam estabelecido. A expansão territorial do Brasil, no período colonial, fixou as linhas gerais que o nosso país tem hoje, aumentando sua área, até então de 2.500.000 km² — segundo o Tratado de Tordesilhas —, para mais de 8.000.000 km². O primeiro sistema administrativo implantado na Colônia foi o das capitanias hereditárias, D. João III (Lisboa, 1502 — id. 1557) dividindo o território brasileiro em 15 faixas, atribuídas a 13 donatários. Com isso, o governo português garantia a posse da terra, com custo mínimo para o Tesouro real. A maioria das capitanias, no entanto, fracassou. O sistema de administração foi, então, centralizado, formando o Governo-Geral do Brasil, instalado em 1549. Com a chegada do primeiro governador-geral, Tomé de Sousa (Lisboa, 1502 — id. 1579), foi fundada a cidade de Salvador e nela erguida a sede da administração colonial. As capitanias, porém, duraram até o governo do Marquês de Pombal (Lisboa, 1699 — Quinta do Pombal, 1782). 32 Revista Boa Vontade O sistema foi extinto em 1777, a Coroa adquirindo as capitanias ainda existentes. Em 1640, o cargo de governadorgeral foi substituído pelo de vice-rei, o primeiro deles sendo o Marquês de Montalvão (Século XVII), que o ocupou de 1640 a 1641. Em 1763, a capital do País mudou-se de Salvador para o Rio de Janeiro. Aqui é forçoso abrir um parêntese para falar em Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O patrono cívico da nação brasileira nasceu em Pombal, São João del Rei, Minas Gerais, em 1746, e No final do Século XVII, os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro, pedras preciosas e semipreciosas, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Isso permitiu que surgissem diversos núcleos de povoamento permanentes. foi morto na cidade do Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792. Apontado como chefe da Conjuração Mineira, inclusive por alguns dos seus companheiros, que o traíram, Tiradentes assumiu a responsabilidade pelo movimento de oposição à Coroa e foi condenado à forca. D. João foge para o Brasil Devido à invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, o príncipe regente D. João determinou que a Corte portuguesa fosse transferida para o nosso País. Primeiro, ele passou pela Bahia, onde, em 28 de janeiro de 1808, assinou Carta-Régia, abrindo “os portos do Brasil ao comércio de todas as nações amigas”. Em maio do mesmo ano, a Corte instalou-se no Rio de Janeiro. D. João viveu em nosso País de 1808 a 1821. Além da abertura dos portos, o monarca português criou a Impressão Régia (1808), que publicou o primeiro jornal brasileiro; declarou guerra à Fran- ça e anexou à Guiana Francesa; assinou tratados de comércio com a Inglaterra (1810) — que por muito tempo impediram o estabelecimento de indústrias no Brasil —; elevou o nosso País a Reino Unido ao de Portugal e Algarves (1815); assistiu à morte da rainha e ascensão do regente ao trono, como D. João VI (Lisboa, 1767 — id. 1826); às lutas para a anexação da Banda Oriental, efetivada em 1821, com a criação da Província Cisplatina; à Revolução Pernambucana de 1817 e à vinda da Missão Artística Francesa, da qual faziam parte Debret (Paris, 1768 — id. 1848), Montigny (Paris, 1776 — Rio de Janeiro, 1850) e Taunay (Paris, 1768 — Rio de Janeiro, 1824), responsável pelo primeiro Salão Nacional de Belas-Artes. Em abril de 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto, em Portugal, iniciada um ano antes, obrigou D. João VI a voltar para seu país, deixando seu filho Pedro no Brasil, como príncipe regente. Deixava, também, nosso País à beira da falência, com os cofres esvaziados. Portugal passou, então, a adotar uma política das mais austeras e injustas no Brasil, fazendo com que crescesse cada vez mais o movimento separatista, principalmente a partir de 9 de janeiro de 1822, o Dia do Fico. Nessa data, D. Pedro (primeiro imperador do Brasil e 27o rei de Portugal, com o título de Pedro IV, nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, em 1798, e faleceu no mesmo local, em 1834), atendendo aos apelos das forças políticas favoráveis à Independência, desobedeceu à ordem de voltar para Portugal. Numa viagem de Santos para São Paulo, indignado com novas ordens recebidas de Lisboa, o príncipe, que se encontrava às margens do riacho lpiranga, dirigiu-se à tropa que o acompanhava e declarou proclamada a Independência do Brasil. Era 7 de Setembro de 1822. No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro I foi aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, e, em 1o de dezembro, realizou-se a cerimônia de coroação e sagração.
  • 33. Reprodução BV Reprodução BV Recife Daniel Trevisan Maranhão Reprodução BV Reprodução BV Quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo. Revista Boa Vontade 33
  • 34. O Primeiro Reinado durou de 1822 a 1831. Após diversos e importantes acontecimentos políticos, muitos contrários à presença de D. Pedro I entre nós, no dia 7 de abril de 1831, depois de grande manifestação popular, ocorrida no dia anterior, no Rio de Janeiro, o imperador abdicou do trono brasileiro em favor do seu filho de 5 anos, Pedro de Alcântara (Rio de Janeiro, 1825 — Paris, 1891). Ficou acertado que D. Pedro II reinaria sob regime regencial até completar 18 anos de idade. Essa data, no entanto, foi antecipada. Em 1840 foi proclamada, pelo Poder Legislativo, a maioridade do jovem imperador. Esse segundo reinado durou de 1840 a 1889. Em sua primeira fase (1840-1855) é digna de registro a atuação de Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias (Vila do Porto da Estrela, RJ, 1803 — Barão de Juparaná, RJ, 1880), que impôs uma paz imperial severa (a pacificação), vencendo as revoluções que estouraram ainda no período regencial e também as Revoluções liberais de São Paulo e Minas Gerais, em 1842. Foi no reinado de D. Pedro II que aconteceu a primeira vitória contra a escravidão em nosso País, com a Lei Eusébio de Queirós (4 de setembro de 1850), que proibiu o tráfico negreiro, completada pela Lei Nabuco de Araújo (1854), que estabeleceu severas punições para os contrabandistas de escravos. Da segunda fase do reinado de D. Pedro II, cabe destacar o crescimento econômico do País, como o desenvolvimento da lavoura cafeeira e a fundação de empresas industriais, bancos e companhias de navegação e de seguros. Não deve ser esquecida a figura da princesa imperial e regente do Brasil, Isabel Cristina (Rio de Janeiro, 1846 — França, 1921), que assinou a Lei nº 2040, de 28 de setembro de 1871, declarando livres os filhos de mulher escrava, nascidos a partir daquela data (Lei conhecida como do Ventre Livre). Isso aconteceu durante a sua Primeira Regência. Na terceira, a princesa Isabel referendou a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, que aboliu a escravidão negra no País. 34 Revista Boa Vontade Da Monarquia à República Em 1889, aconteceu a Proclamação da República. O movimento militar, desencadeado no dia 15 de novembro daquele ano, derrubou a Monarquia quase sem resistência. O Marechal Deodoro da Fonseca (atual Marechal Deodoro, AL, 1827 — Rio de Janeiro, 1892) assumiu o poder com o título de chefe do Governo Provisório. Um ano depois, instalou-se o Congresso Constituinte Republicano. E a primeira Constituição republicana, cujo texto teve Rui Barbosa (Salvador, 1849 — Petrópolis, 1923) como principal autor, foi aprovada e promulgada em 24 de fevereiro de 1891, estabelecendo o presidencialismo e o federalismo. O que veio depois, ainda está bem vivo na memória da maioria dos brasileiros: a Revolução de 30, que colocou Getúlio Vargas no poder e a implantação do Estado Novo (...) O Marechal Deodoro da Fonseca, ao assumir o governo, em novembro de 1889, estava idoso e bem doente. Além disso, possuía forte grau de autoritarismo, adquirido na vida militar. Não demorou muito, ele enfrentava a dissensão que lavrava entre os republicanos civis e militares. No dia 3 de novembro de 1891, Deodoro fechou o Congresso, decretou o estado de sítio e a censura à imprensa. Para piorar, o País vivia péssima situação econômica. No dia 23 daquele mesmo mês, o Marechal Floriano Peixoto (Maceió, 1839 — Divisa, hoje Floriano, RJ, 1895) lançou um manifesto à Nação. Isso levou Deodoro a renunciar, segundo ele, “para evitar uma guerra civil iminente”. Floriano Peixoto, na qualidade de Vice-Presidente, assumiu o governo, prometendo a volta à legalidade, reivindicada pela oposição. Primeira República, etc. Em 1894, foi eleito Prudente de Morais, o primeiro Presidente brasileiro a ser escolhido pelo voto direto. Nos governos seguintes, de Campos Sales, Rodrigues Alves e Afonso Pena, a chamada Primeira República assistiu a um período de progresso econômico. Afonso Pena morreu antes de completar seu mandato, sendo substituído pelo líder, Nilo Peçonha. Depois dele, veio Hermes da Fonseca, que iniciou seu governo em 1910, enfrentando algumas revoltas. Em 1914, Venceslau Braz assumiu a presidência do Brasil e, em 1918, Rodrigues Alves foi reeleito, mas morreu antes de tomar posse. O País passou a ser governado por Delfim Moreira, até que, em novas eleições, assumisse Epitácio Pessoa, que governou de 1919 a 1922. Artur Bernardes foi o próximo Presidente. Nesse período, devido a sérios acontecimentos políticos, o Brasil viveu em estado de sítio. O último Presidente da Primeira República foi Washington Luís, que assumiu o cargo em 1926, quando a situação do País era extremamente grave. O que veio depois, ainda está bem vivo na memória da maioria dos brasileiros: a Revolução de 30, que colocou Getúlio Vargas no poder e a implantação do Estado Novo, que durou de 10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945, quando Getúlio foi derrubado por um golpe militar. Nesse mesmo ano, na redemocratização do País, foi eleito o General Eurico Gaspar Dutra. Em 1950, Getúlio voltou ao poder pela força do voto e, em 1954, pressionado por forte oposição, ele se suicidou em 24 de agosto do mesmo ano. Seguiram-se, na presidência do Brasil, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros — que renunciou e permitiu que o vice, João Goulart, assumisse o posto —, os governos militares de Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel, Tancredo Neves (que faleceu antes de tomar posse, dando lugar a Sarney), Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O futuro, a Deus pertence.
  • 35.
  • 36. Solidariedade Crianças e Natureza, João Preda numa bela manhã planaltina, brincam felizes na Escola de Educação Infantil, da LBV, em Taguatinga/DF. 36 Revista Boa Vontade
  • 37. Amicucci Gallo LBV Belo flagrante do premiado repórter fotográfico Amicucci Gallo, na LBV do Rio de Janeiro/RJ. O expressivo balanço social de 2004 Amicucci Gallo Fotos: Arquivo BV Q Cenas diversas dos atendimentos prestados pela LBV em dezenas de cidades do Brasil e Exterior uando olhamos para os desafios de nossa sociedade, como Educação, saúde, trabalho, alimentação, inclusão social, entre outros, percebemos que o Povo tem sempre pautado sua confiança pelo esforço e pela ação das pessoas de Boa Vontade. Hoje, a LBV conta com um histórico de mais de meio século de serviços prestados aos que se encontram em situação de risco social em nosso País, seja trabalhando em parceria com os diversos setores (governos, empresas socialmente responsáveis, organismos internacionais, escolas, comunidades de base e outras organizações do Terceiro Setor), seja propiciando oportunidades para que cidadãos de Boa Vontade possam colaborar para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades. Tudo isso contribuiu para que a Obra se tornasse a primeira instituição do Terceiro Setor genuinamente brasileira a A LBV prestou, em 2004, mais de 3,5 milhões de atendimentos, por meio de seus diversos programas e projetos socioeducativos, desenvolvidos em dezenas de cidades brasileiras, contando sempre com uma legião que ultrapassa os 30 mil voluntários. ser reconhecida em caráter oficial pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ter status consultivo no Conselho Econômico e Social dessa entidade (Ecosoc), o que lhe confere o direito de participar, com poder de voto, de suas reuniões decisórias. É ainda mediadora entre muitas ONGs do Brasil e esse organismo internacional. Fundada por Alziro Zarur, a LBV completou 55 anos de existência em 1o de janeiro de 2005. Uma de suas inovadoras iniciativas tem sido a difusão do Ecumenismo Irrestrito, promovendo a conciliação de todo o conhecimento humano e espiritual, numa poderosa força a serviço dos povos. Sua expansão nacional e no Exterior deve-se, sobretudo, ao dinamismo de seu Diretor-Presidente, José de Paiva Netto, que, com a ajuda da sociedade, vem modernizando e consolidando a Organização desde 1979, quando assumiu sua liderança, proporcionando-lhe um crescimento da ordem de 150.000% e transformando-a em uma das maiores expressões mundiais de humanitarismo e de Solidariedade social. A LBV prestou, em 2004, mais de 3,5 milhões de atendimentos, por meio de seus diversos programas e projetos socioeducativos, desenvolvidos nas principais cidades brasileiras, contando Revista Boa Vontade 37
  • 38. Solidariedade João Preda LBV: Criança — Futuro no Presente! Refeições servidas Oficina do Saber Aulas de Moral Ecumênica Alfabetização Digital Brinquedoteca Esporte é Vida Oficina dos Arteiros Espaço Cultural Coral Ecumênico Infantil LBV Prevenção da saúde bucal Recreação Ronda da Caridade, a Ronda da Cidadania Refeições servidas Grupo de Convivência da Terceira Idade Capacitação profissional (informática) Cursos diversos Alfabetização e Educação Geral para Adultos Oficinas de geração de renda SOS Calamidades (famílias) Atendimentos em mutirões Atendimentos emergenciais Cestas de alimentos Palestras educativas Plantão Social Visitas domiciliares Atendimento psicológico Atendimento fonoaudiológico Atendimento jurídico Atendimento odontológico Consultório odontológico na LBV Odontoteca LBV (itinerante/comunitária) Consultas médicas Ambulatório LBV: Jovem — Futuro no Presente! Refeições servidas Estudar e Aprender SER Mulher Cidadão-Bebê (curso para gestantes) Enxoval para bebês Grupo de Mães Grupo de Mulheres Educação Básica Berçário e educação infantil (de 0 a 6 anos) Ensino fundamental Bolsas de estudo Refeições servidas Lar e Parque da LBV (regime residencial) 496.206 408.712 13.818 14.090 7.540 19.033 7.289 9.168 11.527 38 4.602 389 1.190.553 479.718 39.680 251.232 16.168 152.640 869 318 16.529 84.952 111.270 1.405 12.554 3.828 2.681 411 568 894 9.028 2.136 1.712 1.960 2.664 1.776 888 65.175 50.616 831 5.088 8.640 1.274.404 173.800 163.400 14.000 923.204 33.580 Refeições servidas 146.602 Refeições servidas 177.879 Lar da Terceira Idade (regime residencial) Ala dos Estudantes (ParlaMundi da LBV) 41.245 75.600 3.503.908 38 Revista Boa Vontade Arquivo BV Em 2004: Entrega de material escolar feita pela LBV às crianças da rede escolar de ensino público em Belém/PA sempre com uma legião que ultrapassa os 30 mil voluntários. Suas iniciativas são pautadas pela Solidariedade e seguem ao encontro da implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), estabelecidos pela ONU: “Erradicar a extrema pobreza e a fome”, “Atingir o ensino básico universal”, “Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres”, “Reduzir a mortalidade infantil”, “Melhorar a saúde materna”, “Combater o HIV/aids, a malária e outras doenças”, “Garantir a sustentabilidade ambiental” e “Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento”. Mais do que oferecer o alimento material, necessário para a sobrevivência das pessoas, a Legião da Boa Vontade trabalha para elevar-lhes a auto-estima, a esperança, a dignidade, os valores, a responsabilidade, o respeito, para que os indivíduos tenham oportunidade de lutar pelos seus direitos e de exercer melhor sua cidadania, cooperando para uma estrutura social sólida e auto-sustentável. Trazemos os números dos milhões de atendimentos efetivados em toda a rede social da Legião da Boa Vontade em 2004, inseridos no balanço geral da LBV, encerrado em 31 de dezembro, auditado pela conceituada Walter Heuer Auditores Independentes e publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo. [L.S.M.]
  • 39. Cultura Ivo Pitanguy e Ivan Junqueira Destaques dos séculos XX e XXI, na ABL. (por Simone Barreto) João Havelange (D) recebe o diploma das mãos de Marcos Vilaça Chico Anysio e o Dr. José Roberto Marinho Ivone Cassu, representando Roberto Carlos, e Francisco Bilas. Governador do Ceará, Lúcio Alcântara. Roberto Farias S Fotos: Jorge Alexandre audar 21 brasiSantos e Zilda Arns. leiros vivos que Na ocasião, a Unise destacaram versidade Federal do no século XX Ceará (UFCE) — ree que continuam venpresentada pelo Reitor cedores neste período Academia Brasileira de Letras René Barreira e pelo que se inicia: com esse objetivo o Diretor Governador do Estado, Lúcio Alcântara da PPE (promoções e eventos) e autor do — saudou o Dr. Roberto Marinho (in projeto Destaque Século 20/21, Roberto memoriam) com o título de Doutor HoFarias, realizou no Teatro Raimundo noris Causa da UFCE. Seu filho, o Dr. Magalhães Júnior, na Academia Brasi- José Roberto Marinho, Vice-Presidente leira de Letras (ABL), em 14 de abril, das Organizações Globo, recebeu a hona entrega dos diplomas aos agraciados. raria em nome dele, relembrando as paPessoas de amplo reconhecimento nacio- lavras do laureado sobre o compromisso nal pelas contribuições que tinha para com que proporcionam à Entre os premiados: a sociedade: “Meu sociedade nos diversos pai sempre dizia Abílio Diniz, Adib Jatene, ramos do saber. É uma que a vida é curAldemir Martins, Antonio forma também, segunta e preciosa para Carlos Magalhães, Antonio do Roberto, de motivar ser vivida apenas a Ermírio de Moraes, Chico os indivíduos de certa nossa experiência Anysio, Dom Paulo Evaristo idade, “com mais de pessoal”. Arns, Emerson Fittipaldi, 50 anos”, para que eles Os homenagecontinuem a transmitir Fernanda Montenegro, Hebe ados foram felicisuas experiências aos Camargo, Ivo Pitanguy, João tados pela LBV, Havelange, José Sarney, mais jovens. entre eles o Dr. Oscar Niemeyer, Você Os nomes foram João Havelange, Cidadão/Cidadã, Paulo escolhidos por meio o cantor Roberto Coelho, Pelé (“O Atleta do de uma pesquisa, numa Carlos (represenSéculo”), Renato Aragão, consulta democrática tado pela assessora no site (www.roberto- Roberto Carlos, Sílvio Santos de imprensa Ivone e Zilda Arns. farias.com.br) do orgaCassu) e o humonizador e também por rista Chico Anysio, uma comissão de jurados, formadores que falou para a Rede Boa Vontade de opinião pública. Entre os premiados, de Comunicação sobre a importância Abílio Diniz, Adib Jatene, Aldemir do prêmio: “Ele é muito interessante Martins, Antonio Carlos Magalhães, porque nos coloca junto com pessoas Antonio Ermírio de Moraes, Chico num padrão muito especial, homens Anysio, Dom Paulo Evaristo Arns, como João Havelange, Ivo Pitanguy, Emerson Fittipaldi, Fernanda Monte- Oscar Niemeyer. É coisa absolutamente negro, Hebe Camargo, Ivo Pitanguy, encantadora para quem recebe. Fiquei João Havelange, José Sarney, Oscar muito feliz com isso”. Niemeyer, Você Cidadão/Cidadã, Paulo Chico foi parabenizado pela pasCoelho, Pelé (“O Atleta do Século”), sagem do seu aniversário no dia 12 de Renato Aragão, Roberto Carlos, Sílvio abril. Revista Boa Vontade 39
  • 40. Atualidades Em defesa da dignidade humana O Rosinha Garotinho Dr. Marcelo Bustamante Ana Miranda Fernando William 40 Revista Boa Vontade Prêmio valoriza Direitos Humanos Fotos: Simone Barreto Conselho Estatada pelo Dr. Marcelo dual de DireiBustamante). tos Humanos, A escritora Laura presidido pela Austregésilo de AthayGovernadora Rosinha de Sandroni e Cícero Garotinho, integrado por Sandroni, filha e gensecretários de Estado e ro do ilustre Presidente representantes de insda ABL, prestigiaram a tituições da sociedade, cerimônia. Cícero, que lançou o Prêmio Estadu- Coronel Jorge Silva é tesoureiro da Casa al de Direitos Humanos de Machado de Assis, Austregésilo de Athayde rememorou a atuação (1898-1993), homenagem do ilustre acadêmico na ao sempre lembrado PreAssembléia das Nações sidente da Academia BraUnidas e o valor de inssileira de Letras (ABL), tituições como a Legião que foi um dos redatores da Boa Vontade nessa da Declaração Universal empreitada: “Austredos Direitos Humanos, em gésilo de Athayde foi 1948, na ONU. o redator brasileiro da “O Plano Nacional A solenidade de enDeclaração Universal de Direitos Humanos trega ocorreu no Dia Indos Direitos Humanos, foi composto o ano ternacional de Combate à que foi assinada em Paris passado, junto com Discriminação Racial (em em 10 de dezembro de o grande apoio da 21 de março), no Salão No1948, numa Assembléia LBV (...). Esse prêmio bre do Palácio Guanabara. Geral da ONU, na qual só vem a estimular Entre os agraciados: José foi apresentado um doessas ações de Boa Gomes Talarico, jornalista cumento fundamental Vontade (...)”. e Presidente da Comissão na defesa dos Direitos César Bastos, da Central de de Defesa da Liberdade de Humanos de todo o Cidadania da Secretaria de Imprensa e dos Direitos mundo. O fundamental Estado de Justiça e Direitos Humanos da ABI; Dom disso tudo é a valorizado Cidadão do Rio de Janeiro. Mauro Morelli, então Bisção da vida, como um po de Duque de Caxias; dos primeiros artigos Abdias do Nascimento, desta Declaração fala ex-Senador e líder do Movimento que todo Ser Humano tem direito à Negro; o Grupo Tortura Nunca Mais vida. Todos os que trabalham por essa (representado por Ana Miranda); Qui- valorização tem de ter o nosso respeito lombo São José da Serra (na pessoa de e a Legião da Boa Vontade tem agido Antonio Nascimento) e a Defensoria nesse sentido”. Pública do Estado do Rio (represenVale dizer que o grande home-
  • 41. O representante da LBV, Eliel Brum, os escritores Laura e Cícero Sandroni, filha e genro do saudoso Austregésilo de Athayde. Jornalista José Gomes Talarico recebe a láurea da Governadora do Rio de Janeiro. nageado Austregésilo foi o primeiro a intolerância: “O Plano Nacional Presidente do Conselho de Honra para de Direitos Humanos foi composto a construção do Parlamento Mundial o ano passado, junto com o grande da Fraternidade Ecumênica da LBV. apoio da LBV (...). Esse prêmio só Após seu falecimento, a presidência vem a estimular essas ações de Boa honorífica foi assumida pelo inesque- Vontade. Reconheço no Irmão Paiva cível jornalista Barbosa Lima Sobri- essa função de grande catalisador da nho (1897-2000), Presidente da ABI, diversidade religiosa, que é um ser iluminado. (...) A igualdade, a diverescritor e membro da ABL. Para um dos laureados, o jornalis- sidade religiosa, que começou há 55 ta José Gomes Talarico, a Organiza- anos pela iniciativa de Zarur, hoje é ção foi sempre uma fonte inspiradora feita por Paiva Netto com uma ampliem sua vida: “Muito obrigado pela tude cada vez maior, com ‘a unidade na diversidade’. Mantendo presença da Legião da as diferenças de cada Boa Vontade. Eu devo ditradição religiosa, a LBV zer que muita coisa sobre sempre procurou tratar Direitos Humanos aprendi de forma gentil, compaexatamente na LBV, com o nheira e cidadã todos os José de Paiva Netto, meu credos”. amigo. Por isso, mais uma Por fim, o registro vez enalteço a sua Obra, da palavra do Dr. Celso na qual me inspirei muito Peçanha, ex-Governador para praticar os atos da do Estado do Rio de defesa da liberdade e dos “Sou muito amigo do Janeiro, que, na oporDireitos Humanos. Sem dúPaiva Netto, gosto tunidade, afirmou: “Covida, a LBV é inigualável, dele, já o saudei nheço muito bem esse não há nenhuma Instituição na Câmara dos trabalho que a Legião da que seja tão grandiosa”. Deputados. Ele é, Boa Vontade desenvolve. Outro amigo da Obra efetivamente, uma voz Solidarizo-me com todos que também prestigiou a entrega dos prêmios foi digna, um homem de esses que ouvem a sua ráCésar Bastos, da Central de bem. Um abraço bem dio (Rede Boa Vontade de Rádio), que está pregando forte nele.” Cidadania da Secretaria de a liberdade e o direito de Estado de Justiça e DireiDr. Celso Peçanha, extos do Cidadão do Rio de Governador do Estado do Rio pensar, de agir, de cada de Janeiro um viver a sua vida digJaneiro. Ele recordou que namente, e é assim que a LBV fez parte do grupo devemos fazer sempre. Sou muito consultivo que elaborou a Cartilha Diversidade Religiosa, lançada em amigo do Paiva Netto, gosto dele, já o novembro de 2004, pela Secreta- saudei na Câmara dos Deputados. Ele ria Especial de Direitos Humanos é, efetivamente, uma voz digna, um (SEDH), com objetivo de incentivar homem de bem. Um abraço bem forte [S.B.] o diálogo inter-religioso e combater nele”, concluiu.
  • 42. Atualidades A luta continua ABI completa 97 anos na defesa da Liberdade de Imprensa Fotos: Waldomiro Manoel A Maurício Azêdo Daniel Trevisan Joseti Marques Geraldo Alckmin Luiz Henrique da Silveira 42 Revista Boa Vontade Casa do Jornalista festejou, neste 7 de abril, seu 97o aniversário. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), patrimônio da arte de informar com imparcialidade, justiça social e, acima de tudo, defendendo os interesses nacionais prossegue cumprindo relevante papel na sociedade. A cerimônia, realizada na sede da entidade no Rio de Janeiro/RJ, comemorou também o Dia Nacional do Jornalista e contou com a presença de diversos representantes da classe, de políticos, personalidades e o público em geral. O ilustre Presidente da ABI, o jornalista Maurício Azêdo, fez um discurso emocionado sobre os primeiros passos da Organização, lembrando a figura de seu idealizador, o jornalista catarinense Gustavo Lacerda, e o momento histórico deste nascimento. Agradeceu em sua palavra as mensagens recebidas dos “O fundador da LBV, o jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979), foi um dos mais eminentes membros da ABI e sua trajetória de dedicação ao bem comum e de dedicação à Associação Brasileira de Imprensa é continuada por esse eminente companheiro, nosso consórcio José de Paiva Netto, a quem transmito o abraço afetuoso do Corpo Social da ABI, neste dia de gala para a nossa entidade.” Maurício Azêdo Peças de Chiquinha Gonzaga estiveram no repertório apresentado pela pianista Maria Teresa Madeira, durante as comemorações dos 97 anos da ABI. Governadores de São Paulo (Geraldo Alckmin), de Santa Catarina (Luiz Henrique da Silveira) e do Rio Grande do Norte (Wilma Maria de Faria); e do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, o jornalista José de Paiva Netto, entre outros relevantes nomes. Em seguida, anunciou o recital da pianista Maria Teresa Madeira, que brindou os convidados, apresentando peças de Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Scott Joplin e Ernesto Nazareth. A Rede Boa Vontade de Rádio (Super Rádio Brasil AM 940 kHz) e a Rede Mundial de Televisão fizeram a cobertura do acontecimento e entrevistaram, para o quadro Personalidades, Maurício Azêdo, que expôs aspectos de sua gestão: “As nossas prioridades centram-se na ordenação administrativa da ABI, que