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Com este livro Bert Hellinger nos toma pelas mãos em direção a uma sabedoria
que leva ao sucesso. Para o sucesso que não apenas produz, mas também
executa.
Desta forma vamos em frente, vivos e dedicados à vida em sua totalidade.
Um livro que traz tranquilidade e ao mesmo tempo nos entusiasma. É o 2o
. livro
da trilogia: "Ordens do sucesso".
Editora Atman
Tsuyuko Spelter
Bert Hellinger, nascido em 1925, formou-se em Filosofia, Teologia e
Pedagogia. Trabalhou durante 16 anos como membro de uma ordem
missionária católica entre os Zulus na África do Sul.
Sua formação e sua atividade terapêutica envolveram diversas abordagens:
Psicanálise, Dinâmica de Grupos, Terapia Primal, Análise Transacional,
Hipnoterapia, PNL e a Terapia familiar, a partir da qual desenvolveu o seu
método revolucionário das Constelações Sistêmicas, aplicadas também a
problemas empresariais e a conflitos étnicos.
Atualmente Hellinger trabalha na linha mais espiritualizada dos "Movimentos
da alma", entregandose a forças superiores, profundamente reconciliadoras,
que se manifestam através dos movimentos dos representantes.
Atua como conferencista e diretor de cursos em todas as partes do mundo e é
autor de livros de sucesso, traduzidos em vários idiomas. www.hellinger.com
www.hellingerschule.com
Bert Hellinger
Da série: ORDENS DO SUCESSO
HISTÓRIAS DE SUCESSO
NA EMPRESA E NA PROFISSÃO
Tradução
Azul Llano
Revisão Técnica
Tsuyuko Jinno-Spelter
conforme revisão ortográfica de 2009
Goiânia – GO
1ª Edição
2013
Título do original alemão Erfolgsaeschichten in Unternehmen und im Beruf
Hellinger Publications 2010 - Copyright® by Bert Hellinger Printed in Germany Ia
edição 2010
Todos os direitos para a língua portuguesa reservados. Nenhuma parte deste livro pode
ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio (eletrônico,
mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de
dados) sem permissão escrita do detentor do "Copyright", exceto no caso de textos
curtos para fins de citação ou crítica literária.
1ª Edição - setembro 2013 ISBN 978-85-98540-26-9
Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela:
EDITORA ATMAN Ltda.
Rua 91, n° 156 - Qadra 14, Lote 18 - Casa 01 - Setor Sul - 74083-150 - Goiânia - GO
Telefax: (62) 3087-
2122 - http://www.atmaneditora.com.br editora@atmaneditora.com.br que se reserva
a propriedade literária desta tradução.
Coordenação editorial: Tsuyuko Jinno-Spelter Designer de capa: Alessandra Duarte
Diagramação: Virtual Edit
Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme o decreto n° 10.994, de 14 de
dezembro de 2004. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
H477e Hellinger, Bert.
Histórias de sucesso: na empresa e na profissão /
Bert Hellinger; tradução de Azul Llano. - Goiânia:
Atman, 201 3. p. 160.
ISBN 978-85-98540-26-9
I. Relações - Empresa - Trabalho. 2. Psicologia - Relações
humanas. 3.
Relações interpessoais. I. Azul Llano (Trad.). II. Título. III. Série.
CDD: 158.2
Pedidos: www.atmaneditora.com.br comercial@atmaneditora.com.br Este livro foi
impresso com:
Capa: supremo LD 250 g/m2
Miolo: offset LD 75 g/m2
SUMÁRIO
Sumário
SUMÁRIO ___________________________________________________________6
INTRODUÇÃO __________________________________________________ 7
CIÊNCIA E SABEDORIA __________________________________________________8
As CONSTELAÇÕES FAMILIARES ________________________________________________ 11
A HELLINGER SCIENCIA®_____________________________________________________ 13
REFLEXÕES _________________________________________________________14
SUFICIENTE _____________________________________________________________ 21
AUTÔNOMO_____________________________________________________________ 29
As Histórias _______________________________________________________32
2a. HISTÓRIA: Sucesso através do serviço____________________________________ 42
3a. HISTÓRIA: Os dois níveis ______________________________________________ 45
INTERMÉDIO __________________________________________________ 72
Do 2o
. CURSO INTERNACIONAL _____________________________________ 75
DE PICHL, ÁUSTRIA______________________________________________ 75
Do 3o
CURSO INTERNACIONAL _____________________________________ 80
DE PICHL, ÁUSTRIA______________________________________________ 80
MAIS HISTÓRIAS DE SUCESSO ______________________________________ 85
2º EXEMPLO: A profissão ________________________________________________ 87
Do 3º. Curso Nacional de Pichl, Áustria __________________________ 100
6º. EXEMPLO: A fusão __________________________________________________ 105
8º. EXEMPLO: O sim ___________________________________________________ 110
9º. EXEMPLO: A exclusão _______________________________________________ 115
PERGUNTAS _________________________________________________ 119
PROCEDIMENTOS______________________________________________ 123
EPÍLOGO____________________________________________________ 132
INTRODUÇÃO
O QUE SIGNIFICA ASSESSORIA DE EMPRESAS NESTE LIVRO?
A assessoria de empresas que apresento neste livro, e à qual os conduzo,
refere-se predominantemente às relações nas empresas e na profissão e
até que ponto o sucesso em nossa profissão e em nossa empresa depende
do bom resultado dessas relações. Outras áreas que também têm um
papel importante nestes sucessos, como os conhecimentos práticos e as
habilidades, permanecem no pano de fundo.
Portanto, esta assessoria profissional e de empresas está dirigida
predominantemente às relações nas empresas, porém existe mais uma
coisa que distingue esta assessoria de empresas das assessorias habituais.
Para realizá-la, não tenho nenhum contrato de trabalho com nenhuma
empresa. Nem elas o têm comigo, nem eu com elas. As pessoas vêm por
si mesmas aos cursos que ofereço há algum tempo sobre o tema das Leis
do Sucesso nas empresas e na profissão. Elas vêm geralmente por
curiosidade e sem um problema específico em mente. Com a ajuda das
Constelações Familiares, aprendem juntos, uns dos outros - com outros
empresários e de outros empresários.
Depois retornam a suas empresas e profissões, autônomos e
independentes de mim. Continuam sendo respeitados por mim e eu por
eles, sendo cada um bem sucedido de forma independente.
A assessoria profissional e de empresas apresentada neste livro
permanece dentro do âmbito da assessoria vital no mais amplo sentido.
As histórias deste livro são biografias bem sucedidas, acessíveis e
inteligíveis para todos e também fáceis de trasladar a outras áreas da
vida.
Este livro surge da vida real. Não perde o contato com ela e narra
histórias intrigantes nas quais, às vezes, seguramos a respiração. Narra
também histórias libertadoras nas quais vivenciamos como os passos
decisivos têm êxito. Às vezes também conta histórias trágicas onde se
insinua o fracasso, que parece inevitável. Estas histórias também
mostram como algo diferente e novo pode começar a serviço da vida: a
serviço de nossa vida e a de muitos outros.
Bert Hellinger
CIÊNCIA E SABEDORIA
A ciência move-se no alto. Está, por assim dizer, acima das coisas.
Também se coloca acima delas quando decide sobre o que pode ser
reconhecido por ela. As coisas perdem seu direito de existir, quando não
encontram misericórdia perante seus olhos.
Falo agora menos da ciência em si, pois estou ciente do quanto a ela
devemos, apesar de que a apelação à ciência conduza muitos a essa
postura de que ela está acima das coisas. Esta postura limita nossa
percepção em lugar de ampliá-la.
Depende do horizonte em que nos movemos. Fixamos nosso horizonte
ou permitimos que se mantenha à mesma distância, sem nos
aproximarmos dele, aonde quer que formos? Ou convertemos a ciência,
para nós e para os outros, em um horizonte que diz “até aqui e não mais”?
Esta postura mal pode ser científica, pois todas as ciências estão
permanentemente a caminho de novos horizontes. A pergunta continua
sendo: A caminho de que horizontes?
Vão em todas as direções para algo desconhecido, com a mesma
disposição, mesmo que se abram horizontes que estão além de suas
suposições prévias, porque elas se subtraem à clareza e à determinação
científicas?
Abrem-se, por exemplo, aos horizontes do amor e àqueles horizontes nos
quais as contradições se encontram de uma maneira que se abre para
todos os lados um novo horizonte para a convivência humana? Como se
abre o horizonte do que está por vir e do que vai perecer, o horizonte da
vida antes do nascimento, o horizonte que se abre para nós e que se fecha
quando nossa vida termina aqui?
A ciência pode determinar o que realmente conta quando estamos
perante estes horizontes e para onde devemos nos mover para chegar a
outro lugar onde, no final, nós nos vivenciamos como se realmente
tivéssemos chegado além de nossos horizontes?
É claro que com isto eu me movo num nível perante o qual toda ciência
chega a seus limites.
Porém, se o comprovarmos com nosso sentimento mais interno: Onde
nos sentimos mais profundamente consolidados? Onde mais
profundamente unidos? Aonde conduzidos com mais segurança? Então
abre-se para nós um outro horizonte, amplamente inacessível, pois
sabemos que estamos em outras mãos, intangíveis para nós e que, no
entanto, podemos sentir.
Aqui tudo permanece escuro, pois vai além do estreito e do factível.
Como uma tormenta, perante a qual apenas podemos ficar quietos, sem
poder detê-la. O mesmo vale para a tranquilidade que segue esta
tempestade.
Aqui é necessário outro conhecimento que, antes e depois de toda
ciência, determina o que conta verdadeiramente no final de algo
transitório e no começo de algo permanente, desde a profundidade de
tais experiências e em sintonia com elas.
Este conhecimento opõe-se à ciência? Ou a faz possível de uma maneira
mais abrangente? Supre onde a ciência fracassa? Conduz além e ordena
o que colapsou perante a ciência? Torna humano o que virou
cientificamente anti-humano? Aqui nos movemos no campo da
sabedoria.
O que diferencia a sabedoria da ciência?
A sabedoria escuta o interior. Provém de uma profundidade insondável,
que nela se revela, que se revela a nós em sua escuridão.
O que esta profundidade nos revela foge a nossa compreensão,
literalmente. Quando queremos pegá-la como se nos pertencesse, como
nos pertence um conhecimento científico, foge ao nosso acesso.
A sabedoria é reta, ninguém pode torcê-la. É reta em todas as direções e
por isso é íntegra. Não está disponível para ninguém. Não podemos
aprendê-la nem ensiná-la.
Mas todos a têm. Sem ela ninguém sobreviveria. Também todo animal a
possui. Este sobrevive porque tem uma alma e é guiado por um poder
que reside nele.
A questão é: Escutamos esta sabedoria? Nós nos submetemos a ela?
Queremos enganá-la algumas vezes, como se pudéssemos deturpá-la e,
no entanto, sobreviver sãos e salvos? Agimos, às vezes, a partir de
reflexões que ela desconhece? Agimos, por exemplo, apenas mediante
reflexões científicas e cientificamente demonstráveis?
A sabedoria chega a nós em sintonia com a vida. Ela serve à vida. Em
sintonia com ela também nós servimos à vida. Como? Com sucesso.
A SABEDORIA DO SUCESSO
Podemos planejar o sucesso em muitos aspectos. Podemos e devemos
planejá-lo cientificamente e persegui-lo com métodos cientificamente
comprovados, pois todo progresso segue conhecimentos científicos
novos. É por isso que o pensamento claro e lógico assim como a
aplicação exata dos conhecimentos conquistados pela ciência são
condições fundamentais para o sucesso naquelas áreas da vida que
garantem e impulsionam o sucesso em nosso trabalho, empresas e
organizações que o abrangem. Isto está fora de questão.
A ciência conduz ao sucesso quando leva em conta e persegue aquelas
áreas da vida submetidas à lei da sabedoria. Mais especificamente, estas
leis são leis do amor, um amor que serve à vida, à nossa e à de muitas
outras pessoas.
Não importa onde tenha havido em nossa vida e em nossas relações
acontecimentos e situações nas quais infringimos ou tivemos que
infringir as leis dos relacionamentos, sendo cientes ou não, isto tem
efeitos imediatos no sucesso no campo de nossa profissão. Estas
transgressões destroem muitos sucessos ou os impedem já no início.
Este livro trata da sabedoria do sucesso, de seus fundamentos e
condições, frequentemente ocultos, e das leis do amor que o possibilitam
e garantem.
Como a sabedoria chega a nós? Como nos é revelada? Como a
vivenciamos de perto? Quando chegamos a nossos limites, aos limites
de nosso conhecimento, aos limites de nossa ciência e aos limites daquilo
que nos é possível com sua ajuda. Nestes limites ela alcança seu valor.
Revela-se pelo seu efeito no caso do sucesso e no caso do fracasso.
As CONSTELAÇÕES FAMILIARES
O âmbito da sabedoria e suas ordens abriu-se a nós de uma maneira
surpreendente e misteriosa através das Constelações Familiares. Este
âmbito encontra-se amplamente além da ciência. Até hoje a ciência não
pôde encontrar uma explicação para os movimentos que se mostram, por
exemplo, quando numa constelação são colocados representantes de
membros de uma família uns em relação aos outros arbitrariamente e
estes representantes, de repente, sem conhecê-los, sentem como os
próprios membros da família, quando, em outro nível da consciência,
entram em contato direto com eles. A ciência tampouco pode explicar
de um modo cientificamente direcionado o que se revela para todos.
Este é o começo. O que acontece depois? Quando permitimos aos
representantes se moverem tal como se sentem dirigidos por um
movimento interno, vem à tona o que nessa família feriu as Ordens do
Amor, e quais os seus efeitos em seus membros, como também no seu
sucesso em sua vida e em sua profissão.
Também é admirável que isto venha à tona em poucos minutos sem que
algo precise ser dito.
Quando os atingidos se expõem a estes movimentos, são conduzidos por
eles a soluções que reestabelecem a ordem e põem ao alcance do olhar o
caminho ao sucesso. Apenas com os movimentos mostram que decisões
estão pela frente e em que direção se encaminham para conduzir a
empresa e a nós mesmos com sucesso.
Isto pressupõe, por outro lado, que quem oferece e dirige uma
constelação assim, age com sabedoria e submete-se a suas indicações e
movimentos. Já pelo fato de estar presente, mantém-se a serviço dessa
sabedoria e é tomado por ela a seu serviço para outros, como servidor do
sucesso para eles e para muitos.
Em meu livro Êxito na vida, Êxito na profissão. Como ambos podem ter
sucesso juntos descrevi o que isto significa em detalhe e como podemos
entrar pessoalmente neste movimento.
Lá, onde o fracasso ameaça na profissão, mediante uma constelação vem
imediatamente à tona o que é que ficou sem solução na família e em
outras relações da pessoa atingida, e como isto influi no sucesso e no
fracasso. Se na vida algo é colocado em ordem, também se consegue a
ordem no campo profissional.
Neste livro os conduzo mediante histórias concretas de cursos em
diferentes países em direção aos movimentos da sabedoria no nível do
trabalho e das empresas. Cada história é única. Juntas, dão uma imagem
clara, como quando, de maneira semelhante a um quebra cabeças, todas
as imagens individuais compõem uma imagem total.
A BREVIDADE
É surpreendente com que rapidez vêm à tona os obstáculos e os passos
decisivos para a solução. Uma constelação dirigida ao sucesso
profissional dura, via de regra, 20 minutos, raramente mais de 30. E
acabou.
O ALCANCE
Também é surpreendente que uma constelação assim alcance aqueles
ausentes que têm um papel nela, mas dela nada sabem.
Uma pessoa da Malásia que se dedica às Constelações Familiares,
conhecedora de meu trabalho, informou durante um curso em Hong
Kong sobre as Leis do Sucesso na empresa, sobre o efeito de uma só
constelação para um cliente.
“No ano passado, veio a mim um homem cuja empresa tinha muitas
contas a receber, portanto só tinha o dinheiro nos livros, mas não em suas
mãos.” Quando esse homem contava aquilo ao grupo, sorria. Eu tomei
isso como uma indicação de que essa situação remetia a algo não
resolvido em sua família de origem. O pano de fundo familiar era que
seu pai havia sido adotado por outra família e só muito tempo depois
pôde voltar para sua família de origem. A sensação de seu pai de não
poder pertencer ao grupo vibrava ainda nele.
Pouco depois da constelação sobre sua família e sua empresa, seus
clientes pagaram as contas pendentes. Além disso, fechou um grande
contrato e os clientes pagaram adiantado 40% do preço de venda apesar
da crise financeira mundial. “Como empresário nunca havia vivido antes
algo assim.”
A HELLINGER SCIENCIA®
As Constelações Familiares no âmbito das empresas e da profissão,
mostraram que só foram possíveis em sua forma atual quando pude
explorar novos âmbitos através de novas compreensões. Reuni essas
compreensões na marca Hellinger Sciencia® e agora aplico as
Constelações Familiares predominantemente desta forma.
Extraí essas compreensões das experiências que tive até agora com as
Constelações Familiares e através de observações. Embora no início as
Constelações Familiares fossem usadas e provadas predominantemente
no campo da psicoterapia, com o passar do tempo demonstrou-se que as
compreensões adquiridas com sua ajuda sobre as Ordens do Amor,
regem em todos os âmbitos da vida. Pode ser resumida como uma ciência
universal em seu sentido mais pleno.
Como âmbito novo da aplicação destas ordens, acrescentou-se
ultimamente aquele campo da vida no qual passamos a maior parte de
nossa vida: o campo profissional. Mostrou-se que o sucesso e o fracasso
neste campo dependem da medida em que observamos também nele as
ordens e as desordens do amor.
REFLEXÕES
A PROFISSÃO
“Profissão” significa professar algo que nos toma a seu serviço para algo.
Propõe-nos as exigências correspondentes que devemos cumprir para
exercê-la.
A profissão se escolhe. Somos chamados para ela ou por ela, geralmente
de maneira especial. Por exemplo, depois de uma escolha.
Muitos se sentem chamados para algo especial, via de regra, por um
poder superior, ao que são chamados a servir de uma maneira também
especial. Às vezes se sentem chamados contra sua vontade, pois receiam
que as exigências unidas a este chamado superem suas forças.
Defendem-se deste chamado, como muitos profetas do Antigo
Testamento. Porém, no final sua resistência pouco lhes serve. Precisam
se submeter.
Olhando com mais atenção, descobrimos que em toda profissão há um
chamado assim, na maioria das vezes, inclusive pelo fato de que temos
dotes especiais para ela e que outros esperam que sigamos esse chamado,
seja o que for o que ele nos peça.
Só temos sucesso se atendermos a ele. Fracassamos quando tentamos
evitá-lo. Por exemplo, se desejarmos algo mais fácil para nós, algo que
exija menos de nós.
Só quando realizarmos nossa profissão, quando a realizarmos com
entrega, sentiremos que nossa vida está completa.
A profissão mais significativa para a vida de muitos é a de empresário.
Esta se encontra no topo de muitas profissões. Conduz muitas profissões
a um objetivo comum, a um sucesso comum para muitos.
O sucesso de um empresário beneficia muitos. Seu fracasso, não só o
afeta, mas também muitos outros de cuja colaboração sua empresa
depende. Junto com eles, afeta muitas famílias.
Provavelmente a empresa mais difícil é a família, a que propõe as
máximas exigências ao indivíduo, especialmente à mãe. Aqui surge a
questão: Qual é nossa posição a respeito desta empresa e de seu principal
dirigente, nossa mãe? Permitimos a ela e a nós ser seu sucesso em todos
os aspectos? Rejeitamos de diferentes maneiras o sucesso pleno desta
empresa?
Uma observação é - e isto tem a maior importância para nosso trabalho
e nossa empresa - quem nega a sua mãe a colaboração no sucesso de sua
empresa, nega também a si mesmo o sucesso em sua empresa e em sua
profissão.
O que for que consigamos, nossa mãe o consegue. Seja o que for no que
fracassemos, nossa mãe fracassa.
Se nossa mãe tem que se afastar de nós quando rejeitamos e
desconhecemos seus serviços, então muitas pessoas nos abandonam, e
com elas nosso sucesso.
Como encontrar o caminho do sucesso em nossa profissão e em nossas
empresas? Como encontrar o sucesso em todas nossas relações, o
sucesso permanente?
Permitindo que nossa mãe tenha sucesso conosco. O sucesso em nossa
profissão tem a cara da mãe. Quem puder se dirigir à mãe com respeito
e amor movimenta-se em direção ao sucesso em sua profissão e em sua
empresa. E, ao contrário, se nossa mãe tiver que se afastar de nós, com
ela também o sucesso se afasta de nós.
Onde começa, então, o sucesso em nossa profissão e em nossa empresa?
Com nossa mãe.
O TRABALHO
O trabalho adoça a vida”, diz o ditado alemão. A segunda parte da frase,
“a preguiça reforça os membros”, deixarei passar. Para que ter os
membros fortes, se depois de um descanso não servem, reforçados, para
o trabalho seguinte?
Tudo o que vive permanece em um movimento que mantem e leva a vida
adiante. Nossa vida se preenche mediante um desempenho, um
desempenho permanente. A vida trabalha.
Em primeiro lugar, uma necessidade vital obriga-nos a trabalhar. É mais
belo se a alegria de viver empurra-nos ao trabalho bem sucedido. A
alegria de viver vira alegria de trabalhar. Vira alegria pelo trabalho bem
sucedido, e o trabalho bem sucedido vira alegria pela vida bem sucedida.
O trabalho desagrada quando a vida nos desagrada. Também o trabalho
imposto desagrada. Então nós o realizamos a contragosto. Passa a ser,
para nós, um trabalho de escravo, que serve mais à vida de outros do que
à nossa.
Às vezes, trabalhando, saímos de uma situação opressiva e limitante. Em
vez de nos paralisarmos com ela, sobressaímos pelo próprio trabalho e
desempenho. O trabalho nos mantém vivos também em situações
difíceis. Ele também nos causa alegria, mesmo que por um tempo ainda
secretamente.
Neste caso, conseguimos mediante o trabalho, duro no início, a liberação
em direção a uma vida própria e plena. A perspectiva de seu sucesso dá-
lhe asas.
Tudo o que é criativo está trabalhando, continuamente. Tudo o que
cresce está trabalhando, continuamente. O mesmo ocorre com tudo o que
serve. Tudo o que causa prazer a nós e aos outros está trabalhando e o
conseguimos com o trabalho.
Há mais uma coisa que trabalha para nós: o tempo. Ele trabalha para nós
se o acompanharmos em lugar de nos determos. O tempo, que sempre
leva para além, é uma metáfora daquelas forças criativas que abençoam
nosso trabalho, pois - em sintonia com elas - serve à vida de muitos e
leva a vida adiante. Aqui rege a frase “o sucesso segue ao serviço bem
sucedido”.
Nosso trabalho é a coroação do amor. O amor sempre está trabalhando e
o faz com amor. Este amor vai ao encontro do amor recíproco. Mostra-
se como um reflexo que volta a nós como resposta. Reflete-se com
sucesso.
O BENEFÍCIO
O trabalho bem sucedido nos traz beneficio. Nós o chamamos de salário.
Desfrutamos deste benefício. É o salário merecido pelo nosso trabalho.
Para que nos cause prazer, deve corresponder ao trabalho realizado.
Este benefício é um aumento de vida e de possibilidades de vida.
Beneficia nossa vida e também a vida de muitos outros aos quais
servimos com nosso trabalho. Este benefício é em primeiro lugar um
ganho de vida.
Portanto exigimos pelo nosso trabalho o salário correspondente. Se este
salário nos é negado, diminui nossa alegria pelo trabalho e pelo
desempenho no trabalho e com isso nossa alegria pela vida e pelo nosso
desempenho.
Onde quer que o realizemos, empregamos nosso trabalho, segundo a
possibilidade, com benefício. Este benefício é, para nós, uma parte
importante de seu sucesso.
Inversamente, evitamos aquilo que nos traz perda. Deixamos de lado
aquilo que acrescenta pouco à nossa vida. Nós nos dedicamos a procurar
um trabalho e uma tarefa que nos traga benefício.
Aquilo que beneficia mais é aquilo que serve à vida que está por vir.
Existe algum benefício maior do que os filhos próprios? Qual é o
trabalho que rende mais do que aquele que serve a eles?
Todo benefício serve, no final, àquela vida que vem depois de nós. Ela
serve como uma medida de valor para tudo. Só ela prossegue.
A COLHEITA
A colheita é o fruto da maturidade bem sucedida. Chega com o tempo, a
seu tempo. Além de nosso serviço, a colheita depende também de
circunstâncias favoráveis. Por isso, para obter a colheita que
procuramos, é importante criar as condições que a favoreçam. Por
exemplo, um ambiente favorável que beneficie e faça frutificar o
rendimento de nosso trabalho. Nosso benefício depende em grande
medida de uma colheita.
A colheita é, em seu sentido original, algo que cresceu. Apoia- se em
algo que a sustenta. Muitas coisas devem colaborar de uma determinada
maneira para que algo a sustente e nos seja presenteada.
Uma colheita assim beneficia muitos. É medida pelo quanto serve a nós
e a outros. Tem seu próprio valor interno, um valor vital.
O benefício também é uma colheita. Nossa colheita se mede geralmente
pelo seu benefício. No entanto, há uma hierarquia entre ambos. Primeiro
vem a colheita, e depois o benefício.
A questão é: Para o que olhamos primeiro em nossos sucessos? Olhamos
primeiro para a colheita e, só em sintonia com ela, para o benefício?
Colocamos em jogo, algumas vezes, a colheita por causa do benefício?
Se o benefício continua sendo o principal, quanto tempo permanecerá
sem uma colheita que o suporte?
Se percebermos o que acontece em nós, se nossa atenção fica focada em
primeiro lugar no benefício, sentimos a diferença. Sobretudo se
percebermos o que muda em nossos funcionários quando seu trabalho
serve menos á colheita do que ao benefício.
Dá prazer aos funcionários, e também a nós, primeiro a colheita e depois
o benefício. Se atendermos primeiro o benefício, o que nós e eles ainda
produziremos para a colheita?
Aqui se mostra uma ordem do sucesso. O sucesso segue uma colheita;
esse sucesso e sua colheita beneficiam muitos. São respeitados e bem-
vindos por isso.
Quando o benefício foi colocado em primeiro lugar podemos observar
depois de um tempo: o que a água traz, ela leva.
Só a colheita acaba sendo para nós e para os outros um benefício
propriamente dito, um benefício que permanece.
DETER-SE
Um movimento iniciado por nós detém-se mais tarde ou mais cedo,
chegando a seu fim. Muitas vezes vira-se e movimenta-se em direção
contrária. Aniquila aquilo que tinha alcançado antes. Um sucesso, por
exemplo, que vai longe demais, inverte-se depois de um tempo.
Transforma-se em seu oposto.
O que isso significa para os sucessos de nossa vida? Prevemos seu fim
ou sua inversão. Pulamos a tempo do trem em andamento, antes que
pare, e começamos de imediato algo novo desde o início.
Esse novo também permanece apenas por certo tempo. Também aqui
percebemos quando alcançou seu ápice, e seu sucesso e sua significação
começam a reluzir. Nós o soltamos antes que chegue ao seu fim e
recomeçamos.
Quem nunca para é o espírito. Tudo o que é criativo nunca para.
O que isso significa para nossas empresas? Elas se renovam e crescem
continuamente. Não existem sucessos velhos, só sucessos sempre novos.
Só eles mantêm o impulso de nossa vida.
Aquilo que queremos eternizar e garantir encaminha-se previsivelmente
ao seu fim. Ainda mais: retém-nos.
Este seria o outro significado do deter-se: detém e retém ao mesmo
tempo.
Que ação estaria anunciada neste caso para nossos sucessos?
Enquanto ainda duram, nós nos libertamos deles para os sucessos que
lhes seguem. Como? Olhando para diante, para a frente deles enquanto
duram.
Acontece o mesmo com nossa vida. Em seu ponto culminante, geramos
a nova vida que seguirá a nossa, até que também esta, no ápice de seu
sucesso, coloque em movimento o sucesso seguinte, no qual segue
atuando e permanece.
MEDIDO E DESMEDIDO
Medir significa fixar as dimensões de algo para estabelecer onde estão
seus limites.
O desmedido é o contrário. Quem age de maneira desmedida, vai além
de seus limites, de modo que põe em perigo os limites de outros e os seus
próprios.
O que limita nossos sucessos, por exemplo, é a concorrência. Ela obriga
cada um a dar o melhor. Aquele que, finalmente, resulta ser o melhor
entre muitos, coloca os limites a seus concorrentes, sem agir com
descomedimento. Com seu sucesso ampliou e garantiu seus limites em
benefício de muitos. Age com descomedimento quem sobrestima seu
sucesso, por exemplo, quem se considera bem sucedido sem sê-lo
realmente.
Age com descomedimento quem espera maiores benefícios ou salários
que os que correspondem a seu desempenho. Depois de um tempo é
reduzido aos limites correspondentes a seu desempenho.
Nosso sucesso é, afinal, o salário adequado a nosso desempenho e nosso
serviço. Cresce com nossos desempenhos e é reconhecido e valorizado
de maneira correspondente a eles. É medido constantemente com nosso
serviço.
Depois do serviço feito, vem o sucesso, em forma do salário que lhe
corresponde, nem alto demais nem baixo demais. Permanece nos limites
estabelecidos pelo nosso serviço.
SUFICIENTE
“O que é bom nunca é
demais”, dizem alguns. Isto também vale para nossos sucessos: nunca
são suficientes, sempre pedem mais.
Muitos sucessos, sobretudo aqueles similares e iguais, causam tédio
depois de um tempo, em nós e nos outros. Suspiramos quando acabam.
No fundo trata-se dos mesmos velhos sucessos. Quando acabam, deixam
espaço a sucessos novos que levam mais além.
Alguns negligenciaram através de seus sucessos velhos, os novos e
essenciais. Quanto mais cedo pararmos com os sucessos velhos, tanto
mais rápido virão os novos.
Nossos sucessos têm uma medida. Quando ela está cheia, isto é o
suficiente para nós e para os outros. Anuncia-se algo novo e mais
importante para nossa vida, perante o qual empalidecem e murcham
nossos sucessos velhos.
Quando algo é suficiente, pode acabar, de tal maneira que deixa espaço
ao novo. Senão, como diz Rainer Maria Rilke em seu poema “O homem
que contempla”, os velhos sucessos nos deixam pequenos perante algo
maior e criativo.
Perante estes poderes permanecemos pequenos inclusive com nossos
maiores sucessos. Em sintonia com estes poderes passamos de um
suficiente ao seguinte, pequenos e ao mesmo tempo cheios de força, cada
vez mais dispostos a mais sucessos vitais. Como? Dispostos para a plena
ação.
A BONDADE
Bondade significa: querer bem a alguém. Quero bem a ele tal como ele
é. Como se mostra essa bondade? Da minha parte deixo que os outros
sejam como são. Em minha presença podem mostrarse como são, sem
temer que eu faça alguma objeção. Por isso nós nos sentimos bem
perante pessoas bondosas.
A pessoa bondosa também é boa para si mesma. Ela é boa para si mesma
tal como é. Também é boa de coração.
A pessoa bondosa fica como é, ou torna-se mais para si e para outros
através de sua bondade? Porque é boa, a bondade permite frutificar
muitas coisas a seu redor de uma maneira boa. Geralmente basta com
que a pessoa esteja presente, sem fazer nada, como o sol, que ao brilhar
faz com que a vida prospere.
A bondade acaba assim que fizer distinções. No momento que faz
distinções prefere uma coisa ou outra. Distingue entre algo melhor para
ela e aquilo que considera não tão bom ou ruim. Então também aqueles
que consideram a bondade boa num momento, temem não ser
considerados tão bons por ela depois de um tempo, temem que a bondade
deixe de ser bondosa com eles.
A bondade verdadeira é bondosa com tudo. Tal como Jesus diz de seu
pai celestial: “Ele deixa o sol brilhar sobre maus e bons, e faz chover
sobre justos e injustos”.
O bondoso aprova também os maus e os violentos, os que agem contra a
vida de outros e inclusive matam, às vezes, de uma maneira que até o
céu se revolta?
O bondoso é bondoso com eles, da mesma forma que é bondoso consigo
mesmo, pois percebe em si mesmo os mesmos impulsos: em seu
coração, em sua profundidade oculta, o mesmo potencial cruel e
maligno.
O que acontece, então, com aqueles que consideram muitos outros piores
que si mesmos? O que acontece com aqueles que, perante o que é
maligno e cruel, sentem acender em outros e em seus próprios corações
o que é maligno e cruel, o que os iguala com aqueles que eles rejeitam,
que os faz semelhantes no mais profundo de seu interior?
A bondade que, como uma gota de água macia e mole, depois de um
tempo amolece até a rocha mais dura, torna-se irresistível a qualquer
pessoa má e ao maligno no próprio coração. Inclusive a rocha mais dura
dissolve-se, depois de um tempo, na água mole.
Esta bondade é uma bondade divina. Amolece até a rocha mais dura,
levando-a finalmente com a água da mesma fonte ao mesmo oceano, o
oceano de uma bondade infinita.
A PROFUNDIDADE
Toda bênção procede da profundidade. Toda vida na Terra provém da
profundidade. Alimenta-se da profundidade e volta a se afundar nela. De
volta para quê? Para uma vida maior, permanente, pois a profundidade é
viva.
Nesta profundidade vivem os mortos, todos os mortos. A profundidade
os acolheu. Desta profundidade tornam à luz. De que maneira? Vêm por
um tempo à luz através dos vivos, para se afundar novamente na
abundância da profundidade.
O que acontece com a altura e a distância? Elas estão no início de uma
profundidade. Mesmo em relação ao espaço sideral, a essência da
distância, falamos de sua profundidade. Também sua profundidade é
como toda profundidade, insondável.
Neste sentido, os pensamentos profundos são insondáveis e as palavras
profundamente comovedoras com as quais os expressamos. Quando as
ouvimos e nos guiamos por elas, só nos resta delas algo tangível, como
a profundidade da qual provêm. Por exemplo, a palavra “mamãe”.
A morte também é profunda? Tem a força da profundidade? Ou
permanece, junto a tudo o que associamos a ela, em um primeiro plano
sem profundidade, como uma porta de entrada e transição para algo que
vem depois dela?
Profunda é a sabedoria. Também ela vem da profundidade, de uma
profundidade insondável, conduzindo a essa profundidade.
Profundo é, nesse sentido, o amor, o amor profundo. Provém da
profundidade, da profundidade da alma. Ele é propriamente o sentimento
profundo.
De que profundidade provém esse amor? Provém de uma profundidade
insondável. Nunca acaba.
Porque a profundidade permanece insondável para nós, está cheia e vazia
ao mesmo tempo. Puxa-nos a um vazio que nunca fica cheio. Por isso
sua atração nunca termina. A profundidade permanece em movimento
em direção ao mais, em direção ao infinitamente mais.
Na profundidade acaba o superficial e o transitório. Por exemplo: a
preocupação, a culpa, todo benefício e toda perda - todo final. Voltam
da profundidade, um dia, à superfície e à luz?
Da profundidade ascende algo inesperado e novo. Esse novo é realmente
novo? Da profundidade traz à tona todo o passado, oculto no novo? Algo
começa realmente do início? Não é sempre ambas as coisas, final e início
ao mesmo tempo, mas cada vez diferente, cada vez maior?
Como podemos viver nossa vida em plenitude? Só da profundidade, da
profundidade total. Vivemos nossa vida fundamentada nela, segurados
por ela e atraídos em direção a ela, sem fim como ela. Vivemos a vida
serenos e centrados, plenos e vazios ao mesmo tempo e, no entanto,
totalmente presentes, atemporais.
A MORTE
As empresas são a obra de uma vida, uma obra a serviço da vida. Nelas
atua um movimento que, depois de um tempo, torna-se independente, de
maneira tal que elas continuam, como se tivessem um princípio vital
próprio, independente daqueles que lhes deram vida. Neste sentido são
como seus filhos. Continuam vivendo como seus filhos. Andam sobre
seus próprios pés quando seus autores abandonam o cenário da vida e
outros continuam interpretando em seu lugar o jogo da vida.
Da mesma maneira que os pais quando envelhecem, retiram-se
paulatinamente da vida de seus filhos. Deste modo os empresários saem
paulatinamente da vida cotidiana de suas empresas quando a obra de sua
vida segue seu caminho também sem eles. Cedem a direção a outros, que
continuam dirigindo em seu lugar aquilo ao que deram vida.
Pode ser que sua empresa ainda leve seu nome, mas logo aqueles aos que
ela serve relacionarão esse nome cada vez mais com seus produtos. O
nome de seu autor e sua lembrança passam a um segundo plano até
afundarem com ele no túmulo. Como encaramos como empresários, seja
no campo que for, o final de tudo o que foi conseguido?
Imaginamos o final antes de ele chegar. Internamente atravessamos antes
um limite, como se passássemos a um outro espaço, inclusive a uma
outra vida, na qual aparece apagado o que aqui termina, porque devemos
começar outra coisa.
Depois retornamos a nossa vida cotidiana. Como? Alegres. Fazemos
com que nossa luz brilhe de outro modo sobre nossas empresas e sobre
aqueles aos quais servem. Nós deixamos a eles seu próprio tempo e
vamos com outro tempo. Como? Plenos e serenos para o próximo que
espera por nós, abertos e vazios.
A PERSPECTIVA
A perspectiva sempre vai à frente. Esta perspectiva tem futuro. Vai em
direção a algo maior e vai para o mais. Quem quiser ter sucesso olha
sempre para a frente. Movimenta-se em direção ao sucesso seguinte e
novo.
Assim como nossa perspectiva, assim será nossa ação. Assim como
nossa perspectiva, assim será nosso ânimo e nosso impulso.
De onde vem essa perspectiva? Abrange-nos de fora? Ou abrangemos
com ela tudo o que virá, algo que virá e deverá vir porque o colocamos
no nosso campo de visão?
A perspectiva cria aquilo que vê. Cria-o com confiança. Nossa
perspectiva se torna criativa na medida em que a queremos. Ainda mais:
nossa perspectiva arrastra muitos outros.
Ao mesmo tempo, a perspectiva está acordada. Coloca o olhar em muitas
coisas e está a caminho com ele.
Portanto, como começa nosso sucesso? Começa no interior, em nosso
espírito, com uma perspectiva. Esta perspectiva é otimista.
De onde a nossa perspectiva tira seu impulso? Da plenitude do sucesso
que outros veem em nosso trabalho. Esta perspectiva nunca procura algo
que nos falta. Transborda daquilo que já temos. Dá em vez de tomar.
Serve a uma coisa e, através disso, ao progresso de muitos.
Onde está nosso sucesso? Já está a caminho com nossa perspectiva em
relação a ele.
A DECISÃO
Nossa ação decisiva começa com uma decisão. Ela põe nossa ação em
movimento.
Toda decisão é uma ousadia e às vezes uma aventura de resultado
incerto. Muitas vezes é uma decisão corajosa.
A decisão certa chega no momento adequado. Se a tomarmos rápido
demais logo lhe falta a força para se impor. Se a tomarmos tarde demais
vai mancando atrás do sucesso.
A decisão precoce demais acaba sendo, geralmente, imprudente e
irrefletida. A decisão tardia demais acaba sendo paralítica. Fica
pendurada em outras coisas em vez de guiar.
Com nossa decisão fazemos o começo, apenas isso. Depois dela vem a
seguinte, que faz com que a anterior avance. É uma decisão nova,
seguida por uma reflexão e uma percepção novas.
Frequentemente afasta-se da primeira decisão, pois esta apenas pode
cumprir-se mediante uma nova.
Toda decisão é provisória. Não podemos descansar numa decisão velha
nem confiar nela. Permanecemos em movimento mediante novas
decisões permanentes.
Assim acontece com nossa vida. Para continuar precisa
permanentemente de decisões novas.
Assim acontece com todo sucesso. O sucesso seguinte vem com a
decisão seguinte, com uma decisão decidida. Ela tem efeito naquilo que
decidimos com força, com amor.
A PRECAUÇÃO
Devemos ser cautelosos quando há uma ameaça de perigo. Este perigo
provém, geralmente, do exterior. E, às vezes, do interior.
Nós nos expomos ao perigo externo estando acordados. Nós o medimos,
avaliamos como evitá-lo ou, se necessário, como ir direto a seu encontro,
de igual para igual. Para poder afrontar um perigo com sucesso, a
precaução precisa de decisão e coragem. Estes fazem com que os outros
sejam também cautelosos conosco.
A precaução hesitante, com a qual nos afastamos em vez de avançar, não
nos deixa alcançar o grande sucesso. Ele foge dela.
A precaução bem sucedida anda de mãos dadas com a coragem alerta
que nos torna capazes de olhar de frente um perigo ou um acontecimento
ameaçador.
Ainda há uma outra precaução. O ditado alemão, por exemplo, diz: “A
cautela é a mãe do vaso de porcelana”. Quer dizer que lidamos com
precaução com nossos recursos, nossas ferramentas e com as pessoas de
cuja colaboração depende nosso sucesso.
Esta precaução é, no fundo, valoração e respeito. Sem ela sofreremos
prejuízos.
Neste sentido, lidamos com precaução com nossa renda. Estabelecemos
reservas para os tempos de penúria. Nossa precaução torna-se, neste
caso, previsão.
Às vezes somos cautelosos neste sentido com nossas palavras. Onde
convém, nós a retemos prudentemente. Só mostramos algumas poucas
cartas. Esta precaução se torna uma estratégia sábia. O outro deve
mostrar primeiro as cartas. Neste caso, a precaução pede confiança
mútua antes de dar um passo juntos.
Uma precaução excessiva também se opõe a um empreendimento
comum. O grande sucesso, às vezes, nos pede o primeiro passo gerador
de confiança contra toda precaução.
O que nos pede, então, a precaução? Às vezes, ser incautos.
A POBREZA
A pobreza parece ser o contrário do sucesso. Sem sucesso, alguém
empobrece. Inclusive na pobreza, um pobre deve ter sucesso em muitos
aspectos para poder viver. A habilidade para poder sobreviver na
pobreza provocada, por exemplo, pela desgraça ou uma catástrofe,
transforma-se numa excelente conquista para estes pobres.
Refiro-me a outra pobreza. Os pobres, por exemplo, de uma favela,
tornam-se às vezes uma comunidade conjurada. Para eles acaba sendo
muito mais difícil sair dessa pobreza, pois isto seria como se perdessem
suas raízes. Uma fidelidade profunda os vincula a seus concidadãos
pobres.
No entanto, como podem ter sucesso? Com modéstia. Permanecendo
modestos se mantêm vinculados a suas raízes, mas se desenvolvem
numa outra direção.
Esta pobreza é uma pobreza de espírito. Começa no espírito, permanece
no espírito e muda no espírito. Superar esta pobreza é um sucesso do
espírito. Primeiro, ainda de forma oculta, é um sucesso secreto. Depois,
aos poucos, a mudança a outro campo espiritual é um sucesso decidido.
Também neste caso acontece com o maior êxito quando não chama a
atenção, quando é insuspeito, sem ser percebido pelos outros.
Deste modo, um pobre “se liberta” lentamente de sua pobreza, de forma
autônoma, com sucesso. Chegando à outra margem, apenas olha para a
frente, com humildade.
Deste modo seu sucesso pode crescer dentro dele e permanecer, sendo
um sucesso modelo para outros pobres.
AUTÔNOMO
Todo empresário é autônomo. Vira empresário quando se torna
autônomo. Passa de empregado a empregador. Guia em vez de seguir.
Também há empresas associadas nas quais vários autônomos se unem
numa sociedade. Mesmo trabalhando unidos, cada um continua sendo
autônomo em sua área. Continuam sendo sócios autônomos, como num
escritório de advocacia, por exemplo.
A questão é: Em que medida um empresário continua sendo autônomo?
Cede às vezes sua autonomia a outros? Por exemplo, a seus investidores?
Os investidores servem a ele ou ele lhes serve predominantemente?
Podem inclusive acabar com ele depois de um tempo?
Qual seria a solução? Um empresário permanece com seus sucessos
dentro do contexto que lhe permite continuar sendo autônomo. Neste
caso não se deixa engolir por outras empresas.
Pelo contrário, se um empresário engolir outra empresa, pode continuar
sendo autônomo?
Continuar com isto detalhadamente vai para além de minha
competência. Paro por aqui. Apenas é uma sugestão para ser refletida.
A cooperação de duas ou mais empresas independentes acaba sendo
muitas vezes, a longo prazo, o modelo de sucesso mais valioso e
reconhecido, sobretudo porque vincula mais os funcionários de cada
uma das empresas a sua própria empresa, com uma disposição
permanente ao desempenho como consequência. E uma disposição
autônoma ao desempenho, pois cada empresa também vive
independente e autônoma de uma maneira boa.
O mesmo vale dentro de cada uma das empresas. A convivência
autônoma dos funcionários individuais e das diferentes seções os
transforma em terceirizados. Vivem autônomos entre si, e estão
dispostos a uma cooperação amplamente autônoma com os outros.
ADIANTE
Muitos sucessos nos precedem. Eles se anunciam. Apenas temos que
segui-los. Estes tipos de sucessos acabam sendo inevitáveis.
Assim, por exemplo, depois da concepção vem a gravidez e depois o
nascimento. Depois de alcançada a concepção, o sucesso seguinte vem
por si só. O primeiro sucesso é fundamental. Precede os outros.
Um empresário bem sucedido precede seus funcionários. Também
precede o tempo. Vê aquilo que se anuncia como o seguinte e necessário.
O que leva ao sucesso, sobretudo, é a visão ampla. Esta precede sua
realização. Vira uma previsão.
Podemos prever com maior facilidade quando deixamos algo do passado
no passado, sem olhar para trás. Senão, o passado nos distrai da previsão.
Em vez de olhar para diante, olhamos para trás.
Por que estamos tentados, às vezes, a olhar mais para trás do que para a
frente? Temos a esperança de que algo que não teve sucesso no passado
se inverta posteriormente ou se recupere. Este olhar nos paralisa.
Deixar o passado como está e reconhecer que não é possível retroceder
de modo algum é uma conquista espiritual. Ela vem depois da renúncia
total.
Esta renúncia ultrapassa o sucesso no futuro. Se for alcançado, este
sucesso é o que precede os outros. Depois deste virão, por si mesmos, os
sucessos novos. Para eles o caminho está livre. Só têm que vir. Estes
sucessos também são um avanço para muitos sucessos que virão depois
deles.
Então, para onde olhamos? O melhor é, em todos os aspectos, olhar para
diante, com confiança.
EM COMUM
A imagem arquetípica de uma empresa afinada a cada instante e
direcionada ao nosso maior sucesso, na harmonia perfeita de todos seus
movimentos singulares, é nosso corpo.
A questão é: Neste caso, quem é o empresário? Quem ou o que dirige
estes movimentos? De onde vêm os portadores destes movimentos?
Quem ou o que são os terceirizados, por um lado autônomos e por outro
lado totalmente sintonizados com os outros empresários em suas tarefas?
Quem dirige estes movimentos? A quem obedecem?
O nosso corpo é também um terceirizado? Autônomo por um lado e, no
entanto, a serviço de uma grande corporação que o ultrapassa, na qual se
dissolve e na qual também pode ser trocado ou substituído de outra
maneira ou mantido disponível como reserva?
Com nosso corpo continuamos sendo funcionários confiáveis dessa
corporação? Cedemos de vez em quando, sem nos empenharmos
plenamente? Fazemos pausas longas demais ou não estamos a tempo no
nosso posto quando chega nossa próxima tarefa, que devemos realizar
com sucesso?
Quando mais tarde viramos empresários, como aprendemos a dirigir esta
empresa em sintonia com este grande empresário? Como um
terceirizado, junto a muitos outros terceirizados, olhando o nosso grande
empresário e seguindo sempre suas instruções, obedecendo a ele com
sucesso?
Quem é este grande empresário? Conseguimos vê-lo? Seu nome é
“vida”. E a vida que age por igual em todas as vidas.
Como seus terceirizados dizemos a ela em todos os momentos: “Sim”.
Suas instruções são ordens para nós.
Algumas vezes ela se revela a nós? Nós a olhamos no rosto ou inclusive
no coração? Nós a experienciamos de maneira imediata em nosso corpo,
e como a experienciamos?
Nós a experienciamos como amor - por nós e por todas as outras vidas.
Nós a experienciamos como amor por nós e por todos. Como? Juntos,
com todos.
As Histórias
Do curso de Curitiba, Brasil. 19
e 20 de agosto de 2008. 160
participantes. Língua do curso:
alemão e português.
OS SEGREDOS DO SUCESSO
Estou feliz de estar em Curitiba e agradeço cordialmente a Teresa e a
todos seus colaboradores, que prepararam tão bem este curso.
Em primeiro lugar gostaria de dizer algo sobre o sucesso. Vejo que a
mãe de Teresa também está aqui. Nela podemos ver o que é o sucesso.
O maior sucesso são os filhos. Sucesso é aquilo que serve à vida.
Também contam entre eles, naturalmente, as empresas. Sem as
empresas muitos morreriam de fome. As empresas possibilitam, com
aquilo que realizam, que muitos continuem na vida e as suas famílias
também.
Alguns colocam as empresas em contraposição à vida. Acontece que as
empresas são a base da vida de muita gente. Por isso gostei de vir aqui
para mostrar como muitas leis, que valem em outras relações, podem ser
aplicadas às empresas. Tudo o que queremos e faremos durante este
curso está a serviço da vida.
Neste curso demonstrarei as leis da vida de maneira tal que todos os
presentes ganhem algo para si. Quando trabalho com um indivíduo com
problemas relacionados com sua empresa, tenho todos em meu campo
de visão. Explicarei o que faço aqui de tal modo que todos possam
aprender algo.
Bem-vindos, então, a uma grande aventura, uma aventura de sucesso.
1ª. HISTÓRIA: Declínio e auge
Quero começar com alguém que tenha uma empresa própria e que queira
descobrir com minha ajuda o que poderia ajudá-lo e a sua empresa.
Há alguém que tenha ou dirija uma empresa que queira trabalhar
comigo? Levantem a mão e eu escolherei um.
Hellinger escolhe um homem e o convida para subir com ele ao palco.
HELLINGER a esse homem: Bem-vindo. Do que se trata?
HOMEM: Tenho uma empresa que trabalha com vidro, com copos. Eu
sou a terceira geração dessa empresa e tenho dificuldades para adaptar o
sistema velho ao sistema da globalização.
HELLINGER: Qual é exatamente a dificuldade?
HOMEM: Trata-se de problemas financeiros. Trata-se da concorrência e
de adaptar os custos ao mercado.
HELLINGER: Só tenho uma ideia geral, mas vamos olhar para isso.
Ao grupo: Não conheço os detalhes de uma empresa. Isso é assunto do
empresário e respeito sua competência. Mas sei algo sobre
relacionamentos. Olharei, através de uma constelação, que tipo de
relações há nesta empresa e o que a ajuda.
Hellinger escolhe um representante do empresário e uma representante
da empresa, colocando ambos, um em frente ao outro, a uns quatro
metros de distância entre eles.
HELLINGER ao grupo: Explicarei algo sobre o procedimento. Confio
num movimento que acontece por si mesmo nos representantes. Não dou
instruções nem tenho intenção alguma de fazê-lo. Por isso não
intervenho nos movimentos a não ser que haja a indicação de que devo
intervir.
Os representantes se deixam conduzir por um movimento vindo de
dentro, que toma conta deles. Via de regra, esses movimentos são
lentos. Os outros participantes do grupo observam o resultado desses
movimentos.
HELLINGER ao grupo, depois de um tempo: Vemos, imediatamente,
algo importante. O empresário está disponível para a empresa? Está
olhando para a empresa?
A empresa treme e se afasta. Isso quer dizer que precisa de algo para ter
sucesso.
Ao empresário: Ela precisa algo de você. Algo se interpõe entre você e
a empresa.
Ao grupo: Em poucos minutos compreenderemos o essencial.
HELLINGER escolhe uma mulher como representante e lhe diz:
Coloque-se entre o homem e sua empresa. Mas não lhe digo quem você
está representando. Mas você mesma já sabe.
A mulher se coloca a uns três metros de distância do homem. Então
retrocede e a empresa se coloca atrás dela. A mulher se inclina sobre a
empresa e cai no chão de costas. Também a empresa cai no chão.
O homem também retrocede. Vira de lado e olha para o chão.
HELLINGER ao grupo: Esta mulher representa a sua mãe. Comporta-se
da mesma maneira que antes o fizera a empresa. Também esta retrocede
e o homem não tem nenhuma relação com ela.
Hellinger escolhe outra mulher e faz com que se deite de costas no chão,
diante do empresário. Ela representa uma pessoa morta.
HELLINGER ao homem: A empresa vai à falência. Pelos movimentos
vemos que a empresa vai falir a não ser que encontremos uma solução.
Vou procurá-la para você.
O representante do homem passa lentamente ao lado da mulher morta e
olha para o chão como se passasse ao lado de muitos mortos. Mantém
as mãos abertas na frente com as palmas para baixo. A representante
da mãe agita as mãos.
HELLINGER ao homem: Algo grave aconteceu na família. Morreu
muita gente. Morreu também gente através da empresa?
HOMEM: Sim.
HELLINGER: De que maneira?
HOMEM: Primeiro o meu avô perdeu a visão e já não podia ver o que
acontecia na empresa. Depois não pôde mais andar. Isto se estendeu por
muitos anos.
HELLINGER: Não, há alguns que morreram pela empresa. Seu
representante olha para muitos mortos.
HOMEM: Houve mortos em acidentes, acidentes de trabalho.
HELLINGER: Quantos?
HOMEM: Dois.
HELLINGER: Há mais.
HOMEM: Não há mais.
HELLINGER: Espere. Não é necessário que diga nada. Receberemos a
informação importante através daquilo que está se desenvolvendo aqui.
O representante do homem continuou como se passasse junto a muitos
mortos. Também quer passar ao lado da mãe. Quando se aproxima da
empresa, esta retrocede e senta-se do outro lado da mãe.
O representante do homem dá uns passos para trás. Então avança ao
lado da mulher morta. Vira-se novamente e passa pelo outro lado da
mulher morta, com as mãos sempre estendidas da mesma maneira.
Depois de um tempo começa a tremer intensamente.
Aproxima-se de novo da mãe. Esta se ergue até ficar sentada e retrocede
ficando em frente a ele. Também a empresa se joga para trás.
HELLINGER ao homem: Seu representante treme. A mãe também tem
medo. Aqui aconteceu algo especial.
Enquanto isso, o representante do homem aproxima-se novamente da
mãe e da empresa. A empresa se afasta ainda mais. Quando o homem se
aproxima mais da mãe, esta se joga para trás, mostrando ter medo dele.
Também o homem treme intensamente. Então cobre as orelhas com as
mãos. A mãe deita de bruços.
HELLINGER: É evidente que sua mãe quer morrer.
HOMEM: Ela tem uma depressão forte.
HELLINGER: Ela quer morrer. Quer ir para uma pessoa morta.
A mãe se arrasta até a morta. Ambas se abraçam com força. O
representante do homem continua perambulando. Com uma mão cobre
uma orelha, com a outra aponta para o chão. Então se move lentamente
em direção a essa pessoa morta e a sua mãe.
HELLINGER: Há muito mais. Funcionários foram demitidos?
HOMEM: A empresa possuía 600 funcionários, agora só tem 29.
HELLINGER: O que houve com os outros?
HOMEM: Depois que meu irmão morreu, em 1990, começaram a
demitir gente.
HELLINGER: O seu irmão morreu de quê?
HOMEM: Num acidente de trânsito.
HELLINGER: Qual era a idade dele?
HOMEM: 17. Quando meu irmão morreu, minha irmã desenvolveu uma
doença grave. A concorrência quer ter uma parte daquilo que ainda
temos.
HELLINGER: Seu irmão era mais novo ou mais velho?
HOMEM: Era oito anos mais novo.
HELLINGER: Você é o mais velho?
HOMEM: Sou o filho mais velho e o neto mais velho.
HELLINGER: Então há vários em sua família que se sentem atraídos
pela morte.
Enquanto isso, o representante do homem vai até o chão. Pega a mão da
mãe e quer afastá-la da morta.
HOMEM: Meu pai desenvolveu nos últimos anos um câncer de pele e
depois um câncer de próstata. Agora começou a desenvolver Alzheimer.
HELLINGER: Você também se sente atraído pela morte.
HOMEM: Sinto isso, mas minha vontade de permanecer vivo, de viver
minha vida e de dirigir a empresa é maior.
A empresa, enquanto isso, aproxima-se do representante do homem e
quer atraí-lo para si. Este a rejeita.
HELLINGER ao grupo: Podemos ver aqui que a empresa quer que ele
esteja disponível, mas ele não está disponível. Estamos vendo aqui qual
é o efeito de uma situação familiar numa empresa.
HELLINGER ao grupo: A mãe o arrasta à morte, a empresa quer arrastá-
lo à vida. Mas não obtemos as informações decisivas.
Agora colocarei um segredo. É possível que algo venha à luz.
Hellinger escolhe uma mulher e a coloca um pouco afastada dos outros.
A mulher se inclina para trás como se fosse cair. Então dá uns passos
para a frente. A mãe se afasta da morta e se ergue. Olha intensamente
para o segredo e a representante da empresa faz o mesmo.
A mãe se ajoelha e se curva profundamente perante o segredo. Também
este se ajoelha e se inclina. A mãe e o segredo encostam a cabeça um no
outro. A mãe atrai o segredo para si, como se fosse uma criança, e o
abraça firmemente.
O representante do homem também se ergue. Apoia a cabeça na
empresa. É como se tivesse acordado.
Depois de um tempo se ergue e respira profundamente. A mãe se move
com o segredo em direção à morta. Os três se abraçam com força.
Também o representante do homem e sua empresa se levantam e se
abraçam com força. O homem se apoia de costas na empresa, que o
segura por trás.
HELLINGER ao homem: O que vemos aqui é que se o segredo está
presente e sua mãe vai até ele, você pode ir à empresa. Você sabe o que
é o segredo? Não precisa dizê-lo. Apenas quero saber se o sabe.
HOMEM: Intuo algo.
HELLINGER: Agora colocarei representantes dos funcionários.
Hellinger escolhe três representantes e os coloca mais longe, um ao lado
do outro. O representante do homem se volta para eles e continua sendo
segurado por trás pela empresa. Olha para o chão.
HELLINGER ao grupo: Agora vemos o problema. O problema é quase
sempre o mesmo. Alguém ficou excluído. Há alguém que não tem um
lugar, seja quem for.
Um representante dos três funcionários, uma mulher, vai para os que
estão deitados no chão. Estende a mão para a mãe. Esta pega a sua mão
e a puxa com ela para o chão. Ê incluída no abraço.
Outro representante dos funcionários se coloca na frente do
representante do homem e cruza os braços nas costas.
HELLINGER a este representante: diga-lhe “Por favor”.
O representante cala.
HELLINGER ao homem: Não pode dizê-lo, está zangado com você.
Você se importa com o bemestar dos funcionários?
HOMEM: Sim, muito.
Depois de um tempo, Hellinger separa a empresa do representante do
homem. Ela se coloca a seu lado. O terceiro funcionário se coloca à
esquerda, do lado da empresa. O representante do homem se apoia nela.
Hesita e não se atreve a olhar para o funcionário que tem na frente. Ele
e a empresa olham para o chão.
HELLINGER ao homem: Seu representante não tem força. A questão é:
De onde pode receber a força?
O segundo representante dos funcionários se aproxima dando um passo.
Hellinger escolhe um homem como representante do irmão do homem e
o coloca a certa distância do representante do homem.
O representante do homem começa a soluçar. Estende a mão direita a
seu irmão. Este se aproxima dele lentamente e puxa a empresa para trás
de si. Estende os braços em torno de seu irmão. Os três, o representante
do homem, seu irmão e a empresa se abraçam profundamente.
O representante do irmão se ajoelha e puxa consigo o representante do
homem e a empresa. Os dois funcionários estão juntos e olham para isso.
O terceiro funcionário coloca por um instante uma mão na cabeça do
empresário. O segundo funcionário coloca as mãos nos bolsos. A
empresa puxa o representante do homem para afastá-lo do irmão.
Hellinger escolhe quatro homens como representantes dos funcionários
demitidos e os coloca, um ao lado do outro, com o resto, a certa
distância.
A empresa, o representante do homem e seu irmão olham imediatamente
para eles.
HELLINGER ao homem: A empresa olha para os funcionários
demitidos. Todos olham para eles.
HELLINGER vai com o representante do homem: Diga para eles “Vou
trazer vocês de volta”.
Diz isso soluçando.
HELLINGER ao homem: Aí está o sucesso. Agora seu representante tem
força.
Você deve ampliar novamente a empresa para 900 funcionários.
Risadas e aplausos no grupo.
HELLINGER ao homem: Como se sente agora?
HOMEM: Estou feliz.
HELLINGER ao grupo: Ok, foi isso então.
Aos representantes: Obrigado a todos.
Aplausos no grupo.
HELLINGER ao homem: Você ainda pode ficar.
MAIS EM VEZ DE MENOS
HELLINGER: Qual é a consequência para nós? Uma empresa floresce
através do “mais” em vez do “menos”.
HOMEM: Uns anos atrás, quando tudo isso começou, percebi que, de
repente, cada um se preocupava apenas consigo mesmo, que havia muito
egoísmo na empresa.
HELLINGER: Este é o efeito. Assim que funcionários são demitidos, o
resto passa a trabalhar menos. Já não estão ligados à empresa. Vale a
pena rever a ideia de que se ganha com as demissões. Se o empresário
disser aos funcionários: “Estou aqui para vocês. Quero que possam
assegurar o sustento de suas vidas através de minha empresa, para isso
preciso de sua colaboração”, ele vai obtê-la imediatamente. O que ele
obtém além disso? Recebe ideias novas. As ideias provêm dos
funcionários.
Esta é a melhor globalização.
Risadas no grupo.
HELLINGER ao homem: OK. Então, muito sucesso!
Aplausos e ovações do grupo.
O LUCRO
HELLINGER: Mediante este trabalho, ao confiarmos em algo que
acontece como por si só, adquirimos compreensões importantes. Por
exemplo, sobre o lucro.
Que significa lucro? Lucro significa mais vida. Não significa: mais
dinheiro. Significa: mais vida.
Se uma empresa olha primeiro para seus funcionários e suas famílias,
tornam-se uma comunidade de destino a serviço da vida. Isto mobiliza
as forças decisivas. Não posso dizer mais sobre isso, pois sei pouco sobre
as outras diversas leis que têm um papel aqui.
Quando o empresário se preocupa com o bem-estar dos funcionários, o
que acontece com ele? Como é respeitado? Como é apoiado?
2a
. HISTÓRIA: Sucesso através do serviço
HELLINGER: Vou continuar. Talvez pegue algo mais simples.
Há alguém que tenha uma profissão, uma profissão importante, e sente
que algo está faltando? Gostaria de constelar isso. Desta vez pegarei uma
mulher. Quem gostaria?
Hellinger escolhe uma mulher do público e pede para ela sentar-se a seu
lado.
HELLINGER: Do que se trata?
MULHER: Sou psicóloga. Não consigo me desenvolver em minha
profissão como gostaria.
HELLINGER: A psicologia é uma profissão sem esperança.
MULHER: Gostaria tanto de ouvir o contrário.
HELLINGER: A psicologia é uma profissão sem esperança. Quando
alguém tem clientes, quem está aí para quem? O psicólogo está para os
clientes ou os clientes para o psicólogo? A quem ele serve? Aqui quem
serve a quem?
O decisivo em toda profissão é a quem ela serve. A profissão é um
serviço. Se ela servir à vida é bem sucedida. Vamos constelar isso.
Hellinger coloca a própria mulher sem procurar uma representante e a
coloca, a uma distância de quatro metros, com quatro mulheres que se
apresentaram como representantes.
HELLINGER às representantes: Centrem-se e sigam o movimento
interior tal como se mostrar.
Uma representante se movimenta um pouco, para trás, duas aparentam
se aproximar da mulher, mas retrocedem novamente e se afastam dela.
Finalmente todas se afastam dela.
HELLINGER ao grupo: Vemos que para todos é uma profissão sem
esperança. Ninguém quer saber nada dela.
Às representantes: OK., sentem-se por enquanto.
Hellinger escolhe outra mulher e a coloca em frente à primeira na
mesma distância.
HELLINGER a esta representante: Você é a mãe dela.
A mulher se ajoelha em frente a ela e fica de cócoras. Depois de um
tempo aproxima-se da mãe e abraça seus joelhos. A mãe acaricia a
cabeça da filha e se afasta dois passos dela. A mulher olha para o chão.
HELLINGER ao grupo: O que vemos? A mulher ainda espera algo. O
que a mãe diz, pela maneira que se comporta? “Não darei mais nada a
ela. Já fiz tudo”. Para esta mulher, os clientes representam quem?
Representam a mãe. Se a mulher esperar receber dos clientes aquilo que
ainda espera da mãe, não está disponível para eles.
A mulher se levanta e vai para sua mãe. Ambas se abraçam por um longo
tempo.
HELLINGER, depois de um tempo, à mulher. Diga a sua mãe: “Tenho
tudo. Agora farei algo por minha conta. Sirvo à vida como você”.
A mãe assente com a cabeça e se alegra. A mulher sacode levemente a
cabeça.
HELLINGER ao grupo: Viram seu gesto? A mulher sacudiu a cabeça.
Os clientes percebem isso. Acho que já mostrei tudo.
Aos representantes: Obrigado.
Aplausos no grupo.
A MÃE DO SUCESSO
HELLINGER ao grupo: Há duas formas diferentes de exercer uma
profissão. Existe a profissão que está a serviço de outros. Então alguém,
exercendo sua profissão, dirige-se a terceiros e consegue para eles algo
que serve a sua vida. Um mecânico, por exemplo.
Se este esperar que os clientes venham a ele sem lhes oferecer algo,
ninguém virá. Se ele só quiser algo, não vai receber nada. Se lhes disser:
“Sou muito bom consertando carros. Venham que lhes mostro”, faz algo
para eles e eles ficarão agradecidos. Também lhe pagam, mas primeiro
vem a prestação do serviço.
Outros escolhem uma profissão e esperam receber algo sem dar nada em
troca.
Às vezes contratamos funcionários e lhes perguntamos quanto gostariam
de ganhar. Alguns dão um valor muito alto. Quando lhes perguntamos o
que sabem fazer percebemos, às vezes, que isso não está em relação com
o que esperam obter.
Quem tem bom desempenho, é promovido. Isto deve ser considerado na
nossa profissão: sirvo a outros ou quero que me sirvam?
Estas diferentes posições refletem exatamente a relação com a mãe.
Aqueles que dizem internamente à mãe “Você me deve algo”, sem fazer
nada por si mesmos, comportam-se no trabalho da mesma forma em
relação ao seu patrão.
Mais um segredo. Não sei se deveria lhes dizer estes segredos. Quando
um empresário procura um funcionário para um posto de direção, um
funcionário que deverá assumir uma responsabilidade importante,
precisa saber para qual qualificação deve olhar primeiro. É uma
qualificação bem simples, mas essencial.
A pergunta é: Como está em relação a sua mãe? Ele a respeita? Toma
dela o que ela lhe presenteia? Está disposto a fazer algo por sua mãe?
Tal como se comporta com sua mãe, tal será o seu comportamento
perante a empresa.
Quem está zangado com sua mãe e lhe faz cobranças, vai se comportar
da mesma forma com a empresa. Um diretor que deve assumir
responsabilidades e está zangado com sua mãe, arruinará a empresa.
Muitos empresários terão mais sucesso se levarem isso em consideração.
Ao escolher os funcionários, qualquer um pode ver logo quem tem uma
boa relação com sua mãe. Dá para ver no rosto. O rosto dele brilha. Os
outros funcionários se dirigem a ele imediatamente. Eles acham que ele
é bom. Este é o efeito de uma boa relação com a mãe.
3a
. HISTÓRIA: Os dois níveis
HELLINGER: Há mais alguém que tenha uma empresa e queira ver o
que acontece?
Hellinger escolhe um homem e pede para sentar-se a seu lado.
HELLINGER: Do que se trata?
HOMEM: Tenho uma empresa há 17 anos. Eu a fundei com minha
primeira esposa. Sete anos atrás nos separamos. Quando os bens foram
divididos, eu recebi a empresa. Quer dizer, eu fiquei com os ativos e os
passivos. Esta empresa tinha um tamanho determinado, um formato
determinado. Isso se reduziu muito.
HELLINGER: Você fundou essa empresa junto com sua mulher?
HOMEM: Sim.
HELLINGER: Ao mesmo tempo?
HOMEM: Sim. Mas ela nunca trabalhou na empresa.
HELLINGER: De onde veio o dinheiro?
HOMEM: Eu trabalhava como funcionário de uma empresa. Quando fui
embora, criei minha própria empresa.
HELLINGER: Está bem. Vamos colocar três pessoas. Em primeiro lugar
a empresa, uma mulher. Uma empresa sempre é uma mulher. Também
precisaremos de uma representante de sua mulher e um representante
seu.
Hellinger coloca o homem à esquerda de sua mulher. Coloca a empresa
em frente a eles a 5 metros de distância.
HELLINGER ao homem: Agora vamos ver o que acontece.
O homem olha para sua mulher. Esta apenas olha para a empresa.
Treme. O homem tenta tocá-la, ela resiste. Não lhe permite tocá-la.
Quando quer pôr uma mão nas costas dela, ela se sacode. Em momento
algum olhou para ele. A empresa se deita no chão.
HELLINGER ao homem: Já foi casado antes?
HOMEM: Agora tenho uma segunda esposa, antes da primeira não
houve ninguém.
O representante do homem se aproxima rapidamente da empresa, que
se ajoelhou, e também se ajoelha.
HELLINGER: Preciso substituir você, não está totalmente em contato.
Você é rápido demais.
Hellinger escolhe outro representante para o homem e o coloca ao lado
da mulher.
HELLINGER ao homem: A empresa olha para o chão. Olha para um
morto.
Hellinger escolhe uma representante de uma morta e pede para se deitar
de costas no chão, diante da empresa.
HELLINGER ao homem: Sabe quem a empresa representa? Sabe
também por que se separaram? Houve um filho abortado.
HOMEM: É verdade que a mulher perdeu um filho, um aborto
espontâneo no início do matrimônio.
A empresa se ajoelha diante da morta. Pega sua mão e a acaricia. A
representante da mulher continua tremendo. Olha fixamente para a
morta.
HELLINGER ao homem: A empresa não tem nada a ver com você, está
dirigida totalmente à mulher.
A empresa representa esse filho. O homem também está fascinado. Está
claro que também tem algo a ver com ele. Agora também treme. Bom, a
empresa é insustentável.
Depois de um tempo, a mulher se aproxima mais um pouco da morta. O
homem se afasta ainda mais e depois encosta na parede. A morta se
levanta e se apoia de costas na empresa, que a segura por trás.
A mulher olha de lado, por trás do homem, que tenta se afastar ainda
mais dela. O tempo todo treme violentamente e se aproxima ainda mais
da morta.
Hellinger escolhe uma mulher como representante do segredo. A
representante do segredo se aproxima lentamente do homem, que está
ajoelhado. A representante do segredo se ajoelha lentamente. O
representante do homem se arrasta em direção a ela de joelhos, a segura
pelo quadril, a deita no chão, deita em cima dela e a abraça com força.
A empresa pegou firmemente a morta pelo pescoço e a empurrou para o
chão, na sua frente. A representante da mulher apenas olha para o
homem e o segredo.
HELLINGER ao homem: Todos se sentem atraídos pela morte, você, a
mulher e a empresa.
Depois de certo tempo o segredo abraça o homem. Depois deita de
costas e fecha os olhos. O homem está deitado a seu lado e também tem
os olhos fechados. A empresa estende uma mão à representante da
mulher. Enquanto isso, esta ainda olha, tremendo, para o representante
do homem e para o segredo, estende uma mão para trás e aperta a mão
da empresa. Esta tenta puxá-la para si. Não conseguindo fazê-lo, solta
a mão, deita no chão e fecha os olhos. Também a morta, que já havia se
afastado dela, deita de lado e fecha os olhos.
A representante da mulher, ainda tremendo, afasta-se ainda mais de
todos.
HELLINGER ao homem: Eu não sei de nada. Tudo vem à luz através
destes movimentos. O que vemos é que aqui atuam outras forças e que
nossas ideias daquilo que leva ao sucesso não têm a menor importância.
Aqui regem as leis elementares da vida. Ninguém pode driblá-las.
Coloque-se agora ali.
Hellinger pega o homem da mão e o coloca frente aos outros de tal
maneira que possa ver todos eles.
HELLINGER ao grupo: Neste nível não há soluções, absolutamente
nenhuma solução. Mas agora vou com ele a outro nível.
Ao homem: Olhe por cima de todos, olhe para a distância. Muito longe.
Em direção a algo maior. A um outro amor. Olhe sempre adiante. Olhe
para a vida, que é igual para todos. E diga: “Agora eu sirvo”. Abra os
olhos.
HOMEM: Agora eu sirvo.
HELLINGER: “Com amor”.
HOMEM: Com amor.
HELLINGER à empresa: Agora a empresa deve se levantar.
Ao homem, quando a empresa se levanta e se coloca frente a ele:
Diga-lhe: “Agora eu sirvo”.
HOMEM: Agora eu sirvo.
HELLINGER: “Agora eu sirvo à vida”.
HOMEM: Agora eu sirvo à vida.
HELLINGER: “Com você”.
HOMEM: Com você.
O homem se aproxima lentamente da empresa. Também ela se aproxima
lentamente dele. Ele estende ambos os braços em direção a ela. A
empresa hesita ainda um tempo, depois estende a mão direita. Ele pega
essa mão e a segura. Então ela estende a ele também a mão esquerda.
Olham-se longamente nos olhos.
A representante da mulher está sentada no chão, algo afastada, e olha
atentamente para ambos, sorrindo.
HELLINGER à mulher. Como está a mulher?
MULHER: Bem.
O homem e a empresa se olham longamente nos olhos e se tocam, depois
de um tempo, com a testa. Mais tarde se dão as mãos e as levantam. A
representante da mulher está um pouco afastada.
HELLINGER ao homem: Olhe novamente à distância. Olhe para longe.
Diga: “Agora eu sirvo à vida”.
HOMEM: Agora eu sirvo à vida.
HELLINGER: Diga isso também à empresa.
HOMEM: Agora eu sirvo à vida.
O representante do homem se endireita sobre os joelhos e se levanta. Vai
com a representante da mulher. Dão-se as mãos.
HELLINGER: Agora ele se levanta. Esta é a diferença.
Ao representante do homem: Diga-lhe “Agora eu sirvo à vida”.
REPRESENTANTE DO HOMEM: Agora eu sirvo à vida.
HELLINGER: OK., posso deixar assim.
Aos representantes: Obrigado a todos.
Aplausos no grupo.
CULPA E EXPIAÇÃO
HELLINGER: Essa foi uma demonstração das diferentes forças que
atuam numa família. Há forças que se opõem à vida, que arrastam à
morte. Isto é o que costumamos saber e costumamos observar. São
movimentos da consciência.
O que é um movimento da consciência? Aqui havia várias pessoas que
se sentiam culpadas, não importa quais tenham sido os motivos. Aqueles
que se sentem culpados querem pagar a culpa, querem pagar com a vida.
Quer dizer que tanto o sentimento de culpa quanto a necessidade de
pagar pela culpa levam à morte, também á morte de uma empresa. Não
há nenhuma diferença. Também uma empresa representa pessoas. Este
é o terreno no qual nos movimentamos habitualmente, também na
psicoterapia.
A maneira como trabalho agora é diferente. Algo essencial se revela
quando confio totalmente nos movimentos da maneira que se mostram
nos representantes, sem ter medo daquilo que possa surgir.
Todos os movimentos de culpa e expiação levam à morte. São inimigos
da vida. O que estou dizendo agora é algo que vai muito além do
habitual.
Todos estes movimentos de culpa e expiação são egocêntricos. A culpa
é egocêntrica. Quando me sinto culpado, acho que estava em minhas
mãos a possibilidade de que as coisas tenham sido diferentes. Eu teria
tido escolha. Quer dizer que eu mesmo teria podido decidir sobre a vida
e sobre a morte.
A expiação pela culpa vai na mesma direção. Por que alguém expia?
Expia por amor? Ou gostaria de ser melhor?
Ao homem: Aquele que expiou aqui, olhou para a empresa? Olhou para
os funcionários? Olhou para a vida?
Ao grupo: Portanto há movimentos que parecem ser de amor, mas são
movimentos em direção à morte.
Ao homem: Ali eu intervim e conduzi você ao outro nível.
Por trás atua a compreensão de que tudo o que se move, todo movimento
humano, cada movimento dos milhões de movimentos em cada segundo
em seu corpo, para que você permaneça na vida, são movimentos do
amor. São movimentos a serviço da vida. Provém de uma força espiritual
que quer a vida. E também quer a culpa.
Portanto aquilo que conduziu você à culpa é outro movimento, além do
seu eu. Cada um que perdeu a vida pela culpa está nas mãos desta força.
Não perdeu nada através de sua morte. Nesta força tudo está acolhido.
Neste momento nós nos soltamos de nossa grandeza. Nós nos tornamos
humildes. E então nos deixamos guiar por outro movimento. Aqui você
se deixou levar por um movimento a serviço da vida, não importa o que
veio antes.
Aquele que viveu a culpa e quem viveu o movimento em direção à morte
e o superou, tem uma força nova. Tem força para a vida.
O homem acena com a cabeça. Junta as mãos e inclina a cabeça.
HELLINGER ao grupo: Vimos como é difícil se libertar do velho
movimento. Arrastou todos novamente para baixo.
Ao homem: Ir para esse outro movimento é uma conquista, uma
conquista do amor.
Ao grupo: Agora, claro que sua empresa florescerá. E sua mulher o
apoiará. É o que estava faltando.
Risadas no grupo. O homem enxuga as lágrimas.
HELLINGER: OK., vou deixar assim.
4a
. HISTÓRIA: Sem mãe não há futuro
HELLINGER: Quem gostaria de resolver algo para uma empresa?
Uma mulher se apresenta. Hellinger lhe pede para sentar-se a seu lado.
HELLINGER à mulher. Do que se trata?
MULHER: Tenho uma clínica. Antes montei uma academia de ginástica.
HELLINGER: Que tipo de clínica?
MULHER: A clínica tem uma parte para estética, uma parte terapêutica
e também inclui academia de ginástica.
HELLINGER: Quantos funcionários você tem?
MULHER: Entre 10 e 12 pessoas.
HELLINGER: Qual é o problema?
MULHER: Estou me mudando desta clínica, pois ficou pequena demais.
Não consigo acabar com a mudança. Faz um mês que estou me
mudando.
HELLINGER: Um exercício de percepção para você. A clínica tem
futuro?
MULHER: Acho que sim.
HELLINGER ao grupo: Qual é a percepção de vocês? Não há força nessa
empresa. Mas vamos constelá-la.
Hellinger escolhe uma representante para a clínica e seis mulheres para
os clientes. Estes estão de frente para a clínica, um do lado do outro, a
uns cinco metros de distância.
HELLINGER ao grupo: Agora vamos ver o que acontece.
Os clientes estão intranquilos e se afastam da clínica. Nenhum deles
quer ir para ela.
HELLINGER às representantes: Podem sentar-se novamente. Obrigado
a todas.
Hellinger pede à mulher para se posicionar ela mesma. Escolhe uma
representante da mãe e lhe pede para se colocar frente à mulher.
A mãe se mostra intranquila e retrocede. A mulher quer ir a ela
apertando os lábios. Quanto mais quer se aproximar da mãe, mais esta
se afasta. A mãe começa a tremer. Vai até o canto mais afastado.
HELLINGER ao grupo: A mãe faz os mesmos movimentos que os
clientes faziam. Ela se afasta.
Interrompo agora. Já vimos os movimentos essenciais.
À mulher. Sente-se a meu lado.
Ao grupo: Quero fazer uma observação. Podem comprová-la vocês
mesmos.
Dos psicólogos que vocês conhecem, há algum que esteja em sintonia
com a mãe? Os clientes representam quem para eles? Representam a
mãe. Muitos psicólogos querem obter de seus clientes aquilo que não
tomaram da própria mãe. Esta é uma declaração de longo alcance.
Que futuro tem esse tipo de psicologia? Quem vai para estes psicólogos?
Frequentemente aqueles que rejeitam a própria mãe ou que, sejam quais
forem as razões, perderam a ligação com ela. A ajuda a estes clientes
seria que o psicólogo os conduzisse a sua mãe.
À mulher. Aqui começa a solução para você. Não posso fazê-lo aqui, em
detalhe, por você. Isto é um curso de Constelações Organizacionais.
Apenas mostro qual é, em seu caso, a dinâmica oculta. Você já viu do
que se trata. Tudo de bom!
Aplausos no grupo.
5a
. HISTÓRIA: Com a mãe tudo anda.
HELLINGER: A maioria de vocês imaginou que as Constelações
Organizacionais fossem outra coisa. Nossa experiência - faz tempo que
eu e minha mulher trabalhamos nisto - é que o modo mais rápido de
chegar aos problemas essenciais de uma pessoa e sua família é se
começarmos pelo trabalho e o que a pessoa faz com ele. Neste sentido,
isto é um curso avançado de Constelações Familiares.
Agora gostaria de trabalhar com a profissão de alguém, ou com alguém
que tenha que tomar uma decisão. Por exemplo, se deve possuir esta ou
aquela empresa, se deve comprar esta casa ou aquela. Do modo como
trabalhamos podemos trazê-lo à luz rapidamente.
Hellinger escolhe uma mulher que se apresenta e lhe pede para sentar-
se a seu lado.
HELLINGER: Do que se trata em seu caso?
MULHER: Faz dois anos mudei de emprego. Também mudei de cidade.
Mas ainda restam muitos assuntos para resolver com as empresas nas
quais trabalhei.
HELLINGER: Quais eram essas duas profissões?
MULHER: Eu era economista industrial. Tínhamos muitos negócios na
família. Tivemos que fechar muitos negócios e fechamos cinco
empresas.
HELLINGER: Quem foi responsável pelo fechamento?
MULHER: Quem começou com isso foi meu pai. Queria que seus filhos
seguissem sua carreira.
HELLINGER: Coloque-se ali.
Ao grupo: Quase sempre é o mesmo, o essencial é o mesmo. Preciso de
mais uma mulher.
Hellinger escolhe uma representante para a mãe e a coloca frente à
mulher, a uns quatro metros de distância.
A mulher respira profundamente. Esfrega as mãos nas calças. Ninguém
se mexe.
HELLINGER ao grupo: Quem não respeita a mãe, arruína uma empresa.
Depois de um tempo, à mulher: Diga a sua mãe “Estou zangada com
você”.
A mulher aperta os lábios. Respira profundamente. Lágrimas escorrem
de seus olhos.
MULHER, depois de um tempo: Estou zangada com você.
Aperta novamente os lábios e respira profundamente.
HELLINGER ao grupo: Tinha perante a mãe o mesmo sentimento que
perante a empresa. É somente o espelho, mas são muitas as
consequências. Quem é contra a mãe, é contra a vida, contra o sucesso.
A mulher chora. Lentamente, dá uns passos em direção à mãe. Esta abre
ambas as mãos. A mulher lhe estende os braços, depois vai para ela e a
abraça. Ambas ficam muito tempo fortemente abraçadas. A mãe acaricia
suas costas.
Depois de um tempo, Hellinger escolhe uma representante da empresa.
Ele a coloca a dois metros detrás da mãe, de lado.
A mãe sai do lugar, a empresa se afasta dela e se encosta na parede.
HELLINGER ao grupo: A mulher faz os mesmos movimentos com a
mão que antes fizera frente à mãe.
À mulher. Diga à empresa “Eu estou indo”.
MULHER: Eu estou indo.
Respira profundamente e enxuga o rosto. A empresa continua encostada
na parede.
HELLINGER ao grupo: Como vocês podem ver, a empresa e a mãe são
iguais em seu comportamento, totalmente iguais.
HELLINGER à mulher. Diga à empresa “Agora construirei você”.
MULHER: Agora construirei você.
Diz isso chorando e enxuga as lágrimas. A empresa continua imutável.
HELLINGER: Isto não causou efeito.
A mulher repete em voz mais alta.
HELLINGER: Isso também não causou efeito.
A mulher vai em direção à empresa. Pega os braços dela e a sacode.
HELLINGER: Esse não é modo de tratar uma mãe.
A mulher quer mover a empresa. Sorri e quer fazer com que reaja de
qualquer jeito. A empresa continua imóvel.
HELLINGER ao grupo: Acho que posso terminar aqui. Já mostrei o
essencial.
6a
. HISTORIA: A quem pertence a empresa?
HELLINGER: Agora gostaria de trabalhar novamente com um
empresário de verdade, onde se trate da produção.
Um homem se apresenta. Hellinger lhe pede para sentar-se a seu lado.
HOMEM: Tenho uma empresa familiar com três irmãos. Trabalhamos
com alimentos que revendemos a supermercados ou atacadistas.
Atualmente temos dificuldades porque todos nós temos opiniões
diferentes, porque pensamos de maneira diferente em relação à empresa.
HELLINGER: Quais são as diferentes posições?
HOMEM: Trata-se do futuro. Em se tratando de uma empresa familiar,
alguns opinam que deve tornar-se mais profissional, que devemos exigir
mais dos funcionários e que também devemos introduzir gente nova. A
outra linha opina bem o contrário. Diz: “Não, eu conheço você e quero
conservá-lo”, mesmo que esta pessoa não trabalhe bem.
HELLINGER: Qual é o seu lugar entre os irmãos?
HOMEM: Sou o irmão mais velho. Entre os irmãos homens sou o mais
velho.
HELLINGER ao grupo: Por que ele enfatiza o masculino?
HOMEM: Porque a empresa pertence aos homens. As mulheres não
participam da empresa.
Risadas no grupo.
HELLINGER: Tudo bem... Quem fundou a empresa?
HOMEM: Eu a fundei, com meus irmãos. As mulheres já estavam todas
casadas.
HELLINGER: De onde saiu o dinheiro?
HOMEM: Antes eu era funcionário de um banco. Quando fui embora
negociei com esse banco. Investi o dinheiro que me deram na empresa.
Sempre estivemos unidos. Nossos pais nos educaram dessa forma. Meu
pai também sempre teve um papel importante. Ele me disse: “Você não
pode dirigir sozinho esta empresa, deve fazê-lo com seus irmãos”. Mas
o dinheiro sempre foi nosso, originalmente eu o coloquei.
HELLINGER: Você?
HOMEM: Sim. Desse banco. Quando fui embora recebi esse dinheiro e
o investi.
HELLINGER: Quem é o proprietário?
HOMEM: Os três por igual.
HELLINGER: Não.
HOMEM: Em nossa casa sempre foi assim, nosso dinheiro era investido
na família. De modo que não só nosso pai trazia o dinheiro à família,
mas também os irmãos sempre trazíamos nosso dinheiro ã família.
Quando recebi esse dinheiro, quando fui embora do banco, como era
meu modo de ver, esse dinheiro pertencia a todos nós.
HELLINGER ao grupo: A empresa pertence apenas a ele. Ele entrou com
o dinheiro.
Quando o homem fala: Não quero nem ouvir o que você disse.
Risadas estrondosas no grupo. O homem também ri.
HELLINGER: Vamos fazer a constelação e verificar. Preciso de alguém
para a empresa. Sempre é uma mulher. Também preciso de
representantes para os três irmãos, quer dizer, três homens.
A empresa está de frente para os três irmãos a uns quatro metros de
distância.
HELLINGER: Vamos colocar mais alguém, uma mulher.
Quando uma mulher se apresenta: Você se coloca aqui. Você é o
dinheiro.
O dinheiro está a uns três metros à direita da empresa. Esta se afasta
lentamente dos três irmãos.
A representante do dinheiro se joga de repente sobre o irmão do meio e
o segura pelos ombros.
HELLINGER à representante do dinheiro: Preciso substituir você. Não
está suficientemente centrada.
Quando ela reclama: Preciso de uma outra mulher.
Ao grupo: Como percebi que não estava centrada? Primeiro, fechou os
olhos. Viu uma imagem interna e a seguiu, sem conexão com os outros.
Nos movimentos do espírito, os olhos permanecem abertos. Esses
movimentos são lentos.
Agora lhes apresentei algo importante. Se vocês trabalharem numa
constelação e alguém não está centrado, ela não vai dar certo. Estes são
alguns critérios pelos quais podem se orientar.
Hellinger escolhe outra mulher e a coloca no mesmo lugar, a uns três
metros à direita da empresa.
A empresa retrocede lentamente uns passos. O dinheiro olha
abertamente para os três irmãos, sem se mover.
HELLINGER ao grupo: Agora vocês podem ver a diferença no
movimento.
A empresa dá um passo para a frente, depois dá vários passos para trás.
O irmão mais velho se afasta de seus irmãos e vai para trás, em direção
ao dinheiro. Volta-se e fica a uns dois metros de distância diante do
dinheiro. O dinheiro vai para a esquerda, inclina-se para a esquerda. A
empresa dá mais uns passos para a frente. Quando o irmão mais velho
quer se aproximar uns passos do dinheiro, este se ajoelha, olha para o
chão e se inclina profundamente, até tocar o chão com a testa.
A empresa se afasta e depois de um tempo se ajoelha a um metro de
distância detrás do dinheiro.
O irmão mais velho retrocede bastante, sem relação com seus irmãos, e
se aproxima lentamente do dinheiro.
Hellinger escolhe uma mulher e a coloca diante do dinheiro. De repente,
tudo muda.
HELLINGER ao homem: A quem pertence a empresa? A uma mulher.
Esta representante só pode ser a mãe. Quem mais poderia ser? Quem
mais tem tanto poder?
O irmão mais velho se aproxima ainda mais do dinheiro. O dinheiro se
ergue e se arrasta até ficar do lado do irmão mais velho. Também este
se ajoelha diante da mãe. O dinheiro se apoia no filho mais velho. A mãe
estende os braços.
HELLINGER ao homem: Olha como está! Com que grandeza!
Ao grupo: É engraçado; quando falava da família só falava do pai. “O
pai quer, o pai quer, o pai quer”. Mas a pessoa decisiva é ela. Eu sabia
que algo estava errado em relação as mulheres.
O irmão mais velho e o dinheiro se arrastam juntos, de joelhos, em
direção à mãe e se curvam perante ela. Ela coloca as mãos sobre ambos.
HELLINGER ao grupo: Não é lindo?
Ao homem: Os outros irmãos não têm nada a dizer. São parasitas.
Risadas no grupo.
A empresa se arrasta de joelhos detrás do irmão mais velho e do
dinheiro. Abraça ambos. Todos se abraçam. A mãe olha ao longe por
cima deles.
HELLINGER ao homem: Isto tem futuro. Esta é uma imagem de força.
A mãe olha por cima de vocês. Olha para a vida à que vocês servem.
Agora você fará um negócio especial. Escolherá cuidadosamente o que
oferecer a serviço da vida.
Ao grupo: Não existe nada maior do que aquilo que estamos vendo aqui.
HELLINGER dá uma cotovelada ao homem: Somente coragem.
Aos representantes: OK., isto foi tudo. Obrigado a todos.
O homem enxuga as lágrimas.
Fortes aplausos no grupo.
MEDITAÇÃO: ONDE ESTÁ A FELICIDADE?
Algo mais para refletir. Imaginem a empresa, esta empresa. O que eles
fazem! Tudo o que eles criam! Quantas pessoas conseguem alcançar
com seus serviços! Comparem com as profissões conhecidas como
profissões de ajuda: psicologia, psicoterapia, também o trabalho social,
onde se trata de simpatia, de compaixão. Muitas vezes tentam ajudar
pessoas que não querem fazer nada por si mesmas. Comparem isso com
esta outra força! Isto é apenas para refletir.
Agora fechem os olhos. Vou fazer uma meditação com vocês.
Vamos a nosso trabalho e sentimos: Quantas pessoas alcançamos com
nosso trabalho? De que maneira servimos à vida com nosso trabalho? O
que fazermos para a vida?
Verificamos interiormente: Que modificações faço em minha postura
interna, em meu amor, naquilo que ainda aprendo? Que capacidades
estou desenvolvendo ainda?
Então ficamos grandes e independentes a serviço da vida. Sem ceder com
fraqueza, sem concessões. Servindo de uma maneira que exige dos
outros.
Agora olhamos para nossa mãe e lhe dizemos: “Como você, eu sirvo à
vida, exatamente como você. Em sua lembrança farei algo grande, como
você. Dou como você”.
Direi algo mais sobre o segredo do sucesso. Em sintonia com este
movimento de servir, digo internamente: “Mais ainda”.
Onde tudo isso termina? Na felicidade.
O SUCESSO É UMA LEI DA VIDA
Vou continuar com este curso sobre as Leis do Sucesso na empresa. O
sucesso é uma lei da vida. Toda vida é bem sucedida. O importante é se
também tomamos a vida como vida. Vida e mãe são internamente o
mesmo. Do mesmo modo que tomamos nossa mãe, assim tomamos a
vida. Quem rejeita sua mãe, rejeita a vida. A vida é ao mesmo tempo
amor. Toda vida humana se desenvolve através do amor. Todas as
relações bem sucedidas são relações de amor. Esta lei fundamental atua
em todos os níveis.
Neste caso, qual é o primeiro movimento? Toma-se a vida. Ela nos é
presenteada. Recebemos a vida ao tomá-la com tudo o que pertence a
ela.
O que tomamos primeiro são nossos pais tais como são. Ao tomar nossos
pais tais como são, tomamos nossa vida.
Muitas vezes algo se opõe à vida. Só podemos tomar se também damos.
Quando tomamos algo sem dar nós nos sentimos mal.
Quando tomamos também queremos dar. Podemos ver isso, sobretudo
na relação de casal. Ambos tomam e dão. Quanto mais um toma do
outro, tanto mais podem dar um ao outro. Este é um equilíbrio de igual
para igual.
Não podemos devolver algo a nossos pais, algo da mesma maneira.
Aquilo que recebemos deles é grande demais para que possamos
equilibrá-lo. Por isso muitos receiam tomar ainda mais dos pais, pois
estariam obrigados a mais ainda. Eles se defendem do tomar, para se
descarregarem da pressão de ter que devolver algo correspondente.
Neste caso existe uma outra solução. Tomamos de nossa mãe e de nosso
pai, sem temor, tudo aquilo que eles nos dão, pois sabemos que mais
tarde o transmitiremos. Se estivermos dispostos a transmitir, podemos
tomar tudo ilimitadamente de nossos pais. Por isso, aquilo que mais tarde
deve ter sucesso, apenas o terá se tomarmos de nossa mãe e de nosso pai
tudo o que nos dão, e estivermos dispostos a transmiti-lo. Nós nos
dispomos a servir a outros com aquilo que deles recebemos.
Isto tem efeitos em muitas áreas. Quem não tomou sua mãe não pode
tomar seu parceiro. A mesma relação que temos com a mãe e com o pai
reflete-se na relação de casal.
Isto se mostra também em nosso trabalho e em nossa profissão. Quem
tomou de sua mãe e de seu pai pode transmiti-lo no trabalho. Quer dizer:
o trabalho lhe dá prazer.
Às vezes sinto isso. Compro uma passagem de trem. A mulher do guichê
está radiante. Imediatamente percebo que tem uma boa relação com a
mãe. Ela me atende com amabilidade. Logo me sinto à vontade com ela.
O trabalho lhe dá prazer, pois está conectada com a mãe. Aquele que
sente o trabalho como uma carga, não tomou a mãe.
A relação com a mãe se reflete em nossa relação com a profissão e em
nossa relação com o dinheiro. Quem não tomou a mãe não pode ter
dinheiro. Pode obtê-lo, no entanto, isto lhe causa prazer? Tudo está
interrelacionado.
Deste modo continuarei com o trabalho aqui. Não se trata apena de
organizações nem do trabalho nem de nossa vida. Trata-se sempre de
nós mesmos, de como mostramos também neste âmbito o amor à vida e
como ela nos faz felizes.
7a
HISTÓRIA: Uma promotora: Direito e vida
HELLINGER: Tem mais alguém que se encontre perante uma decisão?
Uma mulher se apresenta. Sobe ao palco e senta-se ao lado de Hellinger.
MULHER: Tenho dificuldades profissionais.
HELLINGER: Qual é a profissão?
MULHER: Sou promotora. Tenho que acusar perante o tribunal. Minha
maior dificuldade é que meu papel é fomentar a justiça, mas sempre
tenho a sensação de fomentar a injustiça.
HELLINGER: Qual é exatamente sua questão?
MULHER: Não consigo me sentir realizada em minha área, em todo esse
ambiente. É por isso que me afastei e comecei a estudar novamente.
Agora estou fazendo um doutorado. Tenho dificuldades em acreditar em
minha experiência pessoal.
HELLINGER: Primeiro darei uma olhada no tema e depois irei à questão.
Coloque-se ali.
Hellinger escolhe mais uma mulher e a coloca frente à promotora, a uns
quatro metros de distância. HELLINGER a essa mulher. Você
representa a mãe dela e a vida, representa ambas.
A promotora vai em direção à mãe e a abraça. Esta responde ao abraço
hesitando. Olha para o chão. Então senta-se e continua olhando para o
chão. A promotora permanece sem forças.
HELLINGER à promotora: Agora se coloque novamente em frente a ela.
Fique novamente centrada, fique totalmente dentro de si e olhe como ela
vai à morte; mas fique internamente separada dela, sem simpatia, sem
compaixão, sem preocupação, em sintonia com um poder maior, com
um poder que rege o destino dela independentemente de você, e que rege
seu destino independentemente dela.
Depois de um tempo: Agora retroceda uns passos.
Ela retrocede uns passos.
HELLINGER à mulher: À distância diga-lhe “Querida mamãe”.
MULHER: Querida mamãe.
HELLINGER: “Obrigada por tudo”.
MULHER: Obrigada por tudo.
HELLINGER: “Agora eu sirvo à vida”.
MULHER: Agora eu sirvo à vida.
HELLINGER: “Seja o que for que ela exigir de mim”.
MULHER: Seja o que for que ela exigir de mim.
Enquanto isso, a mãe se deita totalmente no chão, de lado, cara a cara
com a filha.
Hellinger escolhe um homem e pede para se posicionar a um metro de
distância, à direita da mãe.
HELLINGER a esse homem: Você é o Direito. E ela - aponta para a mãe
no chão - é a vida.
O direito está de pé e ereto.
HELLINGER à promotora: Continue centrada e diga ao Direito “Eu
sirvo. Eu sirvo à vida com sua ajuda”.
MULHER: Eu sirvo. Eu sirvo à vida com sua ajuda.
O direito respira profundamente. O rosto da promotora está relaxado.
HELLINGER à promotora: Já tomou sua decisão? Continue centrada.
Fique totalmente dentro de si, tomada por outra força, que também toma
o Direito e a vida, tudo da mesma forma.
HELLINGER: Olhe mais uma vez para sua mãe: diga-lhe “Eu sirvo à
vida”.
MULHER: Eu sirvo à vida.
HELLINGER: “Como você”.
MULHER: Como você.
HELLINGER: Olhe mais uma vez para o direito e diga o mesmo.
MULHER: Sirvo à vida como você.
HELLINGER, depois de um tempo: OK., obrigado a todos.
A promotora, sentada novamente a seu lado: Como você está agora?
Você fraquejou. Permaneça em sua força. Erguida. Forte como o Direito.
Assim, sim. Como está agora?
MULHER: Bem.
HELLINGER: OK., tudo de bom para você!
O CAMINHO DA VIDA
Trata-se sempre de duas questões: vida ou morte. A questão é como nos
movimentamos internamente, no caminho da vida, e como
permanecemos nela.
Fechem os olhos por um momento. Sentimos em nós os movimentos da
vida. Esse movimento chega a um limite? Por exemplo, dentro de nossa
imaginação de que esse movimento vai em direção ao “menos”?
Permitimos então que esse movimento - pois é um movimento criativo -
supere esse limite em direção ao “mais”. Para longe. Para a grandeza.
Para a plenitude. Para o espiritual. Para algo permanente. Para algo que
vai muito além desta vida.
Agora continuamos para a frente no caminho da vida.
8a
HISTÓRIA: Juntos em vez de separados
HELLINGER: Gostaria de trabalhar novamente com empresas. Há
alguém aqui que seja empresário, que tenha uma empresa com
funcionários? Alguém que fabrique um produto e gostaria de ver do que
se trata?
Dois homens e uma mulher se aproximam.
HELLINGER: Os três são sócios?
Ao primeiro homem e à mulher. São um casal?
PRIMEIRO HOMEM: Não.
HELLINGER-, De que tipo de empresa se trata?
PRIMEIRO HOMEM: Somos uma empresa de telecomunicações.
HELLINGER: Quem a fundou?
PRIMEIRO HOMEM: Eu.
HELLINGER: Você a fundou?
PRIMEIRO HOMEM: Sim, 12 anos atrás.
HELLINGER: Gostaria de ver de perto um empresário assim. Gosto dos
empresários. Como é que os outros entraram como sócios?
PRIMEIRO HOMEM: Os anos se passaram, a empresa ficou maior.
Cada vez havia mais trabalho. Então vieram ambos para trabalhar
comigo. A mulher já havia trabalhado antes comigo. Isso funcionou tão
bem que ambos assumiram e compraram uma parte da empresa.
HELLINGER: Compraram uma parte da empresa?
PRIMEIRO HOMEM: Compraram partes da empresa. Só que não a
pagaram com dinheiro, mas com trabalho, apenas com trabalho.
Pagaram com trabalho e com dinheiro, pois uma parte do que ganharam
foi investido na empresa.
HELLINGER: Quantos funcionários têm?
PRIMEIRO HOMEM: Atualmente somos na empresa um total de 16
pessoas.
HELLINGER: Não preciso saber mais. Só preciso me conectar com o
assunto. Qual é o problema?
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Bert hellinger histórias de sucesso na empresa e no trabalho

  • 1.
  • 2. Com este livro Bert Hellinger nos toma pelas mãos em direção a uma sabedoria que leva ao sucesso. Para o sucesso que não apenas produz, mas também executa. Desta forma vamos em frente, vivos e dedicados à vida em sua totalidade. Um livro que traz tranquilidade e ao mesmo tempo nos entusiasma. É o 2o . livro da trilogia: "Ordens do sucesso". Editora Atman Tsuyuko Spelter Bert Hellinger, nascido em 1925, formou-se em Filosofia, Teologia e Pedagogia. Trabalhou durante 16 anos como membro de uma ordem missionária católica entre os Zulus na África do Sul.
  • 3. Sua formação e sua atividade terapêutica envolveram diversas abordagens: Psicanálise, Dinâmica de Grupos, Terapia Primal, Análise Transacional, Hipnoterapia, PNL e a Terapia familiar, a partir da qual desenvolveu o seu método revolucionário das Constelações Sistêmicas, aplicadas também a problemas empresariais e a conflitos étnicos. Atualmente Hellinger trabalha na linha mais espiritualizada dos "Movimentos da alma", entregandose a forças superiores, profundamente reconciliadoras, que se manifestam através dos movimentos dos representantes. Atua como conferencista e diretor de cursos em todas as partes do mundo e é autor de livros de sucesso, traduzidos em vários idiomas. www.hellinger.com www.hellingerschule.com
  • 4. Bert Hellinger Da série: ORDENS DO SUCESSO HISTÓRIAS DE SUCESSO NA EMPRESA E NA PROFISSÃO Tradução Azul Llano Revisão Técnica Tsuyuko Jinno-Spelter conforme revisão ortográfica de 2009 Goiânia – GO 1ª Edição 2013
  • 5. Título do original alemão Erfolgsaeschichten in Unternehmen und im Beruf Hellinger Publications 2010 - Copyright® by Bert Hellinger Printed in Germany Ia edição 2010 Todos os direitos para a língua portuguesa reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio (eletrônico, mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados) sem permissão escrita do detentor do "Copyright", exceto no caso de textos curtos para fins de citação ou crítica literária. 1ª Edição - setembro 2013 ISBN 978-85-98540-26-9 Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela: EDITORA ATMAN Ltda. Rua 91, n° 156 - Qadra 14, Lote 18 - Casa 01 - Setor Sul - 74083-150 - Goiânia - GO Telefax: (62) 3087- 2122 - http://www.atmaneditora.com.br editora@atmaneditora.com.br que se reserva a propriedade literária desta tradução. Coordenação editorial: Tsuyuko Jinno-Spelter Designer de capa: Alessandra Duarte Diagramação: Virtual Edit Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme o decreto n° 10.994, de 14 de dezembro de 2004. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) H477e Hellinger, Bert. Histórias de sucesso: na empresa e na profissão / Bert Hellinger; tradução de Azul Llano. - Goiânia: Atman, 201 3. p. 160. ISBN 978-85-98540-26-9 I. Relações - Empresa - Trabalho. 2. Psicologia - Relações humanas. 3. Relações interpessoais. I. Azul Llano (Trad.). II. Título. III. Série. CDD: 158.2 Pedidos: www.atmaneditora.com.br comercial@atmaneditora.com.br Este livro foi impresso com: Capa: supremo LD 250 g/m2 Miolo: offset LD 75 g/m2
  • 6. SUMÁRIO Sumário SUMÁRIO ___________________________________________________________6 INTRODUÇÃO __________________________________________________ 7 CIÊNCIA E SABEDORIA __________________________________________________8 As CONSTELAÇÕES FAMILIARES ________________________________________________ 11 A HELLINGER SCIENCIA®_____________________________________________________ 13 REFLEXÕES _________________________________________________________14 SUFICIENTE _____________________________________________________________ 21 AUTÔNOMO_____________________________________________________________ 29 As Histórias _______________________________________________________32 2a. HISTÓRIA: Sucesso através do serviço____________________________________ 42 3a. HISTÓRIA: Os dois níveis ______________________________________________ 45 INTERMÉDIO __________________________________________________ 72 Do 2o . CURSO INTERNACIONAL _____________________________________ 75 DE PICHL, ÁUSTRIA______________________________________________ 75 Do 3o CURSO INTERNACIONAL _____________________________________ 80 DE PICHL, ÁUSTRIA______________________________________________ 80 MAIS HISTÓRIAS DE SUCESSO ______________________________________ 85 2º EXEMPLO: A profissão ________________________________________________ 87 Do 3º. Curso Nacional de Pichl, Áustria __________________________ 100 6º. EXEMPLO: A fusão __________________________________________________ 105 8º. EXEMPLO: O sim ___________________________________________________ 110 9º. EXEMPLO: A exclusão _______________________________________________ 115 PERGUNTAS _________________________________________________ 119 PROCEDIMENTOS______________________________________________ 123 EPÍLOGO____________________________________________________ 132
  • 7. INTRODUÇÃO O QUE SIGNIFICA ASSESSORIA DE EMPRESAS NESTE LIVRO? A assessoria de empresas que apresento neste livro, e à qual os conduzo, refere-se predominantemente às relações nas empresas e na profissão e até que ponto o sucesso em nossa profissão e em nossa empresa depende do bom resultado dessas relações. Outras áreas que também têm um papel importante nestes sucessos, como os conhecimentos práticos e as habilidades, permanecem no pano de fundo. Portanto, esta assessoria profissional e de empresas está dirigida predominantemente às relações nas empresas, porém existe mais uma coisa que distingue esta assessoria de empresas das assessorias habituais. Para realizá-la, não tenho nenhum contrato de trabalho com nenhuma empresa. Nem elas o têm comigo, nem eu com elas. As pessoas vêm por si mesmas aos cursos que ofereço há algum tempo sobre o tema das Leis do Sucesso nas empresas e na profissão. Elas vêm geralmente por curiosidade e sem um problema específico em mente. Com a ajuda das Constelações Familiares, aprendem juntos, uns dos outros - com outros empresários e de outros empresários. Depois retornam a suas empresas e profissões, autônomos e independentes de mim. Continuam sendo respeitados por mim e eu por eles, sendo cada um bem sucedido de forma independente. A assessoria profissional e de empresas apresentada neste livro permanece dentro do âmbito da assessoria vital no mais amplo sentido. As histórias deste livro são biografias bem sucedidas, acessíveis e inteligíveis para todos e também fáceis de trasladar a outras áreas da vida.
  • 8. Este livro surge da vida real. Não perde o contato com ela e narra histórias intrigantes nas quais, às vezes, seguramos a respiração. Narra também histórias libertadoras nas quais vivenciamos como os passos decisivos têm êxito. Às vezes também conta histórias trágicas onde se insinua o fracasso, que parece inevitável. Estas histórias também mostram como algo diferente e novo pode começar a serviço da vida: a serviço de nossa vida e a de muitos outros. Bert Hellinger CIÊNCIA E SABEDORIA A ciência move-se no alto. Está, por assim dizer, acima das coisas. Também se coloca acima delas quando decide sobre o que pode ser reconhecido por ela. As coisas perdem seu direito de existir, quando não encontram misericórdia perante seus olhos. Falo agora menos da ciência em si, pois estou ciente do quanto a ela devemos, apesar de que a apelação à ciência conduza muitos a essa postura de que ela está acima das coisas. Esta postura limita nossa percepção em lugar de ampliá-la. Depende do horizonte em que nos movemos. Fixamos nosso horizonte ou permitimos que se mantenha à mesma distância, sem nos aproximarmos dele, aonde quer que formos? Ou convertemos a ciência, para nós e para os outros, em um horizonte que diz “até aqui e não mais”? Esta postura mal pode ser científica, pois todas as ciências estão permanentemente a caminho de novos horizontes. A pergunta continua sendo: A caminho de que horizontes? Vão em todas as direções para algo desconhecido, com a mesma disposição, mesmo que se abram horizontes que estão além de suas
  • 9. suposições prévias, porque elas se subtraem à clareza e à determinação científicas? Abrem-se, por exemplo, aos horizontes do amor e àqueles horizontes nos quais as contradições se encontram de uma maneira que se abre para todos os lados um novo horizonte para a convivência humana? Como se abre o horizonte do que está por vir e do que vai perecer, o horizonte da vida antes do nascimento, o horizonte que se abre para nós e que se fecha quando nossa vida termina aqui? A ciência pode determinar o que realmente conta quando estamos perante estes horizontes e para onde devemos nos mover para chegar a outro lugar onde, no final, nós nos vivenciamos como se realmente tivéssemos chegado além de nossos horizontes? É claro que com isto eu me movo num nível perante o qual toda ciência chega a seus limites. Porém, se o comprovarmos com nosso sentimento mais interno: Onde nos sentimos mais profundamente consolidados? Onde mais profundamente unidos? Aonde conduzidos com mais segurança? Então abre-se para nós um outro horizonte, amplamente inacessível, pois sabemos que estamos em outras mãos, intangíveis para nós e que, no entanto, podemos sentir. Aqui tudo permanece escuro, pois vai além do estreito e do factível. Como uma tormenta, perante a qual apenas podemos ficar quietos, sem poder detê-la. O mesmo vale para a tranquilidade que segue esta tempestade. Aqui é necessário outro conhecimento que, antes e depois de toda ciência, determina o que conta verdadeiramente no final de algo transitório e no começo de algo permanente, desde a profundidade de tais experiências e em sintonia com elas. Este conhecimento opõe-se à ciência? Ou a faz possível de uma maneira mais abrangente? Supre onde a ciência fracassa? Conduz além e ordena o que colapsou perante a ciência? Torna humano o que virou
  • 10. cientificamente anti-humano? Aqui nos movemos no campo da sabedoria. O que diferencia a sabedoria da ciência? A sabedoria escuta o interior. Provém de uma profundidade insondável, que nela se revela, que se revela a nós em sua escuridão. O que esta profundidade nos revela foge a nossa compreensão, literalmente. Quando queremos pegá-la como se nos pertencesse, como nos pertence um conhecimento científico, foge ao nosso acesso. A sabedoria é reta, ninguém pode torcê-la. É reta em todas as direções e por isso é íntegra. Não está disponível para ninguém. Não podemos aprendê-la nem ensiná-la. Mas todos a têm. Sem ela ninguém sobreviveria. Também todo animal a possui. Este sobrevive porque tem uma alma e é guiado por um poder que reside nele. A questão é: Escutamos esta sabedoria? Nós nos submetemos a ela? Queremos enganá-la algumas vezes, como se pudéssemos deturpá-la e, no entanto, sobreviver sãos e salvos? Agimos, às vezes, a partir de reflexões que ela desconhece? Agimos, por exemplo, apenas mediante reflexões científicas e cientificamente demonstráveis? A sabedoria chega a nós em sintonia com a vida. Ela serve à vida. Em sintonia com ela também nós servimos à vida. Como? Com sucesso. A SABEDORIA DO SUCESSO Podemos planejar o sucesso em muitos aspectos. Podemos e devemos planejá-lo cientificamente e persegui-lo com métodos cientificamente comprovados, pois todo progresso segue conhecimentos científicos novos. É por isso que o pensamento claro e lógico assim como a aplicação exata dos conhecimentos conquistados pela ciência são condições fundamentais para o sucesso naquelas áreas da vida que
  • 11. garantem e impulsionam o sucesso em nosso trabalho, empresas e organizações que o abrangem. Isto está fora de questão. A ciência conduz ao sucesso quando leva em conta e persegue aquelas áreas da vida submetidas à lei da sabedoria. Mais especificamente, estas leis são leis do amor, um amor que serve à vida, à nossa e à de muitas outras pessoas. Não importa onde tenha havido em nossa vida e em nossas relações acontecimentos e situações nas quais infringimos ou tivemos que infringir as leis dos relacionamentos, sendo cientes ou não, isto tem efeitos imediatos no sucesso no campo de nossa profissão. Estas transgressões destroem muitos sucessos ou os impedem já no início. Este livro trata da sabedoria do sucesso, de seus fundamentos e condições, frequentemente ocultos, e das leis do amor que o possibilitam e garantem. Como a sabedoria chega a nós? Como nos é revelada? Como a vivenciamos de perto? Quando chegamos a nossos limites, aos limites de nosso conhecimento, aos limites de nossa ciência e aos limites daquilo que nos é possível com sua ajuda. Nestes limites ela alcança seu valor. Revela-se pelo seu efeito no caso do sucesso e no caso do fracasso. As CONSTELAÇÕES FAMILIARES O âmbito da sabedoria e suas ordens abriu-se a nós de uma maneira surpreendente e misteriosa através das Constelações Familiares. Este âmbito encontra-se amplamente além da ciência. Até hoje a ciência não pôde encontrar uma explicação para os movimentos que se mostram, por exemplo, quando numa constelação são colocados representantes de membros de uma família uns em relação aos outros arbitrariamente e estes representantes, de repente, sem conhecê-los, sentem como os próprios membros da família, quando, em outro nível da consciência, entram em contato direto com eles. A ciência tampouco pode explicar de um modo cientificamente direcionado o que se revela para todos.
  • 12. Este é o começo. O que acontece depois? Quando permitimos aos representantes se moverem tal como se sentem dirigidos por um movimento interno, vem à tona o que nessa família feriu as Ordens do Amor, e quais os seus efeitos em seus membros, como também no seu sucesso em sua vida e em sua profissão. Também é admirável que isto venha à tona em poucos minutos sem que algo precise ser dito. Quando os atingidos se expõem a estes movimentos, são conduzidos por eles a soluções que reestabelecem a ordem e põem ao alcance do olhar o caminho ao sucesso. Apenas com os movimentos mostram que decisões estão pela frente e em que direção se encaminham para conduzir a empresa e a nós mesmos com sucesso. Isto pressupõe, por outro lado, que quem oferece e dirige uma constelação assim, age com sabedoria e submete-se a suas indicações e movimentos. Já pelo fato de estar presente, mantém-se a serviço dessa sabedoria e é tomado por ela a seu serviço para outros, como servidor do sucesso para eles e para muitos. Em meu livro Êxito na vida, Êxito na profissão. Como ambos podem ter sucesso juntos descrevi o que isto significa em detalhe e como podemos entrar pessoalmente neste movimento. Lá, onde o fracasso ameaça na profissão, mediante uma constelação vem imediatamente à tona o que é que ficou sem solução na família e em outras relações da pessoa atingida, e como isto influi no sucesso e no fracasso. Se na vida algo é colocado em ordem, também se consegue a ordem no campo profissional. Neste livro os conduzo mediante histórias concretas de cursos em diferentes países em direção aos movimentos da sabedoria no nível do trabalho e das empresas. Cada história é única. Juntas, dão uma imagem clara, como quando, de maneira semelhante a um quebra cabeças, todas as imagens individuais compõem uma imagem total.
  • 13. A BREVIDADE É surpreendente com que rapidez vêm à tona os obstáculos e os passos decisivos para a solução. Uma constelação dirigida ao sucesso profissional dura, via de regra, 20 minutos, raramente mais de 30. E acabou. O ALCANCE Também é surpreendente que uma constelação assim alcance aqueles ausentes que têm um papel nela, mas dela nada sabem. Uma pessoa da Malásia que se dedica às Constelações Familiares, conhecedora de meu trabalho, informou durante um curso em Hong Kong sobre as Leis do Sucesso na empresa, sobre o efeito de uma só constelação para um cliente. “No ano passado, veio a mim um homem cuja empresa tinha muitas contas a receber, portanto só tinha o dinheiro nos livros, mas não em suas mãos.” Quando esse homem contava aquilo ao grupo, sorria. Eu tomei isso como uma indicação de que essa situação remetia a algo não resolvido em sua família de origem. O pano de fundo familiar era que seu pai havia sido adotado por outra família e só muito tempo depois pôde voltar para sua família de origem. A sensação de seu pai de não poder pertencer ao grupo vibrava ainda nele. Pouco depois da constelação sobre sua família e sua empresa, seus clientes pagaram as contas pendentes. Além disso, fechou um grande contrato e os clientes pagaram adiantado 40% do preço de venda apesar da crise financeira mundial. “Como empresário nunca havia vivido antes algo assim.” A HELLINGER SCIENCIA® As Constelações Familiares no âmbito das empresas e da profissão, mostraram que só foram possíveis em sua forma atual quando pude explorar novos âmbitos através de novas compreensões. Reuni essas
  • 14. compreensões na marca Hellinger Sciencia® e agora aplico as Constelações Familiares predominantemente desta forma. Extraí essas compreensões das experiências que tive até agora com as Constelações Familiares e através de observações. Embora no início as Constelações Familiares fossem usadas e provadas predominantemente no campo da psicoterapia, com o passar do tempo demonstrou-se que as compreensões adquiridas com sua ajuda sobre as Ordens do Amor, regem em todos os âmbitos da vida. Pode ser resumida como uma ciência universal em seu sentido mais pleno. Como âmbito novo da aplicação destas ordens, acrescentou-se ultimamente aquele campo da vida no qual passamos a maior parte de nossa vida: o campo profissional. Mostrou-se que o sucesso e o fracasso neste campo dependem da medida em que observamos também nele as ordens e as desordens do amor. REFLEXÕES A PROFISSÃO “Profissão” significa professar algo que nos toma a seu serviço para algo. Propõe-nos as exigências correspondentes que devemos cumprir para exercê-la. A profissão se escolhe. Somos chamados para ela ou por ela, geralmente de maneira especial. Por exemplo, depois de uma escolha. Muitos se sentem chamados para algo especial, via de regra, por um poder superior, ao que são chamados a servir de uma maneira também especial. Às vezes se sentem chamados contra sua vontade, pois receiam que as exigências unidas a este chamado superem suas forças. Defendem-se deste chamado, como muitos profetas do Antigo Testamento. Porém, no final sua resistência pouco lhes serve. Precisam se submeter.
  • 15. Olhando com mais atenção, descobrimos que em toda profissão há um chamado assim, na maioria das vezes, inclusive pelo fato de que temos dotes especiais para ela e que outros esperam que sigamos esse chamado, seja o que for o que ele nos peça. Só temos sucesso se atendermos a ele. Fracassamos quando tentamos evitá-lo. Por exemplo, se desejarmos algo mais fácil para nós, algo que exija menos de nós. Só quando realizarmos nossa profissão, quando a realizarmos com entrega, sentiremos que nossa vida está completa. A profissão mais significativa para a vida de muitos é a de empresário. Esta se encontra no topo de muitas profissões. Conduz muitas profissões a um objetivo comum, a um sucesso comum para muitos. O sucesso de um empresário beneficia muitos. Seu fracasso, não só o afeta, mas também muitos outros de cuja colaboração sua empresa depende. Junto com eles, afeta muitas famílias. Provavelmente a empresa mais difícil é a família, a que propõe as máximas exigências ao indivíduo, especialmente à mãe. Aqui surge a questão: Qual é nossa posição a respeito desta empresa e de seu principal dirigente, nossa mãe? Permitimos a ela e a nós ser seu sucesso em todos os aspectos? Rejeitamos de diferentes maneiras o sucesso pleno desta empresa? Uma observação é - e isto tem a maior importância para nosso trabalho e nossa empresa - quem nega a sua mãe a colaboração no sucesso de sua empresa, nega também a si mesmo o sucesso em sua empresa e em sua profissão. O que for que consigamos, nossa mãe o consegue. Seja o que for no que fracassemos, nossa mãe fracassa. Se nossa mãe tem que se afastar de nós quando rejeitamos e desconhecemos seus serviços, então muitas pessoas nos abandonam, e com elas nosso sucesso.
  • 16. Como encontrar o caminho do sucesso em nossa profissão e em nossas empresas? Como encontrar o sucesso em todas nossas relações, o sucesso permanente? Permitindo que nossa mãe tenha sucesso conosco. O sucesso em nossa profissão tem a cara da mãe. Quem puder se dirigir à mãe com respeito e amor movimenta-se em direção ao sucesso em sua profissão e em sua empresa. E, ao contrário, se nossa mãe tiver que se afastar de nós, com ela também o sucesso se afasta de nós. Onde começa, então, o sucesso em nossa profissão e em nossa empresa? Com nossa mãe. O TRABALHO O trabalho adoça a vida”, diz o ditado alemão. A segunda parte da frase, “a preguiça reforça os membros”, deixarei passar. Para que ter os membros fortes, se depois de um descanso não servem, reforçados, para o trabalho seguinte? Tudo o que vive permanece em um movimento que mantem e leva a vida adiante. Nossa vida se preenche mediante um desempenho, um desempenho permanente. A vida trabalha. Em primeiro lugar, uma necessidade vital obriga-nos a trabalhar. É mais belo se a alegria de viver empurra-nos ao trabalho bem sucedido. A alegria de viver vira alegria de trabalhar. Vira alegria pelo trabalho bem sucedido, e o trabalho bem sucedido vira alegria pela vida bem sucedida. O trabalho desagrada quando a vida nos desagrada. Também o trabalho imposto desagrada. Então nós o realizamos a contragosto. Passa a ser, para nós, um trabalho de escravo, que serve mais à vida de outros do que à nossa. Às vezes, trabalhando, saímos de uma situação opressiva e limitante. Em vez de nos paralisarmos com ela, sobressaímos pelo próprio trabalho e desempenho. O trabalho nos mantém vivos também em situações
  • 17. difíceis. Ele também nos causa alegria, mesmo que por um tempo ainda secretamente. Neste caso, conseguimos mediante o trabalho, duro no início, a liberação em direção a uma vida própria e plena. A perspectiva de seu sucesso dá- lhe asas. Tudo o que é criativo está trabalhando, continuamente. Tudo o que cresce está trabalhando, continuamente. O mesmo ocorre com tudo o que serve. Tudo o que causa prazer a nós e aos outros está trabalhando e o conseguimos com o trabalho. Há mais uma coisa que trabalha para nós: o tempo. Ele trabalha para nós se o acompanharmos em lugar de nos determos. O tempo, que sempre leva para além, é uma metáfora daquelas forças criativas que abençoam nosso trabalho, pois - em sintonia com elas - serve à vida de muitos e leva a vida adiante. Aqui rege a frase “o sucesso segue ao serviço bem sucedido”. Nosso trabalho é a coroação do amor. O amor sempre está trabalhando e o faz com amor. Este amor vai ao encontro do amor recíproco. Mostra- se como um reflexo que volta a nós como resposta. Reflete-se com sucesso. O BENEFÍCIO O trabalho bem sucedido nos traz beneficio. Nós o chamamos de salário. Desfrutamos deste benefício. É o salário merecido pelo nosso trabalho. Para que nos cause prazer, deve corresponder ao trabalho realizado. Este benefício é um aumento de vida e de possibilidades de vida. Beneficia nossa vida e também a vida de muitos outros aos quais servimos com nosso trabalho. Este benefício é em primeiro lugar um ganho de vida. Portanto exigimos pelo nosso trabalho o salário correspondente. Se este salário nos é negado, diminui nossa alegria pelo trabalho e pelo
  • 18. desempenho no trabalho e com isso nossa alegria pela vida e pelo nosso desempenho. Onde quer que o realizemos, empregamos nosso trabalho, segundo a possibilidade, com benefício. Este benefício é, para nós, uma parte importante de seu sucesso. Inversamente, evitamos aquilo que nos traz perda. Deixamos de lado aquilo que acrescenta pouco à nossa vida. Nós nos dedicamos a procurar um trabalho e uma tarefa que nos traga benefício. Aquilo que beneficia mais é aquilo que serve à vida que está por vir. Existe algum benefício maior do que os filhos próprios? Qual é o trabalho que rende mais do que aquele que serve a eles? Todo benefício serve, no final, àquela vida que vem depois de nós. Ela serve como uma medida de valor para tudo. Só ela prossegue. A COLHEITA A colheita é o fruto da maturidade bem sucedida. Chega com o tempo, a seu tempo. Além de nosso serviço, a colheita depende também de circunstâncias favoráveis. Por isso, para obter a colheita que procuramos, é importante criar as condições que a favoreçam. Por exemplo, um ambiente favorável que beneficie e faça frutificar o rendimento de nosso trabalho. Nosso benefício depende em grande medida de uma colheita. A colheita é, em seu sentido original, algo que cresceu. Apoia- se em algo que a sustenta. Muitas coisas devem colaborar de uma determinada maneira para que algo a sustente e nos seja presenteada. Uma colheita assim beneficia muitos. É medida pelo quanto serve a nós e a outros. Tem seu próprio valor interno, um valor vital. O benefício também é uma colheita. Nossa colheita se mede geralmente pelo seu benefício. No entanto, há uma hierarquia entre ambos. Primeiro vem a colheita, e depois o benefício.
  • 19. A questão é: Para o que olhamos primeiro em nossos sucessos? Olhamos primeiro para a colheita e, só em sintonia com ela, para o benefício? Colocamos em jogo, algumas vezes, a colheita por causa do benefício? Se o benefício continua sendo o principal, quanto tempo permanecerá sem uma colheita que o suporte? Se percebermos o que acontece em nós, se nossa atenção fica focada em primeiro lugar no benefício, sentimos a diferença. Sobretudo se percebermos o que muda em nossos funcionários quando seu trabalho serve menos á colheita do que ao benefício. Dá prazer aos funcionários, e também a nós, primeiro a colheita e depois o benefício. Se atendermos primeiro o benefício, o que nós e eles ainda produziremos para a colheita? Aqui se mostra uma ordem do sucesso. O sucesso segue uma colheita; esse sucesso e sua colheita beneficiam muitos. São respeitados e bem- vindos por isso. Quando o benefício foi colocado em primeiro lugar podemos observar depois de um tempo: o que a água traz, ela leva. Só a colheita acaba sendo para nós e para os outros um benefício propriamente dito, um benefício que permanece. DETER-SE Um movimento iniciado por nós detém-se mais tarde ou mais cedo, chegando a seu fim. Muitas vezes vira-se e movimenta-se em direção contrária. Aniquila aquilo que tinha alcançado antes. Um sucesso, por exemplo, que vai longe demais, inverte-se depois de um tempo. Transforma-se em seu oposto. O que isso significa para os sucessos de nossa vida? Prevemos seu fim ou sua inversão. Pulamos a tempo do trem em andamento, antes que pare, e começamos de imediato algo novo desde o início. Esse novo também permanece apenas por certo tempo. Também aqui percebemos quando alcançou seu ápice, e seu sucesso e sua significação
  • 20. começam a reluzir. Nós o soltamos antes que chegue ao seu fim e recomeçamos. Quem nunca para é o espírito. Tudo o que é criativo nunca para. O que isso significa para nossas empresas? Elas se renovam e crescem continuamente. Não existem sucessos velhos, só sucessos sempre novos. Só eles mantêm o impulso de nossa vida. Aquilo que queremos eternizar e garantir encaminha-se previsivelmente ao seu fim. Ainda mais: retém-nos. Este seria o outro significado do deter-se: detém e retém ao mesmo tempo. Que ação estaria anunciada neste caso para nossos sucessos? Enquanto ainda duram, nós nos libertamos deles para os sucessos que lhes seguem. Como? Olhando para diante, para a frente deles enquanto duram. Acontece o mesmo com nossa vida. Em seu ponto culminante, geramos a nova vida que seguirá a nossa, até que também esta, no ápice de seu sucesso, coloque em movimento o sucesso seguinte, no qual segue atuando e permanece. MEDIDO E DESMEDIDO Medir significa fixar as dimensões de algo para estabelecer onde estão seus limites. O desmedido é o contrário. Quem age de maneira desmedida, vai além de seus limites, de modo que põe em perigo os limites de outros e os seus próprios. O que limita nossos sucessos, por exemplo, é a concorrência. Ela obriga cada um a dar o melhor. Aquele que, finalmente, resulta ser o melhor entre muitos, coloca os limites a seus concorrentes, sem agir com descomedimento. Com seu sucesso ampliou e garantiu seus limites em benefício de muitos. Age com descomedimento quem sobrestima seu
  • 21. sucesso, por exemplo, quem se considera bem sucedido sem sê-lo realmente. Age com descomedimento quem espera maiores benefícios ou salários que os que correspondem a seu desempenho. Depois de um tempo é reduzido aos limites correspondentes a seu desempenho. Nosso sucesso é, afinal, o salário adequado a nosso desempenho e nosso serviço. Cresce com nossos desempenhos e é reconhecido e valorizado de maneira correspondente a eles. É medido constantemente com nosso serviço. Depois do serviço feito, vem o sucesso, em forma do salário que lhe corresponde, nem alto demais nem baixo demais. Permanece nos limites estabelecidos pelo nosso serviço. SUFICIENTE “O que é bom nunca é demais”, dizem alguns. Isto também vale para nossos sucessos: nunca são suficientes, sempre pedem mais. Muitos sucessos, sobretudo aqueles similares e iguais, causam tédio depois de um tempo, em nós e nos outros. Suspiramos quando acabam. No fundo trata-se dos mesmos velhos sucessos. Quando acabam, deixam espaço a sucessos novos que levam mais além. Alguns negligenciaram através de seus sucessos velhos, os novos e essenciais. Quanto mais cedo pararmos com os sucessos velhos, tanto mais rápido virão os novos. Nossos sucessos têm uma medida. Quando ela está cheia, isto é o suficiente para nós e para os outros. Anuncia-se algo novo e mais importante para nossa vida, perante o qual empalidecem e murcham nossos sucessos velhos. Quando algo é suficiente, pode acabar, de tal maneira que deixa espaço ao novo. Senão, como diz Rainer Maria Rilke em seu poema “O homem
  • 22. que contempla”, os velhos sucessos nos deixam pequenos perante algo maior e criativo. Perante estes poderes permanecemos pequenos inclusive com nossos maiores sucessos. Em sintonia com estes poderes passamos de um suficiente ao seguinte, pequenos e ao mesmo tempo cheios de força, cada vez mais dispostos a mais sucessos vitais. Como? Dispostos para a plena ação. A BONDADE Bondade significa: querer bem a alguém. Quero bem a ele tal como ele é. Como se mostra essa bondade? Da minha parte deixo que os outros sejam como são. Em minha presença podem mostrarse como são, sem temer que eu faça alguma objeção. Por isso nós nos sentimos bem perante pessoas bondosas. A pessoa bondosa também é boa para si mesma. Ela é boa para si mesma tal como é. Também é boa de coração. A pessoa bondosa fica como é, ou torna-se mais para si e para outros através de sua bondade? Porque é boa, a bondade permite frutificar muitas coisas a seu redor de uma maneira boa. Geralmente basta com que a pessoa esteja presente, sem fazer nada, como o sol, que ao brilhar faz com que a vida prospere. A bondade acaba assim que fizer distinções. No momento que faz distinções prefere uma coisa ou outra. Distingue entre algo melhor para ela e aquilo que considera não tão bom ou ruim. Então também aqueles que consideram a bondade boa num momento, temem não ser considerados tão bons por ela depois de um tempo, temem que a bondade deixe de ser bondosa com eles. A bondade verdadeira é bondosa com tudo. Tal como Jesus diz de seu pai celestial: “Ele deixa o sol brilhar sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos”.
  • 23. O bondoso aprova também os maus e os violentos, os que agem contra a vida de outros e inclusive matam, às vezes, de uma maneira que até o céu se revolta? O bondoso é bondoso com eles, da mesma forma que é bondoso consigo mesmo, pois percebe em si mesmo os mesmos impulsos: em seu coração, em sua profundidade oculta, o mesmo potencial cruel e maligno. O que acontece, então, com aqueles que consideram muitos outros piores que si mesmos? O que acontece com aqueles que, perante o que é maligno e cruel, sentem acender em outros e em seus próprios corações o que é maligno e cruel, o que os iguala com aqueles que eles rejeitam, que os faz semelhantes no mais profundo de seu interior? A bondade que, como uma gota de água macia e mole, depois de um tempo amolece até a rocha mais dura, torna-se irresistível a qualquer pessoa má e ao maligno no próprio coração. Inclusive a rocha mais dura dissolve-se, depois de um tempo, na água mole. Esta bondade é uma bondade divina. Amolece até a rocha mais dura, levando-a finalmente com a água da mesma fonte ao mesmo oceano, o oceano de uma bondade infinita. A PROFUNDIDADE Toda bênção procede da profundidade. Toda vida na Terra provém da profundidade. Alimenta-se da profundidade e volta a se afundar nela. De volta para quê? Para uma vida maior, permanente, pois a profundidade é viva. Nesta profundidade vivem os mortos, todos os mortos. A profundidade os acolheu. Desta profundidade tornam à luz. De que maneira? Vêm por um tempo à luz através dos vivos, para se afundar novamente na abundância da profundidade. O que acontece com a altura e a distância? Elas estão no início de uma profundidade. Mesmo em relação ao espaço sideral, a essência da
  • 24. distância, falamos de sua profundidade. Também sua profundidade é como toda profundidade, insondável. Neste sentido, os pensamentos profundos são insondáveis e as palavras profundamente comovedoras com as quais os expressamos. Quando as ouvimos e nos guiamos por elas, só nos resta delas algo tangível, como a profundidade da qual provêm. Por exemplo, a palavra “mamãe”. A morte também é profunda? Tem a força da profundidade? Ou permanece, junto a tudo o que associamos a ela, em um primeiro plano sem profundidade, como uma porta de entrada e transição para algo que vem depois dela? Profunda é a sabedoria. Também ela vem da profundidade, de uma profundidade insondável, conduzindo a essa profundidade. Profundo é, nesse sentido, o amor, o amor profundo. Provém da profundidade, da profundidade da alma. Ele é propriamente o sentimento profundo. De que profundidade provém esse amor? Provém de uma profundidade insondável. Nunca acaba. Porque a profundidade permanece insondável para nós, está cheia e vazia ao mesmo tempo. Puxa-nos a um vazio que nunca fica cheio. Por isso sua atração nunca termina. A profundidade permanece em movimento em direção ao mais, em direção ao infinitamente mais. Na profundidade acaba o superficial e o transitório. Por exemplo: a preocupação, a culpa, todo benefício e toda perda - todo final. Voltam da profundidade, um dia, à superfície e à luz? Da profundidade ascende algo inesperado e novo. Esse novo é realmente novo? Da profundidade traz à tona todo o passado, oculto no novo? Algo começa realmente do início? Não é sempre ambas as coisas, final e início ao mesmo tempo, mas cada vez diferente, cada vez maior? Como podemos viver nossa vida em plenitude? Só da profundidade, da profundidade total. Vivemos nossa vida fundamentada nela, segurados
  • 25. por ela e atraídos em direção a ela, sem fim como ela. Vivemos a vida serenos e centrados, plenos e vazios ao mesmo tempo e, no entanto, totalmente presentes, atemporais. A MORTE As empresas são a obra de uma vida, uma obra a serviço da vida. Nelas atua um movimento que, depois de um tempo, torna-se independente, de maneira tal que elas continuam, como se tivessem um princípio vital próprio, independente daqueles que lhes deram vida. Neste sentido são como seus filhos. Continuam vivendo como seus filhos. Andam sobre seus próprios pés quando seus autores abandonam o cenário da vida e outros continuam interpretando em seu lugar o jogo da vida. Da mesma maneira que os pais quando envelhecem, retiram-se paulatinamente da vida de seus filhos. Deste modo os empresários saem paulatinamente da vida cotidiana de suas empresas quando a obra de sua vida segue seu caminho também sem eles. Cedem a direção a outros, que continuam dirigindo em seu lugar aquilo ao que deram vida. Pode ser que sua empresa ainda leve seu nome, mas logo aqueles aos que ela serve relacionarão esse nome cada vez mais com seus produtos. O nome de seu autor e sua lembrança passam a um segundo plano até afundarem com ele no túmulo. Como encaramos como empresários, seja no campo que for, o final de tudo o que foi conseguido? Imaginamos o final antes de ele chegar. Internamente atravessamos antes um limite, como se passássemos a um outro espaço, inclusive a uma outra vida, na qual aparece apagado o que aqui termina, porque devemos começar outra coisa. Depois retornamos a nossa vida cotidiana. Como? Alegres. Fazemos com que nossa luz brilhe de outro modo sobre nossas empresas e sobre aqueles aos quais servem. Nós deixamos a eles seu próprio tempo e vamos com outro tempo. Como? Plenos e serenos para o próximo que espera por nós, abertos e vazios.
  • 26. A PERSPECTIVA A perspectiva sempre vai à frente. Esta perspectiva tem futuro. Vai em direção a algo maior e vai para o mais. Quem quiser ter sucesso olha sempre para a frente. Movimenta-se em direção ao sucesso seguinte e novo. Assim como nossa perspectiva, assim será nossa ação. Assim como nossa perspectiva, assim será nosso ânimo e nosso impulso. De onde vem essa perspectiva? Abrange-nos de fora? Ou abrangemos com ela tudo o que virá, algo que virá e deverá vir porque o colocamos no nosso campo de visão? A perspectiva cria aquilo que vê. Cria-o com confiança. Nossa perspectiva se torna criativa na medida em que a queremos. Ainda mais: nossa perspectiva arrastra muitos outros. Ao mesmo tempo, a perspectiva está acordada. Coloca o olhar em muitas coisas e está a caminho com ele. Portanto, como começa nosso sucesso? Começa no interior, em nosso espírito, com uma perspectiva. Esta perspectiva é otimista. De onde a nossa perspectiva tira seu impulso? Da plenitude do sucesso que outros veem em nosso trabalho. Esta perspectiva nunca procura algo que nos falta. Transborda daquilo que já temos. Dá em vez de tomar. Serve a uma coisa e, através disso, ao progresso de muitos. Onde está nosso sucesso? Já está a caminho com nossa perspectiva em relação a ele. A DECISÃO Nossa ação decisiva começa com uma decisão. Ela põe nossa ação em movimento. Toda decisão é uma ousadia e às vezes uma aventura de resultado incerto. Muitas vezes é uma decisão corajosa.
  • 27. A decisão certa chega no momento adequado. Se a tomarmos rápido demais logo lhe falta a força para se impor. Se a tomarmos tarde demais vai mancando atrás do sucesso. A decisão precoce demais acaba sendo, geralmente, imprudente e irrefletida. A decisão tardia demais acaba sendo paralítica. Fica pendurada em outras coisas em vez de guiar. Com nossa decisão fazemos o começo, apenas isso. Depois dela vem a seguinte, que faz com que a anterior avance. É uma decisão nova, seguida por uma reflexão e uma percepção novas. Frequentemente afasta-se da primeira decisão, pois esta apenas pode cumprir-se mediante uma nova. Toda decisão é provisória. Não podemos descansar numa decisão velha nem confiar nela. Permanecemos em movimento mediante novas decisões permanentes. Assim acontece com nossa vida. Para continuar precisa permanentemente de decisões novas. Assim acontece com todo sucesso. O sucesso seguinte vem com a decisão seguinte, com uma decisão decidida. Ela tem efeito naquilo que decidimos com força, com amor. A PRECAUÇÃO Devemos ser cautelosos quando há uma ameaça de perigo. Este perigo provém, geralmente, do exterior. E, às vezes, do interior. Nós nos expomos ao perigo externo estando acordados. Nós o medimos, avaliamos como evitá-lo ou, se necessário, como ir direto a seu encontro, de igual para igual. Para poder afrontar um perigo com sucesso, a precaução precisa de decisão e coragem. Estes fazem com que os outros sejam também cautelosos conosco. A precaução hesitante, com a qual nos afastamos em vez de avançar, não nos deixa alcançar o grande sucesso. Ele foge dela.
  • 28. A precaução bem sucedida anda de mãos dadas com a coragem alerta que nos torna capazes de olhar de frente um perigo ou um acontecimento ameaçador. Ainda há uma outra precaução. O ditado alemão, por exemplo, diz: “A cautela é a mãe do vaso de porcelana”. Quer dizer que lidamos com precaução com nossos recursos, nossas ferramentas e com as pessoas de cuja colaboração depende nosso sucesso. Esta precaução é, no fundo, valoração e respeito. Sem ela sofreremos prejuízos. Neste sentido, lidamos com precaução com nossa renda. Estabelecemos reservas para os tempos de penúria. Nossa precaução torna-se, neste caso, previsão. Às vezes somos cautelosos neste sentido com nossas palavras. Onde convém, nós a retemos prudentemente. Só mostramos algumas poucas cartas. Esta precaução se torna uma estratégia sábia. O outro deve mostrar primeiro as cartas. Neste caso, a precaução pede confiança mútua antes de dar um passo juntos. Uma precaução excessiva também se opõe a um empreendimento comum. O grande sucesso, às vezes, nos pede o primeiro passo gerador de confiança contra toda precaução. O que nos pede, então, a precaução? Às vezes, ser incautos. A POBREZA A pobreza parece ser o contrário do sucesso. Sem sucesso, alguém empobrece. Inclusive na pobreza, um pobre deve ter sucesso em muitos aspectos para poder viver. A habilidade para poder sobreviver na pobreza provocada, por exemplo, pela desgraça ou uma catástrofe, transforma-se numa excelente conquista para estes pobres. Refiro-me a outra pobreza. Os pobres, por exemplo, de uma favela, tornam-se às vezes uma comunidade conjurada. Para eles acaba sendo
  • 29. muito mais difícil sair dessa pobreza, pois isto seria como se perdessem suas raízes. Uma fidelidade profunda os vincula a seus concidadãos pobres. No entanto, como podem ter sucesso? Com modéstia. Permanecendo modestos se mantêm vinculados a suas raízes, mas se desenvolvem numa outra direção. Esta pobreza é uma pobreza de espírito. Começa no espírito, permanece no espírito e muda no espírito. Superar esta pobreza é um sucesso do espírito. Primeiro, ainda de forma oculta, é um sucesso secreto. Depois, aos poucos, a mudança a outro campo espiritual é um sucesso decidido. Também neste caso acontece com o maior êxito quando não chama a atenção, quando é insuspeito, sem ser percebido pelos outros. Deste modo, um pobre “se liberta” lentamente de sua pobreza, de forma autônoma, com sucesso. Chegando à outra margem, apenas olha para a frente, com humildade. Deste modo seu sucesso pode crescer dentro dele e permanecer, sendo um sucesso modelo para outros pobres. AUTÔNOMO Todo empresário é autônomo. Vira empresário quando se torna autônomo. Passa de empregado a empregador. Guia em vez de seguir. Também há empresas associadas nas quais vários autônomos se unem numa sociedade. Mesmo trabalhando unidos, cada um continua sendo autônomo em sua área. Continuam sendo sócios autônomos, como num escritório de advocacia, por exemplo. A questão é: Em que medida um empresário continua sendo autônomo? Cede às vezes sua autonomia a outros? Por exemplo, a seus investidores? Os investidores servem a ele ou ele lhes serve predominantemente? Podem inclusive acabar com ele depois de um tempo?
  • 30. Qual seria a solução? Um empresário permanece com seus sucessos dentro do contexto que lhe permite continuar sendo autônomo. Neste caso não se deixa engolir por outras empresas. Pelo contrário, se um empresário engolir outra empresa, pode continuar sendo autônomo? Continuar com isto detalhadamente vai para além de minha competência. Paro por aqui. Apenas é uma sugestão para ser refletida. A cooperação de duas ou mais empresas independentes acaba sendo muitas vezes, a longo prazo, o modelo de sucesso mais valioso e reconhecido, sobretudo porque vincula mais os funcionários de cada uma das empresas a sua própria empresa, com uma disposição permanente ao desempenho como consequência. E uma disposição autônoma ao desempenho, pois cada empresa também vive independente e autônoma de uma maneira boa. O mesmo vale dentro de cada uma das empresas. A convivência autônoma dos funcionários individuais e das diferentes seções os transforma em terceirizados. Vivem autônomos entre si, e estão dispostos a uma cooperação amplamente autônoma com os outros. ADIANTE Muitos sucessos nos precedem. Eles se anunciam. Apenas temos que segui-los. Estes tipos de sucessos acabam sendo inevitáveis. Assim, por exemplo, depois da concepção vem a gravidez e depois o nascimento. Depois de alcançada a concepção, o sucesso seguinte vem por si só. O primeiro sucesso é fundamental. Precede os outros. Um empresário bem sucedido precede seus funcionários. Também precede o tempo. Vê aquilo que se anuncia como o seguinte e necessário. O que leva ao sucesso, sobretudo, é a visão ampla. Esta precede sua realização. Vira uma previsão.
  • 31. Podemos prever com maior facilidade quando deixamos algo do passado no passado, sem olhar para trás. Senão, o passado nos distrai da previsão. Em vez de olhar para diante, olhamos para trás. Por que estamos tentados, às vezes, a olhar mais para trás do que para a frente? Temos a esperança de que algo que não teve sucesso no passado se inverta posteriormente ou se recupere. Este olhar nos paralisa. Deixar o passado como está e reconhecer que não é possível retroceder de modo algum é uma conquista espiritual. Ela vem depois da renúncia total. Esta renúncia ultrapassa o sucesso no futuro. Se for alcançado, este sucesso é o que precede os outros. Depois deste virão, por si mesmos, os sucessos novos. Para eles o caminho está livre. Só têm que vir. Estes sucessos também são um avanço para muitos sucessos que virão depois deles. Então, para onde olhamos? O melhor é, em todos os aspectos, olhar para diante, com confiança. EM COMUM A imagem arquetípica de uma empresa afinada a cada instante e direcionada ao nosso maior sucesso, na harmonia perfeita de todos seus movimentos singulares, é nosso corpo. A questão é: Neste caso, quem é o empresário? Quem ou o que dirige estes movimentos? De onde vêm os portadores destes movimentos? Quem ou o que são os terceirizados, por um lado autônomos e por outro lado totalmente sintonizados com os outros empresários em suas tarefas? Quem dirige estes movimentos? A quem obedecem? O nosso corpo é também um terceirizado? Autônomo por um lado e, no entanto, a serviço de uma grande corporação que o ultrapassa, na qual se dissolve e na qual também pode ser trocado ou substituído de outra maneira ou mantido disponível como reserva?
  • 32. Com nosso corpo continuamos sendo funcionários confiáveis dessa corporação? Cedemos de vez em quando, sem nos empenharmos plenamente? Fazemos pausas longas demais ou não estamos a tempo no nosso posto quando chega nossa próxima tarefa, que devemos realizar com sucesso? Quando mais tarde viramos empresários, como aprendemos a dirigir esta empresa em sintonia com este grande empresário? Como um terceirizado, junto a muitos outros terceirizados, olhando o nosso grande empresário e seguindo sempre suas instruções, obedecendo a ele com sucesso? Quem é este grande empresário? Conseguimos vê-lo? Seu nome é “vida”. E a vida que age por igual em todas as vidas. Como seus terceirizados dizemos a ela em todos os momentos: “Sim”. Suas instruções são ordens para nós. Algumas vezes ela se revela a nós? Nós a olhamos no rosto ou inclusive no coração? Nós a experienciamos de maneira imediata em nosso corpo, e como a experienciamos? Nós a experienciamos como amor - por nós e por todas as outras vidas. Nós a experienciamos como amor por nós e por todos. Como? Juntos, com todos. As Histórias Do curso de Curitiba, Brasil. 19 e 20 de agosto de 2008. 160 participantes. Língua do curso: alemão e português.
  • 33. OS SEGREDOS DO SUCESSO Estou feliz de estar em Curitiba e agradeço cordialmente a Teresa e a todos seus colaboradores, que prepararam tão bem este curso. Em primeiro lugar gostaria de dizer algo sobre o sucesso. Vejo que a mãe de Teresa também está aqui. Nela podemos ver o que é o sucesso. O maior sucesso são os filhos. Sucesso é aquilo que serve à vida. Também contam entre eles, naturalmente, as empresas. Sem as empresas muitos morreriam de fome. As empresas possibilitam, com aquilo que realizam, que muitos continuem na vida e as suas famílias também. Alguns colocam as empresas em contraposição à vida. Acontece que as empresas são a base da vida de muita gente. Por isso gostei de vir aqui para mostrar como muitas leis, que valem em outras relações, podem ser aplicadas às empresas. Tudo o que queremos e faremos durante este curso está a serviço da vida. Neste curso demonstrarei as leis da vida de maneira tal que todos os presentes ganhem algo para si. Quando trabalho com um indivíduo com problemas relacionados com sua empresa, tenho todos em meu campo de visão. Explicarei o que faço aqui de tal modo que todos possam aprender algo. Bem-vindos, então, a uma grande aventura, uma aventura de sucesso. 1ª. HISTÓRIA: Declínio e auge Quero começar com alguém que tenha uma empresa própria e que queira descobrir com minha ajuda o que poderia ajudá-lo e a sua empresa. Há alguém que tenha ou dirija uma empresa que queira trabalhar comigo? Levantem a mão e eu escolherei um. Hellinger escolhe um homem e o convida para subir com ele ao palco. HELLINGER a esse homem: Bem-vindo. Do que se trata?
  • 34. HOMEM: Tenho uma empresa que trabalha com vidro, com copos. Eu sou a terceira geração dessa empresa e tenho dificuldades para adaptar o sistema velho ao sistema da globalização. HELLINGER: Qual é exatamente a dificuldade? HOMEM: Trata-se de problemas financeiros. Trata-se da concorrência e de adaptar os custos ao mercado. HELLINGER: Só tenho uma ideia geral, mas vamos olhar para isso. Ao grupo: Não conheço os detalhes de uma empresa. Isso é assunto do empresário e respeito sua competência. Mas sei algo sobre relacionamentos. Olharei, através de uma constelação, que tipo de relações há nesta empresa e o que a ajuda. Hellinger escolhe um representante do empresário e uma representante da empresa, colocando ambos, um em frente ao outro, a uns quatro metros de distância entre eles. HELLINGER ao grupo: Explicarei algo sobre o procedimento. Confio num movimento que acontece por si mesmo nos representantes. Não dou instruções nem tenho intenção alguma de fazê-lo. Por isso não intervenho nos movimentos a não ser que haja a indicação de que devo intervir. Os representantes se deixam conduzir por um movimento vindo de dentro, que toma conta deles. Via de regra, esses movimentos são lentos. Os outros participantes do grupo observam o resultado desses movimentos. HELLINGER ao grupo, depois de um tempo: Vemos, imediatamente, algo importante. O empresário está disponível para a empresa? Está olhando para a empresa? A empresa treme e se afasta. Isso quer dizer que precisa de algo para ter sucesso.
  • 35. Ao empresário: Ela precisa algo de você. Algo se interpõe entre você e a empresa. Ao grupo: Em poucos minutos compreenderemos o essencial. HELLINGER escolhe uma mulher como representante e lhe diz: Coloque-se entre o homem e sua empresa. Mas não lhe digo quem você está representando. Mas você mesma já sabe. A mulher se coloca a uns três metros de distância do homem. Então retrocede e a empresa se coloca atrás dela. A mulher se inclina sobre a empresa e cai no chão de costas. Também a empresa cai no chão. O homem também retrocede. Vira de lado e olha para o chão. HELLINGER ao grupo: Esta mulher representa a sua mãe. Comporta-se da mesma maneira que antes o fizera a empresa. Também esta retrocede e o homem não tem nenhuma relação com ela. Hellinger escolhe outra mulher e faz com que se deite de costas no chão, diante do empresário. Ela representa uma pessoa morta. HELLINGER ao homem: A empresa vai à falência. Pelos movimentos vemos que a empresa vai falir a não ser que encontremos uma solução. Vou procurá-la para você. O representante do homem passa lentamente ao lado da mulher morta e olha para o chão como se passasse ao lado de muitos mortos. Mantém as mãos abertas na frente com as palmas para baixo. A representante da mãe agita as mãos. HELLINGER ao homem: Algo grave aconteceu na família. Morreu muita gente. Morreu também gente através da empresa? HOMEM: Sim. HELLINGER: De que maneira? HOMEM: Primeiro o meu avô perdeu a visão e já não podia ver o que acontecia na empresa. Depois não pôde mais andar. Isto se estendeu por muitos anos.
  • 36. HELLINGER: Não, há alguns que morreram pela empresa. Seu representante olha para muitos mortos. HOMEM: Houve mortos em acidentes, acidentes de trabalho. HELLINGER: Quantos? HOMEM: Dois. HELLINGER: Há mais. HOMEM: Não há mais. HELLINGER: Espere. Não é necessário que diga nada. Receberemos a informação importante através daquilo que está se desenvolvendo aqui. O representante do homem continuou como se passasse junto a muitos mortos. Também quer passar ao lado da mãe. Quando se aproxima da empresa, esta retrocede e senta-se do outro lado da mãe. O representante do homem dá uns passos para trás. Então avança ao lado da mulher morta. Vira-se novamente e passa pelo outro lado da mulher morta, com as mãos sempre estendidas da mesma maneira. Depois de um tempo começa a tremer intensamente. Aproxima-se de novo da mãe. Esta se ergue até ficar sentada e retrocede ficando em frente a ele. Também a empresa se joga para trás. HELLINGER ao homem: Seu representante treme. A mãe também tem medo. Aqui aconteceu algo especial. Enquanto isso, o representante do homem aproxima-se novamente da mãe e da empresa. A empresa se afasta ainda mais. Quando o homem se aproxima mais da mãe, esta se joga para trás, mostrando ter medo dele. Também o homem treme intensamente. Então cobre as orelhas com as mãos. A mãe deita de bruços. HELLINGER: É evidente que sua mãe quer morrer. HOMEM: Ela tem uma depressão forte. HELLINGER: Ela quer morrer. Quer ir para uma pessoa morta.
  • 37. A mãe se arrasta até a morta. Ambas se abraçam com força. O representante do homem continua perambulando. Com uma mão cobre uma orelha, com a outra aponta para o chão. Então se move lentamente em direção a essa pessoa morta e a sua mãe. HELLINGER: Há muito mais. Funcionários foram demitidos? HOMEM: A empresa possuía 600 funcionários, agora só tem 29. HELLINGER: O que houve com os outros? HOMEM: Depois que meu irmão morreu, em 1990, começaram a demitir gente. HELLINGER: O seu irmão morreu de quê? HOMEM: Num acidente de trânsito. HELLINGER: Qual era a idade dele? HOMEM: 17. Quando meu irmão morreu, minha irmã desenvolveu uma doença grave. A concorrência quer ter uma parte daquilo que ainda temos. HELLINGER: Seu irmão era mais novo ou mais velho? HOMEM: Era oito anos mais novo. HELLINGER: Você é o mais velho? HOMEM: Sou o filho mais velho e o neto mais velho. HELLINGER: Então há vários em sua família que se sentem atraídos pela morte. Enquanto isso, o representante do homem vai até o chão. Pega a mão da mãe e quer afastá-la da morta. HOMEM: Meu pai desenvolveu nos últimos anos um câncer de pele e depois um câncer de próstata. Agora começou a desenvolver Alzheimer. HELLINGER: Você também se sente atraído pela morte.
  • 38. HOMEM: Sinto isso, mas minha vontade de permanecer vivo, de viver minha vida e de dirigir a empresa é maior. A empresa, enquanto isso, aproxima-se do representante do homem e quer atraí-lo para si. Este a rejeita. HELLINGER ao grupo: Podemos ver aqui que a empresa quer que ele esteja disponível, mas ele não está disponível. Estamos vendo aqui qual é o efeito de uma situação familiar numa empresa. HELLINGER ao grupo: A mãe o arrasta à morte, a empresa quer arrastá- lo à vida. Mas não obtemos as informações decisivas. Agora colocarei um segredo. É possível que algo venha à luz. Hellinger escolhe uma mulher e a coloca um pouco afastada dos outros. A mulher se inclina para trás como se fosse cair. Então dá uns passos para a frente. A mãe se afasta da morta e se ergue. Olha intensamente para o segredo e a representante da empresa faz o mesmo. A mãe se ajoelha e se curva profundamente perante o segredo. Também este se ajoelha e se inclina. A mãe e o segredo encostam a cabeça um no outro. A mãe atrai o segredo para si, como se fosse uma criança, e o abraça firmemente. O representante do homem também se ergue. Apoia a cabeça na empresa. É como se tivesse acordado. Depois de um tempo se ergue e respira profundamente. A mãe se move com o segredo em direção à morta. Os três se abraçam com força. Também o representante do homem e sua empresa se levantam e se abraçam com força. O homem se apoia de costas na empresa, que o segura por trás. HELLINGER ao homem: O que vemos aqui é que se o segredo está presente e sua mãe vai até ele, você pode ir à empresa. Você sabe o que é o segredo? Não precisa dizê-lo. Apenas quero saber se o sabe. HOMEM: Intuo algo.
  • 39. HELLINGER: Agora colocarei representantes dos funcionários. Hellinger escolhe três representantes e os coloca mais longe, um ao lado do outro. O representante do homem se volta para eles e continua sendo segurado por trás pela empresa. Olha para o chão. HELLINGER ao grupo: Agora vemos o problema. O problema é quase sempre o mesmo. Alguém ficou excluído. Há alguém que não tem um lugar, seja quem for. Um representante dos três funcionários, uma mulher, vai para os que estão deitados no chão. Estende a mão para a mãe. Esta pega a sua mão e a puxa com ela para o chão. Ê incluída no abraço. Outro representante dos funcionários se coloca na frente do representante do homem e cruza os braços nas costas. HELLINGER a este representante: diga-lhe “Por favor”. O representante cala. HELLINGER ao homem: Não pode dizê-lo, está zangado com você. Você se importa com o bemestar dos funcionários? HOMEM: Sim, muito. Depois de um tempo, Hellinger separa a empresa do representante do homem. Ela se coloca a seu lado. O terceiro funcionário se coloca à esquerda, do lado da empresa. O representante do homem se apoia nela. Hesita e não se atreve a olhar para o funcionário que tem na frente. Ele e a empresa olham para o chão. HELLINGER ao homem: Seu representante não tem força. A questão é: De onde pode receber a força? O segundo representante dos funcionários se aproxima dando um passo. Hellinger escolhe um homem como representante do irmão do homem e o coloca a certa distância do representante do homem.
  • 40. O representante do homem começa a soluçar. Estende a mão direita a seu irmão. Este se aproxima dele lentamente e puxa a empresa para trás de si. Estende os braços em torno de seu irmão. Os três, o representante do homem, seu irmão e a empresa se abraçam profundamente. O representante do irmão se ajoelha e puxa consigo o representante do homem e a empresa. Os dois funcionários estão juntos e olham para isso. O terceiro funcionário coloca por um instante uma mão na cabeça do empresário. O segundo funcionário coloca as mãos nos bolsos. A empresa puxa o representante do homem para afastá-lo do irmão. Hellinger escolhe quatro homens como representantes dos funcionários demitidos e os coloca, um ao lado do outro, com o resto, a certa distância. A empresa, o representante do homem e seu irmão olham imediatamente para eles. HELLINGER ao homem: A empresa olha para os funcionários demitidos. Todos olham para eles. HELLINGER vai com o representante do homem: Diga para eles “Vou trazer vocês de volta”. Diz isso soluçando. HELLINGER ao homem: Aí está o sucesso. Agora seu representante tem força. Você deve ampliar novamente a empresa para 900 funcionários. Risadas e aplausos no grupo. HELLINGER ao homem: Como se sente agora? HOMEM: Estou feliz. HELLINGER ao grupo: Ok, foi isso então. Aos representantes: Obrigado a todos. Aplausos no grupo.
  • 41. HELLINGER ao homem: Você ainda pode ficar. MAIS EM VEZ DE MENOS HELLINGER: Qual é a consequência para nós? Uma empresa floresce através do “mais” em vez do “menos”. HOMEM: Uns anos atrás, quando tudo isso começou, percebi que, de repente, cada um se preocupava apenas consigo mesmo, que havia muito egoísmo na empresa. HELLINGER: Este é o efeito. Assim que funcionários são demitidos, o resto passa a trabalhar menos. Já não estão ligados à empresa. Vale a pena rever a ideia de que se ganha com as demissões. Se o empresário disser aos funcionários: “Estou aqui para vocês. Quero que possam assegurar o sustento de suas vidas através de minha empresa, para isso preciso de sua colaboração”, ele vai obtê-la imediatamente. O que ele obtém além disso? Recebe ideias novas. As ideias provêm dos funcionários. Esta é a melhor globalização. Risadas no grupo. HELLINGER ao homem: OK. Então, muito sucesso! Aplausos e ovações do grupo. O LUCRO HELLINGER: Mediante este trabalho, ao confiarmos em algo que acontece como por si só, adquirimos compreensões importantes. Por exemplo, sobre o lucro. Que significa lucro? Lucro significa mais vida. Não significa: mais dinheiro. Significa: mais vida. Se uma empresa olha primeiro para seus funcionários e suas famílias, tornam-se uma comunidade de destino a serviço da vida. Isto mobiliza as forças decisivas. Não posso dizer mais sobre isso, pois sei pouco sobre as outras diversas leis que têm um papel aqui.
  • 42. Quando o empresário se preocupa com o bem-estar dos funcionários, o que acontece com ele? Como é respeitado? Como é apoiado? 2a . HISTÓRIA: Sucesso através do serviço HELLINGER: Vou continuar. Talvez pegue algo mais simples. Há alguém que tenha uma profissão, uma profissão importante, e sente que algo está faltando? Gostaria de constelar isso. Desta vez pegarei uma mulher. Quem gostaria? Hellinger escolhe uma mulher do público e pede para ela sentar-se a seu lado. HELLINGER: Do que se trata? MULHER: Sou psicóloga. Não consigo me desenvolver em minha profissão como gostaria. HELLINGER: A psicologia é uma profissão sem esperança. MULHER: Gostaria tanto de ouvir o contrário. HELLINGER: A psicologia é uma profissão sem esperança. Quando alguém tem clientes, quem está aí para quem? O psicólogo está para os clientes ou os clientes para o psicólogo? A quem ele serve? Aqui quem serve a quem? O decisivo em toda profissão é a quem ela serve. A profissão é um serviço. Se ela servir à vida é bem sucedida. Vamos constelar isso. Hellinger coloca a própria mulher sem procurar uma representante e a coloca, a uma distância de quatro metros, com quatro mulheres que se apresentaram como representantes. HELLINGER às representantes: Centrem-se e sigam o movimento interior tal como se mostrar. Uma representante se movimenta um pouco, para trás, duas aparentam se aproximar da mulher, mas retrocedem novamente e se afastam dela. Finalmente todas se afastam dela.
  • 43. HELLINGER ao grupo: Vemos que para todos é uma profissão sem esperança. Ninguém quer saber nada dela. Às representantes: OK., sentem-se por enquanto. Hellinger escolhe outra mulher e a coloca em frente à primeira na mesma distância. HELLINGER a esta representante: Você é a mãe dela. A mulher se ajoelha em frente a ela e fica de cócoras. Depois de um tempo aproxima-se da mãe e abraça seus joelhos. A mãe acaricia a cabeça da filha e se afasta dois passos dela. A mulher olha para o chão. HELLINGER ao grupo: O que vemos? A mulher ainda espera algo. O que a mãe diz, pela maneira que se comporta? “Não darei mais nada a ela. Já fiz tudo”. Para esta mulher, os clientes representam quem? Representam a mãe. Se a mulher esperar receber dos clientes aquilo que ainda espera da mãe, não está disponível para eles. A mulher se levanta e vai para sua mãe. Ambas se abraçam por um longo tempo. HELLINGER, depois de um tempo, à mulher. Diga a sua mãe: “Tenho tudo. Agora farei algo por minha conta. Sirvo à vida como você”. A mãe assente com a cabeça e se alegra. A mulher sacode levemente a cabeça. HELLINGER ao grupo: Viram seu gesto? A mulher sacudiu a cabeça. Os clientes percebem isso. Acho que já mostrei tudo. Aos representantes: Obrigado. Aplausos no grupo. A MÃE DO SUCESSO HELLINGER ao grupo: Há duas formas diferentes de exercer uma profissão. Existe a profissão que está a serviço de outros. Então alguém,
  • 44. exercendo sua profissão, dirige-se a terceiros e consegue para eles algo que serve a sua vida. Um mecânico, por exemplo. Se este esperar que os clientes venham a ele sem lhes oferecer algo, ninguém virá. Se ele só quiser algo, não vai receber nada. Se lhes disser: “Sou muito bom consertando carros. Venham que lhes mostro”, faz algo para eles e eles ficarão agradecidos. Também lhe pagam, mas primeiro vem a prestação do serviço. Outros escolhem uma profissão e esperam receber algo sem dar nada em troca. Às vezes contratamos funcionários e lhes perguntamos quanto gostariam de ganhar. Alguns dão um valor muito alto. Quando lhes perguntamos o que sabem fazer percebemos, às vezes, que isso não está em relação com o que esperam obter. Quem tem bom desempenho, é promovido. Isto deve ser considerado na nossa profissão: sirvo a outros ou quero que me sirvam? Estas diferentes posições refletem exatamente a relação com a mãe. Aqueles que dizem internamente à mãe “Você me deve algo”, sem fazer nada por si mesmos, comportam-se no trabalho da mesma forma em relação ao seu patrão. Mais um segredo. Não sei se deveria lhes dizer estes segredos. Quando um empresário procura um funcionário para um posto de direção, um funcionário que deverá assumir uma responsabilidade importante, precisa saber para qual qualificação deve olhar primeiro. É uma qualificação bem simples, mas essencial. A pergunta é: Como está em relação a sua mãe? Ele a respeita? Toma dela o que ela lhe presenteia? Está disposto a fazer algo por sua mãe? Tal como se comporta com sua mãe, tal será o seu comportamento perante a empresa.
  • 45. Quem está zangado com sua mãe e lhe faz cobranças, vai se comportar da mesma forma com a empresa. Um diretor que deve assumir responsabilidades e está zangado com sua mãe, arruinará a empresa. Muitos empresários terão mais sucesso se levarem isso em consideração. Ao escolher os funcionários, qualquer um pode ver logo quem tem uma boa relação com sua mãe. Dá para ver no rosto. O rosto dele brilha. Os outros funcionários se dirigem a ele imediatamente. Eles acham que ele é bom. Este é o efeito de uma boa relação com a mãe. 3a . HISTÓRIA: Os dois níveis HELLINGER: Há mais alguém que tenha uma empresa e queira ver o que acontece? Hellinger escolhe um homem e pede para sentar-se a seu lado. HELLINGER: Do que se trata? HOMEM: Tenho uma empresa há 17 anos. Eu a fundei com minha primeira esposa. Sete anos atrás nos separamos. Quando os bens foram divididos, eu recebi a empresa. Quer dizer, eu fiquei com os ativos e os passivos. Esta empresa tinha um tamanho determinado, um formato determinado. Isso se reduziu muito. HELLINGER: Você fundou essa empresa junto com sua mulher? HOMEM: Sim. HELLINGER: Ao mesmo tempo? HOMEM: Sim. Mas ela nunca trabalhou na empresa. HELLINGER: De onde veio o dinheiro? HOMEM: Eu trabalhava como funcionário de uma empresa. Quando fui embora, criei minha própria empresa. HELLINGER: Está bem. Vamos colocar três pessoas. Em primeiro lugar a empresa, uma mulher. Uma empresa sempre é uma mulher. Também
  • 46. precisaremos de uma representante de sua mulher e um representante seu. Hellinger coloca o homem à esquerda de sua mulher. Coloca a empresa em frente a eles a 5 metros de distância. HELLINGER ao homem: Agora vamos ver o que acontece. O homem olha para sua mulher. Esta apenas olha para a empresa. Treme. O homem tenta tocá-la, ela resiste. Não lhe permite tocá-la. Quando quer pôr uma mão nas costas dela, ela se sacode. Em momento algum olhou para ele. A empresa se deita no chão. HELLINGER ao homem: Já foi casado antes? HOMEM: Agora tenho uma segunda esposa, antes da primeira não houve ninguém. O representante do homem se aproxima rapidamente da empresa, que se ajoelhou, e também se ajoelha. HELLINGER: Preciso substituir você, não está totalmente em contato. Você é rápido demais. Hellinger escolhe outro representante para o homem e o coloca ao lado da mulher. HELLINGER ao homem: A empresa olha para o chão. Olha para um morto. Hellinger escolhe uma representante de uma morta e pede para se deitar de costas no chão, diante da empresa. HELLINGER ao homem: Sabe quem a empresa representa? Sabe também por que se separaram? Houve um filho abortado. HOMEM: É verdade que a mulher perdeu um filho, um aborto espontâneo no início do matrimônio.
  • 47. A empresa se ajoelha diante da morta. Pega sua mão e a acaricia. A representante da mulher continua tremendo. Olha fixamente para a morta. HELLINGER ao homem: A empresa não tem nada a ver com você, está dirigida totalmente à mulher. A empresa representa esse filho. O homem também está fascinado. Está claro que também tem algo a ver com ele. Agora também treme. Bom, a empresa é insustentável. Depois de um tempo, a mulher se aproxima mais um pouco da morta. O homem se afasta ainda mais e depois encosta na parede. A morta se levanta e se apoia de costas na empresa, que a segura por trás. A mulher olha de lado, por trás do homem, que tenta se afastar ainda mais dela. O tempo todo treme violentamente e se aproxima ainda mais da morta. Hellinger escolhe uma mulher como representante do segredo. A representante do segredo se aproxima lentamente do homem, que está ajoelhado. A representante do segredo se ajoelha lentamente. O representante do homem se arrasta em direção a ela de joelhos, a segura pelo quadril, a deita no chão, deita em cima dela e a abraça com força. A empresa pegou firmemente a morta pelo pescoço e a empurrou para o chão, na sua frente. A representante da mulher apenas olha para o homem e o segredo. HELLINGER ao homem: Todos se sentem atraídos pela morte, você, a mulher e a empresa. Depois de certo tempo o segredo abraça o homem. Depois deita de costas e fecha os olhos. O homem está deitado a seu lado e também tem os olhos fechados. A empresa estende uma mão à representante da mulher. Enquanto isso, esta ainda olha, tremendo, para o representante do homem e para o segredo, estende uma mão para trás e aperta a mão da empresa. Esta tenta puxá-la para si. Não conseguindo fazê-lo, solta
  • 48. a mão, deita no chão e fecha os olhos. Também a morta, que já havia se afastado dela, deita de lado e fecha os olhos. A representante da mulher, ainda tremendo, afasta-se ainda mais de todos. HELLINGER ao homem: Eu não sei de nada. Tudo vem à luz através destes movimentos. O que vemos é que aqui atuam outras forças e que nossas ideias daquilo que leva ao sucesso não têm a menor importância. Aqui regem as leis elementares da vida. Ninguém pode driblá-las. Coloque-se agora ali. Hellinger pega o homem da mão e o coloca frente aos outros de tal maneira que possa ver todos eles. HELLINGER ao grupo: Neste nível não há soluções, absolutamente nenhuma solução. Mas agora vou com ele a outro nível. Ao homem: Olhe por cima de todos, olhe para a distância. Muito longe. Em direção a algo maior. A um outro amor. Olhe sempre adiante. Olhe para a vida, que é igual para todos. E diga: “Agora eu sirvo”. Abra os olhos. HOMEM: Agora eu sirvo. HELLINGER: “Com amor”. HOMEM: Com amor. HELLINGER à empresa: Agora a empresa deve se levantar. Ao homem, quando a empresa se levanta e se coloca frente a ele: Diga-lhe: “Agora eu sirvo”. HOMEM: Agora eu sirvo. HELLINGER: “Agora eu sirvo à vida”. HOMEM: Agora eu sirvo à vida. HELLINGER: “Com você”.
  • 49. HOMEM: Com você. O homem se aproxima lentamente da empresa. Também ela se aproxima lentamente dele. Ele estende ambos os braços em direção a ela. A empresa hesita ainda um tempo, depois estende a mão direita. Ele pega essa mão e a segura. Então ela estende a ele também a mão esquerda. Olham-se longamente nos olhos. A representante da mulher está sentada no chão, algo afastada, e olha atentamente para ambos, sorrindo. HELLINGER à mulher. Como está a mulher? MULHER: Bem. O homem e a empresa se olham longamente nos olhos e se tocam, depois de um tempo, com a testa. Mais tarde se dão as mãos e as levantam. A representante da mulher está um pouco afastada. HELLINGER ao homem: Olhe novamente à distância. Olhe para longe. Diga: “Agora eu sirvo à vida”. HOMEM: Agora eu sirvo à vida. HELLINGER: Diga isso também à empresa. HOMEM: Agora eu sirvo à vida. O representante do homem se endireita sobre os joelhos e se levanta. Vai com a representante da mulher. Dão-se as mãos. HELLINGER: Agora ele se levanta. Esta é a diferença. Ao representante do homem: Diga-lhe “Agora eu sirvo à vida”. REPRESENTANTE DO HOMEM: Agora eu sirvo à vida. HELLINGER: OK., posso deixar assim. Aos representantes: Obrigado a todos. Aplausos no grupo.
  • 50. CULPA E EXPIAÇÃO HELLINGER: Essa foi uma demonstração das diferentes forças que atuam numa família. Há forças que se opõem à vida, que arrastam à morte. Isto é o que costumamos saber e costumamos observar. São movimentos da consciência. O que é um movimento da consciência? Aqui havia várias pessoas que se sentiam culpadas, não importa quais tenham sido os motivos. Aqueles que se sentem culpados querem pagar a culpa, querem pagar com a vida. Quer dizer que tanto o sentimento de culpa quanto a necessidade de pagar pela culpa levam à morte, também á morte de uma empresa. Não há nenhuma diferença. Também uma empresa representa pessoas. Este é o terreno no qual nos movimentamos habitualmente, também na psicoterapia. A maneira como trabalho agora é diferente. Algo essencial se revela quando confio totalmente nos movimentos da maneira que se mostram nos representantes, sem ter medo daquilo que possa surgir. Todos os movimentos de culpa e expiação levam à morte. São inimigos da vida. O que estou dizendo agora é algo que vai muito além do habitual. Todos estes movimentos de culpa e expiação são egocêntricos. A culpa é egocêntrica. Quando me sinto culpado, acho que estava em minhas mãos a possibilidade de que as coisas tenham sido diferentes. Eu teria tido escolha. Quer dizer que eu mesmo teria podido decidir sobre a vida e sobre a morte. A expiação pela culpa vai na mesma direção. Por que alguém expia? Expia por amor? Ou gostaria de ser melhor? Ao homem: Aquele que expiou aqui, olhou para a empresa? Olhou para os funcionários? Olhou para a vida? Ao grupo: Portanto há movimentos que parecem ser de amor, mas são movimentos em direção à morte.
  • 51. Ao homem: Ali eu intervim e conduzi você ao outro nível. Por trás atua a compreensão de que tudo o que se move, todo movimento humano, cada movimento dos milhões de movimentos em cada segundo em seu corpo, para que você permaneça na vida, são movimentos do amor. São movimentos a serviço da vida. Provém de uma força espiritual que quer a vida. E também quer a culpa. Portanto aquilo que conduziu você à culpa é outro movimento, além do seu eu. Cada um que perdeu a vida pela culpa está nas mãos desta força. Não perdeu nada através de sua morte. Nesta força tudo está acolhido. Neste momento nós nos soltamos de nossa grandeza. Nós nos tornamos humildes. E então nos deixamos guiar por outro movimento. Aqui você se deixou levar por um movimento a serviço da vida, não importa o que veio antes. Aquele que viveu a culpa e quem viveu o movimento em direção à morte e o superou, tem uma força nova. Tem força para a vida. O homem acena com a cabeça. Junta as mãos e inclina a cabeça. HELLINGER ao grupo: Vimos como é difícil se libertar do velho movimento. Arrastou todos novamente para baixo. Ao homem: Ir para esse outro movimento é uma conquista, uma conquista do amor. Ao grupo: Agora, claro que sua empresa florescerá. E sua mulher o apoiará. É o que estava faltando. Risadas no grupo. O homem enxuga as lágrimas. HELLINGER: OK., vou deixar assim. 4a . HISTÓRIA: Sem mãe não há futuro HELLINGER: Quem gostaria de resolver algo para uma empresa? Uma mulher se apresenta. Hellinger lhe pede para sentar-se a seu lado.
  • 52. HELLINGER à mulher. Do que se trata? MULHER: Tenho uma clínica. Antes montei uma academia de ginástica. HELLINGER: Que tipo de clínica? MULHER: A clínica tem uma parte para estética, uma parte terapêutica e também inclui academia de ginástica. HELLINGER: Quantos funcionários você tem? MULHER: Entre 10 e 12 pessoas. HELLINGER: Qual é o problema? MULHER: Estou me mudando desta clínica, pois ficou pequena demais. Não consigo acabar com a mudança. Faz um mês que estou me mudando. HELLINGER: Um exercício de percepção para você. A clínica tem futuro? MULHER: Acho que sim. HELLINGER ao grupo: Qual é a percepção de vocês? Não há força nessa empresa. Mas vamos constelá-la. Hellinger escolhe uma representante para a clínica e seis mulheres para os clientes. Estes estão de frente para a clínica, um do lado do outro, a uns cinco metros de distância. HELLINGER ao grupo: Agora vamos ver o que acontece. Os clientes estão intranquilos e se afastam da clínica. Nenhum deles quer ir para ela. HELLINGER às representantes: Podem sentar-se novamente. Obrigado a todas. Hellinger pede à mulher para se posicionar ela mesma. Escolhe uma representante da mãe e lhe pede para se colocar frente à mulher.
  • 53. A mãe se mostra intranquila e retrocede. A mulher quer ir a ela apertando os lábios. Quanto mais quer se aproximar da mãe, mais esta se afasta. A mãe começa a tremer. Vai até o canto mais afastado. HELLINGER ao grupo: A mãe faz os mesmos movimentos que os clientes faziam. Ela se afasta. Interrompo agora. Já vimos os movimentos essenciais. À mulher. Sente-se a meu lado. Ao grupo: Quero fazer uma observação. Podem comprová-la vocês mesmos. Dos psicólogos que vocês conhecem, há algum que esteja em sintonia com a mãe? Os clientes representam quem para eles? Representam a mãe. Muitos psicólogos querem obter de seus clientes aquilo que não tomaram da própria mãe. Esta é uma declaração de longo alcance. Que futuro tem esse tipo de psicologia? Quem vai para estes psicólogos? Frequentemente aqueles que rejeitam a própria mãe ou que, sejam quais forem as razões, perderam a ligação com ela. A ajuda a estes clientes seria que o psicólogo os conduzisse a sua mãe. À mulher. Aqui começa a solução para você. Não posso fazê-lo aqui, em detalhe, por você. Isto é um curso de Constelações Organizacionais. Apenas mostro qual é, em seu caso, a dinâmica oculta. Você já viu do que se trata. Tudo de bom! Aplausos no grupo. 5a . HISTÓRIA: Com a mãe tudo anda. HELLINGER: A maioria de vocês imaginou que as Constelações Organizacionais fossem outra coisa. Nossa experiência - faz tempo que eu e minha mulher trabalhamos nisto - é que o modo mais rápido de chegar aos problemas essenciais de uma pessoa e sua família é se começarmos pelo trabalho e o que a pessoa faz com ele. Neste sentido, isto é um curso avançado de Constelações Familiares.
  • 54. Agora gostaria de trabalhar com a profissão de alguém, ou com alguém que tenha que tomar uma decisão. Por exemplo, se deve possuir esta ou aquela empresa, se deve comprar esta casa ou aquela. Do modo como trabalhamos podemos trazê-lo à luz rapidamente. Hellinger escolhe uma mulher que se apresenta e lhe pede para sentar- se a seu lado. HELLINGER: Do que se trata em seu caso? MULHER: Faz dois anos mudei de emprego. Também mudei de cidade. Mas ainda restam muitos assuntos para resolver com as empresas nas quais trabalhei. HELLINGER: Quais eram essas duas profissões? MULHER: Eu era economista industrial. Tínhamos muitos negócios na família. Tivemos que fechar muitos negócios e fechamos cinco empresas. HELLINGER: Quem foi responsável pelo fechamento? MULHER: Quem começou com isso foi meu pai. Queria que seus filhos seguissem sua carreira. HELLINGER: Coloque-se ali. Ao grupo: Quase sempre é o mesmo, o essencial é o mesmo. Preciso de mais uma mulher. Hellinger escolhe uma representante para a mãe e a coloca frente à mulher, a uns quatro metros de distância. A mulher respira profundamente. Esfrega as mãos nas calças. Ninguém se mexe. HELLINGER ao grupo: Quem não respeita a mãe, arruína uma empresa. Depois de um tempo, à mulher: Diga a sua mãe “Estou zangada com você”.
  • 55. A mulher aperta os lábios. Respira profundamente. Lágrimas escorrem de seus olhos. MULHER, depois de um tempo: Estou zangada com você. Aperta novamente os lábios e respira profundamente. HELLINGER ao grupo: Tinha perante a mãe o mesmo sentimento que perante a empresa. É somente o espelho, mas são muitas as consequências. Quem é contra a mãe, é contra a vida, contra o sucesso. A mulher chora. Lentamente, dá uns passos em direção à mãe. Esta abre ambas as mãos. A mulher lhe estende os braços, depois vai para ela e a abraça. Ambas ficam muito tempo fortemente abraçadas. A mãe acaricia suas costas. Depois de um tempo, Hellinger escolhe uma representante da empresa. Ele a coloca a dois metros detrás da mãe, de lado. A mãe sai do lugar, a empresa se afasta dela e se encosta na parede. HELLINGER ao grupo: A mulher faz os mesmos movimentos com a mão que antes fizera frente à mãe. À mulher. Diga à empresa “Eu estou indo”. MULHER: Eu estou indo. Respira profundamente e enxuga o rosto. A empresa continua encostada na parede. HELLINGER ao grupo: Como vocês podem ver, a empresa e a mãe são iguais em seu comportamento, totalmente iguais. HELLINGER à mulher. Diga à empresa “Agora construirei você”. MULHER: Agora construirei você. Diz isso chorando e enxuga as lágrimas. A empresa continua imutável. HELLINGER: Isto não causou efeito. A mulher repete em voz mais alta.
  • 56. HELLINGER: Isso também não causou efeito. A mulher vai em direção à empresa. Pega os braços dela e a sacode. HELLINGER: Esse não é modo de tratar uma mãe. A mulher quer mover a empresa. Sorri e quer fazer com que reaja de qualquer jeito. A empresa continua imóvel. HELLINGER ao grupo: Acho que posso terminar aqui. Já mostrei o essencial. 6a . HISTORIA: A quem pertence a empresa? HELLINGER: Agora gostaria de trabalhar novamente com um empresário de verdade, onde se trate da produção. Um homem se apresenta. Hellinger lhe pede para sentar-se a seu lado. HOMEM: Tenho uma empresa familiar com três irmãos. Trabalhamos com alimentos que revendemos a supermercados ou atacadistas. Atualmente temos dificuldades porque todos nós temos opiniões diferentes, porque pensamos de maneira diferente em relação à empresa. HELLINGER: Quais são as diferentes posições? HOMEM: Trata-se do futuro. Em se tratando de uma empresa familiar, alguns opinam que deve tornar-se mais profissional, que devemos exigir mais dos funcionários e que também devemos introduzir gente nova. A outra linha opina bem o contrário. Diz: “Não, eu conheço você e quero conservá-lo”, mesmo que esta pessoa não trabalhe bem. HELLINGER: Qual é o seu lugar entre os irmãos? HOMEM: Sou o irmão mais velho. Entre os irmãos homens sou o mais velho. HELLINGER ao grupo: Por que ele enfatiza o masculino? HOMEM: Porque a empresa pertence aos homens. As mulheres não participam da empresa.
  • 57. Risadas no grupo. HELLINGER: Tudo bem... Quem fundou a empresa? HOMEM: Eu a fundei, com meus irmãos. As mulheres já estavam todas casadas. HELLINGER: De onde saiu o dinheiro? HOMEM: Antes eu era funcionário de um banco. Quando fui embora negociei com esse banco. Investi o dinheiro que me deram na empresa. Sempre estivemos unidos. Nossos pais nos educaram dessa forma. Meu pai também sempre teve um papel importante. Ele me disse: “Você não pode dirigir sozinho esta empresa, deve fazê-lo com seus irmãos”. Mas o dinheiro sempre foi nosso, originalmente eu o coloquei. HELLINGER: Você? HOMEM: Sim. Desse banco. Quando fui embora recebi esse dinheiro e o investi. HELLINGER: Quem é o proprietário? HOMEM: Os três por igual. HELLINGER: Não. HOMEM: Em nossa casa sempre foi assim, nosso dinheiro era investido na família. De modo que não só nosso pai trazia o dinheiro à família, mas também os irmãos sempre trazíamos nosso dinheiro ã família. Quando recebi esse dinheiro, quando fui embora do banco, como era meu modo de ver, esse dinheiro pertencia a todos nós. HELLINGER ao grupo: A empresa pertence apenas a ele. Ele entrou com o dinheiro. Quando o homem fala: Não quero nem ouvir o que você disse. Risadas estrondosas no grupo. O homem também ri.
  • 58. HELLINGER: Vamos fazer a constelação e verificar. Preciso de alguém para a empresa. Sempre é uma mulher. Também preciso de representantes para os três irmãos, quer dizer, três homens. A empresa está de frente para os três irmãos a uns quatro metros de distância. HELLINGER: Vamos colocar mais alguém, uma mulher. Quando uma mulher se apresenta: Você se coloca aqui. Você é o dinheiro. O dinheiro está a uns três metros à direita da empresa. Esta se afasta lentamente dos três irmãos. A representante do dinheiro se joga de repente sobre o irmão do meio e o segura pelos ombros. HELLINGER à representante do dinheiro: Preciso substituir você. Não está suficientemente centrada. Quando ela reclama: Preciso de uma outra mulher. Ao grupo: Como percebi que não estava centrada? Primeiro, fechou os olhos. Viu uma imagem interna e a seguiu, sem conexão com os outros. Nos movimentos do espírito, os olhos permanecem abertos. Esses movimentos são lentos. Agora lhes apresentei algo importante. Se vocês trabalharem numa constelação e alguém não está centrado, ela não vai dar certo. Estes são alguns critérios pelos quais podem se orientar. Hellinger escolhe outra mulher e a coloca no mesmo lugar, a uns três metros à direita da empresa. A empresa retrocede lentamente uns passos. O dinheiro olha abertamente para os três irmãos, sem se mover. HELLINGER ao grupo: Agora vocês podem ver a diferença no movimento.
  • 59. A empresa dá um passo para a frente, depois dá vários passos para trás. O irmão mais velho se afasta de seus irmãos e vai para trás, em direção ao dinheiro. Volta-se e fica a uns dois metros de distância diante do dinheiro. O dinheiro vai para a esquerda, inclina-se para a esquerda. A empresa dá mais uns passos para a frente. Quando o irmão mais velho quer se aproximar uns passos do dinheiro, este se ajoelha, olha para o chão e se inclina profundamente, até tocar o chão com a testa. A empresa se afasta e depois de um tempo se ajoelha a um metro de distância detrás do dinheiro. O irmão mais velho retrocede bastante, sem relação com seus irmãos, e se aproxima lentamente do dinheiro. Hellinger escolhe uma mulher e a coloca diante do dinheiro. De repente, tudo muda. HELLINGER ao homem: A quem pertence a empresa? A uma mulher. Esta representante só pode ser a mãe. Quem mais poderia ser? Quem mais tem tanto poder? O irmão mais velho se aproxima ainda mais do dinheiro. O dinheiro se ergue e se arrasta até ficar do lado do irmão mais velho. Também este se ajoelha diante da mãe. O dinheiro se apoia no filho mais velho. A mãe estende os braços. HELLINGER ao homem: Olha como está! Com que grandeza! Ao grupo: É engraçado; quando falava da família só falava do pai. “O pai quer, o pai quer, o pai quer”. Mas a pessoa decisiva é ela. Eu sabia que algo estava errado em relação as mulheres. O irmão mais velho e o dinheiro se arrastam juntos, de joelhos, em direção à mãe e se curvam perante ela. Ela coloca as mãos sobre ambos. HELLINGER ao grupo: Não é lindo? Ao homem: Os outros irmãos não têm nada a dizer. São parasitas.
  • 60. Risadas no grupo. A empresa se arrasta de joelhos detrás do irmão mais velho e do dinheiro. Abraça ambos. Todos se abraçam. A mãe olha ao longe por cima deles. HELLINGER ao homem: Isto tem futuro. Esta é uma imagem de força. A mãe olha por cima de vocês. Olha para a vida à que vocês servem. Agora você fará um negócio especial. Escolherá cuidadosamente o que oferecer a serviço da vida. Ao grupo: Não existe nada maior do que aquilo que estamos vendo aqui. HELLINGER dá uma cotovelada ao homem: Somente coragem. Aos representantes: OK., isto foi tudo. Obrigado a todos. O homem enxuga as lágrimas. Fortes aplausos no grupo. MEDITAÇÃO: ONDE ESTÁ A FELICIDADE? Algo mais para refletir. Imaginem a empresa, esta empresa. O que eles fazem! Tudo o que eles criam! Quantas pessoas conseguem alcançar com seus serviços! Comparem com as profissões conhecidas como profissões de ajuda: psicologia, psicoterapia, também o trabalho social, onde se trata de simpatia, de compaixão. Muitas vezes tentam ajudar pessoas que não querem fazer nada por si mesmas. Comparem isso com esta outra força! Isto é apenas para refletir. Agora fechem os olhos. Vou fazer uma meditação com vocês. Vamos a nosso trabalho e sentimos: Quantas pessoas alcançamos com nosso trabalho? De que maneira servimos à vida com nosso trabalho? O que fazermos para a vida? Verificamos interiormente: Que modificações faço em minha postura interna, em meu amor, naquilo que ainda aprendo? Que capacidades estou desenvolvendo ainda?
  • 61. Então ficamos grandes e independentes a serviço da vida. Sem ceder com fraqueza, sem concessões. Servindo de uma maneira que exige dos outros. Agora olhamos para nossa mãe e lhe dizemos: “Como você, eu sirvo à vida, exatamente como você. Em sua lembrança farei algo grande, como você. Dou como você”. Direi algo mais sobre o segredo do sucesso. Em sintonia com este movimento de servir, digo internamente: “Mais ainda”. Onde tudo isso termina? Na felicidade. O SUCESSO É UMA LEI DA VIDA Vou continuar com este curso sobre as Leis do Sucesso na empresa. O sucesso é uma lei da vida. Toda vida é bem sucedida. O importante é se também tomamos a vida como vida. Vida e mãe são internamente o mesmo. Do mesmo modo que tomamos nossa mãe, assim tomamos a vida. Quem rejeita sua mãe, rejeita a vida. A vida é ao mesmo tempo amor. Toda vida humana se desenvolve através do amor. Todas as relações bem sucedidas são relações de amor. Esta lei fundamental atua em todos os níveis. Neste caso, qual é o primeiro movimento? Toma-se a vida. Ela nos é presenteada. Recebemos a vida ao tomá-la com tudo o que pertence a ela. O que tomamos primeiro são nossos pais tais como são. Ao tomar nossos pais tais como são, tomamos nossa vida. Muitas vezes algo se opõe à vida. Só podemos tomar se também damos. Quando tomamos algo sem dar nós nos sentimos mal. Quando tomamos também queremos dar. Podemos ver isso, sobretudo na relação de casal. Ambos tomam e dão. Quanto mais um toma do outro, tanto mais podem dar um ao outro. Este é um equilíbrio de igual para igual.
  • 62. Não podemos devolver algo a nossos pais, algo da mesma maneira. Aquilo que recebemos deles é grande demais para que possamos equilibrá-lo. Por isso muitos receiam tomar ainda mais dos pais, pois estariam obrigados a mais ainda. Eles se defendem do tomar, para se descarregarem da pressão de ter que devolver algo correspondente. Neste caso existe uma outra solução. Tomamos de nossa mãe e de nosso pai, sem temor, tudo aquilo que eles nos dão, pois sabemos que mais tarde o transmitiremos. Se estivermos dispostos a transmitir, podemos tomar tudo ilimitadamente de nossos pais. Por isso, aquilo que mais tarde deve ter sucesso, apenas o terá se tomarmos de nossa mãe e de nosso pai tudo o que nos dão, e estivermos dispostos a transmiti-lo. Nós nos dispomos a servir a outros com aquilo que deles recebemos. Isto tem efeitos em muitas áreas. Quem não tomou sua mãe não pode tomar seu parceiro. A mesma relação que temos com a mãe e com o pai reflete-se na relação de casal. Isto se mostra também em nosso trabalho e em nossa profissão. Quem tomou de sua mãe e de seu pai pode transmiti-lo no trabalho. Quer dizer: o trabalho lhe dá prazer. Às vezes sinto isso. Compro uma passagem de trem. A mulher do guichê está radiante. Imediatamente percebo que tem uma boa relação com a mãe. Ela me atende com amabilidade. Logo me sinto à vontade com ela. O trabalho lhe dá prazer, pois está conectada com a mãe. Aquele que sente o trabalho como uma carga, não tomou a mãe. A relação com a mãe se reflete em nossa relação com a profissão e em nossa relação com o dinheiro. Quem não tomou a mãe não pode ter dinheiro. Pode obtê-lo, no entanto, isto lhe causa prazer? Tudo está interrelacionado. Deste modo continuarei com o trabalho aqui. Não se trata apena de organizações nem do trabalho nem de nossa vida. Trata-se sempre de nós mesmos, de como mostramos também neste âmbito o amor à vida e como ela nos faz felizes.
  • 63. 7a HISTÓRIA: Uma promotora: Direito e vida HELLINGER: Tem mais alguém que se encontre perante uma decisão? Uma mulher se apresenta. Sobe ao palco e senta-se ao lado de Hellinger. MULHER: Tenho dificuldades profissionais. HELLINGER: Qual é a profissão? MULHER: Sou promotora. Tenho que acusar perante o tribunal. Minha maior dificuldade é que meu papel é fomentar a justiça, mas sempre tenho a sensação de fomentar a injustiça. HELLINGER: Qual é exatamente sua questão? MULHER: Não consigo me sentir realizada em minha área, em todo esse ambiente. É por isso que me afastei e comecei a estudar novamente. Agora estou fazendo um doutorado. Tenho dificuldades em acreditar em minha experiência pessoal. HELLINGER: Primeiro darei uma olhada no tema e depois irei à questão. Coloque-se ali. Hellinger escolhe mais uma mulher e a coloca frente à promotora, a uns quatro metros de distância. HELLINGER a essa mulher. Você representa a mãe dela e a vida, representa ambas. A promotora vai em direção à mãe e a abraça. Esta responde ao abraço hesitando. Olha para o chão. Então senta-se e continua olhando para o chão. A promotora permanece sem forças. HELLINGER à promotora: Agora se coloque novamente em frente a ela. Fique novamente centrada, fique totalmente dentro de si e olhe como ela vai à morte; mas fique internamente separada dela, sem simpatia, sem compaixão, sem preocupação, em sintonia com um poder maior, com um poder que rege o destino dela independentemente de você, e que rege seu destino independentemente dela. Depois de um tempo: Agora retroceda uns passos.
  • 64. Ela retrocede uns passos. HELLINGER à mulher: À distância diga-lhe “Querida mamãe”. MULHER: Querida mamãe. HELLINGER: “Obrigada por tudo”. MULHER: Obrigada por tudo. HELLINGER: “Agora eu sirvo à vida”. MULHER: Agora eu sirvo à vida. HELLINGER: “Seja o que for que ela exigir de mim”. MULHER: Seja o que for que ela exigir de mim. Enquanto isso, a mãe se deita totalmente no chão, de lado, cara a cara com a filha. Hellinger escolhe um homem e pede para se posicionar a um metro de distância, à direita da mãe. HELLINGER a esse homem: Você é o Direito. E ela - aponta para a mãe no chão - é a vida. O direito está de pé e ereto. HELLINGER à promotora: Continue centrada e diga ao Direito “Eu sirvo. Eu sirvo à vida com sua ajuda”. MULHER: Eu sirvo. Eu sirvo à vida com sua ajuda. O direito respira profundamente. O rosto da promotora está relaxado. HELLINGER à promotora: Já tomou sua decisão? Continue centrada. Fique totalmente dentro de si, tomada por outra força, que também toma o Direito e a vida, tudo da mesma forma. HELLINGER: Olhe mais uma vez para sua mãe: diga-lhe “Eu sirvo à vida”. MULHER: Eu sirvo à vida.
  • 65. HELLINGER: “Como você”. MULHER: Como você. HELLINGER: Olhe mais uma vez para o direito e diga o mesmo. MULHER: Sirvo à vida como você. HELLINGER, depois de um tempo: OK., obrigado a todos. A promotora, sentada novamente a seu lado: Como você está agora? Você fraquejou. Permaneça em sua força. Erguida. Forte como o Direito. Assim, sim. Como está agora? MULHER: Bem. HELLINGER: OK., tudo de bom para você! O CAMINHO DA VIDA Trata-se sempre de duas questões: vida ou morte. A questão é como nos movimentamos internamente, no caminho da vida, e como permanecemos nela. Fechem os olhos por um momento. Sentimos em nós os movimentos da vida. Esse movimento chega a um limite? Por exemplo, dentro de nossa imaginação de que esse movimento vai em direção ao “menos”? Permitimos então que esse movimento - pois é um movimento criativo - supere esse limite em direção ao “mais”. Para longe. Para a grandeza. Para a plenitude. Para o espiritual. Para algo permanente. Para algo que vai muito além desta vida. Agora continuamos para a frente no caminho da vida. 8a HISTÓRIA: Juntos em vez de separados HELLINGER: Gostaria de trabalhar novamente com empresas. Há alguém aqui que seja empresário, que tenha uma empresa com funcionários? Alguém que fabrique um produto e gostaria de ver do que se trata?
  • 66. Dois homens e uma mulher se aproximam. HELLINGER: Os três são sócios? Ao primeiro homem e à mulher. São um casal? PRIMEIRO HOMEM: Não. HELLINGER-, De que tipo de empresa se trata? PRIMEIRO HOMEM: Somos uma empresa de telecomunicações. HELLINGER: Quem a fundou? PRIMEIRO HOMEM: Eu. HELLINGER: Você a fundou? PRIMEIRO HOMEM: Sim, 12 anos atrás. HELLINGER: Gostaria de ver de perto um empresário assim. Gosto dos empresários. Como é que os outros entraram como sócios? PRIMEIRO HOMEM: Os anos se passaram, a empresa ficou maior. Cada vez havia mais trabalho. Então vieram ambos para trabalhar comigo. A mulher já havia trabalhado antes comigo. Isso funcionou tão bem que ambos assumiram e compraram uma parte da empresa. HELLINGER: Compraram uma parte da empresa? PRIMEIRO HOMEM: Compraram partes da empresa. Só que não a pagaram com dinheiro, mas com trabalho, apenas com trabalho. Pagaram com trabalho e com dinheiro, pois uma parte do que ganharam foi investido na empresa. HELLINGER: Quantos funcionários têm? PRIMEIRO HOMEM: Atualmente somos na empresa um total de 16 pessoas. HELLINGER: Não preciso saber mais. Só preciso me conectar com o assunto. Qual é o problema?