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Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 1
CAPÍTULO 7
TÉCNICAS GRÁFICAS DE PLANEAMENTO
7.1. Interesse
Da fase anterior de planificação do projecto resulta uma lista de
tarefas a executar, sua calendarização e recursos necessários
(incluindo humanos).
Pode-se fazer o escalonamanto ("scheduling") das diversas
actividades e recorrer aos gráficos de Gantt ou às redes
PERT/CPM para estudar o planeamento.
As redes PERT/CPM são muito úteis, e não só para projectos
grandes.
O seu traçado implica a resolução prévia de dois problemas
fundamentais no planeamento:
• que actividades se irão realizar
• que preferência, ou que precedências, existem entre as diversas
actividades
Outras vantagens:
• comprova se o plano é ou não tecnicamente coerente
• mostra se alguma actividade foi esquecida
• ajuda a compreender a lógica interna do projecto
• é um excelente guia para a execução do projecto
• clareza e facilidade de compreensão para os clientes e outros
interessados
• produz impacto psicológico positivo para a negociação
contratual.
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 2
7.2. Gráfico de Gantt (de actividades/tarefas):
• ilustra graficamente a sequência das tarefas.
Exemplo (adaptado de Brand, 118)
Quadro de tarefas e recursos de um projecto :
Tarefa/
actividade
calendarização
(meses)
recursos
n.º
A 0 a 1,5º Y
B 2º 2 4º Z
C 4º e 5º W
D 4,3º a 6º Y
E 6 Z
meses
Actividades
1 2 3 4 5 6
A
B
C
D
E
Y
Z
W
Y
Z
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 3
Se houver um outro projecto (Projecto 2) com a tabela de tarefas
Tarefa/
actividade
calendarização
(meses)
recursos
n º
A 1 a 2 W
B 3 a 4 Y
C 2 a 4,5 X
D 5,5 a 6 X
E 6 W
o seu gráfico de Gantt será
meses
Actividades
1 2 3 4 5 6
A
B
C
D
E
W
Y
X
X
W
A partir dos dois gráficos de Gantt de tarefas, extrai-se o gráfico
de Gantt de recursos, que evidencia a cronologia de afectação de
recursos.
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 4
Gráfico de Gantt dos recursos
meses
Recursos
1 2 3 4 5 6
W
X
Y
Z
2-A
2-C
2-B
2-D
2-E
1-C
1-E
1-B
1-D
1-A
Quando há conflitos na utilização de recursos
- ou se refaz o escalonamento das tarefas
- ou se procuram e obtêm mais recursos.
Limitações dos gráficos de Gantt:
• não permitem representar as inter-relações entre as actividades
(embora algumas extensões, como no Project, o permitam
fazer para casos relativamente simples).
• não é fácil apresentar as actividades em termos de uma lógica
sequencial com tempo e recursos necessários às tarefas
Vantagens:
• é uma ferramenta de comunicação muito boa, por ser
facilmente inteligível por não especialistas em gestão de
projectos.
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 5
7.3. Redes PERT
7.3.1. Introdução às redes PERT/CPM
As redes PERT (Program Evaluation and Review Technique)
evidenciam relações de precedência (obrigatória) entre tarefas, e
permitem também fazer cálculos probabilísticos sobre o êxito do
projecto. As redes CPM são iguais às PERT, excepto que são
determinísticas (não permitem cálculos probabilísticos).
Uma rede PERT é um grafo (ou rede) orientado.
vértice, ou nó¸ do grafo: cada um dos pontos do grafo
arco (ou aresta) do grafo: ligação orientada entre um vértice
(origem) e outro vértice (destino).
da actividade I
Acontecimento
cabeça
Acontecimento
cauda
Actividade, I
3
2
Uma actividade que dependa de uma outra emerge da cabeça da
actividade de que depende.
Representa-se o projecto em forma de rede resolvendo dois dos
problemas imprescindíveis em toda a planificação:
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 6
• quais as actividades a realizar, enumerando-as por
exemplo por A, B, ..., ou dando-lhe nomes
• por que ordem devem ser feitas as actividades/tarefas,
isto é, qual a relação de preferência entre as diversas
actividades.
Tem também as vantagens de clareza e facilidade de
compreensão, podendo provocar um impacto psicológico
importante no cliente.
Propriedades das redes PERT
• um acontecimento não está realizado enquanto todas as
actividades que conduzem a ele não estiverem completas.
I
2
• uma actividade só se pode iniciar após a realização do
acontecimento da sua cauda.
3
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 7
Em consequência nenhuma actividade se pode iniciar até que
todas as actividades precedentes na mesma cadeia estejam
completas.
Actividades fictícias
(não consomem recursos, consomem tempo)
Necessário introduzir (por vezes)
• para estabelecer precedências (a tracejado)
2
3
B
A I
J
J depende de A e B; I depende de A..
• para representar trânsito de tempo : B depende de A mas só se
pode iniciar e dias após conclusão de A
2
B
A
2
e
F
B
A
• eliminar paralelismos (actividades fictícias de identidade):
entre dois acontecimentos sucessivos só pode haver um arco.
2 4
3
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 8
4
F
3
2
4
3
F
2
7.3.2. Desenvolvimento da rede para o projecto
Exemplo (de E. Barros, 43).
Suponhamos o projecto de informatização de uma biblioteca. A
lista das actividades a realizar é a seguinte (incluindo os marcos,
milestones, que são pontos de referência para a gestão, geralmente
a data de fim das actividades ):
Código Lista de tarefas Tipo
01
02
03
04
05
06
06
08
09
10
11
12
Início do projecto
Determinação das necessidades de equipamento
Selecção do fornecedor
Redesenho das instalações
Transformação das instalações
Escolha do sistema de informatização
Encomenda do sistema
Instalação do sistema
Instalação da biblioteca completa (informatizada)
Treino de operadores
Teste do sistema
Finalização do projecto
Acontecimento/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Actividade/marco
Acontecimento
Actividade/marco
Actividade/marco
Acontecimento
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 9
Após análise, estabelece-se a seguinte sequência de execução das
actividades (a actividade X precede a actividade Y se Y só se
puder iniciar após conclusão de X):
Actividades
código descrição
Actividades
precedentes
Duração
(dias)
A Escolha do sistema de informatização 3
B Determinação das necessidades de
equipamento
2
C Obtenção das propostas dos
fornecedores
A, B 6
D Selecção do fornecedor C 1
E Reformulação das instalações B 15
F Encomenda do sistema D 1
G Transformação das instalações para
as adequar aos novos equipamentos
E, F 15
H Instalação do sistema E, F 3
I Treino dos operadores G, H 5
J Ensaio final H 15
Estamos agora em condições de construir o gráfico
PERT/CPM do projecto.
• Haverá tantos arcos quantas as actividades
• Cada duas actividades sucessivas serão separadas por um
nó
• Dois nós podem ser ligados directamente só por uma
actividade.
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
10
GRÁFICO
PERT/CPM
J
I
F
G
H
E
D
C
B
A
11
9
6
4
2
3
10
8
7
5
1
Notas:
-
as
actividades
a
tracejado
são
fictícias,
introduzidas
apenas
para
marcar
as
relações
de
precedência
ou
para
permitir
introduzir
um
vértice
no
fim.
-
a
numeração
dos
acontecimentos
não
corresponde
à
da
lista
de
tarefas
anterior
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 11
7.3.3.Análise da rede do projecto: determinação do caminho
crítico.
Notação e nomenclatura:
CE = (Cedo Evento) data mais cedo possível para um evento
(acontecimento)
TE = (Tarde Evento) data mais tarde possível para um evento
Folga de evento: TE-CE, período de tempo durante o qual de
pode realizar o evento sem influenciar o términos do
projecto.
D = Duração de uma actividade
CI = (Cedo Início) data mais cedo possível de início da actividade
CC = (Cedo Conclusão) data mais cedo possível de conclusão de
uma actividade
TI = (Tarde Início) data mais tarde possível para início da
actividade
TC = (Tarde Conclusão) data mais tarde possível para a conclusão
da actividade.
Pode-se concluir que:
D = CC – CI CI = CC – D CC = CI + D
D= TC – TI TI = TC – D TC = TI + D
Si,j = TIi,j – CIi,j = Folga da actividade (i, j) entre os nós i e j.
= TCij - CCij
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 12
= TCij – CIij - Dij
= TEj – (CEi + Dij)
Folga de actividade = período de tempo que uma actividade
pode ser atrasada ou adiantada sem afectar a conclusão do
projecto.
Um atraso nas actividades precedentes pode induzir um atraso nas
procedentes. Se esta situação se verificar num caminho em todas
as actividades desde o início até ao fim do projecto, esse caminho
é designado caminho crítico: ele liga actividades em que um
dado atraso numa actividade origina uma atraso na data de
conclusão do projecto.
A determinação do caminho crítico faz-se pela:
• determinação das datas CE para os eventos
• determinação das datas TE para um evento
• determinação das datas CI das actividades
• determinação das datas CC das actividades
• determinação das datas TC das actividades
• determinação das datas TI das actividades
• determinação das folgas de cada actividade (folga total).
7.3.3.1. Determinação das datas mais cedo CE para os eventos
(do princípio para o fim da rede)
O tempo mais cedo CE para um evento é o tempo em que
aconteceria o evento se todas as actividades precedentes se
iniciassem o mais cedo possível (CI).
regra de cálculo:
calcula-se em que data aconteceria o evento se todos os
eventos imediatamente precedentes acontecessem nas suas
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 13
datas CE e se as actividades intervenientes durassem
exactamente o previsto.
D3
D2
CE5
CE4
CE3
CE2
5
2
3
4
D4
CE5 = máx (CE2 + D2 ,
CE3 + D3 ,
CE4 + D4)
7.3.3.2. Determinação das datas TE dos eventos
(do fim para o princípio da rede)
O tempo mais tarde TE de um evento é o tempo a que o evento
pode ocorrer sem retardar a finalização do projecto para além do
seu términos mais cedo CE.
O tempo TE do último evento (conclusão do projecto) é assim
igual ao seu tempo mais cedo CE.
regra de cálculo (do fim para o princípio):
para cada evento, calcula-se o tempo tardio em que pode
ocorrer de modo a que cada evento imediatamente a seguir
possa ocorrer no seu tempo tardio TE se cada actividade
interveniente consumir exactamente o tempo prevista para a
sua duração.
D35
D34
TE3
TE6
TE4
4
5
6
3
D36
TE5
TE3 = mín (TE4 – D34,
TE5 – D35,
TE6 – D36 )
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 14
7.3.3.3. Determinação das datas CI das actividades
(percorre-se a rede do princípio para o fim)
regra:
a data mais cedo de início de uma actividade (iniciada num
certo nó i é igual ao maior valor da data mais cedo de
conclusão de entre todas as actividades que entram nesse nó i.
CIij = máx CC*i
CI = máx (CC1 , CC2 , CC3)
CC3
CC2
CC1
CI
2
7.3.3.4. Determinação das datas CC das actividades
As datas CC calculam-se por CCij = CIij + Dij
7.3.3.5. Determinação das data TC
(percorre-se a rede do fim para o princípio)
A data TC da última actividade é igual à sua data CC.
regra:
a data mais tarde de conclusão de uma actividade que entra
num nó j é igual ao menor valor das datas mais tarde de início
de todas as actividades que deixam esse nó.
TCij = mín TIj*
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 15
TC
TI3
TI2
TI1
3
TC = mín (TI1, TI2, TI3)
7.3.3.6. Determinação das datas TI das actividades
As datas TI determinam-se por TIij = TCij - Dij
(por definição, para a última actividate tem-se CC=TC, CI=TI)
7.3.3.7. Determinação do caminho crítico
Determinam-se as folgas de todas as actividades.
As actividades sem folga (folga nula) fazem parte do caminho
crítico.
Propriedades do caminho crítico:
1.Uma rede de projecto tem sempre um caminho crítico, e pode
haver mais do que um;
2. Todas as actividades com folga nula devem pertencer a um
caminho crítico e nenhuma actividade com folga não nula
pode pertencer a um caminho crítico.
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 16
3. Todos os eventos com folga nula devem pertencer a um
caminho crítico , e nenhum evento com folga não nula pode
pertencer a um caminho crítico.
4. Um caminho ao longo da rede em que os eventos nele
existentes têm folga nula não é necessariamente um caminho
crítico, porque uma ou mais actividades nesse caminho pode
ter folga não nula.
A quantidade de informação contida numa rede de projecto
(incluindo os diversos tempos cedo e tarde, as folgas e os
caminhos críticos ) tem uma importância muito grande para o
gestor dos projectos. Permite-lhe investigar o efeito de alterações
no projecto (melhorando-o, eventualmente), determinar onde se
devem despender esforços reforçados para manter o calendário, e
testar o impacto de deslizes no cronograma.
7.3.3.6. Exemplo (informatização da biblioteca)
Cálculo das datas CE
Evento Evento
preceden
te
CE + duração
da actividade
CE do evento
1 - - 0
2 1 0 + 2 2
3 2
1
2 + 0
3 + 0
máx (2+0, 3+0 ) =
3
4 3 3 + 6 9
5 4 9 + 1 10
6 2 2 + 15 17
7 5
6
10 + 1
17 + 1
máx (10 + 2, 17 + 1)=
17
9 7 17 + 3 20
8 7
9
17 + 15
20+ 0
máx (17 + 15, 10 + 0)=
32
10 8 32 + 5 37
11 10 37 + 15 52
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 17
Cálculo das datas TE e das folgas dos eventos
TE11 = CE11 = 52
Evento j Evento
proceden
te, i
TEi- Dij TE do evento Folga do
evento
TE-CE
11 - - 52 0
10 11 52-15 37 0
8 10 37-5 32 0
9 8 32-0 32 12
7 8
9
32-15
32-3
min (17, 29)
= 17
0
6 7 17-0 17 0
5 7 17-1 16 6
4 5 16-1 15 6
3 4 15-6 9 6
2 3
6
9-0
17-15
min (9,2)=
2
0
1 2
3
2-2
9-3
min (0,6) =
0
0
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
18
Cálculo
dos
tempos
dos
eventos
H
B
0
3
0
J
I
G
2
1
5
7
15
8
10
15
11
3
2
4
1
E
6
9
CE
,
TE
0
F
D
C
A
15
6
9
1
5
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
19
Cálculo
das
datas
CI,
CC,
Ti
e
TC
das
actividades
datas
cedo
(início
e
conclusão)
CI,
CC
[CI
,
CC
]
0
15
[17,
17]
[20,
20]
[2,
2]
15
5
15
1
1
6
0
3
F[10,
11]
H[17,
20]
E[2,17]
D[9,
10]
C[3,
9]
B
[0,
2]
A[0,
3]
11
9
6
4
2
3
10
8
7
5
1
2
G[17,32]
I[32,
37]
J[37,
52]
0
3
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
20
datas
tarde
(início
e
conclusão)
TI
e
TC.
6
[TI,
TC]
0
15
[32,
32]
[9,
9]
15
5
15
1
1
6
0
3
F[16,
17]
H[29,
32]
E[2,17]
D[15,
16]
B
[0,
2]
A[6,
9]
11
9
6
4
2
3
10
8
7
5
1
2
G[17,32]
I[32,
37]
J[37,
52]
0
3
C[9,
15]
[17,
17]
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
21
O
caminho
crítico
TE
,
CE
B
[0,
0]
15
0,
0
2,
2
9,
3
15,
9
16,
10
17,
17
17,
17
32,
20
32,
32
37,
37
52,
52
[17,
17]
C[9,
3]
3
0
J[37,
37]
I[32,
32]
G[17,17]
2
1
5
7
8
10
3
2
4
6
9
1
6
E[2,2]
1
5
15
[TI,
CI]
15
[9,
9]
0
F[16,
10]
H[29,
17]
D[15,
9]
A[6,
0]
11
[32,
20]
0
3
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 22
Nº Activi
dade
Duração
D
CI CC TC TI Folga
TI-CI
1-3 A 3 0 3 9 6 6
1-2 B 2 0 2 2 0 0
3-4 C 6 3 9 15 9 6
4-5 D 1 9 10 16 15 6
2-6 E 15 2 17 17 2 0
5-6 F 1 10 11 17 16 6
7-8 G 15 17 32 32 17 0
7-9 H 3 17 20 32 29 12
8-10 I 5 32 37 37 32 0
10-11 J 15 37 52 52 37 0
7.3.4. Optimização dos custos do projecto
As redes PERT/CPM, numa abordagem determinística, permitem
optimizar os custos do projecto, ou pelo menos a relação
custo/duração, i.e, a resposta à questão
• que relação duração/custo de cada actividade se deve usar de
modo a realizar o projecto no tempo previsto e a custo mínimo
???
Pode fazer-se usando a programação linear (ver p. ex. em Hillier e
Lieberman, pp 399/404) e parte do pressuposto que há actividades
cuja duração de pode diminuir aumentando o seu custo (contratando
mais pessoal, horas extraordinárias, mais equipamentos, etc. ).
Pode também fazer-se por um procedimento de inspecção e melhoria
por etapas (ver p. ex. Barros, 88-100).
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 23
7.3.5. As redes de actividades nos nós
As redes PERT (de actividades nos arcos) com toda a informação
ficam "confusas" para o utilizador.
As redes de actividades nos nós são mais simples na representação:
São constituídas por actividades (nos nós, em geral rectangulares) e
por relações de dependência definidas pelos arcos.
C
2
B
3
A
2
A precede B e C
Duração: 2, 3, 2
Entre as actividades podem-se estabelecer as seguintes relações de
precedência:
Fim Início B
A
B
A
Início Fim
Início Início Fim Fim
B
A
B
A
Nota: No Project estas quatro ligações são representadas da mesma maneira. Escolhe-se
clicando duas vezes com o botão esquerdo sobre a linha do arco.
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 24
Têm um nó de início e um nó de fim, ambos actividades fictícias de
duração nula. Também se introduzem actividades fictícias de trânsito
de tempo e de identidade.
Por outro lado a informação da rede concentra-se dentro do rectângulo
de cada actividade, p. ex.:
Nome
CI TI
D Folga
Nota: No Project depois de abrir a janela do PERT, clicando com o botão direito na área de
trabalho aparece uma janela de diálogo na qual se definem as grandezas afectas aos cinco
campos do actividade.
Para o exemplo de informatização da biblioteca, o PERT traçado no
Project tem o aspecto da figura seguinte. Note-se que os Sábados e Domingos
não contam ( a menos que o autor reconfigure o calendário do Project)
7.3.6. Introdução da incerteza (redes PERT)
• quando a duração de uma actividade é uma variável aleatória com
uma certa distribuição de probabilidade,
• a informação sobre essa distribuição de probabilidade permite
estimar a probabilidade de completar o projecto na data prevista.
• estimativa de três tempos para cada actividade:
• o mais provável, m
• o mais optimista (difícil mas possível se tudo correr
bem), a
• o mais pessimista (difícil mas possível se tudo correr
mal), b
Admitem-se as seguintes hipóteses:
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 25
Hipótese 1. A dispersão entre a (valor optimista) e b (valor pessimista)
é 6 vezes o desvio padrão, 6σ = b – a, donde
2
2
6
b a
σ
−
 
=  
 
(Note-se que na distribuição normal, gaussiana, assim como em outras, a
esmagadora maioria das realizações situa-se entre ±3σ em torno da média, e por
isso existe uma dispersão de 6σ entre as "caudas" da distribuição; por isso é
aceitável assumir aqui o mesmo facto).
Para se calcular o valor esperado, Te, é necessário considerar a forma
de distribuição de probabilidades.
Hipótese 2. A distribuição de probabilidade da duração de cada
actividade é (pelo menos aproximadamente) a distribuição beta
b
m
a
Sob as Hipóteses 1 e 2,
1 4
2
3 2 6
e
a b a m b
T m
+ + +
 
 
= + =
 
 
 
 
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 26
A mediana entre a e b é (a+b)/2. A duração esperada é a média
aritmética ponderada da mediana e do modo (valor máximo), pesando
o modo 2/3 e a mediana 1/3.
A escolha da distribuição beta é até certo ponto arbitrária, mas ajusta-se bem ao
conceito esperado-pessimista-optimista.
Hipótese 3. Os tempos das diversas actividades são variáveis
aleatórias estatisticamente independentes (i.e., o facto de a duração
de uma actividade se situar num certo ponto da curva beta não
influencia a localização da duração de outras actividades na curva
beta ).
Hipótese 4. O caminho crítico (baseado nos tempos esperados)
requer sempre um tempo total maior do que qualquer outro caminho
(esta hipótese é uma aproximação; pode haver caminhos que, por
haver atrasos substanciais em algumas actividades, tenham uma
duração maior; mas é razoável (optimista) porque é o que acontece na
maior parte dos casos.
As Hipóteses 3 e 4 permitem afirmar:
• a duração do tempo do projecto á a soma dos tempos das
actividades do caminho crítico (com base nos tempos
esperados). O valor esperado da soma das variáveis aleatórias
independentes é a soma dos valores esperados de cada uma
delas.
• a variância do tempo do projecto é a soma das variâncias dos
tempos esperados da cada actividade no caminho crítico.
Hipótese 5. A distribuição de probabilidade do tempo do projecto é
(aproximadamente) a distribuição normal (gaussiana).
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 27
Esta hipótese é consequência do teorema do limite centra: a soma de um grande
número de variáveis aleatórias individuais (neste caso com distribuição beta)
segue uma distribuição normal.
Conhecida a média e a variância da duração do projecto, pode-se
calcular a probabilidade de que a duração seja um certo valor.
Exemplo (inform. da biblioteca):
Activi
dade
Duração
optimista
a
Duração
mais
provável
m
Duração
pessimista
b
Média
Te
Variância
σ2
A 2 3 4 3 0,11
B 1 2 3 2 0,11
C 5 6 7 6 0,11
D 0,5 1 2 1,1 0,06
E 13 15 18 15,2 1,00
F 0,5 1 3 1,25 0,17
G 12 15 19 15,2 1,36
H 2 3 4 3 0,11
I 4 5 6 5 0,11
J 14 15 16 15 0,11
Caminho crítico: B-E-G-I-J
Duração esperada do projecto: 2+15,2+15,2+5+15=52,4
Variância: 0,11+1,00+1,36+0,11+0,11=2,65
Pode-se agora calcular a probabilidade de o projecto terminar por
exemplo
até 55 dias p(x<55)
entre 45 e 55 p (45<x<55)
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 28
O Project tem uma janela de diálogo para entrar os dados pessimistas,
esperados e optimistas .
Bibliografia
Barros, Carlos, Gestão de Projectos, Ed Sílabo, Lisbos, 1994
J. P. Brand, Direcção e Gestão de Projectos, Lidel, 1998.
Kerzner, H., Project Management: A Systems Approach to Planning, Scgheduling and
Control, 6th Edition, 1998.
Harvard Business School, Project Management Manual, October 1997.
Hillier e Lieberman, Introduction to Operations Research, McGraw Hill.
Se no exemplo de informatização da biblioteca se alterassem a
duração das actividades conforme indicado no quadro seguinte,
Nº Activi
dade
Duração
D
CI CC TC TI Folga
TI-CI
1-3 A 6 0 6 6 0 0
1-2 B 2 0 2 2 0 0
3-4 C 9 6 15 15 6 0
4-5 D 1 15 16 16 15 0
2-6 E 15 2 17 17 2 0
5-6 F 1 16 17 17 16 0
7-8 G 15 17 32 32 17 0
7-9 H 3 17 20 32 29 12
8-10 I 5 32 37 37 32 0
10-11 J 15 37 52 52 37 0
Processos
de
Gestão
ADC/DEI/FCTUC
1999/2000
Cap.
7.
Técnicas
Gráficas
de
Planeamento
29
Dois
caminhos
críticos
TE
,
CE
[TI,
CI]
0
15
[32,
32]
[6,
2]
5
15
1
1
9
0
6
F[16,
16]
H[29,
17]
E[2,2]
D[15,
15]
A[0,
0]
11
9
6
4
2
3
10
8
7
5
1
2
G[17,17]
I[32,
32]
J[37,
37]
0
3
C[6,
6]
[17,
17]
52,
52
37,
37
32,
32
32,
20
17,
17
17,
17
16,
16
15,
15
6,
6
2,
2
0,
0
15
B
[0,
0]
Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 30
FOLGAS
Folga total: TI - CI
Tempo total que uma actividade pode ser atrasada ou
antecipada sem perturbar o
• tempo total de duração do projecto
Folga de início de actividade: (TE – CE)cauda
Se a actividade começa o mais tarde possível, então a folga
total é igual á folga de início.
Folga de fim de actividade: (TE – CE)cabeça
Se a actividade se iniciar o mais cedo possível, então a
folga total é igual à folga de fim de actividade.
Folga livre: CE (cabeça) - CC
Tempo total que uma actividade pode ser antecipada ou
atrasada sem afectar as
• activides sucedentes
• tempo total de duração do projecto
Folga livre = folga total- folga de fim de actividade
FL= (TI-CI) – (TE-CE)cabeça
Folga independente:
Tempo total que uma actividade pode ser antecipada ou
atrasada sem afectar as
• actividades precedentes
• actividades sucedentes
• duração do projecto
Folga independente= folga livre- folga de início de actividade
FI= (TI-CI) – (TE-CE)cauda
A folga total pode ser igual à folga livre ou não

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  • 1. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 1 CAPÍTULO 7 TÉCNICAS GRÁFICAS DE PLANEAMENTO 7.1. Interesse Da fase anterior de planificação do projecto resulta uma lista de tarefas a executar, sua calendarização e recursos necessários (incluindo humanos). Pode-se fazer o escalonamanto ("scheduling") das diversas actividades e recorrer aos gráficos de Gantt ou às redes PERT/CPM para estudar o planeamento. As redes PERT/CPM são muito úteis, e não só para projectos grandes. O seu traçado implica a resolução prévia de dois problemas fundamentais no planeamento: • que actividades se irão realizar • que preferência, ou que precedências, existem entre as diversas actividades Outras vantagens: • comprova se o plano é ou não tecnicamente coerente • mostra se alguma actividade foi esquecida • ajuda a compreender a lógica interna do projecto • é um excelente guia para a execução do projecto • clareza e facilidade de compreensão para os clientes e outros interessados • produz impacto psicológico positivo para a negociação contratual.
  • 2. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 2 7.2. Gráfico de Gantt (de actividades/tarefas): • ilustra graficamente a sequência das tarefas. Exemplo (adaptado de Brand, 118) Quadro de tarefas e recursos de um projecto : Tarefa/ actividade calendarização (meses) recursos n.º A 0 a 1,5º Y B 2º 2 4º Z C 4º e 5º W D 4,3º a 6º Y E 6 Z meses Actividades 1 2 3 4 5 6 A B C D E Y Z W Y Z
  • 3. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 3 Se houver um outro projecto (Projecto 2) com a tabela de tarefas Tarefa/ actividade calendarização (meses) recursos n º A 1 a 2 W B 3 a 4 Y C 2 a 4,5 X D 5,5 a 6 X E 6 W o seu gráfico de Gantt será meses Actividades 1 2 3 4 5 6 A B C D E W Y X X W A partir dos dois gráficos de Gantt de tarefas, extrai-se o gráfico de Gantt de recursos, que evidencia a cronologia de afectação de recursos.
  • 4. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 4 Gráfico de Gantt dos recursos meses Recursos 1 2 3 4 5 6 W X Y Z 2-A 2-C 2-B 2-D 2-E 1-C 1-E 1-B 1-D 1-A Quando há conflitos na utilização de recursos - ou se refaz o escalonamento das tarefas - ou se procuram e obtêm mais recursos. Limitações dos gráficos de Gantt: • não permitem representar as inter-relações entre as actividades (embora algumas extensões, como no Project, o permitam fazer para casos relativamente simples). • não é fácil apresentar as actividades em termos de uma lógica sequencial com tempo e recursos necessários às tarefas Vantagens: • é uma ferramenta de comunicação muito boa, por ser facilmente inteligível por não especialistas em gestão de projectos.
  • 5. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 5 7.3. Redes PERT 7.3.1. Introdução às redes PERT/CPM As redes PERT (Program Evaluation and Review Technique) evidenciam relações de precedência (obrigatória) entre tarefas, e permitem também fazer cálculos probabilísticos sobre o êxito do projecto. As redes CPM são iguais às PERT, excepto que são determinísticas (não permitem cálculos probabilísticos). Uma rede PERT é um grafo (ou rede) orientado. vértice, ou nó¸ do grafo: cada um dos pontos do grafo arco (ou aresta) do grafo: ligação orientada entre um vértice (origem) e outro vértice (destino). da actividade I Acontecimento cabeça Acontecimento cauda Actividade, I 3 2 Uma actividade que dependa de uma outra emerge da cabeça da actividade de que depende. Representa-se o projecto em forma de rede resolvendo dois dos problemas imprescindíveis em toda a planificação:
  • 6. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 6 • quais as actividades a realizar, enumerando-as por exemplo por A, B, ..., ou dando-lhe nomes • por que ordem devem ser feitas as actividades/tarefas, isto é, qual a relação de preferência entre as diversas actividades. Tem também as vantagens de clareza e facilidade de compreensão, podendo provocar um impacto psicológico importante no cliente. Propriedades das redes PERT • um acontecimento não está realizado enquanto todas as actividades que conduzem a ele não estiverem completas. I 2 • uma actividade só se pode iniciar após a realização do acontecimento da sua cauda. 3
  • 7. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 7 Em consequência nenhuma actividade se pode iniciar até que todas as actividades precedentes na mesma cadeia estejam completas. Actividades fictícias (não consomem recursos, consomem tempo) Necessário introduzir (por vezes) • para estabelecer precedências (a tracejado) 2 3 B A I J J depende de A e B; I depende de A.. • para representar trânsito de tempo : B depende de A mas só se pode iniciar e dias após conclusão de A 2 B A 2 e F B A • eliminar paralelismos (actividades fictícias de identidade): entre dois acontecimentos sucessivos só pode haver um arco. 2 4 3
  • 8. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 8 4 F 3 2 4 3 F 2 7.3.2. Desenvolvimento da rede para o projecto Exemplo (de E. Barros, 43). Suponhamos o projecto de informatização de uma biblioteca. A lista das actividades a realizar é a seguinte (incluindo os marcos, milestones, que são pontos de referência para a gestão, geralmente a data de fim das actividades ): Código Lista de tarefas Tipo 01 02 03 04 05 06 06 08 09 10 11 12 Início do projecto Determinação das necessidades de equipamento Selecção do fornecedor Redesenho das instalações Transformação das instalações Escolha do sistema de informatização Encomenda do sistema Instalação do sistema Instalação da biblioteca completa (informatizada) Treino de operadores Teste do sistema Finalização do projecto Acontecimento/marco Actividade/marco Actividade/marco Actividade/marco Actividade/marco Actividade/marco Actividade/marco Actividade/marco Acontecimento Actividade/marco Actividade/marco Acontecimento
  • 9. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 9 Após análise, estabelece-se a seguinte sequência de execução das actividades (a actividade X precede a actividade Y se Y só se puder iniciar após conclusão de X): Actividades código descrição Actividades precedentes Duração (dias) A Escolha do sistema de informatização 3 B Determinação das necessidades de equipamento 2 C Obtenção das propostas dos fornecedores A, B 6 D Selecção do fornecedor C 1 E Reformulação das instalações B 15 F Encomenda do sistema D 1 G Transformação das instalações para as adequar aos novos equipamentos E, F 15 H Instalação do sistema E, F 3 I Treino dos operadores G, H 5 J Ensaio final H 15 Estamos agora em condições de construir o gráfico PERT/CPM do projecto. • Haverá tantos arcos quantas as actividades • Cada duas actividades sucessivas serão separadas por um nó • Dois nós podem ser ligados directamente só por uma actividade.
  • 11. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 11 7.3.3.Análise da rede do projecto: determinação do caminho crítico. Notação e nomenclatura: CE = (Cedo Evento) data mais cedo possível para um evento (acontecimento) TE = (Tarde Evento) data mais tarde possível para um evento Folga de evento: TE-CE, período de tempo durante o qual de pode realizar o evento sem influenciar o términos do projecto. D = Duração de uma actividade CI = (Cedo Início) data mais cedo possível de início da actividade CC = (Cedo Conclusão) data mais cedo possível de conclusão de uma actividade TI = (Tarde Início) data mais tarde possível para início da actividade TC = (Tarde Conclusão) data mais tarde possível para a conclusão da actividade. Pode-se concluir que: D = CC – CI CI = CC – D CC = CI + D D= TC – TI TI = TC – D TC = TI + D Si,j = TIi,j – CIi,j = Folga da actividade (i, j) entre os nós i e j. = TCij - CCij
  • 12. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 12 = TCij – CIij - Dij = TEj – (CEi + Dij) Folga de actividade = período de tempo que uma actividade pode ser atrasada ou adiantada sem afectar a conclusão do projecto. Um atraso nas actividades precedentes pode induzir um atraso nas procedentes. Se esta situação se verificar num caminho em todas as actividades desde o início até ao fim do projecto, esse caminho é designado caminho crítico: ele liga actividades em que um dado atraso numa actividade origina uma atraso na data de conclusão do projecto. A determinação do caminho crítico faz-se pela: • determinação das datas CE para os eventos • determinação das datas TE para um evento • determinação das datas CI das actividades • determinação das datas CC das actividades • determinação das datas TC das actividades • determinação das datas TI das actividades • determinação das folgas de cada actividade (folga total). 7.3.3.1. Determinação das datas mais cedo CE para os eventos (do princípio para o fim da rede) O tempo mais cedo CE para um evento é o tempo em que aconteceria o evento se todas as actividades precedentes se iniciassem o mais cedo possível (CI). regra de cálculo: calcula-se em que data aconteceria o evento se todos os eventos imediatamente precedentes acontecessem nas suas
  • 13. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 13 datas CE e se as actividades intervenientes durassem exactamente o previsto. D3 D2 CE5 CE4 CE3 CE2 5 2 3 4 D4 CE5 = máx (CE2 + D2 , CE3 + D3 , CE4 + D4) 7.3.3.2. Determinação das datas TE dos eventos (do fim para o princípio da rede) O tempo mais tarde TE de um evento é o tempo a que o evento pode ocorrer sem retardar a finalização do projecto para além do seu términos mais cedo CE. O tempo TE do último evento (conclusão do projecto) é assim igual ao seu tempo mais cedo CE. regra de cálculo (do fim para o princípio): para cada evento, calcula-se o tempo tardio em que pode ocorrer de modo a que cada evento imediatamente a seguir possa ocorrer no seu tempo tardio TE se cada actividade interveniente consumir exactamente o tempo prevista para a sua duração. D35 D34 TE3 TE6 TE4 4 5 6 3 D36 TE5 TE3 = mín (TE4 – D34, TE5 – D35, TE6 – D36 )
  • 14. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 14 7.3.3.3. Determinação das datas CI das actividades (percorre-se a rede do princípio para o fim) regra: a data mais cedo de início de uma actividade (iniciada num certo nó i é igual ao maior valor da data mais cedo de conclusão de entre todas as actividades que entram nesse nó i. CIij = máx CC*i CI = máx (CC1 , CC2 , CC3) CC3 CC2 CC1 CI 2 7.3.3.4. Determinação das datas CC das actividades As datas CC calculam-se por CCij = CIij + Dij 7.3.3.5. Determinação das data TC (percorre-se a rede do fim para o princípio) A data TC da última actividade é igual à sua data CC. regra: a data mais tarde de conclusão de uma actividade que entra num nó j é igual ao menor valor das datas mais tarde de início de todas as actividades que deixam esse nó. TCij = mín TIj*
  • 15. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 15 TC TI3 TI2 TI1 3 TC = mín (TI1, TI2, TI3) 7.3.3.6. Determinação das datas TI das actividades As datas TI determinam-se por TIij = TCij - Dij (por definição, para a última actividate tem-se CC=TC, CI=TI) 7.3.3.7. Determinação do caminho crítico Determinam-se as folgas de todas as actividades. As actividades sem folga (folga nula) fazem parte do caminho crítico. Propriedades do caminho crítico: 1.Uma rede de projecto tem sempre um caminho crítico, e pode haver mais do que um; 2. Todas as actividades com folga nula devem pertencer a um caminho crítico e nenhuma actividade com folga não nula pode pertencer a um caminho crítico.
  • 16. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 16 3. Todos os eventos com folga nula devem pertencer a um caminho crítico , e nenhum evento com folga não nula pode pertencer a um caminho crítico. 4. Um caminho ao longo da rede em que os eventos nele existentes têm folga nula não é necessariamente um caminho crítico, porque uma ou mais actividades nesse caminho pode ter folga não nula. A quantidade de informação contida numa rede de projecto (incluindo os diversos tempos cedo e tarde, as folgas e os caminhos críticos ) tem uma importância muito grande para o gestor dos projectos. Permite-lhe investigar o efeito de alterações no projecto (melhorando-o, eventualmente), determinar onde se devem despender esforços reforçados para manter o calendário, e testar o impacto de deslizes no cronograma. 7.3.3.6. Exemplo (informatização da biblioteca) Cálculo das datas CE Evento Evento preceden te CE + duração da actividade CE do evento 1 - - 0 2 1 0 + 2 2 3 2 1 2 + 0 3 + 0 máx (2+0, 3+0 ) = 3 4 3 3 + 6 9 5 4 9 + 1 10 6 2 2 + 15 17 7 5 6 10 + 1 17 + 1 máx (10 + 2, 17 + 1)= 17 9 7 17 + 3 20 8 7 9 17 + 15 20+ 0 máx (17 + 15, 10 + 0)= 32 10 8 32 + 5 37 11 10 37 + 15 52
  • 17. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 17 Cálculo das datas TE e das folgas dos eventos TE11 = CE11 = 52 Evento j Evento proceden te, i TEi- Dij TE do evento Folga do evento TE-CE 11 - - 52 0 10 11 52-15 37 0 8 10 37-5 32 0 9 8 32-0 32 12 7 8 9 32-15 32-3 min (17, 29) = 17 0 6 7 17-0 17 0 5 7 17-1 16 6 4 5 16-1 15 6 3 4 15-6 9 6 2 3 6 9-0 17-15 min (9,2)= 2 0 1 2 3 2-2 9-3 min (0,6) = 0 0
  • 22. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 22 Nº Activi dade Duração D CI CC TC TI Folga TI-CI 1-3 A 3 0 3 9 6 6 1-2 B 2 0 2 2 0 0 3-4 C 6 3 9 15 9 6 4-5 D 1 9 10 16 15 6 2-6 E 15 2 17 17 2 0 5-6 F 1 10 11 17 16 6 7-8 G 15 17 32 32 17 0 7-9 H 3 17 20 32 29 12 8-10 I 5 32 37 37 32 0 10-11 J 15 37 52 52 37 0 7.3.4. Optimização dos custos do projecto As redes PERT/CPM, numa abordagem determinística, permitem optimizar os custos do projecto, ou pelo menos a relação custo/duração, i.e, a resposta à questão • que relação duração/custo de cada actividade se deve usar de modo a realizar o projecto no tempo previsto e a custo mínimo ??? Pode fazer-se usando a programação linear (ver p. ex. em Hillier e Lieberman, pp 399/404) e parte do pressuposto que há actividades cuja duração de pode diminuir aumentando o seu custo (contratando mais pessoal, horas extraordinárias, mais equipamentos, etc. ). Pode também fazer-se por um procedimento de inspecção e melhoria por etapas (ver p. ex. Barros, 88-100).
  • 23. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 23 7.3.5. As redes de actividades nos nós As redes PERT (de actividades nos arcos) com toda a informação ficam "confusas" para o utilizador. As redes de actividades nos nós são mais simples na representação: São constituídas por actividades (nos nós, em geral rectangulares) e por relações de dependência definidas pelos arcos. C 2 B 3 A 2 A precede B e C Duração: 2, 3, 2 Entre as actividades podem-se estabelecer as seguintes relações de precedência: Fim Início B A B A Início Fim Início Início Fim Fim B A B A Nota: No Project estas quatro ligações são representadas da mesma maneira. Escolhe-se clicando duas vezes com o botão esquerdo sobre a linha do arco.
  • 24. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 24 Têm um nó de início e um nó de fim, ambos actividades fictícias de duração nula. Também se introduzem actividades fictícias de trânsito de tempo e de identidade. Por outro lado a informação da rede concentra-se dentro do rectângulo de cada actividade, p. ex.: Nome CI TI D Folga Nota: No Project depois de abrir a janela do PERT, clicando com o botão direito na área de trabalho aparece uma janela de diálogo na qual se definem as grandezas afectas aos cinco campos do actividade. Para o exemplo de informatização da biblioteca, o PERT traçado no Project tem o aspecto da figura seguinte. Note-se que os Sábados e Domingos não contam ( a menos que o autor reconfigure o calendário do Project) 7.3.6. Introdução da incerteza (redes PERT) • quando a duração de uma actividade é uma variável aleatória com uma certa distribuição de probabilidade, • a informação sobre essa distribuição de probabilidade permite estimar a probabilidade de completar o projecto na data prevista. • estimativa de três tempos para cada actividade: • o mais provável, m • o mais optimista (difícil mas possível se tudo correr bem), a • o mais pessimista (difícil mas possível se tudo correr mal), b Admitem-se as seguintes hipóteses:
  • 25. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 25 Hipótese 1. A dispersão entre a (valor optimista) e b (valor pessimista) é 6 vezes o desvio padrão, 6σ = b – a, donde 2 2 6 b a σ −   =     (Note-se que na distribuição normal, gaussiana, assim como em outras, a esmagadora maioria das realizações situa-se entre ±3σ em torno da média, e por isso existe uma dispersão de 6σ entre as "caudas" da distribuição; por isso é aceitável assumir aqui o mesmo facto). Para se calcular o valor esperado, Te, é necessário considerar a forma de distribuição de probabilidades. Hipótese 2. A distribuição de probabilidade da duração de cada actividade é (pelo menos aproximadamente) a distribuição beta b m a Sob as Hipóteses 1 e 2, 1 4 2 3 2 6 e a b a m b T m + + +     = + =        
  • 26. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 26 A mediana entre a e b é (a+b)/2. A duração esperada é a média aritmética ponderada da mediana e do modo (valor máximo), pesando o modo 2/3 e a mediana 1/3. A escolha da distribuição beta é até certo ponto arbitrária, mas ajusta-se bem ao conceito esperado-pessimista-optimista. Hipótese 3. Os tempos das diversas actividades são variáveis aleatórias estatisticamente independentes (i.e., o facto de a duração de uma actividade se situar num certo ponto da curva beta não influencia a localização da duração de outras actividades na curva beta ). Hipótese 4. O caminho crítico (baseado nos tempos esperados) requer sempre um tempo total maior do que qualquer outro caminho (esta hipótese é uma aproximação; pode haver caminhos que, por haver atrasos substanciais em algumas actividades, tenham uma duração maior; mas é razoável (optimista) porque é o que acontece na maior parte dos casos. As Hipóteses 3 e 4 permitem afirmar: • a duração do tempo do projecto á a soma dos tempos das actividades do caminho crítico (com base nos tempos esperados). O valor esperado da soma das variáveis aleatórias independentes é a soma dos valores esperados de cada uma delas. • a variância do tempo do projecto é a soma das variâncias dos tempos esperados da cada actividade no caminho crítico. Hipótese 5. A distribuição de probabilidade do tempo do projecto é (aproximadamente) a distribuição normal (gaussiana).
  • 27. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 27 Esta hipótese é consequência do teorema do limite centra: a soma de um grande número de variáveis aleatórias individuais (neste caso com distribuição beta) segue uma distribuição normal. Conhecida a média e a variância da duração do projecto, pode-se calcular a probabilidade de que a duração seja um certo valor. Exemplo (inform. da biblioteca): Activi dade Duração optimista a Duração mais provável m Duração pessimista b Média Te Variância σ2 A 2 3 4 3 0,11 B 1 2 3 2 0,11 C 5 6 7 6 0,11 D 0,5 1 2 1,1 0,06 E 13 15 18 15,2 1,00 F 0,5 1 3 1,25 0,17 G 12 15 19 15,2 1,36 H 2 3 4 3 0,11 I 4 5 6 5 0,11 J 14 15 16 15 0,11 Caminho crítico: B-E-G-I-J Duração esperada do projecto: 2+15,2+15,2+5+15=52,4 Variância: 0,11+1,00+1,36+0,11+0,11=2,65 Pode-se agora calcular a probabilidade de o projecto terminar por exemplo até 55 dias p(x<55) entre 45 e 55 p (45<x<55)
  • 28. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 28 O Project tem uma janela de diálogo para entrar os dados pessimistas, esperados e optimistas . Bibliografia Barros, Carlos, Gestão de Projectos, Ed Sílabo, Lisbos, 1994 J. P. Brand, Direcção e Gestão de Projectos, Lidel, 1998. Kerzner, H., Project Management: A Systems Approach to Planning, Scgheduling and Control, 6th Edition, 1998. Harvard Business School, Project Management Manual, October 1997. Hillier e Lieberman, Introduction to Operations Research, McGraw Hill. Se no exemplo de informatização da biblioteca se alterassem a duração das actividades conforme indicado no quadro seguinte, Nº Activi dade Duração D CI CC TC TI Folga TI-CI 1-3 A 6 0 6 6 0 0 1-2 B 2 0 2 2 0 0 3-4 C 9 6 15 15 6 0 4-5 D 1 15 16 16 15 0 2-6 E 15 2 17 17 2 0 5-6 F 1 16 17 17 16 0 7-8 G 15 17 32 32 17 0 7-9 H 3 17 20 32 29 12 8-10 I 5 32 37 37 32 0 10-11 J 15 37 52 52 37 0
  • 30. Processos de Gestão ADC/DEI/FCTUC 1999/2000 Cap. 7. Técnicas Gráficas de Planeamento 30 FOLGAS Folga total: TI - CI Tempo total que uma actividade pode ser atrasada ou antecipada sem perturbar o • tempo total de duração do projecto Folga de início de actividade: (TE – CE)cauda Se a actividade começa o mais tarde possível, então a folga total é igual á folga de início. Folga de fim de actividade: (TE – CE)cabeça Se a actividade se iniciar o mais cedo possível, então a folga total é igual à folga de fim de actividade. Folga livre: CE (cabeça) - CC Tempo total que uma actividade pode ser antecipada ou atrasada sem afectar as • activides sucedentes • tempo total de duração do projecto Folga livre = folga total- folga de fim de actividade FL= (TI-CI) – (TE-CE)cabeça Folga independente: Tempo total que uma actividade pode ser antecipada ou atrasada sem afectar as • actividades precedentes • actividades sucedentes • duração do projecto Folga independente= folga livre- folga de início de actividade FI= (TI-CI) – (TE-CE)cauda A folga total pode ser igual à folga livre ou não