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Corrente renascentista
Erros meus, má fortuna, amor ardenteCamões
Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa [a] que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!
DESVENTURA
Várias foram as causas que contribuíram para
a vida desventurada do poeta: o amor, os
erros praticados ao longo da vida, a falta de
sorte de que frequentemente se lamenta, o
exílio a que por várias vezes se viu votado, o
contraste, feito de sonhos desfeitos, entre a
desejada Sião e a real e corrupta Babilónia...
Reais ou fictícios, muitos são os episódios
conhecidos que ditaram a criação uma
imagem de Camões como poeta
desafortunado, perseguido, incompreendido,
chorando o desterro e os desgostos
amorosos, reduzido, quantas vezes, a uma
vida de mendicidade, e morrendo na miséria.
Tema
O tema do soneto é o sofrimento do sujeito
poético.
O AUTOBIOGRAFISMO
Tema:
BALANÇO AUTOBIOGRÁFICO
O poeta faz uma retrospectiva à sua vida e verifica que as causas da sua desgraça
foram os erros que cometeu, a sua pouca sorte e o amor; mas bastava esta última
causa para a sua perdição..
No poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, o sujeito poético
lamenta-se da sua vida desgraçada, que só o faz sofrer. Ele sente-se
revoltado pelo facto de ter uma vida tão infeliz mostrando, no fim, um
desejo intenso de vingança.
Assunto do poema
O sujeito poético diz que os seus maiores inimigos
na vida foram os erros, a má sorte e o amor e refere
que estes três elementos foram os culpados da sua
vida de sofrimento.
Estrutura interna
1ª parte
(12 primeiros
versos)
Na primeira parte do poema, o eu poético
confessa que viveu uma vida de sofrimento,
provocado pelos erros, pela má sorte e pelo amor.
Diz ainda que o amor apenas lhe deu “breves
enganos” e que, por isso, o sofrimento provocado
pelos erros e pela má sorte sobejaram.
2ª parte
(dois últimos versos)
Na segunda parte do poema, ele recorre a uma
interjeição (“oh!”) para mostrar a dor que lhe vai
no coração e espera que o “Génio” que o
persegue se farte de o perseguir para ele poder
viver em paz.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa [a] que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!
1º momento: atribui o sofrimento a
certas forças – Fortuna e Amor - que
se aliaram contra o poeta.
2º momento: exclamação final
reveladora do seu desespero.
O amor como causa do seu infortúnio
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
O sujeito poético exprime a sua tristeza em
relação à vida que foi passando e os erros
que foi cometendo.
Para o fazer, evoca três razões que
justificam um passado infeliz que, de forma
intencional, se reuniram numa metafórica
conjura para tramar contra o poeta.
Partindo desta ideia, o poeta desenvolve o
seu lamento ao longo das estrofes
seguintes.
Assim, o sujeito poético aprendeu a não ter
esperança na alegria que a vida lhe podia
proporcionar.
O soneto aborda a vida passada do poeta e a tristeza que ele sente ao recordá-la.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Concluindo que todo o seu percurso de
vida foi errado, pois foi sempre iludido pelo
amor e tendo em conta que o amor seria o
suficiente para o levar à perdição, a
Fortuna, ou seja o destino, castigou as suas
sempre “mal fundadas esperanças” (v. 11),
pois estas foram sempre criadas por um
amor ilusório.
O soneto encerra com um pedido, que
traduz todo o sofrimento do sujeito
poético, sendo toda a dor transmitida na
utilização da interjeição e da frase
exclamativa, e no qual é solicitado, no
fundo um descanso que o poeta entende
merecido.
A importância atribuída ao papel desempenhado pelo Amor na perdição do Poeta.
(vv. 3-4).
Erros meus...
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
O sujeito poético transmite a ideia de
que viveu muitos momentos difíceis e
de grande sofrimento que ainda estão
bem presentes no seu espírito.
Nos últimos dois versos desta estrofe é
visível como o passado de sofrimento,
tão presente na sua memória, interfere
no futuro.
O melhor, segundo o sujeito poético, é
não desejar nada nem ter ilusões ou
esperanças. É esta a melhor forma para
não haver desilusões.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
No primeiro terceto, o sujeito poético
tem consciência que o grande erro
que cometeu foi o de ter esperanças
vãs e de ter acreditado que podia ser
feliz. Como se deixou iludir, a Fortuna
(má sorte) castigou-o e encaminhou-o
para a sua perdição. As suas
esperanças infundadas eram em
relação ao amor. Este também o
enganou.
Nos últimos dois versos do segundo
terceto, é notória a revolta do sujeito
poético. Ele sente-se uma vítima e
quer vingar-se de tudo aquilo que
contribuiu para a sua perdição.
Camões nunca deixou de se analisar a si próprio. Ele reflectiu sistematicamente sobre a
sua vida. Dessa reflexão surgiram manifestações de impotência, de perplexidade, de
revolta, de frustração e de sofrimento. Como resultado das suas constantes interrogações,
Camões chegou a várias conclusões:
•O amor é o responsável por tudo o que de mal está na sua vida pois priva o homem
da sua liberdade; o amor dá esperanças que nunca se realizam.
•A má sorte persegue-o incessantemente e castiga-o.
•O destino persegue-o, retira-lhe a liberdade, castiga-o e não o deixa ser feliz. Ele
sente-se impotente para lutar contra o destino.
No entanto, e através dos seus poemas, Camões revela um certo orgulho em tudo
isto pois, apesar de ser infeliz e desgraçado, ele sente que vive um destino
grandioso. Só alguém tão especial como ele, poderia atrair um destino tão injusto e
mau.
Neste soneto, estes processos querem mostrar como o sujeito poético se sente infeliz,
perseguido e revoltado. Encontras, então:
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Hipérbole
Adjectivação valorativa
Exclamação Final
Conotações negativas
Processos figurativos
Anástrofe (v.8)
Personificação (v. 7, 10)
Enumeração – “Erros meus, má fortuna, amor
ardente” (verso 1)
Interjeição – “Oh” (verso 13)
Q
U
A
D
R
A
S
T
E
R
C
E
T
O
S
Este poema
é um soneto
porque é
constituído
por duas
quadras
e dois
tercetos.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa [a] que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
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Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
A rima é interpolada
e emparelhada
nas quadras como
se pode verificar
no esquema rimático
ABBA.
Nos tercetos a
rima é interpolada
como podes
ver no esquema
rimático CDECDE
A
B
B
A
A
B
B
A
C
D
E
C
D
E
Esquema rimático e tipo de rima
E/rros /meus,/ má /for / tu / na, a / mor / ar/ den (te)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
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que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa [a] que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!
Este texto é constituído por duas quadras
e dois tercetos, em metro decassilábico,
com esquema rimático:
ABBA / ABBA / CDE / CDE,
verificando a existência de rima
interpolada em A, emparelhada em B e
interpolada nos tercetos.
Observa-se claramente neste soneto a vida do poeta, onde autor e eu-
lírico se fundem, sendo enfatizados seus erros, causa de castigo da
deusa Fortuna: “Errei todo o discurso de meus anos; dei causa a que a
Fortuna castigasse”. O sentimento de arrependimento se faz presente
numa confissão e também, a compreensão de que somente o amor, na
sua essência, era o suficiente.
Encontramos a força do lirismo último, quando o autor apresenta um
questionamento sobre suas ambições, que de uma forma geral, são as
ambições humanas. Esta acaba por englobar a força intelectual com
suas questões existenciais (que exigem conhecimento) e a força
dramática com seus contrates (no caso, o certo e o errado).
Olhando por uma outra ótica, podemos também incluir este poema na
tensão “os desconcertos do mundo”, que será vista com mais detalhe
posteriormente, e que nos apresenta o desengano com a existência. O
autor demonstra uma desesperança diante da vida quando diz “a não
querer já nunca ser contente”, com um toque de dramaticidade
causada, como vimos, pelo conflito entre o que é certo e errado.
Disciplina: Português
Prof.ª: Helena Maria Coutinho

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Erros meus

  • 1. Corrente renascentista Erros meus, má fortuna, amor ardenteCamões
  • 2. Erros meus, má fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, que para mim bastava o amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; dei causa [a] que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse este meu duro génio de vinganças!
  • 3. DESVENTURA Várias foram as causas que contribuíram para a vida desventurada do poeta: o amor, os erros praticados ao longo da vida, a falta de sorte de que frequentemente se lamenta, o exílio a que por várias vezes se viu votado, o contraste, feito de sonhos desfeitos, entre a desejada Sião e a real e corrupta Babilónia... Reais ou fictícios, muitos são os episódios conhecidos que ditaram a criação uma imagem de Camões como poeta desafortunado, perseguido, incompreendido, chorando o desterro e os desgostos amorosos, reduzido, quantas vezes, a uma vida de mendicidade, e morrendo na miséria.
  • 4. Tema O tema do soneto é o sofrimento do sujeito poético. O AUTOBIOGRAFISMO
  • 5. Tema: BALANÇO AUTOBIOGRÁFICO O poeta faz uma retrospectiva à sua vida e verifica que as causas da sua desgraça foram os erros que cometeu, a sua pouca sorte e o amor; mas bastava esta última causa para a sua perdição.. No poema “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, o sujeito poético lamenta-se da sua vida desgraçada, que só o faz sofrer. Ele sente-se revoltado pelo facto de ter uma vida tão infeliz mostrando, no fim, um desejo intenso de vingança.
  • 6. Assunto do poema O sujeito poético diz que os seus maiores inimigos na vida foram os erros, a má sorte e o amor e refere que estes três elementos foram os culpados da sua vida de sofrimento.
  • 7. Estrutura interna 1ª parte (12 primeiros versos) Na primeira parte do poema, o eu poético confessa que viveu uma vida de sofrimento, provocado pelos erros, pela má sorte e pelo amor. Diz ainda que o amor apenas lhe deu “breves enganos” e que, por isso, o sofrimento provocado pelos erros e pela má sorte sobejaram. 2ª parte (dois últimos versos) Na segunda parte do poema, ele recorre a uma interjeição (“oh!”) para mostrar a dor que lhe vai no coração e espera que o “Génio” que o persegue se farte de o perseguir para ele poder viver em paz.
  • 8. Erros meus, má fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, que para mim bastava o amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; dei causa [a] que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse este meu duro génio de vinganças! 1º momento: atribui o sofrimento a certas forças – Fortuna e Amor - que se aliaram contra o poeta. 2º momento: exclamação final reveladora do seu desespero. O amor como causa do seu infortúnio
  • 9. Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que para mim bastava o amor, somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos… Oh! Quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! O sujeito poético exprime a sua tristeza em relação à vida que foi passando e os erros que foi cometendo. Para o fazer, evoca três razões que justificam um passado infeliz que, de forma intencional, se reuniram numa metafórica conjura para tramar contra o poeta. Partindo desta ideia, o poeta desenvolve o seu lamento ao longo das estrofes seguintes. Assim, o sujeito poético aprendeu a não ter esperança na alegria que a vida lhe podia proporcionar. O soneto aborda a vida passada do poeta e a tristeza que ele sente ao recordá-la.
  • 10. Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que para mim bastava o amor, somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos… Oh! Quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! Concluindo que todo o seu percurso de vida foi errado, pois foi sempre iludido pelo amor e tendo em conta que o amor seria o suficiente para o levar à perdição, a Fortuna, ou seja o destino, castigou as suas sempre “mal fundadas esperanças” (v. 11), pois estas foram sempre criadas por um amor ilusório. O soneto encerra com um pedido, que traduz todo o sofrimento do sujeito poético, sendo toda a dor transmitida na utilização da interjeição e da frase exclamativa, e no qual é solicitado, no fundo um descanso que o poeta entende merecido.
  • 11. A importância atribuída ao papel desempenhado pelo Amor na perdição do Poeta. (vv. 3-4). Erros meus...
  • 12. Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que para mim bastava o amor, somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos… Oh! Quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! O sujeito poético transmite a ideia de que viveu muitos momentos difíceis e de grande sofrimento que ainda estão bem presentes no seu espírito. Nos últimos dois versos desta estrofe é visível como o passado de sofrimento, tão presente na sua memória, interfere no futuro. O melhor, segundo o sujeito poético, é não desejar nada nem ter ilusões ou esperanças. É esta a melhor forma para não haver desilusões.
  • 13. Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que para mim bastava o amor, somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos… Oh! Quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! No primeiro terceto, o sujeito poético tem consciência que o grande erro que cometeu foi o de ter esperanças vãs e de ter acreditado que podia ser feliz. Como se deixou iludir, a Fortuna (má sorte) castigou-o e encaminhou-o para a sua perdição. As suas esperanças infundadas eram em relação ao amor. Este também o enganou. Nos últimos dois versos do segundo terceto, é notória a revolta do sujeito poético. Ele sente-se uma vítima e quer vingar-se de tudo aquilo que contribuiu para a sua perdição.
  • 14. Camões nunca deixou de se analisar a si próprio. Ele reflectiu sistematicamente sobre a sua vida. Dessa reflexão surgiram manifestações de impotência, de perplexidade, de revolta, de frustração e de sofrimento. Como resultado das suas constantes interrogações, Camões chegou a várias conclusões: •O amor é o responsável por tudo o que de mal está na sua vida pois priva o homem da sua liberdade; o amor dá esperanças que nunca se realizam. •A má sorte persegue-o incessantemente e castiga-o. •O destino persegue-o, retira-lhe a liberdade, castiga-o e não o deixa ser feliz. Ele sente-se impotente para lutar contra o destino. No entanto, e através dos seus poemas, Camões revela um certo orgulho em tudo isto pois, apesar de ser infeliz e desgraçado, ele sente que vive um destino grandioso. Só alguém tão especial como ele, poderia atrair um destino tão injusto e mau.
  • 15. Neste soneto, estes processos querem mostrar como o sujeito poético se sente infeliz, perseguido e revoltado. Encontras, então: Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! Hipérbole Adjectivação valorativa Exclamação Final Conotações negativas Processos figurativos Anástrofe (v.8) Personificação (v. 7, 10) Enumeração – “Erros meus, má fortuna, amor ardente” (verso 1) Interjeição – “Oh” (verso 13)
  • 16. Q U A D R A S T E R C E T O S Este poema é um soneto porque é constituído por duas quadras e dois tercetos. Erros meus, má fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, que para mim bastava o amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; dei causa [a] que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse este meu duro génio de vinganças!
  • 17. Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças! A rima é interpolada e emparelhada nas quadras como se pode verificar no esquema rimático ABBA. Nos tercetos a rima é interpolada como podes ver no esquema rimático CDECDE A B B A A B B A C D E C D E Esquema rimático e tipo de rima
  • 18. E/rros /meus,/ má /for / tu / na, a / mor / ar/ den (te) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Erros meus, má fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram; os erros e a fortuna sobejaram, que para mim bastava o amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente a grande dor das cousas que passaram, que as magoadas iras me ensinaram a não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; dei causa [a] que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse este meu duro génio de vinganças! Este texto é constituído por duas quadras e dois tercetos, em metro decassilábico, com esquema rimático: ABBA / ABBA / CDE / CDE, verificando a existência de rima interpolada em A, emparelhada em B e interpolada nos tercetos.
  • 19.
  • 20. Observa-se claramente neste soneto a vida do poeta, onde autor e eu- lírico se fundem, sendo enfatizados seus erros, causa de castigo da deusa Fortuna: “Errei todo o discurso de meus anos; dei causa a que a Fortuna castigasse”. O sentimento de arrependimento se faz presente numa confissão e também, a compreensão de que somente o amor, na sua essência, era o suficiente. Encontramos a força do lirismo último, quando o autor apresenta um questionamento sobre suas ambições, que de uma forma geral, são as ambições humanas. Esta acaba por englobar a força intelectual com suas questões existenciais (que exigem conhecimento) e a força dramática com seus contrates (no caso, o certo e o errado). Olhando por uma outra ótica, podemos também incluir este poema na tensão “os desconcertos do mundo”, que será vista com mais detalhe posteriormente, e que nos apresenta o desengano com a existência. O autor demonstra uma desesperança diante da vida quando diz “a não querer já nunca ser contente”, com um toque de dramaticidade causada, como vimos, pelo conflito entre o que é certo e errado.