D. Carlos era apaixonado pelo mar e desenvolveu várias atividades relacionadas como oceanografia, pintura e passeios de barco. Ele pintava principalmente aves e flora aquática e algumas de suas obras receberam prémios internacionais. O mar inspirou muitos artistas como D. Carlos e continua sendo uma grande fonte de inspiração na vida e obra de seres humanos.
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
D. Carlos o artista
1. O mar na vida e obra do rei D. Carlos
D. Carlos e a pintura
“ O mar não é um obstáculo, é um caminho.”
2. “O rei que trouxe até nós o fundo do
mar”
D. Carlos era apaixonado pelo mar. Desde muito jovem, mostrou
interesse pelo que se passava no fundo do oceano. Pensava-se, até ao final do
século XIX que, quando o mar se tornava muito escuro e frio, a vida deixava
de existir nas suas profundezas.
Porém, o rei desconfiava desse conhecimento. Através da sua grande
paixão, desenvolveu várias atividades: a oceanografia, a pintura, a praia
como lazer e os passeios de barco. A pintura é o tema que vamos aprofundar
ao longo do nosso trabalho.
3. D. Carlos I
o Diplomata
1863-1908
Filho do rei D. Luís I e da rainha D. Maria Pia de Sabóia.
Foi o penúltimo rei de Portugal.
Empreendeu uma viagem pelas principais cidades da Europa, acompanhado pelo
seu precetor e homem de ciência, António Augusto de Aguiar.
Casou, a 22 de maio de 1886, com a princesa D. Maria Amélia Luísa Helena de
Orléans, em Lisboa.
Teve três filhos: o príncipe Luís Filipe, Maria e Manuel.
Subiu ao trono a 19 de outubro de 1889.
O seu reinado foi bastante conturbado.
As artes foram importantes para ele: foi um amante da fotografia, um pintor
talentoso, um importante oceanógrafo e um viajante apaixonado.
Morreu assassinado.
4. O rei pintor
Certo dia, o príncipe Alberto do Mónaco
passou por Lisboa no seu iate e Carlos, na
altura apenas com 15 anos, conheceu-o.
Ficou fascinado com o seu barco e com as
histórias das campanhas oceanográficas
onde este participava.
A rota dos atuns, por exemplo, foi um dos
fatores que fez despertar o seu interesse
pelo mar.
O rei queria “dar a conhecer, por meio de
um estudo regular, não só a fauna do
nosso plan’alto continental, mas também
a dos abysmos que, exemplo quasi único
na Europa, se encontram em certos pontos
a poucas milhas da costa”.
Fez-se ao mar com o apoio do engenheiro
civil, Albert Girard, que se tornou o seu
“braço direito” no estudo dos oceanos.
5. A sua educação foi
bastante completa. Teve
bons mestres, viajou
bastante e conviveu
com gente influente.
Era, o que se pode
afirmar, uma pessoa
culta.
O seu primeiro mestre
foi o seu avô.
Para além de todos os
seus dotes, destacou-se
na pintura.
6. O rei pintor
• Era tanto o entusiasmo e
o interesse pelo mar, que
o rei chegou a atirar-se à
água quando apareceu
um animal estranho junto
ao barco.
• Quando finalmente o
apanhou, D. Carlos
desenhou-o e enviou o
retrato numa carta ao seu
amigo Alberto de
Mónaco.
7. O rei pintor
D. Carlos fez admiráveis
pinturas a aguarela e
pastel, onde desenhava,
principalmente, aves e a
flora aquática.
Algumas das suas
pinturas receberam
vários prémios
internacionais.
Após o seu falecimento,
as suas obras já
conheceram algumas
“casas”.
8. Baía de Cascais
Baía de Cascais, pintura em aguarela, 1885.
Museu do Chiado/Museu de Arte Contemporânea
9. Boca do Inferno
Boca do Inferno, desenho a lápis, 1885.
Museu do Chiado/Museu de Arte Contemporânea
13. Pintores com a mesma paixão de D.
Carlos
“The Grand Canal, Venice”, Turner
Barco, Giovanni Battista Castagneto
A nona onda, Hovhannes Aivazovsky Mar com ondas, Alex Dzigurski
14. “O mar é a fonte de inspiração na vida
do ser humano.”
O mar é, sem dúvida, uma das maiores fontes de inspiração
da humanidade. O ambiente descontraído que este transmite
inspira muitos artistas, tanto na literatura, como em outras artes.
A literatura e a cultura portuguesas “estão salpicadas de Mar,
cheiram a maresia.” O mar é e continuará a ser uma das
principais atrações do nosso país e a inspiração de muitos
portugueses.
15. Mar Português
Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.