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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
2º Seminário FIESP de Saneamento Básico
São Paulo, 30 de outubro de 2012.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
As Regiões Metropolitanas surgiram no Brasil no início da
década de 70, em razão do crescimento das cidades.
Com o processo de conurbação algumas questões de
infraestrutura urbana - como os transportes, água e esgotos
– eram comuns ao conjunto de municípios.
Em 1973, o Congresso Nacional aprovou a Lei que definiu
áreas ou regiões metropolitanas como "um conjunto de
municípios contíguos e integrados socioeconomicamente
a uma cidade central, com serviços públicos e
infraestrutura comuns.”
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
As primeiras RMs foram instituídas no período de maior
centralização e concentração de poder e de recursos no nível
da União, como parte de uma estratégia de desenvolvimento
nacional.
A Constituição Federal de 1988 estadualizou a prerrogativa
de reconhecimento legal das metrópoles.
Em meados da década de 90, os estados passaram a instituir
novas RMs, ou a inserir novos municípios nas RMs
existentes, sem critérios claros, cada estado criou ou
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
“Em 2010, nos atuais 39 territórios metropolitanos, entre
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dois terços da população urbana do Brasil.”*
Hoje, as RMs são um conjunto extremamente diversificado
de aglomerados, composto por grupos de municípios com
fortes diferenças econômicas e/ou sociais entre si.
No setor de saneamento, as disputas entre estados e
municípios pela prestação de serviços, em alguns locais está
cada vez mais acirrada.
* Processo de Metropolização no Brasil - Carla Romanelli e Alex Kenya Abiko
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Municípios
Art. 30, inc.V, CF.
Estados
Art. 25, §1º e §3º,
CF.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.
1º - São reservadas aos Estados as competências que não
lhes sejam vedadas por esta Constituição.
. . .
3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Art. 30. Compete aos Municípios:
. . .
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
STF
ADI
1842
ADI
2077
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
 Poucos municípios têm condições de atender
adequadamente à função pública de saneamento básico.
 O acesso aos recursos hídricos depende da integração das
redes de abastecimento.
 A reunião das demandas reduz custos e torna o serviço
mais atrativo.
 Problemas ambientais e de saúde pública afetam
comunidades próximas, principalmente nos casos em que
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RRe
A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
 O saneamento básico frequentemente extrapola o
interesse local e passa a ter natureza de interesse comum,
apta a ensejar a instituição de regiões metropolitanas.
 O serviço de saneamento básico em RM, microrregiões e
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pode estar subordinado à direção de único ente, e deve
ser planejado e executado de acordo com decisões
colegiadas em que participem tanto os municípios como
o estado federado.
RRe
A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
 A integração do planejamento e execução do saneamento
básico de agrupamento de municípios não só privilegia a
economicidade e eficiência de recursos naturais e
financeiros - por exemplo, aproveitando estação de
tratamento e redes de distribuição e coleta para diversas
comunidades – como permite subsídios cruzados, isto é, a
compensação de déficit na prestação de serviço em
determinadas áreas com o superávit verificado nas áreas
de maior poder aquisitivo.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
 O poder concedente do serviço de saneamento básico
nem permanece fracionado entre os municípios, nem é
transferido para o estado federado, mas deve ser dirigido
por estrutura colegiada - instituída por meio da lei
complementar estadual que cria o agrupamento de
comunidades locais - em que a vontade de um único ente
não seja imposta a todos os demais entes políticos
participantes.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
VOTOS RESTANTES:
MINISTRO TEORI ZAVASCKI – SC
MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – RJ
MINISTRO CARLOS BRITTO – SE
MINISTRA ROSA WEBER - RS
MINISTRO MARCO AURÉLIO - RJ
MINISTRO CELSO DE MELLO – SP
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Fonte: Observatório das Metrópoles 2010 – Modificado por Romanelli em 2011
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Distribuição dos Recursos
Hídricos
1
68% Área
16% População
83% Vazão
2
16% Área
28% População
4% Vazão
3
12% Área
47% População
8% Vazão
4
4% Área
9% População
5% Vazão
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
“Em regiões metropolitanas, as escalas espaciais se ampliam
e o adensamento populacional aumenta a exigência de
recursos financeiros para investimento, requerendo
coordenação e suporte financeiro federal e estadual, hoje
praticamente inexistentes. O crescimento contínuo e
acelerado da população e a proliferação de municípios, em
geral desaparelhados tecnicamente para lidar com a
complexidade da prestação desses serviços em ambiente
metropolitano são fatores adicionais a retardar os
investimentos para a cobertura das carências. Por outro
lado, a manutenção dos serviços existentes dificilmente é
financiada apenas pela cobrança de taxas específicas,
absorvendo outros recursos do orçamento municipal”
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
Algumas metrópoles importantes do país, como o Rio de
Janeiro e São Paulo, resolveram abrir mão das disputas em
prol da conjunção de esforços, por meio de soluções que
ensaiam os primeiros passos em favor do compartilhamento
de competências no setor de saneamento.
Há questões importantes que precisam ser equacionadas,
como o reconhecimento da necessidade de fortalecer a
regulação e fiscalização como instrumento que contribuirá
para a universalização dos serviços no país.
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A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas
“Embora importante e necessária a cooperação
intergovernamental, a solução para o déficit de
infraestrutura urbana não se restringe à ação de governos.
Ela exige uma estrutura de governança em que estejam
presentes não apenas atores de todos os níveis de governo,
mas também o setor privado, as organizações não
governamentais e a sociedade civil.”
GARSON, Sol Braule Pinto. REGIÕES METROPOLITANAS:
obstáculos institucionais à cooperação em políticas urbanas. Tese
doutorado. Rio de Janeiro, 2007.
ISSN 1413-0386 – Processo de Metropolização no Brasil – Carla Romanelli e Alex Kenya
Abiko
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Saneamento e titularidade em regiões metropolitanas

  • 1. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas 2º Seminário FIESP de Saneamento Básico São Paulo, 30 de outubro de 2012.
  • 2. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas As Regiões Metropolitanas surgiram no Brasil no início da década de 70, em razão do crescimento das cidades. Com o processo de conurbação algumas questões de infraestrutura urbana - como os transportes, água e esgotos – eram comuns ao conjunto de municípios. Em 1973, o Congresso Nacional aprovou a Lei que definiu áreas ou regiões metropolitanas como "um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comuns.”
  • 3. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas As primeiras RMs foram instituídas no período de maior centralização e concentração de poder e de recursos no nível da União, como parte de uma estratégia de desenvolvimento nacional. A Constituição Federal de 1988 estadualizou a prerrogativa de reconhecimento legal das metrópoles. Em meados da década de 90, os estados passaram a instituir novas RMs, ou a inserir novos municípios nas RMs existentes, sem critérios claros, cada estado criou ou expandiu RMs de forma particular.
  • 4. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas “Em 2010, nos atuais 39 territórios metropolitanos, entre RMs e Rides, moravam cerca de 88 milhões de pessoas, ou seja, 46% da população brasileira, correspondendo a quase dois terços da população urbana do Brasil.”* Hoje, as RMs são um conjunto extremamente diversificado de aglomerados, composto por grupos de municípios com fortes diferenças econômicas e/ou sociais entre si. No setor de saneamento, as disputas entre estados e municípios pela prestação de serviços, em alguns locais está cada vez mais acirrada. * Processo de Metropolização no Brasil - Carla Romanelli e Alex Kenya Abiko
  • 5. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Municípios Art. 30, inc.V, CF. Estados Art. 25, §1º e §3º, CF.
  • 6. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. . . . 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
  • 7. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Art. 30. Compete aos Municípios: . . . V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
  • 8. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas STF ADI 1842 ADI 2077
  • 9. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas  Poucos municípios têm condições de atender adequadamente à função pública de saneamento básico.  O acesso aos recursos hídricos depende da integração das redes de abastecimento.  A reunião das demandas reduz custos e torna o serviço mais atrativo.  Problemas ambientais e de saúde pública afetam comunidades próximas, principalmente nos casos em que se verifica o fenômeno da conurbação.
  • 10. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas  O saneamento básico frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter natureza de interesse comum, apta a ensejar a instituição de regiões metropolitanas.  O serviço de saneamento básico em RM, microrregiões e aglomerados urbanos constitui interesse coletivo que não pode estar subordinado à direção de único ente, e deve ser planejado e executado de acordo com decisões colegiadas em que participem tanto os municípios como o estado federado.
  • 11. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas  A integração do planejamento e execução do saneamento básico de agrupamento de municípios não só privilegia a economicidade e eficiência de recursos naturais e financeiros - por exemplo, aproveitando estação de tratamento e redes de distribuição e coleta para diversas comunidades – como permite subsídios cruzados, isto é, a compensação de déficit na prestação de serviço em determinadas áreas com o superávit verificado nas áreas de maior poder aquisitivo.
  • 12. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas  O poder concedente do serviço de saneamento básico nem permanece fracionado entre os municípios, nem é transferido para o estado federado, mas deve ser dirigido por estrutura colegiada - instituída por meio da lei complementar estadual que cria o agrupamento de comunidades locais - em que a vontade de um único ente não seja imposta a todos os demais entes políticos participantes.
  • 13. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas VOTOS RESTANTES: MINISTRO TEORI ZAVASCKI – SC MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI – RJ MINISTRO CARLOS BRITTO – SE MINISTRA ROSA WEBER - RS MINISTRO MARCO AURÉLIO - RJ MINISTRO CELSO DE MELLO – SP
  • 14. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Fonte: Observatório das Metrópoles 2010 – Modificado por Romanelli em 2011
  • 15. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Distribuição dos Recursos Hídricos 1 68% Área 16% População 83% Vazão 2 16% Área 28% População 4% Vazão 3 12% Área 47% População 8% Vazão 4 4% Área 9% População 5% Vazão
  • 16. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas “Em regiões metropolitanas, as escalas espaciais se ampliam e o adensamento populacional aumenta a exigência de recursos financeiros para investimento, requerendo coordenação e suporte financeiro federal e estadual, hoje praticamente inexistentes. O crescimento contínuo e acelerado da população e a proliferação de municípios, em geral desaparelhados tecnicamente para lidar com a complexidade da prestação desses serviços em ambiente metropolitano são fatores adicionais a retardar os investimentos para a cobertura das carências. Por outro lado, a manutenção dos serviços existentes dificilmente é financiada apenas pela cobrança de taxas específicas, absorvendo outros recursos do orçamento municipal”
  • 17. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas Algumas metrópoles importantes do país, como o Rio de Janeiro e São Paulo, resolveram abrir mão das disputas em prol da conjunção de esforços, por meio de soluções que ensaiam os primeiros passos em favor do compartilhamento de competências no setor de saneamento. Há questões importantes que precisam ser equacionadas, como o reconhecimento da necessidade de fortalecer a regulação e fiscalização como instrumento que contribuirá para a universalização dos serviços no país.
  • 18. RRe A Questão da Titularidade nas Regiões Metropolitanas “Embora importante e necessária a cooperação intergovernamental, a solução para o déficit de infraestrutura urbana não se restringe à ação de governos. Ela exige uma estrutura de governança em que estejam presentes não apenas atores de todos os níveis de governo, mas também o setor privado, as organizações não governamentais e a sociedade civil.” GARSON, Sol Braule Pinto. REGIÕES METROPOLITANAS: obstáculos institucionais à cooperação em políticas urbanas. Tese doutorado. Rio de Janeiro, 2007. ISSN 1413-0386 – Processo de Metropolização no Brasil – Carla Romanelli e Alex Kenya Abiko
  • 19. RRe OBRIGADA! ELIZABETH COSTA DE OLIVEIRA GÓES Consultora Jurídica da Aesbe e-mail juridico@aesbe.org.br Tel. (61) 3022.9602