O documento resume os principais movimentos sociais que ocorreram no Brasil durante a República Velha, entre 1889 e 1930, incluindo a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina, a Guerra do Contestado, o cangaço, a Revolta da Chibata, a Revolta de Juazeiro e o movimento operário e tenentista. Estes movimentos expressavam a insatisfação popular com a miséria, a exclusão social e o autoritarismo que caracterizavam o período.
1. MOVIMENTOS SOCIAIS NA REPÚBLICA VELHA (1889- 1930)
GUERRAS, REVOLTAS,
LEVANTES E GREVES
2.
3. GUERRA DE CANUDOS
Localização do Arraial de Canudos
Euclides da Cunha
Arraial de Canudos
4. GUERRA DE CANUDOS
1.Relaciona-se com as injustiças sociais e à miséria dos pequenos agricultores, desprotegidos das políticas oficiais
2.Fatores geradores:
-denúncia contra a seca;
-miséria e;
- arbitrariedade dos coronéis.
-resistência baseada na organização comunitária
5. GUERRA DE CANUDOS
Perfil da imprensa de Antonio Conselheiro
anacoreta sombrio;
cabelos crescidos até aos ombros;
barba inculta e longa;
face escaveirada;
olhar fulgurante;
monstruoso, dentro de um hábito azul de brim americano
6. GUERRA DE CANUDOS
Antonio Vicente Mendes Maciel, o Conselheiro. Principal líder da Guerra de Canudos
Imagem que lembra o Arraial de Canudos, sertão da Bahia
7. GUERRA DE CANUDOS
1.Movimento liderado pelo beato Antônio Conselheiro;´
2.Área: Comarca de Belo Monte (Bahia);
3.Experiência comunitária autônoma, provocando a reação dos coronéis, que exigiram a intervenção do Governo Federal e a destruição de "Canudos”
4.Número de mortos: estima-se 15.000 pessoas;
5.Movimento que combinava conteúdos religioso e social, pois questionavam o poder das autoridades civis e religiosas.
8. CANUDOS
Acreditava que a República era o grande mal e o sinal apocalíptico do final dos tempos, pois entendia que ela era a responsável pelo acirramento da política dos coronéis e pelo crescimento da pobreza e da exploração dos camponeses nordestinos.
Acusados de fanáticos e monarquistas, foram atacados pelas forças do governo.
A frágil base política em que se assentava o governo republicano foi incapaz de reconhecer a questão social e cultural suscitada por Canudos.
9. REVOLTA DA VACINA
Osvaldo Cruz, médico sanitaris-
ta responsá-
vel pela higieniza-
ção do RJ
Cena de enfrentamento durante a Revolta da Vacina
10. REVOLTA DA VACINA
1.Luta popular de 1904, ocorrida no Rio de Janeiro, contra a política de Regeneração de Rodrigues Alves e Pereira Passos.
2.movimento de massa que eclodiu após a demolição de moradias populares e da ação autoritária de agentes sanitários;
3.Expressa a insatisfação e a crítica de grupos populares quanto aos mecanismos de exclusão social e política e às estratégias de expansão dos interesses oligárquicos, então vigentes;
12. REVOLTA DA VACINA
A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em virtude do excesso de ações tomadas em nome da modernização e das péssimas condições de vida de grande parte da população, que teve como estopim a obrigatoriedade da vacina contra a varíola.
Contrariava a política de saneamento e de reurbanização da cidade, com a demolição dos cortiços e quiosques do centro
13. GUERRA DO CONTESTADO
Este grupo de caboclos mostrou a um fotógrafo anônimo que estava disposto a se defender
14. GUERRA DO CONTESTADO
1.A Guerra do Contestado (1912-1916) ocorreu na fronteira entre Paraná e Santa Catarina.
2.Expressa revolta contra a miséria e a exclusão social.
3.Revolta ocorrida numa região disputada pelos Estados do Paraná e de Santa Catarina, em que muitas famílias de posseiros lutaram para não perder suas terras e para não serem expulsas da região.
4.Movimento que combinava conteúdos religioso e social, pois questionavam o poder das autoridades civis e religiosas.
16. GUERRA DO CONTESTADO
1.Para a imprensa e as autoridades militares, era uma reedição do fanatismo de Canudos.
2.Características:
•forte religiosidade popular;
•Luta contra a miséria social;
•Luta contra injusta distribuição fundiária e;
•Forte influencia de liderança de figuras místicas
3. Liderança: “Monge” José Maria, adepto fanático do Sebastianismo.
18. CANGAÇO – BANDITISMO SOCIAL
Imagem que lembram o principal grupo de cangaceiro do Brasil – o Grupo de Lampião.
19. CANGAÇO
Movimento considerado banditista (fora da lei), mas que deve ser inserido na condição miserável gerada pelos latifundiários do nordeste na primeira metade do século XX.
Os cangaceiros eram assalariados do crime, lutando a serviço dos coronéis que melhor pagassem.
1.Área de atuação – sertão nordestino;
2.Fatores para o surgimento do cangaço:
-miséria;
-pobreza e;
- concentração latifundiária
22. REVOLTA DA CHIBATA
A Revolta da Chibata denunciava o rígido código de disciplina da marinha, que punia as faltas graves com chibatadas, além da má alimentação e dos miseráveis soldos (salários) que os marinheiros recebiam.
Os maus-tratos se somam à frequência dos castigos corporais. O trabalho é duro e excessivo.
Liderança – João Cândido, Conhecido como o navegante negro;
23. REVOLTA DA CHIBATA
Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo feiticeiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o navegante negro Tinha a dignidade de um mestre- sala E ao acenar pelo mar na alegria das regatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas Inundando o coração do pessoal do porão
24. REVOLTA DA CHIBATA
Saldo:
O governo de Hermes da Fonseca, diante da ameaça de bombardeio sobre a capital federal (...) concedeu anistia aos revoltosos. Depois eles foram todos punidos. Muitos morreram. João Cândido foi internado como louco."
25. REVOLTA DA CHIBATA
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória aos piratas Às mulatas, às sereias
Glória à farofa à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias Que através da nossa história não esquecemos jamais
Salve o navegante negro Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas salve Salve o navegante negro Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo
26. REVOLTA DE JUAZEIRO
Padre Cícero Romão
Padre Cícero e Floro, principal coronel na época da Revolta
27. REVOLTA DE JUAZEIRO
1.Também conhecida como Sedição de Juazeiro;
2.foi uma revolta de caráter popular, embora liderada pelos coronéis da região, que ocorreu no sertão do Nordeste em 1914.
3.A revolta foi liderada pelo padre Cícero Romão Batista e pelo médico e político Floro Bartolomeu da Costa.
4.Teve como epicentro a cidade de Juazeiro do Norte, localizada no sertão do Cariri (interior do estado do Ceará).
28. REVOLTA DE JUAZEIRO
Romeiros nordestino em visita a cidade de Juazeiro – Estátua de Padre Cícero Romão
29. REVOLTA DE JUAZEIRO
1. Razões
interferência do governo federal na política do estado
O fanatismo religioso;
o descontentamento e;
situação de miséria da população
2. Objetivo da revolta
Os coronéis pretendiam derrubar o governador do estado do Ceará e assumir o controle do governo estadual, livrando-o do poder de interferência do governo central.
3. final: O governo federal ceder, anulou a intervenção e devolveu o poder à família Acyoli.
31. MOVIMENTO OPERÁRIO
1.O anarquismo era um movimento revolucionário que propunha:
2.Fim do Estado;
3.Da democracia direta;
4.Fim da propriedade privada dos meios de produção e;
5.A igualdade social.
6.Era contrário aos organismos de representação (Parlamento, partido) e
7.Defendia a organização autônoma dos trabalhadores em seus locais de trabalho.
32. MOVIMENTO OPERÁRIO
Edgard Frederico Leuenroth (1881-1968) foi tipógrafo, jornalista, arquivista, propagandista e um dos mais notáveis anarquistas brasileiros da sua época. Fundou diversos jornais e colaborou em muitos, exercendo diferentes funções, fundando ainda diversas entidades vinculadas com os trabalhadores, designadamente da sua área profissional, da Imprensa.
34. MOVIMENTO OPERÁRIO
1.Sob a liderança dos anarquistas, ocorreu a maior greve de que se tem notícia na primeira metade do século 20 no Brasil.
2.A paralisação, iniciada em junho de 1917, começou no setor têxtil, propagou-se rapidamente e atingiu a área portuária e o interior, envolvendo cerca de 50 mil trabalhadores.
3.As principais reivindicações eram aumento de salários, proibição do trabalho infantil, jornada de oito horas, garantia de emprego e direito de associação.
36. MOVIMENTO TENENTISTA
1. O QUE FOI
O tenentismo foi um movimento social de caráter político-militar que ocorreu no Brasil nas décadas de 1920 e 1930, período conhecido como República das Oligarquias. Contou, principalmente, com a participação de jovens tenentes do exército.
2. OBJETIVOS
Fim do voto de cabresto (sistema de votação baseado em violência e fraudes que só beneficiava os coronéis);
Reforma no sistema educacional público do país;
Mudança no sistema de voto aberto para secreto;
37. TENENTISMO
Formado em geral por militares de média e baixa patente. Surgiu justamente como forma de contestação ao sistema político que dominava o Brasil e não permitia espaços para grupos que não fizessem parte da oligarquia
Luis Carlos Prestes, um dos líderes da Coluna Miguel Costa-Luis Carlos Prestes
38. MOVIMENTO TENENTISTAS
AS REVOLTAS
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922) -
Revolta Paulista (1924) – Izidoro Dias
A Coluna Prestes (1925-1927) - liderada por Luis Carlos Prestes - movimento em forma de guerrilha e composto por militares.
O Tenentismo conquistou civis que aderiram ao projeto, mas com o tempo foi ficando claro que a defesa era pela implantação de um Estado forte e centralizado, através do qual as necessidades do país poderiam ficar explícitas e resolvidas
39. TENENTISMO
Tenentismo não gerou efeitos imediatos no Brasil, mas o somatório dos acontecimentos na década de 1920 foi importante para abalar a estrutura política das oligarquias e mudar significativamente a ordem política no Brasil em 1930.
Em 1929 o Tenentismo integra a Aliança Liberal, que levou a queda de Washington Luis
40. MOVIMENTO TENENTISTA
O Movimento Tenentista esteve presente na deposição de Getúlio Vargas em 1945 e disputou as eleições presidenciais no mesmo ano e também em 1955. Quando ocorreu a Revolução de 1964 que colocou os militares no poder no Brasil quase todos os comandantes eram tenentes na ocasião da Revolução de 1930
o Tenentismo se manteve vivo até meados da década de 1970 quando os membros do movimento nascido na década de 1920 começaram a morrer.