O documento resume diversos movimentos sociais e revoltas ocorridos no Brasil entre o final do século XIX e início do século XX, incluindo revoltas da marinha, a revolução federalista no Rio Grande do Sul, a guerra de Canudos na Bahia, o cangaço no Nordeste, a revolta da vacina no Rio de Janeiro, a revolta da chibata em 1910, a guerra do Contestado entre Paraná e Santa Catarina e a greve geral de 1917 em São Paulo. Muitos desses movimentos foram motivados por crises econômicas,
1. REVOLTAS DA ARMADA
Rio de Janeiro 1891 e 1892/4
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Rio Grande do Sul (1893-1895)
CANUDOS
BAHIA (1896-1897)
CANGAÇO
Sertão nordestino(1870-1938)
REVOLTA DA VACINA
RIO DE JANEIRO
10 a 16/11/1904
REVOLTA DA CHIBATA
Rio de Janeiro (1910)
A 1ª REVOLTA ARMADA (1891)
CAUSAS: *Crise institucional
*Crise econômica
(Encilhamento)
*Dificuldade de negociar com a
oposição, a elite cafeeira. Estes
fatores levaram ao fim do
Congresso. Comandados pelo
Ministro da Marinha, o
almirante Custódio de Melo.
A Marinha, que considerava ter
um menor prestígio que o
exército, ameaçou bombardear
a cidade de Rio Janeiro (antiga
capital do Império).
OBJETIVOS:
*Derrubar o Marechal Deodoro
da Fonseca; *Igualar os direitos
e salários da Marinha e do
Exército.
RESULTADOS:
*Renúncia de Deodoro da
Fonseca;*Floriano Peixoto
assume
A 2ª REVOLTA ARMADA (1892 -
1894)
Teve início com uma agitação
encabeçada por alguns generais,
que enviaram uma carta ao
presidente Floriano Peixoto
ordenando-lhe que convocasse
imediatamente novas eleições,
em obediência à Constituição. O
presidente coibiu severamente a
insubordinação, ordenando a
prisão dos condutores do
levante. O golpe era comandado
pelos oficiais superiores da
armada Saldanha da Gama e
Custódio de Melo, que
ambicionavam substituir
Floriano Peixoto.
Opondo dois grupos da oligarquia
rural pelo controle político do Estado.
Foi também um conflito
extremamente violento devido ao ato
de degolar os combatentes vencidos
de ambos os lados, ganhou também a
alcunha de Revolução da Degola.
Um dos lados em disputa era
formado pelos republicanos ou pica-
paus (devido ao uso de roupas azuis
e quepe vermelho), organizados em
torno do Partido Republicano Rio-
Grandense (PRR) e tendo como
principal líder o governador do
estado, Júlio de Castilhos.
A eles se opunham os defensores de
uma estrutura de governo menos
centralizada no Rio Grande do Sul, e
estavam organizados em torno
do Partido Federalista. A liderança
era exercida principalmente
por Silveira Martins, sendo
conhecidos como federalistas ou
maragatos, termo uruguaio dado aos
estrangeiros de origem espanhola.
O presidente Floriano Peixoto era
também um positivista, como os
castilhistas, e decidiu pela
intervenção de tropas do exército
federal no conflito, a favor dos
republicanos. O conflito tomou
dimensões nacionais com essa
intervenção, agravado pelo fato de os
opositores de Floriano, que
organizaram a Revolta da Armada,
em 1893, no Rio de Janeiro, terem se
aliado aos federalistas.Mas foi
apenas em agosto de 1895, no
governo de Prudente de Morais, que
a Revolução Federalista teve fim.
O Brasil era governado
pelo seu primeiro
presidente
civil, Prudente de
Morais (1896-1898).
CAUSAS: fome,
miséria e seca no
interior da Bahia e
o coronelismo.
Líder: Antônio
Conselheiro
Local:Arraial do
Belo Monte
O movimento
messiânico, causado
pela miséria da
população rural, a
profunda religiosidade
e a opressão de
coronéis foram contra
os interesses da elite
da época, ou seja,
contra os coronéis e
sua perda de mão de
obra; a Igreja com o
crescimento do
movimento
considerado herético;
o governo com a perda
de controle e o pano
de fundo pintado pela
imprensa chamando o
movimento de
monarquista. Isso
resultou em duas
expedições
fracassadas do estado
baiano e mais duas
expedições realizadas
pelo exército nacional,
culminando no
massacre do arraial de
Canudos.
Surgiu, no nordeste brasileiro,
grupos de homens armados
conhecidos como cangaceiros.
Estes grupos apareceram em
função, principalmente, das
péssimas condições sociais da
região nordestina. O latifúndio,
que concentrava terra e renda
nas mãos dos fazendeiros,
deixava as margens da
sociedade a maioria da
população.
Andavam em bandos armados,
espalhavam o medo pelo
sertão nordestino. Promoviam
saques a fazendas, atacavam
comboios e chegavam a
sequestrar fazendeiros para
obtenção de resgates. Aqueles
que respeitavam e acatavam as
ordens dos cangaceiros não
sofriam, pelo contrário, eram
muitas vezes ajudados. Esta
atitude, fez com que os
cangaceiros fossem respeitados
e até mesmo admirados por
parte da população da época.
Existiram diversos bandos de
cangaceiros. Porém, o mais
conhecido e temido da época
foi o comandado por Lampião
(Virgulino Ferreira da Silva),
também conhecido pelo
apelido de “Rei do Cangaço”. O
bando de Lampião atuou pelo
sertão nordestino durante as
décadas de 1920 e 1930.
Morreu numa emboscada
armada por uma volante, junto
com a mulher Maria Bonita e
outros cangaceiros, em 29 de
julho de 1938.
Quando o presidente
Rodrigues Alves assumiu o
governo, em 1902, nas ruas
da cidade do Rio de Janeiro
acumulavam-se toneladas
de lixo.
Desta maneira, o vírus da
varíola se espalhava.
Proliferavam ratos e
mosquitos transmissores
de doenças fatais como a
peste bubônica e a febre
amarela, que matavam
milhares de pessoas
anualmente.
Decidido a reurbanizar e
sanear a cidade, Rodrigues
Alves nomeou o
engenheiro Pereira Passos
para prefeito e o médico
Oswaldo Cruz para Diretor
da Saúde Pública.
O médico Oswaldo
Cruz (1872-1917),
contratado para combater
as doenças, impôs
vacinação obrigatória
contra a varíola, para todo
brasileiro com mais de seis
meses de idade.
Políticos, militares de
oposição e a população da
cidade se opuseram à
vacina. O centro do Rio de
Janeiro foi transformado
numa praça de guerra com
bondes derrubados,
edifícios depredados e
muita confusão na Avenida
Central
Uma manifestação ocorrida durante o
governo conturbado de Hermes da
Fonseca. Foi um levante que tinha
embasamento em questões sociais,
composto por integrantes das subdivisões
da Marinha na época. Objetivos: a
extinção dos castigos físicos sofridos pelos
marinheiros, o fim do aprisionamento em
celas isoladas, uma alimentação mais digna
e saudável e que fosse colocada em prática
o reajuste salarial de seus honorários ( já
votadas em congresso). Dentre os objetivos
citados, o de maior necessidade e de
urgência era a abolição dos castigos
sofridos.
Causas:insatisfação com punições físicas;
insatisfação com alimentação;
reivindicavam melhores salários;
isolamento em celas como consequência de
uma punição;
Estopim-Quando um marinheiro da
embarcação, Marcelino Rodrigues, levou
250 chicotadas por ter machucado um
companheiro da Marinha no interior do
navio de guerra, com nome de Minas
Gerais, que tinha como destino a cidade do
Rio de Janeiro. Os rebelados assassinaram
o capitão do navio e mais três militares.
Quem ficou a frente do movimento foi o
João Cândido – popularmente
conhecido na história como Almirante
Negro –, responsável por escrever a
missiva com as solicitações exigidas para o
fim da revolta.
Consequências-Hermes não cumpriu o
trato e baniu alguns marinheiros que fazia
parte do motim. Não satisfeitos, os
marinheiros mais ávidos por mudanças
provocaram um novo levante na Ilha das
Cobras, porém fora severamente encoberto
pelas tropas do governo, resultado em
muitas mortes e o restante banidos da
Marinha.
MOVIMENTOS SOCIAIS E O TENENTISMO NA REPÚBLICA VELHA
2. GUERRA DO CONTESTADO
22 /1O/ 1912 - agosto de 1916
Local do conflito:região entre
Paraná e Santa Catarina.
REVOLTA DE JUAZEIRO
(1914)Juazeiro do Norte, localizada no
sertão do Cariri (interior do estado do
Ceará)
GREVE GERAL DE 1917
SÃO PAULO
SEMANA DA ARTE
MODERNA
(11/2/1922 – 18 /2/ 1922)
SÃO PAULO
REVOLTA DOS 18 DO FORTE DE COPACABANA
5 DE JULHO DE 1922
Revolta Paulista de
1924
5 DE JULHO DE 1924
Revolução Gaúcha de
1923 e a Coluna
Prestes
(29/4/1925-23/3/
1927)
A Guerra aconteceu entre
os camponeses e o poder
do Estado. Por uma área
rica em madeira e erva-
mate.
Características: o
messianismo,a concentraçã
o de terras e a exploração
da região por empresas
estrangeiras.
Os camponeses haviam
sido contratados para a
construção de uma Estrada
de Ferro, mas, com o
término da obra, foram
demitidos e expulsos da
região do Contestado. Uma
empresa estrangeira
construiu uma madeireira,
e os camponeses perderam
a exploração de madeira
como fonte de renda. Eles
seguiram o messias José
Maria – um líder religioso
da Revolta – à procura de
salvação.
Causas da Guerra do
Contestado
-Construção de Estrada de
Ferro entre São Paulo e Rio
Grande do Sul
-Interesses do capital
estrangeiro acima dos
interesses da população
-Posse de terras não
regularizada
-Desemprego dos
camponeses e perda de
terras
Consequências da Guerra
do Contestado
Acordo de Limites Paraná-
Santa Catarina
Ocorreu no governo de Venceslau
Brás.
Causas principais:Os coronéis do
sertão do Ceará estavam
descontentes com a interferência
do governo federal na política do
estado. Através da política
salvacionista, o presidente Hermes
da Fonseca interviu no governo
cearense para diminuir o poder das
oligarquias locais (coronéis). A
intervenção tirou do poder a
família Acyoli (tradicional e
poderosa família da época).
O fanatismo religioso, o
descontentamento e a situação de
miséria da população pobre
favoreceram a participação dos
sertanejos no conflito. Sob a
orientação e liderança do padre
Cícero, acreditavam estar
participando de uma espécie de
"guerra santa" contra as forças do
mal, representadas pelo governo
federal.
Objetivo da revolta-Os coronéis
pretendiam derrubar o governador
do estado do Ceará e assumir o
controle do governo estadual,
livrando-o do poder de
interferência do governo central.
Os coronéis aliados da família
Acyoli foram buscar o apoio do
padre Cícero que era muito
querido e venerado entre as
camadas populares.
Reação do governo e
consequências:A revolta foi
violenta, resultando em muitas
mortes. O governo federal
resolveu ceder, anulou a
intervenção no governo cearense e
devolveu o poder à família Acyoli.
Ocorreu no governo de
Venceslau Brás.
Provocado pelos operários
e comerciantes de São
Paulo nos meses de junho
e julho.
Os trabalhadores pediam
melhores condições de
trabalho e aumento de
salário. Depois de cinco
dias de paralisação geral,
os grevistas tiveram suas
reivindicações atendidas.
os imigrantes italianos e
espanhóis, que vinham
trabalhar nas fábricas
paulistanas, começaram a
divulgar os princípios
anarquistas e socialistas
através de jornais
operários.
Neles, chamavam a
atenção para a
necessidade de
organização e mobilização
dos trabalhadores, a fim
de conseguirem direitos
trabalhistas.
Consequências:o
operariado brasileiro
adquire consciência de
classe,
-desenvolvem-se os
primeiros sindicatos a
partir das ligas de classe
dos bairros,
divulgação e
fortalecimento das ideias
de esquerda no Brasil
-a resolução de conflitos
sociais não deveria ser
resolvida através da
polícia.
O evento ocorreu no
governo de Epitácio
Pessoa e foi desde a
pintura e escultura até a
música e poesia,
passando também pela
literatura, servindo
como um divisor de
águas na arte e cultura
brasileira, marcando o
início do modernismo
brasileiro e acabou
virando uma referência
cultural do século XX.
Participaram da Semana
nomes consagrados do
modernismo brasileiro,
como Mário de
Andrade, Oswald de
Andrade, Víctor
Brecheret, Plínio
Salgado, Anita Malfatti,
Menotti Del Pichia,
Guilherme de Almeida,
Sérgio Milliet, Heitor
Villa-Lobos,Tácito de
Almeida, Di Cavalcanti
entre outros, e como
um dos organizadores o
intelectual Rubens
Borba de Moraes que,
entretanto, por estar
doente, dela não
participou.
Na ocasião da Semana
de Arte Moderna,
Tarsila do Amaral,
considerada um dos
grandes pilares do
modernismo brasileiro,
se achava em Paris e,
por esse motivo, não
participou do evento.
A crise mais grave do governo de Epitácio
Pessoa. Quando a rebelião estourou, o
Congresso Nacional apoiou imediatamente
a solicitação do presidente Epitácio Pessoa
aprovando o estado de sítio. Diante das
expressivas força governamentais, muitos
rebeldes capitularam abandonando o
movimento. No Forte de Copacabana,
restaram 17 tenentes e 1 civil que
decidiram levar adiante o movimento. os
únicos sobreviventes, dentre os revoltosos,
foram os militares Antônio de Siqueira
Campos (1898-1930) e Eduardo
Gomes (1896-1891)
Causas:Descontentamento dos tenentes
com o monopólio político do poder no
Brasil por parte das oligarquias
(principalmente ricos fazendeiros) de Minas
Gerais e São Paulo;Derrota do candidato
fluminense Nilo Peçanha (apoiado pela
maioria dos militares do Rio de Janeiro)
para Arthur Bernardes (apoiado pela
oligarquia de São Paulo);Prisão do Marechal
Hermes da Fonseca, ex-presidente do Brasil
e presidente do Clube Militar. A prisão de
Hermes da Fonseca foi solicitada pelo
presidente da República Epitácio Pessoa
(também representante das oligarquias),
pois o Marechal havia criticado o processo
eleitoral que deu a vitória a Arthur
Bernardes;Descontentamento dos
tenentistas com as fraudes eleitorais que
ocorriam no Brasil na época da República
Velha.Fechamento do Clube
Militar.Objetivos:Queriam o fim da
República Velha e do domínio das
oligarquias no poder;Os militares,
principalmente de baixa patente,
defendiam um sistema político democrático
para o Brasil;Sistema eleitoral justo, ou
seja, sem fraudes (compra de votos,
falsificações e uso da violência nas
eleições).
Representou o
maior conflito
armado de São
Paulo, com duração
de 23 dias, sendo
liderada pelo
General Isidoro
Dias Lopes, ao lado
de vários tenentes:
Joaquim do
Nascimento
Fernandes Távora,
Juarez Távora,
Miguel Costa,
Eduardo Gomes,
Índio do Brasil e
João Cabanas.,
durante o governo
do presidente Artur
Bernardes. É
considerada a
segunda revolta
tenentista após o
evento da "Revolta
da Forte de
Copacabana".
Descontentes com
o regime
oligárquico vigente,
os tenentistas do
Partido republicano
Paulista (PRP), eram
no geral, militares
que lutavam pela
democracia,
reformas
educacionais e
políticas, bem como
a saída das elites
agrárias tradicionais
as quais
dominavam a cena
política e
econômica do país.
Sob a liderança de
Joaquim Francisco
de Assis Brasil, em
reação à reeleição
de Antônio Augusto
Borges de Medeiros
para o 5º mandato
como presidente do
estado.Luís Carlos
Prestes uniu as
tropas do RS com os
rebeldes que
haviam deixado SP e
se encontravam no
Paraná, formando
assim a Coluna
Prestes (1925-1927)
durante o governo
do presidente Artur
Bernardes.O
movimento
percorreu 25 mil
quilômetros pelo
interior do Brasil e
foi concluída em
fevereiro de 1927,
na Bolívia. Liderados
por Luís Carlos
Prestes e Miguel
Costa para
incentivar a
população a lutar
por seus direitos.
Eles lutavam contra
a exploração dos
mais pobres pelos
líderes políticos
locais, os coronéis,
criticavam a falta de
democracia e
reivindicavam o
voto secreto.