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Turistificação
Para se analisar algo a
respeito      do    tema
“Turistificação”        é
necessário a verificar-se
três             aspectos
importantes            do
desenvolvimento        da
atividade turística no
Brasil, sendo eles:
o planejamento turístico


os programas públicos de apoio ao turismo

as especificidades da localidade envolvida, representada pelos seus
aspectos humanos, socioeconômicos, culturais, políticos e ambientais.
A “turistificação” pode ser
entendida como o processo de
implantação,      implementação
e/ou de apoio da atividade
turística em espaços turísticos
ou com potencialidade para o
turismo. A ferramenta para esse
trabalho     deve       ser      o
planejamento          estratégico
integrado a atividade turística.
A        atividade          de
planejamento do turismo
deve      realmente        ser
encarada como inerente ao
desenvolvimento            do
turismo. Começar um
empreendimento ou uma
destinação sem um plano
que regulamente e organize
as ações do homem sobre o
setor turístico, sujeita a
localidade                  ao
enfrentamento               de
inúmeras            situações
negativas, capazes de levar
a falência essa atividade.
A globalização trouxe vários
benefícios    à     atividade
turística, dentre eles o
conhecimento              das
destinações,    através    da
internet e a variedade de
conhecimentos, ou seja, os
turistas podem antecipar o
conhecimento das localidades
a visitar.
Nesse       cenário,    a
competitividade entra em
grande estilo no turismo
exigindo das localidades
turísticas, representadas
pelos seguimentos do
poder público, iniciativa
privada e a sociedade em
geral, o máximo empenho
e       cooperação     no
planejamento, marketing
e gestão.
Entretanto, a pergunta
que ainda assombra a
todos os planejadores é
qual o melhor caminho
para       realizar   o
planejamento do turismo
no Brasil?
pergunta difícil de responder, dado o
tamanho e a diversidade biológica e cultural
  do país e a multiplicidade de métodos e
   técnicas que vêm sendo aplicados nos
     diversos projetos e programas de
       desenvolvimento do turismo.
Dessa forma, acredita-
se que, independente
de qual seja, a
metodologia            de
planejamento deve ser
flexível o bastante para
absorver as exigências
do mercado e se
moldar na identidade
sócio-
cultural, natural, polític
a e econômica do local
em questão, tendo
seus objetivos e metas
Vê-se na atualidade, a
luta dos governos
federal, estadual e
municipal            para
organizar o produto
turístico brasileiro.
De certo modo, programas de apoio ao desenvolvimento da
atividade turística vêm acontecendo a um bom
tempo, entretanto, os resultados ainda não são
animadores, no que diz respeito a estratégias de
“turistificação”, como é o caso do Programa Nacional de
Municipalização do Turismo – PNMT.
Na atualidade, o PNMT deu lugar ao Programa de
Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, com
uma visão bastante animadora para o turismo
nacional
Esse programa atua na
formação      de    Arranjos
Produtivos Locais Turísticos
(APL Turístico) que são
entendidos             como
aglomerações              de
destinações
turísticas, empreendimento
s e empresas, direta e
indiretamente ligadas ao
setor de turismo, de um
determinado      local    ou
região.
O processo de turistificação
  Quanto ao processo de turistificação, verifica-se que
  são três os principais agentes:
• os turistas;
• o mercado;
• os planejadores e promotores territoriais;
Diversos lugares foram e ainda são
inventados como lugares turísticos
em função da prática espontânea
de certos turistas, ou seja, sem a
mediação direta do mercado.
Nesses casos, são esses visitantes
pioneiros que estão na base da
transformação de determinado
local em lugar turístico. O turista é
considerado o principal e mais
importante          agente        de
turistificação, sem o turista não há
turismo, ou seja, é necessário e
importante sua presença. O turista
é               capaz             de
promover, vender, criar, produzir e
inventar um lugar turístico, essa
capacidade cabe somente a ele.
O mercado é hoje um dos principais
promotores de turistificação dos lugares
incentivado pela iniciativa privada. Este
agente é na atualidade capaz de produzir
produtos turísticos em espaços jamais
imaginados. Vários estudiosos dizem que é
através da ação do mercado e, não mais a
partir das práticas turísticas em si, que os
espaços atualmente, são turistificados. De
acordo com as tendências e modismo,
novos destinos e produtos turísticos são
criados e colocados à venda para o
consumidor, numa relação estritamente
econômica. Muitas vezes, comete-se o
equívoco de não se observar a evolução
das práticas turísticas, criando destinos e
produtos não aceitos pelo mercado
consumidor.
Os agentes planejadores e promotores são
mais próximos dos lugares. Podem ser
representados            por          iniciativas
locais, regionais, nacionais, tendo como
responsáveis      poderes      públicos.       Os
planejadores            e           promotores
“territoriais”, diferentemente dos dois
primeiros agentes que, em sua grande
maioria são externos aos espaços que
turistificam, nesse caso, esses agentes são
sempre ligados ao lugar. A partir da ideologia
do desenvolvimento local, muito comum nos
discursos dos gestores públicos do
turismo, são criados planos estratégicos para
atrair turistas e empreendedores. Nesses
casos, é comum identificar-se por trás do
plano estratégico, o interesse de líderes locais
que, por desconhecimento das características
do fenômeno turístico ou por apresentarem
intenções políticas específicas, apresentam o
turismo como a solução de todos os
problemas locais.
Isto nos coloca a necessidade de termos sempre
em consideração o papel do turista na
turistificação dos espaços. É ele que, com as
avaliações      subjetivas  das     suas   próprias
necessidades, acaba por definir quais partes do
espaço são turísticos. Portanto, a compreensão dos
processos de turistificação dos espaços e a
construção dos territórios turísticos, passa pelo
entendimento dos processos subjetivos que
motivam os turistas a optarem por determinados
destinos em detrimento de outros. A simples
existência de belas praias, clima ameno, florestas
preservadas ou de patrimônios arquitetônicos de
reconhecido valor, não é garantia para que ocorra a
turistificação de um determinado trecho do
espaço, ou seja, nem todo espaço potencialmente
turístico é turistificado.
Nas ações de elaboração de políticas
                                            públicas para o setor turístico, é
                                            necessário que observemos o papel de
                                            cada um dos agentes que intervêm no
                                            processo de turistificação dos espaços.




Suas lógicas diferenciadas são decisivas para a gestão
dos espaços do turismo. Nas ações de elaboração de
políticas públicas para o setor turístico, é necessário que
observemos o papel de cada um dos agentes que
intervêm no processo de turistificação dos espaços.




                                     Os estudos e questionamentos devem abranger os agentes do
                                     mundo do trabalho e do mundo do ócio. Suas lógicas
                                     diferenciadas são decisivas para a gestão dos espaços do turismo.
Partindo do entendimento do agente
enquanto fator capaz de produzir um efeito
    sobre determinado fato ou atividade,
   podemos afirmar que o agente turístico
     compõe-se pelas pessoas, grupos ou
 instituições com poder de gerar um efeito
    sobre o fenômeno turístico ou sobre a
atividade turística, ou seja, com capacidade
  de intervir, modificar ou influenciar o seu
                     curso
O turista
 • Agente principal do fenômeno
   turístico e, também o mais
   conhecido, o turista é responsável
   pelo momento inicial e mais
   subjetivo do fenômeno, na medida
   em que, levado por motivações as
   mais diversas e quase sempre
   pessoais,      se     desterritorializa
   temporariamente, afastando-se do
   seu entorno habitual de vida. Para
   tal, desloca-se para outros pontos do
   espaço em busca de oportunidades
   ímpares, que lhe permita fugir do
   stress do seu dia a dia e, de alguma
   maneira, recompor suas energia
   para retornar ao seu tempo de
   trabalho.
A    partir     do    estudo     do
comportamento dos turistas
americanos, na década de
1970, foi determinado um modelo
com dois perfis psicográficos
ideais opostos: os turistas            Para alcançar esses lugares ainda
alocêntricos     e   os    turistas    não “descobertos” pela mídia não
psicocêntricos. O turista com          se     incomoda     com    longos
características        alocêntricas    deslocamentos, muitas vezes
aproxima-se        do        turista   utilizando-se de meios de
pioneiro, ou seja, é o descobridor     transportes desconfortáveis. O
de novos destinos turísticos; o        importante para ele é desfrutar
que busca se afastar do seu            de lugares e paisagens ímpares e
cotidiano         em        lugares    pouco conhecidos, onde pode
radicalmente opostos ao seu lugar      entrar em contato com um
de vida.                               ambiente natural e cultural que
                                       lhe possibilite, mesmo que
                                       temporariamente, vivenciar a
                                       experiência diferenciada.
Por sua vez, o turista com características psicocêntricas tende a ser introvertido, inseguro
e, portanto, não gosta de correr riscos. Suas viagens são planejadas com antecedência, em
sua maioria direcionadas para destinos turísticos conhecidos, próximos de sua
residência, já consolidados no mercado, que possibilitem uma certa sensação de
isolamento do cotidiano local. Não há interesse do turista em manter contato com os
moradores locais e, ele pouco se interessa por conhecer a cultura local. Quando
muito, satisfaz-se em conhecê-la através de shows folclóricos especialmente preparados
para ele. O turista psicocêntrico tende a repetir suas viagens; prefere retornar ao mesmo
hotel, ao mesmo restaurante, pois isso lhe transmite uma sensação de segurança e de
rotina.
Não há interesse do turista em manter contato
com os moradores locais e, ele pouco se
interessa por conhecer a cultura local. Quando
muito, satisfaz-se em conhecê-la através de
shows folclóricos especialmente preparados para
ele. O turista psicocêntrico tende a repetir suas
viagens; prefere retornar ao mesmo hotel, ao
mesmo restaurante, pois isso lhe transmite uma
sensação de segurança e de rotina. O ponto
extremo desse perfil de turista é aquele
consumidor        dos      enclaves     turísticos
(resorts), onde o turista busca apenas fugir do
seu stress diário sem nenhuma outra
preocupação alem do descanso. Para isso, basta
uma boa praia, com mar de águas
mornas, límpidas e calmas e um alto índice de
insolação. Nada que lhe fuja do controle:
comidas e bebidas internacionais, guias e
prestadores de serviços discretos, eficientes e
prontos a servi-los.
O exótico do lugar é previamente
preparado para ele: a comida típica
tem sua composição original
alterada para não gerar problemas
de saúde, os shows folclóricos são
espetacularizados seguindo os
modelos hollywoodianos, de modo
a não se tornarem monótonos ou
mesmo incompreensíveis para eles.
Entre      esses    dois     perfis
psicográficos, podemos identificar
uma gradação bastante rica de
variações no comportamento dos
turistas contemporâneos.
O ponto intermediário entre eles é o perfil que
mais se aproxima das características da grande
maioria dos turistas atuais, denominado de
mesocêntrico. É o turista consumidor que tem
na viagem uma maneira de adquirir status e de
se diferenciar dentro do seu grupo social. O
olhar do turista mesocêntrico é o olhar da
sociedade de consumo e, não mais o olhar
romântico ou curioso do turista tradicional que
desejava apenas fugir do seu cotidiano e
recompor suas energias para o trabalho.
Atualmente, os turistas com características
mesocêntricas representam a maioria nas
estatísticas dos fluxos de viagens. Se caracteriza
pela                   busca                   do
prazer, sensualidade, diversão, clima (sol e
praia),       compras         e      recordações
e, principalmente exposição ou até exibição
social, tanto durante a viagem com no seu
retorno.      Para      ele,    mostrar      suas
fotografias, filmes e souvenires e relatar suas
Os agentes do mercado
O segundo agente do turismo por nós indicado está
  diretamente relacionado com a atividade
  econômica que surge do fenômeno turístico
  e, vincula-se ao processo de apropriação do
  tempo livre do trabalhador pelo capital. No jogo
  das contradições entre trabalho e ócio e, entre
  tempo de trabalho e tempo livre, o capital
  encontrou uma excelente oportunidade para se
  reproduzir e se fortalecer. Apoderando-se do
  discurso que prega a necessidade do lazer para a
  recuperação das energias necessárias para a
  continuidade do trabalho, o capital transformou o
  tempo livre em tempo de consumo e, o lazer em
  mais um produto a ser consumido. Esses agentes
  do mercado, conhecidos pela denominação de
  trade turístico, são os agentes produtivos da
  atividade turística. A partir das necessidades
  geradas pelos deslocamentos temporários do
  homem o capital, através dos seus representantes
  – empresários – mercantilizou o fenômeno e o
  transformou em mais uma atividade econômica
  típica da atual sociedade de consumo.
O Estado
  Partindo do entendimento de ser possível utilizar
  o turismo como uma ferramenta para a
  implementação        de       processos        de
  desenvolvimento, especialmente aqueles que
  objetivam diminuir as desigualdades regionais, o
  Estado, através de suas diversas instâncias de
  poder público, procura estabelecer regras e
  normas para o sistema turístico sob sua área de
  atuação, de modo a regulá-lo e normalizá-lo
  dentro daquilo que parece ser a melhor forma
  para o atendimento das necessidades das
  populações residentes sem, entretanto, esquecer
  ou desprezar a lógica do capital. Nas últimas
  décadas, o fato econômico gerado pelo turismo
  tornou-se parte integrante da estrutura
  governamental de muitos países, estados e
  municípios. Essa atuação do agente público no
  turismo pode ocorrer de maneira bastante
  diferenciada nos diversos níveis de governo.
  Desde o nível nacional até o nível local, a
  importância da sua atuação vem se revelando
  fundamental e sendo solicitada até mesmo pelo
  próprio agente produtivo, o mercado.
A intervenção do
                                poder público no
                              turismo pode seguir a
                                seguinte diretriz:
                                                             a) buscar a melhoria
 f) educar e informar.                                              da sua
                                                               competitividade
                                                                 econômica;


 e) apoiar projetos
com elevados custos                                           b) corrigir e organizar
  de capital e que                                                os direitos de
  envolvam novas                                              propriedade da terra;
    tecnologias;


                                                       c) permitir uma visão
        d) reduzir custos e                            integral do setor que
            incertezas;                               observe e incorpore as
                                                       suas externalidades;

        Essa visão do papel do Estado está comprometida
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O processo de turistificação e seus principais agentes

  • 1. Turistificação Para se analisar algo a respeito do tema “Turistificação” é necessário a verificar-se três aspectos importantes do desenvolvimento da atividade turística no Brasil, sendo eles:
  • 2. o planejamento turístico os programas públicos de apoio ao turismo as especificidades da localidade envolvida, representada pelos seus aspectos humanos, socioeconômicos, culturais, políticos e ambientais.
  • 3. A “turistificação” pode ser entendida como o processo de implantação, implementação e/ou de apoio da atividade turística em espaços turísticos ou com potencialidade para o turismo. A ferramenta para esse trabalho deve ser o planejamento estratégico integrado a atividade turística.
  • 4. A atividade de planejamento do turismo deve realmente ser encarada como inerente ao desenvolvimento do turismo. Começar um empreendimento ou uma destinação sem um plano que regulamente e organize as ações do homem sobre o setor turístico, sujeita a localidade ao enfrentamento de inúmeras situações negativas, capazes de levar a falência essa atividade.
  • 5. A globalização trouxe vários benefícios à atividade turística, dentre eles o conhecimento das destinações, através da internet e a variedade de conhecimentos, ou seja, os turistas podem antecipar o conhecimento das localidades a visitar.
  • 6. Nesse cenário, a competitividade entra em grande estilo no turismo exigindo das localidades turísticas, representadas pelos seguimentos do poder público, iniciativa privada e a sociedade em geral, o máximo empenho e cooperação no planejamento, marketing e gestão.
  • 7. Entretanto, a pergunta que ainda assombra a todos os planejadores é qual o melhor caminho para realizar o planejamento do turismo no Brasil?
  • 8. pergunta difícil de responder, dado o tamanho e a diversidade biológica e cultural do país e a multiplicidade de métodos e técnicas que vêm sendo aplicados nos diversos projetos e programas de desenvolvimento do turismo.
  • 9. Dessa forma, acredita- se que, independente de qual seja, a metodologia de planejamento deve ser flexível o bastante para absorver as exigências do mercado e se moldar na identidade sócio- cultural, natural, polític a e econômica do local em questão, tendo seus objetivos e metas
  • 10. Vê-se na atualidade, a luta dos governos federal, estadual e municipal para organizar o produto turístico brasileiro.
  • 11. De certo modo, programas de apoio ao desenvolvimento da atividade turística vêm acontecendo a um bom tempo, entretanto, os resultados ainda não são animadores, no que diz respeito a estratégias de “turistificação”, como é o caso do Programa Nacional de Municipalização do Turismo – PNMT.
  • 12. Na atualidade, o PNMT deu lugar ao Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, com uma visão bastante animadora para o turismo nacional
  • 13. Esse programa atua na formação de Arranjos Produtivos Locais Turísticos (APL Turístico) que são entendidos como aglomerações de destinações turísticas, empreendimento s e empresas, direta e indiretamente ligadas ao setor de turismo, de um determinado local ou região.
  • 14.
  • 15.
  • 16. O processo de turistificação Quanto ao processo de turistificação, verifica-se que são três os principais agentes: • os turistas; • o mercado; • os planejadores e promotores territoriais;
  • 17. Diversos lugares foram e ainda são inventados como lugares turísticos em função da prática espontânea de certos turistas, ou seja, sem a mediação direta do mercado. Nesses casos, são esses visitantes pioneiros que estão na base da transformação de determinado local em lugar turístico. O turista é considerado o principal e mais importante agente de turistificação, sem o turista não há turismo, ou seja, é necessário e importante sua presença. O turista é capaz de promover, vender, criar, produzir e inventar um lugar turístico, essa capacidade cabe somente a ele.
  • 18. O mercado é hoje um dos principais promotores de turistificação dos lugares incentivado pela iniciativa privada. Este agente é na atualidade capaz de produzir produtos turísticos em espaços jamais imaginados. Vários estudiosos dizem que é através da ação do mercado e, não mais a partir das práticas turísticas em si, que os espaços atualmente, são turistificados. De acordo com as tendências e modismo, novos destinos e produtos turísticos são criados e colocados à venda para o consumidor, numa relação estritamente econômica. Muitas vezes, comete-se o equívoco de não se observar a evolução das práticas turísticas, criando destinos e produtos não aceitos pelo mercado consumidor.
  • 19. Os agentes planejadores e promotores são mais próximos dos lugares. Podem ser representados por iniciativas locais, regionais, nacionais, tendo como responsáveis poderes públicos. Os planejadores e promotores “territoriais”, diferentemente dos dois primeiros agentes que, em sua grande maioria são externos aos espaços que turistificam, nesse caso, esses agentes são sempre ligados ao lugar. A partir da ideologia do desenvolvimento local, muito comum nos discursos dos gestores públicos do turismo, são criados planos estratégicos para atrair turistas e empreendedores. Nesses casos, é comum identificar-se por trás do plano estratégico, o interesse de líderes locais que, por desconhecimento das características do fenômeno turístico ou por apresentarem intenções políticas específicas, apresentam o turismo como a solução de todos os problemas locais.
  • 20. Isto nos coloca a necessidade de termos sempre em consideração o papel do turista na turistificação dos espaços. É ele que, com as avaliações subjetivas das suas próprias necessidades, acaba por definir quais partes do espaço são turísticos. Portanto, a compreensão dos processos de turistificação dos espaços e a construção dos territórios turísticos, passa pelo entendimento dos processos subjetivos que motivam os turistas a optarem por determinados destinos em detrimento de outros. A simples existência de belas praias, clima ameno, florestas preservadas ou de patrimônios arquitetônicos de reconhecido valor, não é garantia para que ocorra a turistificação de um determinado trecho do espaço, ou seja, nem todo espaço potencialmente turístico é turistificado.
  • 21. Nas ações de elaboração de políticas públicas para o setor turístico, é necessário que observemos o papel de cada um dos agentes que intervêm no processo de turistificação dos espaços. Suas lógicas diferenciadas são decisivas para a gestão dos espaços do turismo. Nas ações de elaboração de políticas públicas para o setor turístico, é necessário que observemos o papel de cada um dos agentes que intervêm no processo de turistificação dos espaços. Os estudos e questionamentos devem abranger os agentes do mundo do trabalho e do mundo do ócio. Suas lógicas diferenciadas são decisivas para a gestão dos espaços do turismo.
  • 22. Partindo do entendimento do agente enquanto fator capaz de produzir um efeito sobre determinado fato ou atividade, podemos afirmar que o agente turístico compõe-se pelas pessoas, grupos ou instituições com poder de gerar um efeito sobre o fenômeno turístico ou sobre a atividade turística, ou seja, com capacidade de intervir, modificar ou influenciar o seu curso
  • 23. O turista • Agente principal do fenômeno turístico e, também o mais conhecido, o turista é responsável pelo momento inicial e mais subjetivo do fenômeno, na medida em que, levado por motivações as mais diversas e quase sempre pessoais, se desterritorializa temporariamente, afastando-se do seu entorno habitual de vida. Para tal, desloca-se para outros pontos do espaço em busca de oportunidades ímpares, que lhe permita fugir do stress do seu dia a dia e, de alguma maneira, recompor suas energia para retornar ao seu tempo de trabalho.
  • 24. A partir do estudo do comportamento dos turistas americanos, na década de 1970, foi determinado um modelo com dois perfis psicográficos ideais opostos: os turistas Para alcançar esses lugares ainda alocêntricos e os turistas não “descobertos” pela mídia não psicocêntricos. O turista com se incomoda com longos características alocêntricas deslocamentos, muitas vezes aproxima-se do turista utilizando-se de meios de pioneiro, ou seja, é o descobridor transportes desconfortáveis. O de novos destinos turísticos; o importante para ele é desfrutar que busca se afastar do seu de lugares e paisagens ímpares e cotidiano em lugares pouco conhecidos, onde pode radicalmente opostos ao seu lugar entrar em contato com um de vida. ambiente natural e cultural que lhe possibilite, mesmo que temporariamente, vivenciar a experiência diferenciada.
  • 25. Por sua vez, o turista com características psicocêntricas tende a ser introvertido, inseguro e, portanto, não gosta de correr riscos. Suas viagens são planejadas com antecedência, em sua maioria direcionadas para destinos turísticos conhecidos, próximos de sua residência, já consolidados no mercado, que possibilitem uma certa sensação de isolamento do cotidiano local. Não há interesse do turista em manter contato com os moradores locais e, ele pouco se interessa por conhecer a cultura local. Quando muito, satisfaz-se em conhecê-la através de shows folclóricos especialmente preparados para ele. O turista psicocêntrico tende a repetir suas viagens; prefere retornar ao mesmo hotel, ao mesmo restaurante, pois isso lhe transmite uma sensação de segurança e de rotina.
  • 26. Não há interesse do turista em manter contato com os moradores locais e, ele pouco se interessa por conhecer a cultura local. Quando muito, satisfaz-se em conhecê-la através de shows folclóricos especialmente preparados para ele. O turista psicocêntrico tende a repetir suas viagens; prefere retornar ao mesmo hotel, ao mesmo restaurante, pois isso lhe transmite uma sensação de segurança e de rotina. O ponto extremo desse perfil de turista é aquele consumidor dos enclaves turísticos (resorts), onde o turista busca apenas fugir do seu stress diário sem nenhuma outra preocupação alem do descanso. Para isso, basta uma boa praia, com mar de águas mornas, límpidas e calmas e um alto índice de insolação. Nada que lhe fuja do controle: comidas e bebidas internacionais, guias e prestadores de serviços discretos, eficientes e prontos a servi-los.
  • 27. O exótico do lugar é previamente preparado para ele: a comida típica tem sua composição original alterada para não gerar problemas de saúde, os shows folclóricos são espetacularizados seguindo os modelos hollywoodianos, de modo a não se tornarem monótonos ou mesmo incompreensíveis para eles. Entre esses dois perfis psicográficos, podemos identificar uma gradação bastante rica de variações no comportamento dos turistas contemporâneos.
  • 28. O ponto intermediário entre eles é o perfil que mais se aproxima das características da grande maioria dos turistas atuais, denominado de mesocêntrico. É o turista consumidor que tem na viagem uma maneira de adquirir status e de se diferenciar dentro do seu grupo social. O olhar do turista mesocêntrico é o olhar da sociedade de consumo e, não mais o olhar romântico ou curioso do turista tradicional que desejava apenas fugir do seu cotidiano e recompor suas energias para o trabalho. Atualmente, os turistas com características mesocêntricas representam a maioria nas estatísticas dos fluxos de viagens. Se caracteriza pela busca do prazer, sensualidade, diversão, clima (sol e praia), compras e recordações e, principalmente exposição ou até exibição social, tanto durante a viagem com no seu retorno. Para ele, mostrar suas fotografias, filmes e souvenires e relatar suas
  • 29. Os agentes do mercado O segundo agente do turismo por nós indicado está diretamente relacionado com a atividade econômica que surge do fenômeno turístico e, vincula-se ao processo de apropriação do tempo livre do trabalhador pelo capital. No jogo das contradições entre trabalho e ócio e, entre tempo de trabalho e tempo livre, o capital encontrou uma excelente oportunidade para se reproduzir e se fortalecer. Apoderando-se do discurso que prega a necessidade do lazer para a recuperação das energias necessárias para a continuidade do trabalho, o capital transformou o tempo livre em tempo de consumo e, o lazer em mais um produto a ser consumido. Esses agentes do mercado, conhecidos pela denominação de trade turístico, são os agentes produtivos da atividade turística. A partir das necessidades geradas pelos deslocamentos temporários do homem o capital, através dos seus representantes – empresários – mercantilizou o fenômeno e o transformou em mais uma atividade econômica típica da atual sociedade de consumo.
  • 30. O Estado Partindo do entendimento de ser possível utilizar o turismo como uma ferramenta para a implementação de processos de desenvolvimento, especialmente aqueles que objetivam diminuir as desigualdades regionais, o Estado, através de suas diversas instâncias de poder público, procura estabelecer regras e normas para o sistema turístico sob sua área de atuação, de modo a regulá-lo e normalizá-lo dentro daquilo que parece ser a melhor forma para o atendimento das necessidades das populações residentes sem, entretanto, esquecer ou desprezar a lógica do capital. Nas últimas décadas, o fato econômico gerado pelo turismo tornou-se parte integrante da estrutura governamental de muitos países, estados e municípios. Essa atuação do agente público no turismo pode ocorrer de maneira bastante diferenciada nos diversos níveis de governo. Desde o nível nacional até o nível local, a importância da sua atuação vem se revelando fundamental e sendo solicitada até mesmo pelo próprio agente produtivo, o mercado.
  • 31. A intervenção do poder público no turismo pode seguir a seguinte diretriz: a) buscar a melhoria f) educar e informar. da sua competitividade econômica; e) apoiar projetos com elevados custos b) corrigir e organizar de capital e que os direitos de envolvam novas propriedade da terra; tecnologias; c) permitir uma visão d) reduzir custos e integral do setor que incertezas; observe e incorpore as suas externalidades; Essa visão do papel do Estado está comprometida com o modelo de desenvolvimento turístico que prega a busca da sustentabilidade do setor