2. I
Introdução Teórica
As alterações no clima são acontecimentos naturais que têm vindo a
decorrer desde sempre. Contudo, durante o último século as alterações
registadas têm sido mais pronunciadas do que em qualquer período
registado até ao momento. Estas alterações são resultado de intensas
intervenções humanas sobre o meio natural com repercussões no clima e
que se reflectem a uma escala regional e global.
Estas alterações climáticas têm e terão graves efeitos em toda a
Humanidade.
No entanto, não é só a intervenção Humana que está na causa das
alterações climáticas, mas também causas Naturais e Antropogênicas.
Serão as causas e as consequências das alterações climáticas que iremos
desenvolver no nosso trabalho causas das alterações climáticas.
3. II
Desenvolvimento
Alterações Climáticas-Causas
Entre as causas comprovadas e as prováveis encontram-se as seguintes:
Causas Naturais
O fenómeno da mudança do clima é um evento que pode acontecer de
forma natural. Assim, esse fenómeno pode ter causas com origem
externa, de fora do planeta, bem como origem terrestre.
Influência externa
Dentre as causas com origem fora do globo terrestre temos as causas com
origens solares, que vão desde a variação da energia solar que chega a
terra até a variação da própria órbita terrestre.
Ciclo solar
A temperatura da terra
depende do sol, que emite
radiação em direcção ao
planeta. Esta radiação é a
radiação solar, que em parte é
reflectida para o espaço e o
restante é absorvido pela terra
em forma de calor. Esta energia
não chega à terra de maneira
uniforme, apesar do sol ser uma
estrela de classe G e ser muito
estável, essa energia aumenta cerca de 10% a cada um bilhão de anos, ou
seja, no início da vida na terra, quase quatro bilhões de anos atrás, a
energia do sol era em torno de 70% da actual.
4. Outro tipo de variação da radiação solar ocorre em decorrência dos ciclos
solares, que são mais importantes que a primeira, no que diz respeito à
mudança do clima terrestre, visto que essa variação é uma oscilação e não
somente um crescente e ocorre em períodos mais curtos.
O Ciclo Solar é a variação de intensidade do vento solar e do campo
magnético solar. Estudos de Heliosismologia comprovaram a existência de
"vibrações solares", cuja frequência cresce com o aumento da actividade
solar, acompanhando o ciclo solar que dura em média de 11 anos com
mudança no ritmo das erupções, além da movimentação das estruturas
magnéticas em direcção aos pólos solares. Tais mudanças resultam em
ciclos de aumento da actividade geomagnética da Terra e da oscilação da
temperatura do plasma ionosférico na estratosfera de nosso planeta.
Variação orbital
Também é causa de mudança climática o fenómeno astronómicos
variação orbital, ou seja, o aumento, ou diminuição, das radiações solares
devido às variações no movimento da Terra em relação ao sol. Apesar da
variação radiação solar pelos ciclos solares e pelo aumento gradual ao
longo de bilhões de anos resultar em certa estabilidade, o mesmo não
podemos dizer das variações da órbita terrestre. A variação orbital ocorre
periodicamente, fazendo com que a radiação solar chegue de forma
diferente em cada hemisfério terrestre de tempos em tempos. Esta
variação provoca as variações glaciares que são períodos de longos verões
e longos invernos. Os factores que causam essa variação são três: a
precessão dos equinócios, a excentricidade orbital e a Inclinação do eixo
terrestre.
5. Impactos de meteoritos
Impactos de meteoritos são eventos raros, mas também podem modificar
o clima na terra. Impactos de grandes
proporções podem modificar
profundamente a biosfera.
Concepção artística do impacto de um
asteróide com a Terra.
O último evento deste tipo foi
denominado Extinção K-T e ocorreu há mais
ou menos sessenta e cinco milhões de anos
atrás. Eventos assim podem desencadear uma série de tragédias
ecológicas. Com o impacto, detritos podem ser arremessados até o espaço
e entrarem na órbita da Terra, onde ficariam por algum tempo e só depois
cairiam. Ocorreriam incêndios em escala global e a liberação de grandes
quantidades de gás carbónico (CO2) na atmosfera causando o efeito
estufa. Com o calor, as moléculas de nitrogénio e oxigénio se quebrariam
e se combinariam com o hidrogénio formando o ácido nítrico (HNO3).
Sucederam-se então longos períodos de chuva ácida, prejudicando ainda
mais a vida terrestre. Paralela e consecutivamente, o aumento da acidez e
da temperatura dos oceanos afitaria gravemente os ecossistemas
marinhos.
Influência Interna
As causas com origem interna são as mais variadas, dentre elas temos.
Deriva dos continentes
Deriva dos continentes e Tectónica de placas.
Mudanças ou deriva dos continentes
aproximando ou afastando-se dos pólos. A
movimentação das placas tectónicas
(geofísica 2 cm ano), sobre a atmosfera,
ocorre algo em torno de centímetros por
ano, o que poderia provocar um distúrbio
6. na atmosfera. Os movimentos oro genéticos de formação de montanhas
também poderiam estar prejudicando a circulação dos ventos.
El Niño e La Niña
Os fenómenos “El Niño” e “La
Niña” são mudanças na
temperatura da água de
partes do Oceano Pacífico. A
mudança da temperatura das
águas influencia a intensidade
dos Ventos Alísios que pode
fazer com que massas de água
quente, e massas de ar também, se desloquem no Pacífico de forma
diferente dos registos das médias históricas.
As Variações de intensidade dos Ventos Alísios influenciam a pressão
atmosférica no oceano, afitando vários fenómenos climáticos em todo o
mundo.
Esfriamento global e glaciações
O esfriamento global ou arrefecimento global (em Portugal), é uma teoria
de que ocorrerá um resfriamento total da superfície terrestre iniciando
uma nova era glacial, ou seja, uma nova glaciação.
Os cientistas defensores desta teoria prevêem que, entre os anos de 2012
a 2015, a temperatura global da Terra começaria uma lenta redução, que
alcançaria os níveis mínimos entre 2055 e 2060. Esse período de
esfriamento duraria pelo menos 50 anos e que, até o século XXII, a Terra
começaria novamente outra fase de aquecimento global.
As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no
nível do mar. Quando a temperatura global diminui ocorre, como
consequência, o aumento das geleiras ou seja, as baixas temperaturas
7. provocam o congelamento da água nos pólos aumentando a quantidade
de gelo nas calotas polares.
Outra consequência é o rebaixamento eustático do nível dos oceanos
devido à retenção de água nos pólos. O Oceano se afasta da linha da
costa, das praias, por exemplo, expondo grandes extensões de terra e
ligando ilhas e continentes entre si, formando as chamadas pontes
terrestres.
Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciários em que a
temperatura da Terra se eleva. O período em que vivemos é um
interglacial.
Vulcanismo
A atmosfera carregada de pó vulcânico prenderia a radiação terrestre,
aumentando a temperatura na superfície da Terra. Entretanto, objetiva-se
que o tamanho das partículas não é suficientemente pequeno para barrar
a radiação e tais poeiras teriam que permanecer por muitos anos em
suspensão, o que é altamente improvável.
Causas Antropogênicas
Emissão de gases do efeito estufa
A maioria dos cientistas atribui aos gases do efeito estufa como o gás
carbónico, que em excesso, aumentaria a temperatura, retendo mais
calor. Entretanto, podemos notar que noutros lugares, o que retém calor
é o vapor de água. Outros dizem o contrário sobre o gás carbónico, que o
seu aumento na atmosfera reduziria a incidência solar e,
consequentemente, abaixaria a temperatura.
Alguns factores Antropogênicas que adicionam a um aumento no dióxido
de carbono incluem o desmatamento, a queimada dos combustíveis
fósseis e o cultivo do gado.
8. Alterações Climáticas
Consequências
O clima parece histérico, tal a frequência com que muda. Quem mais
sofre, e irá sofrer nas próximas décadas, são os povos mais desprevenidos.
As principais alterações climáticas que já se começam a fazer sentir, e que
se irão agravar nas próximas décadas, em Portugal são: o aumento da
temperatura (entre 3 a 4 graus), o aumento dos fenómenos extremos com
ocorrência de cheias, secas e tempestades com intensificação dos ventos,
a redução da precipitação média anual (cerca de 100 milímetros até ao
final do século), com períodos de chuva mais intensa e concentrada no
Inverno e o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor no
Verão.
Um estudo recente, de Filipe Duarte Santos, Climate Change in Portugal:
Scenarios, Impacts and Adaptation Mesures, traça os principais impactos
da mudança climática em Portugal para os próximos 100 anos. Com base
em futuros cenários climáticos para a Península Ibérica, e especialmente
para Portugal, o objectivo da investigação (1999/2001) foi proceder ao
estudo do impacto das alterações climáticas nos vários sectores sócio-
económicos: recursos hídricos e piscatórios, zonas costeiras, saúde
humana, agricultura, florestas e energia. São desafios comuns para os
próximos anos proteger, através da redução das emissões, e minorar os
efeitos das mudanças climáticas, mas a impopularidade das medidas a
tomar deve-se ao facto dos seus efeitos só serem mais visíveis a longo
prazo.
Consequências das alterações climáticas nos diferentes sectores
sócio-económicos:
Recursos hídricos e Pescas:
Menor quantidade água disponível
Pior qualidade das águas fluviais
Os nossos rios internacionais serão afectados, pois os espanhóis vão
precisar de reter mais água. Sado e Guadiana poderão perder 60%
de escoamento anual e o Tejo 30%
9. Aumento da temperatura superficial do mar
Alterações nos recursos pesqueiros.
Zonas Costeiras:
Subida do nível médio do mar (aproximadamente 50 centímetros) e
aumento da erosão costeira, sobretudo marés vivas
Intrusão salina
Alto e muito alto risco em 67% da nossa zona costeira, onde se
concentra a maior parte da população portuguesa.
Saúde humana:
Aumento de doenças associadas a ondas de calor; diminuição de
doenças ligadas ao excesso de frio
Aumento de doenças por poluição do ar e de alergias
Surtos de doenças transmitidas pela água e alimentos - febre
tifóide, salmoneloses, toxinas associadas com mariscos,
cianobactérias
Surtos de doenças transmitidas por vectores (sobretudo insectos) -
malária, dengue, febre amarela, doença de Lyme, febre
escaronodular, encefalites.
Agricultura e Florestas:
Mudanças no tipo de culturas devido à escassez de água para
irrigação; e readaptação a novos períodos de cultivo
Aumento de pragas, doenças e infestantes, tanto na floresta como
na agricultura
10. Aumento acentuado de incêndios
Redução da produtividade florestal
Perda de biodiversidade
Energia:
Forte aumento das necessidades de arrefecimento em edifícios e
transportes, com maior recurso ao ar condicionado.
Alguma diminuição das necessidades de aquecimento no Inverno
Mais custo de conservação em equipamentos públicos, devido aos
fenómenos climáticos extremos (estradas, aeroportos, coberturas,
etc.)
Aumento geral dos gastos energéticos à escala nacional e individual
À força de tanto calor, haverá uma corrida aos ares condicionados:
subirá a factura energética, o orçamento familiar, o contributo
nacional para o efeito de estufa, a poluição.
11. III
Conclusão
A cada dia que passa a imprensa mundial noticia mais e mais catástrofes
naturais (furacões, enchentes, terramotos, tsunamis) e suas
consequências devastadoras sobre as cidades e as populações que ali
vivem. E mal acontece uma catástrofe já é possível ver governantes e
ambientalistas declarando que “a natureza está se vingando” e “o planeta
está reagindo aos males que o homem vem lhe causando”.
Diante da impossibilidade de controlar o clima e as constantes alterações
climáticas surgem propostas mirabolantes para tentar contê-lo, numa
tentativa, do Homem, se livrar da sensação de impotência, em busca de se
sentir mais no controle da situação.
Terá de haver nova visão do mundo que deverá corresponder a uma nova
visão do homem, a uma nova visão social, na qual cada um se sinta parte
dos problemas que podem estar afectando a sobrevivência da raça
humana.