3. O clima é o conjunto de condições atmosféricas que caracterizam
uma zona ampla da superfície terrestre durante um determinado período de
tempo.
Dentro do Clima vamos falar também das alterações Climáticas e das
suas causas e efeitos.
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4. Clima
O clima é o conjunto de condições atmosféricas que caracterizam
uma zona ampla da superfície terrestre durante um determinado período de
tempo. Estas condições atmosféricas incluem: a temperatura, as
precipitações, os ventos, as nuvens, a humidade, a pressão atmosférica a
radiação solar.
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5. Tipos de Clima
Clima equatorial – Corresponde às regiões situadas logo depois do
Equador, para norte e para o sul,
cerca de 5º de latitude. Apresenta
uma só estação com altas
temperaturas (27º C) e chuvas
torrenciais. Grandes oscilações
térmicas diárias (10º C). A
precipitação encontra-se entre
os1.500 mm aos 4.000 mm ao ano.
Clima tropical – Corresponde às regiões tropicais dos dois
hemisférios, tem duas estações: uma seca; outra chuvosa. As temperaturas
são elevadas (26º C), precipitações
entre os 600 mm e os 1.000 mm. À
medida de que nos distanciamos do
Equador, aqui com cerca de 3 meses
em estação seca, este valor aumenta
até os 9 meses. São característicos
deste clima furacões, temperaturas
violentas e ciclones.
Clima desértico – Existe nas
áreas subtropicais do planeta. Há uma ausência de precipitação quase na
totalidade, com amplitudes térmicas diárias muito elevadas.
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6. Clima temperado – Dá-se nas latitudes médias. Possui quatro
estações, dependendo das temperaturas e precipitações. Existem 4 tipos:
Clima mediterrâneo – Os invernos são suaves e húmidos e os verões
quentes e secos. Há 150º C de oscilação térmica anual com 400 mm de
pluviosidade.
Clima atlântico – As temperaturas são suaves todo o ano e há
chuvas constantes (2.000 mm por ano em média). A oscilação térmica anual
é de 10º C.
Clima continental – Os invernos são frios e verões muito quentes.
A oscilação térmica anual é de 20º C. A pluviosidade está entre os 500 mm e
os 1.000 mm.
Clima temperado frio – É idêntico ao anterior mas com
temperaturas mais baixas.
Clima Polar – Este clima é próprio das zonas polares dos dois
hemisférios. As temperaturas são extremas pois não passam de 10º C no
mês mais quente. As neves são quase perpétuas. O verão é muito curto
sendo sempre dia e no inverno, uma estação longa, sendo quase sempre
noite. A oscilação térmica anual é de 25º C a 30º C. As precipitações não
passam dos 350 mm, que caem sempre em forma de neve. A Gronelândia e a
Antárctida estão permanentemente cobertas de gelo, possuem um clima um
pouco diferente do anterior, pois os invernos são perpétuos (temperaturas
sempre abaixo de zero) e existência de furacões e fracas precipitações
(cerca de 50 mm anuais).
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7. Alterações Climáticas
O termo alterações climáticas refere-se à variação do clima em
escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo. Estas
variações dizem respeito de temperatura, precipitação, nebulosidade e
outros fenómenos climáticos em relação às médias históricas. Tais variações
podem alterar as características climáticas de uma maneira a alterar sua
classificação didáctica.
Podem estar em causa mudanças no estado médio da atmosfera em
escalas de tempo que vão de décadas até milhões de anos. Estas alterações
podem ser causadas por processos internos ao sistema Terra - atmosfera,
por forças externas (como, por exemplo, variações na actividade solar) ou,
mais recentemente, pelo resultado da actividade humana.
Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um
efeito de processos naturais ou decorrentes da acção humana.
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8. As suas causas e efeitos
Esfera Sintoma Causas
Atmosfera Aumento da temperatura Acentuação do efeito de estufa
média da atmosfera Aumento da concentração de GEE.
Atmosfera Fenómenos meteorológicos Modificações no sistema de
extremos mais frequentes e distribuição do calor na atmosfera e
mais intensos (ciclones, nos oceanos.
tufões, furacões, inundações,
secas)
Criosfera Degelos no Árctico, Aquecimento global
Antárctico, glaciares.
Hidrosfera Aumento da temperatura dos Aquecimento global
oceanos; diminuição das
calotes polares e dos glaciares
Biosfera Alterações no regime de Aquecimento global
migração das aves.
Litosfera Desertificação. Seca; Aquecimento global
Incêndios florestais
Alteração do relevo e da
composição da atmosfera Vulcanismo
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9. Causas Naturais
Há alterações climáticas naturais que se produzem ao longo de
grandes períodos de tempo. São causados por:
Ciclos solares;
Variação da excentricidade da órbita terrestre em volta do Sol;
Variação da inclinação do eixo da Terra;
Procissão do eixo de rotação terrestre.
Vulcanismo
Queda de meteoritos
Não se conhece evidência de que estas alterações tenham significado em
termos de alterações climáticas, à escala da duração da vida humana,
quando comparadas com as causas Humanas.
Uma das mais importantes causas naturais é a do vulcanismo que, sendo
responsável por grandes emissões de dióxido de carbono para a atmosfera,
bem como de poeiras, interfere com os padrões climáticos.
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10. Causas Humanas
O efeito de estufa é um fenómeno natural.
A terra emite para o espaço a mesma quantidade de energia que
recebe de radiação solar, com vista à manutenção do seu equilíbrio térmico.
No entanto, devido à actividade do homem, resulta um adicionamento de
GEE, ampliando a concentração de energia, o que reduz a eficiência com que
a terra se resfria.
São considerados os Gases de Efeito de Estufa, GEE: Dióxido
de Carbono (CO2), Metano (CH4), óxido de Azoto (NO2), o
hexafluorcarbonetos de enxofre (SF6), acompanhados por
hexafluorcarbonetos (HFCs) e Perfluorcarbonetos (PFCs). Dos GEE, assume
particular importância o CO2, uma vez que o volume das suas emissões par a
atmosfera representa algo em torno de 55% do total das emissões de GEE e
o tempo da sua permanência na atmosfera é de pelo menos 100 anos.
O CO2 aumentou de volume de 280 partes por milhão antes da
Revolução Industrial (meados séc. XVIII), para quase 360 partes por
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11. milhão nos dias de hoje. A velocidade e a intensidade observada nesse
período são incompatíveis com os tempos necessários à adaptação natural
dos ecossistemas.
Evolução do CO2 Fonte: Introdução ao Desenvolvimento Económico e
Social, 12ºano, de SILVA, Elsa e outros
Os sectores responsáveis de GEE, são: da indústria, energia,
transportes, residencial, agricultura e agro-pecuária (sendo as
principais fontes de emissões: queima de combustíveis fósseis,
queimadas e derrube de florestas, produção de cimento).
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12. Consequências das alterações climáticas
Aquecimento Global / efeito de estufa da atmosfera, aumento do
contraste térmico entre as regiões quentes e frias, alteração dos
regimes térmicos, degelo, subida do nível médio das águas do mar,
submersão de áreas fluviais-marítimas ocupadas por fortes
densidades populacionais com funções urbanas e industriais;
Mudanças na circulação atmosférica (ex: aumento de frequência das
situações de bloqueio do Anticiclone dos Açores) e oceânica:
emergência de El Niños, alteração da regulação termohalina,
diminuição da corrente Deriva do Atlântico Norte, alteração de
localização dos centros de pressão atmosférica e dos ventos,
mudanças nos regimes pluviométricos;
Alterações na Biosfera e Pedosfera: desequilíbrios nos ecossistemas,
diminuição da biodiversidade, degradação dos solos, diminuição da
resiliência de algumas espécies, extinção de espécies, surgimento de
espécies adaptativas;
Aumento de catástrofes naturais: furacões, inundações,
secas/desertificação, fogos;
Alterações no ciclo Hidrológico: alteração no suprimento de água
doce mudanças nos ecossistemas naturais e na agricultura;
Discussão sobre políticas mundiais: emergência de instrumentos
internacionais tais como: Reunião Ambiental/72, Cimeira do Rio/92,
Protocolo de Quioto/97, programas (Programa Nacional de
Alterações Climáticas, PNAC), legislação (Despachos ex: n.º 686-
E/2005), na economia (Comércio Europeu de Licenças de Emissão,
CELE);
Necessidade de diminuir os Gases com Efeito de Estufa, GEE,
diminuição das fontes emissoras, como a queima de combustíveis
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13. fósseis, nomeadamente o petróleo; portanto emergência de fontes de
energia limpas;
Reflexão sobre a forma de organização da sociedade global numa
visão globalizante do sistema Terra, onde cada subsistema (Noosfera,
Atmosfera, Hidrosfera, Litosfera / Pedosfera, Biosfera) funciona
como uma célula de um organismo vivo – GAIA.
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14. Alguns aspectos das consequências das
alterações climáticas
No aquecimento global é de considerar a evolução da
temperatura média do globo, sendo a média actual à superfície de 15ºC. Se
não existissem emissões de Gases de Efeito de Estufa, GEE, a temperatura
seria mais baixa do que a actual 2ºC, o ritmo de maior aumento no passado
registou-se a partir de 1850, com o valor a 0,6ºC; nos últimos 70 anos foi
de 0,6º a 2ºC nomeadamente a partir da segunda metade do século XX. Os
aumentos previstos para os próximos 100 anos são entre 1º a 3,5ºC, sem a
implementação de políticas específicas de redução de GEE, segundo o Painel
Intergovernamental sobre Mudança de Clima, IPCC.
Gelos da Antárctica
Portanto, qualquer mudança no balanço radioactivo da terra tenderá a
alterar as temperaturas atmosféricas e oceânicas e os correspondentes
padrões de distribuição de circulação e tempo, bem como o ciclo hidrológico
(alterações na distribuição da evaporação, nebulosidade, condensação,
precipitação, com mudança dos regimes térmicos e pluviométricos) portanto
de climas.
Alteração da circulação das correntes marítimas – do Golfo / Deriva
do Atlântico Norte – DAN e de Humboldt / El Niño - EN e da Atmosfera:
Aumento de furacões (baixas pressões tropicais muito
intensas/ciclones tropicais, ex: Katrina, Stan e Vince). Sob o efeito do calor
intenso, o ar dilata-se, torna-se mais leve e sobe, deixando atrás de si uma
região de baixas pressões. A atmosfera circundante é aspirada, girando
14
15. como um pião devido à rotação da Terra. É assim que nasce um ciclone
tropical. Trata-se de um vento horizontal ao nível do mar, que se desloca
rapidamente ao longo de um centro calma (o olho); o movimento vertical
corresponde à aspiração do ar para cima. A diferença de temperatura entre
a superfície do oceano que se evapora e arrefece e o ar quente situado por
cima, cria condições favoráveis à formação de ciclones. Quando a humidade
transportada pelos alísios se transforma em chuva, este fenómeno liberta
energia e o ar aquece ainda mais. A partir deste momento o ciclone cresce
por si mesmo à medida que aumenta a temperatura entre as suas partes
inferiores e superiores. O ar húmido sobe, formando espessas nuvens que se
condensam originando chuvas arrasadoras, ventos cada vez mais fortes são
aspirados para a depressão formada na coluna de ar ascendente. Ao longo
do seu trajecto sobre o oceano, acumula energia e ganha velocidade… até
então depois se dissipar no continente causando danos catastróficos.
Imagem de satélite de um ciclone tropical
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16. Secas
Aumento das secas, fenómenos à escala regional, são consequência
de anomalias da circulação geral da atmosfera, as secas são uma parte do
mesmo problema das mudanças globais. Exemplo, o caso de Portugal
Continental: a situação geográfica de Portugal é favorável à ocorrência de
seca, uma vez que se situa na faixa de separação entre os anticiclones
subtropicais e as baixas pressões subpolares, com oscilações latitudinais ao
longo do ano (devido ao movimento de translação da terra). Esses centros
de pressão deslocam-se com as respectivas massas de ar, criando uma faixa
de separação entre elas, superfície frontal polar e suas respectivas
perturbações (no verão sobem para Norte, no Inverno descem para Sul, em
simultâneo deslocam-se segundo o fluxo de oeste.
A seca resulta de uma situação meteorológica de bloqueio do
anticiclone-subtropical do Atlântico Norte se mantém numa posição que
impede que as perturbações da frente polar atinjam a Península Ibérica.
Carta Sinóptica de 2 Out. 2005
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17. Acção do homem
No sentido de atenuar o ritmo do aquecimento global de origem
antropogénica, o homem tem vindo a desencadear acções a nível mundial,
tais como:
1972 1ª Reunião do Ambiente 1987 Protocolo de Montreal, redução
dos clorofluorcarbonetos, CFC;
1992 Cimeira da Terra no Rio, negociada e assinada por 175 países
mais a União Europeia, a Convenção Quadro das Nações Unidas em
Mudança Global do Clima, CQNUMC / (Conferência das partes, COP),
tem o objectivo de reduzir as Emissões de Gases de Efeito de
Estufa, GEE;
1997 Protocolo de Quioto, PQ (175 países), renegociação da
Convenção para reforçar as medidas de redução de GEE, de 5% até
2008 a 2012;
1978 Painel Intergovernamental sobre a Mudança do Clima, IPCC =
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA +
Organização Mundial de Meteorologia, OMM;
2005 16 De Fev. entrada em vigor do Protocolo de Quioto, depois de
ratificado, com assinatura da Rússia e sem assinatura dos EUA e
Austrália. Os EUA reafirmam a orientação autoritária de não-
alinhamento do compromisso. Início da sua monitorização
Países signatários comprometem-se a desenvolver projectos para
diminuir a taxa de emissão poluidora a níveis de 1990, ou seja de 5,2%
abaixo dos níveis emitidos na época, no prazo de 2008 a 2012.
Assim o homem convencionou, através do PQ medidas para redução
das emissões dos GEE, com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, MDL,
instrumento comercial onde o poluidor paga. Para tal foi criado o comércio
Europeu de Licenças de Emissões, CELE, ver Despacho nº686 – E/2005; com
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18. aprovação da lista das licenças de emissões (244 instalações industriais),
por os Ministérios do Ambiente e de Economia.
A degradação ambiental passa a ter um valor de mercado, será que
tal conduz a um avanço seguro na qualidade do ambiente?
O Protocolo pressupõe: uma execução conjunta, comércio de
emissões e desenvolvimento limpo. Para tal prevê os Planos Nacionais de
Acção: de redução de GEE e mecanismos de mercado com o princípio da
flexibilização: comércio de emissões e transacção financeira de quotas de
emissão convertidas em licenças e direitos. Os projectos de investimento
em Países em Vias de Desenvolvimento, são financiados e dão direito a
créditos ao país investidor, esses projectos são para reflorestação, novas
centrais energéticas e investimento em tecnologias limpas.
Tendo em conta o ciclo do carbono, verifica-se que este sustenta a
vida e que as áreas verdes, nomeadamente as florestas e os oceanos não são
só reservatórios de carbono, mas também excelentes sumidouros de CO2,
embora existam ainda muitas incertezas sobre o balanço dos seus
mecanismos em relação ao carbono cabe ao homem a preservação do planeta
Terra.
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19. Interacções Ambientais
Segundo Tavares, L. V., o Homem é o principal utilizador do ambiente,
e igualmente o que mais prejudica o
mesmo, provocando assim graves
consequências sobre ele próprio e sua
qualidade de vida.
O problema ambiental que
preocupa a nossa sociedade, resulta do
crescente desequilíbrio entre os
Recursos Ambientais (água, ar, solo e
ecossistemas), Utilizadores (Homem) e
Utilizações (directas ou indirectas), que
entre si compõem o Sistema Ambiental.
Isto é, enquanto os Recursos Ambientais
têm uma capacidade de renovação nula ou limitada, os Utilizadores têm
vindo gradualmente a aumentar (seja em número e em exigências) e as
Utilizações têm vindo cada vez mais a intensificar-se e a diversificar-se.
Podemos verificar que as mudanças ambientais têm sido factor de
observação, sendo que, a título de exemplo, o Aquecimento global tem sido
apontado como um dos principais factores para as mesmas.
As consequências do Aquecimento Global, podem afectar não só a
actividade humana, mas também os ecossistemas.
Assim sendo, de forma a preservarmos o nosso ambiente é
necessário “melhorar a prestação do estado neste domínio, fomentar uma
sociedade mais consciente e preparada e criar condições para a
consolidação do tecido empresarial do mercado do ambiente.” (Tavares, L.
V.)
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20. Com este trabalho desenvolvemos as nossas capacidades sobre o
clima e as alterações climáticas (As suas causas e os efeitos).
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21. Livro do 8ºano de Ciências Físico-Químicas.
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