Este documento conta a lenda das Sete Cidades, um antigo reino localizado na ilha de São Miguel, Açores. A história descreve como a princesa do reino se apaixonou por um pastor, mas foi forçada a se casar com um príncipe de outro reino. No último encontro dos amantes, tanto choraram que formaram duas lagoas com as cores de seus olhos.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Apres. lenda 7 cidades123
1. A Lenda das Sete Cidades
Escola Básica e Secundária do Nordeste – Turma 5.ºB
2. Há muitos, muitos anos existiu a meio do oceano uma terra muito grande
e rica chamada Atlântida. Nos montes havia grandes bosques de árvores
gigantescas. Nos vales cresciam pomares que davam frutos saborosos.
As pastagens eram abundantes e as vacas gordas davam bom leite.
Milhares de pássaros cantavam por entre a folhagem.
Os atlantes eram belos, saudáveis e inteligentes. Construíram cidades
fantásticas, com casas enormes e confortáveis, ruas largas e jardins bem
cuidados. Os palácios tinham as paredes cobertas de marfim, ouro e prata.
As joias eram feitas de um material que só eles tinham, o oricalco, mais
valioso do que o ouro.
A Atlântida desapareceu devido a um tremor de terra violentíssimo. Foi
engolida pelo mar numa só noite.
A única coisa que ficou de fora foram os cumes das montanhas, que se
transformaram em ilhas e essas ilhas são os
AÇORES.
3.
4. Numa dessas ilhas, a ilha de São Miguel, existia um reino maravilhoso
chamado Reino das Sete Cidades, onde as pessoas diziam que se nascia para ser
feliz. Ninguém sabe ao certo por que pensavam assim. Talvez fosse por causa
das suaves colinas cobertas de verdura, dos caminhos cheios de flores, dos
ventos brandos, das brumas e neblinas que a tudo emprestavam um ar de doce
mistério. A verdade, porém, é que, estando convencidas da sua felicidade, as
pessoas eram amáveis com os vizinhos, carinhosas com os mais velhos, ternas
com as crianças e viviam num ambiente de grande harmonia.
5. Quem governava era
o rei que vivia num belo
palácio com a sua única
filha. A princesa adorava
passear sozinha, fazer
colares de flores,
enfeitar-se e ver a sua
própria imagem refletida
na água das fontes e dos
regatos. Penteava os
seus cabelos loiros com
um pente de marfim e
sorria aos pássaros que
vinham pousar-lhe nas
mãos abrindo muito os
lindos olhos azuis.
6. Certo dia, enquanto
descansava à sombra de uma
árvore frondosa, pareceu-lhe
ouvir uma música tão suave
que por breves instantes julgou
sonhar. Mas o som continuava
alegre, forte e chamativo.
Ergueu-se, então, sem fazer
barulho e caminhou em bicos
de pés ao encontro de um
pastor, jovem e belo, que
tocava viola para entreter as
ovelhas do rebanho.
7. Quando o pastor viu aquela
menina ficou atrapalhado. E quando
soube que era a princesa ficou
deslumbrado! Tocou horas sem fim
para lhe agradar. Primeiro, melodias
que tinha aprendido com o pai e com
o avô. Depois deu largas à
imaginação e imitou o som das
ondas do mar em dia de
tempestade, o canto dos pássaros, o
sussurro da folhagem ao vento.
E a princesa deliciada. Já tinha
ouvido músicos famosos no palácio,
mas nenhum tocava assim!
8. Escusado será dizer que
a princesa e o pastor se
apaixonaram perdidamente.
E voltaram a encontrar-se
em segredo sempre que a
princesa conseguia escapar
da vigilância do pai e da aia
que tomava conta dela
desde pequena e que já
andava desconfiada com
tanto passeio.
9. No ano seguinte, apresentou-
se no palácio o príncipe de um
reino vizinho para pedir a
princesa em casamento. O rei
ficou contente e chamou a filha
para lhe dizer:
- Vais-te casar! Vamos fazer
uma grande festa!
A pobre princesa ficou louca
de desgosto, mas nesse tempo
quem escolhia o noivo era o pai
e ninguém se atrevia a
desobedecer.
10. De madrugada, a princesa
correu até ao cimo da
montanha para um último
encontro com o pastor.
Choraram tanto que ali
surgiram duas grandes
lagoas.
Uma de água azul como
os olhos da princesa.
Outra de água verde
como os olhos do pastor.