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CINE-CIDADANIA: O TRABALHO COM FILMES NA ESCOLA
NUNES, Tania Teixeira da Silva (Escola Estadual Coronel Francisco Lima)
SIQUEIRA, Eliane Balonecker (Escola Estadual Coronel Francisco Lima)
PINTO, Maria Isaura Rodrigues (Faculdade de Formação de Professores da UERJ)
RESUMO
A escola exerce múltiplas funções em tempos de complexas transformações
sociais e tecnológicas. Uma delas é a formação do leitor reflexivo e crítico. Esta
comunicação, baseada no pensamento de Edgard Morin (2004) de que o cinema
marca a existência do ser humano da mesma forma que a literatura e a música, busca
apresentar uma proposta pedagógica em que o professor exerce a função de
mediador no trabalho com filmes, enquanto gênero textual direcionado para a
construção de valores, conceitos e comportamentos, que podem ser instrumentos de
intervenção e mudanças sociais. A utilização de filmes, em aulas de língua portuguesa
e literatura, pela equipe do PIBID - Letras da FFP, no Colégio Estadual Coronel
Francisco Lima, em São Gonçalo, abriu espaço para que fossem discutidas questões
que o livro didático não aborda. A oralidade desencadeou a escrita e fez surgir o
interesse por outras obras cinematográficas e livros, levando a crer que, certamente,
aqueles alunos não chegariam a tomar contato com aquele tipo de produção fílmica
se isso dependesse da ida ao cinema na cidade. Assim, o cinema na escola pode ser
útil como fator de entretenimento, mas também como linguagem plena de magia e
sedução capaz de funcionar como equipamento ampliador da instrução e da
educação.
Palavras-chave: filme; escola; leitura
CINE-CIDADANIA: O TRABALHO COM FILMES NA ESCOLA
“Homem ao mar! Que importa! O navio não pára. O vento é suave, e o navio
tem rumo a seguir. Portanto, avante! (HUGO, Victor, 2008).
2
Na prática docente, o cinema pode ser útil como fator de entretenimento, mas
também como linguagem que dialoga com outras artes e proporciona leituras
diferenciadas, pois o filme, enquanto imagem-discurso, gênero textual, documento de
uma época e retrato da sociedade, é um rico recurso a ser explorado, oferecendo
oportunidades ímpares à escola de exercer seu papel de formadora de atitudes e
construtora de valores.
Sobre a relação cinema, educação e cidadania, é importante ressaltar que “o
cinema é a arte da vida e talvez possamos, por meio dele, formar uma nova visão
educativa, na qual os tradicionais e modernos métodos de ensinar possam fundir-se
em novas possibilidades de aprendizagem”, conforme ensina Godofredo Bonadies
(2008, p. 52).
O cineasta e professor Alain Bergala elaborou um plano para a educação na
França com a inclusão do cinema. Ele vê nesse trabalho um desafio a ser
experimentado pela escola. Em A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão
do cinema dentro e fora da escola, o estudioso apresenta quatro propostas para o
professor: a) Organizar a possibilidade do encontro com os filmes; b) Designar, iniciar
e tornar-se passador; c) Aprender a frequentar os filmes e d) Tecer laços entre os
filmes. Para o cineasta, “o verdadeiro encontro com a arte é aquele que deixa marcas
duradouras” (2008, p. 100).
O filme na escola tem sido, em alguns casos, usado como pretexto para ocupar
o tempo de aula ou apresentar um conteúdo disciplinar, sem que seja explorado de
modo aprofundado. Pode-se apontar razões específicas para isso. Primeiramente,
quase sempre, os títulos comerciais disponíveis no mercado ultrapassam o tempo de
duas aulas. Segundo, a exibição não é pensada como uma prática integrada ao
planejamento anual de acordo com a proposta curricular oficial em consonância com
o Projeto Político Pedagógico da escola e o plano de ensino do docente.
Vale acentuar que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), aprovados
com a lei federal n.º 9394 de 1996 – a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) conhecida como Lei Darcy Ribeiro, foram elaborados com o intuito de
orientar o professor na superação de problemas e dificuldades educacionais, através
do trabalho com temas transversais. Como explicitam os documentos oficiais, “Para a
escolha desses temas, alguns critérios foram estabelecidos visando sempre questões
sociais que podem ser trabalhadas com total flexibilidade e abertura” (BRASIL, 1998).
Flexibilidade e abertura também implicam o desenvolvimento do ser humano através
3
da arte teatral e literária. No entanto, o cinema tem sido menos privilegiado. Talvez,
na rede pública, em razão da precária infraestrutura da maioria das escolas (BRASIL,
1998).
A escola precisa, além de trabalhar a subjetividade, a alteridade e a afetividade,
dar ao sujeito condição de pensar o mundo, o outro e a si mesmo e de discutir rumos
futuros. Assim, abordar temas, como Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação
Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo, além de gerar respeito e
solidariedade, é uma exigência cidadã, pois faz parte da construção do ser humano
pleno enquanto sujeito do seu tempo.
Vale atentar para o que diz Edgard Morin, quando aproxima a literatura do
cinema:
São o romance e o filme que põem à mostra as relações do ser humano
com o outro, com a sociedade, com o mundo. O romance do século XIX e o
cinema do século XX transportam-nos para dentro da História e pelos
continentes, para dentro das guerras e da paz. E o milagre de um grande
romance, como de um grande filme, é revelar a universalidade da condição
humana, ao mergulhar na singularidade de destinos individuais localizados
no tempo e no espaço (MORIN, 2000, p. 44).
QUEM ENSINA TAMBÉM APRENDE
Segundo Thiel, “O cinema contribui para o aprimoramento da habilidade leitora,
a construção de conhecimentos linguísticos e culturais, o estudo da estrutura narrativa
fílmica e a construção de novas referências e relações entre áreas e discursos” (2009,
p.13). Além disso, o filme, enquanto arte, solicita uma reação do espectador, assim
como promove reflexão, questionamento e produção criativa.
Mas, para que ocorra uma produtiva reflexão sobre o filme e uma efetiva
indagação sobre o mundo, é preciso que o professor assuma a função de mediador
entre o objeto artístico e o aluno, cujo repertório cultural necessita ser ampliado. O
filme contribui para compor o currículo, principalmente, do ensino médio e oferece
espaço para uma leitura mais profunda e reflexiva sobre a sociedade. Nesse sentido,
observe-se o que é dito na proposta da apresentação do Projeto O Cinema vai à
escola da Secretaria de Educação de São Paulo:
Assuntos delicados e complexos como preconceito, violência, exclusão
social, sexualidade, injustiça, entre tantos outros, fazem parte do cotidiano
dos jovens e de seus professores que, como todos nós, têm dificuldades em
lidar com eles. Os filmes permitem que nos aproximemos deles de uma
maneira ímpar: testemunhamos situações chocantes, que nos obrigam a
refletir, observamos modos de vida, que nos aguçam a curiosidade,
4
presenciamos diálogos, que nos despertam para o nosso próprio preconceito
(FDE, 2008, p. 3).
No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Educação oferece o Programa
Cinema para Todos que estimula e democratiza o acesso dos alunos e professores
da rede estadual às salas de cinema, provocando debates e reflexões dentro e fora
da sala de aula. Além disso, promove cursos para o professor aperfeiçoar a sua prática
pedagógica.
O filme enquanto linguagem é um gênero textual que contribui para o
aprimoramento das aulas, possibilitando diferentes níveis de leitura que vão dos mais
superficiais aos mais profundos. Mas para o bom êxito do trabalho, convém que, antes
de iniciar qualquer ação com filmes, o professor se questione sobre o que deseja, de
fato, atingir com determinada projeção. É necessário fazer-se as seguintes
indagações: “O que eu quero com o filme? Em que essa atividade se relaciona com o
conjunto de minha disciplina e da área curricular? Quais são os limites e as
possibilidades que essa atividade tem para o grupo de alunos em questão? (FDE,
2008).
O cine-aula deve ser marcado, com antecedência, pois requer tempo para a
projeção e o debate, que precisa vir logo em seguida. É necessário que, entre eles,
não ocorram aulas intervalares. Nesse contexto, o espaço específico para a projeção
ou a própria sala de aula são importantes, bem como o empenho do professor na
conscientização de que não se trata de puro entretenimento (ver o filme), mas de uma
atividade que, embora seja prazerosa, exige atenção e compromisso com a
construção de sentidos (ler o filme).
Nesse aspecto, saber distinguir o procedimento de “ver” da ação de “ler” é
fundamental tanto para o professor-mediador quanto para o aluno. Ver é olhar para
tomar conhecimento. Ler é mais que isso, importa observar, refletir e atribuir sentido.
A recepção de um filme não é passiva. O espectador também lê as imagens na tela e
constrói sentidos para os vários contextos imagéticos que lhe despertam emoções,
sensações e reações.
Alguns fatores são imprescindíveis na análise de textos fílmicos. O primeiro deles
é o fator de validação. Como ocorre na análise do texto literário, da letra de música ou
da peça teatral, a interpretação deve encontrar fundamentação no próprio texto e a
interação autor-texto-leitor precisa efetivar-se. Por isso, o exercício de leitura de
imagens é uma prática a ser desenvolvida com auxílio do professor.
5
Esse é um grande desafio, pois, embora não se exija que o professor seja um
especialista da arte fílmica, ter um conhecimento básico sobre os seguintes aspectos
torna-se necessário: a) Elementos visuais que compõem a imagem (cor, movimento,
cena, jogo de luz, claro/escuro, planos, enquadramentos, etc); b) Elementos sonoros
(trilha sonora, música de fundo, tom das vozes, sotaques, ruídos) e c) Elementos
audiovisuais, ou seja, a relação entre a imagem e o som (THIEL, 2009, p. 15).
Thiel sugere os alguns passos no preparo de atividades com filmes:
Atividades anteriores à projeção. Trata-se de atividades preparatórias para
inserir o aluno no contexto de recepção do filme. Aqui é preciso apresentar e situar o
filme com informações do tipo gênero, data de lançamento, aspectos importantes,
algumas curiosidades, prêmios, idioma original etc.
Os alunos poderão fazer pesquisas sobre os diferentes gêneros de filmes
(drama, ficção científica, documentário, terror, suspense), sobre cineastas, sobre o
surgimento do cinema, sobre a época de determinado filme, sobre o modo de elaborar
cartazes de divulgação e ainda dedicarem-se à construção de uma máquina de
projeção e à votação de nomes para a sala-cine.
Atividades durante a projeção. É importante que a turma receba orientações
para a leitura do filme. Pode-se solicitar que se preste atenção a determinados
personagens e suas transformações durante o filme, a determinadas cenas e
palavras, que são recorrentes nos diálogos, aos efeitos visuais e à impressão de
realidade gerada com o trabalho de montagem, à trilha sonora etc.
Atividades posteriores à projeção. Os alunos devem checar as anotações e,
depois de um tempo, separar um ou dois aspectos a serem comentados com os
colegas. O professor levará um ou dois temas tratados no filme para debate em sala
de aula.
Nessas atividades, é importante que o aluno realize algumas ações práticas
para exercitar a criatividade e melhor compreender o filme, entre elas figuram a
produção de um diário de cinema, a interpretação de uma cena, o desenho de um
cartaz para o filme, a organização de uma premiação, a criação de uma campanha
publicitária fictícia (imagem e slogan), a produção de tirinhas a partir da narrativa
fílmica e a apresentação resumida do filme em um jornal falado.
O professor precisa aproveitar esse momento em que a oralidade oferece
novas ideias ao pensamento, para direcionar as atividades para o desenvolvimento
da escrita. Algumas práticas são prazerosas, como por exemplo: escrever a biografia
6
do protagonista, uma carta sugerindo uma mudança de atitude do protagonista, uma
sinopse para o filme, uma resenha crítica, um artigo opinativo, uma lista com as razões
que teriam levado o filme a participar da premiação do Oscar da escola, um bilhete
convidando a família para ver o filme no final de semana. O aluno pode ainda indicar
falas que não foram ouvidas no momento de exibição do filme e descrever a cidade-
cenário do filme, isso entre muitas outras situações de escrita.
Formação do repertório. É importante que o professor sugira outros filmes e
livros adaptados para o cinema para que o aluno possa ampliar o seu repertório de
leitura.
Valorizar os trabalhos dos alunos, colocando-os no mural da escola serve de
motivação para que todos se disponibilizarem a participar das aulas com mais gosto
e entrega à construção do conhecimento.
Faz-se necessária também uma leitura intertextual ou interdisciplinar do filme.
Sugere-se a busca de um poema, provérbio ou texto que dialogue com a mensagem
do filme. A busca de correlações com assuntos dados em outras matérias, como
História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Biologia também contribui para o
enriquecimento da prática docente.
Para cineasta russo Serguei Eisenstein, “o cinema é o começo de um segundo
período literário” porque o cinema, em busca de novas histórias para contar, voltou-
se para a apropriação da palavra literária. O número de obras literárias adaptadas é
imenso e continua a crescer. Com isso, o cinema atua como renovador da literatura,
uma vez que o processo de adaptação resulta sempre em uma nova obra (Eisenstein
in SILVA, 2012, p. 181).
Na contemporaneidade, momento em que as artes passeiam pelo hibridismo,
tanto o cinema influencia a arte da palavra como sofre forte influência da literatura,
“redimensionando a palavra escrita e metamorfoseando-a em imagens e sons, com
linguagem própria: a linguagem fílmica” (THIEL, 2009, p. 46).
Diante do exposto, fica evidente que o trabalho pedagógico com filmes na
escola revela-se bastante proveitoso, mas precisa de planejamento para tornar-se
eficaz.
ATIVIDADES PLANEJADAS E DESENVOLVIDAS: RESULTADOS OBTIDOS
7
As atividades a serem descritas foram planejadas e aplicadas pela equipe do
PIBID - Letras da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, no ano de 2014,
no Colégio Estadual Coronel Francisco Lima, situado no município de São Gonçalo.
Para atender à proposta do Currículo Mínimo de estudo do gênero romance no ensino
fundamental (9º ano), foi projetado o filme O Contador de Histórias (Brasil, 2009), filme
nacional premiado pela Organização das Nações Unidas. Trata-se de um filme
biográfico, cujo enredo conta a história de um contador de histórias:
O filme se passa na década de 1970, iniciando sua ação na cidade
de Belo Horizonte. O então garoto Roberto Carlos Ramos vive com a mãe e
seus nove irmãos em uma favela. A mãe decide levá-lo para a Febem,
acreditando em melhores oportunidades para o filho, inclusive dele se tornar
um doutor. Na instituição, Roberto Carlos usa sua criatividade para conseguir
mais comida e atenção, e também aprende a impor moral entre os internos.
Mas, ao se tornar adolescente, é transferido para outra instituição onde as
regras são mais rígidas. Para fugir de castigos físicos, ele e outros internos
descobrem o mundo das drogas e de pequenos delitos, fugindo sempre, em
toda oportunidade. Seu comportamento é rotulado como irrecuperável pela
instituição. Nesse momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa
Margherit Duvas que, aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes
educadas, vai conquistando o menino supostamente irrecuperável. Ela o
adota, lhe dando a chance de se alfabetizar, estudar e dar asas à
sua criatividade. Ambos vão viver na França. Após concluir seus estudos,
Roberto Carlos retorna à Febem, como educador. Ali começa sua história
com outras crianças e adolescentes. Ele vai adotando-os e criando uma
família numerosa, com vinte filhos adotivos. Alguns ditos irrecuperáveis,
como ele, pelas instituições (SINOPSE. Academia Brasileira de Cinema).
As habilidades e competências a serem desenvolvidas nas disciplinas de
Língua Portuguesa e Produção Textual eram: “estudar o gênero textual romance,
estrutura da narrativa. Identificar o sentido especializado do termo romance
diferenciando-o do uso comum do termo. Relacionar características físicas e
psicológicas dos personagens à sua composição como um todo. Estabelecer as
diferenças estruturais entre romance, conto e crônica” (SEEDUC, Conexão professor).
Atividades anteriores à projeção. Pedimos aos alunos que pesquisassem sobre
o contador histórias. Fizemos um levantamento sobre quem hoje ainda ouve histórias
em casa. Alguns alunos disseram que somente, na escola, nas séries iniciais, ouviram
histórias e que chegaram a ganhar de presente livros. Eles mencionaram contos de
fadas, heróis infantis e histórias em quadrinhos. Falamos sobre a televisão onde
vemos e acompanhamos as novelas. Lembramos dos noticiários que reconstituem
casos de violência.
8
Atividades durante a projeção. Pedimos a turma dividida em grupos que
prestasse atenção a determinadas cenas: as cenas de infância de Roberto com a
mãe, as cenas da FEBEM, as cenas de rebeldia de Roberto, as cenas de Roberto na
adolescência, ao ser adotado e ao atingir a idade adulta. Apesar de o filme apresentar
algumas cenas de humor, percebeu-se claramente o quanto foram impactantes as
cenas da infância de Roberto, os maus-tratos que o menino sofreu e a sua rebeldia.
Mesmo com a quebra e passagem para a cena final, em que é apresentado o
professor de pedagogia e contador de histórias em que Roberto se transformou,
reinou um silêncio expressivo ao final do filme.
Atividades posteriores à projeção. Todas as cenas foram muito discutidas e
alguns alunos relacionaram a antiga FEBEM com o atual Instituto Padre Severino
(RJ). Eles mesmos explicaram o objetivo da escola de acolher jovens infratores a
outros colegas que não a conheciam. Debateu-se a questão da droga, da pobreza
sem opção, da amizade e da rua, no caso das crianças abandonadas.
Falamos do idioma francês e da comida que Roberto gostava “coq au vin”, um
prato típico da culinária francesa, feito à base de carne de frango e vinho.
Relembramos que, ao final, Roberto aparece entre os vinhedos franceses. Foi
possível relacionar a simbologia da uva com a prosperidade e celebração da vida, o
que justifica o fato de se usar vinho para brindar.
Depois do debate, os alunos comentaram oralmente as características físicas
e psicológicas dos personagens (Roberto e Magherit). Trabalhou-se a tipologia
descritiva. O emprego dos tempos e modos verbais foram alvo de atenção nas
descrições elaboradas pelos alunos por escrito.
A correspondência entre o filme e o livro foi discutida. O conceito de adaptação
como releitura foi trazido para debate. Os alunos estabeleceram paralelos entre as
duas obras e identificaram as etapas da narrativa em ambas, com a ajuda do
professor.
Outras obras literárias adaptadas para o cinema foram mencionadas e seus
enredos sintetizados. Os alunos interessaram-se pela história de Dom Casmurro e
pediram que o romance fosse lido em sala de aula.
PALAVRAS FINAIS
9
É impossível expressar na íntegra o quanto as atividades comentadas
motivaram a turma para a execução de várias práticas escolares. Percebemos que o
debate sobre o filme levou espontaneamente à escrita e suscitou o interesse por
outras obras cinematográficas e livros.
Nas ações docentes planejadas pela equipe do PIBID - Letras da UERJ/FFP,
no Colégio Estadual Coronel Francisco Lima, o trabalho com a linguagem do cinema
mostrou-se eficaz na abertura de caminhos para momentos de alegria e emoção, além
de gerar discussões de temas fundamentais para o desenvolvimento integral do
educando.
Assim, o cinema na escola pode ser útil como fator de entretenimento, mas
também como linguagem plena de magia e sedução capaz de funcionar como
equipamento ampliador da instrução e da educação.
REFERÊNCIAS
BERGALA, Alain. A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema
dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink; CEAD-LISE-FE/UFRJ, 2008.
BONADIES, Godofredo. In: FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO. São Paulo: FDE, 2008-2009.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília: MC/SEF, 1998.
EISENSTEIN, Serguéi. Da literatura ao cinema: uma tragédia americana. In: SILVA, Thais
Maria Gonçalves da. Reflexões sobre adaptação cinematográfica de uma obra
literária. Florianópolis: Anu. Lit., Florianópolis, v.17, n. 2, p. 181-201, 2012.
Domínio: https://periodicos.ufsc.br. Acesso em 25.8.2015.
FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO.Caderno de cinema do
professor: um, dois, três e quatro. [Parte integrante do Projeto “O cinema vai à escola
- a linguagem cinematográfica na Educação”, do Programa “Cultura é Currículo”]. São
Paulo: FDE, 2008-2009.
MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio
de Janeiro: Bertrand, 2000.
___________. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Trad. Flávia
Nascimento, Rio de Janeiro: Bertrand, 2004.
10
NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre educação. Rio de Janeiro: Ed. PUC – Rio; São
Paulo: Loyola, 2003.
SILVA, Thais Maria Gonçalves da. Reflexões sobre adaptação cinematográfica de
uma obra literária. Florianópolis: Anu. Lit., Florianópolis, v.17, n. 2, p. 181-201, 2012.
Domínio: https://periodicos.ufsc.br. Acesso em 25.8.2015.
THIEL, Grace Cristiane & THIEL, Janice Cristine. Movie takes: a magia do cinema na
sala de aula. Curitiba: Aymará, 2009.
HUGO, Victor. Os Miseráveis. Trad. José Angeli. Rio de Janeiro: Scipione, 2008.
Sites:
www.cinemaparatodos.rj.gov.br/. Acesso em 25.8.2015.
www.culturaecurriculo.fde.so.gov.br. Acesso em 25.8.2015.
www.academiabrasileiradecinema.com.br. Acesso 25.8.2015.

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Como usar filmes na escola para promover leitura crítica

  • 1. CINE-CIDADANIA: O TRABALHO COM FILMES NA ESCOLA NUNES, Tania Teixeira da Silva (Escola Estadual Coronel Francisco Lima) SIQUEIRA, Eliane Balonecker (Escola Estadual Coronel Francisco Lima) PINTO, Maria Isaura Rodrigues (Faculdade de Formação de Professores da UERJ) RESUMO A escola exerce múltiplas funções em tempos de complexas transformações sociais e tecnológicas. Uma delas é a formação do leitor reflexivo e crítico. Esta comunicação, baseada no pensamento de Edgard Morin (2004) de que o cinema marca a existência do ser humano da mesma forma que a literatura e a música, busca apresentar uma proposta pedagógica em que o professor exerce a função de mediador no trabalho com filmes, enquanto gênero textual direcionado para a construção de valores, conceitos e comportamentos, que podem ser instrumentos de intervenção e mudanças sociais. A utilização de filmes, em aulas de língua portuguesa e literatura, pela equipe do PIBID - Letras da FFP, no Colégio Estadual Coronel Francisco Lima, em São Gonçalo, abriu espaço para que fossem discutidas questões que o livro didático não aborda. A oralidade desencadeou a escrita e fez surgir o interesse por outras obras cinematográficas e livros, levando a crer que, certamente, aqueles alunos não chegariam a tomar contato com aquele tipo de produção fílmica se isso dependesse da ida ao cinema na cidade. Assim, o cinema na escola pode ser útil como fator de entretenimento, mas também como linguagem plena de magia e sedução capaz de funcionar como equipamento ampliador da instrução e da educação. Palavras-chave: filme; escola; leitura CINE-CIDADANIA: O TRABALHO COM FILMES NA ESCOLA “Homem ao mar! Que importa! O navio não pára. O vento é suave, e o navio tem rumo a seguir. Portanto, avante! (HUGO, Victor, 2008).
  • 2. 2 Na prática docente, o cinema pode ser útil como fator de entretenimento, mas também como linguagem que dialoga com outras artes e proporciona leituras diferenciadas, pois o filme, enquanto imagem-discurso, gênero textual, documento de uma época e retrato da sociedade, é um rico recurso a ser explorado, oferecendo oportunidades ímpares à escola de exercer seu papel de formadora de atitudes e construtora de valores. Sobre a relação cinema, educação e cidadania, é importante ressaltar que “o cinema é a arte da vida e talvez possamos, por meio dele, formar uma nova visão educativa, na qual os tradicionais e modernos métodos de ensinar possam fundir-se em novas possibilidades de aprendizagem”, conforme ensina Godofredo Bonadies (2008, p. 52). O cineasta e professor Alain Bergala elaborou um plano para a educação na França com a inclusão do cinema. Ele vê nesse trabalho um desafio a ser experimentado pela escola. Em A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola, o estudioso apresenta quatro propostas para o professor: a) Organizar a possibilidade do encontro com os filmes; b) Designar, iniciar e tornar-se passador; c) Aprender a frequentar os filmes e d) Tecer laços entre os filmes. Para o cineasta, “o verdadeiro encontro com a arte é aquele que deixa marcas duradouras” (2008, p. 100). O filme na escola tem sido, em alguns casos, usado como pretexto para ocupar o tempo de aula ou apresentar um conteúdo disciplinar, sem que seja explorado de modo aprofundado. Pode-se apontar razões específicas para isso. Primeiramente, quase sempre, os títulos comerciais disponíveis no mercado ultrapassam o tempo de duas aulas. Segundo, a exibição não é pensada como uma prática integrada ao planejamento anual de acordo com a proposta curricular oficial em consonância com o Projeto Político Pedagógico da escola e o plano de ensino do docente. Vale acentuar que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), aprovados com a lei federal n.º 9394 de 1996 – a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) conhecida como Lei Darcy Ribeiro, foram elaborados com o intuito de orientar o professor na superação de problemas e dificuldades educacionais, através do trabalho com temas transversais. Como explicitam os documentos oficiais, “Para a escolha desses temas, alguns critérios foram estabelecidos visando sempre questões sociais que podem ser trabalhadas com total flexibilidade e abertura” (BRASIL, 1998). Flexibilidade e abertura também implicam o desenvolvimento do ser humano através
  • 3. 3 da arte teatral e literária. No entanto, o cinema tem sido menos privilegiado. Talvez, na rede pública, em razão da precária infraestrutura da maioria das escolas (BRASIL, 1998). A escola precisa, além de trabalhar a subjetividade, a alteridade e a afetividade, dar ao sujeito condição de pensar o mundo, o outro e a si mesmo e de discutir rumos futuros. Assim, abordar temas, como Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo, além de gerar respeito e solidariedade, é uma exigência cidadã, pois faz parte da construção do ser humano pleno enquanto sujeito do seu tempo. Vale atentar para o que diz Edgard Morin, quando aproxima a literatura do cinema: São o romance e o filme que põem à mostra as relações do ser humano com o outro, com a sociedade, com o mundo. O romance do século XIX e o cinema do século XX transportam-nos para dentro da História e pelos continentes, para dentro das guerras e da paz. E o milagre de um grande romance, como de um grande filme, é revelar a universalidade da condição humana, ao mergulhar na singularidade de destinos individuais localizados no tempo e no espaço (MORIN, 2000, p. 44). QUEM ENSINA TAMBÉM APRENDE Segundo Thiel, “O cinema contribui para o aprimoramento da habilidade leitora, a construção de conhecimentos linguísticos e culturais, o estudo da estrutura narrativa fílmica e a construção de novas referências e relações entre áreas e discursos” (2009, p.13). Além disso, o filme, enquanto arte, solicita uma reação do espectador, assim como promove reflexão, questionamento e produção criativa. Mas, para que ocorra uma produtiva reflexão sobre o filme e uma efetiva indagação sobre o mundo, é preciso que o professor assuma a função de mediador entre o objeto artístico e o aluno, cujo repertório cultural necessita ser ampliado. O filme contribui para compor o currículo, principalmente, do ensino médio e oferece espaço para uma leitura mais profunda e reflexiva sobre a sociedade. Nesse sentido, observe-se o que é dito na proposta da apresentação do Projeto O Cinema vai à escola da Secretaria de Educação de São Paulo: Assuntos delicados e complexos como preconceito, violência, exclusão social, sexualidade, injustiça, entre tantos outros, fazem parte do cotidiano dos jovens e de seus professores que, como todos nós, têm dificuldades em lidar com eles. Os filmes permitem que nos aproximemos deles de uma maneira ímpar: testemunhamos situações chocantes, que nos obrigam a refletir, observamos modos de vida, que nos aguçam a curiosidade,
  • 4. 4 presenciamos diálogos, que nos despertam para o nosso próprio preconceito (FDE, 2008, p. 3). No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Educação oferece o Programa Cinema para Todos que estimula e democratiza o acesso dos alunos e professores da rede estadual às salas de cinema, provocando debates e reflexões dentro e fora da sala de aula. Além disso, promove cursos para o professor aperfeiçoar a sua prática pedagógica. O filme enquanto linguagem é um gênero textual que contribui para o aprimoramento das aulas, possibilitando diferentes níveis de leitura que vão dos mais superficiais aos mais profundos. Mas para o bom êxito do trabalho, convém que, antes de iniciar qualquer ação com filmes, o professor se questione sobre o que deseja, de fato, atingir com determinada projeção. É necessário fazer-se as seguintes indagações: “O que eu quero com o filme? Em que essa atividade se relaciona com o conjunto de minha disciplina e da área curricular? Quais são os limites e as possibilidades que essa atividade tem para o grupo de alunos em questão? (FDE, 2008). O cine-aula deve ser marcado, com antecedência, pois requer tempo para a projeção e o debate, que precisa vir logo em seguida. É necessário que, entre eles, não ocorram aulas intervalares. Nesse contexto, o espaço específico para a projeção ou a própria sala de aula são importantes, bem como o empenho do professor na conscientização de que não se trata de puro entretenimento (ver o filme), mas de uma atividade que, embora seja prazerosa, exige atenção e compromisso com a construção de sentidos (ler o filme). Nesse aspecto, saber distinguir o procedimento de “ver” da ação de “ler” é fundamental tanto para o professor-mediador quanto para o aluno. Ver é olhar para tomar conhecimento. Ler é mais que isso, importa observar, refletir e atribuir sentido. A recepção de um filme não é passiva. O espectador também lê as imagens na tela e constrói sentidos para os vários contextos imagéticos que lhe despertam emoções, sensações e reações. Alguns fatores são imprescindíveis na análise de textos fílmicos. O primeiro deles é o fator de validação. Como ocorre na análise do texto literário, da letra de música ou da peça teatral, a interpretação deve encontrar fundamentação no próprio texto e a interação autor-texto-leitor precisa efetivar-se. Por isso, o exercício de leitura de imagens é uma prática a ser desenvolvida com auxílio do professor.
  • 5. 5 Esse é um grande desafio, pois, embora não se exija que o professor seja um especialista da arte fílmica, ter um conhecimento básico sobre os seguintes aspectos torna-se necessário: a) Elementos visuais que compõem a imagem (cor, movimento, cena, jogo de luz, claro/escuro, planos, enquadramentos, etc); b) Elementos sonoros (trilha sonora, música de fundo, tom das vozes, sotaques, ruídos) e c) Elementos audiovisuais, ou seja, a relação entre a imagem e o som (THIEL, 2009, p. 15). Thiel sugere os alguns passos no preparo de atividades com filmes: Atividades anteriores à projeção. Trata-se de atividades preparatórias para inserir o aluno no contexto de recepção do filme. Aqui é preciso apresentar e situar o filme com informações do tipo gênero, data de lançamento, aspectos importantes, algumas curiosidades, prêmios, idioma original etc. Os alunos poderão fazer pesquisas sobre os diferentes gêneros de filmes (drama, ficção científica, documentário, terror, suspense), sobre cineastas, sobre o surgimento do cinema, sobre a época de determinado filme, sobre o modo de elaborar cartazes de divulgação e ainda dedicarem-se à construção de uma máquina de projeção e à votação de nomes para a sala-cine. Atividades durante a projeção. É importante que a turma receba orientações para a leitura do filme. Pode-se solicitar que se preste atenção a determinados personagens e suas transformações durante o filme, a determinadas cenas e palavras, que são recorrentes nos diálogos, aos efeitos visuais e à impressão de realidade gerada com o trabalho de montagem, à trilha sonora etc. Atividades posteriores à projeção. Os alunos devem checar as anotações e, depois de um tempo, separar um ou dois aspectos a serem comentados com os colegas. O professor levará um ou dois temas tratados no filme para debate em sala de aula. Nessas atividades, é importante que o aluno realize algumas ações práticas para exercitar a criatividade e melhor compreender o filme, entre elas figuram a produção de um diário de cinema, a interpretação de uma cena, o desenho de um cartaz para o filme, a organização de uma premiação, a criação de uma campanha publicitária fictícia (imagem e slogan), a produção de tirinhas a partir da narrativa fílmica e a apresentação resumida do filme em um jornal falado. O professor precisa aproveitar esse momento em que a oralidade oferece novas ideias ao pensamento, para direcionar as atividades para o desenvolvimento da escrita. Algumas práticas são prazerosas, como por exemplo: escrever a biografia
  • 6. 6 do protagonista, uma carta sugerindo uma mudança de atitude do protagonista, uma sinopse para o filme, uma resenha crítica, um artigo opinativo, uma lista com as razões que teriam levado o filme a participar da premiação do Oscar da escola, um bilhete convidando a família para ver o filme no final de semana. O aluno pode ainda indicar falas que não foram ouvidas no momento de exibição do filme e descrever a cidade- cenário do filme, isso entre muitas outras situações de escrita. Formação do repertório. É importante que o professor sugira outros filmes e livros adaptados para o cinema para que o aluno possa ampliar o seu repertório de leitura. Valorizar os trabalhos dos alunos, colocando-os no mural da escola serve de motivação para que todos se disponibilizarem a participar das aulas com mais gosto e entrega à construção do conhecimento. Faz-se necessária também uma leitura intertextual ou interdisciplinar do filme. Sugere-se a busca de um poema, provérbio ou texto que dialogue com a mensagem do filme. A busca de correlações com assuntos dados em outras matérias, como História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Biologia também contribui para o enriquecimento da prática docente. Para cineasta russo Serguei Eisenstein, “o cinema é o começo de um segundo período literário” porque o cinema, em busca de novas histórias para contar, voltou- se para a apropriação da palavra literária. O número de obras literárias adaptadas é imenso e continua a crescer. Com isso, o cinema atua como renovador da literatura, uma vez que o processo de adaptação resulta sempre em uma nova obra (Eisenstein in SILVA, 2012, p. 181). Na contemporaneidade, momento em que as artes passeiam pelo hibridismo, tanto o cinema influencia a arte da palavra como sofre forte influência da literatura, “redimensionando a palavra escrita e metamorfoseando-a em imagens e sons, com linguagem própria: a linguagem fílmica” (THIEL, 2009, p. 46). Diante do exposto, fica evidente que o trabalho pedagógico com filmes na escola revela-se bastante proveitoso, mas precisa de planejamento para tornar-se eficaz. ATIVIDADES PLANEJADAS E DESENVOLVIDAS: RESULTADOS OBTIDOS
  • 7. 7 As atividades a serem descritas foram planejadas e aplicadas pela equipe do PIBID - Letras da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, no ano de 2014, no Colégio Estadual Coronel Francisco Lima, situado no município de São Gonçalo. Para atender à proposta do Currículo Mínimo de estudo do gênero romance no ensino fundamental (9º ano), foi projetado o filme O Contador de Histórias (Brasil, 2009), filme nacional premiado pela Organização das Nações Unidas. Trata-se de um filme biográfico, cujo enredo conta a história de um contador de histórias: O filme se passa na década de 1970, iniciando sua ação na cidade de Belo Horizonte. O então garoto Roberto Carlos Ramos vive com a mãe e seus nove irmãos em uma favela. A mãe decide levá-lo para a Febem, acreditando em melhores oportunidades para o filho, inclusive dele se tornar um doutor. Na instituição, Roberto Carlos usa sua criatividade para conseguir mais comida e atenção, e também aprende a impor moral entre os internos. Mas, ao se tornar adolescente, é transferido para outra instituição onde as regras são mais rígidas. Para fugir de castigos físicos, ele e outros internos descobrem o mundo das drogas e de pequenos delitos, fugindo sempre, em toda oportunidade. Seu comportamento é rotulado como irrecuperável pela instituição. Nesse momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa Margherit Duvas que, aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes educadas, vai conquistando o menino supostamente irrecuperável. Ela o adota, lhe dando a chance de se alfabetizar, estudar e dar asas à sua criatividade. Ambos vão viver na França. Após concluir seus estudos, Roberto Carlos retorna à Febem, como educador. Ali começa sua história com outras crianças e adolescentes. Ele vai adotando-os e criando uma família numerosa, com vinte filhos adotivos. Alguns ditos irrecuperáveis, como ele, pelas instituições (SINOPSE. Academia Brasileira de Cinema). As habilidades e competências a serem desenvolvidas nas disciplinas de Língua Portuguesa e Produção Textual eram: “estudar o gênero textual romance, estrutura da narrativa. Identificar o sentido especializado do termo romance diferenciando-o do uso comum do termo. Relacionar características físicas e psicológicas dos personagens à sua composição como um todo. Estabelecer as diferenças estruturais entre romance, conto e crônica” (SEEDUC, Conexão professor). Atividades anteriores à projeção. Pedimos aos alunos que pesquisassem sobre o contador histórias. Fizemos um levantamento sobre quem hoje ainda ouve histórias em casa. Alguns alunos disseram que somente, na escola, nas séries iniciais, ouviram histórias e que chegaram a ganhar de presente livros. Eles mencionaram contos de fadas, heróis infantis e histórias em quadrinhos. Falamos sobre a televisão onde vemos e acompanhamos as novelas. Lembramos dos noticiários que reconstituem casos de violência.
  • 8. 8 Atividades durante a projeção. Pedimos a turma dividida em grupos que prestasse atenção a determinadas cenas: as cenas de infância de Roberto com a mãe, as cenas da FEBEM, as cenas de rebeldia de Roberto, as cenas de Roberto na adolescência, ao ser adotado e ao atingir a idade adulta. Apesar de o filme apresentar algumas cenas de humor, percebeu-se claramente o quanto foram impactantes as cenas da infância de Roberto, os maus-tratos que o menino sofreu e a sua rebeldia. Mesmo com a quebra e passagem para a cena final, em que é apresentado o professor de pedagogia e contador de histórias em que Roberto se transformou, reinou um silêncio expressivo ao final do filme. Atividades posteriores à projeção. Todas as cenas foram muito discutidas e alguns alunos relacionaram a antiga FEBEM com o atual Instituto Padre Severino (RJ). Eles mesmos explicaram o objetivo da escola de acolher jovens infratores a outros colegas que não a conheciam. Debateu-se a questão da droga, da pobreza sem opção, da amizade e da rua, no caso das crianças abandonadas. Falamos do idioma francês e da comida que Roberto gostava “coq au vin”, um prato típico da culinária francesa, feito à base de carne de frango e vinho. Relembramos que, ao final, Roberto aparece entre os vinhedos franceses. Foi possível relacionar a simbologia da uva com a prosperidade e celebração da vida, o que justifica o fato de se usar vinho para brindar. Depois do debate, os alunos comentaram oralmente as características físicas e psicológicas dos personagens (Roberto e Magherit). Trabalhou-se a tipologia descritiva. O emprego dos tempos e modos verbais foram alvo de atenção nas descrições elaboradas pelos alunos por escrito. A correspondência entre o filme e o livro foi discutida. O conceito de adaptação como releitura foi trazido para debate. Os alunos estabeleceram paralelos entre as duas obras e identificaram as etapas da narrativa em ambas, com a ajuda do professor. Outras obras literárias adaptadas para o cinema foram mencionadas e seus enredos sintetizados. Os alunos interessaram-se pela história de Dom Casmurro e pediram que o romance fosse lido em sala de aula. PALAVRAS FINAIS
  • 9. 9 É impossível expressar na íntegra o quanto as atividades comentadas motivaram a turma para a execução de várias práticas escolares. Percebemos que o debate sobre o filme levou espontaneamente à escrita e suscitou o interesse por outras obras cinematográficas e livros. Nas ações docentes planejadas pela equipe do PIBID - Letras da UERJ/FFP, no Colégio Estadual Coronel Francisco Lima, o trabalho com a linguagem do cinema mostrou-se eficaz na abertura de caminhos para momentos de alegria e emoção, além de gerar discussões de temas fundamentais para o desenvolvimento integral do educando. Assim, o cinema na escola pode ser útil como fator de entretenimento, mas também como linguagem plena de magia e sedução capaz de funcionar como equipamento ampliador da instrução e da educação. REFERÊNCIAS BERGALA, Alain. A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink; CEAD-LISE-FE/UFRJ, 2008. BONADIES, Godofredo. In: FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. São Paulo: FDE, 2008-2009. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MC/SEF, 1998. EISENSTEIN, Serguéi. Da literatura ao cinema: uma tragédia americana. In: SILVA, Thais Maria Gonçalves da. Reflexões sobre adaptação cinematográfica de uma obra literária. Florianópolis: Anu. Lit., Florianópolis, v.17, n. 2, p. 181-201, 2012. Domínio: https://periodicos.ufsc.br. Acesso em 25.8.2015. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO.Caderno de cinema do professor: um, dois, três e quatro. [Parte integrante do Projeto “O cinema vai à escola - a linguagem cinematográfica na Educação”, do Programa “Cultura é Currículo”]. São Paulo: FDE, 2008-2009. MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000. ___________. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Trad. Flávia Nascimento, Rio de Janeiro: Bertrand, 2004.
  • 10. 10 NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre educação. Rio de Janeiro: Ed. PUC – Rio; São Paulo: Loyola, 2003. SILVA, Thais Maria Gonçalves da. Reflexões sobre adaptação cinematográfica de uma obra literária. Florianópolis: Anu. Lit., Florianópolis, v.17, n. 2, p. 181-201, 2012. Domínio: https://periodicos.ufsc.br. Acesso em 25.8.2015. THIEL, Grace Cristiane & THIEL, Janice Cristine. Movie takes: a magia do cinema na sala de aula. Curitiba: Aymará, 2009. HUGO, Victor. Os Miseráveis. Trad. José Angeli. Rio de Janeiro: Scipione, 2008. Sites: www.cinemaparatodos.rj.gov.br/. Acesso em 25.8.2015. www.culturaecurriculo.fde.so.gov.br. Acesso em 25.8.2015. www.academiabrasileiradecinema.com.br. Acesso 25.8.2015.