Este documento discute as diferenças entre a agricultura tradicional e moderna. A agricultura tradicional ainda é dominante em países em desenvolvimento e produz apenas 20% dos alimentos mundiais, enquanto a agricultura moderna é encontrada principalmente em países desenvolvidos e produz 80% dos alimentos. O documento também aborda os impactos ambientais e sociais destes dois tipos de agricultura.
1. Sebenta de Geografia 9º ano | 2014/2015
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Domínio: As Atividades Económicas
Subdomínio: A Agricultura
Objetivo geral: Compreender as diferenças entre a agricultura tradicional e a agricultura moderna
Dos assuntos que temos tratado ao longo das aulas, neste ano letivo de 2014/15, ficámos com duas ideias
fundamentais:
- A população mundial tem crescido a ritmos diferenciados
- A população mundial é diversificada como vários são os graus de desenvolvimento
civilizacional.
Estas conclusões são facilitadas pela capacidade que, hoje, temos de reunir e dominar a informação.
Por muitas que sejam as fontes escritas, são as novas tecnologias que tornam cada vez mais fácil acessível,
nomeadamente, pelas imagens, comprovar como, geograficamente, o Homem foi construindo o seu espaço e
o quanto o fez adaptando-se às condições do meio, quer as de ordem natural, quer as de ordem humana.
Relembremos que, em dezembro de 2012, atingimos 7 100 000 000 habitantes; hoje, 6 de abril de 2015, às
8h30m, já somos 7 285 020 184 e, em maio de 2024, prevê-se que seremos 8 000 000 000 !!! Isto é,
vamos continuar a sermos mais e, obviamente, a pressionarmos o nosso planeta para nos fornecer
os recursos que necessitamos para a nossa sobrevivência.
Sabemos que, de facto, a nossa casa comum, a Terra, é um sistema fechado, isto é, sem trocas
com o exterior e, por isso, os recursos que existem são os únicos com que podemos contar.
Atmosfera, hidrosfera e litosfera interagem há milhões de anos de forma natural num equilíbrio que,
o homem e a sua maior e progressiva capacidade tecnológica, tendem a romper de modo, diz-se,
insustentável.
Também, é verdade, que o crescimento económico tem de prosseguir com o propósito de
atingirmos níveis de desenvolvimento humano que satisfaçam as nossas necessidades. Esta é
uma verdade indiscutível mas, todavia, não podemos esquecer a outra que a complementa, isto é,
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sem esquecermos que, os que virão depois de nós, também vão ter que contar com recursos para
satisfação das suas próprias necessidades.
Falemos, então, de um dos recursos básicos, a agricultura. Para já, sabemos que:
Nenhum ser vivo sobrevive sem beber e sem comer.
A primeira grande revolução da humanidade foi a descoberta da agricultura.
Com a agricultura começou a construção do espaço geográfico.
As primeiras terras ocupadas pelo homem foram as mais férteis, logo, perto das fontes de
água, por exemplo, as margens dos rios.
Para contrariar os limites impostos pelas condições naturais o homem, com a ajuda da
técnica, foi procurando soluções para melhor dominar o espaço.
O património agrícola mundial foi-se enriquecendo à medida que, viajando através do
mundo, o homem foi contactando com novas realidades geográficas.
Qual o panorama atual? Uma diversidade entre duas principais realidades: de um lado, a
agricultura tradicional, dominante em países em desenvolvimento, e, do outro, uma agricultura
moderna, sofisticada, tecnologicamente avançada, própria dos países desenvolvidos.
Fonte – www.dw.de http://meioambiente.culturamix.com/
Mesmo antes dos
Descobrimentos,
as trocas de
experiências
agrícolas
realizaram-se. Por
exemplo, durante
a dominação
árabe em
Portugal, culturas,
processos de
cultivo, métodos
de irrigação
foram-nos
transmitidos pelos
árabes..
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Tal contraste justifica a oposição entre a capacidade de produção da agricultura tradicional face à
capacidade produtiva da agricultura moderna, respetivamente, 20% e 80% do total da produção
mundial. Como se constata no planisfério seguinte, o modo de produção tradicional, apesar do seu
baixo peso no total produzido, permanece, ainda, em vastos espaços continentais: na grande
maioria de África, na América Latina, no continente asiático, em numerosíssimas ilhas da
Insulíndia. Dito numa outra perspetiva, os 80% da produção de alimentos no mundo estão
concentrados no reduzido número de países desenvolvidos e, pontualmente, em países tropicais,
sob a forma de agricultura de plantação.
http://slideplayer.com.br/slide/1219544/
Quais as consequências destes dois modos de produção?
PVD - Países em vias de desenvolvimento PD – Países desenvolvidos
Fraca produtividade
Desflorestação
Erosão e esgotamento dos solos
Desertificação
Poluição
Superprodução alimentar
Degradação dos solos
Poluição dos solos e das toalhas freáticas
Manipulação genética
Quais as consequências sociais motivadas pelos problemas ambientais? Muito sinteticamente,
podemos afirmar que:
Nos PVD
Fome
Abandono dos campos
Êxodo rural
Nos PD
Pouca atração pela atividade agrícola
Pouca oferta de trabalho
Salários elevados
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A agricultura biológica é, por isso, de caráter extensivo, não recorre a produtos tóxicos (não aplica pesticidas
nem adubos químicos, nem usa organismos geneticamente modificados – OGM), atinge menor rendimento
por unidade de área e é de mais baixa produtividade.
A produção animal biológica pauta-se por normas de ética e respeito pelo bem-estar animal, e não recorre ao
uso de hormonas nem antibióticos como promotores de crescimento.
A agricultura biológica que, hoje, se pratica é uma forma de contrariar os métodos agrícolas intensivos que
derivaram da vulgarização do uso dos fertilizantes e dos pesticidas resultantes do desenvolvimento
tecnológico acelerado a partir da Segunda Guerra Mundial.
Assim, do mesmo modo que faziam os nossos antepassados, os agricultores biológicos recorrem à rotação
de culturas, usam estrume em vez de adubos e combatem as pragas com métodos biológicos inofensivos
para o meio ambiente.
Outra caraterística da agricultura biológica é que, para muitos pequenos produtores, os seus produtos são
vendidos de forma quase direta entre produtor e consumidor proporcionando um preço mais justo que
compensa quem produz e deixa satisfeito, igualmente, quem consome. Daí que, cada vez mais, o modo de
produção biológico não seja “ um luxo dos países desenvolvidos”. Os mercados locais de produtos biológicos
estão também a instalar-se em países do Terceiro Mundo.
Como ultrapassar as consequências para o meio
ambiente da prática agrícola, particularmente, da
agricultura intensiva de mercado?
Adotando práticas amigas do ambiente, por exemplo,
seguindo os métodos da agricultura biológica.
Caraterísticas?
Essencialmente, a agricultura biológica carateriza-se por
produzir alimentos nutritivos e de alta qualidade, que
contribuam para a saúde e o bem-estar e, também, fibras
têxteis de elevada qualidade.
Tal consegue-se mantendo a diversidade genética e
agrícola e fazendo um uso correto dos recursos naturais.